Aula 08 Kitsch e cultura de massa

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Teorias da Comunicação

Kitsch e Cultura de MassaProf. Ms. Elizeu Silva

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KITSCH E CULTURA DE MASSA

“A cultura de massa é imposta, vem de cima. É fabricada por técnicos contratados por homens de negócios; os seus públicos são consumidores passivos, cuja participação se limita à escolha entre comprar e não comprar. Os senhores do kitsch exploram as necessidades culturais das massas a fim de obter lucro e/ou manter o domínio de sua classe”. (COELHO, 2006:187)

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Theodor Adorno:“Com toda a hipocrisia, a indústria cultural alega guiar-se pelos consumidores e fornecer-lhes aquilo que eles desejam”.

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Theodor Adorno“Não se trata tanto, para a indústria cultural, de adaptar-se às reações dos clientes, mas sim de fingi-las. Elas as inculca neles ao se comportar como se ela própria fosse um cliente”.

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Cultura transformada em mercadoria: “O espetáculo é o momento em que a mercadoria ocupou toda a vida social. Não se consegue ver nada além da mercadoria – o mundo que se vê é o seu [da mercadoria] mundo”. Guy Debord, A sociedade do espetáculo.

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“Assim, a alienação do trabalhador completa-se na sua transformação em consumidor [permanente]. Ainda quando não consome as (outras) mercadorias propagandeadas pelos meios de comunicação, consome as imagens que a indústria produz para seu lazer”. (Cont.)

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“Consumir, aqui, não quer dizer apenas que o trabalhador contempla essas imagens, mas que se identifica com elas, espelho espetacular de sua vida empobrecida”. (KEHL, 2004:44)

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“Perdido de suas referências simbólicas, desgarrado da comunidade de seus semelhantes – que se reduziu a uma massa indiferenciada de pessoas perseguindo, uma a uma, seus fins privados –, o indivíduo, sob o capitalismo tardio, ficou à mercê das imagens que o representam para si mesmo”.(KEHL, 2004:48-49)

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“O homem cuja vida se banaliza precisa se fazer representar espetacularmente”. Guy Debord

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Fim da subjetividade no indivíduo:“A alienação do espectador em favor do objeto contemplado ( o que resulta de sua própria atividade inconsciente) se expressa assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos compreende sua própria existência e seu próprio desejo”. Guy Debord

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A missão da indústria cultural não é dirigir-se ao consumidor como sujeito pensante, mas desacostumá-lo da subjetividade. (...)Quanto mais o indivíduo, convocado a responder como consumidor e espectador, perde o norte de suas produções subjetivas singulares, mais a indústria lhe devolve uma subjetividade reificada, produzida em série, espetacularizada. (Cont.)

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Esta subjetividade industrializada ele consome avidamente, de modo a preencher o vazio da vida interior da qual ele abriu mão por força da paixão de segurança (Jacques Lacan), que é a paixão de pertencer à massa, identificar-se com ela nos termos propostos pelo espetáculo. (KEHL, 2004:52-53)

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Essência da produção cultural de massa: o kitsch.“O que ela [Indústria Cultural] produz não é um estímulo, mas um modelo para maneiras de reagir a estímulos inexistentes”. Theodor Adorno.

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“O kitsch já traz dentro de si as interpretações, as conclusões, as mensagens a serem absorvidas pelo espectador. Oferece-as prontas; de algum modo, prescreve e orienta as reações do público”. (COELHO, 2006:164)

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Kitsch: (Adj) Que se caracteriza pelo exagero sentimentalista, melodramático ou sensacionalista, frequentemente com a predileção do gosto mediano ou majoritário, e pela pretensão de, fazendo uso de estereótipos e chavões inautênticos, encarnar valores da tradição cultural (diz-se de objeto ou manifestação de teor artístico ou estético).Kitsch: (Sub) Estilo artístico, tendência estética que apresenta estas características. (Dicionário Houaiss)

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Ai Se Eu Te PegoMichel Teló

Nossa, nossaAssim você me mataAi se eu te pego, ai ai se eu te pegoDelícia, delíciaAssim você me mataAi se eu te pego, ai ai se eu te pegoSábado na baladaA galera começou a dançarE passou a menina mais lindaTomei coragem e comecei a falar

Nossa, nossaAssim você me mataAi se eu te pego, ai ai se eu te pegoDelícia, delíciaAssim você me mata

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Subjetividade: “Um artista de vanguarda, como Picasso, pinta a causa – e deixa que esta produza seus efeitos, sejam quais forem, no espectador; é provável que a grande obra de arte, aliás, produza em cada espectador um efeito diferente”. (COELHO, 2006:164)

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“O kitsch já traz dentro de si as interpretações, as conclusões, as mensagens a serem absorvidas pelo espectador. Oferece-as prontas; de algum modo, prescreve e orienta as reações do público”. (COELHO, 2006:164)

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Subjetividade:

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Prefiguração de significados:

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Prefiguração de significados:

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Prefiguração de significados:

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“O kitsch já oferece, em si mesmo, o efeito que deve provocar –, basta lembrar o que ocorre nos seriados cômicos norteamericanos: a cada frase espirituosa de um personagem, segue-se a gravação das risadas de um público artificial. ... O espectador nem precisa rir: o programa ri em seu lugar. O efeito encontra-se prefigurado na própria obra”.(COELHO, 2006:164)

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“Quem sublinha, para nossa informação, o momento em que devemos rir da anedota contada nada mais faz que menosprezar a nossa inteligência”.Menosprezando a nossa inteligência, ainda exige o nosso aplauso, o nosso riso. Não nos deixa a liberdade de reagir como quisermos: impõe, para sua autossatisfação, a reação que deseja que tenhamos. (Idem, 169)

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“O kitsch é produto da revolução industrial que urbanizou as massas da Europa Ocidental e dos Estados Unidos e estabeleceu o que se denomina alfabetização universal. (...)Camponeses e proletariado instalados nas cidades aprenderam a ler por exigência da eficiência, mas não conquistaram o lazer e o conforto necessários ao gozo da cultura tradicional da cidade.

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Bibliografia recomendada

ARANTES, Antonio A. O que é cultura popular? São Paulo, Col. Primeiros Passos, 14ª edição, Ed. Brasiliense, 1990BUCCI, Eugênio; KEHL, Maria Rita. Videologias. São Paulo, Col. Estado de Sítio, Ed. Boitempo, 2004COELHO, Marcelo. Crítica cultural: teoria e prática. São Paulo, Ed. Publifolha, 2006LIMA, Luiz Costa. Teoria da cultura de massa. São Paulo, 6ª edição, Ed. Paz e Terra, 2002SANTOS, J. L. O que é cultura. São Paulo, Col. Primeiros Passos, 16ª edição, Ed. Brasiliense, 1996