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AULA 09: Recrutamento e Seleo. Capacitao de pessoas: gesto do conhecimento;
treinamento, desenvolvimento e educao corporativa.
SUMRIO PGINA
1. Palavras iniciais. 2 2. Recrutamento e Seleo. 3 2.1. Recrutamento. 4 2.2. Seleo. 10 3. Gesto do conhecimento e aprendizagem. 24 4. Capacitao de pessoas: treinamento, desenvolvimento e educao.
31
4.1. Treinamento. 33 4.1.1. Tcnicas de treinamento. 34 4.1.2. Avaliao de resultados do treinamento. 38 4.2. Desenvolvimento de pessoas. 40 5. Educao corporativa e educao distncia. 46 6. Questes comentadas. 56 7. Lista de questes. 90 8. Gabarito. 103 9. Bibliografia principal. 104
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1. Palavras iniciais.
Oi pessoal!
Na aula de hoje estudaremos um pouco mais sobre gesto de
pessoas. Os tpicos centrais da aula sero:
Recrutamento e seleo
Treinamento, desenvolvimento e educao corporativa.
Alm disso, tambm abordaremos um pouco sobre educao distncia, j que assunto correlato e que, portanto, pode ser cobrado na prova.
Um abrao e bons estudos!
Prof. Carlos Xavier
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2. Recrutamento e Seleo.
O recrutamento e a seleo de pessoas so duas atividades que
pertencem ao processo de agregar pessoas s organizaes.
Numa abordagem moderna, esses dois processos so dotados de um
enfoque estratgico, orientado para a organizao como um todo, e no de
forma operacional e orientada a uma parte especfica da organizao, como
era na abordagem tradicional.
Neste sentido, devemos lembrar que a viso moderna da gesto de
pessoas considera que ela uma responsabilidade de linha e funo de staff.
Da mesma forma acontece com os processos de recrutamento e seleo: os
gerentes e suas equipes devem absorver a responsabilidade por agregar
pessoas s suas equipes, assessorados por um rgo especfico de RH que
exerce uma funo de consultoria/assessoria (staff) para toda a organizao.
Mas recrutamento e seleo no so a mesma coisa:
O recrutamento est ligado divulgao das vagas disponveis
na organizao e, principalmente, obteno de candidatos
interessados nessas vagas;
A seleo est ligada escolha do candidato mais apropriado
para a organizao. o processo que acontece aps a
realizao do recrutamento.
Com isso, percebe-se que recrutamento e seleo merecem ser
estudados em separado. O que faremos nas prximas pginas.
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2.1. Recrutamento
Antes de entender mais profundamente o conceito de recrutamento e
suas tcnicas, voc deve conhecer os conceitos de mercado de trabalho e de
mercado de recursos humanos:
O Mercado de Trabalho possui uma definio bastante clara, e
que se for cobrada no seu concurso, pode pegar muito
candidato despreparado. Esse o mercado das vagas de
trabalho ofertadas pelas organizaes. Dependendo de diversos
fatores, como a economia, a produtividade, etc., o mercado de
trabalho pode assumir duas situaes:
o Mercado de Trabalho em oferta: ocorre quando h
muitas vagas de empregos disponveis no mercado. Nesta
situao, as empresas costumam buscar candidatos de
forma mais agressiva e estes passam a avaliar vrias
propostas para escolher a mais interessante.
o Mercado de Trabalho em procura: a situao do
mercado de trabalho na qual h poucas vagas de emprego
disponveis. Nessa situao, as empresas no precisam se
esforar tanto no seu processo de procurar candidatos
(recrutar), j que os candidatos passam a se tornar mais
ativos na procura de vagas.
O Mercado de Recursos Humanos composto pela massa de
pessoas que buscam ser contratadas, seja porque esto
desempregadas e querem um emprego, seja porque j esto
empregadas, mas desejam trocar de trabalho. Assim como no
mercado de trabalho, esse mercado tambm pode assumir duas
situaes:
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o Mercado de Recursos Humanos em oferta: a
situao na qual h muitos candidatos em busca de
ofertas de trabalho.
o Mercado de Recursos Humanos em demanda:
acontece quando h poucos candidatos disponveis no
mercado, exigindo que a empresa realize uma busca mais
ativa para encontr-los.
Na verdade, os conceitos de mercado de trabalho e mercado de
recursos humanos so bastante interligados. A intercesso de uma oferta de
trabalho do mercado de trabalho com uma pessoa do mercado de recursos
humanos que vai constituir uma vaga preenchida!
Com esses conceitos em mente, j comeamos a perceber a
importncia do recrutamento de pessoal, que consiste no processo de
atrao de candidatos do mercado de recursos humanos para que a
organizao possa utilizar como insumo no processo de seleo de
pessoal.
Voc deve saber, desde j, que o conceito de recrutamento inclui dois
aspectos principais: 1) a comunicao da existncia de vagas na organizao;
2) a atrao dos candidatos do MRH para se submeterem ao processo seletivo
da organizao, que constitui sua funo principal.
O recrutamento pode ter duas fontes de candidatos, a externa e a
interna.
O recrutamento interno aquele que acontece dentro da prpria
organizao, com as pessoas que j so colaboradoras. Ele busca divulgar as
vagas disponveis internamente e encontrar interessados em preench-las,
seja atravs de uma promoo (quando o colaborador passa para cargos mais
elevados e complexos, geralmente na mesma rea de atuao) ou atravs de
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uma transferncia (quando o colaborador passa a ocupar outro cargo no
mesmo nvel que o anterior, mas que geralmente envolve novos desafios).
Algumas vantagens desse tipo de recrutamento so o melhor aproveitamento
da capacidade humana da organizao e a maior motivao dos funcionrios
para o desenvolvimento profissional. Ele mais rpido e econmico do que o
externo, j que acontece dentro da prpria organizao. Algumas
desvantagens desse tipo de recrutamento so que ele favorece a rotina atual e
dificulta a entrada de novas ideias na organizao. Ele termina sendo
responsvel pela eventual ocorrncia do chamado princpio de Peter,
segundo o qual as pessoas tendem a crescer dentro da hierarquia
organizacional at atingir o seu nvel de incompetncia. Assim, o recrutamento
interno poderia ser responsvel por fazer com que um bom funcionrio se
torne um gerente ruim! Apesar disso, o recrutamento interno pode ser
considerado mais adequado para empresas burocrticas e mecanicistas, que
no necessitam de grande adaptabilidade ao ambiente.
O recrutamento externo, por outro lado, acontece quando a
organizao busca por candidatos em potencial no mercado de recursos
humanos externo sua prpria estrutura. O uso do recrutamento externo traz
novas ideias e capacidades para a organizao, oxigenando as prticas
organizacionais e facilitando sua adaptao ao ambiente. Ele evita o chamado
princpio de Peter, segundo o qual as pessoas que crescem dentro da
organizao tendem a progredir at atingir um cargo no qual se tornem
incompetentes. Apesar disso, mais caro que o recrutamento interno e pode
afetar negativamente a motivao dos funcionrios da organizao, que
deixam de acreditar na possibilidade de desenvolvimento e passam a buscar
oportunidades em outras empresas do mercado de trabalho.
Como consiste em divulgar as vagas da organizao e encontrar
pessoas interessadas em preench-las, o recrutamento exige o uso de
diferentes tcnicas para chegar ao seu objetivo, especialmente o recrutamento
externo, que acontece em um ambiente muito mais amplo do que o interno.
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Assim, vrias tcnicas podem ser utilizadas no recrutamento externo. O
mais importante que se escolha a tcnica mais apropriada a cada caso.
Relaciono, a seguir, algumas delas:
1. Anncios em jornais e revistas: o foco deve estar em
encontrar o tipo de jornal/revista adequado para o perfil de
empregado que se est buscando, criando um anncio
apropriado;
2. Agncias de recrutamento: ao invs de ir diretamente ao
mercado de recursos humanos, as organizaes podem buscar
agncias especializadas para intermediar a busca por
candidatos. Essas agncias podem ser particulares,
governamentais ou organizaes sem fins lucrativos;
3. Contatos com escolas, universidades, agremiaes, etc.:
a organizao pode desenvolver uma ligao direta com escolas
e centros de formao para divulgar suas oportunidades e at
mesmo vend-las a candidatos qualificados em inicio de
carreira.
4. Afixao de anncios e cartazes: trata-se de um mtodo de
baixo custo, que consiste em preparar anncios ou cartazes e
coloca-los em locais de grande circulao de pessoal.
5. Indicao: um mtodo que consiste em estimular os
funcionrios da organizao a divulgarem as vagas da
organizao entre seus conhecidos e indicar ou recomendar
pessoas para ocup-las.
