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    AULA 12 - PONTUAÇÃO

    Na comunicação oral, o falante lança mão de certos recursos da linguagem, como a

    entoação da voz, os gestos e as expressões faciais para denotar dúvida, hesitação,surpresa, incerteza etc.

    Quando se constrói a comunicação por meio da escrita, quem passa a ter essaincumbência é a pontuação. Por isso, tanta gente associa indevidamente o emprego devírgula a uma pausa da respiração. Isso não tem sentido. Se assim o fosse, tínhamos decolocar vírgula a cada palavra escrita. Ou você, por acaso, fica sem ar ao escrever umaoração sem vírgulas? Já pensou...rs...

    Afinal, qual é a utilidade de colocarmos sinais de pontuação no texto?

    Além de estabelecer na escrita aquelas denotações expostas acima, também se digna aeliminar ambigüidades que poderiam surgir em um texto sem pontuação ou a destacarcertas palavras, expressões ou frases.

    O texto que reproduzimos abaixo, cuja autoria é desconhecida, já foi usado até pela AnaMaria Braga (acredite!) e exemplifica bem as funções da pontuação. Para quem nãoassistiu ao programa (espero, pois deveria estar estudando), segue o material.

    “Um homem rico estava muito mal, pediu papel e pena. Escreveu assim:

    ‘ D e i x o m eu s ben s à m i n h a i rm ã não a m eu so b r i n h o j am a i s s e rá pag a a co n t ad o a l f a i a t e n a d a a o s p o b r e s .’

    Morreu antes de fazer a pontuação (até parece que isso seria possível...). 

     A quem ele deixou a fortuna?

    Eram quatro concorrentes.

    1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:‘ D e i x o m eu s b en s à m i n h a i rm ã? Não ! A m eu s o b r i n h o . J am a i s s e rá pag a ac o n t a d o a l f a i a t e . N a d a a o s p o b r e s .’

    2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

    ‘ D e i x o m eu s ben s à m i n h a i rm ã. Não a m eu s o b r i n h o . J am a i s s e rá pag a ac o n t a d o a l f a i a t e . N a d a a o s p o b r e s .’

    3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa para a sardinha dele:

    ‘ D e i x o m eu s ben s à m i n h a i rm ã? Não ! A m eu so b r i n h o ? Jam a i s ! Se rá pa ga ac o n t a d o a l f a i a t e . N a d a a o s p o b r e s .’

    4) Chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta pontuação:

    ‘ D e i x o m eu s ben s à m i n h a i rm ã? Não ! A m eu so b r i n h o ? Jam a i s ! Se rá pa ga ac o n t a d o a l f a i a t e ? N a d a ! A o s p o b r e s . ’

    Cabe a nós, redatores, empregar a pontuação de modo que a mensagem por nós escritachegue ao leitor no sentido exato que gostaríamos de transmitir.

    Para fazer isso com correção, devemos conhecer suas regras.

    A pontuação depende da estrutura sintática da oração. Para começar, é interessantenotar que a ordem direta das orações é a seguinte:

    SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS + ADJUNTOS

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    Para colocar a oração nessa ordem direta, devemos partir do verbo (e não do sujeito,como alguns podem pensar), perguntando a ele quem o comanda, ou seja, quem é o seusujeito.

    A partir daí, sabendo o sujeito e o verbo, identificaremos os complementos verbais(predicativos, objetos).

    Por “adjuntos”, entendem-se as condições em que a ação expressa pelo verbo seestabelece – tempo, lugar, modo, intensidade, dúvida, negação. Essas circunstâncias sãoapresentadas pelos advérbios. É lógico que, se uma dessas circunstâncias (como a denegação) estiver acompanhando um termo específico (como, por exemplo, um verbo), oadvérbio irá se posicionar próximo ao esse termo, e não no fim da oração (Eu não  saireidaqui ).

    Os complementos, além de verbais, podem ser nominais, quando completam o sentidode um nome: necessidade de carinho. Também aos nomes ligam-se elementos pararestringi-los ou designá-los (adjuntos adnominais). Esses termos regidos devem ficar

    próximos de seus termos regentes, onde quer que estejam (seja no sujeito, seja nopredicado).

    Se u  amor à pát r i a  era imenso.

    O nome AMOR faz parte do sujeito (é o seu núcleo), bem como os complementos SEU(pronome possessivo) e À PÁTRIA (complemento nominal = idéia passiva = a pátria éamada).

    Não há necessidade d e c h o r a r  .

    O nome DE CHORAR  faz parte do predicado.

    Esses conceitos são fundamentais para compreendermos alguns casos de proibição.

    Os sinais de pontuação são: ponto, ponto-e-vírgula, vírgula, ponto de exclamação, pontode interrogação, travessão, parênteses, aspas, reticências.

    Eles indicam entoação ou pausa.

    Nas palavras de Celso Cunha (Nova Gramática do Português Contemporâneo), “estadistinção, didaticamente cômoda, não é, porém, rigorosa. Em geral, os sinais de pontuação indicam, ao mesmo tempo, a pausa e a melodia.”.

    O sinal mais explorado em questões de prova é, sem dúvida, a vírgula.

    Por isso, começaremos por ela. Para fins didáticos, iremos estudar o assunto a partir dasproibições e das situações especiais para o seu emprego.

    VÍRGULA

    CASOS PROIBIDOS:1 - Separar por vírgula elementos inseparáveis na ordem direta:

    1.1 – sujeito do verbo;

    1.2 – verbo do complemento verbal;

    1.3 – termo regente do termo regido (complemento nominal, adjunto adnominal);

    1.4 – verbos que compõem uma locução verbal;

    A maior parte dos erros de pontuação das provas envolve casos de proibição. Por isso,fique atento – apareceu uma vírgula separando elementos inseparáveis, “xis” nele!!!

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    POLÊMICA: Alguns autores admitem, modernamente, a separação do sujeito do verboem certas construções, como em adágios.

    Por exemplo, “Qu em av i sa , am i go é.” – o sujeito do verbo ser é a oração Quemavisa. Contudo, isso se justifica, segundo eles, somente em casos especiais,normalmente por questão de estilo, já que, na fala, costumamos pausar após o verbo(Quem avisa – pausa – amigo é.). Se observarmos a norma culta, iremos eliminar essesinal de pontuação (Quem avisa amigo é.).

    Observe que, se a oração não estiver na ordem direta, o deslocamento doscomplementos deverá ser indicado por vírgulas, sem que isso constitua erro:  “Dos seusconselhos ,  não preciso mais”.

    Se surgir uma vírgula após um desses elementos “inseparáveis”, verifique se não se tratade alguma intercalação de elementos. Nesse caso, para a correção do período, devehaver duas vírgulas nessa intercalação, uma abrindo o período e outra, fechando, e nãoapenas uma. É o que se vê no próximo item.

    2 – Colocar apenas uma das duas vírgulas obrigatórias para isolar termos ouexpressões deslocados de sua posição original na oração (exceto, obviamente,se estiver no início do período).

    Desse jeito, o período deslocado fica “capenga”, faltando uma das vírgulas. Se abriu, temque fechar. Portanto, são necessárias duas  vírgulas, mesmo que alguma delas estejaexercendo dupla função (por exemplo, no caso de DOIS ou mais termos deslocados eadjacentes).

    Hoje, às duas horas da tarde, próximo ao supermercado, houve um grave acidente.

