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Administração Geral para Administrador do Ministério da Integração Nacional – Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 09 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 105 AULA 09: Recrutamento e Seleção. Capacitação de pessoas: gestão do conhecimento; treinamento, desenvolvimento e educação corporativa. SUMÁRIO PÁGINA 1. Palavras iniciais. 2 2. Recrutamento e Seleção. 3 2.1. Recrutamento. 4 2.2. Seleção. 10 3. Gestão do conhecimento e aprendizagem. 24 4. Capacitação de pessoas: treinamento, desenvolvimento e educação. 31 4.1. Treinamento. 33 4.1.1. Técnicas de treinamento. 34 4.1.2. Avaliação de resultados do treinamento. 38 4.2. Desenvolvimento de pessoas. 40 5. Educação corporativa e educação à distância. 46 6. Questões comentadas. 56 7. Lista de questões. 90 8. Gabarito. 103 9. Bibliografia principal. 104

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    AULA 09: Recrutamento e Seleo. Capacitao de pessoas: gesto do conhecimento;

    treinamento, desenvolvimento e educao corporativa.

    SUMRIO PGINA

    1. Palavras iniciais. 2 2. Recrutamento e Seleo. 3 2.1. Recrutamento. 4 2.2. Seleo. 10 3. Gesto do conhecimento e aprendizagem. 24 4. Capacitao de pessoas: treinamento, desenvolvimento e educao.

    31

    4.1. Treinamento. 33 4.1.1. Tcnicas de treinamento. 34 4.1.2. Avaliao de resultados do treinamento. 38 4.2. Desenvolvimento de pessoas. 40 5. Educao corporativa e educao distncia. 46 6. Questes comentadas. 56 7. Lista de questes. 90 8. Gabarito. 103 9. Bibliografia principal. 104

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    1. Palavras iniciais.

    Oi pessoal!

    Na aula de hoje estudaremos um pouco mais sobre gesto de

    pessoas. Os tpicos centrais da aula sero:

    Recrutamento e seleo

    Treinamento, desenvolvimento e educao corporativa.

    Alm disso, tambm abordaremos um pouco sobre educao distncia, j que assunto correlato e que, portanto, pode ser cobrado na prova.

    Um abrao e bons estudos!

    Prof. Carlos Xavier

    www.facebook.com/professorcarlosxavier

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    2. Recrutamento e Seleo.

    O recrutamento e a seleo de pessoas so duas atividades que

    pertencem ao processo de agregar pessoas s organizaes.

    Numa abordagem moderna, esses dois processos so dotados de um

    enfoque estratgico, orientado para a organizao como um todo, e no de

    forma operacional e orientada a uma parte especfica da organizao, como

    era na abordagem tradicional.

    Neste sentido, devemos lembrar que a viso moderna da gesto de

    pessoas considera que ela uma responsabilidade de linha e funo de staff.

    Da mesma forma acontece com os processos de recrutamento e seleo: os

    gerentes e suas equipes devem absorver a responsabilidade por agregar

    pessoas s suas equipes, assessorados por um rgo especfico de RH que

    exerce uma funo de consultoria/assessoria (staff) para toda a organizao.

    Mas recrutamento e seleo no so a mesma coisa:

    O recrutamento est ligado divulgao das vagas disponveis

    na organizao e, principalmente, obteno de candidatos

    interessados nessas vagas;

    A seleo est ligada escolha do candidato mais apropriado

    para a organizao. o processo que acontece aps a

    realizao do recrutamento.

    Com isso, percebe-se que recrutamento e seleo merecem ser

    estudados em separado. O que faremos nas prximas pginas.

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    2.1. Recrutamento

    Antes de entender mais profundamente o conceito de recrutamento e

    suas tcnicas, voc deve conhecer os conceitos de mercado de trabalho e de

    mercado de recursos humanos:

    O Mercado de Trabalho possui uma definio bastante clara, e

    que se for cobrada no seu concurso, pode pegar muito

    candidato despreparado. Esse o mercado das vagas de

    trabalho ofertadas pelas organizaes. Dependendo de diversos

    fatores, como a economia, a produtividade, etc., o mercado de

    trabalho pode assumir duas situaes:

    o Mercado de Trabalho em oferta: ocorre quando h

    muitas vagas de empregos disponveis no mercado. Nesta

    situao, as empresas costumam buscar candidatos de

    forma mais agressiva e estes passam a avaliar vrias

    propostas para escolher a mais interessante.

    o Mercado de Trabalho em procura: a situao do

    mercado de trabalho na qual h poucas vagas de emprego

    disponveis. Nessa situao, as empresas no precisam se

    esforar tanto no seu processo de procurar candidatos

    (recrutar), j que os candidatos passam a se tornar mais

    ativos na procura de vagas.

    O Mercado de Recursos Humanos composto pela massa de

    pessoas que buscam ser contratadas, seja porque esto

    desempregadas e querem um emprego, seja porque j esto

    empregadas, mas desejam trocar de trabalho. Assim como no

    mercado de trabalho, esse mercado tambm pode assumir duas

    situaes:

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    o Mercado de Recursos Humanos em oferta: a

    situao na qual h muitos candidatos em busca de

    ofertas de trabalho.

    o Mercado de Recursos Humanos em demanda:

    acontece quando h poucos candidatos disponveis no

    mercado, exigindo que a empresa realize uma busca mais

    ativa para encontr-los.

    Na verdade, os conceitos de mercado de trabalho e mercado de

    recursos humanos so bastante interligados. A intercesso de uma oferta de

    trabalho do mercado de trabalho com uma pessoa do mercado de recursos

    humanos que vai constituir uma vaga preenchida!

    Com esses conceitos em mente, j comeamos a perceber a

    importncia do recrutamento de pessoal, que consiste no processo de

    atrao de candidatos do mercado de recursos humanos para que a

    organizao possa utilizar como insumo no processo de seleo de

    pessoal.

    Voc deve saber, desde j, que o conceito de recrutamento inclui dois

    aspectos principais: 1) a comunicao da existncia de vagas na organizao;

    2) a atrao dos candidatos do MRH para se submeterem ao processo seletivo

    da organizao, que constitui sua funo principal.

    O recrutamento pode ter duas fontes de candidatos, a externa e a

    interna.

    O recrutamento interno aquele que acontece dentro da prpria

    organizao, com as pessoas que j so colaboradoras. Ele busca divulgar as

    vagas disponveis internamente e encontrar interessados em preench-las,

    seja atravs de uma promoo (quando o colaborador passa para cargos mais

    elevados e complexos, geralmente na mesma rea de atuao) ou atravs de

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    uma transferncia (quando o colaborador passa a ocupar outro cargo no

    mesmo nvel que o anterior, mas que geralmente envolve novos desafios).

    Algumas vantagens desse tipo de recrutamento so o melhor aproveitamento

    da capacidade humana da organizao e a maior motivao dos funcionrios

    para o desenvolvimento profissional. Ele mais rpido e econmico do que o

    externo, j que acontece dentro da prpria organizao. Algumas

    desvantagens desse tipo de recrutamento so que ele favorece a rotina atual e

    dificulta a entrada de novas ideias na organizao. Ele termina sendo

    responsvel pela eventual ocorrncia do chamado princpio de Peter,

    segundo o qual as pessoas tendem a crescer dentro da hierarquia

    organizacional at atingir o seu nvel de incompetncia. Assim, o recrutamento

    interno poderia ser responsvel por fazer com que um bom funcionrio se

    torne um gerente ruim! Apesar disso, o recrutamento interno pode ser

    considerado mais adequado para empresas burocrticas e mecanicistas, que

    no necessitam de grande adaptabilidade ao ambiente.

    O recrutamento externo, por outro lado, acontece quando a

    organizao busca por candidatos em potencial no mercado de recursos

    humanos externo sua prpria estrutura. O uso do recrutamento externo traz

    novas ideias e capacidades para a organizao, oxigenando as prticas

    organizacionais e facilitando sua adaptao ao ambiente. Ele evita o chamado

    princpio de Peter, segundo o qual as pessoas que crescem dentro da

    organizao tendem a progredir at atingir um cargo no qual se tornem

    incompetentes. Apesar disso, mais caro que o recrutamento interno e pode

    afetar negativamente a motivao dos funcionrios da organizao, que

    deixam de acreditar na possibilidade de desenvolvimento e passam a buscar

    oportunidades em outras empresas do mercado de trabalho.

    Como consiste em divulgar as vagas da organizao e encontrar

    pessoas interessadas em preench-las, o recrutamento exige o uso de

    diferentes tcnicas para chegar ao seu objetivo, especialmente o recrutamento

    externo, que acontece em um ambiente muito mais amplo do que o interno.

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    Assim, vrias tcnicas podem ser utilizadas no recrutamento externo. O

    mais importante que se escolha a tcnica mais apropriada a cada caso.