6. Internet: a internet pode ser uma importante ferramenta no
recrutamento externo, servindo tanto na divulgao de vagas
quanto na atrao de candidatos interessados, que podem
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enviar seus currculos diretamente para a empresa, com
facilidade e a custo quase zero.
7. Banco de talentos/bancos de dados: as organizaes
podem manter bancos de dados dos candidatos no
aproveitados em processos anteriores com o propsito de
consider-los em processos seletivos futuros.
Como tudo na organizao, importante que se avalie os resultados
do recrutamento de forma de gerar feedback sobre seu funcionamento, o que
permite a melhoria no processo. Isso pode ser feito por diferentes tcnicas e
medidas, como: nmero de entrevistas realizadas, custo mdio de
recrutamento por vaga preenchida, percentual de cargos preenchidos, etc.
Para Boas e Andrade (2009), as principais prticas de avaliao esto
ligadas:
s vagas preenchidas: incluindo pontos como o percentual de
preenchimento das vagas com candidatos de alto desempenho,
com membros de grupos subutilizados, com indivduos
satisfeitos e que permanecem no trabalho por mais tempo;
s atividades dos recrutadores: inclui quantidade e
qualidade das entrevistas, das apresentaes sobre as
carreiras, percentual de pessoas recomendadas que foram
contratadas e que esto tendo bom desempenho, quantidade
de mulheres e membros de minorias recrutados, e custo total
de entrevista.
Ao mtodo de recrutamento em si e suas variantes: inclui
a quantidade de candidatos qualificados, o nmero de mulheres
e membros de minorias que responderam aos anncios, o custo
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de recrutamento por candidato, o tempo gasto no processo de
recrutamento, o custo por contratao, e a qualidade dos
empregados contratados.
Carvalho, Nascimento e Serafim (2006) vo alm e chegam a dizer
que h aspectos primordiais para a avaliao do recrutamento:
Devemos considerar a avaliao de qualquer
programa de recrutamento que possa se basear,
primordialmente, nos seguintes tpicos:
Rapidez de atendimento requisio de RH
encaminhada pela unidade interessada;
Nmero de candidatos potencialmente
capacitados para cada vaga anunciada;
Custo operacional relativamente baixo do
recrutamento em face da qualidade e da
quantidade dos candidatos encaminhados;
Maior permanncia dos candidatos no
emprego ao serem efetivados.
Uma vez realizado o recrutamento, os candidatos recrutados
passaro pelo processo de seleo da organizao, que ser abordado na
prxima seo da aula.
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2.2. Seleo
Passado o processo de comunicar a existncia de vagas e encontrar
pessoas interessadas em preench-las (tpicas do recrutamento), iniciado o
processo de seleo de pessoal, que busca encontrar um encaixe perfeito entre
as necessidades da organizao e as caractersticas do individuo que
preencher a vaga, garantindo adequao individual ao cargo e um bom
desempenho do indivduo no trabalho que ir ocupar.
A verificao dessa adequao para um desempenho futuro
satisfatrio geralmente se d a partir da comparao das caractersticas dos
candidatos com (1) as caractersticas do cargo a ser preenchido ou (2) com as
necessidades de competncias a serem capturadas pela organizao. Esta
ltima abordagem se concentra sobre a trajetria a ser percorrida pelo
individuo que ocupar o cargo e os resultados que podero ser produzidos para
a organizao ao longo do tempo, e no sobre as necessidades do cargo em si.
O resultado dessa comparao pode indicar que o candidato est de
acordo com as expectativas, abaixo do desejado ou at mesmo que ele
superdotado em relao ao que esperado pela organizao.
As caractersticas pessoais do candidato podero estar associadas
a quatro aspectos:
1. A execuo da tarefa em si: trata-se das caractersticas que o
candidato possui e que esto ligadas as aptides necessrias
para as tarefas que sero executadas no cargo. Inclui pontos
como: ateno concentrada (foco em detalhes), ateno
dispersa (viso ampla das coisas), aptido numrica, verbal,
espacial, etc.
2. Interdependncia com outras tarefas: trata-se de
caractersticas ou aptides relacionadas com a execuo de
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outras tarefas, alm das que sero executadas. Inclui
caractersticas como ateno dispersa e abrangente, facilidade
de coordenao, resistncia aos conflitos, etc.
3. Interdependncia com outras pessoas: so os aspectos que
se relacionam com a necessidade de realizar contatos com
outras pessoas. Inclui caractersticas como: capacidade de
colaborao e cooperao, liderana, capacidade de
comunicao, etc.
4. Interdependncia com a prpria organizao: so as
caractersticas que devem ser observadas para serem
compatveis com os (1) objetivos da prpria organizao onde
se ir trabalhar ou (2) de sua unidade de negcio ou mesmo
departamento. Trata-se, neste caso, de uma comparao entre
as competncias exigidas pela organizao e as competncias
disponveis no candidato.
As caractersticas do cargo, por sua vez, podem ser identificadas
por meio de uma das seguintes tcnicas:
1. Anlise e descrio do cargo: trata-se da colheita de
informaes sobre o contedo do cargo em si e sobre os
requisitos que ele exige do seu ocupante, chamados
respectivamente de fatores intrnsecos e extrnsecos do cargo.
2. Analise dos incidentes crticos: uma tcnica que consiste
em realizar um levantamento sobre os incidentes memorveis
(positivos e negativos) a respeito de algo. Na seleo de
pessoal, se relaciona com o levantamento, pelos gerentes, de
comportamentos que produziram resultados excelentes ou
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pssimos no exerccio de um cargo, de modo que sejam
identificadas as caractersticas desejveis e as no desejveis
no candidato, servindo como base para a seleo de pessoal.
3. A requisio de pessoal: a requisio de pessoal o
documento interno da organizao que d partida ao processo
de recrutamento e seleo para uma vaga especfica.
Formalmente, um "pedido do gerente de linha responsvel
por uma rea para que se iniciem os procedimentos necessrios
ao preenchimento de uma vaga em sua equipe. Esse documento
pode ser til no levantamento das caractersticas do cargo, pois
geralmente descreve a necessidade que o gerente percebe que
deve ser preenchida com a contratao para determinado cargo.
4. Anlise e pesquisa de mercado: trata-se de uma forma de
conseguir informaes sobre os requisitos de determinados
cargos fora da organizao. Geralmente esta tcnica s
utilizada em cargos que sejam novos para a organizao ou que
estejam profundamente ligados ao desenvolvimento tecnolgico
e inovao. Toma-se um cargo como referncia (benchmark) no
mercado e busca-se criar um cargo com caractersticas similares
na prpria organizao.
5. Hiptese de trabalho: a tcnica que deve ser utilizada se
nenhuma das tcnicas anteriores for aplicvel. Trata-se de criar
uma previso sobre qual o contedo exigido para o futuro
ocupante do cargo a ser preenchido.
Como vimos, as competncias tambm podem ser utilizadas no
processo de seleo. Resumidamente, elas podem ser:
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1. Competncias essenciais: so aquelas que distinguem as
organizaes umas das outras, gerando vantagem competitiva e
sendo perceptveis pelos clientes;
2. Competncias funcionais: so as competncias das
reas/departamentos especficos da organizao;
3. Competncias gerenciais: trata-se das competncias que
devem ser desenvolvidas pelos gestores.
4. Competncias individuais: so aquelas que cada pessoa deve
possuir para atuar na organizao.
O tratamento a ser dado ao candidato depender de alguns fatores,
podendo ser adotados um dos seguintes modelos:
1. Modelo de colocao: quando s h um candidato e uma
vaga a ser preenchida;
2. Modelo de seleo: ocorre quando h vrios candidatos para
ocupar uma vaga especfica. Assim, a organizao escolhe o
melhor candidato para a sua necessidade.
3. Modelo de classificao: est relacionado existncia de
mltiplas vagas para cada candidato e mltiplos candidatos para
cada vaga. uma abordagem ampla e eficaz para aproveitar as
capacidades dos candidatos inscritos para a organizao para os
vrios cargos disponveis.
4. Modelo de agregao de valor: o modelo que busca
comparar as competncias individuais que os candidatos
oferecem em relao s competncias que interessam
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organizao, para que lhe agregue valor e aumente a sua
competitividade.
Agora que voc j entendeu vrios aspectos gerais sobre a seleo de
recursos humanos, vamos estudar as principais tcnicas de seleo que
podem ser cobradas em seu concurso.
As tcnicas de seleo devem ser escolhidas de maneira
apropriada, considerando-se s necessidades da organizao. Elas precisam ter
alguns atributos especficos, como rapidez, confiabilidade e capacidade de
prever o bom desempenho do individuo no cargo.