    Temos, nesse exemplo, três elementos circunstanciais – dois de tempo (Hoje, às duashoras da tarde) e um de local ( próximo ao supermercado). As duas primeiras ocorrênciasde vírgula separam elementos de mesma função sintática (adjuntos adverbiais). Já avírgula após supermercado, serve tanto para encerrar essa enumeração, quanto paraindicar o deslocamento desses elementos adverbiais.

    SITUAÇÕES ESPECIAIS

    - elipse de algum termo pode ser indicada por uma vírgula, como em : “Fui à festalevando muitos presentes; João, somente a boca.”

    - adjuntos adverbiais deslocados, desde que PEQUENOS E DE FÁCILENTENDIMENTO, dispensam a vírgula. Caso contrário, longos, em oraçõesadverbiais extensas, ou, mesmo curtos, para dar ênfase ao adjunto, devem serisolados por vírgula.

    Hoje (,) irei embora.

    Embora tenha me mantido distante das negociações, precisarei comparecer à reuniãode acionistas.

    Infelizmente (,) não poderei aceitar o convite.

    - em relação a algumas conjunções, a vírgula tem tratamento especial:

      conjunção coordenativa aditiva “e ”  – a regra é a dispensa da vírgula antes daconjunção aditiva e . Somente é admitida em situações especiais:

    1) quando apresenta sujeitos diferentes e seu emprego tem por objetivo a clarezatextual;

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    2) quando faz parte de uma figura de linguagem chamada polissíndeto (p o l i =vários + sín d et o  = elemento de ligação – vários elementos de ligação. O conceitode sín d e t o    já foi objeto de comentário na aula sobre CONECTIVOS

    CONJUNÇÃO). O uso excessivo de vírgulas e de conjunções tem a funçãoestilística de fazer supor um fim que nunca chega – com isso, enfatiza-se cadaoração introduzida pela conjunção e :

    Sone t o d a F i d e l i d a d e – V i níc i u s d e Mo r a e s

    De tudo ao meu amor serei atento Antes, e  com tal zelo, e  sempre, e  tanto

    Que mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.

    Também por clareza textual, é possível uma vírgula anteceder a conjunção e  mesmo que as orações apresentem o mesmo sujeito. Verifica-se isso, porexemplo, quando a primeira oração do período for tão extensa que exija a

    retomada do sujeito. Isso é feito a partir da pausa, indicada com a vírgula.  conjunções coordenativas adversativas – a conjunção m a s  faculta a vírgula

    antes de si e não admite outra posição que não seja a de início da oraçãosindética:

     A vida é dura(,) mas nada me tira a vontade de viver.

    As demais conjunções (p o r ém , e n t r e t a n t o , c o n t u d o   ,  etc.) devem serantecedidas por vírgula e, se deslocadas para o meio da oração, ficam, nestecaso, isoladas por duas vírgulas ou, no fim do período, entre a vírgula e o pontofinal:

     A vida é dura, nada me tira, p o rém ,  a vontade de viver.

     A vida é dura, nada me tira a vontade de viver , p o rém .

    ( * v e j a o b se r v ação a ce r c a d o p on t o - e - vír g u l a )

    Caso tenha havido entre as duas orações uma ruptura do período (indicada peloponto), a vírgula pode vir após a conjunção:

     A vida é dura. Entretanto, nada me tira a vontade de viver.

      conjunções coordenativas conclusivas – a conjunção p o i s   deverá sempre virposposta a um termo da oração sindética a que pertence e isolada por vírgulas:

    Ela não respeita ninguém. É , p o i s , uma rebelde.

    As demais conjunções conclusivas (l o g o , p o r t a n t o , p o r c o n s e g u i n t e  ) podem

    iniciar a oração ou vir no meio dela. Do mesmo modo que as adversativas, sãoescritas, respectivamente, com uma vírgula anteposta ou entre vírgulas.

    Ela não respeita ninguém, é, p o r t a n t o ,  uma rebelde.

    ( * v e j a o b se r v ação a ce r c a d o p on t o - e - vír g u l a )

    Caso entre as duas orações tenha havido uma ruptura do período (ponto), avírgula pode vir após a conjunção.

    Ela não respeita ninguém. Portanto, é uma rebelde.

      conjunções coordenativas explicativas – a conjunção pois, quandoexplicativa, deve iniciar a oração sindética. As demais seguem a mesma regra das

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    conjunções conclusivas e adversativas no que tange à colocação de vírgula deacordo com a posição na oração. É comum uma vírgula ser colocada antes daconjunção explicativa, para representar a pausa que normalmente se dá na fala.

    Essa é uma das características que diferenciam a conjunção coordenativaexplicativa p o r q u e   da subordinativa causal homônima.

    Consideram-na uma rebelde, pois não respeita ninguém.

    Veja uma questão de prova.

    (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001)

    A alternativa correta quanto à pontuação é

    A. O aspirador, que não funciona, é este.

    B. Alice nossa amiga, parece feliz.

    C. Creio, porém, que estava adormecido.

    D. O livro, disse o autor é ilustrado.

    Está correto o emprego da conjunção “porém” entre vírgulas, já que está no meio daoração.

    Tanto na opção b   quanto na d , a vírgula separa o sujeito ( Alice  / o livro,respectivamente) do verbo correspondente ( parece / é) – CASO DE PROIBIÇÃO.

    Na opção a , a oração adjetiva “que não funciona” tem valor restritivo, e não explicativo.Não pode haver vírgulas. Essa explicação virá a seguir.

    - expressões denotativas ou de realce, como “ainda”, “mesmo assim”, “por

    exemplo”, “isto é”, que servem para introduzir argumentos, retificações oudesenvolvimento do assunto a ser explorado, ficam isoladas por vírgulas.

    - orações subordinadas adjetivas podem ser restritivas ou explicativas:

      restritivas  - como o nome sugere, restringem o conceito dos substantivos e, aexemplo do que ocorre com adjetivos simples, não poderão ser separadas dossubstantivos a que se refiram.

    “Vou pintar meu quarto com a c o r a z u l  .”

    CASO 1 .3 D AS PRO I B I ÇÕES - não se separa o termo regido ( a z u l   ) do termo regente( c o r  ), já que o valor do adjetivo é restritivo (não é qualquer cor, mas somente a cor

    azul).

    Por isso, se, em vez de um adjetivo simples, houver uma oração adjetivarestritiva, ela também não poderá ser separada do substantivo por vírgula:

    Vou pintar o meu quarto com a cor d e q u e e u g o s t o  .

    Então, em orações adjetivas restritivas, a vírgula é PROIBIDA!

    Os políticos q u e s e e n v o l v e r a m n o e s cân d a l o d o m e n s a lão deveriam ser expulsosda vida pública.

    Quem deveria ser expulso da vida pública: todos os políticos ou somente os quese envolveram no escândalo de corrupção ( por favor, atenha-se ao texto...rs...)?

    Segundo a oração, somente aqueles envolvidos no escândalo.

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    E, com base nesse último exemplo, se colocássemos a oração adjetiva entrevírgulas, o que aconteceria? Ela passaria a ser explicativa.

      explicativas – sua função é somente explicar; por isso, como qualquer elementode função meramente explicativa, deverão ser colocadas entre vírgulas. Se após aoração houver o encerramento do período, em vez de colocar a segunda vírgula,coloca-se o ponto final.

    “A vida do ex-presidente Juscelino Kubitschek, qu e f o i o r e s p o n sáve l p e l a m ud ançada se de d a ca p i t a l p a r a B r a síl i a   , foi contada na série JK.”