    Relaciono, a seguir, algumas delas:

    1. Anncios em jornais e revistas: o foco deve estar em

    encontrar o tipo de jornal/revista adequado para o perfil de

    empregado que se est buscando, criando um anncio

    apropriado;

    2. Agncias de recrutamento: ao invs de ir diretamente ao

    mercado de recursos humanos, as organizaes podem buscar

    agncias especializadas para intermediar a busca por

    candidatos. Essas agncias podem ser particulares,

    governamentais ou organizaes sem fins lucrativos;

    3. Contatos com escolas, universidades, agremiaes, etc.:

    a organizao pode desenvolver uma ligao direta com escolas

    e centros de formao para divulgar suas oportunidades e at

    mesmo vend-las a candidatos qualificados em inicio de

    carreira.

    4. Afixao de anncios e cartazes: trata-se de um mtodo de

    baixo custo, que consiste em preparar anncios ou cartazes e

    coloca-los em locais de grande circulao de pessoal.

    5. Indicao: um mtodo que consiste em estimular os

    funcionrios da organizao a divulgarem as vagas da

    organizao entre seus conhecidos e indicar ou recomendar

    pessoas para ocup-las.

    6. Internet: a internet pode ser uma importante ferramenta no

    recrutamento externo, servindo tanto na divulgao de vagas

    quanto na atrao de candidatos interessados, que podem

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    enviar seus currculos diretamente para a empresa, com

    facilidade e a custo quase zero.

    7. Banco de talentos/bancos de dados: as organizaes

    podem manter bancos de dados dos candidatos no

    aproveitados em processos anteriores com o propsito de

    consider-los em processos seletivos futuros.

    Como tudo na organizao, importante que se avalie os resultados

    do recrutamento de forma de gerar feedback sobre seu funcionamento, o que

    permite a melhoria no processo. Isso pode ser feito por diferentes tcnicas e

    medidas, como: nmero de entrevistas realizadas, custo mdio de

    recrutamento por vaga preenchida, percentual de cargos preenchidos, etc.

    Para Boas e Andrade (2009), as principais prticas de avaliao esto

    ligadas:

    s vagas preenchidas: incluindo pontos como o percentual de

    preenchimento das vagas com candidatos de alto desempenho,

    com membros de grupos subutilizados, com indivduos

    satisfeitos e que permanecem no trabalho por mais tempo;

    s atividades dos recrutadores: inclui quantidade e

    qualidade das entrevistas, das apresentaes sobre as

    carreiras, percentual de pessoas recomendadas que foram

    contratadas e que esto tendo bom desempenho, quantidade

    de mulheres e membros de minorias recrutados, e custo total

    de entrevista.

    Ao mtodo de recrutamento em si e suas variantes: inclui

    a quantidade de candidatos qualificados, o nmero de mulheres

    e membros de minorias que responderam aos anncios, o custo

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    de recrutamento por candidato, o tempo gasto no processo de

    recrutamento, o custo por contratao, e a qualidade dos

    empregados contratados.

    Carvalho, Nascimento e Serafim (2006) vo alm e chegam a dizer

    que h aspectos primordiais para a avaliao do recrutamento:

    Devemos considerar a avaliao de qualquer

    programa de recrutamento que possa se basear,

    primordialmente, nos seguintes tpicos:

    Rapidez de atendimento requisio de RH

    encaminhada pela unidade interessada;

    Nmero de candidatos potencialmente

    capacitados para cada vaga anunciada;

    Custo operacional relativamente baixo do

    recrutamento em face da qualidade e da

    quantidade dos candidatos encaminhados;

    Maior permanncia dos candidatos no

    emprego ao serem efetivados.

    Uma vez realizado o recrutamento, os candidatos recrutados

    passaro pelo processo de seleo da organizao, que ser abordado na

    prxima seo da aula.

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    2.2. Seleo

    Passado o processo de comunicar a existncia de vagas e encontrar

    pessoas interessadas em preench-las (tpicas do recrutamento), iniciado o

    processo de seleo de pessoal, que busca encontrar um encaixe perfeito entre

    as necessidades da organizao e as caractersticas do individuo que

    preencher a vaga, garantindo adequao individual ao cargo e um bom

    desempenho do indivduo no trabalho que ir ocupar.

    A verificao dessa adequao para um desempenho futuro

    satisfatrio geralmente se d a partir da comparao das caractersticas dos

    candidatos com (1) as caractersticas do cargo a ser preenchido ou (2) com as

    necessidades de competncias a serem capturadas pela organizao. Esta

    ltima abordagem se concentra sobre a trajetria a ser percorrida pelo

    individuo que ocupar o cargo e os resultados que podero ser produzidos para

    a organizao ao longo do tempo, e no sobre as necessidades do cargo em si.

    O resultado dessa comparao pode indicar que o candidato est de

    acordo com as expectativas, abaixo do desejado ou at mesmo que ele

    superdotado em relao ao que esperado pela organizao.

    As caractersticas pessoais do candidato podero estar associadas

    a quatro aspectos:

    1. A execuo da tarefa em si: trata-se das caractersticas que o

    candidato possui e que esto ligadas as aptides necessrias

    para as tarefas que sero executadas no cargo. Inclui pontos

    como: ateno concentrada (foco em detalhes), ateno

    dispersa (viso ampla das coisas), aptido numrica, verbal,

    espacial, etc.

    2. Interdependncia com outras tarefas: trata-se de

    caractersticas ou aptides relacionadas com a execuo de

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    outras tarefas, alm das que sero executadas. Inclui

    caractersticas como ateno dispersa e abrangente, facilidade

    de coordenao, resistncia aos conflitos, etc.

    3. Interdependncia com outras pessoas: so os aspectos que

    se relacionam com a necessidade de realizar contatos com

    outras pessoas. Inclui caractersticas como: capacidade de

    colaborao e cooperao, liderana, capacidade de

    comunicao, etc.

    4. Interdependncia com a prpria organizao: so as

    caractersticas que devem ser observadas para serem

    compatveis com os (1) objetivos da prpria organizao onde

    se ir trabalhar ou (2) de sua unidade de negcio ou mesmo

    departamento. Trata-se, neste caso, de uma comparao entre

    as competncias exigidas pela organizao e as competncias

    disponveis no candidato.

    As caractersticas do cargo, por sua vez, podem ser identificadas

    por meio de uma das seguintes tcnicas:

    1. Anlise e descrio do cargo: trata-se da colheita de

    informaes sobre o contedo do cargo em si e sobre os

    requisitos que ele exige do seu ocupante, chamados

    respectivamente de fatores intrnsecos e extrnsecos do cargo.

    2. Analise dos incidentes crticos: uma tcnica que consiste

    em realizar um levantamento sobre os incidentes memorveis

    (positivos e negativos) a respeito de algo. Na seleo de

    pessoal, se relaciona com o levantamento, pelos gerentes, de

    comportamentos que produziram resultados excelentes ou

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    pssimos no exerccio de um cargo, de modo que sejam

    identificadas as caractersticas desejveis e as no desejveis

    no candidato, servindo como base para a seleo de pessoal.

    3. A requisio de pessoal: a requisio de pessoal o

    documento interno da organizao que d partida ao processo

    de recrutamento e seleo para uma vaga especfica.

    Formalmente, um "pedido do gerente de linha responsvel

    por uma rea para que se iniciem os procedimentos necessrios

    ao preenchimento de uma vaga em sua equipe. Esse documento

    pode ser til no levantamento das caractersticas do cargo, pois

    geralmente descreve a necessidade que o gerente percebe que

    deve ser preenchida com a contratao para determinado cargo.

    4. Anlise e pesquisa de mercado: trata-se de uma forma de

    conseguir informaes sobre os requisitos de determinados

    cargos fora da organizao. Geralmente esta tcnica s

    utilizada em cargos que sejam novos para a organizao ou que

    estejam profundamente ligados ao desenvolvimento tecnolgico

    e inovao. Toma-se um cargo como referncia (benchmark) no

    mercado e busca-se criar um cargo com caractersticas similares

    na prpria organizao.

    5. Hiptese de trabalho: a tcnica que deve ser utilizada se

    nenhuma das tcnicas anteriores for aplicvel. Trata-se de criar

    uma previso sobre qual o contedo exigido para o futuro

    ocupante do cargo a ser preenchido.

    Como vimos, as competncias tambm podem ser utilizadas no

    processo de seleo. Resumidamente, elas podem ser:

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    1. Competncias essenciais: so aquelas que distinguem as

    organizaes umas das outras, gerando vantagem competitiva e

    sendo perceptveis pelos clientes;

    2. Competncias funcionais: so as competncias das

    reas/departamentos especficos da organizao;

    3. Competncias gerenciais: trata-se das competncias que

    devem ser desenvolvidas pelos gestores.

    4. Competncias individuais: so aquelas que cada pessoa deve

    possuir para atuar na organizao.

    O tratamento a ser dado ao candidato depender de alguns fatores,

    podendo ser adotados um dos seguintes modelos:

    1. Modelo de colocao: quando s h um candidato e uma

    vaga a ser preenchida;

    2. Modelo de seleo: ocorre quando h vrios candidatos para

    ocupar uma vaga especfica. Assim, a organizao escolhe o

    melhor candidato para a sua necessidade.

    3. Modelo de classificao: est relacionado existncia de

    mltiplas vagas para cada candidato e mltiplos candidatos para

    cada vaga. uma abordagem ampla e eficaz para aproveitar as

    capacidades dos candidatos inscritos para a organizao para os

    vrios cargos disponveis.

