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PORTUGUÊS P/ BACEN - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 2 (Sintaxe: termos da oração, subordinação substantiva e adjetiva. Pontuação.) Olá, como estamos? Não deixe a matéria acumular, ok!! Isso é muito importante para se manter motivado e organizado. Estou sempre à disposição no fórum para procurar ajudá-lo(a)!!! Na aula passada, você viu em muitas questões a expressão “valor semântico”; a partir desta, começará a perceber expressões como “prejuízo morfológico”, “erro sintático” etc. Mas o que significam essas expressões? Para responder a isso, vamos trabalhar os princípios gramaticais. A gramática normativa divide-se em três estruturas básicas: a semântica, a morfologia e a sintaxe. O valor semântico é o sentido que o vocábulo terá no contexto da frase. A base de seu estudo são os sentidos das conjunções coordenativas, subordinativas adverbiais, preposições, além dos substantivos, adjetivos, advérbios. A morfologia é tudo que norteia o vocábulo em si: a fonologia (som da palavra), a estrutura da palavra, a ortografia, a acentuação gráfica e as classes de palavras. Estas classes são os nomes dos vocábulos dentro de uma frase. Esses vocábulos podem ser: a) substantivo (dá nome aos seres); b) artigo (determina o substantivo); c) adjetivo (caracteriza o substantivo); d) advérbio (modifica o verbo, adjetivo ou outro advérbio); e) pronome (substitui ou acompanha um termo substantivo); f) verbo (transmite processos, como ação, atividade intelectual, desejo, etc); g) conjunção (liga orações ou palavras); h) preposição (liga orações, palavras ou inicia complementos); i) numeral (quantifica, ordena, multiplica ou divide os seres); j) interjeição (marca exclamações). Essas classes de palavras normalmente ocupam uma função sintática, que é o seu desempenho dentro de uma oração. Uma classe gramatical pode desempenhar várias funções sintáticas, dependendo do contexto em que é inserida. Um substantivo, por exemplo, pode desempenhar as funções de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo, vocativo, aposto, agente da passiva. Já um adjetivo pode, além das funções de predicativo e aposto, desempenhar a de adjunto adnominal. O advérbio ocupa unicamente a função de adjunto adverbial. Das classes gramaticais, as que não possuem funções sintáticas são o verbo, a conjunção, a preposição e a interjeição. Veja a seguir um quadro que estrutura melhor essa explicação: Português para Banco Central (teoria e questões comentadas)

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Aula 2

(Sintaxe: termos da oração, subordinação substantiva e adjetiva. Pontuação.)

Olá, como estamos?

Não deixe a matéria acumular, ok!! Isso é muito importante para se manter motivado e organizado.

Estou sempre à disposição no fórum para procurar ajudá-lo(a)!!! Na aula passada, você viu em muitas questões a expressão “valor

semântico”; a partir desta, começará a perceber expressões como “prejuízo morfológico”, “erro sintático” etc. Mas o que significam essas expressões?

Para responder a isso, vamos trabalhar os princípios gramaticais. A gramática normativa divide-se em três estruturas básicas: a

semântica, a morfologia e a sintaxe. O valor semântico é o sentido que o vocábulo terá no contexto da frase. A base de seu estudo são os sentidos das conjunções coordenativas, subordinativas adverbiais, preposições, além dos substantivos, adjetivos, advérbios.

A morfologia é tudo que norteia o vocábulo em si: a fonologia (som da palavra), a estrutura da palavra, a ortografia, a acentuação gráfica e as classes de palavras. Estas classes são os nomes dos vocábulos dentro de uma frase. Esses vocábulos podem ser:

a) substantivo (dá nome aos seres); b) artigo (determina o substantivo); c) adjetivo (caracteriza o substantivo); d) advérbio (modifica o verbo, adjetivo ou outro advérbio); e) pronome (substitui ou acompanha um termo substantivo); f) verbo (transmite processos, como ação, atividade intelectual, desejo, etc); g) conjunção (liga orações ou palavras); h) preposição (liga orações, palavras ou inicia complementos); i) numeral (quantifica, ordena, multiplica ou divide os seres); j) interjeição (marca exclamações).

Essas classes de palavras normalmente ocupam uma função sintática, que é o seu desempenho dentro de uma oração.

Uma classe gramatical pode desempenhar várias funções sintáticas, dependendo do contexto em que é inserida. Um substantivo, por exemplo, pode desempenhar as funções de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo, vocativo, aposto, agente da passiva. Já um adjetivo pode, além das funções de predicativo e aposto, desempenhar a de adjunto adnominal. O advérbio ocupa unicamente a função de adjunto adverbial. Das classes gramaticais, as que não possuem funções sintáticas são o verbo, a conjunção, a preposição e a interjeição.

Veja a seguir um quadro que estrutura melhor essa explicação:

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Classe de palavras Função sintática Substantivo

(valor substantivo)

Núcleo do sujeito Núcleo do objeto direto Núcleo do objeto indireto Núcleo do complemento nominal Núcleo do aposto Núcleo do predicativo Núcleo do agente da passiva Vocativo

Adjetivo

(valor adjetivo)

Aposto Adjunto adnominal Predicativo

Artigo (valor adjetivo) Adjunto adnominal Núcleo do sujeito Núcleo do objeto direto Núcleo do objeto indireto (valor substantivo) Núcleo do complemento nominal Pronome Núcleo do aposto Núcleo do predicativo Núcleo do agente da passiva Vocativo Aposto (valor adjetivo) Adjunto adnominal Predicativo Núcleo do sujeito Núcleo do objeto direto Núcleo do objeto indireto (valor substantivo) Núcleo do complemento nominal Núcleo do aposto Numeral Núcleo do predicativo Núcleo do agente da passiva Vocativo Aposto (valor adjetivo) Adjunto adnominal Predicativo Advérbio Adjunto adverbial Verbo

(sem função sintática) Preposição Conjunção Interjeição

Naturalmente, você não tem que decorar esse quadro, ele é apenas um elemento de consulta, para que você compreenda melhor a diferença entre morfologia, semântica e sintaxe.

Esta aula é uma continuação da anterior. Na aula passada, vimos os valores semânticos das conjunções coordenativas. Também vimos a estrutura básica da oração de maneira muito sucinta, apenas para reconhecermos o adjunto adverbial, o qual, ao receber verbo, transforma-se em oração subordinada adverbial.

Nesta, vamos falar primeiro da sintaxe da oração, para trabalharmos as orações subordinadas substantivas e adjetivas.

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Para tanto, veremos novamente a estrutura básica com foco nas funções sintáticas elementares.

O que é sintaxe? A sintaxe trabalha a relação das palavras dentro de uma oração. Cabe

entender basicamente que uma oração deve ter um verbo e este verbo normalmente se flexiona de acordo com o sujeito (de quem se fala) e relaciona-se com o predicado (o que se fala), de acordo com a transitividade.

Veja as frases a seguir para que fique tudo bem claro. Pautemo-nos na estrutura SVO (sujeito→verbo→complemento).

1. O candidato realizou a prova. 2. duvidou do gabarito. 3. enviou recursos à banca examinadora. 4. tem certeza de sua aprovação. 5. viajou. 6. estava tranquilo.

Agora, vamos identificar os principais termos da oração. Veja a relação

do verbo dentro do predicado. Nas frases de 1 a 4, os verbos “realizou”, “duvidou”, “enviou” e “tem” necessitam dos vocábulos posteriores para terem sentido na oração, por exemplo: realizou o quê?, duvidou de quê?, enviou o quê? a quem?, tem o quê?

Assim, você vai notar que eles dependem dos termos subsequentes para terem sentido. Isso ocorre porque o sentido deve transitar do verbo para o complemento. Por isso falamos que o verbo é transitivo. Sozinho, não consegue transmitir todo o sentido, necessitando de um complemento. Dessa forma, os termos “a prova”, “do gabarito”, “recursos”, “à banca examinadora” e “certeza” completam o sentido destes verbos.

Para facilitar o entendimento, podemos dizer que a preposição seria um obstáculo. Havendo uma preposição, o trânsito é indireto. Retirando-se a preposição, o trânsito é livre, direto.

Então observe o verbo “realizou”. Ele não exige preposição. Assim, o termo que vem em seguida é seu complemento verbal direto. Já o complemento do verbo “duvidou” é indireto, pois o trânsito está dificultado (indireto) tendo em vista a preposição “de”.

Já que, na frase 1, há complemento verbal direto, o verbo “realizou” é chamado de transitivo direto (VTD). Na frase 2, como há preposição exigida pelo verbo “duvidou”, diz-se que este verbo é transitivo indireto (VTI) e seu complemento é indireto. Na frase 3, há dois complementos exigidos pelo verbo: um(direto) e outro(indireto).

A gramática dá o nome a todo complemento verbal de objeto, por isso o

complemento verbal direto é o objeto direto (OD) e o complemento verbal indireto é o objeto indireto(OI).

Como entendemos que a transitividade é uma exigência do verbo, pois

necessita de um complemento verbal, a gramática dá o nome a este processo

sujeito predicado

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de “Regência”, pois ele exige, rege o complemento. Se é um verbo que exige, é natural que a regência seja verbal. Há um capítulo na gramática que trabalha só isso: Regência Verbal (reconhecimento da transitividade do verbo), a qual aprofundaremos nas próximas aulas. Mas agora cabe apenas entender a estrutura abaixo.

Veja:

1. O candidato realizou a prova. VTD + OD

2. duvidou do gabarito. VTI + OI

3. enviou recursos à banca examinadora. VTDI + OD + OI

Mas não é só o verbo que pode ser transitivo. Nome também pode ter

transitividade. Nomes como certeza, obediência, dúvida, longe, perto, fiel, etc são chamados de transitivos porque necessitam de um complemento para terem sentido. Alguém tem certeza de algo, dúvida de algo, obediência a alguém ou a algo. Alguém mora perto de outra pessoa ou longe dela. Alguém é fiel a algo ou a alguém.

Estes nomes exigem transitividade, com isso há um complemento, o qual é chamado de complemento nominal (CN).

Logicamente, há contextos em que o complemento não estará explícito na frase; por exemplo, se queremos dizer que alguém reside muito distante, podemos dizer que ele mora longe. Neste caso o nome “longe” deixou de ser transitivo, não exigiu o complemento nominal, pois este ficou implícito. Por isso não devemos decorar, mas entender o contexto, a funcionalidade. Se o complemento não está explícito, não temos de identificá-lo.

Vimos que a regência verbal trata basicamente do complemento do verbo. Se há um nome que exige complemento, então temos a Regência Nominal. Veja a frase 4:

4. O candidato tem certeza de sua aprovação. VTD + OD + CN

Note que o verbo “tem” é transitivo direto e “certeza” é o objeto direto. A

expressão “de sua aprovação” não complementa o verbo, ela complementa o nome “certeza”: certeza de sua aprovação.

O estudo da Regência Nominal, na realidade, é realizado para descobrirmos quais preposições iniciam o complemento nominal.

Então atente quanto à diferença da oração 3 (VTDI + OD + OI) para a 4 (VTD + OD + CN).

Regência Verbal

sujeito predicado

sujeito predicado

Regência Nominal

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Agora, vamos à oração 5. Note que o verbo “viajou” não exige nenhum complemento verbal. Então não há transitividade. Se quisermos uma estrutura posterior, naturalmente inseriremos uma ou mais circunstâncias. A essas circunstâncias damos o nome de adjunto adverbial. Poderíamos dizer que o candidato viajou a algum lugar, em determinado momento, o modo como viajou, a causa da viagem. Tudo isso são circunstâncias, as quais possuem o valor de lugar, tempo, modo e causa. Essas são as circunstâncias básicas, mas há mais e veremos isso adiante. Então veja como ficaria:

O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho. O adjunto adverbial não ocorre só com verbo intransitivo, ele pode

aparecer junto a qualquer verbo. Por exemplo, nas frases 1 a 3, poderíamos inserir o adjunto adverbial de tempo “ontem”. Na frase 4, poderíamos inserir o adjunto adverbial de causa: “devido a seu estudo”.

Essas 5 frases possuem verbos com transitividade (VTD, VTI, VTDI) e sem transitividade (VI). Toda vez que, na oração, ocorrem esses tipos verbais, dizemos que eles são os núcleos (palavra mais importante) do predicado, assim teremos os Predicados Verbais, com a seguinte estrutura:

Predicado verbal = VTD + OD VTI + OI VTDI + OD + OI VI Esse é o esquema básico, e nada impede de haver adjunto adverbial e

complemento nominal em todos eles. Falta apenas um tipo de verbo: o de ligação. Veja a frase 6: O candidato estava tranquilo. O termo “tranquilo” caracteriza o sujeito “O candidato”, por isso se

flexiona de acordo com ele. O verbo “estava” serve para ligar esta característica ao sujeito, por isso é chamado de verbo de ligação, e o termo que caracteriza o sujeito é chamado de predicativo.

O predicativo serve normalmente para caracterizar o sujeito e por isso se flexiona de acordo com ele. Se o sujeito fosse “candidata”, naturalmente o predicativo seria “tranquila". A essa flexão de um predicativo em relação ao sujeito damos o nome de Concordância Nominal. Na gramática, há um capítulo só para a concordância nominal, e a flexão do predicativo em relação ao sujeito é um dos pontos principais, mas isso veremos em nossas próximas aulas.

O predicativo sempre será núcleo do predicado, por causa disso seu predicado é chamado de Predicado Nominal, com a seguinte estrutura:

Predicado Nominal = VL + predicativo O predicativo não ocorre somente no predicado nominal, ele também

pode fazer parte do predicado verbo-nominal; e isso será visto adiante. Por enquanto, é importante entender a seguinte estrutura:

sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv tempo

Adj Adv modo

Adj Adv causa

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1. O candidato realizou a prova. VTD + OD

2. duvidou do gabarito. VTI + OI

3. enviou recursos à banca examinadora. VTDI + OD + OI

4. tem certeza de sua aprovação.

VTD + OD + CN 5. viajou.

VI 6. estava tranquilo.

VL + predicativo

É muito importante perceber que entre os termos básicos acima, não há

vírgula. Vamos praticar um pouco?!!!

Questão 1: Pref Lagarto – 2011 – Médico (banca AOCP) Assinale a alternativa cuja expressão destacada NÃO funciona como sujeito.

(A) “Sobre a evasão, o estudo mostra que o estudante deixa a escola...” (B) “O bullying não faz parte do levantamento...” (C) “Violência diminui chance de aluno ir bem na escola, diz estudo...” (D) “Tese de doutorado mostra que evasão escolar aumenta a criminalidade.” (E) “Essas escolas ficam, principalmente, em regiões ‘mais conturbadas’...” Comentário: Note que sujeito é o termo que não está preposicionado, é o termo de quem o verbo fala. Além disso, o verbo se flexiona de acordo com o sujeito. Por esse motivo, a expressão “Sobre a evasão” possui a preposição “Sobre”, portanto, esta expressão não é o sujeito, mas sim adjunto adverbial de assunto. Note que os termos “O bullying”, “Violência”, “Tese de doutorado” e “Essas escolas” não estão preposicionados e forçam o verbo a flexionar de acordo com eles. Gabarito: A Questão 2: Correios – 2006 – Contador (banca AOCP) Em Estamos dispostos a ouvi-los, o verbo “ouvir” é:

a) Transitivo direto. b) Transitivo indireto. c) Transitivo direto e indireto. d) Intransitivo. Comentário: Alguém ouve alguém! Veja que esse verbo exige um complemento sem preposição. Por isso, é transitivo direto, e o termo “-los” é o

sujeito predicado

Concordância verbal

Concordância nominal

Regência verbal

Regência nominal

Predicado Nominal

Predicado Verbal

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objeto direto. Gabarito: A

Cabe agora aprofundarmos um pouco mais na relação dos termos para entendermos melhor a pontuação. Para isso, vamos ver a aplicação do verbo intransitivo.

Intransitivo: Verbo que não exige complemento verbal.

Adoeci. Fui à praia.

verbo intransitivo adjunto adverbial de lugar predicado verbal

Na realidade, há dois tipos de verbos intransitivos.

O primeiro diz respeito àquele que não exige nenhum termo que complemente seu sentido, como “Adoeci.”; “Juvenal morreu.”; “Um vendaval ocorreu.”. Esses verbos não necessitam de termo que os complete. Esse tipo de intransitividade mostra que o verbo por si só já transmite o sentido necessário; podendo o autor acrescentar termos acessórios para transmitir mais clareza ou ser mais pontual no sentido, por exemplo: “Adoeci por causa do mal tempo.”; “Juvenal morreu anteontem.” e “Um vendaval ocorreu aqui.”.

Por outro lado, existe a intransitividade que necessita de um termo que produza sentido. Se alguém diz que vai, tem que dizer que vai a algum lugar. Se alguém diz que voltou, tem que continuar a fala mostrando de onde voltou. Por isso muita gente confunde esse tipo de intransitividade com a transitividade indireta; mas há uma diferença muito grande, pois o termo que completa o sentido deste tipo de intransitividade transmite normalmente circunstâncias de lugar ou modo.

Veja:

Vou a São Paulo. Vim de Manaus. Estou bem.

O objeto indireto apenas completa o sentido do verbo, ele não transmite valores circunstanciais de lugar ou de modo, sentidos que são demonstrados nos vocábulos “a São Paulo”, “de Manaus” e “bem”. Quando se quer saber se há circunstância de lugar ou modo, faz-se a pergunta “Onde?”, “Como?”, respectivamente. Assim, é importante notarmos os valores dos adjuntos adverbiais, que são demonstrados em sua maioria no uso das preposições, as quais serão enfatizadas a seguir. Didaticamente, podemos dividir o adjunto adverbial em dois tipos:

Adjunto adverbial solto: O problema ocorreu, naquela tarde de sábado. Adjunto adverbial preso: Eu estou bem. Eu estou em São Paulo.

Eu vim de São Paulo.

Caro aluno, esta divisão dos adjuntos adverbiais é apenas didática, não é cobrada em prova dessa forma, mas entendermos isso é importante para a pontuação. Veja que não é comum vermos vírgula separando adjuntos

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adverbiais presos, como as três últimas frases. Já com o adjunto adverbial solto, é natural inserir a vírgula.

Veja: O problema ocorreu, naquela tarde de sábado. Adjunto adverbial: É o termo que modifica o verbo, o adjetivo ou o

advérbio, atribuindo-lhes uma circunstância qualquer. Abaixo listei para você o nome da palavra (morfologia) e a função que esta palavra desempenha na oração (sintaxe).

morfologia artigo + substantivo verbo advérbio de intensidade

Os atletas correram muito. sintaxe

adj adn + núcleo verbo intransitivo adjunto adverbial de intensidade

sujeito predicado verbal período simples

morfologia pronome + substantivo verbo + advérbio

de intensidade adjetivo

Seu projeto é muito interessante. sintaxe

adj adn + núcleo VL + adj adverbial de intensidade

Predicativo do sujeito

sujeito predicado nominal

período simples

morfologia artigo + substantivo verbo + advérbio de intensidade

advérbio

O time jogou muito mal.

sintaxe

adj adn + núcleo VI + adj adverbial de intensidade

adjunto adverbial de

modo

sujeito predicado verbal período simples

Observações:

a) O adjunto adverbial pode ser representado por um advérbio, uma locução adverbial ou um pronome relativo (que será visto adiante).