Realizando um amplo levantamento das tcnicas de seleo,
Chiavenato (2010) percebeu que as mesmas podem ser agrupadas em
categorias. Com base em seu levantamento, vamos dividir as tcnicas em
diferentes categorias, para efeito de estudo para concurso:
1. Entrevistas: trata-se da tcnica de seleo mais utilizada pelas
organizaes, podendo ser utilizada em diferentes momentos no
processo seletivo. A empresa deve destacar especial ateno
preparao das entrevistas e treinamento dos entrevistadores.
As entrevistas podem ser:
a. Entrevista totalmente padronizadas / totalmente
estruturadas: so as entrevistas previamente preparadas
com perguntas padronizadas para que o entrevistador
busque preencher respostas, tambm padronizadas, do
candidato. A ideia que um questionrio seja preparado
para possibilitar uma previso mais objetiva sobre o
futuro desempenho do indivduo no cargo.
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b. Entrevista padronizada apenas nas perguntas: so as
entrevistas com perguntas padronizadas, mas que
permitem respostas abertas por parte dos candidatos;
c. Entrevista diretiva: so as entrevistas que no
determinam as questes a serem respondidas, mas
determinam o que como o entrevistador deve dirigir a
entrevista para obter as respostas desejadas.
d. Entrevista no diretiva / no estruturada: a entrevista
totalmente livre, que no possui perguntas nem respostas
padronizadas, nem roteiro estabelecido, mas busca nvel e
profundidade na entrevista. O entrevistador caminha
dentro da linha de menor resistncia junto ao
entrevistado.
2. Provas de conhecimento ou capacidade: trata-se de provas
(ou testes) para medir os conhecimentos que um candidato
possui em determinada rea (provas de conhecimento) ou a sua
capacidade de desempenhar certas tarefas com base em suas
habilidades (prova de capacidade). Elas podem ser classificadas
de acordo com diferentes dimenses:
a. Quanto sua abrangncia:
i. Gerais: quando avaliam conhecimentos e
capacidades gerais;
ii. Especficas: quando avaliam conhecimentos e
capacidades especficas a uma funo.
b. Quanto sua forma de aplicao:
i. Orais: aplicadas verbalmente;
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ii. Escritas: aplicadas por escrito;
iii. De realizao: aplicadas por meio da execuo de
alguma tarefa.
c. Quanto sua organizao:
i. Tradicionais: so as provas dissertativas escritas
que buscam maior profundidade nas respostas;
ii. Objetivas: so as provas com respostas mais
fechadas, tpicas de concursos pblicos em geral,
tambm chamadas de testes. Os itens podem ser:
1. De mltipla escolha: cada questo possui
vrias alternativas para que o candidato
escolha uma;
2. De preenchimento de lacunas: quando
existem lacunas a serem preenchidas pelo
candidato.
3. De ordenao/conjugao de pares: quando
necessrio ordenar as alternativas em pares
para que se identifique a resposta;
4. Em escala de concordncia/discordncia: para
que o candidato marque em que grau
concorda/discorda de determinado item.
5. Em escala de avaliao: trata-se de avaliar
algum atributo especfico do que se pergunta;
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6. Em Escala de importncia: trata-se de atribuir
um determinado grau de importncia ao item
que est sendo avaliado.
3. Testes psicolgicos: so testes que buscam prever o
comportamento do individuo na organizao. Eles possuem trs
caractersticas que lhe so tpicas: 1) Ser preditor: realizar
predies a respeito do comportamento humano; 2) Possuir
validade: medem aquilo que so feitos para medir; 3) Ser
preciso: so precisos quanto aos resultados daquilo que
medido. Nesse contexto, pode-se destacar:
a. Teste de aptides (habilidades primrias): trata-se
do teste para verificao das aptides do candidato. O
mais conhecido desses testes o de Thurstone (baseado
na Teoria Multifatorial de Thurstone). Para ele, existem
diferentes fatores que compem a inteligncia geral (Fator
G). So eles:
i. Fator V: aptido verbal;
ii. Fator W: fluncia verbal;
iii. Fator N: aptido numrica;
iv. Fator S: aptido espacial;
v. Fator M: memria associativa;
vi. Fator P: aptido perceptiva;
vii. Fator R: raciocnio abstrato.
b. Teste de Inteligncia (de Gardner): trata-se de uma
abordagem especfica para mensurar a inteligncia dos
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candidatos, de Howard Gardner. Esse autor considera que
existem 9 diferentes tipos de inteligncia (originalmente
eram 7, as duas ltimas - pictogrfica e naturalista foram
adicionadas posteriormente). Cada cargo exige um
conjunto de inteligncias diferente e em propores
distintas. Vamos estudar brevemente cada uma delas:
i. Inteligncia lgico-matemtica: trata-se da
habilidade de ordenar fatos, padres, quantidades,
etc. Relaciona-se com a facilidade de pensar
logicamente e estruturar o raciocnio lgico e
matemtico. Pessoas nas quais esta inteligncia
predominante tenderiam a se tornar matemticos,
estatsticos, engenheiros, fsicos, etc.
ii. Inteligncia verbal: a habilidade de comunicar-se
utilizando a linguagem. Est relacionada formao
e ao processamento lingustico tanto em sua forma
falada quanto escrita, ou ainda atravs de seus
aspectos simblicos e abstratos. A predominncia
deste tipo de inteligncia fatia com que a pessoa
pudesse se tornar um bom comunicador, professor,
escritor, poeta, tradutor, intrprete, etc.
iii. Inteligncia musical: a capacidade do individuo de
distinguir diferentes sons, tons, ritmos, harmonias,
etc.. Esta inteligncia permite que a pessoa organize
os sons com musicalidade, toque instrumentos de
forma habilidosa, componham, interpretem e
executem obras musicais. A predominncia deste
tipo de inteligncia em um indivduo faria com que
ele fosse um bom msico, cantor, maestro, etc.
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iv. Inteligncia espacial: a inteligncia espacial a
capacidade que o individuo tem de perceber o
ambiente fsico ao seu redor, suas formas,
estruturas, propores, tamanhos, etc. Pessoas com
elevada inteligncia espacial podem ser bons
arquitetos, engenheiros cartgrafos, decoradores,
fotgrafos, etc.
v. Inteligncia corporal-cinestsica: esta inteligncia
a capacidade do indivduo lidar e perceber o prprio
corpo, seus movimentos, expresses, etc.. Ela
permite que as pessoas controlem bem sua
expresso, postura, movimentos e gestos. Quando
este tipo de inteligncia predominante, a pessoa
pode se tornar um bom ator, esportirta,
fisioterapeuta, danarino, etc.
vi. Inteligncia interpessoal: trata-se da capacidade de
lidar com outras pessoas, comunicando-se com elas
de forma efetiva, criando, mantendo e facilitando
relacionamentos entre pessoas e grupos. As pessoas
com elevada inteligncia interpessoal costumam
entender as sensaes das outras pessoas e seus
pontos de vista, buscando um relacionamento
harmonioso. Este tipo de inteligncia, quando
predominante em um indivduo, levaria o mesmo a
se tornar um bom lder, professor, administrador,
mdico, psiclogo, etc.
vii. Inteligncia intrapessoal: a facilidade que a
pessoa tem de entender os prprios sentimentos,
sensaes e pensamentos. Pessoas com elevado
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grau de inteligncia interpessoal podem se tornar
bons filsofos, poetas, pensadores, etc.
viii. Inteligncia pictogrfica: sendo uma das
Inteligncias adicionada posteriormente por
Gardner, a capacidade de expressar-se por meio
de figuras, desenhos e imagens, alm da facilidade
de memorizar imagens e lugares. Pessoas com este
tipo de inteligncia predominante podem ser bons
desenhistas, fotgrafos, publicitrios, escultores,
pintores, etc.
ix. Inteligncia naturalista ou existencialista: trata-se
da sensibilidade que o indivduo possui para
perceber e entender as coisas que acontecem na
natureza e no meio ambiente. Pessoas com este tipo
de inteligncia predominante podem ser bons
bilogos, ecologistas, paisagistas, etc.
4. Testes de personalidade: buscam conhecer o sistema
endgeno do individuo (seus aspectos interiores) que so
consistentes e permanentes ao longo do tempo, determinando o
comportamento de cada um. So testes mais caros e
complicados, que exigem a presena de psiclogos para serem
executados.
5. Tcnicas de simulao: consistem em simular a realizao de
determinados trabalhos na prtica, criando-se um contexto em
que se possa observar o desempenho do candidato. A principal
tcnica de simulao o psicodrama, que consiste em uma
tcnica subjetiva atravs da qual acontece uma atuao por
parte dos candidatos, considerando os papeis que precisam
representar. Esses testes so mais aplicados para selees de
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cargos que necessitam de maior contato interpessoal, como
cargos de gesto e cargos de contato direto com o pblico.