    Essa oração sublinhada tem valor explicativo e, por isso, foi colocada entrevírgulas.

    Então, em orações adjetivas explicativas, a vírgula é OBRIGATÓRIA!

    De volta àquele exemplo do mensalão, segundo a construção “Os políticos, que seenvolveram no escândalo do mensalão , deveriam ser expulsos da vida pública.”, 

    todos  os políticos (provavelmente já enumerados anteriormente no texto)deveriam ser expulsos da vida pública, pois agora a oração adjetiva é explicativa.

    Mais um teste para fixação desse conceito: indique a pontuação adequada nasduas estruturas abaixo:

    “O presidente do BACEN ( ) Henrique Meirelles ( ) e o ministro do STF ( ) SepúlvedaPertence ( ) compareceram à cerimônia.”

    Se a vírgula é obrigatória em termos e orações de valor explicativo e proibidaem termos e orações de valor restritivo, primeiro vamos definir o que éexplicativo e o que é restritivo.

    Quantos presidentes o BACEN possui? Somente um. Quando se diz “o presidente

    do BACEN”, uma pessoa informada já sabe quem é, pois só existe UM! Então, otermo tem valor explicativo – “O presidente do BACEN , H e n r i q u e M e i r e l l e s , e...”. Com vírgulas.

    Quantos ministros o STF possui? Onze! Então, o termo tem valor restritivo – “... eo ministro do STF Sepúlveda Pertence compareceu à cerimônia.”. Sem vírgulas.

    Agora você percebe por que não foram colocadas vírgulas em “ex-presidente Juscelino Kubitschek ”? Porque são vários os ex-presidentes da República.

    E qual é o caso de vírgula facultativa em orações adjetivas? Resposta: NENHUM!!!!!

    Ou a vírgula é proibida (orações adjetivas restritivas), ou a vírgula éobrigatória (orações adjetivas explicativas).

    Veja, agora, uma questão de prova que abordou esse tema.

    (FUNDEC / TRT 2ª Região / 2003)

    A g o v e r n a d o r a e l e it a , R o si n h a M a t h e u s , q u e r e c e b e u u m v o t o d e e s p e r a nçan e s s e s b o l sõe s d e c a rên c i a e p o b r e z a , p o d e i n i c i a r p o r aí um p r o g r a m a d ego ve r n o qu e r e c o l o q u e no s t r i l h o s o s s e r v iço s e s s e n c i a i s à po pu l ação .

    No último período do texto (acima transcrito), há duas orações subordinadas deidêntico valor sintático as quais receberam distinta forma de redação: a primeira estáseparada por vírgulas e a segunda não. Essa diferença na forma de redação justifica-se por:

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    A) ter a primeira sentido restritivo e a segunda, explicativo;

    B) ter a primeira um sentido explicativo e a segunda, restritivo;

    C) ser a primeira um aposto e a segunda, um adjunto adnominal;D) estar a primeira iniciada por pronome relativo e a segunda, por conjunçãointegrante;

    E) ter a primeira verbo no modo indicativo e a segunda, no modo subjuntivo.

    O gabarito é a opção b . As virgulas são obrigatórias em orações adjetivas explicativas,enquanto que nas orações adjetivas restritivas são proibidas.

    A primeira oração adjetiva está isolada por vírgulas dado seu caráter explicativo, aopasso que a seguinte, por ter função restritiva, ou seja, por definir o programa degoverno (um programa de governo q u e c o l o q u e n o s t r i l h o s o s s e r v iço s e s s e n c i a i s  ),não admite tal pontuação.

    PONTO

    É a pausa máxima. Representa a ruptura do período, seja ele composto ou simples(oração absoluta). Quando os períodos se sucedem nas idéias que expressam, o pontosimples é usado para separá-los. Quando a ruptura é maior, representando, inclusive, amudança de um grupo de idéias a outro, marca-se essa transposição maior com o “ponto-parágrafo”.

    O ponto também é usado em abreviaturas (V.Sa./ Dr.Fulano/etc.). Quando o pontoabreviativo coincide com o fim de um período, emprega-se somente um, que passa aacumular as duas funções:

    Ele foi à feira e comprou v e r d u r a s , f r u t a s , l e g um e s   e t c .Em relação à vírgula antes do “etc.”, encontramos divergências no tratamento. Há os quebuscam na etimologia motivo para dispensá-la, uma vez estar presente, em seusignificado, a conjunção e   (etc. = e t c e t e r a = e as demais coisas.). Há os que a justificam como mais um elemento da enumeração, o que legitima essa pontuação. Porisso, dificilmente isso seria objeto de questão de prova. Se alguma banca vier a adotarum desses posicionamentos, deverá receber uma enxurrada de recursos comargumentação consistente para a anulação da questão.

    PON TO-E -VÍRGULA

    Dizer que é um sinal intermediário entre o ponto e a vírgula não ajuda muito, não é? Mas

    essa é a melhor definição para o ponto-e-vírgula.Trata-se de uma pausa de duração suficiente para denotar que o período não se encontraencerrado totalmente mas que, também, não pertence à oração anterior.

    Basicamente, usa-se o ponto e vírgula, a depender do contexto, para atribuir clareza aotexto.

    Por exemplo, quando, na oração, já existem elementos entre vírgulas, o ponto-e-vírgulaé usado para subdividir os períodos:

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    OBSERVAÇÃ O : ( * ) A g o r a , c om p a r e c om a s f o r m a s a p r e s e n t a d a s a n t e r i o r m e n t ee v e j a c om o e s t a s f ic a r am b em m a i s c l ar a s .

     A vida é dura; nada me tira, porém, a vontade de viver.

    Ela não respeita ninguém; é, portanto, uma rebelde.

    Transcrevemos, a seguir, uma questão de prova (ótima!) em que foi exigidoconhecimento acerca do emprego desse sinal de pontuação. Para isso, faz-se necessáriaa transcrição também do texto em que se baseia a questão.

    (CESPE UNB / AGU / 2002)

    O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é a destruiçãode todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, a propriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; politicamente, é oservilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o enfraquecimento doamor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seu

    sistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica esocialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, decadente e semprerenovada; a eliminação do capital produzido pela compra de escravos; a paralisação decada energia individual para o trabalho na população nacional; o fechamento dos nossos portos aos imigrantes que buscam a América do Sul; a valorização social do dinheiro,qualquer que seja a forma como for adquirido; o desprezo por todos os que, porescrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de ambições materiais; a venda dostítulos de nobreza; a desmoralização da autoridade, desde a mais alta até à mais baixa.Observamos a impossibilidade de surgirem individualidades dignas de dirigir o país paramelhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, dotrabalho honrado, das virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-sehonestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”.

     A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e maiores esforços para tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não tivermos sempre presente a idéia deque a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos efraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — calculadas todas asinfluências que lhe estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomascrescentes de dissolução social.

     Joaquim Nabuco. O abolicionismo. In: Intérpretes do Brasil, v. I. Nova Aguilar, 2000, p.148-51 (com adaptações).

    J u l g u e o i t e m q u e s e s e g u e .

    O t e x t o e x em p l i f i c a q u e a s e s t r u t u r a s s i n tát i c a s c o n s t r uíd a s a p a r t i r d ee n u m e r ação e x i g em s i n a i s d e p o n t o - e - v ír g u l a q u a n d o n o i n t e r i o r d e a l g u n si t e n s e x i s t em vír g u l a s .