Deixei o embrulho aqui. (advérbio) À noite conversaremos. (locução adverbial) A empresa onde trabalhei faliu. (pronome relativo)

b) Pode ocorrer elipse da preposição antes de adjuntos adverbiais de tempo e modo:

Aquela noite, ela não veio. (Naquela noite)

Domingo ela estará aqui. (No domingo) Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (De ouvidos atentos)

Veja os principais valores semânticos dos adjuntos adverbiais, a depender da preposição e das locuções prepositivas nocionais.

1. assunto:

sobre: conversar sobre política; falar sobre futebol.

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quanto a: Não nos expressamos quanto à fatalidade do acidente.

2. causa:

a: morrer à fome; acordar aos gritos das crianças; voltar a pedido dos amigos.

ante: Ante os protestos, recuou da decisão. (Perceba que não há preposição “a” após “ante”. Diz-se ante a, ante o, e não *ante à, *ante ao.)

com: assustar-se com o trovão; ficar pobre com a inflação. de: morrer de fome; tremer de medo; chorar de saudade. devido a: Encontrou seu futuro, devido a muito esforço. diante de: Diante de tais ofertas, não pude deixar de comprar. em consequência de: Em consequência de seu estudo eficaz, passou

em primeiro lugar. em virtude de: Em virtude de muitas vaias, o show foi interrompido. em face de: O que o salvou, em face do perigo, foi sua habitual calma.

(em virtude de) face a: Face a tantos perigos, resolveu voltar. graças a: Graças ao estudo, passou no concurso. por: encontrar alguém por uma coincidência; foi preso por vadiagem

Esta preposição também pode ser entendida como em favor de: morrer pela pátria; lutar pela liberdade; falar pelo réu. Não deixa de possuir valor causal.

3. companhia:

com: ir ao cinema com alguém; regressar com amigos.

4. concessão (contraste, oposição) apesar de: Foi à praia apesar do temporal. Obs.: Ocorre quando há uma oposição em relação ao verbo. Não se vai,

normalmente, à praia em dia de temporal. com: Com mais de 80 anos, ainda tem planos para o futuro. malgrado: Malgrado a chuva, fomos ao passeio.

5. condição: Sem: Sem o empréstimo, não construiremos a casa.

6. conformidade:

a: puxar ao pai; escrever ao modo clássico; sair à mãe. conforme: Agiu conforme a situação. por: tocar pela partitura; copiar pelo original.

7. lugar:

a: (destino - em correlação com a preposição de): de Santos a Guarujá; daqui a Salvador.

Obs.: Usa-se indiferentemente à/na página. Ex.: A notícia está à/na página 28 do jornal. Usa-se ainda a páginas, mas não as páginas ou às páginas. Ex.: A notícia está a páginas 28 do jornal.

ante: A verdade está ante nossos olhos; até: indica o limite, o término de movimento, e, acompanhando

substantivo com artigo (definido ou indefinido), pode vir ou não seguida da preposição a:

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Caminharam até a entrada do estacionamento. ou

Caminharam até à entrada do estacionamento.

de: (relação de origem): vir de Madri. desde: dormir desde lá até cá. em: (estático): ficar em casa; o jantar está na mesa. Observação: O uso da preposição “em” com verbos ou expressões de

movimento caracteriza coloquialidade (o que deve ser evitado na norma culta): chegar em casa, ir no supermercado, voltar na escola, levar as crianças na praia, dar um pulo na farmácia, etc. O correto é: chegar a casa; ir ao supermercado; voltar à escola; levar as crianças à praia; ir à farmácia.

defronte: Ela mora defronte à igreja. em frente a: Em frente à escola estava ele. entre: os Pireneus estão entre a França e a Espanha; ficar entre os

aprovados. para: ir para Madri; apontar o dedo para o céu. perante: (posição em frente); perante o juiz, negou o crime. (Perceba

que não há preposição “a” após “perante”. Diz-se perante a juíza, perante o juiz, e não *perante à, *perante ao.)

por: ir por Bauru, morar por aqui. sob: (posição inferior): ficar sob o viaduto. sobre: (posição superior): o avião caiu sobre uma lavoura de arroz;

flutuar sobre as ondas; (direção): ir sobre o adversário. trás: no português atual, a preposição trás não é usada isoladamente;

atua, sempre, como parte de outras expressões: nas locuções adverbiais “para trás” e “por trás” (ficar para trás, chegar por trás) e na locução prepositiva “por trás de” (ficar por trás do muro).

8. modo:

a: bife à milanesa; jogar à Telê Santana. com: andar com cuidado; tratar com carinho. de: olhar alguém de frente, ficar de pé. em: ir em turma, em bando, em pessoa; escrever em francês. por: proceder à chamada de alunos por ordem alfabética; saber por

alto o que aconteceu. sem: indica a relação de ausência ou desacompanhamento: estar sem

dinheiro; sob: sair sob pretexto não convincente.

9. tempo:

com: (simultaneidade): o povo canta, com os soldados, o Hino Nacional; com o tempo os frutos amadurecem.

de: dormir de dia, estudar de tarde, perambular de noite; de pequenino é que se torce o pepino.

desde: desde ontem estou assim. em: fazer a viagem em quatro horas; o fogo destruiu o edifício em

minutos, no ano 2000. entre: ela virá entre dez e onze horas.

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para: ter água para dois dias apenas; para o ano irei a Salvador; lá para o final de dezembro viajaremos.

por: estarei lá pelo Natal; viver por muitos anos; brincar só pela manhã.

sob: houve muito progresso no Brasil sob D. Pedro II.

Muitas vezes, numa locução, a preposição “a” pode ser trocada por outra, sem que isso acarrete prejuízo de construção ou de significado. Eis alguns exemplos: à/com exceção de, a/ em meu ver, a/com muito custo, em frente a/de, rente a/com, à/na falta de, a/em favor de, em torno a/de, junto a/com/de.

Questão 3: Prefeitura S. Agostinho – 2010 – Contador (banca AOCP) Assinale a expressão que NÃO apresenta um adjunto adverbial destacado.

(A) “Aparelho ligado durante toda a noite pode provocar excesso...” (B) “...o clima é seco e isso favorece a baixa umidade.” (C) “...pode levar a um excesso de umidade nas paredes...” (D) “...podem ficar no quarto durante toda a noite.” (E) “O bloqueio de massa de ar quente e seco nessas regiões.” Comentário: A alternativa (A) apresenta o adjunto adverbial de tempo “durante toda a noite”. Note que podemos fazer a pergunta: “quando?”. A alternativa (B) é a errada, pois o termo “a baixa umidade” é exigido pelo verbo transitivo direto “favorece”. Por isso o termo sublinhado é o objeto direto. As alternativas (C), (D) e (E) estão corretas, pois os termos “nas paredes”, “no quarto” e “nessas regiões” são adjuntos adverbiais de lugar. Perceba que podemos fazer a seguinte pergunta: “onde?”. Gabarito: B Questão 4: Prefeitura Angra dos Reis – 2006 Auditor Adm (banca CEPERJ) “Em excesso, a bebida está associada a danos nas regiões cerebrais ligadas à memória e ao aprendizado”; o segmento em excesso traz a idéia de:

A) condição; B) tempo; C) comparação; D) conformidade; E) finalidade. Comentário: Note que podemos subentender nesta expressão o seguinte: “se consumida em excesso”. Assim, percebemos o valor adverbial condicional. Gabarito: A

Questão 5: Banco Central do Brasil 2009 - Analista (banca Cesgranrio) A circunstância expressa pelos termos em destaque está corretamente indicada em

(A) “Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem algo para ser visto pela janelinha do carro,” – lugar

(B) Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem, algo para ser visto pela janelinha do carro, ora esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto. – concessão.

(C) Passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em mãos

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rotas – modo. (D) “Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos

de TV.”– consequência. (E) “Embora violenta, a miséria ainda nos excluía.” – condição. Comentário: Questão simples, não é mesmo?!!! A alternativa (A) é a correta, pois subentendemos que alguém pode olhar algo por algum lugar. Veja que podemos fazer a pergunta: Para ser visto por onde? Nas alternativas (B) e (C), as locuções adverbiais “sobre a calçada” e “em mãos rotas” também possuem as circunstâncias de lugar. Na alternativa (D), a locução adverbial “Com o tempo” possui valor de tempo. Na alternativa (E), a conjunção “Embora” tem valor adverbial concessivo. Gabarito: A

Questão 6: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: A indústria cultural não é simplesmente mais um ramo da produção na diversificada produção capitalista, ela foi concebida e reorganizada para preencher funções sociais específicas, antes preenchidas pela cultura burguesa, alienada de sua base material.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) De acordo com as idéias do texto, a preposição “antes”(ℓ.3) pode ser substituída pela expressão até então, sem prejudicar a coerência textual ou a correção gramatical. Comentário: Para isso, basta substituir. Veja:

A indústria cultural não é simplesmente mais um ramo da produção na diversificada produção capitalista, ela foi concebida e reorganizada para preencher funções sociais específicas, antes preenchidas pela cultura burguesa, alienada de sua base material.

A indústria cultural não é simplesmente mais um ramo da produção na diversificada produção capitalista, ela foi concebida e reorganizada para preencher funções sociais específicas, até então preenchidas pela cultura burguesa, alienada de sua base material.

O advérbio “antes” marca um tempo anterior, algo preservado pela expressão “até então”, a qual sinaliza um limite de tempo no passado. Gabarito: C

Questão 7: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: A indústria cultural, além disso, cria a ilusão de que a felicidade não precisa ser adiada para o futuro, por já estar concretizada no presente – basta lembrar o caso da telenovela brasileira. E, finalmente, ela elimina a dimensão crítica ainda presente na cultura burguesa, fazendo as massas que consomem o novo produto da indústria cultural esquecerem sua realidade alienada. Com a dissolução da obra de arte e da cultura no cotidiano, extinguem-se a remessa para o futuro e a promessa de felicidade, inerentes à obra de arte burguesa.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Considerando os sentidos textuais, a preposição “Com”(ℓ.6), ao iniciar o último

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período sintático do texto, introduz um objetivo para a idéia expressa na oração anterior. Comentário: A expressão “Com a dissolução da obra de arte e da cultura no cotidiano” é um adjunto adverbial de causa (e não um objetivo, uma finalidade). Entendemos do texto que, por causa dessa dissolução, extinguem-se a remessa para o futuro e a promessa de felicidade, inerentes à obra de arte burguesa. Por isso, a afirmativa está errada. Gabarito: E

Pontuação com adjunto adverbial “solto”

É marcante nos adjuntos adverbiais a sua mobilidade posicional, pois este termo pode movimentar-se para o início, para o meio ou para o fim da oração. Essa mobilidade é percebida nos termos soltos, os quais não são exigidos pelo verbo, mas apenas ampliam o contexto com a circunstância. Isso é notado principalmente nos advérbios de lugar, tempo e modo; nos advérbios que modificam toda a oração (e não somente um termo); e nas locuções adverbiais:

O custo de vida é bem alto em Brasília. Em Brasília, o custo de vida é bem alto. O custo de vida, em Brasília, é bem alto. O custo de vida é bem alto, em Brasília.

Prefeitos de várias cidades foram a Brasília. A Brasília prefeitos de várias cidades foram. Prefeitos de várias cidades a Brasília foram. Naturalmente, você já percebeu o problema. Sim, eu sei.

Quando a locução adverbial solta for de grande extensão e estiver

antecipada da oração ou no meio dela, a vírgula será obrigatória. Se estiver no final, a vírgula será facultativa.

Antes da última rodada, o time já se dizia campeão. O time, antes da última rodada, já se dizia campeão. O time já se dizia, antes da última rodada, campeão. O time já se dizia campeão, antes da última rodada. O time já se dizia campeão antes da última rodada.

Questão 8: ALERJ – 2011 Assessoramento a Comissões (banca CEPERJ) Substituindo-se a expressão “acima de tudo” por “sobretudo”, o segmento “O funcionário público, acima de tudo, deve desfazer-se da roupagem antiga ...” pode ser reescrito, sem alteração semântico-sintática, do seguinte modo:

A) Sobretudo o funcionário público deve desfazer-se da roupagem antiga... B) O funcionário público deve, sobretudo, desfazer-se da roupagem antiga... C) O funcionário público deve desfazer-se, sobretudo da roupagem antiga... D) O funcionário público deve desfazer-se da roupagem antiga sobretudo...

Esta locução adverbial de lugar não é exigida pelo verbo, por isso se considera um termo solto, o qual pode receber vírgula. Compare com a seguinte.

Esta locução adverbial de lugar é exigida pelo verbo, por isso não se considera termo solto, ela pode se mover na oração, mas não recebe vírgula.

Os advérbios referem-se a toda a oração.

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E) O funcionário público deve desfazer-se da roupagem sobretudo antiga... Comentário: Vimos que o adjunto adverbial solto pode movimentar-se entre os termos da oração, mas devemos atentar que, em determinados contextos, há possibilidade de mudança de sentido. Por isso, para manter o sentido original, neste contexto, o advérbio “sobretudo” deve ficar próximo desta locução verbal. Portanto, a alternativa (B) é a correta, pois o advérbio se encontra intercalado na locução verbal e está corretamente separado por dupla vírgula. Compare:

“O funcionário público, sobretudo, deve desfazer-se da roupagem antiga ...” “O funcionário público deve, sobretudo, desfazer-se da roupagem antiga ...”

As alternativas (A), (D) e (E) estão erradas, pois o advérbio “sobretudo” está distante da locução verbal, por isso o sentido mudou. A alternativa (C) está errada, pois uma só vírgula entre a locução verbal e o advérbio “sobretudo” indica que este advérbio não modifica a estrutura verbal, mas a expressão “da roupagem antiga”. Assim, o sentido mudou. Gabarito: B Questão 9: Prefeitura Cantagalo – 2006 Assistente Social (banca CEPERJ) “A nossa foi assunto de família, resolvido com elegância.” — determina alteração semântica reescrever esse segmento do seguinte modo:

A) A nossa foi assunto resolvido em família, com elegância. B) A nossa foi assunto resolvido com elegância, em família. C) A nossa foi assunto elegante, resolvido em família. D) A nossa foi assunto elegantemente resolvido em família. Comentário: A expressão “com elegância” é o adjunto adverbial de modo e se refere a “resolvido”, e “resolvido” caracteriza “assunto”. Entre as alternativas (A) e (B), houve apenas a inversão dos termos “com elegância” e “em família”. Por isso, preservam o sentido. O erro está na alternativa (C), pois “elegante” passou a adjetivo, caracterizando o substantivo “assunto”. Assim, mudou o sentido. Na alternativa (D), houve apenas a transformação da locução adverbial de modo “com elegância” em advérbio “elegantemente”. Os dois ocupam a função sintática de adjunto adverbial de modo. Gabarito: C Palavras denotativas:

Há palavras semelhantes aos advérbios, mas que não constituem circunstâncias. São as chamadas palavras denotativas. Veja algumas importantes.

1. Designação: eis:

Eis o homem!

Esta construção admite que o substantivo posterior seja substituído pelo pronome oblíquo átono o, na forma Ei-lo!

2. Exclusão: exceto, senão, salvo, menos, tirante, exclusive, ou melhor etc.

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Voltaram todos, menos André. Roubaram tudo, salvo o telefone.

3. Limitação: só, apenas, somente, unicamente:

Só Deus é imortal. Apenas um livro foi vendido.

A possibilidade de cobrança em prova é na interpretação de texto. Quando se inserem as palavras só, somente, apenas; há o recurso textual chamado palavra categórica. Ele transmite uma ideia veemente do autor, que não abre caminhos para outra possibilidade. Isso dirige a interpretação de texto. Veja:

Só o rico ganha. O dinheiro chega apenas à classe nobre. Compare com as estruturas sem essas palavras categóricas:

O rico ganha. O dinheiro chega à classe nobre. Naturalmente, você observou que o sentido mudou significativamente.

Na prova normalmente o texto sugere algo de maneira geral, com a segunda construção. Já, na interpretação de texto, a banca inclui a palavra categórica para o candidato perceber o erro.

4. Explicação, explanação ou exemplificação: a saber, por exemplo, isto é, como, ou melhor etc.

Eram três irmãos, a saber, Pedro, Antônio e Gilberto. Lá, no inverno, usa-se roupa pesada, como sobretudo e poncho. Os elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, fogo, água e ar.

Esses valores são normalmente separados por vírgula ou dois-pontos. Pode-se ter em mente que, quando se explica, quer-se ratificar, confirmar argumentos; então isso pode ser cobrado numa interpretação de texto ou no uso da pontuação.

5. Inclusão: mesmo, além disso, ademais, até, também, inclusive, ainda, sobretudo etc.

Até o professor riu-se. Ninguém veio, mesmo o irmão. I - Costumam-se ficar entre vírgulas as estruturas além disso,

também, inclusive, ainda. Normalmente a banca insere apenas uma das vírgulas e isso torna o texto errado.

Ele disse, inclusive que não viria hoje. (errado)

Ele disse, inclusive, que não viria hoje. (certo)

II – Cumpre lembrar que não se pode confundir o valor de mesmo (inclusão), mesmo (pronome demonstrativo de valor adjetivo) e advérbio de afirmação/certeza. O primeiro não se flexiona e pode ser substituído por até, inclusive: Mesmo ela realizou as atividades. O segundo flexiona-se e diz respeito a um reforço reflexivo, equivalendo a sozinha:

Ela mesma realizou as atividades.

O terceiro não se flexiona e serve para ratificar, confirmar uma ação, equivalendo-se a sim, com certeza:

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Ela realizou mesmo as atividades.

6. Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes etc.

Comprei cinco, aliás, seis livros. Correu, isto é, voou até nossa casa.

Para a banca é importante notar a ideia de correção ao que foi dito anteriormente e por isso a expressão deve ficar separada por vírgula(s). Note que a expressão “isto é” também foi vista como explicação (ratificação), por isso deve-se ter muito cuidado com o contexto.

7. Situação: mas, então, pois, afinal, agora, etc.

Mas que felicidade. Então duvida que se falasse latim? Pois não é que ele veio. Afinal, quem tem razão? Posso mostrar-lhes o sítio; agora, vender eu não vendo.

A banca pergunta se os vocábulos “Mas”, “Então” e “Pois”, nestes casos, possuem valor de oposição, conclusão e explicação, respectivamente. Pode-se notar claramente que não; estes vocábulos apenas motivam o início do discurso, como ocorre com o coloquialismo “Hum...”, “senão vejamos”, etc.

8. Expletivo e realce: é que; lá, cá, só, ora, que, mesmo, embora.

Nós é que somos brasileiros. Eu sei lá! Eu cá me arranjo. Vejam só que coisa! Ora, decidamos logo o negócio. Oh! Que saudades que tenho! É isso mesmo. Vá embora!

Normalmente as palavras expletivas ocorrem por motivo de ênfase e estilo; mas o vocábulo “ora” geralmente inicia uma consideração do autor, uma avaliação que pode também ser entendida como conclusão.

9. Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem:

Felizmente não me machuquei. Ainda bem que o orador foi breve! Questão 10: Prefeitura Camaçari – 2010 – Analista (banca AOCP) Em “Além disso, foram eliminados órgãos equivalentes às diretorias regionais de ensino.”, a expressão destacada

(A) introduz uma explicação. (B) reitera um argumento citado. (C) aponta para uma conclusão. (D) adiciona um argumento. (E) aponta para uma causa. Comentário: A expressão “Além disso” é uma das palavras denotativas de adição, por isso denota uma adição de argumentos, e a alternativa correta é a (D). Gabarito: D Questão 11: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “como os depósitos a vista”(ℓ.3) como, também, os depósitos a vista Comentário: A expressão “como os depósitos a vista e os recursos em trânsito” é denotativa de exemplificação. Note que há uma exemplificação sobre o que são os ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados. Com a inserção do vocábulo “também”, deixa de haver a exemplificação, os depósitos a vista e os recursos em trânsito passam a compor o segundo e terceiro elementos da enumeração do agente da passiva composto. Notadamente, a substituição sugerida não está de acordo com as ideias do texto e, para haver correção gramatical, é necessária a substituição da preposição “a” pela preposição “por” em contração com o artigo “os” (pelos). Compare:

A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como, também, (pelos) depósitos a vista e (pelos) recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação. Gabarito: E Questão 12: Prefeitura São Gonçalo – 2011 Analista (banca CEPERJ) No trecho “O leitor médio brasileiro só alcança o nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades.”, não determina alteração semântico-sintática e problema de coesão ou de coerência deslocar a palavra destacada no trecho, do seguinte modo:

A) Só o leitor médio brasileiro alcança o nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades.

B) O leitor médio brasileiro alcança só o nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades.

C) O leitor médio brasileiro alcança o nível, só dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades.

D) O nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades só alcança o leitor médio brasileiro.

E) Só o nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades alcança o leitor médio brasileiro.

Comentário: A palavra “só” tem o sentido de “somente”, “apenas”. É uma palavra denotativa de limitação. Nesta questão, basta observar qual expressão ou palavra é limitada por ela. Na frase original, esta palavra se liga ao verbo “alcança”, limitando-o. Por isso, a alternativa (B) é a correta, pois houve apenas o deslocamento da palavra “só” para depois do verbo “alcança”, preservando o sentido de limitação deste verbo.

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Na alternativa (A), a palavra denotativa limita o substantivo “leitor”. Assim, muda o sentido:

Apenas o leitor médio brasileiro alcança o nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades.

Na alternativa (C), a palavra denotativa limita a expressão “dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades”. Assim, muda o sentido:

O leitor médio brasileiro alcança o nível, apenas dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades.

Na alternativa (D), a reordenação da oração fez com que mudasse o sujeito e o predicado. Assim, há, inevitavelmente, mudança de sentido.

O nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades só alcança o leitor médio brasileiro.

Na alternativa (D), a reordenação da oração fez com que mudasse o sujeito e o predicado. Além disso, a palavra denotativa passa a limitar o substantivo “nível”. Assim, muda-se o sentido

Apenas o nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades alcança o leitor médio brasileiro. Gabarito: B Questão 13: Câmara Volta Redonda – 2006 Agente Contábil (banca CEPERJ) Apresenta valor expletivo a expressão sublinhada em:

A) “...e que lucro há na magra aposentadoria?” B) “Eu é que lá não vou.” C) “Além do mais, me causa implicância...” D) “...que a gente tem de atravessar...” Comentário: A palavra denotativa expletiva simplesmente realça algo na frase; pode ser retirada sem interferir no sentido. Assim, a alternativa correta é a (B), pois a expressão “é que” caracteriza-se como denotativa expletiva. Ela apenas realça a informação. Note que podemos retirar tal expressão sem prejuízo ao argumento na frase: Eu é que lá não vou. Eu lá não vou. Na alternativa (A), a palavra “que” é um pronome interrogativo: não podemos retirá-la da frase. Na alternativa (C), a expressão “Além do mais” é denotativa de adição. Ela não apenas realça, ela soma uma informação à anterior. Na alternativa (D), “tem de atravessar” é uma locução verbal, a qual não pode ficar sem seu verbo auxiliar. Gabarito: B Questão 14: IBASCAF – 2010 – Advogado (banca Dom Cintra) A frase abaixo em que a negação em negrito tem valor praticamente expletivo é:

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A) “As espécies que não desenvolveram a escrita...” B) “Pense em quantas ideias não desapareceram para sempre...” C) “...procurando alguma coisa que ele ainda não sabia o que era” D) “Nas sociedades não letradas as lembranças sobrevivem na recitação...” E) “O salmão sabe, não sabendo, o caminho certo para o lugar onde nasceu...” Comentário: Para ser uma palavra denotativa expletiva, pode ser excluída e não haverá mudança brusca de sentido. Naturalmente, você vai perceber que a alternativa (B) apresenta a palavra “não”, a qual não traz sentido de negação ao verbo “desapareceram”. Apenas enfatiza, realça este processo verbal. Fazemos muito uso disso na linguagem coloquial:

Imagine quantas pessoas não existem neste mundo!!! Pense em quantas pessoas não estão estudando como você agora!!! Gabarito: B Questão 15: TCE SP 2005 Agente de Fiscalização Financeira (banca FCC) Fragmento do texto: O leitor de Maquiavel acaba encontrando nesse texto admirável uma série de análises e revelações que permitem desmascarar os habituais embustes das ideologias mais abstratas, dessas que se apegam a supostos princípios de validade universal para melhor encobrirem práticas de proveito particular. Ou seja: além de ser útil aos “príncipes”, essa obra continua sendo valiosa para todo aquele que queira se inteirar da lógica que comanda as ações de quem deseja alcançar o poder e nele se manter. No contexto do último período do texto, o sentido da expressão além de ser útil é equivalente ao da expressão

(A) ainda que fosse útil. (B) a fim de ser útil. (C) uma vez sendo útil. (D) à medida que é útil. (E))ademais de ser útil. Comentário: A expressão “além de” faz parte das palavras denotativas de inclusão. Assim, esta expressão pode ser substituída pelo vocábulo de igual valor semântico “ademais”. A locução conjuntiva “ainda que” tem valor adverbial concessivo; “a locução prepositiva “a fim de” tem valor adverbial de finalidade; “uma vez sendo” tem valor adverbial causal; “à medida que” tem valor adverbial proporcional. Gabarito: E

Objeto direto: Vimos que esse termo é o complemento de um verbo transitivo direto. Ele tem como núcleo um substantivo ou palavra de valor substantivo.

Perdi os documentos.

Note que “documentos” é o núcleo (palavra mais importante do termo) do objeto direto e é um substantivo. O objeto direto se apresenta de diferentes formas.

I - Objeto direto pleonástico: Normalmente, por uma questão de ênfase, antecipa-se o objeto, colocando-o no início da frase, e depois é repetido por meio de um pronome oblíquo átono. A esse objeto repetido damos o nome de objeto pleonástico ou enfático. É muito comum essa construção no diálogo,

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como um meio de o interlocutor retomar a fala do outro, emendando a sua postura diante do fato:

- O que você acha desta roupa?

- Essa roupa, ninguém a quer.

A expressão “Essa roupa” é o objeto direto e o pronome “a” é o objeto direto pleonástico. Neste caso, ocorre a vírgula.

II - Objeto direto preposicionado: aquele cuja preposição não é exigência do verbo, que é transitivo direto, mas ocorre por ênfase, para se evitar ambiguidade ou por necessidade do próprio complemento.

Amo a Deus. (ênfase) Cumpri com a minha palavra. (ênfase) Ele puxou da espada. (ênfase) Aos mais desfavorecidos atingem essas medidas. (para evitar ambiguidade) Ninguém entende a mim. (necessidade do pronome “mim”)

Note que os verbos amar, cumprir, puxar, atingir e entender não regem preposição, porque são transitivos diretos. Normalmente as provas perguntam se foram esses verbos que exigiram a preposição, mas nesses casos não foram eles que a exigiram.

Nos três primeiros exemplos, perceba que pode haver a seguinte estrutura oracional: Amo Deus; Cumpri a minha palavra; Ele puxou a espada. A inserção da preposição, então, não foi exigida pelo verbo, ela apenas enfatiza o complemento.

No quarto exemplo, se não houvesse a preposição “A” no início da expressão “Aos mais desfavorecidos”, certamente o leitor teria dificuldade em identificar o sujeito (Essas medidas atingiram os mais desfavorecidos ou os mais desfavorecidos atingiram essas medidas?). Essa dupla possibilidade de interpretação é chamada de ambiguidade. Numa situação formal, deve-se evitar essa ambiguidade para que o texto seja o mais claro possível.

No último exemplo, tem-se o pronome pessoal oblíquo tônico “mim”. Se não houvesse a preposição, esse pronome deveria ser oblíquo átono “me”. Isso será visto na aula de pronomes.

III - Objeto direto interno (ou cognato):

Foi visto que verbos intransitivos são aqueles que, por terem sentido completo, não reclamam um complemento (objeto). É comum, no entanto, o emprego desses verbos com um objeto, representado por um substantivo da mesma área semântica do verbo. Muitas vezes, o complemento tem o radical do verbo:

Ele vive uma vida feliz. Dormi o sono dos justos. “Os sonhos mais lindos sonhei....” “E rir o meu riso...”

Essas estruturas são admissíveis em composições de canções, poemas ou prosas com fundo literário. Numa linguagem objetiva, com fundamentação argumentativa, essa construção deve ser evitada.

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IV – Os pronomes oblíquos átonos “me”, “te”, “se”, “o”, “a”, “os”, “as”, “nos”, “vos” cumprem a função sintática de objeto direto: Comprei um carro (comprei-o.).

Questão 16: ANTT Superior 2008 (banca NCE) Assinale a alternativa em que o pronome colocado entre parênteses não preenche corretamente a lacuna:

(A) A destruição _____ prejudicou demais. (os) (B) Os animais não serão extintos: nós ______ ajudaremos. (lhes) (C) Na verdade, em muito pouco ______ ajudaríamos. (as) (D) Admiro ______ a dedicação para com os animais. (lhe) (E) Posso dizer que ainda não ______ conheço bem. (a) Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o verbo “prejudicou” é transitivo direto e o pronome “os” é o objeto direto. A alternativa (B) é a errada, pois o verbo “ajudaremos” é transitivo direto e não admite o pronome “lhes”. O correto é o objeto direto “os”. A alternativa (C) está correta, pois o verbo “ajudaríamos” é transitivo direto e seu objeto direto é o pronome “as”. A alternativa (D) está correta, pois o verbo “admiro” é transitivo direto, o objeto direto é o termo “a dedicação” e o pronome “lhe” possui valor de posse (a sua dedicação). A alternativa (E) está correta, pois o verbo “conheço” é transitivo direto e o pronome “a” é o objeto direto. Gabarito: B Questão 17: AGU Superior 2006 (banca NCE) Assinale a letra que corresponde à melhor redação, considerando correção, clareza e concisão.

(A) As ruas uma a uma o geógrafo às reviu; (B) As casas o geógrafo reviu-as, uma à uma; (C) O geógrafo, às casas, as reviu uma a uma; (D) As casas, o geógrafo reviu-as uma a uma; (E) As casas, as reviu o geógrafo, uma à uma. Comentário: A expressão “uma a uma” possui palavras repetidas, por esse motivo não pode haver crase (veremos isso na aula de crase). O verbo “reviu” é transitivo direto e possui junto a ele o pronome oblíquo átono “as” como objeto direto pleonástico, pois retoma o termo “as ruas”, o qual também é objeto direto e se encontra na mesma oração. Assim, deve haver entre eles uma vírgula. Note que o objeto direto “as casas” não pode receber crase, tampouco o pronome “as”. Com base nessas explicações, a única alternativa correta é a (D).

As casas, o geógrafo reviu-as uma a uma OD sujeito VTD adjunto adverbial de modo OD pleonástico Gabarito: D Questão 18: Manaus Energia – 2007 – Assistente Engenharia (banca AOCP)

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“Amar a Deus sobre todas as coisas”. Este é o primeiro mandamento, segundo consta no livro de Moisés, no Velho Testamento da Bíblia Sagrada. Assinale a alternativa correta em relação ao texto.

a) O verbo amar está empregado erroneamente, pois este verbo não pede preposição.

b) O verbo amar é transitivo direto e o objeto está preposicionado, o que pode perfeitamente acontecer neste caso.

c) O verbo amar é transitivo indireto e sempre pede preposição. d) Neste caso, o erro está na escolha da preposição. Este verbo transitivo

indireto pede outra preposição. e) O verbo amar é intransitivo direto. Comentário: Como vimos na parte teórica, o verbo “amar” pode enfatizar o complemento com a preposição “a”. Esse é um verbo transitivo direto, e não exige preposição. Porém, esta preposição traz um significado a mais, por isso ocorre o objeto direto preposicionado. Por esse motivo, a alternativa (B) é a correta. Gabarito: B

Objeto indireto: complemento de um verbo transitivo indireto.

Necessitamos de apoio.

Ele pode também ser pleonástico: repetição, por meio de um pronome oblíquo, do objeto indireto.

Ao amigo, não lhe peça tal coisa.

A expressão “Ao amigo” é o objeto indireto e o pronome “lhe” é o objeto indireto pleonástico. Neste caso, a vírgula é obrigatória.

Os pronomes oblíquos átonos “me”, “te”, “se”, “lhe”, “lhes”, “nos”, “vos” cumprem a função sintática de objeto indireto:

Obedeço ao chefe (Obedeço-lhe).

Questão 19: Eletrosul – 2008 – Administrador (banca AOCP) Assinale a alternativa correta quanto à função desempenhada pelas expressões destacadas.

a) “...os investidores profissionais não estão imunes a ilusões.” (objeto indireto)

b) “Em vez de traçar uma estratégia sólida, o novato dá grandes tacadas...”. (objeto indireto)

c) “Passaram despercebidos os sinais precoces...”. (objeto direto) d) “Nem todos os enganos são originários da autoconfiança.” (complemento

nominal) e) “No mundo econômico, atitudes incoerentes como essa são quase a

regra.” (sujeito) Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o adjetivo “imunes” exigiu o complemento nominal “a ilusões”. A alternativa (B) está errada, pois o verbo “dá” é transitivo direto e o termo “grandes tacadas” é o objeto direto. A alternativa (C) está errada, pois o verbo “Passaram” está flexionado no plural para concordar com o sujeito “os sinais precoces”. Esse verbo é

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intransitivo e o termo “despercebidos” é um adjetivo na função de predicativo do sujeito. Observação: não podemos admitir o verbo “passaram” como de ligação, pois o verbo “passaram” transmite ação e ocorre no predicado verbo-nominal, o qual será visto adiante. A alternativa (D) é a correta, pois o adjetivo “originários” exige o termo “da autoconfiança”, que é o complemento nominal. A alternativa (E) está errada, pois o termo “No mundo econômico” é o adjunto adverbial de lugar. Gabarito: D Questão 20: TCE AC – 2008 – Analista (banca CESPE) Fragmento do texto: Há um combate pela verdade ou, ao menos, em torno da verdade — entendendo-se que por verdade não quero dizer “o conjunto das coisas verdadeiras a serem descobertas ou aceitas”, mas “o conjunto de regras segundo as quais se distingue o verdadeiro do falso e se atribui ao que é verdadeiro efeitos específicos de poder”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O trecho ‘o conjunto das coisas verdadeiras a serem descobertas ou aceitas’ complementa o sentido da forma verbal “dizer”. Comentário: O verbo “dizer” faz parte da locução verbal “quero dizer”, cujo sujeito está oculto, subentendendo “eu”. Essa locução verbal é transitiva direta e o termo “o conjunto das coisas verdadeiras a serem descobertas ou aceitas” funciona como objeto direto. Lembre-se do que vimos: o objeto direto completa o sentido do verbo transitivo direto. Esse termo recebeu locuções verbais “a serem descobertas ou aceitas”, que fazem parte de orações subordinadas adjetivas restritivas (veremos isso adiante). O que importa é que a expressão “o conjunto das coisas verdadeiras a serem descobertas ou aceitas” completa o sentido do verbo. Gabarito: C Questão 21: TCE TO – 2009 – Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: “O problema do seu pai”, minha mãe me disse certa ocasião, “é que ele é muito bonito”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A expressão “certa ocasião” exerce a função sintática de complemento direto da forma verbal “disse”. Comentário: O termo “certa ocasião” é o momento, é o adjunto adverbial de tempo, e não o objeto direto. Por isso, a afirmativa está errada. Gabarito: E

Adjunto adnominal

Todo termo sintático da oração necessita de um núcleo, constituído de um substantivo ou palavra de valor substantivo. Esse núcleo pode ser caracterizado, determinado, modificado, especificado, restringido por um termo, chamado de adjunto adnominal.

Esse termo pode ser representado por:

1) um artigo: O carro parou. 2) um pronome adjetivo: Encontrei meu relógio.

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3) um numeral adjetivo: Recebi a segunda parcela. 4) um adjetivo: Tive ali grandes amigos. 5) uma locução adjetiva: Tenho uma mesa de pedra.

As nossas primeiras experiências científicas fracassaram. artigo pronome numeral substantivo adjetivo verbo intransitivo

adjuntos adnominais núcleo adj adnominal

sujeito predicado

Questão 22: TCE AC – 2008 – Analista (banca CESPE) Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Nos trechos “cinco fatores estão atuando, em escala mundial, nessa crise”, “e a crise norte-americana” e “o diretor-geral do FMI rompeu o silêncio constrangedor...”, os termos sublinhados qualificam os nomes aos quais se referem. Comentário: Os adjetivos “mundial”, “norte-americana” e “constrangedor” caracterizam os substantivos “escala”, “crise” e “silêncio”. Por isso, ocorreram os adjuntos adnominais. Gabarito: C Complemento nominal

Como vimos no início da aula, a transitividade não é privilégio dos verbos: há também nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) transitivos. Isso significa que determinados substantivos, adjetivos e advérbios se fazem acompanhar de complementos. Esses complementos são chamados de complementos nominais e são sempre introduzidos por preposição:

1) complemento nominal de um substantivo:

Você fez uma boa leitura do texto. sujeito VTD objeto direto complemento nominal

Predicado verbal

Note que o substantivo “leitura” é o nome da ação de “ler”. Como é natural o verbo ser transitivo, o substantivo também fica transitivo. Observe:

Você leu o texto. sujeito VTD objeto

direto Predicado verbal

Compare: Júlia aproveitou o momento. (objeto direto) Júlia tirou proveito do momento. (complemento nominal)

2) complemento nominal de um adjetivo: Você precisa ser fiel aos seus ideais. sujeito locução verbal

de ligação adjetivo na função de predicativo

complemento nominal

Predicado nominal

Quem é fiel é fiel a alguém ou a alguma coisa. Assim, o adjetivo “fiel” é transitivo, ou seja, necessita de complemento.

3) Complemento nominal de advérbio:

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Você mora perto de Maria. sujeito verbo intransitivo advérbio na função de

adjunto adverbial de lugar complemento

nominal Predicado verbal

Note que o advérbio “perto” necessita de um complemento: perto de

algo ou de alguém. Podemos dizer que o complemento nominal é mais uma função substantiva da oração: nos casos citados anteriormente, o núcleo dos complementos é um substantivo (texto, ideais, Maria). Pronomes e numerais substantivos, assim como qualquer palavra substantivada, podem desempenhar essa função. Observe o pronome “lhe” atuando como complemento nominal na oração seguinte:

Não posso ser-lhe fiel: já empenhei minha palavra com outra pessoa. (fiel a alguém)

Observe que o complemento nominal não se relaciona diretamente com o verbo da oração, e sim com um nome que pode desempenhar as mais diversas funções.

