Anatomia Clínica Cirúrgica –Aula 1

Definição: é o estudo das relações gerais dos órgãos e estruturas que constituem cada região do corpo dos vertebrados domésticos . É o estudo feito por partes/ regiões onde são estudadas todas as estruturas de interesse clínico e cirúrgico que constituem estas regiões.

Conceitos gerais :

# Holotopia: é a relação de cada órgão com todo o corpo. Ex: inervações que saem do SNC para todo o corpo

# Sintopia: é a relação de cada órgão com seus vizinhos imediatos. Ex: posicionamento do baço sobre o estômago e a artéria que os ligam

# Esquelotopia: é a relação(posicionamento) especial de cada órgão com o esqueleto.

Ex: Coração e suas válvulas posicionadas em diferentes espaços intercostais dependendo da espécie

# Idiotopia : é a relação recíproca das partes de um mesmo órgão. Ex: Diferentes lobos do fígado e pulmão

# Histiotopia: é a relação recíproca de vários tecidos que formam o mesmo órgão.

Ex: útero- perimétrio, endométrio e miométrio

Fatores que interferem na Anatomia Topográfica

Sexo : além das diferenças sexuais entre as espécies, existem diferenças entre os sexos da própria espécie como por exemplo a maior tendência das fêmeas de acumular tecido adiposo que os machos. Este tecido adiposo subcutâneo acaba por modificar a morfologia do corpo do animal.

Idade : a idade também influencia no posicionamento topográfico de certos órgãos como por exemplo a presença do Timo na região cervical em animais jovens e a sua quase completa ausência no animal adulto . O fígado em equinos apresenta-se bastante volumoso no animal jovem chegando quase à região umbilical, enquanto que no adulto não ultrapassa a região toráxica. Em alguns animais os testículos apresentam-se na cavidade abdominal quando estes são jovens e à medida que vão crescendo os testículos descem para a região testicular.

Raça e espécie : além dos caracteres externos que permitem distinguir animais de raças distintas , há diferenças internas apreciáveis entre as espécies como por exemplo a medula espinal que chega até a 6 e 7 vértebra lombar no cão, 2 vértebra sacral no equino, 7 lombar ou 3 sacral no gato, e 1 vert. sacral no ruminante

Tipo morfológico constitucional : dentre os fatores já mencionados, pare4ce que o tipo constitucional é o mais difere na forma, situação, tamanho e peso dos órgãos. Ex: de um pinscher e de um dog alemão

Variação individual : depende do estado nutricional, da adaptação funcional e dos processos patológicos e fisiológicos do animal. Ex: tumores e estados gravídicos também modificam a posição de determinados órgãos, pois comprimem outros órgãos da região.

Variações a anomalias anatômicas : são derivadas de distúrbios embriológicos e de base hereditária . Ex: “sinus sinistrus inversus’’ (órgão em posição inversa), animais monorquídicos(testículos na cavidade abdominal)

Métodos de Estudo

# Inspeção: observação visual permitindo conhecer particularidades superficiais de determinadas regiões bem como as características da pele que a recobre. Ex: cupim , barbela inspeção externa- ectoscópia- observação sem uso de aparelhos inspeção interna- endoscopia- ‘’ com ‘’ ‘’ ‘’

# Palpação: exploração manual dos componentes da região do corpo, permitindo-se examinar a elasticidade da pele, localizar certos órgãos que podem ser identificados pela sua consistência. Ex: palpação de linfonodos

# Percussão: método caracterizado pela variação do som produzido pelo batimento dos digitais na superfície do corpo.

# Auscultação: possibilita localizar os sons produzidos por vários órgãos , servindo exclusivamente para execução em animais vivos.

# Mensuração: é o método que permite estabelecer as proporções corpóreas através de suas medidas e assim contribuir para determinar um tipo morfológico constitucional. Ex: cães de corrida- longelíneos

# Dissecação: método básico do estudo da anatomia topográfica – dissecação através das regiões

# Radiologia: método de estudo de anatomia interna ou externa no animal vivo.