Com tudo isso em mente, preciso lembrar ainda que a seleo de
pessoas na organizao tambm pode ser avaliada. Neste sentido, ele pode
ser eficiente e eficaz. A eficincia consiste em fazer corretamente as coisas na
seleo: entrevistar, aplicar testes de conhecimentos vlidos e precisos, etc. A
eficcia consiste em alcanar resultados e atingir objetivos, tais como, saber
trazer os melhores talentos para a organizao e tornar a empresa cada dia
melhor com as pessoas que nela ingressam.
Uma forma comumente utilizada pelas organizaes para medir a
eficcia do processo de proviso de pessoas o clculo do quociente de
seleo (QS). Ele calculado dividindo-se o nmero de candidatos admitidos
pelo nmero de candidatos examinados e multiplicando o resultado por 100.
Com ele, possvel saber qual o percentual de candidatos examinados que foi
admitido! Quando o QS diminui, maior sua eficincia e seletividade. Deve ser
destacado ainda que o QS sofre alteraes por conta da situao de oferta ou
procura do mercado de RH.
Alm disso, voc deve saber que erros podem ocorrer nos processos
de avaliao humana, sejam no recrutamento e seleo ou mesmo na
avaliao de desempenho. Os principais erros so:
Efeito Halo
a tendncia que uma pessoa pode ter de generalizar
avaliaes positivas com base em poucos fatores
observados. H autores que dizem que ele efeito de
generalizao (em geral!), desconsiderando o Efeito
Horn (que falarei a seguir). Tenha ateno!
Efeito Horn o oposto do efeito Halo. a tendncia que uma pessoa
pode ter de generalizar avaliaes negativas com base
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em poucos fatores observados.
Erro de tendncia
central
a tendncia que a pessoa pode ter a no atribuir notas
nem muito altas nem muito baixas para um candidato,
tendendo sempre a uma avaliao mdia.
Recncia
o erro que decorre do fato de que as pessoas se
lembram mais dos fatos recentes. Se o examinador s
anotar as percepes sobre os candidatos aps vrias
entrevistas, mais provvel que incorra nesse erro. A
soluo realizar anotaes frequentes.
Lenincia
Este erro decorre da dificuldade do examinador de
observar diferenas entre os candidatos, tendendo a
realizar uma avaliao positiva.
Severidade
o reverso da moeda da lenincia. Aqui o avaliador no
consegue ver diferenas entre os candidatos, tendendo
a caracteriz-los negativamente.
Contraste
quando o avaliador erra por se tomar como referncia
de comparao. A comparao feita ao avesso: o que
eu tenho e o candidato no tem
Similaridade
o parecido com o contraste. O examinador continua se
tendo por referencia, mas busca caractersticas similares
a si prprio no candidato.
Tendenciosidade
Trata-se do erro que decorre da avaliao com base em
preconceitos ou tendncias pessoais do avaliador. Ex.:
Se um candidato chega entrevista sem fazer a barba
pode ser tido como preguioso, mesmo que seja um
bom profissional.
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Erro de cansao O avaliador, quando cansado pela rotina, pode comear
a errar na avaliao.
No compreenso
dos fatores
avaliados
Se o avaliador no conhecer claramente os fatores de
avaliao, poder avali-los de forma incorreta, gerando
distores no processo.
- Agora que voc j se preparou muito bem em recrutamento e
seleo, vamos estudar a capacitao de pessoas: treinamento e
desenvolvimento!
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3. Gesto do conhecimento e aprendizagem.
O aumento das condies de incerteza e a acelerao e intensificao
das mudanas tm feito com que a organizao deva, cada vez mais,
aprender. Esta aprendizagem organizacional se d a partir das pessoas que
compem a organizao.
Percebe-se que a aprendizagem no pode acontecer ao acaso nas
organizaes, devendo ser organizada e contnua, afetando todos os membros
da organizao. Ela deve ser direcionada s necessidades da organizao e
sua viso de futuro.
Para entender a aprendizagem e a gesto do conhecimento
organizacional, preciso, em primeiro lugar, que se compreendam os
conceitos de dados, informao e conhecimento.
Se voc acha que esses trs conceitos so a mesma coisa, est
errado(a)! Podemos visualizar os trs construtos da seguinte forma:
Conhecimento
Informao
Dados
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Com essa figura, percebemos que os dados so parte da informao,
e a informao parte do conhecimento. Vamos definir cada um dos
construtos:
Dado: a matria prima da informao. So registros sobre
fatos, passveis de serem ordenados, analisados e estudados
para se alcanar concluses (Lacombe, 2009). Em outras
palavras, os dados so simples registros. Se voc me perguntar
em que sculo estamos, eu lhe digo: XXI. Isso um dado,
mas no uma informao completa, pois no sofreu qualquer
anlise.
Informao: so dados trabalhados e interpretados, possuindo
significado prprio. Eu posso lhe dizer que no sculo XXI, as
mudanas no ambiente empresarial tm sido cada vez mais
frequentes, rpidas e intensas. Isto uma informao
possuidora de significado! Neste mesmo sentido pensa Lacombe
(2009), quando define informao como dados que foram
organizados e ordenados de forma coerente e significativa para
fins de compreenso e anlise para a pessoa que os recebe.
Alm disso, ele afirma tambm que informao a disposio
de dados de modo que faam sentido, criando significados para
as pessoas.
Conhecimento: uma mistura de elementos, sendo ainda
mais amplo do que a informao. Integra diferentes
informaes para formar um conjunto complexo, fluido e
integrado sobre um assunto. possvel ainda considerar que
ele aplicvel e til para quem o detm. Lacombe (2009) o
define como mistura fluida de experincia estruturada, valores,
informaes e discernimento tcnico que proporciona suporte
para o indivduo avaliar e incorporar novas experincias e
informaes. Nas organizaes, encontra-se no s em
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documentos, em manuais ou na mente das pessoas que nelas
trabalham, mas tambm nas rotinas, nos processos, nas
normas e prticas organizacionais. Ele diz ainda que o
conhecimento o contedo de valor agregado do pensamento
humano, obtido pela percepo e manipulao inteligente de
informaes.
Tendo em conta esta distino, precisamos saber que a
aprendizagem , no nvel individual, a mudana de comportamento dos
indivduos em funo dos novos conhecimentos, habilidades e experincias
obtidas, servindo para melhorar o prprio desempenho e se adaptar ao
ambiente. Segundo Chiavenato (2011) a aprendizagem individual conduz
aprendizagem organizacional: a maneira como a organizao como um todo
aprende, adapta-se s circunstncias externas, melhora seu comportamento e
garante seu desempenho e sucesso.
Fleury e Junior (2002) afirmam que o processo de aprendizagem na
organizao pode acontecer em trs nveis:
1. Nvel do indivduo: o primeiro nvel do processo de
aprendizagem. Est carregado de emoes positivas ou
negativas, por meio de caminhos diversos.
2. Nvel do grupo: a aprendizagem pode vir a constituir
um processo social partilhado pelas pessoas do grupo.
3. Nvel da organizao: o processo de aprendizagem
individual, de compreenso e interpretao partilhados
pelo grupo, torna-se institucionalizado e se expressa
em diversos artefatos organizacionais, como estrutura,
regras, procedimentos e elementos simblicos. As
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organizaes desenvolvem memrias que retm e
recuperam informaes.
Segundo Argyris (apud Chiavenato, 2011), a aprendizagem
organizacional ocorre em duas condies bsicas:
1. Primeiro, quando uma organizao alcana o que
pretende, isto , quando passa a existir uma
correspondncia entre seu plano de ao e o resultado
real.
2. Segundo, quando uma defasagem entre o objetivo
pretendido e o resultado alcanado identificada e
corrigida, isto , a defasagem transformada em
correspondncia.
Neste sentido, a aprendizagem ocorre quando se verifica a
correspondncia entre o que se deseja e o resultado real. Alm disso, ela pode
ocorrer quando as defasagens percebidas so corrigidas. Este ltimo processo
passa pela anlise e mudana das variveis que levam ao resultado, e
posterior aes corretivas.
A aprendizagem organizacional pode ocorrer por meio de um circuito
simples ou por meio de um circuito duplo:
Circuito simples: aquele que, atravs do registro e
comunicao (feedback) dos erros e dos sucessos das aes
executadas, compreende-se a relao de causa-efeito entre as
aes e os resultados alcanados. Com isso, possvel a
instaurao de aes corretivas e inovadoras no processo, para
que eles sejam melhorados por meio dessa aprendizagem.
