Aula 03 formação da sociedade brasileira modernização do brasil

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FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA Prof. Ms. Elizeu N. Silva

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FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA

Prof. Ms. Elizeu N. Silva

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No Brasil, o processo de modernização começa tardiamente

devido ao isolamento imposto pela Coroa à Colônia.

A Proclamação da Independência, em 1822, muda muito

pouco as feições do país. Da população de

aproximadamente 4,8 milhões, mais de 1,5 milhão eram

escravos.

Em 1819 a população estava dividida da seguinte forma:

47% Nordeste (resquício da cultura da cana-de-açúcar)

40% na região cafeeira (Sudeste) e Rio de Janeiro (sede da

Corte)

5% na região Sul

4% na região Norte

3% no Centro-Oeste

Mais de 90% da população era analfabeta.

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Nomeado regente do Brasil por D. João VI, ao 22 anos de

idade Pedro I assumiu um país falido. As despesas da

administração, incluindo os gastos da Corte, somavam mais

que o dobro da arrecadação.

Cartas ao pai:

“Os que comem da nação são sem número (...). Não há

dinheiro (...). Não sei o que hei de fazer”. 17/07/1821“Peço a Vossa Majestade que o

quanto antes me faça partir”.

22/07/1821

“Peço a Vossa Majestade, por tudo

quanto há de mais sagrado, me

queira dispensar deste emprego

que seguramente me matará pelos

contínuos e horrorosos painéis que

tenho, uns já à vista, e outros muito

piores para o futuro”. 21/09/1821

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Crescimento do PIB per capta do Brasil entre 1820 e

1870: 0,2%

O setor primário respondia por grande parte do produto

interno e das exportações, com predominância da

agropecuária.

Pauta de exportações constituída dos mesmos três produtos

agrícolas do período colonial: açúcar, algodão e fumo.No início dos anos

1830 o café

ultrapassa o açúcar

como produto de

exportação.

Economia

dependente da

mão-de-obra

escrava.

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No período entre 1849–1851, café, açúcar, algodão e fumo

representariam 81,7% das exportações brasileiras.

Permanece a dependência da mão-de-obra escrava.

Os primeiros 25 anos de vida independente do Brasil foram

marcados por importantes custos resultantes de concessões

à antiga metrópole e à Inglaterra.

• Para obter o reconhecimento da Independência por

Portugal, teve que pagar a Lisboa 2 milhões de libras em

indenização.

• Para obter o apoio da Inglaterra, foi obrigado a manter os

privilégios tarifárias de 1810 por mais 15 anos.

• Somente em 1845 o Brasil recuperaria alguma liberdade

na definição de sua política comercial.

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A Europa vivia sob os efeitos da Segunda Revolução

Industrial (química, elétrica, petróleo e aço) quando D.

Pedro II sancionou duas leis importantes para o início da

industrialização do país:

1844: Tarifa Alves Branco > taxação da importação de

produtos;

1850: Lei Eusébio de Queiroz > proibia o tráfico

internacional de escravos.

À época, o país dispunha de apenas 62 indústrias e 14

bancos.

Era Mauá

Irineu Evangelista de Souza, o Barão e

Visconde de Mauá (1813–1889).

Em 1846 adquire uma fundição na

Ponta da Areia, RJ, transformando-a

em indústria naval e fundição de

canos para saneamento, caldeiras

para máquinas a vapor, guindastes,

prensas etc.

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• Em apenas um ano de funcionamento, a fundição da

Ponta da Areia já contava com cerca de mil operários.

• Em 1854 inaugurou a primeira estrada de ferro brasileira,

entre Petrópolis e o Rio de Janeiro. Apenas 18 km de

trilhos;

• Associado a ingleses, construiu Recife and São Francisco

Railway Company e Estrada de Ferro D. Pedro II (Central

do Brasil);

• Obteve empréstimos internacionais para a São Paulo

Railway (Estrada de Ferro Santos–Jundiaí);

• Criou a companhia de gás para iluminação pública do Rio

de Janeiro;

• Primeiro cabo submarino para comunicação (telegráfica)

entre Brasil e Europa;

• Banco Mauá, com filiais nos EUA, Inglaterra, França e

Argentina.

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Falência

• Ideias liberais e republicanas do Barão e Visconde de

Mauá determinaram o fim precoce de sua atividade

industrial.

• Em 1857 o estaleiro da Ponta da Areia sofreu incêndio

criminoso.

• A lei Silva Ferraz, de 1860, reduziu consideravelmente as

tarifas para importação de máquinas, ferramentas e

ferragens, favorecendo principalmente os interesses

ingleses e norte-americanos.

• O grupo de empresas do Barão não resiste à crise – e à

falta de apoio do governo – e vai à falência em 1875.

Muitos dos seus empreendimentos passaram para o

controle de ingleses e norte-americanos, vendidos por

preços mínimos.

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Imigração europeia

• Começa timidamente. Entre 1822 e 1850, apenas 14.894

imigrantes livres registrados.

• A partir de 1850 (Lei Eusébio de Queiroz) dá-se início às

políticas de atração de estrangeiros. Abusos dos

fazendeiros e inexperiência dos “colonos” com a

atividade agrícola frustraram esta primeira tentativa.

• No Sul, o modelo de pequenas propriedades entregues

pelo poder público a famílias de imigrantes, obtém mais

sucesso.

• Em 1884 o governo provincial de São Paulo autoriza o

pagamento integral (aos fazendeiros) das despesas de

viagem para importação de trabalhadores europeus.

• Entre 1871 e 1880 chegam ao Brasil 219.128 imigrantes,

com predominância de italianos.

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Imigração europeia

• Entre 1881 e 1889 outros 385 mil europeus trocaram

principalmente Itália e Alemanha pelo Brasil.

• Entre 1888 e 1889 D. Pedro II assinou 5 contratos

permitindo a entrada de mais 775 mil imigrantes nos 5

anos seguintes.• Por ocasião da

assinatura da Lei

Áurea, em 13 de maio

de 1888, mais de 700

mil escravos foram

postos em liberdade.

A importação de mão-

de-obra europeia

dificultou a absorção

dos ex-escravos como

assalariados.

Memorial do Imigrante. São Paulo, SP.

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Referências bibliográficas

FAUSTO, Bóris. História concisa do Brasil. São Paulo, Edusp,

2001

GOMES, Laurentino. 1822. Rio de Janeiro, Ed. Nova

Fronteira, 2010

Internet

ABREU, M. P.; LAGO, Luiz Aranha Correia. A economia

brasileira no Império. 1822–1889. Rio de Janeiro, PUC-Rio.

Disponível em http://www.econ.puc-rio.br/pdf/td584.pdf.

Consultado em 19/03/2012