    4. Modelo de agregao de valor: o modelo que busca

    comparar as competncias individuais que os candidatos

    oferecem em relao s competncias que interessam

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    organizao, para que lhe agregue valor e aumente a sua

    competitividade.

    Agora que voc j entendeu vrios aspectos gerais sobre a seleo de

    recursos humanos, vamos estudar as principais tcnicas de seleo que

    podem ser cobradas em seu concurso.

    As tcnicas de seleo devem ser escolhidas de maneira

    apropriada, considerando-se s necessidades da organizao. Elas precisam ter

    alguns atributos especficos, como rapidez, confiabilidade e capacidade de

    prever o bom desempenho do individuo no cargo.

    Realizando um amplo levantamento das tcnicas de seleo,

    Chiavenato (2010) percebeu que as mesmas podem ser agrupadas em

    categorias. Com base em seu levantamento, vamos dividir as tcnicas em

    diferentes categorias, para efeito de estudo para concurso:

    1. Entrevistas: trata-se da tcnica de seleo mais utilizada pelas

    organizaes, podendo ser utilizada em diferentes momentos no

    processo seletivo. A empresa deve destacar especial ateno

    preparao das entrevistas e treinamento dos entrevistadores.

    As entrevistas podem ser:

    a. Entrevista totalmente padronizadas / totalmente

    estruturadas: so as entrevistas previamente preparadas

    com perguntas padronizadas para que o entrevistador

    busque preencher respostas, tambm padronizadas, do

    candidato. A ideia que um questionrio seja preparado

    para possibilitar uma previso mais objetiva sobre o

    futuro desempenho do indivduo no cargo.

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    b. Entrevista padronizada apenas nas perguntas: so as

    entrevistas com perguntas padronizadas, mas que

    permitem respostas abertas por parte dos candidatos;

    c. Entrevista diretiva: so as entrevistas que no

    determinam as questes a serem respondidas, mas

    determinam o que como o entrevistador deve dirigir a

    entrevista para obter as respostas desejadas.

    d. Entrevista no diretiva / no estruturada: a entrevista

    totalmente livre, que no possui perguntas nem respostas

    padronizadas, nem roteiro estabelecido, mas busca nvel e

    profundidade na entrevista. O entrevistador caminha

    dentro da linha de menor resistncia junto ao

    entrevistado.

    2. Provas de conhecimento ou capacidade: trata-se de provas

    (ou testes) para medir os conhecimentos que um candidato

    possui em determinada rea (provas de conhecimento) ou a sua

    capacidade de desempenhar certas tarefas com base em suas

    habilidades (prova de capacidade). Elas podem ser classificadas

    de acordo com diferentes dimenses:

    a. Quanto sua abrangncia:

    i. Gerais: quando avaliam conhecimentos e

    capacidades gerais;

    ii. Especficas: quando avaliam conhecimentos e

    capacidades especficas a uma funo.

    b. Quanto sua forma de aplicao:

    i. Orais: aplicadas verbalmente;

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    ii. Escritas: aplicadas por escrito;

    iii. De realizao: aplicadas por meio da execuo de

    alguma tarefa.

    c. Quanto sua organizao:

    i. Tradicionais: so as provas dissertativas escritas

    que buscam maior profundidade nas respostas;

    ii. Objetivas: so as provas com respostas mais

    fechadas, tpicas de concursos pblicos em geral,

    tambm chamadas de testes. Os itens podem ser:

    1. De mltipla escolha: cada questo possui

    vrias alternativas para que o candidato

    escolha uma;

    2. De preenchimento de lacunas: quando

    existem lacunas a serem preenchidas pelo

    candidato.

    3. De ordenao/conjugao de pares: quando

    necessrio ordenar as alternativas em pares

    para que se identifique a resposta;

    4. Em escala de concordncia/discordncia: para

    que o candidato marque em que grau

    concorda/discorda de determinado item.

    5. Em escala de avaliao: trata-se de avaliar

    algum atributo especfico do que se pergunta;

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    6. Em Escala de importncia: trata-se de atribuir

    um determinado grau de importncia ao item

    que est sendo avaliado.

    3. Testes psicolgicos: so testes que buscam prever o

    comportamento do individuo na organizao. Eles possuem trs

    caractersticas que lhe so tpicas: 1) Ser preditor: realizar

    predies a respeito do comportamento humano; 2) Possuir

    validade: medem aquilo que so feitos para medir; 3) Ser

    preciso: so precisos quanto aos resultados daquilo que

    medido. Nesse contexto, pode-se destacar:

    a. Teste de aptides (habilidades primrias): trata-se

    do teste para verificao das aptides do candidato. O

    mais conhecido desses testes o de Thurstone (baseado

    na Teoria Multifatorial de Thurstone). Para ele, existem

    diferentes fatores que compem a inteligncia geral (Fator

    G). So eles:

    i. Fator V: aptido verbal;

    ii. Fator W: fluncia verbal;

    iii. Fator N: aptido numrica;

    iv. Fator S: aptido espacial;

    v. Fator M: memria associativa;

    vi. Fator P: aptido perceptiva;

    vii. Fator R: raciocnio abstrato.

    b. Teste de Inteligncia (de Gardner): trata-se de uma

    abordagem especfica para mensurar a inteligncia dos

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    candidatos, de Howard Gardner. Esse autor considera que

    existem 9 diferentes tipos de inteligncia (originalmente

    eram 7, as duas ltimas - pictogrfica e naturalista foram

    adicionadas posteriormente). Cada cargo exige um

    conjunto de inteligncias diferente e em propores

    distintas. Vamos estudar brevemente cada uma delas:

    i. Inteligncia lgico-matemtica: trata-se da

    habilidade de ordenar fatos, padres, quantidades,

    etc. Relaciona-se com a facilidade de pensar

    logicamente e estruturar o raciocnio lgico e

    matemtico. Pessoas nas quais esta inteligncia

    predominante tenderiam a se tornar matemticos,

    estatsticos, engenheiros, fsicos, etc.

    ii. Inteligncia verbal: a habilidade de comunicar-se

    utilizando a linguagem. Est relacionada formao

    e ao processamento lingustico tanto em sua forma

    falada quanto escrita, ou ainda atravs de seus

    aspectos simblicos e abstratos. A predominncia

    deste tipo de inteligncia fatia com que a pessoa

    pudesse se tornar um bom comunicador, professor,

    escritor, poeta, tradutor, intrprete, etc.

    iii. Inteligncia musical: a capacidade do individuo de

    distinguir diferentes sons, tons, ritmos, harmonias,

    etc.. Esta inteligncia permite que a pessoa organize

    os sons com musicalidade, toque instrumentos de

    forma habilidosa, componham, interpretem e

    executem obras musicais. A predominncia deste

    tipo de inteligncia em um indivduo faria com que

    ele fosse um bom msico, cantor, maestro, etc.

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    iv. Inteligncia espacial: a inteligncia espacial a

    capacidade que o individuo tem de perceber o

    ambiente fsico ao seu redor, suas formas,

    estruturas, propores, tamanhos, etc. Pessoas com

    elevada inteligncia espacial podem ser bons

    arquitetos, engenheiros cartgrafos, decoradores,

    fotgrafos, etc.

    v. Inteligncia corporal-cinestsica: esta inteligncia

    a capacidade do indivduo lidar e perceber o prprio

    corpo, seus movimentos, expresses, etc.. Ela

    permite que as pessoas controlem bem sua

    expresso, postura, movimentos e gestos. Quando

    este tipo de inteligncia predominante, a pessoa

    pode se tornar um bom ator, esportirta,

    fisioterapeuta, danarino, etc.

    vi. Inteligncia interpessoal: trata-se da capacidade de

    lidar com outras pessoas, comunicando-se com elas

    de forma efetiva, criando, mantendo e facilitando

    relacionamentos entre pessoas e grupos. As pessoas

    com elevada inteligncia interpessoal costumam

    entender as sensaes das outras pessoas e seus

    pontos de vista, buscando um relacionamento

    harmonioso. Este tipo de inteligncia, quando

    predominante em um indivduo, levaria o mesmo a

    se tornar um bom lder, professor, administrador,

    mdico, psiclogo, etc.

    vii. Inteligncia intrapessoal: a facilidade que a

    pessoa tem de entender os prprios sentimentos,

    sensaes e pensamentos. Pessoas com elevado

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    grau de inteligncia interpessoal podem se tornar

    bons filsofos, poetas, pensadores, etc.

    viii. Inteligncia pictogrfica: sendo uma das

    Inteligncias adicionada posteriormente por

    Gardner, a capacidade de expressar-se por meio

    de figuras, desenhos e imagens, alm da facilidade

    de memorizar imagens e lugares. Pessoas com este

    tipo de inteligncia predominante podem ser bons

    desenhistas, fotgrafos, publicitrios, escultores,

    pintores, etc.

    ix. Inteligncia naturalista ou existencialista: trata-se

    da sensibilidade que o indivduo possui para

    perceber e entender as coisas que acontecem na

    natureza e no meio ambiente. Pessoas com este tipo

    de inteligncia predominante podem ser bons

    bilogos, ecologistas, paisagistas, etc.