Circuito duplo: ocorre de forma anloga aprendizagem por
meio de um circuito simples (por meio de registro e
comunicao dos erros), mas ela est ligada as normas pelas
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quais as aes so realizadas. Deste modo, os pressupostos ou
valores fundamentais que governa as aes so alterados,
gerando uma aprendizagem ainda mais profunda.
A aprendizagem gera a mudana necessria na organizao para que
ela se renove continuamente. Neste sentido, Peter Senge (apud Chiavenato,
2011) v a existncia de cinco disciplinas que geram a organizao de
aprendizagem:
1. Domnio pessoal. uma disciplina de aspirao.
Envolve a formulao de um conjunto coerente de
resultados que as pessoas desejam alcanar como
indivduos (sua viso pessoal) em um alinhamento
realstico com o estado atual de suas vidas (sua
realidade atual). Aprender a cultivar a tenso entre
a viso pessoal e a realidade externa aumenta a
capacidade de fazer melhores escolhas e alcanar
melhor os resultados escolhidos.
2. Modelos mentais. uma disciplina de reflexo e
habilidades de questionamento. Focalizam o
desenvolvimento de atitudes e percepes que
influenciam o pensamento e a interao entre as
pessoas. Ao refletirem continuamente, falando a
respeito e reconsiderando aspectos internos do
mundo, as pessoas ganham mais capacidade de
governar suas aes e decises.
3. Viso compartilhada. uma disciplina coletiva.
Estabelece um foco sobre propsitos mtuos. As
pessoas aprendem a nutrir um senso de
compromisso em um grupo ou organizao
desenvolvendo imagens do futuro que pretendem
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criar e os princpios e as prticas orientadoras os
quais elas esperam alcanar.
4. Aprendizagem de equipes. uma disciplina de
interao grupal. A aprendizagem feita por meio
de equipes e utiliza tcnicas como dilogo e
discusso para desenvolver o pensamento coletivo,
aprender a mobilizar energias e aes para alcanar
objetivos comuns e desenvolver uma inteligncia e
capacidade maior do que a soma dos talentos
individuais.
5. Pensamento sistmico. uma disciplina de
aprendizagem. Por meio dela, as pessoas aprendem
melhor compreendendo a interdependncia e a
mudana para lidar eficazmente com as foras que
produzem efeitos em suas aes. Pensamento
sistmico baseado na retroao e na
complexidade. Trata-se de mudar sistemas na sua
totalidade e no mudar apenas os detalhes.
- Sugiro que voc memorize as cinco disciplinas.
No processo de aprendizagem, possvel distinguir entre o
conhecimento explicito e o conhecimento tcito:
Conhecimento explcito aquele que transmissvel em uma
linguagem formal, codificada e sistemtica. o conhecimento
presente nos livros e que se absorve em aulas como essa
nossa.
Conhecimento tcito mais difcil de ser comunicado e
passado diante. Ele est profundamente enraizado no
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indivduo, em suas aes e no contexto onde ele utiliza este
conhecimento. No possvel encontr-lo em livros ou salas de
aula de forma explicita. o conhecimento de causa advindo
da experincia prtica.
As interaes sociais na organizao geram conhecimento novo a
partir da interao do conhecimento existente, seja tcito ou explcito. Para
Nonaka e Takeuchi, as interaes entre os conhecimentos devem ser
gerenciadas de forma integrada e cclica para que o conhecimento seja
crescente na organizao e ela se torne uma organizao que gera
conhecimento.
Esta interao se d por meio da chamada espiral de criao do
conhecimento, que utiliza as seguintes relaes de converso do
conhecimento para que cada vez mais conhecimento seja gerado na
organizao:
Para
Conhecimento
tcito
Conhecimento
explcito
De
Conhecimento
tcito.
Socializao Externalizao
Conhecimento
explcito.
Internalizao Combinao.
Para que o conhecimento seja criado e possa ser compartilhado,
utilizado e convertido importante que as organizaes proporcionem um
ambiente que encoraje a sua converso, chamado de ba".
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Estes espaos podem ser virtuais, cara-a-cara, individual ou coletivo.
Deste modo, surgem as seguintes possibilidades:
Tipo de interao
Individual Coletivo
Tipo
de
Mdia
Face-a-
face
Ba de criao
(originating Ba)
Ba da interao
(dialoguing Ba)
Virtual Ba do treinamento
(exercising Ba)
Ba virtual -
sistemrico
(Systemizing Ba)
Vamos agora ao prximo tpico da aula.
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4. Capacitao de pessoas: treinamento, desenvolvimento e
educao.
Uma compreenso mais ampla do termo capacitao de pessoas faz
com que pensemos que ela se d basicamente por meio do treinamento e
desenvolvimento, assim como por meio da educao corporativa..
ATENO: de forma mais restrita, possvel associar a capacitao
exclusivamente a um treinamento mais tcnico. Se a questo disser isso,
aceite!
Neste sentido, veja a definio de capacitao tcnico-profissional
apresentada por Lacombe (2009):
Capacitao tcnico-profissional tipo de treinamento
que se destina a melhorar o desempenho de profissionais nas
funes que j exercem, ou a capacit-los para outras
funes, em geral, de maior dificuldade. Esse tipo de
programa no se destina formao de executivos para
exercerem funes gerenciais de alto nvel, mas ao
aperfeioamento de profissionais em assuntos tcnicos. Em
ingls, a expresso Professional capacitation ou technical
capacitation.
Educao corporativa, por outro lado, um termo que deve ser
associado ao conceito de universidades corporativas, que so as
universidades estruturadas pela prpria organizao para passar
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conhecimentos e desenvolver competncias em seus funcionrios. Estes
conhecimentos e competncias devero estar associados aos cargos que
ocupam, pois este conceito est ligado a uma necessria melhoria do
desempenho, mas esto ligados vida do indivduo como um todo dentro da
organizao.
Assim, voc precisa saber diferenciar treinamento de
desenvolvimento, para que possa entender o que une os dois conceitos.
Treinamento orientado para o tempo presente, focando no cargo
que o funcionrio ocupa atualmente e nas competncias necessrias para o
exerccio das tarefas relacionadas ao cargo atual.
Desenvolvimento de pessoas, por sua vez, a atividade que busca
desenvolver os funcionrios para os cargos a serem ocupados no futuro,
focalizando as competncias necessrias para isto. Esse conceito no deve ser
confundido com desenvolvimento organizacional, que est ligado organizao
como um todo.
- Mas o que une o treinamento e o desenvolvimento?
- Resposta: a aprendizagem pela qual o indivduo passa, que
nada mais do que a mudana no comportamento que se opera atravs de
novas competncias, hbitos, etc.
Perceba que, por um lado, voc deve compreender os conceitos em
separado, mas por outro, importante que voc entenda que eles constituem
um todo unido, chamado de Treinamento e Desenvolvimento (T&D), cujos
conceitos infelizmente para os concurseiros - costumam se misturar muito.
Vamos estudar os conceitos em maior profundidade!
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4.1. Treinamento.
Como j vimos, o treinamento est focado na aprendizagem dos
funcionrios a partir de programas voltados para o cargo ocupados e as
competncias necessrias para o bom exerccio de suas atribuies no
presente.
Para o estabelecimento de programas de treinamento, as
organizaes realizam um ciclo contnuo de planejamento-execuo-avaliao
de quatro etapas:
1. Levantamento das necessidades de treinamento na
organizao. Pode ser feito por meio do diagnstico das
necessidades da organizao como um todo; da anlise do perfil
das pessoas da organizao; da verificao da estrutura dos
cargos ou atravs dos objetivos de treinamento fixados (anlise
do treinamento). ;
2. Desenho do programa de treinamento
(estabelecimento/organizao do programa). nessa
etapa que realizado o planejamento de como as competncias
requeridas sero passadas para os funcionrios e qual a
estratgia que dever ser utilizada.
3. Implantao do programa de treinamento propriamente dito,
para que se realize aquilo que foi planejado. O treinamento
pode ser realizado no cargo, quando o funcionrio aprende
atravs de atividades dirigidas no exerccio das suas tarefas, ou
por meio de tcnicas de classe, que so aquelas que se realizam
numa relao entre instrutor e aluno em ambiente de aula;
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4. Avaliao dos resultados do programa de treinamento,
gerando insumos para novos programas de treinamento atravs
do reinicio desse ciclo (volta para a atividade 1).
A seguir, apresento algumas informaes adicionais sobre as tcnicas
de treinamento e sobre a avaliao dos resultados do treinamento.