A realização do projeto é necessária à população carente. Adj. Adn

núcleo complemento nominal

VL predicativo do sujeito

complemento nominal

sujeito predicado nominal

É natural confundirmos, na estrutura sintática, os termos adjunto adnominal com o complemento nominal. Assim, é necessário abordarmos a diferença entre eles para uma melhor compreensão da sintaxe e da semântica.

Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal

O adjunto adnominal formado por uma locução adjetiva pode ser confundido com o complemento nominal. Normalmente não haverá dúvida, pois, segundo o que foi visto, o adjunto adnominal é constituído de vocábulo de valor restritivo que caracteriza o núcleo do termo de que faz parte. Já o complemento nominal é termo que completa o sentido de um nome. Há dúvida quando os dois termos são preposicionados. Por exemplo:

A leitura do livro é instigante. A leitura do aluno foi boa.

Para percebermos a diferença, é importante passarmos por três critérios:

1º critério:

Adjunto adnominal: Complemento nominal: O termo preposicionado caracteriza o substantivo.

O termo preposicionado complementa um substantivo, adjetivo ou advérbio.

Assim, em orações como “Estava cheio de problemas.”, “Moro perto de você.”, logo no primeiro critério, já saberíamos que “de problemas” e “de você” são complementos nominais, pois completam o sentido do adjetivo “cheio” e do advérbio “perto”, respectivamente. 2º critério:

Adjunto adnominal: Complemento nominal: O substantivo caracterizado pode ser concreto ou abstrato.

O substantivo complementado deve ser abstrato.

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Sabendo-se que um substantivo abstrato normalmente é o nome de uma ação (corrida, pesca) ou de uma característica (tristeza, igualdade) e que o substantivo concreto é o nome de um ser independente, que conseguimos visualizar, pegar (casa, copo). Nas orações “Trouxe copos de vidro.” e “Vi a casa de pedra.”, os termos “de vidro” e “de pedra” são adjuntos adnominais, pois caracterizam os substantivos concretos “copos” e “casa”, respectivamente.

3º critério:

Adjunto adnominal: Complemento nominal: O termo preposicionado é agente. O termo preposicionado é paciente.

Este último normalmente é o cobrado em prova. Se os termos abaixo sublinhados são agentes, automaticamente serão os adjuntos adnominais. Se pacientes, serão complementos nominais. Veja:

Adjuntos adnominais: O amor de mãe é especial. (agente: a mãe ama) A invenção do cientista mudou o mundo. (agente: o cientista inventou) A leitura do aluno foi boa. (agente: o aluno leu)

Complementos nominais: O amor à mãe também é especial. (paciente: a mãe é amada) A invenção do rádio mudou o mundo. (paciente: o rádio foi inventado) A leitura do livro é instigante. (paciente: o livro é lido)

Questão 23: MPE RJ Superior 2007 (banca NCE) Em "entram na lista negra das entidades de proteção ao crédito", o sintagma em negrito tem a mesma função sintática que o termo destacado em:

(A) “... José Vieira ainda divide o sofá da sala…”; (B) “Além de adiar a saída de casa.”; (C) “...entram na lista negra das entidades...”; (D) “...universo dos inadimplentes cresce...”; (E) “...Antônio Praxedes, vice-presidente da Telecheque.”. Comentário: Veja a estrutura para entendermos a função do termo do pedido da questão:

proteger o crédito VTD + OD (termo paciente)

proteção ao crédito nome + CN (termo paciente)

Na alternativa (A), a expressão “da sala” caracteriza o substantivo concreto “sofá”. Ele é um termo restritivo. Por isso, ocorre o adjunto adnominal. Na alternativa (B), a expressão “de casa” é o complemento nominal de substantivo abstrato “saída”. Veja que este substantivo é gerado do verbo “sair”:

Sair de casa VI + adjunto adverbial de lugar

Saída de casa nome + CN

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Como o termo original era um adjunto adverbial, não cabe aqui tentar subentender o valor paciente, pois, se o adjunto adverbial de lugar não tem esse valor, também o complemento nominal gerado a partir dele não terá. A alternativa (C) possui o adjunto adnominal “das entidades”, o qual restringe o substantivo concreto “lista”. A alternativa (D) possui o adjunto adnominal “dos inadimplentes”, o qual restringe o substantivo concreto “universo”. A alternativa (E) possui o adjunto adnominal “da Telecheque”, o qual restringe o substantivo concreto “vice-presidente”. Gabarito: B Questão 24: Pref Poço Redondo 2010 Assistente Social (banca Consulplan) Indique a reescrita de parte do trecho “Eles podem chegar a criar uma ‘atmosfera’ (romântica, de terror, de comicidade) que predispõe o público a perceber a realidade da maneira desejada pelo diretor.” que mantém o sentido do texto e a correção gramatical:

A) Eles podem chegar à criação de uma ‘atmosfera’... B) Eles podem chegar a criar uma ‘atmosfera’ (romântica, de terror, de

comicidade) que predispõem o público... C) ... o público a perceberem a realidade da maneira desejada pelo diretor. D) ... o público a perceber pela realidade da maneira que o diretor deseja. E) ... o qual predispõe o público a perceber a realidade da maneira desejada

pelo diretor. Comentário: Primeiro, veja a estrutura da alternativa (A), que é a correta: Eles podem chegar a criar uma ‘atmosfera’ ... VTD + objeto direto (paciente) Eles podem chegar à criação de uma ‘atmosfera’... nome + complemento nominal (paciente) Assim, o verbo “chegar”, neste contexto, é transitivo indireto e a oração posterior “a criar uma atmosfera” funciona como objeto indireto. Veremos adiante que ela é uma oração subordinada substantiva objetiva indireta. Dentro desta oração, o verbo “criar” é transitivo direto e seu objeto direto é “uma atmosfera”. Note que este último termo é paciente, por ser um complemento verbal. Assim, na segunda estrutura, quando o verbo “criar” passa a substantivo abstrato “criação”, naturalmente o complemento verbal paciente passa a complemento nominal, o qual também é paciente. Na segunda estrutura, tendo em vista o verbo “chegar” ser transitivo indireto e exigir preposição “a” e ser seguido do substantivo “criação”, o qual admite ser antecedido por artigo “a”, ocorre a crase. Assim, a alternativa (A) é a correta. A alternativa (B) está errada, porque o verbo “predispõem” deve se flexionar no singular, por fazer referência ao substantivo “atmosfera”. A alternativa (C) está errada, porque o verbo “perceberem” deve se flexionar no singular, por fazer referência ao substantivo “público”. A alternativa (D) está errada, porque o verbo “perceber” é transitivo

objeto indireto oracional

objeto indireto VTI

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direto. A inserção da preposição “pela” força a mudança de sentido. Passa-se a ter um adjunto adverbial de modo ou meio. A alternativa (E) está errada, porque o pronome relativo “que” retoma o substantivo feminino “atmosfera”, por isso não pode ser substituído por “o qual”. Ele pode ser substituído por “a qual”. Gabarito: A

Questão 25: ANTT Superior 2008 (banca NCE) O elemento sublinhado que representa o paciente do termo

(A) perda da biodiversidade; (B) desaparecimento dos animais; (C) animais da Terra; (D) queda de asteróides; (E) era dos dinossauros. Comentário: A questão está querendo saber qual, dentre as alternativas, possui o complemento nominal (termo paciente). A alternativa (A) está correta, pois “da biodiversidade” é um termo paciente em relação ao substantivo abstrato “perda”. Veja:

perder a biodiversidade perda da biodversidade VTD + OD (termo paciente) nome + CN (termo paciente)

A alternativa (B) possui o adjunto adnominal, pois o termo “dos animais” é um termo agente. Veja:

desaparecerem os animais desaparecimento dos animais. VI + sujeito (agente) nome + Adj Adn (agente)

A alternativa (C) possui adjunto adnominal, porque o termo “da Terra” caracteriza – restringe – o substantivo concreto “animais”. Assim, esse termo não é paciente.

Alternativa (D) possui o adjunto adnominal, pois “de asteróides” é um termo agente. Veja:

Caíram os asteróides queda dos asteróides. VI + sujeito (agente) nome + Adj Adn (agente) A alternativa (E) possui adjunto adnominal, porque o termo “dos dinossauros” caracteriza – restringe – o substantivo concreto “era”. Assim, esse termo não é paciente.

Gabarito: A

Questão 26: CISMEPAR – 2011 – Agente Adm (banca AOCP) Em “Senado aprova criação de cadastro...”, a expressão destacada funciona como

(A) complemento nominal. (B) objeto indireto. (C) agente da passiva. (D) objeto direto. (E) adjunto adnominal. Comentário: O substantivo abstrato “criação” é derivado do verbo “criar”:

criar o cadastro criação de cadastro VTD + OD (termo paciente) nome + CN (termo paciente)

Veja que “de cadastro” é o termo paciente. Por isso, a alternativa correta

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é a (A). Gabarito: A

Predicativo

Esse termo se liga ao sujeito ou ao objeto, atribuindo-lhes uma qualidade ou estado. É representado por diferentes classes gramaticais, como adjetivo, substantivo, numeral e pronome.

A seguir, perceba os pares com predicação nominal e predicação verbal, respectivamente. Nestes exemplos, note que o grupo à esquerda é constituído de verbos de ligação mais os predicativos. É fácil perceber o predicativo, pois basta o sujeito flexionar-se no plural, que o predicativo também se flexionará, pois este caracteriza aquele. Já no grupo da direita, há predicação verbal. Os vocábulos que vêm após os verbos não se flexionam por causa do sujeito, pois são complementos verbais ou adjuntos adverbiais:

O candidato está tranquilo. O candidato está na sala.

Os candidatos estão tranquilos. Os candidatos estão na sala.

Bom filho torna-se bom pai. Bom filho torna a casa.

Bons filhos tornam-se bons pais. Bons filhos tornam a casa.

A aula permanece difícil. A aula permanecerá no feriado.

As aulas permanecem difíceis. As aulas permanecerão no feriado.

Agora, veremos o predicado verbo-nominal. Ele é composto do predicado

verbal, o qual possui como núcleo um verbo transitivo ou intransitivo, mais um predicativo do sujeito ou do objeto, os quais veremos mais especificamente.

I - Predicativo do sujeito (pode ocorrer num predicado nominal ou verbo-nominal)

A estrutura do predicado nominal é: verbo de ligação mais predicativo. Assim,

Ele continua enfermo. Eu sou feliz.

Minha vida é maravilhosa. sujeito Verbo de ligação predicativo do sujeito

predicado nominal

A estrutura do predicado verbo-nominal é:

Predicados nominais Predicados verbais

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Predicado Verbal + predicativo

VTD + OD VTI + OI VTDI + OD + OI VI

O predicativo é constituído de adjetivo restritivo, que acumula uma característica chamada de transitória, pois depende da ação verbal para produzir o sentido desejado.

Veja:

Ela confirmou temerosa o crime. sujeito VTD predicativo do

sujeito objeto direto

predicado verbo-nominal

Durante ou após o ato de confirmar, ela ficou temerosa. Isso é a característica transitória do sujeito. Esta característica pode se deslocar na oração, desde que se separe por vírgula para não se confundir com o adjunto adnominal:

Ela, temerosa, confirmou o crime. Temerosa, ela confirmou o crime. Ela confirmou o crime temerosa.

Sabendo-se que o adjunto adnominal é o termo adjetivo de valor restritivo que está junto ao núcleo, note que a vírgula foi necessária nos dois primeiros exemplos para não se confundir predicativo com adjunto adnominal, pois o adjetivo “temerosa” está próximo ao núcleo do sujeito “ela”. No último exemplo, a vírgula não foi usada justamente porque não se confunde o predicativo do sujeito com o adjunto adnominal, haja vista que o adjetivo “temerosa” está distante do núcleo do sujeito.

II - Predicativo do objeto direto (só pode ocorrer no predicado verbo-nominal)

Carlos deixou Ana zangada. sujeito VTD OD predicativo do OD

predicado verbo-nominal

Da mesma forma, a característica “zangada” ocorre após o ato de deixar. Por isso é transitória.

III - Predicativo do objeto indireto (só pode ocorrer no predicado verbo-nominal)

Gosto de meu filho sempre limpo VTI OI adjunto

adverbial de tempo

predicativo do OI

predicado verbo-nominal

Note que o predicativo pode ser introduzido por preposição:

Chamei-o de louco.

Questão 27: SEMSA / 2005 / Superior (banca Cesgranrio) “A pérola estava murcha,”

O termo em destaque é:

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(A) sujeito. (B) objeto direto. (C) objeto indireto. (D) adjunto adnominal. (E) predicativo do sujeito. Comentário: O termo “A pérola” é sujeito, “estava” é verbo de ligação e “murcha” é o predicativo do sujeito. Por isso, a alternativa correta é a (E). Resposta: E Questão 28: Prefeitura / 2005 / Médio (banca Cesgranrio) “o brasileiro com mais de 60 anos era, antes de tudo, um forte”

O termo em destaque exerce a função de:

(A) sujeito. (B) predicativo do sujeito. (C) objeto direto. (D) objeto indireto. (E) aposto. Comentário: O termo “o brasileiro com mais de 60 anos” é sujeito, “era” é verbo de ligação e “um forte” é predicativo do sujeito. A expressão “antes de tudo” é um adjunto adverbial de tempo. Por isso, a alternativa correta é a B. Resposta: B Questão 29: TERMOAÇU / 2008 / Superior (banca Cesgranrio) O termo da oração em destaque está identificado de acordo com a sintaxe em

(A) “Cantavam tristes,”– adjunto adverbial de modo (B) “De manhã, chegavam ao mercado do peixe...” – adjunto adverbial de

lugar (C) “Viam-se cercados pelos fregueses.” – objeto indireto (D) “Vinham cozinheiras, homens de importância da terra,” – núcleos do

sujeito composto (E) “Pareciam quietos, de noite bem dormida,” – objeto direto Comentário: Na alternativa (A), “tristes” é o predicativo do sujeito. Note que ocorre o predicado verbo-nominal, pois o verbo “Cantavam” é intransitivo, seguido do predicativo do sujeito. O verbo de ligação fica subentendido neste tipo de construção: Cantavam (e estavam) tristes. Na alternativa (B), a expressão “ao mercado do peixe” é o adjunto adverbial de lugar. A expressão “do peixe” é apenas o adjunto adnominal que caracteriza o núcleo “mercado”. Na alternativa (C), “pelos fregueses” não é complemento do verbo. Veremos nas próximas aulas que este termo é o agente da passiva. Na alternativa (D), “cozinheiras, homens de importância da terra” é o sujeito composto do verbo intransitivo “Vinham”. Este sujeito composto tem como núcleos os substantivos “cozinheiras” e “homens”. Por isso, esta é a alternativa correta. Os tipos de sujeito serão vistos nas próximas aulas. Na alternativa (E), “quietos” é predicativo e “Pareciam” é verbo de ligação. Resposta: D Questão 30: Pref Lagarto – 2011 – Médico (banca AOCP) Em “A escola não é uma ilha.”

A expressão uma ilha funciona como

(A) objeto direto. (B) predicativo do sujeito.

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(C) adjunto adnominal. (D) adjunto adverbial. (E) agente da passiva. Comentário: O verbo “é” é de ligação e o termo “uma ilha” é o predicativo do sujeito “A escola”. Gabarito: B

Aposto: É um termo que amplia, explica, desenvolve ou resume o conteúdo de outro termo. O aposto classifica-se em:

1) explicativo Raquel, contadora da firma, está viajando. Um trabalho — tua monografia — foi premiado. Só queria algo: apoio. Obs.: O aposto explicativo pode vir com vírgulas, travessões, parênteses ou dois-pontos.

2) enumerativo ou distributivo Ganhei dois presentes: uma joia especial e um livro raro. Suas reivindicações incluíam muitas coisas: melhor salário, melhores condições de trabalho, assistência médica extensiva a familiares. Obs.: O aposto enumerativo é antecedido por dois-pontos. Isso cai muito em prova.

3) resumitivo ou recapitulativo Glória, poder, dinheiro, tudo passa. Obs.: O sujeito composto “glória, dinheiro, poder” é resumido pelo pronome indefinido tudo. É termo também antecedido de vírgula.

4) especificativo ou apelativo O compositor Chico Buarque é também um excelente escritor. O estado é cortado pelo rio São Francisco. O aposto especificativo, que não pede sinais de pontuação, indica o nome de alguém ou algo dito anteriormente. Observação: O aposto pode se referir também a uma oração: Esforcei-me bastante, o que causou muita alegria em todos. Obs.: Palavras como o, coisa, fato etc. podem referir-se a toda uma oração.

Vocativo

O nome vocativo nos faz pensar em várias palavras ligadas à ideia de “chamar”, “atrair a atenção”: evocar, convocar, evocação, vocação. Vocativo é justamente o nome do termo sintático que serve para nomear um interlocutor a que se dirige a palavra. É um termo independente: não faz parte do sujeito nem do predicado, de valor exclamativo, muitas vezes confundido com o aposto, pois exige vírgulas. Pode aparecer em posições variadas na frase.

Márcia, pegue o seu exemplar. Veja, menina, aquela árvore. Estamos aqui, papai.

Questão 31: Prefeitura C.M. 2009 Auxiliar Adm (banca Consulplan) Em “Quero que abras os olhos, Eugênio, que acordes enquanto é tempo.” as

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vírgulas foram utilizadas para:

A) Marcar expressão de caráter explicativo. B) Marcar termos deslocados. C) Separar termos assindéticos. D) Marcar o vocativo. Comentário: O vocativo é um termo que designa um chamamento, alertar alguém, chamar a atenção de alguém. Para evitar confundi-lo com outros termos sintáticos da oração, ele deve ser separado por vírgulas. Assim, o termo “Eugênio” é o chamamento de alguém, e está entre vírgulas por ser um vocativo. Gabarito: D Questão 32: TCE TO – 2009 – Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: Marx, herdeiro e defensor das postulações do Iluminismo, indagou se as relações de produção e as forças produtivas do capitalismo permitiriam, de fato, a realização da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O trecho “herdeiro e defensor das postulações do Iluminismo” exerce, na oração, a função sintática de vocativo. Comentário: A afirmativa está errada, porque o termo “herdeiro e defensor das postulações do Iluminismo” transmite uma explicação do termo anterior. Por esse motivo é o aposto explicativo, e não vocativo. Vale lembrar que esse termo fica separado por vírgulas. Gabarito: E Questão 33: Correios – 2006 – Contador (banca AOCP) Identifique a alternativa em que há a ocorrência de um vocativo:

a) Edite desconfia de tudo. b) Se Adão tivesse cumprido as ordens do Senhor, a humanidade ficaria

limitada às personagens do paraíso. c) O terremoto causou uma catástrofe, fato que ninguém esperava. d) Amigos, façam seus pedidos! Comentário: Vocativo é um termo que “evoca” alguém. Visualizamos isso no texto também por meio da vírgula. Assim, vemos que a alternativa (D) é a correta, pois o vocábulo “Amigos” está separado por vírgula e demonstra que está sendo chamado. Gabarito: D

Não exploramos todos os termos da oração, outros serão trabalhados nas próximas aulas, tendo em vista o emprego da vírgula e a concordância.

