AULA 05 HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA. ARISTÓTELES Com isso, Aristóteles explica o movimento:...
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AULA 05
HISTÓRIA DA
FILOSOFIA
ANTIGA
ARISTÓTELES
Com isso, Aristóteles explica o
movimento: todas as coisas
podem se modificar, sendo
suporte para uma nova forma.
Cada coisa poderá ser
transformada em uma outra.
Então, ele diz que as coisas,
seres, objetos, existem em ato
na medida em que têm forma,
que indica o seu modo de ser
(aquilo que é a sua propriedade
essencial, a sua perfeição, a
sua finalidade), mas também
possuem a potência de se
transformar em outra coisa,
ganhando nova forma, que
possibilitará uma outra forma de
realização.
Essa é a teoria de ato e
potência, em Aristóteles; com
ela, responde à questão da
mutabilidade das coisas,
questão que já havia recebido
respostas dicotômicas de
filósofos anteriores.
Aristóteles não recusou a
mutabilidade das coisas,
fazendo delas um mundo
secundário, mas a assumiu
como a própria realidade, onde
se dão todas as qualidades do
mundo e da vida.
O que o filósofo necessita é, em
conhecendo essa realidade,
desvendar a sua essência.
Assim já não é mais necessário
separar o mundo sensível do
mundo inteligível, mas sim torna-
se necessário encontrar
a inteligibilidade do mundo a
partir do sensível. Matéria e
forma, ao constituírem o
indivíduo (o ser existente), são
indissociáveis. Não há matéria
que não possua forma, assim
como não há uma forma, no
mundo sensível, que existe
independente da matéria. A
matéria expressa a potência
para ser alguma coisa e a
forma expressa o ato, a
realização do ser
O movimento indica sempre a
passagem de uma potência
para um ato. Um ato qualquer é
uma potência para um outro
ato. Assim sendo, o ato que
serve de potência para um
novo ato é uma perfeição
e o novo ato é uma nova
perfeição, permanecendo, no
caso, o movimento (a
passagem de um estado
para outro) como uma
imperfeição.
Exemplificando: eu não sei falar
inglês, mas tenho a potência de
falar inglês; por isso sou um ato
com determinada perfeição. No
momento em que souber falar
inglês, serei novo ato, com nova
perfeição.
A passagem do estado de não
saber falar inglês para o estado de
saber falar inglês é o movimento.
Segundo Aristóteles, o estado de
passagem, que é o movimento, é
uma imperfeição;
é um estado intermediário entre
o estado anterior e o novo
estado; nem é o anterior, que
é um ato, nem é o atual, que
também é um ato.
A passagem da potência
(matéria-prima) a ato (matéria
individuada), não implica que a
matéria gere a forma, o que para
ele seria impossível, uma vez
que a potência não é perfeição,
mas possibilidade de ser.
Assim sendo, o movimento de
uma potência para um ato exige
um motor, que é um ato. Por
exemplo: uma pedra (potência)
pode ser transformada em uma
estátua (ato) pela ação do
escultor, que é ato (o motor do
movimento).
Tudo o que se movimenta, se
movimenta a partir da existência
de um motor que processa o
movimento (uma causa eficiente,
na linguagem aristotélica). Isso
implica a existência de um
primeiro motor, que seja imóvel,
ou seja, que não tenha sido
movido (originado) por outro, e
que seja a causa de todo
movimento existente.
Regredindo, de causa em causa,
iríamos ao infinito, o que é
impossível. Por isso, a cadeia de
causas exige uma Causa
Primeira, um Motor Imóvel.
O Motor Imóvel é divino, ele é
ato puro, não têm nenhuma
potencialidade; tudo nele é
plenitude. Nele, essência e
existência coincidem; a
existência se dá na plenitude
da essência.
Ele move o mundo, mas não é
movido. Por ser a plenitude do
ser, contém em si todas as
qualidades de forma definitiva e
infinita. Por ser pura forma e,
portanto, plenitude, no Motor
Imóvel não existe matéria (que é
sempre potencialidade).
Com isso, a solução aristotélica
para o movimento (expressão da
realidade mutável), de certo
modo, torna-se nula uma vez
que retorna ao dualismo dos
filósofos anteriores, ou seja, há o
mundo mutável e há
um ser imóvel, eterno e infinito,
que dá origem e sustenta todo o
movimento. Aristóteles, afinal,
permanece no dualismo,
atribuindo a imperfeição à
matéria e a perfeição à forma,
uma vez que é ela que define
um objeto, é ela que expressa a
essência de cada existente.
Aristóteles não conseguiu,
devido às condições do seu
tempo, superar a exigência da
existência de um mundo diverso
do mundo mutável, no qual
vivemos e existimos.
Trouxe uma solução
engenhosa, mas não teve
suficiente força para
sustentá-la até as últimas
consequências.
Necessitou colocar aí um
Motor Imóvel.....
A solução aristotélica para a
questão do ser, que parecia
engenhosa, terminou, de
alguma forma, por repetir
traços de soluções
metafísicas já apresentadas.
Além da questão do “ser,
enquanto ser”, que é a questão
metafísica propriamente dita,
Aristóteles fez elaborações
teóricas sobre o mundo natural,
ou física, e sobre o mundo
espiritual, ou psicologia.
A física é a ciência da natureza,
o que quer dizer, do movimento.
A natureza é a manifestação da
fusão de matéria e forma. A
forma pura só se dá no Motor
Imóvel e a matéria pura só se
daria como matéria-prima, sem
nenhuma forma.