    Essa afirmação está correta. É a própria definição de um dos empregos do ponto-e-vírgula.

    Quando já houver vírgulas no período, o sinal de ponto-e-vírgula deve ser usadoprincipalmente para que haja clareza textual.

    Isso pode ser observado na passagem do texto a seguir reproduzida: nos segmentos, éapresentado o que a escravidão representa para o Brasil (primeira oração).

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    1 º s e gm e n t o :

    Moralmente, é a destruição de todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosaou positiva — a família, a propriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária;

    No primeiro segmento, apresentam-se, a partir do travessão, os princípios efundamentos que foram aviltados sob o aspecto moral pela escravidão.  Como naseqüência serão apresentados outros aspectos, em continuidade à argumentação, optou-se pelo ponto-e-vírgula, que emprega uma pausa maior que a vírgula (permitindo umaruptura branda) e menor que o ponto (que encerraria o período desnecessariamente).

    2 º s e gm e n t o :

     politicamente, é o servilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, oenfraquecimento do amor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seuregime penal, o seu sistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça;

    No segundo segmento, enfoca-se o problema sob enfoque político.

    Note que o autor irá prosseguir na argumentação, apresentando os aspectos econômicose sociais (3º segmento).

    3 º s e gm e n t o :

    econômica e socialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa,decadente e sempre renovada;

    Todos esses segmentos, por constituírem um só argumento, pertencem ao mesmoperíodo, devendo ser separados por ponto-e-vírgula, para a clareza do texto. É essa afunção desse sinal de pontuação bastante desprezado ou maltratado por aí, coitado.

    :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

    Também é usado o ponto-e-vírgula para separar itens enunciativos de textos legislativos(leis, decretos, regulamentos) e acepções de uma palavra em dicionários:

     Art. 4° O interessado, pessoa física ou jurídica, somente poderá exercer atividadesrelacionadas com o despacho aduaneiro:

    I - por intermédio do despachante aduaneiro;

    II - pessoalmente, se pessoa física ou jurídica.

    Veja uma questão do NCE UFRJ, aplicada em 2002:

    “ Po líci a”

    Vigilância exercida pela autoridade competente para manter a ordem e o bem-estar

     públicos em todos os ramos dos serviços do Estado e em todas as partes oulocalidades; corporação que engloba os órgãos e instituições incumbidos de fazerrespeitar essas leis ou regras e de reprimir e perseguir o crime”. (Pequenodicionário jurídico)

    No texto do dicionário acima há dois segmentos, separados por um ponto-e-vírgula(;); em relação a esses dois segmentos podemos dizer que:

    a) o segundo explica o primeiro;

    b) apresentam dois sentidos diferentes do termo “polícia”;

    c) o primeiro é a causa do segundo;

    d) o segundo contradiz o primeiro;

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    e) mostram que a polícia atua na prevenção do crime.

    A função do ponto-e-vírgula nessa construção é apresentar as diferentes acepções da

    palavra POLÍCIA, presentes no “Pequeno Dicionário Jurídico”. Por isso, a resposta foiopção b .

    DO I S PONTOS

    Esse sinal marca, na escrita, a suspensão de uma frase não concluída. Emprega-se, pois,para anunciar:

    - uma citação:

     Às margens do Ipiranga, gritou D.Pedro I:

    - Independência ou Morte!

    - uma enumeração: Após o levantamento do inventário, devemos tomar as seguintes providências:encerrar o balanço patrimonial, convocar uma reunião extraordinária, providenciaruma auditoria nas contas.

    (Esses elementos também poderiam estar separados por pontos-e-vírgulas, paramaior clareza.)

    - um esclarecimento, um comentário, uma síntese ou uma conseqüência do que foienunciado:

     A razão é clara: achava a sua conversa menos cansativa que a dos outroshomens.

    Observe a questão de prova que abordou o assunto.

    (FUNDAÇÃO JOÃO GOULART/ SMF – ANALISTA PLANEJAMENTO / 2005)

    Texto 2Nunca as condições foram tão favoráveis para a adoção em grande escala do gásnatural como propulsor dos ônibus que circulam pelas grandes cidades brasileiras.

    Do ponto de vista ambiental, já eram conhecidas as vantagens desse combustível emrelação ao diesel, que predomina entre os veículos pesados. Esses benefíciosmotivaram diversas experiências anteriores de ônibus a gás, que desde os anos 80circulam em capitais brasileiras como São Paulo, Rio e Recife.

    No entanto, os ônibus a gás mostraram pouca competitividade econômica e

    operacional, quando comparados com os movidos a diesel. Agora, o cenário político eeconômico é outro, bem mais favorável: as reservas brasileiras de gás simplesmentetriplicaram em 2003 (hoje são 600 milhões de m3). Além disso, o Brasil firmou umacordo no qual se compromete a comprar parte da produção da Bolívia, aumentandoainda mais a oferta de gás no mercado interno.

    A disponibilidade do combustível, no entanto, não basta: a operação dos ônibus adiesel continua sendo mais econômica. Para contornar esse obstáculo, a Petrobrasentrou em ação e, numa opção clara pelo meio ambiente, decidiu subsidiar o gásnatural. “Nos próximos dez anos, as empresas de ônibus poderão adquirir o gás nasdistribuidoras a um preço fixado em 55% do valor do diesel”, garante PauloBarreiros, coordenador do Programa Tecnológico de Gás Natural (Progas) do Centrode Pesquisa da Petrobras (Cenpes). Conforme o uso desse combustível comece a

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    crescer, a fabricação de ônibus a gás em grande escala deve tratar de diminuir adiferença de preço que existe na sua produção, operação e manutenção. Outroestímulo para as empresas de ônibus adotarem o gás natural é a melhoria da rede

    de distribuição desse combustível no Brasil. A infra-estrutura de abastecimentoevoluiu muito em relação aos anos 80, e isso pode facilitar a revenda dos ônibus agás para a renovação da frota, o que nem sempre era fácil no passado.

    Aproveitando o cenário favorável, a Petrobrás quer medir na ponta do lápis odesempenho de um ônibus movido a gás natural em comparação com ônibus adiesel, para melhor avaliar sua performance em condições reais de trânsito.

    (A hora e a vez do gás natural. Superinteressante. Abril de 2004, p. 10.)

    “A d i s p o n i b i l i d a d e d o co m bu s tíve l , n o en t a n t o , n ão b a s t a : a o pe r ação d o sôn i b u s a d i e s e l co n t i n u a s e n d o m a i s e c o nôm i c a .”

    Os dois-pontos empregados nesse trecho exercem a mesma função dos que estãopresentes em:

    A) Tínhamos decerto três preocupações: produção, distribuição e eficiência.

    B) Dentre as vantagens desse produto, uma é inegável: o baixo custo de produção.

    C) Aumentar a produção era primordial: esta providência inibiria o aumento depreços.

    D) Nenhum teste adicional foi feito antes de pormos o produto no mercado: um erroindesculpável.

    O gabarito foi letra C. 

    A oração que vem após o sinal de dois pontos tem caráter explicativo, da mesma formaque o trecho em destaque (função de aposto explicativo). Nesta, informa-se o motivo de

    não bastar somente a disponibilidade do gás – a economia que se obtém com o uso dediesel na frota de ônibus é maior.

    Já no segmento da opção c , informa-se por que o aumento da produção era principal:haveria inibição do aumento de preços.