Agora, vamos à sintaxe do período composto. Muita coisa já foi vista na aula passada, quando falamos das orações coordenadas e subordinadas adverbiais. Naquele momento, explorávamos mais a conjunção como elemento de coesão. Veremos, agora, o que são as orações subordinadas substantivas e adjetivas.

O que se cobra na sintaxe da oração subordinada substantiva?

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Basicamente, são cobradas as funções sintáticas dessas orações, principalmente nas funções de sujeito e objeto direto, por suas peculiaridades.

Além disso, é muito cobrado o reconhecimento da palavra “que”. É este vocábulo que normalmente inicia a oração subordinada substantiva. Ela é chamada de conjunção integrante.

Período composto por subordinação substantiva

Para entendermos esse período, vamos retornar à estrutura básica da oração. Percebemos que os termos sujeito, objeto direto, objeto indireto e complemento nominal são termos eminentemente substantivos, pois seus núcleos devem ser substantivos ou palavras de valor substantivo. Os termos predicativo e aposto podem ter núcleos substantivos ou adjetivos, mas cabe agora falarmos apenas de seu valor substantivo.

Por exemplo, “isso” é um pronome. Por possuir valor substantivo, pode ocupar as funções sintáticas faladas anteriormente. Veja:

Isso é lindo. (Isso = sujeito) Vi isso. (isso = OD) Sei disso. (disso = OI) Sou obediente a isso. (a isso = CN) Ela é isso. (isso = predicativo) Só quero uma coisa: isso. (isso = aposto)

Esse é um macete para sabermos se a palavra tem valor substantivo. Basta trocá-la pelo pronome demonstrativo substantivo “ISSO”. Não é sempre que dá certo com o aposto, mas ele tem uma estrutura bem característica.

E por que esse assunto é importante?

Quando os termos sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo e aposto (de valor substantivo) recebem um verbo, transformam-se numa oração subordinada substantiva. Veja:

Era indispensável teu regresso. VL + predicativo (sujeito simples)

período simples (oração absoluta)

Era indispensável que tu regressasses. VL + predicativo Suj + VI

oração principal oração subordinada substantiva subjetiva período composto

Era indispensável tu regressares. VL + predicativo Suj + VI

oração principal oração subordinada substantiva subjetiva (reduzida de infinitivo) período composto

Na frase 1, temos apenas uma oração (período simples), pois há apenas um verbo: “Era”. Esse verbo é de ligação, seguido do predicativo “indispensável” e o sujeito “teu regresso”.

Na frase 2, o então sujeito “teu regresso” recebeu um verbo e foi modificado para “que tu regressasses”. Assim, há duas orações (período composto). Note que esta oração recentemente formada não produz sentido sozinha; por isso a chamamos de subordinada. Ela é considerada substantiva

1

2

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por ter sido gerada de um termo substantivo. Para se reforçar isso, podemos trocá-la pelo pronome “isso” (Isso era indispensável). O pronome “isso” continua na função de sujeito, então a oração sublinhada terá a função de sujeito da oração principal.

Note que a oração subordinada substantiva será sempre o termo que falta na oração principal. Confirme isso na frase 2: na oração principal só há VL + predicativo; falta o sujeito, que é toda a oração posterior. Esta oração é chamada de desenvolvida, pois possui conjunção integrante “que” e o verbo está conjugado em tempo e modo verbal (regressasses).

Na frase 3, a oração sublinhada perdeu a conjunção integrante “que” e isso fez com que reduzíssemos a quantidade de vocábulos da oração. Assim, o verbo que se encontrava conjugado passou a uma forma infinitiva. Por esse motivo, dizemos que a oração sublinhada na frase é reduzida de infinitivo.

Seguem agora outras estruturas em que o termo, ao receber o verbo, passa a ser uma oração subordinada substantiva.

Na ata da reunião constava a presença deles. (Isso constava na ata da reunião) adjunto adverbial de lugar + VI + sujeito

Na ata da reunião constava que eles estavam presentes. (Isso constava...) oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva

Na ata da reunião constava eles estarem presentes. (Isso constava...) oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo

Foi anunciado o debate deles. (Isso foi anunciado) locução verbal + sujeito

Foi anunciado que eles debateriam. (Isso foi anunciado) oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva

Foi anunciado eles debaterem. (Isso foi anunciado) oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo

As orações subordinadas substantivas subjetivas são também denominadas de sujeito oracional. Vale lembrar que o verbo da oração principal que tem como sujeito a oração subordinada substantiva subjetiva deve ficar sempre na terceira pessoa do singular. Assim, mesmo que haja vocábulos no plural no sujeito oracional, a oração principal permanecerá com o verbo no singular. Veja que o verbo “constava” não se flexionou no plural, mesmo o sujeito oracional possuindo vocábulos no plural.

Agora veremos os complementos verbais. Perceba que, na oração principal, o verbo possui sujeito, é transitivo direto ou indireto e necessita de um complemento, o qual será toda a oração posterior.

Economistas previram um aumento no desemprego. (Economistas previram isso.) sujeito + VTD + objeto direto

Economistas previram que o desemprego aumentaria. (Economistas previram isso.)

oração principal + oração subordinada substantiva objetiva direta

Economistas previram aumentar o desemprego. (Economistas previram isso.)

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oração principal + oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo

Mas cabe uma peculiaridade da oração subordinada substantiva objetiva direta. Essas orações atuam como objeto direto da oração principal:

Nas frases interrogativas indiretas, as orações subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pela conjunção subordinada integrante “se” e por pronomes ou advérbios interrogativos:

Ninguém sabe se ela aceitará a proposta. Ninguém sabe como ela aceitará a proposta. Ninguém sabe quando ela aceitará a proposta. Ninguém sabe onde ela aceitará a proposta. Ninguém sabe qual é a proposta. Ninguém sabe quanto é a proposta.

Com os verbos deixar, mandar, fazer (chamados auxiliares causativos) e ver, sentir, ouvir, perceber (chamados auxiliares sensitivos) ocorre uma forma peculiar de oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo:

Deixe-me repousar. Mandei-os sair. Ouvi-o gritar.

Nesses três últimos casos, as orações destacadas são todas objetivas diretas reduzidas de infinitivo e, o que é mais interessante, os pronomes oblíquos átonos atuam todos como sujeitos dos infinitivos verbais e são conhecidos por sujeito acusativo. Essa é a única situação da língua portuguesa em que um pronome oblíquo pode atuar como sujeito. Para perceber melhor o que ocorre, convém transformar as orações reduzidas em orações desenvolvidas:

Deixe que eu repouse. Mandei que eles saíssem. Ouvi que ele gritava.

É bom esclarecer que os verbos causativos e sensitivos não formam locução verbal, pois fazem parte de um período composto.

Agora, passemos às orações com função de objeto indireto e complemento nominal. Se o objeto indireto e o complemento nominal (os quais são termos iniciados por preposição) recebem o verbo, naturalmente vão continuar com a preposição antecedendo-os.

Teus amigos confiam em tua vitória. (Teus amigos confiam nisso.) sujeito + VTI + objeto indireto

Teus amigos confiam em que tu vencerás. (Teus amigos confiam nisso.) oração principal + oração subordinada substantiva objetiva indireta

Teus amigos confiam em venceres. (Teus amigos confiam nisso.) oração principal + oração subordinada substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo

Perceba que, na completiva nominal, não é o verbo que exige o complemento, é o nome.

Teus pais estavam certos de tua volta. (Teus pais estavam certos disso.) sujeito + VL + predicativo + complemento nominal

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Teus pais estavam certos de que tu voltarias. (Teus pais estavam certos disso.) oração principal + oração subordinada substantiva completiva nominal

Teus pais estavam certos de voltares. (Teus pais estavam certos disso.) oração principal + oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo Note que a oração predicativa transmite a característica do sujeito.

Nossa maior preocupação era a chuva. (Nossa maior preocupação era isso) sujeito + VL + predicativo

Nossa maior preocupação era que chovesse. (Nossa maior preocupação era isso) oração principal + oração subordinada substantiva predicativa

Nossa maior preocupação era chover. (Nossa maior preocupação era isso) oração principal + oração subordinada substantiva predicativa reduzida de infinitivo

Todas as orações até aqui elencadas puderam ser substituídas pela palavra “ISSO”. Apenas a oração apositiva não transmite coerência com essa troca; porém, observe que normalmente as bancas não cobram o nome, mas perguntam se os dois pontos marcam o início de um aposto ou se marcam o início de um esclarecimento, desenvolvimento de uma palavra anterior. Veja:

Todos defendiam esta ideia: a desapropriação do prédio. sujeito + VTD + objeto direto + aposto

Todos defendiam esta ideia: que o prédio fosse desapropriado. oração principal + oração subordinada substantiva apositiva

Todos defendiam esta ideia: o prédio ser desapropriado. oração principal + oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo

Agora que já vimos todas as orações substantivas, vem a pergunta: Por que temos de identificar esse tipo de oração? Porque...

a) excetuando o aposto, vimos que esses termos substantivos não são separados por vírgula, portanto também não podemos separar a oração subordinada substantiva de sua oração principal por vírgula;

b) quando essas orações tiverem a função de sujeito, objeto direto e predicativo, não deve haver uso de preposição antecedendo-as;

c) a conjunção que as inicia é chamada integrante (que, se), a qual não possui valor semântico, nem função sintática;

d) quando houver oração subordinada substantiva subjetiva (sujeito oracional), o verbo da oração principal sempre ficará na terceira pessoa do singular.

Outra coisa importante!!! A conjunção integrante “que” geralmente expressa certeza:

Diga que começou o trabalho. A conjunção integrante “se” geralmente expressa dúvida:

Diga se começou o trabalho.

Questão 34: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: Não se trata de emitir um juízo de valor sobre esta concepção, mas de constatar sua existência. Necessário, porém, confrontar

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isso com o reverso da medalha, ou seja, a política estatal em relação a esse tipo de reivindicação, especialmente para o período que antecede 1930 e que surge para a historiografia como domínio exclusivo das oligarquias.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O estilo do autor elimina o verbo flexionado no início do último período sintático do texto, mas as regras gramaticais da norma culta e a coerência textual deixam aí subentendida a forma verbal É. Comentário: O último período do texto é iniciado na linha 2, com o adjetivo “Necessário”. Deixando-se subentendida a forma verbal “É”, teremos:

É necessário, porém, confrontar isso com o reverso da medalha

Assim, fica mais claro que a oração “confrontar isso com o reverso da medalha” é subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, e a oração principal possui o verbo de ligação “É” e o predicativo “necessário” (isso é necessário). Note que a questão não pediu para inserir o verbo, apenas nos mostrou que ele está subentendido nesta estrutura, por estilo do autor. Assim, a afirmativa está correta. Gabarito: C Questão 35: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “possibilitou às instituições financeiras ganhos”(ℓ.1,2) permitiu que as instituições financeiras ganhassem Comentário: A questão cobrou a transformação do termo substantivo em oração subordinada substantiva. Vamos à substituição??? Compare:

A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados...

A longa convivência com a inflação permitiu que as instituições financeiras ganhassem proporcionados pelos passivos não-remunerados...

Com tal substituição, o substantivo “ganhos” virou verbo “ganhassem” e assim não houve mais o referente para que o adjetivo “proporcionados” fosse utilizado. Por isso, o texto passa a necessitar de ajustes e a questão está errada. Gabarito: E Questão 36: Pref Lagarto – 2011 – Médico (banca AOCP) Em “Fica difícil atingir o desenvolvimento econômico dessa forma...”, a oração destacada funciona como

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(A) complemento nominal. (B) objeto direto. (C) sujeito. (D) predicativo do sujeito. (E) objeto indireto. Comentário: O verbo “Fica” é de ligação, “difícil” é predicativo e a oração “atingir o desenvolvimento econômico dessa forma” é o sujeito oracional, isto é: oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo. (Isso fica difícil) Gabarito: C Questão 37: Petrobras / 2010 / Superior (banca Cesgranrio) Os verbos destacados NÃO podem ser considerados uma locução verbal em

(A) “...de que você possa arrepender-se” (B) “Como podemos superar esses momentos?” (C) “Perguntas a que também quero responder,” (D) “posso afirmar que o mundo não acaba amanhã...” (E) “não deixe entrar aquilo...” Comentário: A banca, na realidade, quer testar seus conhecimentos sobre a variação das orações subordinadas substantivas objetivas diretas com verbos causativos e sensitivos. Veja:

Ouvi chamarem Maria. (oração principal + or. sub. subst. OD)

Mandei chamar Maria. (oração principal + or. sub. subst. OD)

As expressões “possa arrepender-se”, “podemos superar”, “quero responder” e “posso afirmar” são locuções verbais, pois possuem os verbos auxiliares poder e querer.

Já nos dois verbos que fazem parte de orações diferentes “deixe entrar”, o primeiro deles é chamado de causativo, fazendo parte da oração principal. O segundo inicia a oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. Resposta: E Questão 38: Prefeitura S. Agostinho – 2010 – Contador (banca AOCP) “O motivo, segundo o instituto, é que [...] o clima é seco...”

A oração destacada é

(A) subordinada substantiva predicativa. (B) subordinada substantiva completiva nominal. (C) subordinada substantiva subjetiva. (D) subordinada substantiva objetiva indireta. (E) subordinada substantiva objetiva direta. Comentário: O termo “O motivo” é o sujeito, “é” é verbo de ligação e a oração “que [...] o clima é seco” é subordinada substantiva predicativa. Gabarito: A Questão 39: Técnico do Banco Central - 2009 (banca Cesgranrio) Denomina-se adequação sintática a construção coerente de períodos e orações, observadas as relações existentes entre seus termos e a sua

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organização. O parágrafo, dentre os abaixo transcritos, que preserva o princípio do paralelismo sintático, segundo o qual quaisquer elementos da frase coordenados entre si devem apresentar estrutura gramatical similar, é

(A) Aqui não pretendemos defender a ideia de mais intervenção do Estado na economia ou que ele volte a produzir aço em grande quantidade.

(B) Aqui não pretendemos defender a ideia de que o Estado intervenha mais na economia ou a volta de uma produção de aço em grande quantidade.

(C) Aqui não pretendemos defender a ideia de um Estado intervindo mais na economia ou que ele volte à produção de aço em grande quantidade.

(D) Aqui não pretendemos defender a ideia de que a intervenção do Estado deva ser maior na economia ou uma produção de aço voltando a ter quantidade.

(E) Aqui não pretendemos defender a ideia de que o Estado intervenha mais na economia ou que volte a produzir aço em grande quantidade.

Comentário: A questão impõe que haja o paralelismo na estrutura sintática. Isso quer dizer que a forma verbal e conjunção utilizada numa oração coordenada à outra deve permanecer. Veja a alternativa (E), a qual é a correta: O substantivo “ideia” exigiu dois complementos nominais, os quais são orações subordinadas substantivas completivas nominais. Perceba que as duas orações coordenadas são desenvolvidas e possuem verbos no mesmo tempo verbal.

Aqui não pretendemos defender a ideia de que o Estado intervenha mais na economia ou que volte a produzir aço em grande quantidade.

Na alternativa (A), o primeiro dos termos coordenados deixou de ser oração, Por isso, quebrou-se o paralelismo. Veja: Aqui não pretendemos defender a ideia de mais intervenção do Estado na economia ou que ele volte a produzir aço em grande quantidade.

Na alternativa (B), é o segundo dos termos que deixou de ser oração. Veja: Aqui não pretendemos defender a ideia de que o Estado intervenha mais na economia ou a volta de uma produção de aço em grande quantidade.

Na alternativa (C), não houve paralelismo, porque a primeira oração sublinhada está reduzida de gerúndio e a segunda está desenvolvida. Veja:

Aqui não pretendemos defender a ideia de um Estado intervindo mais na economia ou que ele volte à produção de aço em grande quantidade.

Na alternativa (D), a primeira oração sublinhada está reduzida de infinitivo, enquanto a outra está reduzida de gerúndio. Isso também fez “quebrar” o paralelismo. Veja:

Aqui não pretendemos defender a ideia de que a intervenção do Estado deva ser maior na economia ou uma produção de aço voltando a ter quantidade.

Resposta: E

Vimos, nesta aula, os termos da oração e as orações subordinadas substantivas, que provêm da maioria destes termos. Agora veremos as orações subordinadas adjetivas.

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Período composto por subordinação adjetiva

As orações subordinadas adjetivas têm esse nome porque equivalem a um adjetivo. Em termos sintáticos, essas orações exercem a função que normalmente cabe a um adjetivo (a de um adjunto adnominal ou aposto explicativo). Perceba isso no exemplo abaixo.

Detesto gente mentirosa. VTD núcleo do

OD Adj Adn

objeto direto período simples

Detesto gente que mente. oração principal Or Sub Adjetiva

período composto

Na primeira construção, o adjetivo “mentirosa” é adjunto adnominal, o qual caracteriza o núcleo do objeto direto “gente”. Ao se inserir um verbo nesta função adjetiva, naturalmente haverá uma oração de mesmo valor. Por isso passa a ser uma oração subordinada adjetiva.

A conexão entre a oração subordinada adjetiva e a oração principal é feita pelo pronome relativo que. Esse vocábulo não pode ser confundido com a conjunção integrante “que”, vista anteriormente, a qual inicia uma oração subordinada substantiva. Portanto vamos às formas de se evitar o erro:

1. Detesto mentiras. 2. Detesto gente mentirosa.

1. Detesto que mintam. 2. Detesto gente que mente.

a) O vocábulo “mentiras” é um substantivo. Quando é substituído por verbo, passa a fazer parte de uma oração subordinada substantiva. b) “mentiras” é núcleo do objeto direto do verbo “Detesto”, por isso “que mintam” é oração subordinada substantiva objetiva direta da oração principal “Detesto”. c) O vocábulo “que” é uma conjunção integrante e toda a oração a partir desse vocábulo pode ser substituída pelo vocábulo “isso”, para a confirmação de ser oração substantiva. (Detesto isso.)

a) O vocábulo “mentirosa” é um adjetivo. Quando é substituído por um verbo, passa a fazer parte de uma oração adjetiva. b) “mentirosa” é adjunto adnominal e restringe o núcleo do objeto direto. c) Não há coesão em se substituir a oração “que mente” pelo vocábulo “isso”. Veja: Detesto gente isso. Por isso não é oração substantiva. O segundo passo é substituir o “que” por “o qual” e suas variações, para confirmar se é pronome relativo iniciando oração adjetiva. Veja: Detesto gente a qual mente.

No período “Detesto gente que mente”, desenvolvem-se duas ideias, relacionadas à palavra “gente”: a primeira é a de que eu a detesto e a segunda a de que ela mente. Assim:

Detesto gente. Gente mente. VTD + OD Suj + VI

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Entendendo-se que o vocábulo “gente” está se repetindo desnecessariamente, pode-se inserir no lugar desse vocábulo repetido o pronome relativo “que” ou “a qual”. “Gente” está na função de sujeito, então o pronome “que” ou “a qual” também ocupa a função de sujeito. Veja:

Detesto gente.Gente mente. Detesto gente que mente. Detesto gente a qual mente.

sujeito

Se fosse pedido para substituirmos “gente” por “pessoas”, permaneceria a semântica, mesmo um estando no singular e o outro no plural. Mas essa substituição implicaria mudança na concordância do verbo “mente”, que deveria flexionar-se no plural, haja vista que o pronome relativo “que” é sujeito e retomaria “pessoas”. Assim:

Detesto pessoas que mentem. VTD + objeto direto Suj + V. intransitivo

oração principal oração Sub Adjetiva

Vamos trabalhar agora a pontuação nestas orações.