4.1.1. Tcnicas de treinamento
Existem vrias tcnicas de treinamento que devem ser escolhidas com
base nos objetivos de cada treinamento especfico. Na verdade, elas no so
excludentes uma da outra, representando alternativas que podem ser
combinadas para uma soluo apropriada ao treinamento que se pretende
realizar.
As principais tcnicas de treinamento que podero ser utilizadas para
o treinamento individual so:
1. Treinamento no servio (on the job training): a mais utilizada
pelas organizaes por no demandar equipamento ou
ambiente especifico para o treinamento. Nesta tcnica de
treinamento, o funcionrio aprende trabalhando na prtica.
2. Treinamento em classe: o treinamento fora do ambiente de
trabalho e dentro de uma sala de aula, onde os funcionrios
ficam em uma posio de aprendiz em relao ao instrutor. O
foco aqui est no ambiente de sala de aula!
3. Leitura: trata-se de uma tcnica muito utilizada quando se
deseja passar informaes e conhecimentos especficos para o
funcionrio. Consiste em leituras pelo instrutor, que fala
sobre determinado assunto para os funcionrios em
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treinamento. Possui a desvantagem de ser muito passiva,
havendo pouca interao. O foco est no instrutor!
4. Instruo programada: uma tcnica que funciona atravs da
disponibilizao de partes do contedo para o treinando. Ele
aprende sem interveno humana direta. Pode ser
computadorizado ou no. Envolve perguntas/respostas pelas
quais o funcionrio vai avaliando se aprendeu ou no o
contedo. Existem dois sistemas de instruo programada. O
sistema linear (ou extrnseco) aquele que parte do princpio
de que os erros inibem a aprendizagem dos alunos. Assim, ele
se utiliza de um esquema que utiliza informaes pequenas e
repetitivas ao longo dos sucessivos elementos das lies. O
sistema ramificado (ou intrnseco) o que tem lies maiores e
complexas, demandando mais esforo do aluno para
assimilao.
5. Treinamento distncia: o treinando tem acesso ao material
do ensino remotamente, estudando sozinho. Requer maior
disciplina de estudo.
6. Treinamento Baseado em Computador: consiste na realizao
de treinamento com base em softwares de computador,
podendo ser utilizados CDs, DVDs, etc. como mdias de entrega
dos materiais.
Existem ainda as seguintes tcnicas de treinamento em equipe:
1. Reunio de debates: uma reunio que busca discutir
problemas de formao e qualificao inerentes ao trabalho,
sendo recomendada para pequenos grupos. tambm
conhecida como tcnica da discusso, sendo recomenda para a
assimilao de teoria, conceitos e mudana de comportamento.
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No deve ser utilizado para treinar funcionrios recm-
chegados, pois requer preparao, aptides e criatividade.
2. Demonstrao: serve para o treinamento grupal onde mais
utilizada e tambm para o treinamento individual. Consiste
em demonstrar determinada operao aos treinandos, que em
seguida a executaro.
3. Dramatizao: a execuo de uma dramatizao, como em
uma pea de teatro, sobre uma situao real de trabalho, onde
as pessoas representam papis, de modo que passam a
desenvolver uma postura mais sensvel aos sentimentos,
atitudes e posies hierrquicas dos outros.
4. Brainstorming: uma tcnica que consiste em grupos de, no
mximo, cerca de dez pessoas, que devem produzir ideias
livremente, sem crticas nem restries. Geralmente utilizado
na gerao de ideias para a tomada de deciso e planejamento
empresarial. No treinamento, faz com que as pessoas tenham a
habilidade de ouvir o que os outros dizem. Aplicadas na gesto
da qualidade atravs dos CCQs (crculos de controle da
qualidade), levam ao consenso do grupo no processo de
mudana contnua.
5. Estudos de caso: uma tcnica associada a aprender lies
com base em casos reais da prpria empresa ou de outras,
apresentando solues e anlises para problemas, etc. O
fundamento que mais fcil aprender as competncias para
o desempenho das funes por meio de casos reais. Deve ser
destacado que nem sempre os estudos de caso tem uma nica
soluo correta, pois o mais importante a busca da soluo, e
no o resultado ser certo ou errado. O foco o processo de
discusso, e no a busca de uma soluo consensual;
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6. Painel: uma tcnica que consiste na reunio de um pequeno
grupo de especialistas (geralmente entre 3 e 6), que discutem
assuntos especficos de maneira informal e sob a superviso de
um instrutor. Participam do painel, tambm, um grupo de
pessoas que assiste aos debates.
7. Simpsio: uma tcnica similar ao painel, com a diferena de
que mais formal e operacionalizado em torno da reflexo
sobre trabalhos de pesquisa.
8. Jogos de empresas: so tcnicas de desenvolvimento que
envolvem a participao das equipes em jogos que tratam de
situaes reais ou simuladas da organizao, possuindo regras
do jogo do inicio ao fim. O participante estimulado a pensar
de forma diferente, sob novos ngulos e considerando novas
estratgias. O dinamismo a principal vantagem dessa
tcnica;
Observe que algumas dessas tcnicas so as bases uma da outra
(como o e-learning e o treinamento baseado em computadores), ento se
preocupe apenas em associar cada uma ao seu conceito. No precisa ficar
tentando misturar umas com as outras, para no confundir!
Chiavenato (2010) prope a classificao das tcnicas de treinamento
quanto ao seu uso, quanto ao tempo e quanto ao local.
Quanto ao uso, as tecnologias de treinamento podem ser:
1. Orientadas para o contedo: orientadas para a transmisso de
conhecimento e informao (leitura, instruo programada,
instruo assistida por computador, uso de recursos
audiovisuais, etc.);
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2. Orientada para o processo: orientadas para a aprendizagem
por meio do processo de treinamento (dramatizao,
treinamento da sensitividade, desenvolvimento de grupos,
etc.);
3. Mistas: utilizam as duas abordagens anteriores (estudos de
casos, jogos e simulaes, conferncias e vrias tcnicas on-
the-job, etc.).
Quanto ao tempo (poca), elas podem ser:
1. Antes do ingresso na empresa (programa de induo ou de
integrao empresa).
2. Aps o ingresso na empresa (treinamento no local de trabalho -
em servio - ou fora do local de trabalho - fora de servio);
Quanto ao local, elas podem ser:
1. No local de trabalho (treinamento em tarefas, rodzio de cargos,
enriquecimento de cargos, etc.);
2. Fora do local de trabalho (aulas, filmes, painis, casos,
dramatizao, debates, simulaes, jogos, etc.).
4.1.2. Avaliao de Resultados do Treinamento
Como praticamente tudo na administrao de uma organizao, o
treinamento tambm deve ser avaliado.
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O resultado dessa avaliao serve para verificar se os esforos de
treinamento esto sendo bem empreendidos e se possuem a capacidade de
gerar resultados positivos para a organizao.
Alm disso, a avaliao do treinamento serve como informao para a
retroao no ciclo de treinamento dos funcionrios da organizao, servindo de
base para novos treinamentos!
Existem vrias formas de avaliar o treinamento realizado na
organizao. As principais medidas utilizadas envolvem as seguintes
dimenses:
1. Qualidade do treinamento;
2. Custo de realizar o treinamento;
3. Efetividade do servio: consideraes sobre se o treinamento
atendeu s necessidades do participante;
4. Rapidez do processo de treinamento. Conceito tambm ligado
agilidade e adaptabilidade;
5. Resultados obtidos pelo programa de treinamento.
Quanto ao atendimento dos objetivos do treinamento, existiam 4
nveis de resultados que deveriam ser considerados, segundo o modelo de
Kirkpatrick. Hoje existem cinco, pois houve a adio de mais um (Chiavenato,
2010):
1. Reao: deve ser medida a satisfao do usurio do
treinamento. tambm chamado de teste do sorriso;
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2. Aprendizado: a avaliao sobre os conhecimentos, habilidades
e comportamentos aprendidos com base no treinamento;
3. Desempenho: a avaliao do impacto daquilo que foi
aprendido no desempenho posterior do individuo.
4. Resultado: a avaliao do resultado do treinamento sobre os
resultados da organizao como um todo e sobre o atingimento
de seus objetivos;
5. Retorno do investimento: trata-se de avaliar o valor agregado
pelo treinamento organizao e compar-lo com o
investimento que foi necessrio.
- Vamos agora ao tema Desenvolvimento de pessoas!
4.2. Desenvolvimento de pessoas.
Como j vimos, o treinamento e o desenvolvimento so coisas
diferentes.
Desenvolvimento das pessoas na organizao est mais ligado
orientao para o futuro e educao como um todo, que representa as
mudanas mais profundas de formao da personalidade e a melhoria das
capacidades mais amplas que um indivduo possui.