    Nas opções a   e c , os apostos têm função enumerativa (três preocupações: produção,distribuição e eficiência / Dentre as vantagens ..., uma é inegável: o baixo custo de produção).

    Já na opção e , faz-se um comentário acerca da informação da oração anterior.

    TRAVESSÃ O

    Segundo o Formulário Ortográfico, “emprega-se o travessão, e não o hífen, para ligar palavras ou grupos de palavras que formam, por assim dizer, uma cadeia na frase: Ot r a j e t o Mau á–Cascad u r a  ”.

    A esse conceito, Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa) acrescentou que “otravessão pode substituir os parênteses para assinalar uma expressão intercalada”.

    Assim, uma expressão explicativa ou simplesmente acessória pode serapresentada entre vírgulas, entre travessões ou entre parênteses.

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    Veja como isso foi apresentado em prova.

    (UnB CESPE/Banco do Brasil/2002)

    Julgue o item que se segueA substituição de todos os travessões do texto por vírgulas respeitaria as regras dossinais de pontuação da norma culta e manteria a função de isolar, em um contexto,palavras ou frases.

    Está correta a afirmação. Podemos substituir os travessões por vírgulas, pois ambos têma função de isolar elementos de natureza explicativa. Contudo, a recíproca não éverdadeira. Nem sempre a vírgula pode ser substituída por travessão. Ela pode, naoração, indicar um deslocamento, caso em que não cabe outro sinal de pontuação.

    E se o período se encerrar com uma expressão explicativa iniciada por um travessão:posso fazer isso com um ponto final sem usar o segundo travessão?

    Sim, se o período se encerra juntamente com essa expressão explicativa (iniciada porvírgula ou travessão), o segundo travessão ou a segunda vírgula pode ser substituídapelo ponto final.

    No horário eleitoral, podemos ver inúmeros parlamentares denunciados porcorrupção tentando a reeleição – o qu e só dep end e de vo cê, e l e i t o r .

    Se a expressão indicada entre os travessões estiver dentro de uma outra construçãoindicada entre vírgulas, não constitui erro a indicação do segundo travessão e, emseguida, a vírgula que encerra o deslocamento.

     Apesar de seu tamanho, que causava terror a todos os que não o conheciam, asua índole era de uma criança inocente.

    Nesse exemplo, além do deslocamento de uma oração adverbial ( Apesar de seutamanho), elemento suficiente e necessário para o emprego de uma vírgula, ainda háuma oração de natureza explicativa (a respeito do tamanho), que poderia ser isoladapor vírgulas, travessões ou parênteses (optou-se pelas vírgulas). A segunda vírgula, após “conheciam”, tem dupla função – encerrar a oração explicativa e indicar o fim dodeslocamento da oração adverbial.

    E se a oração explicativa viesse isolada por travessões – como ficaria?

    Haveria duas possibilidades – a primeira, manter os dois sinais (o travessão encerra aoração explicativa, enquanto que a vírgula indica o fim do deslocamento):

     Apesar de seu tamanho –  que causava terror a todos os que não o conheciam – ,  a sua índole era de uma criança inocente.

    Ou, a segunda, apenas a vírgula, que, nesse caso, continuaria em “dupla jornada detrabalho” – ao mesmo tempo, encerra a explicação e o deslocamento:

     Apesar de seu tamanho –  que causava terror a todos os que não o conheciam , asua índole era de uma criança inocente.

    Veja um bom exemplo do emprego dessa pontuação em uma questão de prova.

    (FGV / Ministério da Cultura /2006)

    S em s a b e r a i n d a d i r e i t o c om o v a i s o b r e v i v e r – " a s r e s e r v a s q u e a c um u l e iem No v a Yo r k e s t ão i n d o em b o r a " –, e le p l a n e j a a s p r ó x i m a s p a r a d a s p e l aAm ér ica do Su l .

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    O trecho entre travessões indica:

    (A) uma contradição.

    (B) uma exemplificação.(C) uma explicação.

    (D) uma explicitação.

    (E) um questionamento.

    Resposta: C

    O período isolado por travessões tem caráter explicativo. Reproduz literalmente (por isso,as aspas em: "as reservas que acumulei em Nova York estão indo embora" ) as palavrasdo sujeito em que se baseia a afirmação da oração anterior (Sem saber direito como vaisobreviver ).

    Note como houve o emprego do segundo travessão, indicando o fim da explicação, para,após isso, ser empregada também a vírgula que finaliza o deslocamento da oraçãoreduzida de infinitivo, formando [– ,].

    :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

    Finalmente, o travessão também pode ser usado no lugar dos dois pontos, quandorepresenta a síntese do que se vinha dizendo, dando maior realce a essa conclusão(recurso estilístico):

    “Deixai-me chorar mais e beber mais

    Perseguir doidamente os meus ideais

    E ter fé e sonhar – e n c h e r a a l m a  .”

    (C.Pessanha)

    PARÊNTESES

    São usados sempre em dupla e servem para intercalar qualquer informação acessória,como uma explicação, uma circunstância, uma reflexão, uma nota do autor.

    Em relação aos sinais de pontuação, indica o Formulário Ortográfico:

    “Quando uma pausa coincide com o início da construção parentética [entre parênteses] ,o respectivo sinal de pontuação deve ficar depois dos parênteses mas, estando a proposição ou a frase inteira encerrada pelos parênteses, dentro deles se põe acompetente notação.” .

    “Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que seja, convosco, estesuavíssimo nome); não: o coração não é tão frívolo, tão exterior, tão carnal,quanto se cuida.” (Rui Barbosa)

    O ponto-e-vírgula permaneceu após o fim da construção entre os parênteses, porpertencer à oração que se antecedia a construção parentética.

    “A imprensa (quem a contesta?) é o mais poderoso meio que se tem inventado para a divulgação do pensamento.” (Carlos Laet)

    O ponto de interrogação pertence à oração entre parênteses e lá deve ser empregado.

    Quer uma questão de prova? Então, aí está ela!

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     (CESPE UNB/DEFENSORIA DA UNIÃO/2002)

    Pensar o corpo apenas como máquina — ou, no limite, a sua substituição por “máquinasinteligentes'' — é o mesmo que ver sem perceber. A máquina funciona, o homem vive,isto é, estrutura seu mundo, seus valores e seu corpo. O que acontece quando se pensaque as máquinas são equivalentes a seres vivos? Um pensamento artificialista (segundoo qual é preciso tudo refazer pelo artifício humano) é levado até um ponto em que o próprio pensamento desaparece. Os cultores do artificialismo não distinguem, porexemplo, cérebro e mente. Ao desvendarem certos mecanismos do cérebro, pensam terdescoberto o segredo do pensamento. É certo que a vida mental é muito mais complexa.

     Adaulo Novaes. A máquina do homem e da ciência. In: 0 homem e a máquina - ciclo deconferências. Rio e Brasília: CCBB (com adaptações).

    J u l g u e o i t e m q u e s e s e g u e .

    Po r c o n s t i t u i r u m a e x p l i c ação d o t e rm o an t e r i o r , a o r ação en t r e p a r ên t e s e s ( l . 5 -  6 ) a dm i t e t e r o s p a rên t e s e s s u b s t i t uído s po r t r a v e s sõe s ou p o r v ír g u l a s .

    Essa questão serve como um reforço de tudo o que vimos sobre o emprego de vírgulas,travessões e parênteses.