    4. Testes de personalidade: buscam conhecer o sistema

    endgeno do individuo (seus aspectos interiores) que so

    consistentes e permanentes ao longo do tempo, determinando o

    comportamento de cada um. So testes mais caros e

    complicados, que exigem a presena de psiclogos para serem

    executados.

    5. Tcnicas de simulao: consistem em simular a realizao de

    determinados trabalhos na prtica, criando-se um contexto em

    que se possa observar o desempenho do candidato. A principal

    tcnica de simulao o psicodrama, que consiste em uma

    tcnica subjetiva atravs da qual acontece uma atuao por

    parte dos candidatos, considerando os papeis que precisam

    representar. Esses testes so mais aplicados para selees de

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    cargos que necessitam de maior contato interpessoal, como

    cargos de gesto e cargos de contato direto com o pblico.

    Com tudo isso em mente, preciso lembrar ainda que a seleo de

    pessoas na organizao tambm pode ser avaliada. Neste sentido, ele pode

    ser eficiente e eficaz. A eficincia consiste em fazer corretamente as coisas na

    seleo: entrevistar, aplicar testes de conhecimentos vlidos e precisos, etc. A

    eficcia consiste em alcanar resultados e atingir objetivos, tais como, saber

    trazer os melhores talentos para a organizao e tornar a empresa cada dia

    melhor com as pessoas que nela ingressam.

    Uma forma comumente utilizada pelas organizaes para medir a

    eficcia do processo de proviso de pessoas o clculo do quociente de

    seleo (QS). Ele calculado dividindo-se o nmero de candidatos admitidos

    pelo nmero de candidatos examinados e multiplicando o resultado por 100.

    Com ele, possvel saber qual o percentual de candidatos examinados que foi

    admitido! Quando o QS diminui, maior sua eficincia e seletividade. Deve ser

    destacado ainda que o QS sofre alteraes por conta da situao de oferta ou

    procura do mercado de RH.

    Alm disso, voc deve saber que erros podem ocorrer nos processos

    de avaliao humana, sejam no recrutamento e seleo ou mesmo na

    avaliao de desempenho. Os principais erros so:

    Efeito Halo

    a tendncia que uma pessoa pode ter de generalizar

    avaliaes positivas com base em poucos fatores

    observados. H autores que dizem que ele efeito de

    generalizao (em geral!), desconsiderando o Efeito

    Horn (que falarei a seguir). Tenha ateno!

    Efeito Horn o oposto do efeito Halo. a tendncia que uma pessoa

    pode ter de generalizar avaliaes negativas com base

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    em poucos fatores observados.

    Erro de tendncia

    central

    a tendncia que a pessoa pode ter a no atribuir notas

    nem muito altas nem muito baixas para um candidato,

    tendendo sempre a uma avaliao mdia.

    Recncia

    o erro que decorre do fato de que as pessoas se

    lembram mais dos fatos recentes. Se o examinador s

    anotar as percepes sobre os candidatos aps vrias

    entrevistas, mais provvel que incorra nesse erro. A

    soluo realizar anotaes frequentes.

    Lenincia

    Este erro decorre da dificuldade do examinador de

    observar diferenas entre os candidatos, tendendo a

    realizar uma avaliao positiva.

    Severidade

    o reverso da moeda da lenincia. Aqui o avaliador no

    consegue ver diferenas entre os candidatos, tendendo

    a caracteriz-los negativamente.

    Contraste

    quando o avaliador erra por se tomar como referncia

    de comparao. A comparao feita ao avesso: o que

    eu tenho e o candidato no tem

    Similaridade

    o parecido com o contraste. O examinador continua se

    tendo por referencia, mas busca caractersticas similares

    a si prprio no candidato.

    Tendenciosidade

    Trata-se do erro que decorre da avaliao com base em

    preconceitos ou tendncias pessoais do avaliador. Ex.:

    Se um candidato chega entrevista sem fazer a barba

    pode ser tido como preguioso, mesmo que seja um

    bom profissional.

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    Erro de cansao O avaliador, quando cansado pela rotina, pode comear

    a errar na avaliao.

    No compreenso

    dos fatores

    avaliados

    Se o avaliador no conhecer claramente os fatores de

    avaliao, poder avali-los de forma incorreta, gerando

    distores no processo.

    - Agora que voc j se preparou muito bem em recrutamento e

    seleo, vamos estudar a capacitao de pessoas: treinamento e

    desenvolvimento!

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    3. Gesto do conhecimento e aprendizagem.

    O aumento das condies de incerteza e a acelerao e intensificao

    das mudanas tm feito com que a organizao deva, cada vez mais,

    aprender. Esta aprendizagem organizacional se d a partir das pessoas que

    compem a organizao.

    Percebe-se que a aprendizagem no pode acontecer ao acaso nas

    organizaes, devendo ser organizada e contnua, afetando todos os membros

    da organizao. Ela deve ser direcionada s necessidades da organizao e

    sua viso de futuro.

    Para entender a aprendizagem e a gesto do conhecimento

    organizacional, preciso, em primeiro lugar, que se compreendam os

    conceitos de dados, informao e conhecimento.

    Se voc acha que esses trs conceitos so a mesma coisa, est

    errado(a)! Podemos visualizar os trs construtos da seguinte forma:

    Conhecimento

    Informao

    Dados

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    Com essa figura, percebemos que os dados so parte da informao,

    e a informao parte do conhecimento. Vamos definir cada um dos

    construtos:

    Dado: a matria prima da informao. So registros sobre

    fatos, passveis de serem ordenados, analisados e estudados

    para se alcanar concluses (Lacombe, 2009). Em outras

    palavras, os dados so simples registros. Se voc me perguntar

    em que sculo estamos, eu lhe digo: XXI. Isso um dado,

    mas no uma informao completa, pois no sofreu qualquer

    anlise.

    Informao: so dados trabalhados e interpretados, possuindo

    significado prprio. Eu posso lhe dizer que no sculo XXI, as

    mudanas no ambiente empresarial tm sido cada vez mais

    frequentes, rpidas e intensas. Isto uma informao

    possuidora de significado! Neste mesmo sentido pensa Lacombe

    (2009), quando define informao como dados que foram

    organizados e ordenados de forma coerente e significativa para

    fins de compreenso e anlise para a pessoa que os recebe.

    Alm disso, ele afirma tambm que informao a disposio

    de dados de modo que faam sentido, criando significados para

    as pessoas.

    Conhecimento: uma mistura de elementos, sendo ainda

    mais amplo do que a informao. Integra diferentes

    informaes para formar um conjunto complexo, fluido e

    integrado sobre um assunto. possvel ainda considerar que

    ele aplicvel e til para quem o detm. Lacombe (2009) o

    define como mistura fluida de experincia estruturada, valores,

    informaes e discernimento tcnico que proporciona suporte

    para o indivduo avaliar e incorporar novas experincias e

    informaes. Nas organizaes, encontra-se no s em

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    documentos, em manuais ou na mente das pessoas que nelas

    trabalham, mas tambm nas rotinas, nos processos, nas

    normas e prticas organizacionais. Ele diz ainda que o

    conhecimento o contedo de valor agregado do pensamento

    humano, obtido pela percepo e manipulao inteligente de

    informaes.

    Tendo em conta esta distino, precisamos saber que a

    aprendizagem , no nvel individual, a mudana de comportamento dos

    indivduos em funo dos novos conhecimentos, habilidades e experincias

    obtidas, servindo para melhorar o prprio desempenho e se adaptar ao

    ambiente. Segundo Chiavenato (2011) a aprendizagem individual conduz

    aprendizagem organizacional: a maneira como a organizao como um todo

    aprende, adapta-se s circunstncias externas, melhora seu comportamento e

    garante seu desempenho e sucesso.

    Fleury e Junior (2002) afirmam que o processo de aprendizagem na

    organizao pode acontecer em trs nveis:

    1. Nvel do indivduo: o primeiro nvel do processo de

    aprendizagem. Est carregado de emoes positivas ou

    negativas, por meio de caminhos diversos.

    2. Nvel do grupo: a aprendizagem pode vir a constituir

    um processo social partilhado pelas pessoas do grupo.

    3. Nvel da organizao: o processo de aprendizagem

    individual, de compreenso e interpretao partilhados

    pelo grupo, torna-se institucionalizado e se expressa

    em diversos artefatos organizacionais, como estrutura,

    regras, procedimentos e elementos simblicos. As

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    organizaes desenvolvem memrias que retm e

    recuperam informaes.

    Segundo Argyris (apud Chiavenato, 2011), a aprendizagem

    organizacional ocorre em duas condies bsicas:

    1. Primeiro, quando uma organizao alcana o que

    pretende, isto , quando passa a existir uma

    correspondncia entre seu plano de ao e o resultado

    real.

    2. Segundo, quando uma defasagem entre o objetivo

    pretendido e o resultado alcanado identificada e

    corrigida, isto , a defasagem transformada em

    correspondncia.

    Neste sentido, a aprendizagem ocorre quando se verifica a

    correspondncia entre o que se deseja e o resultado real. Alm disso, ela pode

    ocorrer quando as defasagens percebidas so corrigidas. Este ltimo processo

    passa pela anlise e mudana das variveis que levam ao resultado, e

    posterior aes corretivas.