A pontuação e a classificação das orações adjetivas

Para entendermos a pontuação referente a termos adjetivos, é necessário sabermos a diferença entre dois tipos de adjetivo.

Adjetivo explicativo: é aquele que denota qualidade essencial do ser, característica inerente, ou seja, qualidade que não pode ser retirada do substantivo. Por exemplo, todo homem é mortal, todo fogo é quente, todo leite é branco, então mortal, quente e branco são adjetivos explicativos, em relação a homem, fogo e leite.

Adjetivo restritivo: é o adjetivo que denota qualidade adicionada ao ser, ou seja, qualidade que pode ser retirada do substantivo. Por exemplo, nem todo homem é inteligente, nem todo fogo é alto, nem todo leite é enriquecido, então inteligente, alto e enriquecido são adjetivos restritivos, em relação a homem, fogo e leite.

mortal quente branco explicativo homem fogo leite inteligente alto enriquecido restritivo

Quando o adjetivo estiver imediatamente após o substantivo qualificado

por ele, teremos o seguinte: se ele for adjetivo explicativo, deverá estar entre vírgulas e funcionará sintaticamente como aposto explicativo; se for adjetivo restritivo, não poderá estar entre vírgulas e funcionará como adjunto adnominal. Por exemplo: “O homem, mortal, age como um ser imortal.” Nessa frase, mortal é adjetivo explicativo, pois indica uma qualidade essencial do substantivo, por isso está entre vírgulas e sua função sintática é a de aposto explicativo. Já na frase “O homem inteligente lê mais.”, inteligente é adjetivo

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restritivo, pois se entende que nem todo homem lê muito, por isso não está entre vírgulas e sua função sintática é a de adjunto adnominal.

Assim, o adjetivo pode ter o valor restritivo (especifica o sentido do termo antecedente, individualizando-o) e explicativo (realça um detalhe ou amplifica características básicas sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido). Como aprofundamento disso, vejamos o adjetivo “inteligente”.

1. O homem, inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.

2. O homem inteligente não joga lixo no chão.

Na frase 1, esse adjetivo possui valor básico do homem: ser pensante, que raciocina. Essa é a condição básica para que ele possa ter a capacidade cognitiva e então através dos séculos ter a possibilidade de isso ser ampliado. Esse adjetivo está entre vírgulas para marcar o valor explicativo e com isso há a função sintática de aposto explicativo.

Na frase 2, esse mesmo adjetivo possui valor semântico diferente, pois se sabe que nem todos os homens deixam de jogar o lixo no chão. Então esse não é um princípio só do poder de raciocínio, mas da virtude, da educação. Assim, inteligente, neste caso, é o homem educado. Como sabemos que nem todos são educados, há certamente um valor restritivo. Por isso esse vocábulo não está separado por vírgulas e cumpre a função sintática de adjunto adnominal.

Portanto, se o aposto explicativo recebe um verbo, tornar-se-á uma oração subordinada adjetiva explicativa. Se o adjunto adnominal recebe um verbo, tornar-se-á oração subordinada adjetiva restritiva. O uso de vírgula continua da mesma forma que nos termos da oração ditos anteriormente. Veja:

O homem, inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos. sujeito aposto explicativo VTD + objeto direto + adjunto adverbial de tempo

período simples

O homem, que é inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos. oração subordinada

adjetiva explicativa oração principal período composto

O homem inteligente não joga lixo no chão. Adj Adn + núcleo adjunto adnominal Adj Adv VTD OD Adj Adv lugar

negação

sujeito simples período simples

O homem que é inteligente não joga lixo no chão. oração subordinada

adjetiva restritiva oração principal período composto

Dependendo do uso da vírgula numa oração adjetiva, haverá mudança de sentido. Em determinados momentos, a vírgula poderá ser inserida ou

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retirada, isso fará com que a oração mude o sentido, mas não quer dizer que haverá incoerência com os argumentos do texto. Exemplo:

Angélica, encontrei seu irmão que mora em Paris.

Angélica, encontrei seu irmão, que mora em Paris.

Uma forma prática de se enxergar melhor a restrição é subentendendo a expressão somente aquele que.

Assim, no primeiro período, observa-se que somente o irmão de Angélica o qual mora em Paris foi encontrado por mim, os outros irmãos dela não foram citados no contexto. Portanto, sem vírgulas, entende-se que ela tem mais de um irmão.

Já no segundo período, entende-se que a característica básica de irmão de Angélica é ser morador de Paris, pois ele é o único irmão.

Veja outros:

O curso possui oitocentos alunos que farão a prova da OAB. O curso possui oitocentos alunos, que farão a prova da OAB.

No primeiro período, entende-se que somente oitocentos alunos do curso farão a prova da OAB, os outros não. Então o curso possui mais de oitocentos alunos. No segundo período, percebe-se que todo o efetivo discente do curso fará a prova da OAB. E sua totalidade é de oitocentos alunos.

Escolha a joia de que goste. Escolha a joia, de que gosta.

No primeiro período, alguém foi convidado a escolher uma joia ainda não apreciada, conhecida pela felizarda. Aquela da qual gostar poderá ser escolhida. Porém, no segundo período, a pessoa presenteada já conhecia a joia e já gostava dela, por isso passou a haver a característica explicativa.

Outro ponto importante. Se o aposto explicativo pode ser separado por vírgulas, travessões e parênteses; o mesmo vai ocorrer com a oração subordinada adjetiva explicativa.

As orações reduzidas e desenvolvidas

Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo conjugado em modo e tempo verbal, as orações subordinadas adjetivas são chamadas de desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).

Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.

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Questão 40: Analista do Banco Central do Brasil 2001 (banca ESAF) Fragmento do texto: O Banco Central deixa de ser responsável pela intermediação das ordens de pagamento, transferindo essa atribuição para um conjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings), que passam a garantir a finalização destas operações.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Na linha 3, “que” equivale a as quais. Comentário: O pronome relativo “que” retoma o substantivo feminino e plural “câmaras”, por isso pode ser substituído pela expressão “as quais”. Gabarito: C Questão 41: Analista do Banco Central do Brasil 2001 (banca ESAF) Fragmento do texto: Os riscos não são desprezíveis. Um estudo feito pela Universidade do Texas com empresas que sofreram uma perda catastrófica de dados concluiu que 43% jamais voltaram a operar, 51% faliram em dois anos e apenas 6% sobreviveram.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgula entre “empresas” e “que”(ℓ.2), e entre “dados” e “concluiu” (ℓ.3) seria inadequado, pois a informação que seria isolada tem natureza restritiva e passaria a explicativa, alterando o sentido do período. Comentário: A afirmativa está correta, pois, sem vírgula, a oração “que sofreram uma perda catastrófica de dados” restringe a característica do substantivo “empresas”. Nem todas sofreram perda catastrófica. Com a vírgula obrigatoriamente o sentido mudaria: todas as empresas teriam tido perdas catastróficas. Gabarito: C Questão 42: Correios – 2006 – Contador (banca AOCP) Em O carro que você comprou é muito velho, os termos sublinhados correspondem a:

a) Oração subordinada adjetiva explicativa. b) Oração subordinada adjetiva restritiva. c) Oração subordinada substantiva apositiva. d) Oração coordenada sindética explicativa. Comentário: Veja que a expressão “que você comprou” não pode ser substituída por “isso”, mas o vocábulo “que” pode ser substituído por “o qual”. Assim, temos uma oração subordinada adjetiva. Como ela não está separada por vírgula, é restritiva. Gabarito: B Questão 43: TCE TO – 2009 – Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: Esse horror não pode ser aplacado pela sociabilidade do mercado que transforma o outro em inimigo-competidor.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgula depois de “mercado” manteria o sentido original do texto. Comentário: A oração “que transforma o outro em inimigo-competidor” é subordinada adjetiva restritiva por não ser antecipada de vírgula. Seu sentido

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obrigatoriamente muda para explicativo, quando recebe a vírgula. Gabarito: E Questão 44: TCE TO – 2009 – Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: No fim, tinha um pequeno armarinho — sempre tivera lojas que fossem frequentadas principalmente por mulheres — na rua Senhor dos Passos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A oração adjetiva “que fossem frequentadas principalmente por mulheres” apresenta valor explicativo. Comentário: Como não há vírgula antes desta oração adjetiva, seu valor é restritivo. Gabarito: E Questão 45: BNDES / 2008 / Superior (banca Cesgranrio) Assinale a opção cuja classe gramatical do que difere da dos demais.

(A) “a empresa, que faturou US$ 270 milhões em 2006, foi considerada pela revista Fortune a mais cool do mundo,”

(B) Isso não quer dizer que seus funcionários sejam preguiçosos, apesar do ambiente maneiro.”

(C) Para cada vaga que abre, a companhia recebe cerca de 900 currículos” (D) “a companhia recebe cerca de 900 currículos - como o do jovem Scott

Robinson, de 26 anos, que, com dois MBAs no bolso e passagens por outras empresas, implorou para ser aceito”

(E) “Chouinard, que se define como um antiempresário, virou tema de estudo em escolas de negócios.”

Comentário: Esta questão cobrou seus conhecimentos sobre a diferença entre a conjunção integrante e o pronome relativo. A conjunção integrante inicia oração subordinada substantiva, a qual pode ser substituída pela palavra “ISSO”. Já o pronome relativo inicia oração subordinada adjetiva e o “que” pode ser substituído por “o qual” e suas variações. Assim, vejamos: (A) “a empresa, a qual faturou US$ 270 milhões em 2006, foi considerada pela revista Fortune a mais cool do mundo,” (pronome relativo) (B) Isso não quer dizer que seus funcionários sejam preguiçosos, apesar do ambiente maneiro.” (dizer ISSO. O “que” é conjunção integrante) (C) Para cada vaga a qual abre, a companhia recebe cerca de 900 currículos” (pronome relativo) (D) “a companhia recebe cerca de 900 currículos - como o do jovem Scott Robinson, de 26 anos, o qual, com dois MBAs no bolso e passagens por outras empresas, implorou para ser aceito” (pronome relativo) (E) “Chouinard, o qual se define como um antiempresário, virou tema de estudo em escolas de negócios.” (pronome relativo) Resposta: B Questão 46: BNDES / 2009 / Superior (banca Cesgranrio) Os conectivos destacados abaixo pertencem todos à mesma classe de palavras, EXCETO um. Assinale-o.

(A) Quem diz que vai para o escritório para trabalhar e não para fazer amigos

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está enganado.” (B) “...mas, sim, tentando mostrar que a facilidade em se expressar ou fazer

relacionamentos tem peso...” (C) “...associação internacional que estuda o estresse e suas formas de

prevenção” (D) “...Sabe-se que nos Estados Unidos o estresse profissional tem custo...” (E) “...mas acredita-se que temos valores similares ao americano.” Comentário: Da mesma forma como falado na questão anterior, deve-se diferenciar a conjunção integrante do pronome relativo. Assim: (A) Quem diz que vai para o escritório para trabalhar e não para fazer amigos está enganado.” (diz isso: “que” é conjunção integrante) (B) “...mas, sim, tentando mostrar que a facilidade em se expressar ou fazer relacionamentos tem peso...” (mostrar isso: “que” é conjunção integrante) (C) “...associação internacional a qual estuda o estresse e suas formas de prevenção” (pronome relativo). Esta é a única diferente das demais. (D) “...Sabe-se que nos Estados Unidos o estresse profissional tem custo...” (Sabe-se isso: “que” é conjunção integrante) (E) “...mas acredita-se que temos valores similares ao americano.” (acredita-se isso: “que” é conjunção integrante) Resposta: C Questão 47: TCE-AL – 2008 – Analista de Sistemas (banca FCC) Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase:

(A) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano Novo, pois não há como de fato alguém começar algo inteiramente do nada.

(B) É realmente muito difícil: cumprir propósitos de Ano Novo; pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(C) É, realmente, muito difícil – cumprir propósitos de Ano Novo: pois não há como de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(D) É, realmente, muito difícil cumprir propósitos de Ano Novo, pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(E) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano Novo; pois não há como de fato alguém começar algo, inteiramente do nada.

Comentário: Neste tipo de questão, ao comentar a correta, podemos perceber o erro das demais. Veja: A alternativa (D) é a correta, pois o advérbio “realmente” e a locução adverbial “de fato” podem ficar separados por dupla vírgula, tendo em vista estarem intercalados. Como são considerados de pequena extensão, essa dupla vírgula é facultativa. A oração “cumprir propósito de Ano Novo” é subordinada substantiva subjetiva, a qual não pode ser separada por nenhuma pontuação de sua oração principal “É, realmente, muito difícil”. Note: não pode haver pontuação entre o sujeito e o seu verbo. (Isso é muito difícil) A oração coordenada explicativa “pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada” pode ser iniciada por vírgula. Como há vírgulas internas, pode também ser iniciada por ponto e vírgula. Esta oração pode ser iniciada por dois pontos em substituição à conjunção explicativa; mas os dois pontos, seguidos da conjunção explicativa, deixam a estrutura errada,

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como ocorreu na alternativa (C). Gabarito: D Questão 48: CODEVASF 2008 Assessor Jurídico (banca Consulplan) Fragmento do texto: De um país em crise e cheio de mazelas, onde, segundo o IBGE, quase um quarto da população ganha R$4 por dia, o que se esperaria? Que fosse a morada de um povo infeliz, cético e pessimista, não? Observe a oração destacada no seguinte exemplo: “Nunca pude esquecer a conversação que tive com uma senhora...”

Assinale em qual das alternativas abaixo há uma oração que deve receber a mesma classificação da que está grifada anteriormente:

A) “... combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.” B) “... pedi-lhe que me levasse consigo.” C) “Mais tarde é que eu soube...” D) “... e acabou achando que era muito direito...” E) “A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão...” Comentário: Nesta questão se quer do candidato a diferença entre oração subordinada substantiva e adjetiva. Lembre-se de que a oração substantiva pode ser substituída pela palavra “isso”; já o macete para encontrar a oração adjetiva é substituir o “que” por “o qual” ou suas variações. Note que, na frase do início da questão, não podemos substituir a oração sublinhada pela palavra “isso”: “Nunca pude esquecer a conversação isso...” (soou estranho, concorda?) Mas podemos substituir o “que” por “a qual”. Veja:

“Nunca pude esquecer a conversação a qual tive com uma senhora...”

Assim, a oração sublinhada é adjetiva e o vocábulo “que” é um pronome relativo. Agora, vamos às alternativas para encontrar uma oração adjetiva. Veja que podemos substituir as orações sublinhadas das alternativas (A), (B) e (D) pela palavra “isso”: A) “... combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.” (combinei isso) Or principal + oração subordinada substantiva objetiva direta VTD + OD

B) “... pedi-lhe que me levasse consigo.” (Pedi-lhe isso) Or principal + oração subordinada substantiva objetiva direta VTDI+OI + OD

C) “Mais tarde é que eu soube...”

A expressão “é que” é denotativa expletiva ou de realce. Assim, podemos retirar essa expressão e o sentido e a gramaticalidade permanecem. Veja:

Mais tarde eu soube... Adj adv tempo+sujeito + VI

D) “... e acabou achando que era muito direito...” (Acabou achando isso) oração principal + or. sub. substantiva objetiva direta VTD + OD

E) “A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão...” “A casa na qual eu estava hospedado era a do escrivão...” “A casa onde eu estava hospedado era a do escrivão...” or. sub. adjetiva restritiva oração principal

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Assim, a alternativa (E) é a correta. Gabarito: E Questão 49: Prefeitura Ritápolis 2006 Auxiliar Adm (banca Consulplan) As conjunções que iniciam as orações abaixo têm o mesmo valor semântico, EXCETO:

A) “Ora, não se sabe como, ocorre que no país apareceu um homem honesto.” B) “Essa situação durou algum tempo: depois foi preciso fazê-lo compreender que, se quisesse viver sem fazer nada, não era essa uma boa razão para não deixar os outros fazerem.” C) “ ... o problema era que seu comportamento criava uma grande confusão.” D) “Ele deixava que lhe roubassem tudo...” E) “...para ver a água que passava embaixo.” Comentário: Na alternativa (A), o verbo “ocorre” é intransitivo e toda a oração sublinhada é subordinada substantiva subjetiva. Veja que podemos substituir esta oração substantiva pela palavra “isso”: Isso ocorre. Assim a conjunção “que” é integrante. Na alternativa (B), o verbo “compreender” é transitivo direto e a oração sublinhada é subordinada substantiva objetiva direta (alguém compreender isso). Assim, a conjunção “que” é integrante. Na alternativa (C), “o problema” é o sujeito, “era” é verbo de ligação e a oração sublinhada é subordinada substantiva predicativa (o problema era isso). Assim, a conjunção “que” é integrante. Na alternativa (D), o verbo transitivo direto “deixava” possui o sujeito “Ele” e a oração sublinhada é subordinada substantiva objetiva direta (Ele deixava isso). Assim, a conjunção “que” é integrante. Na alternativa (E), não se consegue substituir a oração “que passava embaixo” pela palavra isso, concorda? (para ver a água isso). Mas podemos substituir a palavra “que” por “a qual”. Assim, “que” é um pronome relativo, iniciando uma oração subordinada adjetiva restritiva. Como a questão pediu a alternativa que fosse a exceção do valor dos conectivos, a alternativa correta é a (E). Gabarito: E Questão 50: Analista do Banco Central do Brasil 2001(banca ESAF) Fragmento do texto: O prejuízo operacional sofrido pela instituição financeira, em decorrência dessa inadimplência, faz com que os bons pagadores acabem arcando com parte dessa conta, suportando uma taxa de juro maior e até desestimulando outros tomadores, que gostariam de expandir ou crescer seus empreendimentos com apoio no crédito.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A oração reduzida “sofrido pela instituição financeira” (ℓ.1 e 2) corresponde à idéia que também pode ser expressa pela oração que a instituição financeira sofreu. Comentário: A questão simplesmente abordou a transformação da oração reduzida em desenvolvida. Veja:

O prejuízo operacional sofrido pela instituição financeira faz com que ... Or. Sub. adjetiva restritiva reduzida de particípio

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O prejuízo operacional que a instituição financeira sofreu faz com que... Or. Sub. adjetiva restritiva desenvolvida

Gabarito: C

Questão 51: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “o que compensou”(ℓ.3,4) compensadas Comentário: Na estrutura original, o pronome demonstrativo “o” retoma toda a informação anterior: “A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito”. O verbo “compensou” é transitivo direto, seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma o pronome “o”. Assim, entendemos que toda a informação anterior compensou algo, isto é, “ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos”. Note que essa expressão é o objeto direto composto do verbo “compensou”, é um termo paciente. Com a substituição da expressão “o que compensou” por “compensadas”, o objeto direto composto identificado acima passaria a ser o segundo e terceiro elementos do agente da passiva composto. Isso não conserva a ideia defendida no texto e necessita de ajustes no uso da contração da preposição “por” com o artigo “as” (“pelas”), para preservar a correção gramatical. Confronte:

A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito¹, (pelas) compensadas ineficiências administrativas² e (pelas) perdas decorrentes de concessões de créditos³ que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação. Gabarito: E

Questão 52: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) O processo de reestruturação da economia brasileira alterou radicalmente o cenário _____1_______ atuavam as instituições financeiras. A abertura da economia, _____2_______ incremento das importações e exportações, além de exigir o desenvolvimento de produtos e serviços ágeis no mercado de câmbio, revelou o grau de ineficiência de alguns setores industriais e comerciais domésticos, com baixa lucratividade e deseconomias,

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______3______ refletir-se na incapacidade de recuperação de empréstimos concedidos pelos bancos. ______4______, atuou o corte de subsídios a alguns setores econômicos, aumentando o grau de inadimplência para com o sistema bancário. Além disso, as políticas monetária e fiscal restritivas adotadas a partir da implementação do Plano Real contribuíam adicionalmente para as dificuldades creditícias enfrentadas por alguns setores da economia, ____5_____ forma passageira.