    Podemos substituir parênteses por travessões ou por vírgulas. Também podemossubstituir os travessóes por parênteses ou por vírgulas. Esse “troca-troca” é válido paraisolar elementos de natureza explicativa.

    Contudo (já vimos), nem sempre a recíproca é verdadeira (trocar as vírgulas pelosdemais). Este sinal (vírgula) possui outras funções além de isolar explicação – serve paraisolar conjunções, indicar deslocamento etc.

    ASPAS

    Usam-se aspas para indicar uma citação (em todas as nossas aulas, há exemplos desseemprego, inclusive aqui), para destacar uma expressão ou palavra a que se queira darrelevo na construção, ou realçar ironicamente alguma palavra ou expressão.

     A isso eu chamo de “hipocrisia burra”.

    Esse é o país do “jeitinho”.

    Celso Cunha alerta para o emprego da pontuação no emprego de aspas:

     “Quando a pausa coincide com o final da expressão ou sentença que se acha entre aspas,coloca-se o competente sinal de pontuação depois delas, se encerram apenas uma parteda proposição. Quando, porém, as aspas abrangem todo o período, sentença, frase ou

    expressão, a respectiva notação fica abrangida por elas.”Ou seja, o mesmo tratamento dispensado pelo Formulário Ortográfico aos parênteses.

    PONTO DE I NTERROGAÇÃ O

    O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que estanão exija resposta.

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     PONTO D E EXCLAMA ÇÃ O

    O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado comentonação exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro,indignação etc.

    O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas:

    Oh!Valha-me Deus!

    O ponto de exclamação, nesses casos, somente acompanha a interjeição, não valendocomo o fim da frase. Por isso, ele acumula a função de vírgula:

     Ai! que saudade da Bahia.

    Perceba que a vírgula foi dispensada, porque a exclamação a substituiu. Note também

    que o sinal de pontuação não encerrou a frase; simplesmente acompanhou a interjeição.Se quiser usar inicial maiúscula após esse ponto, tudo bem. Mais erudito, porém, é nãousá-lo.

    RET I CÊNC I AS

    As reticências são empregadas para marcar a interrupção da frase:

    a) para assinalar interrupção do pensamento ou hesitação em enunciá-lo:

    - Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meudever. Mas o mundo saberá...

    (Júlio Dinis)

    b) para indicar, numa narrativa, certas inflexões de natureza emocional (de alegria, detristeza, de raiva):

    Mágoa de o ter perdido, amor ainda. Ódio por ele? Não... não vale a pena...

    (Florbela Espanca)

    c) como forma de realçar uma palavra ou expressão, colocando-se as reticências antesdela:

    E teve um fim trágico... pobrezinho...já tão novo com tanta responsabilidade!

    Como sinal melódico, indica uma pausa maior quando associado a outros sinais, como avírgula, o ponto de interrogação ou de exclamação.

    Passai, ó vagas..., mas passai de manso! (C.Alves)

    Certas pessoas merecem punição severa! ... esbravejou a vítima.

    Muitos gramáticos recomendam o uso de reticências (inclusive entre parênteses), noinício, no meio ou no fim de uma citação, para indicar supressão no trecho transcrito, emcada uma dessas partes.

    “Do mesmo modo que a frase não é uma simples seqüência de palavras, o texto não éuma simples sucessão de frases. São elos transfrásicos, (...), que fazem do texto umconjunto de informações.” (Elisa Guimarães, “A Articulação do Texto”)

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    Celso Cunha, no entanto, faz distinção entre as reticências, como sinal melódico depontuação, e os três pontos que marcam a supressão de palavras, expressões ou trechosde um texto.

    "Modernamente”, continua o professor, “para evitar qualquer dúvida, tende ageneralizar-se o u s o d e q u a t r o p o n t o s    para marcar tais supressões, ficando os três pontos como sinal exclusivo de reticências."

    É isso. Vamos praticar um pouco.

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    QUESTÕES DE FI XA ÇÃ O

    1 - ( N C E U FR J/ A N T T / 2 0 0 5 )

    Assinale a letra que corresponde à melhor redação, considerando correção, clareza econcisão.

    (A) Alguns sabem que certas coisas não têm preço;

    (B) Sabem alguns, que certas coisas não tem preço;

    (C) Certas coisas não têem preço, é o que sabem alguns;

    (D) Sabem alguns que certas coisas não têem preço;

    (E) Alguns sabem que, certas coisas não têm preço.

    2 - ( F UNDAÇÃ O JO ÃO GOULART / ENGENHE I RO CI V I L / 2 0 0 4 )

    “N os do en t e s m en t a i s , a s i l u sões são de v i d as à pe r t u r ba ção da a t en ção , ai n f l u ênc i a s em oc i o n a i s e a a l t e r ações da c on sc iênc i a . ”

    Reescreve-se essa frase do texto em cada alternativa abaixo. A que está mal construídano que diz respeito à pontuação é:

    A) As ilusões são devidas à perturbação da atenção, a influências emocionais e aalterações da consciência nos doentes mentais.

    B) As ilusões nos doentes mentais, são devidas à perturbação da atenção, a influênciasemocionais e a alterações da consciência.

    C) Perturbação da atenção, influências emocionais e alterações da consciência: a taisfatos são devidas as ilusões nos doentes mentais.

    D) Nos doentes mentais, as ilusões são devidas aos seguintes fatos: perturbação daatenção, influências emocionais e alterações da consciência.

    3 - (ESAF/ A F C S FC/ 2 0 0 0  )

    Assinale a opção em que a afirmação a respeito da pontuação adequada para o textoestá incorreta.

    Para medir o efeito de uma nova tecnologia é preciso avaliar em que medida ela dá maiseficiência aos processos de produção das empresas. A era do vapor deslocou a produçãodo lar para a fábrica(1) com a eletricidade(2) surge a linha de montagem. Agora(3) comcomputadores e Internet(4) a possibilidade de as empresas reformularem(5) seus

    processos é surpreendente(6) da aquisição de insumos à descentralização e àterceirização.

    a) É correto colocar um sinal de ponto e vírgula em (1).

    b) Em (2), (3) e (4) é correto colocar vírgulas.

    c) Pode-se optar por travessões, parênteses ou vírgulas em (3) e (4).

    d) Em (5) há exigência do uso de vírgula.

    e) Pode-se colocar vírgula ou travessão em (6).

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    4 - ( N C E U FR J / A N A LI ST A FI N EP / 2 0 0 6 )

     “Daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos, a Terra não será mais habitável”; o empregoda vírgula nesse caso se justifica porque se trata:

    (A) de um aposto;

    (B) de um vocativo;

    (C) de um termo em ordem inversa;

    (D) de uma necessidade de evitar-se ambigüidade;

    (E) de uma oração antecipada.

    5 - ( B ESC / A D VO GA D O/ 2 0 0 4 )

    "Esse lapso, é óbvio, também será preenchido, esperam o governo e os próprios bancos,

    com a adoção de medidas que tornem essa travessia menos arriscada." (L.19-21)Assinale a alternativa em que, alterando-se a pontuação, não se altere o sentido da fraseacima.

    (A) Esse lapso é óbvio, também será preenchido, esperam o governo e os própriosbancos com a adoção de medidas que tornem essa travessia menos arriscada.

    (B) Esse lapso - é óbvio - também será preenchido - esperam o governo e os própriosbancos, com a adoção de medidas que tornem essa travessia menos arriscada.