    A aprendizagem organizacional pode ocorrer por meio de um circuito

    simples ou por meio de um circuito duplo:

    Circuito simples: aquele que, atravs do registro e

    comunicao (feedback) dos erros e dos sucessos das aes

    executadas, compreende-se a relao de causa-efeito entre as

    aes e os resultados alcanados. Com isso, possvel a

    instaurao de aes corretivas e inovadoras no processo, para

    que eles sejam melhorados por meio dessa aprendizagem.

    Circuito duplo: ocorre de forma anloga aprendizagem por

    meio de um circuito simples (por meio de registro e

    comunicao dos erros), mas ela est ligada as normas pelas

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    quais as aes so realizadas. Deste modo, os pressupostos ou

    valores fundamentais que governa as aes so alterados,

    gerando uma aprendizagem ainda mais profunda.

    A aprendizagem gera a mudana necessria na organizao para que

    ela se renove continuamente. Neste sentido, Peter Senge (apud Chiavenato,

    2011) v a existncia de cinco disciplinas que geram a organizao de

    aprendizagem:

    1. Domnio pessoal. uma disciplina de aspirao.

    Envolve a formulao de um conjunto coerente de

    resultados que as pessoas desejam alcanar como

    indivduos (sua viso pessoal) em um alinhamento

    realstico com o estado atual de suas vidas (sua

    realidade atual). Aprender a cultivar a tenso entre

    a viso pessoal e a realidade externa aumenta a

    capacidade de fazer melhores escolhas e alcanar

    melhor os resultados escolhidos.

    2. Modelos mentais. uma disciplina de reflexo e

    habilidades de questionamento. Focalizam o

    desenvolvimento de atitudes e percepes que

    influenciam o pensamento e a interao entre as

    pessoas. Ao refletirem continuamente, falando a

    respeito e reconsiderando aspectos internos do

    mundo, as pessoas ganham mais capacidade de

    governar suas aes e decises.

    3. Viso compartilhada. uma disciplina coletiva.

    Estabelece um foco sobre propsitos mtuos. As

    pessoas aprendem a nutrir um senso de

    compromisso em um grupo ou organizao

    desenvolvendo imagens do futuro que pretendem

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    criar e os princpios e as prticas orientadoras os

    quais elas esperam alcanar.

    4. Aprendizagem de equipes. uma disciplina de

    interao grupal. A aprendizagem feita por meio

    de equipes e utiliza tcnicas como dilogo e

    discusso para desenvolver o pensamento coletivo,

    aprender a mobilizar energias e aes para alcanar

    objetivos comuns e desenvolver uma inteligncia e

    capacidade maior do que a soma dos talentos

    individuais.

    5. Pensamento sistmico. uma disciplina de

    aprendizagem. Por meio dela, as pessoas aprendem

    melhor compreendendo a interdependncia e a

    mudana para lidar eficazmente com as foras que

    produzem efeitos em suas aes. Pensamento

    sistmico baseado na retroao e na

    complexidade. Trata-se de mudar sistemas na sua

    totalidade e no mudar apenas os detalhes.

    - Sugiro que voc memorize as cinco disciplinas.

    No processo de aprendizagem, possvel distinguir entre o

    conhecimento explicito e o conhecimento tcito:

    Conhecimento explcito aquele que transmissvel em uma

    linguagem formal, codificada e sistemtica. o conhecimento

    presente nos livros e que se absorve em aulas como essa

    nossa.

    Conhecimento tcito mais difcil de ser comunicado e

    passado diante. Ele est profundamente enraizado no

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    indivduo, em suas aes e no contexto onde ele utiliza este

    conhecimento. No possvel encontr-lo em livros ou salas de

    aula de forma explicita. o conhecimento de causa advindo

    da experincia prtica.

    As interaes sociais na organizao geram conhecimento novo a

    partir da interao do conhecimento existente, seja tcito ou explcito. Para

    Nonaka e Takeuchi, as interaes entre os conhecimentos devem ser

    gerenciadas de forma integrada e cclica para que o conhecimento seja

    crescente na organizao e ela se torne uma organizao que gera

    conhecimento.

    Esta interao se d por meio da chamada espiral de criao do

    conhecimento, que utiliza as seguintes relaes de converso do

    conhecimento para que cada vez mais conhecimento seja gerado na

    organizao:

    Para

    Conhecimento

    tcito

    Conhecimento

    explcito

    De

    Conhecimento

    tcito.

    Socializao Externalizao

    Conhecimento

    explcito.

    Internalizao Combinao.

    Para que o conhecimento seja criado e possa ser compartilhado,

    utilizado e convertido importante que as organizaes proporcionem um

    ambiente que encoraje a sua converso, chamado de ba".

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    Estes espaos podem ser virtuais, cara-a-cara, individual ou coletivo.

    Deste modo, surgem as seguintes possibilidades:

    Tipo de interao

    Individual Coletivo

    Tipo

    de

    Mdia

    Face-a-

    face

    Ba de criao

    (originating Ba)

    Ba da interao

    (dialoguing Ba)

    Virtual Ba do treinamento

    (exercising Ba)

    Ba virtual -

    sistemrico

    (Systemizing Ba)

    Vamos agora ao prximo tpico da aula.

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    4. Capacitao de pessoas: treinamento, desenvolvimento e

    educao.

    Uma compreenso mais ampla do termo capacitao de pessoas faz

    com que pensemos que ela se d basicamente por meio do treinamento e

    desenvolvimento, assim como por meio da educao corporativa..

    ATENO: de forma mais restrita, possvel associar a capacitao

    exclusivamente a um treinamento mais tcnico. Se a questo disser isso,

    aceite!

    Neste sentido, veja a definio de capacitao tcnico-profissional

    apresentada por Lacombe (2009):

    Capacitao tcnico-profissional tipo de treinamento

    que se destina a melhorar o desempenho de profissionais nas

    funes que j exercem, ou a capacit-los para outras

    funes, em geral, de maior dificuldade. Esse tipo de

    programa no se destina formao de executivos para

    exercerem funes gerenciais de alto nvel, mas ao

    aperfeioamento de profissionais em assuntos tcnicos. Em

    ingls, a expresso Professional capacitation ou technical

    capacitation.

    Educao corporativa, por outro lado, um termo que deve ser

    associado ao conceito de universidades corporativas, que so as

    universidades estruturadas pela prpria organizao para passar

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    conhecimentos e desenvolver competncias em seus funcionrios. Estes

    conhecimentos e competncias devero estar associados aos cargos que

    ocupam, pois este conceito est ligado a uma necessria melhoria do

    desempenho, mas esto ligados vida do indivduo como um todo dentro da

    organizao.

    Assim, voc precisa saber diferenciar treinamento de

    desenvolvimento, para que possa entender o que une os dois conceitos.

    Treinamento orientado para o tempo presente, focando no cargo

    que o funcionrio ocupa atualmente e nas competncias necessrias para o

    exerccio das tarefas relacionadas ao cargo atual.

    Desenvolvimento de pessoas, por sua vez, a atividade que busca

    desenvolver os funcionrios para os cargos a serem ocupados no futuro,

    focalizando as competncias necessrias para isto. Esse conceito no deve ser

    confundido com desenvolvimento organizacional, que est ligado organizao

    como um todo.

    - Mas o que une o treinamento e o desenvolvimento?

    - Resposta: a aprendizagem pela qual o indivduo passa, que

    nada mais do que a mudana no comportamento que se opera atravs de

    novas competncias, hbitos, etc.

    Perceba que, por um lado, voc deve compreender os conceitos em

    separado, mas por outro, importante que voc entenda que eles constituem

    um todo unido, chamado de Treinamento e Desenvolvimento (T&D), cujos

    conceitos infelizmente para os concurseiros - costumam se misturar muito.

    Vamos estudar os conceitos em maior profundidade!

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    4.1. Treinamento.

    Como j vimos, o treinamento est focado na aprendizagem dos

    funcionrios a partir de programas voltados para o cargo ocupados e as

    competncias necessrias para o bom exerccio de suas atribuies no

    presente.

    Para o estabelecimento de programas de treinamento, as

    organizaes realizam um ciclo contnuo de planejamento-execuo-avaliao

    de quatro etapas:

    1. Levantamento das necessidades de treinamento na

    organizao. Pode ser feito por meio do diagnstico das

    necessidades da organizao como um todo; da anlise do perfil

    das pessoas da organizao; da verificao da estrutura dos

    cargos ou atravs dos objetivos de treinamento fixados (anlise

    do treinamento). ;

    2. Desenho do programa de treinamento

    (estabelecimento/organizao do programa). nessa

    etapa que realizado o planejamento de como as competncias

    requeridas sero passadas para os funcionrios e qual a

    estratgia que dever ser utilizada.

    3. Implantao do programa de treinamento propriamente dito,

    para que se realize aquilo que foi planejado. O treinamento

    pode ser realizado no cargo, quando o funcionrio aprende

    atravs de atividades dirigidas no exerccio das suas tarefas, ou

    por meio de tcnicas de classe, que so aquelas que se realizam

    numa relao entre instrutor e aluno em ambiente de aula;

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    4. Avaliao dos resultados do programa de treinamento,

    gerando insumos para novos programas de treinamento atravs

    do reinicio desse ciclo (volta para a atividade 1).