(www.bcb.gov.br) Assinale a opção em que uma das sugestões não preenche a lacuna com coesão e coerência.

a) 1 em que / no qual b) 5 mesmo que de / apesar de c) 3 que passou a / o que veio a d) 4 No mesmo sentido / Com a mesma orientação e) 2 acompanhada do conseqüente / seguida naturalmente do Comentário: Vamos comentar de acordo com a numeração da lacuna, tendo em vista o desenvolvimento do texto. A lacuna 1 está corretamente preenchida pelas duas expressões, pois o pronome relativo “que” retoma o substantivo “cenário”, por isso pode ser substituído por “o qual”. Como há preposição “em”, ocorre a contração “no”: “no qual”. A lacuna 2 está corretamente preenchida, pois percebemos que há uma caracterização do substantivo “economia” por meio de uma oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio, a qual pode ser iniciada pelos verbos “acompanhada” ou “seguida”:

A abertura da economia, acompanhada do conseqüente incremento das importações e exportações (...), revelou o grau de ineficiência de alguns setores industriais...

A abertura da economia, seguida naturalmente do incremento das importações e exportações (...), revelou o grau de ineficiência de alguns setores industriais...

A lacuna 3 está corretamente preenchida, pois tanto o verbo “passou” quanto o verbo “veio” transmitem uma ideia de resultado, consequência.

A lacuna 4 está corretamente preenchida, pois as expressões “No mesmo sentido”, “Com a mesma orientação” transmitem um reforço ao que foi dito anteriormente. Já a lacuna 5 é a errada, pois a locução prepositiva de valor concessivo “apesar de” não transmite coerência. Note que há necessidade de uma estrutura verbal literalmente:

Além disso, as políticas monetária e fiscal restritivas adotadas a partir da implementação do Plano Real contribuíam adicionalmente para as dificuldades creditícias enfrentadas por alguns setores da economia, apesar de ocorrerem de forma passageira.

Com a conjunção ou locução conjuntiva, podemos apenas subentender o verbo:

Além disso, as políticas monetária e fiscal restritivas adotadas a partir da

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implementação do Plano Real contribuíam adicionalmente para as dificuldades creditícias enfrentadas por alguns setores da economia, mesmo que (ocorressem) de forma passageira. Gabarito: B Questão 53: Banco Central do Brasil 2009 - Analista (banca Cesgranrio) “Vemos incontáveis estrelas, emitindo sua radiação eletromagnética, perfeitamente indiferentes às atribulações humanas.”

No período acima, encontram-se uma oração

(A) principal e outra subordinada reduzida de infinitivo. (B) principal e outra subordinada adjetiva reduzida de gerúndio. (C) principal e outra subordinada adjetiva reduzida de particípio. (D) coordenada e outra subordinada adjetiva restritiva. (E) coordenada e outra subordinada reduzida de gerúndio. Comentário: Veja que podemos desenvolver a oração reduzida. Assim, teremos o seguinte:

“Vemos incontáveis estrelas, que emitem sua radiação eletromagnética, perfeitamente indiferentes às atribulações humanas.”

A oração principal é “Vemos incontáveis estrelas (...) perfeitamente indiferentes às atribulações humanas” e a oração “que emitem sua radiação eletromagnética” é subordinada adjetiva explicativa; pois está separada por dupla vírgula. Agora, voltando à oração original, veja que “emitindo sua radiação eletromagnética” está reduzida de gerúndio. Assim, a alternativa correta é a (B). Gabarito: B

Questões cumulativas de revisão

Questão 54: Funasa – 2010 – Técnico (banca Dom Cintra) “Não existem fórmulas mágicas sobre o tempo que precisamos para nos manter em forma. Isso varia de uma pessoa para outra de um modo muito mais intenso do que se imaginava”.

Entre os dois períodos desse fragmento do texto poderia ser empregada adequadamente a conjunção:

A) mesmo que B) apesar de C) embora D) logo E) pois Comentário: Veja que o último período tem um valor explicativo em relação ao primeiro. Para isso, basta realizar a inserção da conjunção “pois”. Veja:

“Não existem fórmulas mágicas sobre o tempo que precisamos para nos manter em forma. Pois isso varia de uma pessoa para outra de um modo muito mais intenso do que se imaginava”. Gabarito: E Questão 55: Auditor Tributário Mun – Delmiro Gouveia(AL) – 2006 (banca COPEVE) “O homem gosta de abrir e criar estradas, isto é indiscutível. Mas não será isso porque teima instintivamente em atingir o objetivo e completar o

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edifício em construção? Como podeis sabê-lo? Talvez ele ame o edifício apenas à distância e nunca de perto; talvez ele ame apenas criá-lo, e não viver nele.

(O palácio de cristal, de Dostoievski) Diz o autor do texto: “talvez ele ame apenas criá-lo, e não viver nele”, o que também é possível dizer que

A) ele, talvez, sinta-se bem com a construção do edifício, todavia, não ame estar nele.

B) o homem não ama criar o edifício, porque não ama viver nele. C) ele, talvez, ame a construção do edifício, pois não quer viver nele. D) o homem constrói o edifício, mas não mora neles. E) ele, talvez, ame o ato de construir o edifício, portanto, não ame viver nele. Comentário: Percebemos que na frase “talvez ele ame apenas criá-lo, e não viver nele” que a última oração tem o sentido de contraste, com a conjunção “e” tendo valor coordenativo adversativo, podendo ser substituída por “mas”. Assim, já eliminamos as alternativas (B), (C) e (E), pois se encontram com as conjunções “porque”, “pois” e “portanto”, respectivamente. Sabemos que essas conjunções não estão listadas com valor adversativo. A alternativa (D) possui a conjunção coordenativa adversativa “mas”, porém a frase do texto não diz respeito a “construir” ou “ morar”, mas apenas “amar” essas ações. Assim, a alternativa correta é a (A), pois a conjunção “todavia” mantém o valor adversativo e se manteve também a ideia de apreço a realizar as ações por meio das expressões “sinta-se bem” e “ame”. Gabarito: A Questão 56: Prefeitura Palmas – 2010 – Técnico (banca Dom Cintra) Fragmento do texto: O Senhor Presidente da República já disse e repetiu que não é preciso desmatar mais nenhum hectare da Amazônia, onde já existem áreas suficientemente abertas para assegurar a expansão da produção agrícola e da pecuária. Para isso é imprescindível a capacitação e fiscalização dos critérios para investimentos do BNDES, uma vez que é fundamental garantir linhas de crédito para quem quer produzir de maneira limpa, legal e sustentável na Amazônia. O texto apresenta, ao contrário do que se devia esperar, uma série de problemas de língua escrita. Na frase “Para isso é imprescindível a capacitação e fiscalização dos critérios para investimentos do BNDES...”, o complemento “dos critérios para investimentos do BNDES” só se aplica ao segundo dos substantivos anteriores e não aos dois. A melhor redação para essa mesma frase seria:

A) Para isso é imprescindível a fiscalização dos critérios e a capacitação dos investimentos do BNDES...

B) É imprescindível, para isso, a fiscalização e capacitação dos critérios para investimentos do BNDES...

C) Para isso é imprescindível a capacitação dos critérios para investimentos e a capacitação do BNDES...

D) Para isso é imprescindível a fiscalização dos critérios para investimentos do BNDES e sua capacitação...

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E) Para isso é imprescindível a capacitação dos critérios do BNDES e a fiscalização de seus investimentos...

Comentário: Veja que a questão nos aponta um problema de clareza no texto, tendo em vista que os termos coordenados (“capacitação” e “fiscalização”) são seguidos de um complemento, isto é, uma expressão que só se liga ao segundo termo. Veja o esquema:

Para isso é imprescindível a capacitação e fiscalização dos critérios para investimentos do BNDES

Note, assim, que os termos sublinhados estão coordenados entre si, e não há, segundo a própria afirmação da questão, ligação entre o primeiro termo (a capacitação) com a expressão “dos critérios para investimentos do BNDES”. Isso é facilmente notado porque não podemos capacitar critérios, pois a capacitação é voltada a uma pessoa, um profissional. Assim, entendemos que só pode haver fiscalização dos critérios para investimentos do BNDES. Então, vamos às alternativas para perceber qual alternativa preserva a clareza. Veja que as alternativas (A), (B), (C) e (E) apresentam em suas frases “capacitação dos investimentos” ou “capacitação dos critérios”. Isso está incoerente, pois vimos que não se capacita investimentos ou critérios. Capacita-se pessoal. Já a alternativa (D) está correta, pois enfatizou a fiscalização “dos critérios...” e a capacitação está precedida do pronome “sua”, que faz subentender supostamente “do pessoal daquela região”.

Para isso é imprescindível a fiscalização dos critérios para investimentos do BNDES e sua capacitação (do pessoal)... Gabarito: D

O que devo tomar nota como mais importante?

• Lembre-se da estrutura básica da oração: PV= VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI PN= VL + predicativo

• Atentar para o complemento nominal: Adjetivo que exige complemento nominal: fiel a ela. Advérbio que exige complemento: perto de você. Substantivo abstrato que exige complemento: construção do prédio.

• Observar que entre sujeito, verbo e complementos não há vírgula. • O adjunto adverbial solto admite a vírgula no final do período. Quando

antecipado ou intercalado e de grande extensão, a(s) vírgula(s) é(são) obrigatória(s).

• O aposto explicativo podem ser separados por vírgulas, travessões ou parênteses:

Xxxxxxx, explicação, xxxxxxx. Xxxxxxx− explicação − xxxxxxx. Xxxxxxx(explicação) xxxxxxx.

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Quando em final de período, a vírgula, o travessão e os parênteses podem substituídos por dois-pontos.

Xxxxxxx, explicação. Xxxxxxx− explicação. Xxxxxxx(explicação). Xxxxxxx: explicação.

• As orações substantivas não podem ser separadas por vírgula. • As orações adjetivas podem ser restritivas (sem vírgula) ou explicativas

(com vírgula). Grande abraço!!! Professor Terror

Lista de questões

Questão 1: Pref Lagarto – 2011 – Médico (banca AOCP) Assinale a alternativa cuja expressão destacada NÃO funciona como sujeito.

(A) “Sobre a evasão, o estudo mostra que o estudante deixa a escola...” (B) “O bullying não faz parte do levantamento...” (C) “Violência diminui chance de aluno ir bem na escola, diz estudo...” (D) “Tese de doutorado mostra que evasão escolar aumenta a criminalidade.” (E) “Essas escolas ficam, principalmente, em regiões ‘mais conturbadas’...” Questão 2: Correios – 2006 – Contador (banca AOCP) Em Estamos dispostos a ouvi-los, o verbo “ouvir” é:

a) Transitivo direto. b) Transitivo indireto. c) Transitivo direto e indireto. d) Intransitivo. Questão 3: Prefeitura S. Agostinho – 2010 – Contador (banca AOCP) Assinale a expressão que NÃO apresenta um adjunto adverbial destacado.

(A) “Aparelho ligado durante toda a noite pode provocar excesso...” (B) “...o clima é seco e isso favorece a baixa umidade.” (C) “...pode levar a um excesso de umidade nas paredes...” (D) “...podem ficar no quarto durante toda a noite.” (E) “O bloqueio de massa de ar quente e seco nessas regiões.” Questão 4: Prefeitura Angra dos Reis – 2006 Auditor Adm (banca CEPERJ) “Em excesso, a bebida está associada a danos nas regiões cerebrais ligadas à memória e ao aprendizado”; o segmento em excesso traz a idéia de:

A) condição; B) tempo; C) comparação; D) conformidade; E) finalidade.

Questão 5: Banco Central do Brasil 2009 - Analista (banca Cesgranrio) A circunstância expressa pelos termos em destaque está corretamente indicada em

(A) “Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem algo para ser visto pela janelinha do carro,” – lugar

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(B) Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem, algo para ser visto pela janelinha do carro, ora esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto. – concessão.

(C) Passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em mãos rotas – modo.

(D) “Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV.”– consequência.

(E) “Embora violenta, a miséria ainda nos excluía.” – condição.

Questão 6: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: A indústria cultural não é simplesmente mais um ramo da produção na diversificada produção capitalista, ela foi concebida e reorganizada para preencher funções sociais específicas, antes preenchidas pela cultura burguesa, alienada de sua base material.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) De acordo com as idéias do texto, a preposição “antes”(ℓ.3) pode ser substituída pela expressão até então, sem prejudicar a coerência textual ou a correção gramatical.

Questão 7: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: A indústria cultural, além disso, cria a ilusão de que a felicidade não precisa ser adiada para o futuro, por já estar concretizada no presente – basta lembrar o caso da telenovela brasileira. E, finalmente, ela elimina a dimensão crítica ainda presente na cultura burguesa, fazendo as massas que consomem o novo produto da indústria cultural esquecerem sua realidade alienada. Com a dissolução da obra de arte e da cultura no cotidiano, extinguem-se a remessa para o futuro e a promessa de felicidade, inerentes à obra de arte burguesa.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Considerando os sentidos textuais, a preposição “Com”(ℓ.6), ao iniciar o último período sintático do texto, introduz um objetivo para a idéia expressa na oração anterior. Questão 8: ALERJ – 2011 Assessoramento a Comissões (banca CEPERJ) Substituindo-se a expressão “acima de tudo” por “sobretudo”, o segmento “O funcionário público, acima de tudo, deve desfazer-se da roupagem antiga ...” pode ser reescrito, sem alteração semântico-sintática, do seguinte modo:

A) Sobretudo o funcionário público deve desfazer-se da roupagem antiga... B) O funcionário público deve, sobretudo, desfazer-se da roupagem antiga... C) O funcionário público deve desfazer-se, sobretudo da roupagem antiga... D) O funcionário público deve desfazer-se da roupagem antiga sobretudo... E) O funcionário público deve desfazer-se da roupagem sobretudo antiga... Questão 9: Prefeitura Cantagalo – 2006 Assistente Social (banca CEPERJ) “A nossa foi assunto de família, resolvido com elegância.” — determina alteração semântica reescrever esse segmento do seguinte modo:

A) A nossa foi assunto resolvido em família, com elegância. B) A nossa foi assunto resolvido com elegância, em família.

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C) A nossa foi assunto elegante, resolvido em família. D) A nossa foi assunto elegantemente resolvido em família. Questão 10: Prefeitura Camaçari – 2010 – Analista (banca AOCP) Em “Além disso, foram eliminados órgãos equivalentes às diretorias regionais de ensino.”, a expressão destacada

(A) introduz uma explicação. (B) reitera um argumento citado. (C) aponta para uma conclusão. (D) adiciona um argumento. (E) aponta para uma causa. Questão 11: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “como os depósitos a vista”(ℓ.3) como, também, os depósitos a vista Questão 12: Prefeitura São Gonçalo – 2011 Analista (banca CEPERJ) No trecho “O leitor médio brasileiro só alcança o nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades.”, não determina alteração semântico-sintática e problema de coesão ou de coerência deslocar a palavra destacada no trecho, do seguinte modo:

A) Só o leitor médio brasileiro alcança o nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades.

B) O leitor médio brasileiro alcança só o nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades.

C) O leitor médio brasileiro alcança o nível, só dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades.

D) O nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades só alcança o leitor médio brasileiro.

E) Só o nível dos autores de entretenimento puro, de autoajuda ou curiosidades alcança o leitor médio brasileiro.

Questão 13: Câmara Volta Redonda – 2006 Agente Contábil (banca CEPERJ) Apresenta valor expletivo a expressão sublinhada em:

A) “...e que lucro há na magra aposentadoria?” B) “Eu é que lá não vou.” C) “Além do mais, me causa implicância...” D) “...que a gente tem de atravessar...” Questão 14: IBASCAF – 2010 – Advogado (banca Dom Cintra) A frase abaixo em que a negação em negrito tem valor praticamente expletivo é:

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A) “As espécies que não desenvolveram a escrita...” B) “Pense em quantas ideias não desapareceram para sempre...” C) “...procurando alguma coisa que ele ainda não sabia o que era” D) “Nas sociedades não letradas as lembranças sobrevivem na recitação...” E) “O salmão sabe, não sabendo, o caminho certo para o lugar onde nasceu...” Questão 15: TCE SP 2005 Agente de Fiscalização Financeira (banca FCC) Fragmento do texto: O leitor de Maquiavel acaba encontrando nesse texto admirável uma série de análises e revelações que permitem desmascarar os habituais embustes das ideologias mais abstratas, dessas que se apegam a supostos princípios de validade universal para melhor encobrirem práticas de proveito particular. Ou seja: além de ser útil aos “príncipes”, essa obra continua sendo valiosa para todo aquele que queira se inteirar da lógica que comanda as ações de quem deseja alcançar o poder e nele se manter. No contexto do último período do texto, o sentido da expressão além de ser útil é equivalente ao da expressão

(A) ainda que fosse útil. (B) a fim de ser útil. (C) uma vez sendo útil. (D) à medida que é útil. (E))ademais de ser útil. Questão 16: ANTT Superior 2008 (banca NCE) Assinale a alternativa em que o pronome colocado entre parênteses não preenche corretamente a lacuna:

(A) A destruição _____ prejudicou demais. (os) (B) Os animais não serão extintos: nós ______ ajudaremos. (lhes) (C) Na verdade, em muito pouco ______ ajudaríamos. (as) (D) Admiro ______ a dedicação para com os animais. (lhe) (E) Posso dizer que ainda não ______ conheço bem. (a) Questão 17: AGU Superior 2006 (banca NCE) Assinale a letra que corresponde à melhor redação, considerando correção, clareza e concisão.