    (C) Esse lapso, é óbvio, também será preenchido - esperam o governo e os própriosbancos - com a adoção de medidas que tornem essa travessia menos arriscada.

    (D) Esse lapso, é óbvio - também será preenchido, esperam o governo e os próprios

    bancos - com a adoção de medidas que tornem essa travessia menos arriscada.(E) Esse lapso, é óbvio, também será preenchido, esperam o governo e os própriosbancos, com a adoção de medidas, que tornem essa travessia menos arriscada.

    6 - ( F GV / I CM S M S - F i sc a l d e Re n d a s / 2 0 0 6 )

    O modo de produção capitalista não tem vocação suicida, e nada indica que ele esteja a ponto de morrer de morte natural.

    No trecho acima, utilizou-se corretamente a vírgula antes da conjunção e. Assinale aalternativa em que isso não tenha ocorrido.

    (A) Você deve sair antes de anoitecer, e antes de acenderem as luzes, e antes de

    fecharem o comércio.(B) Ele muito se esforçou para a realização daquele projeto, e acabou não sendo bem-sucedido.

    (C) Os irmãos compreendiam-se mutuamente, e, portanto, respeitavam-se.

    (D) A expedição encontrou um grupo perdido, e todos voltaram juntos.

    (E) A maioria dos estudantes aprovou a proposta, e seus pais acataram a decisão.

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    7 - ( F GV / I CM S M S – A TI / 2 0 0 6 )

    Os olhos empapuçados são os mesmos mas o cabelo se foi e a barriga só parou decrescer porque não havia mais lugar atrás do balcão.

    Assinale a alternativa que ofereça pontuação igualmente correta para o trecho acima.

    (A) Os olhos empapuçados são os mesmos, mas o cabelo se foi, e a barriga só parou decrescer porque não havia mais lugar atrás do balcão.

    (B) Os olhos empapuçados, são os mesmos mas o cabelo se foi e a barriga só parou decrescer, porque não havia mais lugar atrás do balcão.

    (C) Os olhos empapuçados são os mesmos, mas o cabelo, se foi, e a barriga só parou decrescer porque não havia mais lugar, atrás do balcão.

    (D) Os olhos empapuçados são os mesmos mas, o cabelo, se foi e a barriga, só parou decrescer, porque não havia mais lugar atrás do balcão.

    (E) Os olhos empapuçados são os mesmos, mas o cabelo se foi, e a barriga, só parou decrescer porque não havia mais lugar, atrás do balcão.

    8 - ( C ESGRANR IO / PREF.M ANAUS / 2 0 0 4 )

    Assinale a opção em que a retirada da(s) vírgula(s) NÃO modifica o sentido da sentença.

    (A) João, desenha uma ave no caderno.

    (B) No dia 5 de outubro, comemora-se o Dia da Ave.

    (C) Chamei a menina, que estava sentada, e ela não se mexeu.

    (D) Ela falava sem parar – da festa, do fim de semana e das férias de verão.

    (E) A secretária, organizada, não deixa trabalho para o dia seguinte.

    9 - ( U n B C ESP E/ B a n co d o B r a s i l/ 2 0 0 2 )

    A indústria armamentista movimenta anualmente cerca de 800 bilhões de dólares. É umaquantia equivalente a 2,5% do PIB mundial. Com um investimento de apenas 8 bilhõesde dólares — menos do que quatro dias de gastos militares mundiais —, todas ascrianças do planeta que hoje estão fora da escola poderiam freqüentar uma sala de aula.Aliás, a fabricação de um único tanque de guerra consome o equivalente à construção de520 salas de aula, e o custo de um avião de caça supersônico daria para equipar 40 milconsultórios médicos.

    “O desperdício da indústria da guerra”. In: Família Cristã, ano 68, n./ 795, mar./2002, p.12 (com adaptações).

    Julgue o item a seguir.

    ♦  Na linha 4, a ausência de vírgulas para isolar a oração “que hoje estão fora daescola” indica que ela constitui restrição a “crianças do planeta”.

    10 - ( F CC / I N SS MED I C O / 2 0 0 6 )

     A fragmentação dos objetivos intelectuais em compartimentos cada vez mais estreitos provocou, na nossa época, uma verdadeira confusão de idiomas.

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    Julgue a correção do item que se segue, em relação à pontuação.

    •  No período acima, a elisão da vírgula aposta a provocou não prejudica a correçãoda frase, considerada a norma culta da língua.

    11 - ( F CC / B A N CO DO BRA SI L / 2 0 0 6 )

    Está plenamente correta a pontuação do seguinte segmento:

    (A) Pode viver um homem sem acesso à civilização. Não pode: embora haja muitos quepensem o contrário. O que não é evidentemente, o caso do cronista.

    (B) O poeta Álvares de Azevedo, no século XIX, parecia alimentar a mesma convicção docronista. Embora fosse um romântico, o poeta ridicularizava os idealistas que,tendenciosamente, omitiam as agruras da vida natural.

    (C) O cronista é um dos maiores humoristas nossos, sem receio de ofender pontos de

    vista alheios, costuma atacar o senso comum; no que este tem de vicioso e sobretudo,artificial.

    (D) Provavelmente se sentirão hostilizados, aqueles que defendem as delícias da vidanatural. Em compensação: os que relutam em aceitá-la, muito se divertirão com essacrônica.

    (E) Não se privaria o cronista, do conforto que oferecem instalações sanitárias, em nomede uma vida mais pura e mais rústica. Por que haveríamos de renunciar aos ganhos dacivilização, pergunta-se ele?

    12 - (ESA F/ A FR F/ 2 0 0 2 . 1  )

    A revolução da informação, o fim da guerra fria – com a decorrente hegemonia de umasuperpotência única – e a internacionalização da economia impuseram um novo equilíbriode forças nas relações humanas e sociais que parece jogar por terra as antigasaspirações de solidariedade e justiça distributiva entre os homens, tão presentes nossonhos, utopias e projetos políticos nos últimos dois séculos. Ao contrário: o novomodelo – cuja arrogância chegou ao extremo de considerar-se o ponto final, senãoculminante, da história – promove uma brutal concentração de renda em âmbitomundial, multiplicando a desigualdade e banalizando de maneira assustadora a perversãosocial.

    Julgue se os itens a respeito do emprego dos sinais de pontuação no texto são falsos (F)ou verdadeiros (V) para, em seguida, assinalar a opção correta.

    ( ) As duas ocorrências de duplo travessão demarcam intercalações edesempenham função análoga à dos parênteses.

    ( ) As vírgulas que se seguem a “homens”(l.4) e “sonhos”(l.5) destacam umaexplicativa restritiva e, por isso, seu emprego é opcional.

    ( ) O emprego de dois-pontos após “contrário”(l.5) justifica-se por introduzirum esclarecimento sobre o que foi dito no período anterior.

    ( ) A função das vírgulas que isolam a expressão “senão culminante”(l.6-7) éa de destacá-la sintaticamente e dar-lhe relevo estilístico.