    A seguir, apresento algumas informaes adicionais sobre as tcnicas

    de treinamento e sobre a avaliao dos resultados do treinamento.

    4.1.1. Tcnicas de treinamento

    Existem vrias tcnicas de treinamento que devem ser escolhidas com

    base nos objetivos de cada treinamento especfico. Na verdade, elas no so

    excludentes uma da outra, representando alternativas que podem ser

    combinadas para uma soluo apropriada ao treinamento que se pretende

    realizar.

    As principais tcnicas de treinamento que podero ser utilizadas para

    o treinamento individual so:

    1. Treinamento no servio (on the job training): a mais utilizada

    pelas organizaes por no demandar equipamento ou

    ambiente especifico para o treinamento. Nesta tcnica de

    treinamento, o funcionrio aprende trabalhando na prtica.

    2. Treinamento em classe: o treinamento fora do ambiente de

    trabalho e dentro de uma sala de aula, onde os funcionrios

    ficam em uma posio de aprendiz em relao ao instrutor. O

    foco aqui est no ambiente de sala de aula!

    3. Leitura: trata-se de uma tcnica muito utilizada quando se

    deseja passar informaes e conhecimentos especficos para o

    funcionrio. Consiste em leituras pelo instrutor, que fala

    sobre determinado assunto para os funcionrios em

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    treinamento. Possui a desvantagem de ser muito passiva,

    havendo pouca interao. O foco est no instrutor!

    4. Instruo programada: uma tcnica que funciona atravs da

    disponibilizao de partes do contedo para o treinando. Ele

    aprende sem interveno humana direta. Pode ser

    computadorizado ou no. Envolve perguntas/respostas pelas

    quais o funcionrio vai avaliando se aprendeu ou no o

    contedo. Existem dois sistemas de instruo programada. O

    sistema linear (ou extrnseco) aquele que parte do princpio

    de que os erros inibem a aprendizagem dos alunos. Assim, ele

    se utiliza de um esquema que utiliza informaes pequenas e

    repetitivas ao longo dos sucessivos elementos das lies. O

    sistema ramificado (ou intrnseco) o que tem lies maiores e

    complexas, demandando mais esforo do aluno para

    assimilao.

    5. Treinamento distncia: o treinando tem acesso ao material

    do ensino remotamente, estudando sozinho. Requer maior

    disciplina de estudo.

    6. Treinamento Baseado em Computador: consiste na realizao

    de treinamento com base em softwares de computador,

    podendo ser utilizados CDs, DVDs, etc. como mdias de entrega

    dos materiais.

    Existem ainda as seguintes tcnicas de treinamento em equipe:

    1. Reunio de debates: uma reunio que busca discutir

    problemas de formao e qualificao inerentes ao trabalho,

    sendo recomendada para pequenos grupos. tambm

    conhecida como tcnica da discusso, sendo recomenda para a

    assimilao de teoria, conceitos e mudana de comportamento.

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    No deve ser utilizado para treinar funcionrios recm-

    chegados, pois requer preparao, aptides e criatividade.

    2. Demonstrao: serve para o treinamento grupal onde mais

    utilizada e tambm para o treinamento individual. Consiste

    em demonstrar determinada operao aos treinandos, que em

    seguida a executaro.

    3. Dramatizao: a execuo de uma dramatizao, como em

    uma pea de teatro, sobre uma situao real de trabalho, onde

    as pessoas representam papis, de modo que passam a

    desenvolver uma postura mais sensvel aos sentimentos,

    atitudes e posies hierrquicas dos outros.

    4. Brainstorming: uma tcnica que consiste em grupos de, no

    mximo, cerca de dez pessoas, que devem produzir ideias

    livremente, sem crticas nem restries. Geralmente utilizado

    na gerao de ideias para a tomada de deciso e planejamento

    empresarial. No treinamento, faz com que as pessoas tenham a

    habilidade de ouvir o que os outros dizem. Aplicadas na gesto

    da qualidade atravs dos CCQs (crculos de controle da

    qualidade), levam ao consenso do grupo no processo de

    mudana contnua.

    5. Estudos de caso: uma tcnica associada a aprender lies

    com base em casos reais da prpria empresa ou de outras,

    apresentando solues e anlises para problemas, etc. O

    fundamento que mais fcil aprender as competncias para

    o desempenho das funes por meio de casos reais. Deve ser

    destacado que nem sempre os estudos de caso tem uma nica

    soluo correta, pois o mais importante a busca da soluo, e

    no o resultado ser certo ou errado. O foco o processo de

    discusso, e no a busca de uma soluo consensual;

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    6. Painel: uma tcnica que consiste na reunio de um pequeno

    grupo de especialistas (geralmente entre 3 e 6), que discutem

    assuntos especficos de maneira informal e sob a superviso de

    um instrutor. Participam do painel, tambm, um grupo de

    pessoas que assiste aos debates.

    7. Simpsio: uma tcnica similar ao painel, com a diferena de

    que mais formal e operacionalizado em torno da reflexo

    sobre trabalhos de pesquisa.

    8. Jogos de empresas: so tcnicas de desenvolvimento que

    envolvem a participao das equipes em jogos que tratam de

    situaes reais ou simuladas da organizao, possuindo regras

    do jogo do inicio ao fim. O participante estimulado a pensar

    de forma diferente, sob novos ngulos e considerando novas

    estratgias. O dinamismo a principal vantagem dessa

    tcnica;

    Observe que algumas dessas tcnicas so as bases uma da outra

    (como o e-learning e o treinamento baseado em computadores), ento se

    preocupe apenas em associar cada uma ao seu conceito. No precisa ficar

    tentando misturar umas com as outras, para no confundir!

    Chiavenato (2010) prope a classificao das tcnicas de treinamento

    quanto ao seu uso, quanto ao tempo e quanto ao local.

    Quanto ao uso, as tecnologias de treinamento podem ser:

    1. Orientadas para o contedo: orientadas para a transmisso de

    conhecimento e informao (leitura, instruo programada,

    instruo assistida por computador, uso de recursos

    audiovisuais, etc.);

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    2. Orientada para o processo: orientadas para a aprendizagem

    por meio do processo de treinamento (dramatizao,

    treinamento da sensitividade, desenvolvimento de grupos,

    etc.);

    3. Mistas: utilizam as duas abordagens anteriores (estudos de

    casos, jogos e simulaes, conferncias e vrias tcnicas on-

    the-job, etc.).

    Quanto ao tempo (poca), elas podem ser:

    1. Antes do ingresso na empresa (programa de induo ou de

    integrao empresa).

    2. Aps o ingresso na empresa (treinamento no local de trabalho -

    em servio - ou fora do local de trabalho - fora de servio);

    Quanto ao local, elas podem ser:

    1. No local de trabalho (treinamento em tarefas, rodzio de cargos,

    enriquecimento de cargos, etc.);

    2. Fora do local de trabalho (aulas, filmes, painis, casos,

    dramatizao, debates, simulaes, jogos, etc.).

    4.1.2. Avaliao de Resultados do Treinamento

    Como praticamente tudo na administrao de uma organizao, o

    treinamento tambm deve ser avaliado.

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    O resultado dessa avaliao serve para verificar se os esforos de

    treinamento esto sendo bem empreendidos e se possuem a capacidade de

    gerar resultados positivos para a organizao.

    Alm disso, a avaliao do treinamento serve como informao para a

    retroao no ciclo de treinamento dos funcionrios da organizao, servindo de

    base para novos treinamentos!

    Existem vrias formas de avaliar o treinamento realizado na

    organizao. As principais medidas utilizadas envolvem as seguintes

    dimenses:

    1. Qualidade do treinamento;

    2. Custo de realizar o treinamento;

    3. Efetividade do servio: consideraes sobre se o treinamento

    atendeu s necessidades do participante;

    4. Rapidez do processo de treinamento. Conceito tambm ligado

    agilidade e adaptabilidade;

    5. Resultados obtidos pelo programa de treinamento.

    Quanto ao atendimento dos objetivos do treinamento, existiam 4

    nveis de resultados que deveriam ser considerados, segundo o modelo de

    Kirkpatrick. Hoje existem cinco, pois houve a adio de mais um (Chiavenato,

    2010):

    1. Reao: deve ser medida a satisfao do usurio do

    treinamento. tambm chamado de teste do sorriso;

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    2. Aprendizado: a avaliao sobre os conhecimentos, habilidades

    e comportamentos aprendidos com base no treinamento;

    3. Desempenho: a avaliao do impacto daquilo que foi

    aprendido no desempenho posterior do individuo.

    4. Resultado: a avaliao do resultado do treinamento sobre os

    resultados da organizao como um todo e sobre o atingimento

    de seus objetivos;

    5. Retorno do investimento: trata-se de avaliar o valor agregado

    pelo treinamento organizao e compar-lo com o

    investimento que foi necessrio.

    - Vamos agora ao tema Desenvolvimento de pessoas!

    4.2. Desenvolvimento de pessoas.

    Como j vimos, o treinamento e o desenvolvimento so coisas

    diferentes.