(A) As ruas uma a uma o geógrafo às reviu; (B) As casas o geógrafo reviu-as, uma à uma; (C) O geógrafo, às casas, as reviu uma a uma; (D) As casas, o geógrafo reviu-as uma a uma; (E) As casas, as reviu o geógrafo, uma à uma. Questão 18: Manaus Energia – 2007 – Assistente Engenharia (banca AOCP) “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Este é o primeiro mandamento, segundo consta no livro de Moisés, no Velho Testamento da Bíblia Sagrada. Assinale a alternativa correta em relação ao texto.

a) O verbo amar está empregado erroneamente, pois este verbo não pede preposição.

b) O verbo amar é transitivo direto e o objeto está preposicionado, o que pode perfeitamente acontecer neste caso.

c) O verbo amar é transitivo indireto e sempre pede preposição. d) Neste caso, o erro está na escolha da preposição. Este verbo transitivo

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indireto pede outra preposição. e) O verbo amar é intransitivo direto. Questão 19: Eletrosul – 2008 – Administrador (banca AOCP) Assinale a alternativa correta quanto à função desempenhada pelas expressões destacadas.

a) “...os investidores profissionais não estão imunes a ilusões.” (objeto indireto)

b) “Em vez de traçar uma estratégia sólida, o novato dá grandes tacadas...”. (objeto indireto)

c) “Passaram despercebidos os sinais precoces...”. (objeto direto) d) “Nem todos os enganos são originários da autoconfiança.” (complemento

nominal) e) “No mundo econômico, atitudes incoerentes como essa são quase a

regra.” (sujeito) Questão 20: TCE AC – 2008 – Analista (banca CESPE) Fragmento do texto: Há um combate pela verdade ou, ao menos, em torno da verdade — entendendo-se que por verdade não quero dizer “o conjunto das coisas verdadeiras a serem descobertas ou aceitas”, mas “o conjunto de regras segundo as quais se distingue o verdadeiro do falso e se atribui ao que é verdadeiro efeitos específicos de poder”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O trecho ‘o conjunto das coisas verdadeiras a serem descobertas ou aceitas’ complementa o sentido da forma verbal “dizer”. Questão 21: TCE TO – 2009 – Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: “O problema do seu pai”, minha mãe me disse certa ocasião, “é que ele é muito bonito”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A expressão “certa ocasião” exerce a função sintática de complemento direto da forma verbal “disse”.

Questão 22: TCE AC – 2008 – Analista (banca CESPE) Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Nos trechos “cinco fatores estão atuando, em escala mundial, nessa crise”, “e a crise norte-americana” e “o diretor-geral do FMI rompeu o silêncio constrangedor...”, os termos sublinhados qualificam os nomes aos quais se referem. Questão 23: MPE RJ Superior 2007 (banca NCE) Em "entram na lista negra das entidades de proteção ao crédito", o sintagma em negrito tem a mesma função sintática que o termo destacado em:

(A) “... José Vieira ainda divide o sofá da sala…”; (B) “Além de adiar a saída de casa.”; (C) “...entram na lista negra das entidades...”; (D) “...universo dos inadimplentes cresce...”; (E) “...Antônio Praxedes, vice-presidente da Telecheque.”.

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Questão 24: Pref Poço Redondo 2010 Assistente Social (banca Consulplan) Indique a reescrita de parte do trecho “Eles podem chegar a criar uma ‘atmosfera’ (romântica, de terror, de comicidade) que predispõe o público a perceber a realidade da maneira desejada pelo diretor.” que mantém o sentido do texto e a correção gramatical:

A) Eles podem chegar à criação de uma ‘atmosfera’... B) Eles podem chegar a criar uma ‘atmosfera’ (romântica, de terror, de

comicidade) que predispõem o público... C) ... o público a perceberem a realidade da maneira desejada pelo diretor. D) ... o público a perceber pela realidade da maneira que o diretor deseja. E) ... o qual predispõe o público a perceber a realidade da maneira desejada

pelo diretor.

Questão 25: ANTT Superior 2008 (banca NCE) O elemento sublinhado que representa o paciente do termo

(A) perda da biodiversidade; (B) desaparecimento dos animais; (C) animais da Terra; (D) queda de asteróides; (E) era dos dinossauros.

Questão 26: CISMEPAR – 2011 – Agente Adm (banca AOCP) Em “Senado aprova criação de cadastro...”, a expressão destacada funciona como

(A) complemento nominal. (B) objeto indireto. (C) agente da passiva. (D) objeto direto. (E) adjunto adnominal.

Questão 27: SEMSA / 2005 / Superior (banca Cesgranrio) “A pérola estava murcha,”

O termo em destaque é:

(A) sujeito. (B) objeto direto. (C) objeto indireto. (D) adjunto adnominal. (E) predicativo do sujeito. Questão 28: Prefeitura / 2005 / Médio (banca Cesgranrio) “o brasileiro com mais de 60 anos era, antes de tudo, um forte”

O termo em destaque exerce a função de:

(A) sujeito. (B) predicativo do sujeito. (C) objeto direto. (D) objeto indireto. (E) aposto. Questão 29: TERMOAÇU / 2008 / Superior (banca Cesgranrio) O termo da oração em destaque está identificado de acordo com a sintaxe em

(A) “Cantavam tristes,”– adjunto adverbial de modo (B) “De manhã, chegavam ao mercado do peixe...” – adjunto adverbial de

lugar (C) “Viam-se cercados pelos fregueses.” – objeto indireto

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(D) “Vinham cozinheiras, homens de importância da terra,” – núcleos do sujeito composto

(E) “Pareciam quietos, de noite bem dormida,” – objeto direto Questão 30: Pref Lagarto – 2011 – Médico (banca AOCP) Em “A escola não é uma ilha.”

A expressão uma ilha funciona como

(A) objeto direto. (B) predicativo do sujeito. (C) adjunto adnominal. (D) adjunto adverbial. (E) agente da passiva. Questão 31: Prefeitura C.M. 2009 Auxiliar Adm (banca Consulplan) Em “Quero que abras os olhos, Eugênio, que acordes enquanto é tempo.” as vírgulas foram utilizadas para:

A) Marcar expressão de caráter explicativo. B) Marcar termos deslocados. C) Separar termos assindéticos. D) Marcar o vocativo. Questão 32: TCE TO – 2009 – Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: Marx, herdeiro e defensor das postulações do Iluminismo, indagou se as relações de produção e as forças produtivas do capitalismo permitiriam, de fato, a realização da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O trecho “herdeiro e defensor das postulações do Iluminismo” exerce, na oração, a função sintática de vocativo. Questão 33: Correios – 2006 – Contador (banca AOCP) Identifique a alternativa em que há a ocorrência de um vocativo:

a) Edite desconfia de tudo. b) Se Adão tivesse cumprido as ordens do Senhor, a humanidade ficaria

limitada às personagens do paraíso. c) O terremoto causou uma catástrofe, fato que ninguém esperava. d) Amigos, façam seus pedidos! Questão 34: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: Não se trata de emitir um juízo de valor sobre esta concepção, mas de constatar sua existência. Necessário, porém, confrontar isso com o reverso da medalha, ou seja, a política estatal em relação a esse tipo de reivindicação, especialmente para o período que antecede 1930 e que surge para a historiografia como domínio exclusivo das oligarquias.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O estilo do autor elimina o verbo flexionado no início do último período sintático do texto, mas as regras gramaticais da norma culta e a coerência textual deixam aí subentendida a forma verbal É.

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Questão 35: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “possibilitou às instituições financeiras ganhos”(ℓ.1,2) permitiu que as instituições financeiras ganhassem Questão 36: Pref Lagarto – 2011 – Médico (banca AOCP) Em “Fica difícil atingir o desenvolvimento econômico dessa forma...”, a oração destacada funciona como

(A) complemento nominal. (B) objeto direto. (C) sujeito. (D) predicativo do sujeito. (E) objeto indireto. Questão 37: Petrobras / 2010 / Superior (banca Cesgranrio) Os verbos destacados NÃO podem ser considerados uma locução verbal em

(A) “...de que você possa arrepender-se” (B) “Como podemos superar esses momentos?” (C) “Perguntas a que também quero responder,” (D) “posso afirmar que o mundo não acaba amanhã...” (E) “não deixe entrar aquilo...” Questão 38: Prefeitura S. Agostinho – 2010 – Contador (banca AOCP) “O motivo, segundo o instituto, é que [...] o clima é seco...”

A oração destacada é

(A) subordinada substantiva predicativa. (B) subordinada substantiva completiva nominal. (C) subordinada substantiva subjetiva. (D) subordinada substantiva objetiva indireta. (E) subordinada substantiva objetiva direta. Questão 39: Técnico do Banco Central - 2009 (banca Cesgranrio) Denomina-se adequação sintática a construção coerente de períodos e orações, observadas as relações existentes entre seus termos e a sua organização. O parágrafo, dentre os abaixo transcritos, que preserva o princípio do paralelismo sintático, segundo o qual quaisquer elementos da frase coordenados entre si devem apresentar estrutura gramatical similar, é

(A) Aqui não pretendemos defender a ideia de mais intervenção do Estado na economia ou que ele volte a produzir aço em grande quantidade.

(B) Aqui não pretendemos defender a ideia de que o Estado intervenha mais na economia ou a volta de uma produção de aço em grande quantidade.

(C) Aqui não pretendemos defender a ideia de um Estado intervindo mais na economia ou que ele volte à produção de aço em grande quantidade.

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(D) Aqui não pretendemos defender a ideia de que a intervenção do Estado deva ser maior na economia ou uma produção de aço voltando a ter quantidade.

(E) Aqui não pretendemos defender a ideia de que o Estado intervenha mais na economia ou que volte a produzir aço em grande quantidade.

Questão 40: Analista do Banco Central do Brasil 2001 (banca ESAF) Fragmento do texto: O Banco Central deixa de ser responsável pela intermediação das ordens de pagamento, transferindo essa atribuição para um conjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings), que passam a garantir a finalização destas operações.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Na linha 3, “que” equivale a as quais. Questão 41: Analista do Banco Central do Brasil 2001 (banca ESAF) Fragmento do texto: Os riscos não são desprezíveis. Um estudo feito pela Universidade do Texas com empresas que sofreram uma perda catastrófica de dados concluiu que 43% jamais voltaram a operar, 51% faliram em dois anos e apenas 6% sobreviveram.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgula entre “empresas” e “que”(ℓ.2), e entre “dados” e “concluiu” (ℓ.3) seria inadequado, pois a informação que seria isolada tem natureza restritiva e passaria a explicativa, alterando o sentido do período. Questão 42: Correios – 2006 – Contador (banca AOCP) Em O carro que você comprou é muito velho, os termos sublinhados correspondem a:

a) Oração subordinada adjetiva explicativa. b) Oração subordinada adjetiva restritiva. c) Oração subordinada substantiva apositiva. d) Oração coordenada sindética explicativa. Questão 43: TCE TO – 2009 – Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: Esse horror não pode ser aplacado pela sociabilidade do mercado que transforma o outro em inimigo-competidor.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgula depois de “mercado” manteria o sentido original do texto. Questão 44: TCE TO – 2009 – Superior (banca CESPE) Fragmento do texto: No fim, tinha um pequeno armarinho — sempre tivera lojas que fossem frequentadas principalmente por mulheres — na rua Senhor dos Passos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A oração adjetiva “que fossem frequentadas principalmente por mulheres” apresenta valor explicativo.

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Questão 45: BNDES / 2008 / Superior (banca Cesgranrio) Assinale a opção cuja classe gramatical do que difere da dos demais.

(A) “a empresa, que faturou US$ 270 milhões em 2006, foi considerada pela revista Fortune a mais cool do mundo,”

(B) Isso não quer dizer que seus funcionários sejam preguiçosos, apesar do ambiente maneiro.”

(C) Para cada vaga que abre, a companhia recebe cerca de 900 currículos” (D) “a companhia recebe cerca de 900 currículos - como o do jovem Scott

Robinson, de 26 anos, que, com dois MBAs no bolso e passagens por outras empresas, implorou para ser aceito”

(E) “Chouinard, que se define como um antiempresário, virou tema de estudo em escolas de negócios.”

Questão 46: BNDES / 2009 / Superior (banca Cesgranrio) Os conectivos destacados abaixo pertencem todos à mesma classe de palavras, EXCETO um. Assinale-o.

(A) Quem diz que vai para o escritório para trabalhar e não para fazer amigos está enganado.”

(B) “...mas, sim, tentando mostrar que a facilidade em se expressar ou fazer relacionamentos tem peso...”

(C) “...associação internacional que estuda o estresse e suas formas de prevenção”

(D) “...Sabe-se que nos Estados Unidos o estresse profissional tem custo...” (E) “...mas acredita-se que temos valores similares ao americano.” Questão 47: TCE-AL – 2008 – Analista de Sistemas (banca FCC) Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase:

(A) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano Novo, pois não há como de fato alguém começar algo inteiramente do nada.

(B) É realmente muito difícil: cumprir propósitos de Ano Novo; pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(C) É, realmente, muito difícil – cumprir propósitos de Ano Novo: pois não há como de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(D) É, realmente, muito difícil cumprir propósitos de Ano Novo, pois não há como, de fato, alguém começar algo inteiramente do nada.

(E) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano Novo; pois não há como de fato alguém começar algo, inteiramente do nada.

Questão 48: CODEVASF 2008 Assessor Jurídico (banca Consulplan) Fragmento do texto: De um país em crise e cheio de mazelas, onde, segundo o IBGE, quase um quarto da população ganha R$4 por dia, o que se esperaria? Que fosse a morada de um povo infeliz, cético e pessimista, não? Observe a oração destacada no seguinte exemplo: “Nunca pude esquecer a conversação que tive com uma senhora...”

Assinale em qual das alternativas abaixo há uma oração que deve receber a mesma classificação da que está grifada anteriormente:

A) “... combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.”

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B) “... pedi-lhe que me levasse consigo.” C) “Mais tarde é que eu soube...” D) “... e acabou achando que era muito direito...” E) “A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão...” Questão 49: Prefeitura Ritápolis 2006 Auxiliar Adm (banca Consulplan) As conjunções que iniciam as orações abaixo têm o mesmo valor semântico, EXCETO:

A) “Ora, não se sabe como, ocorre que no país apareceu um homem honesto.” B) “Essa situação durou algum tempo: depois foi preciso fazê-lo compreender que, se quisesse viver sem fazer nada, não era essa uma boa razão para não deixar os outros fazerem.” C) “ ... o problema era que seu comportamento criava uma grande confusão.” D) “Ele deixava que lhe roubassem tudo...” E) “...para ver a água que passava embaixo.” Questão 50: Analista do Banco Central do Brasil 2001(banca ESAF) Fragmento do texto: O prejuízo operacional sofrido pela instituição financeira, em decorrência dessa inadimplência, faz com que os bons pagadores acabem arcando com parte dessa conta, suportando uma taxa de juro maior e até desestimulando outros tomadores, que gostariam de expandir ou crescer seus empreendimentos com apoio no crédito.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A oração reduzida “sofrido pela instituição financeira” (ℓ.1 e 2) corresponde à idéia que também pode ser expressa pela oração que a instituição financeira sofreu.

Questão 51: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “o que compensou”(ℓ.3,4) compensadas

Questão 52: Analista do Banco Central do Brasil 2002 (banca ESAF) O processo de reestruturação da economia brasileira alterou radicalmente o cenário _____1_______ atuavam as instituições financeiras. A abertura da economia, _____2_______ incremento das importações e exportações, além de exigir o desenvolvimento de produtos e serviços ágeis no mercado de câmbio, revelou o grau de ineficiência de alguns setores industriais e comerciais domésticos, com baixa lucratividade e deseconomias, ______3______ refletir-se na incapacidade de recuperação de empréstimos concedidos pelos bancos. ______4______, atuou o corte de subsídios a alguns setores econômicos, aumentando o grau de inadimplência para com o sistema

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bancário. Além disso, as políticas monetária e fiscal restritivas adotadas a partir da implementação do Plano Real contribuíam adicionalmente para as dificuldades creditícias enfrentadas por alguns setores da economia, ____5_____ forma passageira.

(www.bcb.gov.br) Assinale a opção em que uma das sugestões não preenche a lacuna com coesão e coerência.

a) 1 em que / no qual b) 5 mesmo que de / apesar de c) 3 que passou a / o que veio a d) 4 No mesmo sentido / Com a mesma orientação e) 2 acompanhada do conseqüente / seguida naturalmente do Questão 53: Banco Central do Brasil 2009 - Analista (banca Cesgranrio) “Vemos incontáveis estrelas, emitindo sua radiação eletromagnética, perfeitamente indiferentes às atribulações humanas.”

No período acima, encontram-se uma oração

(A) principal e outra subordinada reduzida de infinitivo. (B) principal e outra subordinada adjetiva reduzida de gerúndio. (C) principal e outra subordinada adjetiva reduzida de particípio. (D) coordenada e outra subordinada adjetiva restritiva. (E) coordenada e outra subordinada reduzida de gerúndio. Questão 54: Funasa – 2010 – Técnico (banca Dom Cintra) “Não existem fórmulas mágicas sobre o tempo que precisamos para nos manter em forma. Isso varia de uma pessoa para outra de um modo muito mais intenso do que se imaginava”.

Entre os dois períodos desse fragmento do texto poderia ser empregada adequadamente a conjunção:

A) mesmo que B) apesar de C) embora D) logo E) pois Questão 55: Auditor Tributário Mun – Delmiro Gouveia(AL) – 2006 (banca COPEVE) “O homem gosta de abrir e criar estradas, isto é indiscutível. Mas não será isso porque teima instintivamente em atingir o objetivo e completar o edifício em construção? Como podeis sabê-lo? Talvez ele ame o edifício apenas à distância e nunca de perto; talvez ele ame apenas criá-lo, e não viver nele.

(O palácio de cristal, de Dostoievski) Diz o autor do texto: “talvez ele ame apenas criá-lo, e não viver nele”, o que também é possível dizer que

A) ele, talvez, sinta-se bem com a construção do edifício, todavia, não ame estar nele.

B) o homem não ama criar o edifício, porque não ama viver nele. C) ele, talvez, ame a construção do edifício, pois não quer viver nele. D) o homem constrói o edifício, mas não mora neles. E) ele, talvez, ame o ato de construir o edifício, portanto, não ame viver nele.

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Questão 56: Prefeitura Palmas – 2010 – Técnico (banca Dom Cintra) Fragmento do texto: O Senhor Presidente da República já disse e repetiu que não é preciso desmatar mais nenhum hectare da Amazônia, onde já existem áreas suficientemente abertas para assegurar a expansão da produção agrícola e da pecuária. Para isso é imprescindível a capacitação e fiscalização dos critérios para investimentos do BNDES, uma vez que é fundamental garantir linhas de crédito para quem quer produzir de maneira limpa, legal e sustentável na Amazônia. O texto apresenta, ao contrário do que se devia esperar, uma série de problemas de língua escrita. Na frase “Para isso é imprescindível a capacitação e fiscalização dos critérios para investimentos do BNDES...”, o complemento “dos critérios para investimentos do BNDES” só se aplica ao segundo dos substantivos anteriores e não aos dois. A melhor redação para essa mesma frase seria:

A) Para isso é imprescindível a fiscalização dos critérios e a capacitação dos investimentos do BNDES...

B) É imprescindível, para isso, a fiscalização e capacitação dos critérios para investimentos do BNDES...

C) Para isso é imprescindível a capacitação dos critérios para investimentos e a capacitação do BNDES...

D) Para isso é imprescindível a fiscalização dos critérios para investimentos do BNDES e sua capacitação...

E) Para isso é imprescindível a capacitação dos critérios do BNDES e a fiscalização de seus investimentos...

GABARITO

1 A 2 A 3 B 4 A 5 A 6 C 7 E 8 B 9 C 10 D 11 E 12 B 13 B 14 B 15 E 16 B 17 D 18 B 19 D 20 C 21 E 22 C 23 B 24 A 25 A 26 A 27 E 28 B 29 D 30 B 31 D 32 E 33 D 34 C 35 E 36 C 37 E 38 A 39 E 40 C 41 C 42 B 43 E 44 E 45 B 46 C 47 D 48 E 49 E 50 C 51 E 52 B 53 B 54 E 55 A 56 D