A natureza é a expressão da
matéria individuada por uma
forma, isto é, a natureza é a
síntese de matéria e forma. O
finalismo é um traço fundamental
da física de Aristóteles: todas as
coisas tendem á sua perfeição,
que é, por si, a realização de
sua forma, que é a atuação
(torna-se ato) completa dessa
forma. O ato é a realização
plena da forma e isso é ótimo.
HELENISMO
Designa-se por período
helenístico (do grego, hellenizein
– "falar grego", "viver como os
gregos") o período da história da
Grécia e de parte do Oriente
Médio
compreendido entre a morte
de Alexandre o Grande em
323 a.C. e a anexação da
península grega e ilhas por
Roma em 146 a.C..
Caracterizou-se pela difusão da
civilização grega numa vasta
área que se estendia do mar
Mediterrâneo oriental à Ásia
Central. De modo geral, o
helenismo foi a concretização
de um ideal de Alexandre:
o de levar e difundir a cultura
grega aos territórios que
conquistava. Foi naquele
período que as ciências
particulares tiveram seu primeiro
e grande desenvolvimento.
O helenismo marcou um período
de transição para o domínio e
apogeu de Roma. Durante o
período helenista foram fundadas
várias cidades de cultura grega,
entre elas Alexandria e Antioquia,
capitais do Egipto ptolemaico e do
Império Selêucida.
O IMPÉRO DE ALEXANDRE
Em 336 a.C., Alexandre o
Grande, filho de Filipe II tornou-
se rei da Macedônia e dois anos
depois senhor de toda a Grécia.
Durante o seu curto reinado de
treze anos (de 336 até 323 a.C.)
Alexandre realizou a conquista
de territórios mais rápida e
espetacular da Antiguidade.
Procurando realizar o sonho do
seu pai, Alexandre lançou à
conquista do Império Persa de
Dario III, que na época
governava praticamente todo o
Médio Oriente.
O estoicismo (do grego:
Στωικισμός) é uma escola de
filosofia helenística fundada em
Atenas por Zenão de Cítio, no
início do século III a.C..
O ESTOICISMO
Os estóicos ensinavam que as
emoções destrutivas resultavam
de erros de julgamento, e que
um sábio, ou pessoa com
"perfeição moral e intelectual"
não sofreria dessas emoções.
Os estóicos preocupavam-se
com a relação ativa entre o
determinismo cósmico e a
liberdade humana, e com a
crença de que é virtuoso manter
uma vontade (denominada
prohairesis) que esteja de acordo
com a natureza.
Por causa disso, os estóicos
apresentaram a sua filosofia
como um modo de vida, e
pensavam que a melhor
indicação da filosofia de uma
pessoa não era o que teria dito,
mas como se teria comportado.
Estóicos mais tardios, como
Sêneca e Epíteto, enfatizaram
que porque a "virtude é
suficiente para a felicidade", um
sábio era imune aos infortúnios.
Esta crença é semelhante ao
significado de calma estóica,
apesar de essa expressão não
incluir as visões "éticas radicais"
estóicas de que apenas um sábio
pode ser verdadeiramente
considerado livre, e que todas as
corrupções morais são todas
igualmente viciosas.
O estoicismo foi uma doutrina
que sobreviveu todo o período
da Grécia Antiga, até ao
Império Romano, incluindo a
época do imperador Marco
Aurélio, até que
todas as escolas filosóficas
foram encerradas em 529 por
ordem do imperador Justiniano
I, que percepcionou as suas
características pagãs, contrária
à fé cristã.
A escola estóica preconizava a
indiferença à dor de ânimo
oposta aos males e agruras da
vida, em que reunia seus
discípulos sob pórticos ("stoa",
em grego) situados em templos,
mercados e ginásios.
Os estóicos apresentavam uma
visão unificada do mundo,
consistindo de uma lógica
formal, uma física não-dualista
e uma ética naturalista.
PRINCÍPIOS
Dentre estes, eles enfatizavam
a ética como o foco principal do
conhecimento humano, embora
suas teorias lógicas fossem de
mais interesse para os filósofos
posteriores.
O estoicismo ensina o
desenvolvimento do auto-controle
e da firmeza como um meio de
superar emoções destrutivas, a
filosofia defende que tornar-se
um pensador claro e imparcial
permite compreender a razão
universal (logos).
Um aspecto fundamental do
estoicismo envolve a melhoria
da ética do indivíduo e de seu
bem-estar moral: "A virtude
consiste em um desejo que está
de acordo com a Natureza".
Este princípio também se aplica
ao contexto das relações
interpessoais; "libertar-se da raiva,
da inveja e do ciúme", e aceitar
até mesmo os escravos como
"iguais aos outros homens,
porque todos os homens são
igualmente produtos da natureza".
A ética estóica defende uma
perspectiva determinista. Com
relação àqueles que não têm a
virtude estóica, Cleanto uma vez
opinou que o homem ímpio é
"como um cão amarrado a uma
carroça, obrigado a ir para onde
ela vai".
Já um estóico de virtude, por
sua vez, alteraria a sua vontade
para se adequar ao mundo e
permanecer, nas palavras de
Epíteto, "doente e ainda feliz,
em perigo e ainda assim feliz,
morrendo
e ainda assim feliz, no exílio e
feliz, na desgraça e feliz", assim
afirmando um desejo individual
"completamente autônomo", e
ao mesmo tempo, um universo
que é "um todo rigidamente
determinista".