    Desenvolvimento das pessoas na organizao est mais ligado

    orientao para o futuro e educao como um todo, que representa as

    mudanas mais profundas de formao da personalidade e a melhoria das

    capacidades mais amplas que um indivduo possui.

    Neste sentido, o desenvolvimento individual foca a carreira que o

    profissional ir desenvolver no futuro, buscando prepar-lo para o que ser

    necessrio, construindo capacidades mais amplas.

    Vrios mtodos podem ser utilizados, geralmente em conjunto, para

    promover o desenvolvimento individual. Eles podem se dar no cargo ou fora

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    dele. Os mtodos mais comuns de desenvolvimento das pessoas no cargo

    atual so:

    1. A rotao de cargos: consiste na movimentao do pessoal

    entre diferentes cargos na organizao, buscando desenvolver

    suas competncias e capacidades em geral. Ela pode ser vertical

    ou horizontal. Ser vertical quando se ocupa provisoriamente

    cargos hierarquicamente superiores com o objetivo de

    desenvolver caractersticas individuais que o habilitem para

    posies superiores em carter permanente, no futuro. Um

    exemplo que muitos conhecem a famosa substituio do

    chefe durante suas frias e ausncias... A rotao ser

    horizontal quando acontecer entre cargos do mesmo nvel

    hierrquico, com o objetivo de expandir suas competncias com

    base em experincias diferentes, mas com o mesmo nvel de

    complexidade.

    2. Aprendizagem prtica: uma tcnica muitas vezes utilizada

    como complementar, consistindo em fazer com que o treinando

    se dedique a realizar tarefas e projetos especficos ou resolver

    problemas associados a eles, gerando aprendizagem como

    consequncia.

    3. Ocupar posies de assessoria (staff): o funcionrio de alto

    potencial aprender bastante se trabalhar diretamente em uma

    posio de assessoria a gestores bem sucedidos da organizao.

    4. Participao em comisses: o funcionrio pode ser designado

    para participar de comisses na organizao, como forma de

    ampliar sua bagagem;

    5. Coaching: trata-se de um processo de acompanhamento por

    parte de um treinador, que servir como o guia para o

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    desenvolvimento profissional. Este processo se desenvolve em 4

    etapas:

    a. Estabelecendo uma relao solida entre o coach e o

    orientando: quando se constri uma parceria slida com

    base em confiana mtua e alto grau de maturidade para

    assumir e cumprir as responsabilidades acordadas. Deve

    haver uma boa relao entre coach e orientando, alm de

    abertura total para compartilhar as coisas com

    honestidade e feedback.

    b. Criando a viso de futuro: a etapa na qual o coach ajuda

    o orientando a formatar sua viso de futuro. Neste

    sentido, o coach pode ajudar a transformar a viso da

    empresa na viso da equipe ou negcio e, tambm, na

    viso pessoal do cliente. papel do coach estimular o

    orientando a sonhar de olhos abertos e manter a sua

    integridade consigo mesmo;

    c. Revisando a bagagem de mo: consiste na anlise da

    trajetria de realizao de ambos, coach e orientando

    (cliente). importante que sejam consideradas as

    competncias de ambos e suas dificuldades e limitaes

    atuais, assim como aquilo que precisa mudar. O coach

    deve ajudar o cliente a separar o que seu do que dos

    outros, liberando-o de pesos inteis na bagagem de

    mo. importante ainda que o coach o ajude a valorizar

    seus talentos, dedicao e potencial de realizao;

    d. Traando um plano de ao: Com base no conhecimento

    do cliente, o coach pode ajud-lo a visualizar a lacuna

    (gap) entre suas competncias atuais e as requeridas para

    a realizao da viso. Deve verificar ainda que a viso

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    realizvel, pois o contrrio s geraria ansiedade. Com

    base nisso, se estabelece, em acordo, um plano de ao

    para que o coach possa acompanhar o orientando no

    caminho que precisa ser construdo para a realizao do

    futuro, como uma ponte firme rumo viso desejada.

    6. Jogos de empresas: so tcnicas de desenvolvimento que

    envolvem a participao das equipes em jogos que tratam de

    situaes reais ou simuladas da organizao, possuindo regras

    do jogo do inicio ao fim. O participante estimulado a pensar

    de forma diferente, sob novos ngulos, e considerando novas

    estratgias. O dinamismo a principal vantagem dessa tcnica;

    7. Estudos de caso: uma tcnica associada a aprender lies com

    base em casos reais da prpria empresa ou de outras,

    apresentando solues e anlises para problemas, ou outras

    questes. O fundamento que mais fcil aprender as

    competncias para o desempenho das funes por meio de

    casos reais. Deve ser destacado que nem sempre os estudos de

    caso tem uma soluo correta, pois o mais importante a busca

    da soluo, e no o resultado ser certo ou errado;

    8. Workshops: um tipo de reunio de pessoas em torno de

    objetivos e interesses semelhantes, na maioria das vezes

    referentes a um assunto especfico. Neste sentido, as pessoas

    expem trabalhos que tenham desenvolvido sobre os temas

    centrais, e assistem s apresentaes dos outros, criando um

    ambiente de troca de experincias e realidades para

    aprendizagem mtua.

    9. Exerccios de simulao: trata-se de simular situaes por meio

    de jogos, estudos de caso, etc.

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    10. Participao em cursos e seminrios externos: o funcionrio

    participa em cursos para adquirir novos conhecimentos e

    habilidades, fora da organizao;

    11. Treinamento fora da empresa: nada mais do que a

    utilizao de treinamento externo para o desenvolvimento

    individual. Note que os conceitos de treinamento e

    desenvolvimento se confundem aqui, mas mantenham-nos

    separados na sua cabea. Entretanto, se a prova pedir, lembre

    que existe suporte para dizer que treinamento fora da

    empresa uma tcnica de desenvolvimento!

    12. Centros de desenvolvimento interno: trata-se do uso de

    centros internos de desenvolvimento para a aprendizagem

    humana. o caso das universidades corporativas das grandes

    organizaes.

    Existe ainda a possibilidade de desenvolvimento fora do cargo, que

    pode se dar por meio de tutoria/mentoring (assistncia de membros da cpula

    da organizao para os profissionais com alto potencial de desenvolvimento)

    ou aconselhamento dos funcionrios pela organizao.

    A orientao ao pessoal e o desenvolvimento da carreira tambm tm

    sido utilizados nas organizaes para o desenvolvimento profissional.

    No desenvolvimento da carreira, o foco est na carreira que o

    funcionrio ter pelo futuro da organizao, devendo ser avaliado e orientado

    sobre as possibilidades. O planejamento sucessrio uma importante

    ferramenta para isso.

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    Na orientao ao pessoal, a organizao orienta os colaboradores

    quanto s suas carreiras, fornecendo ainda informaes sobre oportunidades,

    competncias requeridas, educao e aprendizagem, etc.

    Uma tendncia moderna de desenvolvimento de pessoas em carreiras

    o forte investimento em programas de trainee por parte das organizaes.

    Nesses programas, pessoas em incio/meio de carreira so expostas a

    situaes e oportunidades que favorecem o seu desenvolvimento. O objetivo

    da organizao com esses programas costuma ser preparar os futuros

    ocupantes de postos-chave na empresa. Trata-se de uma espcie de

    encarreiramento para as pessoas com alto potencial.

    Voc deve ter em mente ainda que existem diferentes tipos de

    habilidades que se relacionam com a ocupao de cargos em determinados

    nveis hierrquicos, conforme relacionado a seguir:

    Habilidades tcnicas: so aquelas que se relacionam com a

    execuo da tarefa em si, sendo mais exigidas no nvel

    operacional. Quanto mais se sobe em direo ao nvel

    estratgico da organizao menos habilidades tcnicas so

    necessrias.

    Habilidades humanas: trata-se da capacidade do individuo de

    lidar com as pessoas, especialmente aplicvel ao ambiente de

    trabalho, sendo fundamentais para um bom relacionamento.

    So imprescindveis para o exerccio de cargos de liderana em

    qualquer nvel.

    Habilidades Conceituais: so as habilidades de compreender

    a complexidade da organizao e como as partes se ajustam.

    Permitem uma viso geral da organizao e suas necessidades,

    que vo muito alm dos objetivos fixados para uma pessoa ou

    departamento especfico.

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    5. Educao corporativa e educao distncia.

    A educao corporativa e a educao distncia, com sua aplicao

    realidade de gesto de pessoas na organizao, so profundamente ligadas ao

    estudo do treinamento e desenvolvimento, assim como da aprendizagem.

    A educao corporativa uma prtica organizacional que busca

    ajudar a organizao a realizar sua misso atravs da preparao adequada

    dos funcionrios para os desafios que viro para a realizao da misso.

    Para efeitos de concurso, associe educao corporativa diretamente

    ao conceito de universidades corporativas, que so as universidades

    estruturadas pela prpria organizao para passar conhecimentos e

    desenvolver competncias em seus funcionrios. Estes conhecimentos e

    competncias devero estar associados aos cargos que ocupam, pois este

    conceito est ligado a uma necessria melhoria do desempenho. Assim,

    pessoas em cargos que requerem competncias ligadas a saber lidar com

    pessoas (vendas, marketing, gesto de pessoas, etc.) podem encontrar na

    universidade corporativa da organizao onde trabalham cursos especficos

    para as necessidades de seus cargos.