Neste sentido, o desenvolvimento individual foca a carreira que o
profissional ir desenvolver no futuro, buscando prepar-lo para o que ser
necessrio, construindo capacidades mais amplas.
Vrios mtodos podem ser utilizados, geralmente em conjunto, para
promover o desenvolvimento individual. Eles podem se dar no cargo ou fora
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dele. Os mtodos mais comuns de desenvolvimento das pessoas no cargo
atual so:
1. A rotao de cargos: consiste na movimentao do pessoal
entre diferentes cargos na organizao, buscando desenvolver
suas competncias e capacidades em geral. Ela pode ser vertical
ou horizontal. Ser vertical quando se ocupa provisoriamente
cargos hierarquicamente superiores com o objetivo de
desenvolver caractersticas individuais que o habilitem para
posies superiores em carter permanente, no futuro. Um
exemplo que muitos conhecem a famosa substituio do
chefe durante suas frias e ausncias... A rotao ser
horizontal quando acontecer entre cargos do mesmo nvel
hierrquico, com o objetivo de expandir suas competncias com
base em experincias diferentes, mas com o mesmo nvel de
complexidade.
2. Aprendizagem prtica: uma tcnica muitas vezes utilizada
como complementar, consistindo em fazer com que o treinando
se dedique a realizar tarefas e projetos especficos ou resolver
problemas associados a eles, gerando aprendizagem como
consequncia.
3. Ocupar posies de assessoria (staff): o funcionrio de alto
potencial aprender bastante se trabalhar diretamente em uma
posio de assessoria a gestores bem sucedidos da organizao.
4. Participao em comisses: o funcionrio pode ser designado
para participar de comisses na organizao, como forma de
ampliar sua bagagem;
5. Coaching: trata-se de um processo de acompanhamento por
parte de um treinador, que servir como o guia para o
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desenvolvimento profissional. Este processo se desenvolve em 4
etapas:
a. Estabelecendo uma relao solida entre o coach e o
orientando: quando se constri uma parceria slida com
base em confiana mtua e alto grau de maturidade para
assumir e cumprir as responsabilidades acordadas. Deve
haver uma boa relao entre coach e orientando, alm de
abertura total para compartilhar as coisas com
honestidade e feedback.
b. Criando a viso de futuro: a etapa na qual o coach ajuda
o orientando a formatar sua viso de futuro. Neste
sentido, o coach pode ajudar a transformar a viso da
empresa na viso da equipe ou negcio e, tambm, na
viso pessoal do cliente. papel do coach estimular o
orientando a sonhar de olhos abertos e manter a sua
integridade consigo mesmo;
c. Revisando a bagagem de mo: consiste na anlise da
trajetria de realizao de ambos, coach e orientando
(cliente). importante que sejam consideradas as
competncias de ambos e suas dificuldades e limitaes
atuais, assim como aquilo que precisa mudar. O coach
deve ajudar o cliente a separar o que seu do que dos
outros, liberando-o de pesos inteis na bagagem de
mo. importante ainda que o coach o ajude a valorizar
seus talentos, dedicao e potencial de realizao;
d. Traando um plano de ao: Com base no conhecimento
do cliente, o coach pode ajud-lo a visualizar a lacuna
(gap) entre suas competncias atuais e as requeridas para
a realizao da viso. Deve verificar ainda que a viso
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realizvel, pois o contrrio s geraria ansiedade. Com
base nisso, se estabelece, em acordo, um plano de ao
para que o coach possa acompanhar o orientando no
caminho que precisa ser construdo para a realizao do
futuro, como uma ponte firme rumo viso desejada.
6. Jogos de empresas: so tcnicas de desenvolvimento que
envolvem a participao das equipes em jogos que tratam de
situaes reais ou simuladas da organizao, possuindo regras
do jogo do inicio ao fim. O participante estimulado a pensar
de forma diferente, sob novos ngulos, e considerando novas
estratgias. O dinamismo a principal vantagem dessa tcnica;
7. Estudos de caso: uma tcnica associada a aprender lies com
base em casos reais da prpria empresa ou de outras,
apresentando solues e anlises para problemas, ou outras
questes. O fundamento que mais fcil aprender as
competncias para o desempenho das funes por meio de
casos reais. Deve ser destacado que nem sempre os estudos de
caso tem uma soluo correta, pois o mais importante a busca
da soluo, e no o resultado ser certo ou errado;
8. Workshops: um tipo de reunio de pessoas em torno de
objetivos e interesses semelhantes, na maioria das vezes
referentes a um assunto especfico. Neste sentido, as pessoas
expem trabalhos que tenham desenvolvido sobre os temas
centrais, e assistem s apresentaes dos outros, criando um
ambiente de troca de experincias e realidades para
aprendizagem mtua.
9. Exerccios de simulao: trata-se de simular situaes por meio
de jogos, estudos de caso, etc.
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10. Participao em cursos e seminrios externos: o funcionrio
participa em cursos para adquirir novos conhecimentos e
habilidades, fora da organizao;
11. Treinamento fora da empresa: nada mais do que a
utilizao de treinamento externo para o desenvolvimento
individual. Note que os conceitos de treinamento e
desenvolvimento se confundem aqui, mas mantenham-nos
separados na sua cabea. Entretanto, se a prova pedir, lembre
que existe suporte para dizer que treinamento fora da
empresa uma tcnica de desenvolvimento!
12. Centros de desenvolvimento interno: trata-se do uso de
centros internos de desenvolvimento para a aprendizagem
humana. o caso das universidades corporativas das grandes
organizaes.
Existe ainda a possibilidade de desenvolvimento fora do cargo, que
pode se dar por meio de tutoria/mentoring (assistncia de membros da cpula
da organizao para os profissionais com alto potencial de desenvolvimento)
ou aconselhamento dos funcionrios pela organizao.
A orientao ao pessoal e o desenvolvimento da carreira tambm tm
sido utilizados nas organizaes para o desenvolvimento profissional.
No desenvolvimento da carreira, o foco est na carreira que o
funcionrio ter pelo futuro da organizao, devendo ser avaliado e orientado
sobre as possibilidades. O planejamento sucessrio uma importante
ferramenta para isso.
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Na orientao ao pessoal, a organizao orienta os colaboradores
quanto s suas carreiras, fornecendo ainda informaes sobre oportunidades,
competncias requeridas, educao e aprendizagem, etc.
Uma tendncia moderna de desenvolvimento de pessoas em carreiras
o forte investimento em programas de trainee por parte das organizaes.
Nesses programas, pessoas em incio/meio de carreira so expostas a
situaes e oportunidades que favorecem o seu desenvolvimento. O objetivo
da organizao com esses programas costuma ser preparar os futuros
ocupantes de postos-chave na empresa. Trata-se de uma espcie de
encarreiramento para as pessoas com alto potencial.
Voc deve ter em mente ainda que existem diferentes tipos de
habilidades que se relacionam com a ocupao de cargos em determinados
nveis hierrquicos, conforme relacionado a seguir:
Habilidades tcnicas: so aquelas que se relacionam com a
execuo da tarefa em si, sendo mais exigidas no nvel
operacional. Quanto mais se sobe em direo ao nvel
estratgico da organizao menos habilidades tcnicas so
necessrias.
Habilidades humanas: trata-se da capacidade do individuo de
lidar com as pessoas, especialmente aplicvel ao ambiente de
trabalho, sendo fundamentais para um bom relacionamento.
So imprescindveis para o exerccio de cargos de liderana em
qualquer nvel.
Habilidades Conceituais: so as habilidades de compreender
a complexidade da organizao e como as partes se ajustam.
Permitem uma viso geral da organizao e suas necessidades,
que vo muito alm dos objetivos fixados para uma pessoa ou
departamento especfico.
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5. Educao corporativa e educao distncia.
A educao corporativa e a educao distncia, com sua aplicao
realidade de gesto de pessoas na organizao, so profundamente ligadas ao
estudo do treinamento e desenvolvimento, assim como da aprendizagem.
A educao corporativa uma prtica organizacional que busca
ajudar a organizao a realizar sua misso atravs da preparao adequada
dos funcionrios para os desafios que viro para a realizao da misso.
Para efeitos de concurso, associe educao corporativa diretamente
ao conceito de universidades corporativas, que so as universidades
estruturadas pela prpria organizao para passar conhecimentos e
desenvolver competncias em seus funcionrios. Estes conhecimentos e
competncias devero estar associados aos cargos que ocupam, pois este
conceito est ligado a uma necessria melhoria do desempenho. Assim,
pessoas em cargos que requerem competncias ligadas a saber lidar com
pessoas (vendas, marketing, gesto de pessoas, etc.) podem encontrar na
universidade corporativa da organizao onde trabalham cursos especficos
para as necessidades de seus cargos.