    Em outras palavras, as universidades corporativas so as entidades

    educacionais vinculadas s organizaes que permitem a adoo prtica da

    educao corporativa.

    Tenha em mente ainda que as universidades corporativas so 100%

    utilizveis pelo setor pblico. Um timo exemplo a Universidade Corporativa

    do Banco Central, que oferece cursos com currculos focados nas necessidades

    da prpria instituio.

    Segundo Eboli, 2004 (apud Santos, 2008) so sete os princpios

    fundamentais para o sucesso da educao corporativa e suas prticas:

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    Princpios Prticas

    Competitividade Obter o comprometimento e envolvimento da alta cpula

    com o sistema de educao.

    Alinhar as estratgias, diretrizes e prticas de gesto de

    pessoas s estratgias do negcio.

    Implantar um modelo de gesto de pessoas por

    competncias.

    Conceber aes e programas educacionais alinhados s

    estratgias do negcio.

    Perpetuidade Ser veculo de disseminao da cultura organizacional.

    Responsabilizar lideres e gestores pelo processo de

    aprendizagem.

    Conectividade Adotar e implantar a educao inclusiva, contemplando o

    pblico interno e externo.

    Implantar modelo de gesto do conhecimento que

    estimule o compartilhamento de conhecimentos

    organizacionais e a troca de experincias.

    Integrar sistema de educao com o modelo de gesto do

    conhecimento.

    Criar mecanismos de gesto que favoream a construo

    social do conhecimento.

    Disponibilidade Utilizar de forma intensiva tecnologia aplicada educao.

    Implantar projetos virtuais de educao (aprendizagem

    mediada por tecnologia).

    Implantar mltiplas formas e processos de aprendizagem

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    que favoream a aprendizagem a qualquer hora e em

    qualquer lugar.

    Cidadania Obter sinergia entre programas educacionais e projetos

    sociais.

    Comprometer-se com a cidadania empresarial,

    estimulando:

    - a formao de atores sociais dentro e fora da empresa;

    - a construo social do conhecimento organizacional.

    Parceria Parcerias internas: responsabilizar lderes e gestores pelo

    processo de aprendizagem de suas equipes, estimulando a

    participao nos programas educacionais e criando um

    ambiente de trabalho propcio aprendizagem.

    Parcerias externas: estabelecer parcerias estratgicas com

    instituies de ensino superior.

    Sustentabilidade Tornar-se um centro de agregao de resultados para o

    negcio.

    Implantar sistema mtrico para avaliar os resultados

    obtidos, considerando-se os objetivos do negcio.

    Criar mecanismos que favoream a auto-sustentabilidade

    financeira do sistema.

    Fonte: boli (2004, apud Santos, 2008, p.45)

    Com isto em mente, voc deve entender a diferena entre uma

    perspectiva de educao corporativa por meio das universidades corporativas e

    uma perspectiva de um simples treinamento. Neste sentido, Meister (1999)

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    apresenta uma srie de mudanas de foco que acontecem quando a

    organizao realiza a mudana da viso tradicional de um departamento de

    treinamento para uma viso de aprendizagem baseada no desempenho, tpica

    das universidades corporativas. Apresento, a seguir, um quadro que resume

    essas caractersticas.

    Departamento de

    treinamento

    Universidade

    Corporativa.

    Foco Reativo Proativo

    Organizao Fragmentada e

    descentralizada

    Coesa e centralizada

    Alcance Ttico Estratgico

    Endosso/

    Responsabilidade

    Pouco ou nenhum Administrao e

    funcionrios

    Apresentao Instrutor Experincia com vrias

    tecnologias

    Responsvel Diretor de treinamento Gerentes de unidades de

    negcio

    Audincia Pblico alvo amplo e

    profundidade limitada

    Currculo personalizado por

    famlias de cargo

    Inscries Inscries abertas Aprendizagem no momento

    certo

    Resultado Aumento das qualificaes

    profissionais

    Aumento no desempenho

    no trabalho.

    Fonte: adaptado de Meister (1999)

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    Alm disto, tenha em mente que a compreenso da educao passa

    por trs tendncias filosfico-polticas, para que se possa aplic-la ao contexto

    organizacional (Eboli, 2002):

    Redentora: concebe a sociedade como um conjunto

    de seres humanos que vivem e sobrevivem num todo

    orgnico e harmonioso com desvios de grupos e

    indivduos que ficam margem desse todo. Tem uma

    viso no-crtica da sociedade: o que importa

    integrar em sua estrutura tanto os novos elementos

    (novas geraes) quanto os que se encontram

    margem. A educao assume seu papel de manter o

    corpo social, promovendo a integrao e a adaptao

    dos indivduos pela correo de seus desvios de

    comportamento.

    Reprodutora: afirma que a educao faz parte da

    sociedade e a reproduz. A interpretao da educao

    como reprodutora da sociedade significa entend-la

    como um elemento da prpria sociedade determinado

    por seus condicionantes econmicos, sociais e polticos.

    Esta, alm de crtica, reprodutivista. Pela

    aprendizagem de alguns saberes, envolvidos na

    ideologia dominante, que so reproduzidas as

    relaes de trabalho, as relaes de poder e as

    relaes sociais vigentes.

    Transformadora: tem por perspectiva compreender a

    educao como mediao de um projeto social. Ela

    nem redime nem reproduz a sociedade, mas serve de

    meio para realizar um projeto de sociedade. Prope-se

    a compreender a educao dentro de condicionantes e

    agir estrategicamente para sua transformao. Prope-

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    se a desvendar e utilizar-se das prprias contradies

    da sociedade para trabalhar realstica e criticamente

    por sua transformao.

    Com base nisso, a mesma autora concebe que a educao

    corporativa tem como objetivos bsicos 1) a conscientizao de gestores e

    suas equipes quanto importncia de se vivenciar e praticar a cultura

    empresarial; 2) ser um instrumento para alinhar a cultura organizacional e os

    colaboradores; 3) ser um instrumento de promoo e integrao cultural.

    Percebe-se que a educao corporativa est diretamente ligada

    cultura organizacional. Neste sentido so trs as estratgias educacionais no

    excludentes que podem ser utilizadas. Apresento, mais uma vez, nas palavras

    da referida autora:

    Estratgia de integrao: deve ser aplicada

    principalmente em aes e programas educacionais

    voltados para novos colaboradores da empresa,

    novos parceiros, novos fornecedores e pblico

    externo em geral. adequada e necessria para

    todos aqueles (novos ou antigos) que apresentem

    baixo grau de alinhamento cultural.

    Estratgia de reproduo: fundamental em aes

    e programas educacionais dirigidos para os lderes e

    gestores empresariais e formadores de opinio em

    geral, quer sejam membros internos, quer externos.

    Deve enfatizar os traos culturais vigentes

    alavancadores do sucesso empresarial.

    Estratgia de transformao: inicialmente deve

    ser utilizada em aes e programas educacionais

    para alta direo e lideranas empresariais,

    estimulando-as a identificar as discrepncias de

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    percepo entre a cultura atual declarada e a

    praticada na empresa (por exemplo: novos traos a

    ser incorporados, atuais traos que deveriam ser

    abandonados, barreiras que impedem a prtica

    qualificada da cultura empresarial desejada) para

    que seja possvel formular um projeto de mudana e

    transformao ruma a nova cultura empresarial, que

    por sua vez fundamentar o futuro processo de

    reeducao.

    Alm de atuar como veculo de fortalecimento da cultura, a educao

    corporativa deve ser estruturada tendo-se em mente os outros princpios e

    prticas de sucesso para um projeto nessa rea (Eboli, 2002):

    1. Aes e programas educacionais concebidos com base

    na identificao das competncias crticas

    (empresariais e humanas).

    2. O sistema de gesto do conhecimento estimula o

    compartilhamento de conhecimentos e a troca de

    experincias.

    3. Intensiva utilizao da tecnologia aplicada educao:

    aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar.

    4. Forte compromisso da empresa com a cidadania

    empresarial.

    5. Veculo de fortalecimento e disseminao da cultura.

    6. Lderes e gestores se responsabilizam pelo processo de

    aprendizagem.

    7. Na avaliao dos resultados dos investimentos em

    educao so considerados os objetivos do negcio.

    8. Formao de parcerias com instituies de ensino

    superior.

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    Voc percebeu, no tpico 3 mencionado acima, que a tecnologia deve

    ajudar o projeto de educao corporativa? Veja que a perspectiva da

    aprendizagem a ser utilizada deve ser a de aprendizagem a qualquer hora e

    em qualquer lugar? a educao distncia entrando em cena!

    A Educao Distncia (EAD) utiliza as tecnologias e mdias

    disponveis para possibilitar esse tipo de aprendizagem. Ela comeou com o

    estudo por correspondncia, mas j passou por diferentes geraes em sua

    evoluo (Moore e Kearsley, 2008):

    Primeira gerao: estudo por correspondncia;

    Segunda gerao: transmisso de contedo por rdio e

    televiso;

    Terceira gerao: abordagem sistmica da educao

    distncia por meio de tecnologias experimentais;

    Quarta gerao: as teleconfe