Em outras palavras, as universidades corporativas so as entidades
educacionais vinculadas s organizaes que permitem a adoo prtica da
educao corporativa.
Tenha em mente ainda que as universidades corporativas so 100%
utilizveis pelo setor pblico. Um timo exemplo a Universidade Corporativa
do Banco Central, que oferece cursos com currculos focados nas necessidades
da prpria instituio.
Segundo Eboli, 2004 (apud Santos, 2008) so sete os princpios
fundamentais para o sucesso da educao corporativa e suas prticas:
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Princpios Prticas
Competitividade Obter o comprometimento e envolvimento da alta cpula
com o sistema de educao.
Alinhar as estratgias, diretrizes e prticas de gesto de
pessoas s estratgias do negcio.
Implantar um modelo de gesto de pessoas por
competncias.
Conceber aes e programas educacionais alinhados s
estratgias do negcio.
Perpetuidade Ser veculo de disseminao da cultura organizacional.
Responsabilizar lideres e gestores pelo processo de
aprendizagem.
Conectividade Adotar e implantar a educao inclusiva, contemplando o
pblico interno e externo.
Implantar modelo de gesto do conhecimento que
estimule o compartilhamento de conhecimentos
organizacionais e a troca de experincias.
Integrar sistema de educao com o modelo de gesto do
conhecimento.
Criar mecanismos de gesto que favoream a construo
social do conhecimento.
Disponibilidade Utilizar de forma intensiva tecnologia aplicada educao.
Implantar projetos virtuais de educao (aprendizagem
mediada por tecnologia).
Implantar mltiplas formas e processos de aprendizagem
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que favoream a aprendizagem a qualquer hora e em
qualquer lugar.
Cidadania Obter sinergia entre programas educacionais e projetos
sociais.
Comprometer-se com a cidadania empresarial,
estimulando:
- a formao de atores sociais dentro e fora da empresa;
- a construo social do conhecimento organizacional.
Parceria Parcerias internas: responsabilizar lderes e gestores pelo
processo de aprendizagem de suas equipes, estimulando a
participao nos programas educacionais e criando um
ambiente de trabalho propcio aprendizagem.
Parcerias externas: estabelecer parcerias estratgicas com
instituies de ensino superior.
Sustentabilidade Tornar-se um centro de agregao de resultados para o
negcio.
Implantar sistema mtrico para avaliar os resultados
obtidos, considerando-se os objetivos do negcio.
Criar mecanismos que favoream a auto-sustentabilidade
financeira do sistema.
Fonte: boli (2004, apud Santos, 2008, p.45)
Com isto em mente, voc deve entender a diferena entre uma
perspectiva de educao corporativa por meio das universidades corporativas e
uma perspectiva de um simples treinamento. Neste sentido, Meister (1999)
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apresenta uma srie de mudanas de foco que acontecem quando a
organizao realiza a mudana da viso tradicional de um departamento de
treinamento para uma viso de aprendizagem baseada no desempenho, tpica
das universidades corporativas. Apresento, a seguir, um quadro que resume
essas caractersticas.
Departamento de
treinamento
Universidade
Corporativa.
Foco Reativo Proativo
Organizao Fragmentada e
descentralizada
Coesa e centralizada
Alcance Ttico Estratgico
Endosso/
Responsabilidade
Pouco ou nenhum Administrao e
funcionrios
Apresentao Instrutor Experincia com vrias
tecnologias
Responsvel Diretor de treinamento Gerentes de unidades de
negcio
Audincia Pblico alvo amplo e
profundidade limitada
Currculo personalizado por
famlias de cargo
Inscries Inscries abertas Aprendizagem no momento
certo
Resultado Aumento das qualificaes
profissionais
Aumento no desempenho
no trabalho.
Fonte: adaptado de Meister (1999)
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Alm disto, tenha em mente que a compreenso da educao passa
por trs tendncias filosfico-polticas, para que se possa aplic-la ao contexto
organizacional (Eboli, 2002):
Redentora: concebe a sociedade como um conjunto
de seres humanos que vivem e sobrevivem num todo
orgnico e harmonioso com desvios de grupos e
indivduos que ficam margem desse todo. Tem uma
viso no-crtica da sociedade: o que importa
integrar em sua estrutura tanto os novos elementos
(novas geraes) quanto os que se encontram
margem. A educao assume seu papel de manter o
corpo social, promovendo a integrao e a adaptao
dos indivduos pela correo de seus desvios de
comportamento.
Reprodutora: afirma que a educao faz parte da
sociedade e a reproduz. A interpretao da educao
como reprodutora da sociedade significa entend-la
como um elemento da prpria sociedade determinado
por seus condicionantes econmicos, sociais e polticos.
Esta, alm de crtica, reprodutivista. Pela
aprendizagem de alguns saberes, envolvidos na
ideologia dominante, que so reproduzidas as
relaes de trabalho, as relaes de poder e as
relaes sociais vigentes.
Transformadora: tem por perspectiva compreender a
educao como mediao de um projeto social. Ela
nem redime nem reproduz a sociedade, mas serve de
meio para realizar um projeto de sociedade. Prope-se
a compreender a educao dentro de condicionantes e
agir estrategicamente para sua transformao. Prope-
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se a desvendar e utilizar-se das prprias contradies
da sociedade para trabalhar realstica e criticamente
por sua transformao.
Com base nisso, a mesma autora concebe que a educao
corporativa tem como objetivos bsicos 1) a conscientizao de gestores e
suas equipes quanto importncia de se vivenciar e praticar a cultura
empresarial; 2) ser um instrumento para alinhar a cultura organizacional e os
colaboradores; 3) ser um instrumento de promoo e integrao cultural.
Percebe-se que a educao corporativa est diretamente ligada
cultura organizacional. Neste sentido so trs as estratgias educacionais no
excludentes que podem ser utilizadas. Apresento, mais uma vez, nas palavras
da referida autora:
Estratgia de integrao: deve ser aplicada
principalmente em aes e programas educacionais
voltados para novos colaboradores da empresa,
novos parceiros, novos fornecedores e pblico
externo em geral. adequada e necessria para
todos aqueles (novos ou antigos) que apresentem
baixo grau de alinhamento cultural.
Estratgia de reproduo: fundamental em aes
e programas educacionais dirigidos para os lderes e
gestores empresariais e formadores de opinio em
geral, quer sejam membros internos, quer externos.
Deve enfatizar os traos culturais vigentes
alavancadores do sucesso empresarial.
Estratgia de transformao: inicialmente deve
ser utilizada em aes e programas educacionais
para alta direo e lideranas empresariais,
estimulando-as a identificar as discrepncias de
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percepo entre a cultura atual declarada e a
praticada na empresa (por exemplo: novos traos a
ser incorporados, atuais traos que deveriam ser
abandonados, barreiras que impedem a prtica
qualificada da cultura empresarial desejada) para
que seja possvel formular um projeto de mudana e
transformao ruma a nova cultura empresarial, que
por sua vez fundamentar o futuro processo de
reeducao.
Alm de atuar como veculo de fortalecimento da cultura, a educao
corporativa deve ser estruturada tendo-se em mente os outros princpios e
prticas de sucesso para um projeto nessa rea (Eboli, 2002):
1. Aes e programas educacionais concebidos com base
na identificao das competncias crticas
(empresariais e humanas).
2. O sistema de gesto do conhecimento estimula o
compartilhamento de conhecimentos e a troca de
experincias.
3. Intensiva utilizao da tecnologia aplicada educao:
aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar.
4. Forte compromisso da empresa com a cidadania
empresarial.
5. Veculo de fortalecimento e disseminao da cultura.
6. Lderes e gestores se responsabilizam pelo processo de
aprendizagem.
7. Na avaliao dos resultados dos investimentos em
educao so considerados os objetivos do negcio.
8. Formao de parcerias com instituies de ensino
superior.
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Voc percebeu, no tpico 3 mencionado acima, que a tecnologia deve
ajudar o projeto de educao corporativa? Veja que a perspectiva da
aprendizagem a ser utilizada deve ser a de aprendizagem a qualquer hora e
em qualquer lugar? a educao distncia entrando em cena!
A Educao Distncia (EAD) utiliza as tecnologias e mdias
disponveis para possibilitar esse tipo de aprendizagem. Ela comeou com o
estudo por correspondncia, mas j passou por diferentes geraes em sua
evoluo (Moore e Kearsley, 2008):
Primeira gerao: estudo por correspondncia;
Segunda gerao: transmisso de contedo por rdio e
televiso;
Terceira gerao: abordagem sistmica da educao
distncia por meio de tecnologias experimentais;
Quarta gerao: as teleconfe