    A ordem correta dos itens é

    a) V F V F

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    b) F F V F

    c) V F F V

    d) V F V Ve) F V V V

    13 - (ESA F/ Fi sc a l d o Tr a b a lh o / 2 0 0 3 )

    A sociedade baseada na liberdade contratual será sempre, em grande parte, umasociedade de classes, cuja estrutura é defendida em vantagem dos ricos. Cumpreassociar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial.A exclusão de alguém de uma parcela do poder é, forçosamente, a exclusão daquele dosbenefícios deste. Todos deviam e devem, portanto, ter direito a uma parte dos resultadosda vida social. E as diferenças devem existir somente quando necessárias ao bemcomum. Impõe-se, pois, uma igualdade econômica maior, porque os benefícios que um

    homem pode obter do processo social estão aproximadamente em função de seu poderde consumo, o que resulta do seu poder de propriedade. Assim os privilégios econômicossão contrários à verdadeira sociedade democrática. O próprio conceito de liberdaderedefine-se através dos séculos, de acordo com as circunstâncias históricas e odesenvolvimento das forças econômicas. E a liberdade, no mundo atual, só existirá defato quando assentada na segurança e em função da igualdade. É que a verdadeirademocracia, já o disse Turner, “é o direito do indivíduo de compartilhar as decisões querespeitam a sua vida e da ação necessária à execução de tais decisões”. Para que aliberdade realmente exista, é preciso que a sociedade se estruture sobre cooperação enão sobre a exploração. E assim os homens serão livres.

    (João Mangabeira, Oração do Paraninfo, proferida em Salvador, BA, em 8/12/1944, comadaptações)

    Analise as seguintes afirmações a respeito do uso dos sinais de pontuação no texto.

    I. O emprego da vírgula depois de “classes” (l.2) é opcional e, por isso, sua retirada nãocausa prejuízo gramatical ao texto.

    II. Devido ao valor explicativo do período iniciado por “A exclusão”(l.4), as regrasgramaticais permitem trocar o ponto final que o antecede pelo sinal de dois pontos,desde que se empregue o artigo com letra minúscula.

    III. Apesar de não ser obrigatório o emprego da vírgula depois de “Assim”(l.9), o valorconclusivo do advérbio recomenda que aí seja inserida.

    IV. Por se tratar de uma citação, as regras gramaticais admitem que o período entreaspas (l.14-15) seja precedido do sinal de dois pontos, em lugar de vírgula; e, nesse

    caso, as aspas podem ser retiradas.a) todos os itens estão corretos.

    b) nenhum item está correto.

    c) apenas o item II está correto.

    d) apenas os itens II e III estão corretos.

    e) apenas os itens II, III e IV estão corretos.

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    14 - (ESAF / Técn i c o A NEEL / 2 0 0 6 )   

    Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultadosmanifestam-se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, quesoube mobilizar com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povobrasileiro, realizou-se em condições democráticas, com liberdade de imprensa etolerância política. A taxa de inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK,elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um crescimentoeconômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do Fundo MonetárioInternacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o Estado mínimo para o Brasil,e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIB nacional emcerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por um déficit detransações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em 1960, o queampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da economiabrasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criadosque as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.

    (Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)Em relação ao texto, julgue a assertiva.

    •  As vírgulas após “JK” (l.2) e após “brasileiro”(l.4) isolam oração de naturezarestritiva.

    15 - ( F CC/ T RE MG / 2 0 0 5 )   

    A supressão da(s) vírgula(s) implicará alteração de sentido na frase:

    (A) Ao longo das últimas décadas, as obras de Umberto Eco vêm ganhando mais e maisrespeitabilidade.

    (B)  Umberto Eco homenageia os cientistas, que combatem o obscurantismofundamentalista.

    (C) O grande pensador italiano, Umberto Eco, homenageia em seu texto a atitude de umgrande cientista.

    (D) Na atitude de Stephen Hawking, há uma grandeza que todo cientista deveria imitar.

    (E) Não há como deixar de reconhecer, no texto de Humberto Eco, uma homenagem aStephen Hawking.

    16 - ( F CC/ T RE MG/ 2 0 0 5 )

    Atente para as seguintes frases:

    I. A preocupação do autor é com os jornalistas, cuja liberdade de expressão se encontraameaçada.

    II. Os jornalistas, que costumam cuidar de seus próprios interesses, não preservam suaindependência.

    III. O direito à livre informação é dos jornalistas e, também, da sociedade como um todo.

    A supressão da(s) vírgula(s) altera o sentido APENAS do que está em

    (A) I.

    (B) II.

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    (C) III.

    (D) I e II.

    (E) II e III.

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    GABA R I TOS COMEN TAD OS DAS QUESTÕES DE FI XA ÇÃ O

    1 – A

    Vimos que a vírgula não pode separar elementos inseparáveis, que são: sujeito do verbo,verbo do complemento, termo regido do termo regente, conjunção ou pronome relativoda oração correspondente.

    Se houver uma intercalação separando-os, deve haver DUAS VÍRGULAS e não apenasuma.

    A oração totalmente correta está na letra a .

    As demais apresentam os seguintes erros.

    b) O verbo saber está separado de seu complemento oracional (que certas coisas nãotêm preço)  por uma vírgula após o termo que exerce a função de sujeito (alguns).Além disso, houve um erro de concordância verbal (“tem” no lugar de “têm”, que possui

    o substantivo “coisas” como núcleo do sujeito).c) Que coisa feia é essa de “têem”??? Cruzes!

    d) Olha essa feiúra aí de novo!!! Será que a banca imaginou que alguém ia marcar umacoisa dessas como CERTA?!?!?! SOCORRO!

    e) Nessa opção, a conjunção “que” está separada indevidamente do restante da oração aque pertence.

    2 – B

    Busca-se a opção em que se verifica erro de pontuação. Vejamos a construção da opçãob :

    As ilusões nos doentes mentais, são devidas à perturbação da atenção, a influênciasemocionais e a alterações da consciência.

    Houve uma indevida separação do sujeito ( As ilusões) do verbo correspondente (são) pormeio de uma vírgula isolada. Há duas formas de correção: elimina-se a vírgula ( Asilusões nos doentes mentais são devidas...) ou coloca-se uma outra vírgula, isolando aexpressão “nos doentes mentais” ( As ilusões, nos doentes mentais, são devidas...).

    3 – D

    Em “a possibilidade de as empresas reformularem (5) seus processos”, a vírgula nãopode ser colocada nesse ponto, pois estaria separando o verbo reformular  de seu

    complemento verbal seus processos – um dos casos de proibição.

    Vamos analisar cada uma das demais propostas:

    a)  Correta. Encerra-se a primeira passagem, mas o período seguinte segue a mesmalinha argumentativa. Por isso, o melhor sinal é o ponto-e-vírgula: “A era do vapordeslocou a produção do lar para a fábrica; com a eletricidade [uma nova era]...” .

    b)  Correta. Em (2), indica-se, com a vírgula, o deslocamento da expressão adverbial “com a eletricidade” para o início da oração. Por sua vez, a expressão “comcomputadores e Internet”, de valor adverbial, deve ser isolada por vírgulas em (3) e(4).

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    c)  Correta. Com o emprego de vírgulas, travessões ou parênteses, destaca-se o valorexplicativo da expressão adverbial “com computadores e Internet”.

    e)  Correta. Também de valor explicativo (justifica-se o fato de ser consideradosurpreendente), é indicada a vírgula ou o travessão. Tendo em vista o fim do períodocom a expressão explicativa, no lugar do segundo sinal (que faria a “dobradinha”com o primeiro) é colocado o ponto que encerra todo o período.

    4 – C

    O deslocamento da expressão circunstancial “Daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos”(adjunto adverbial de tempo), por não ser curto, exige o emprego de vírgula. É um termodeslocado ou, nas palavras do examinador, em ordem inversa.

    Na ordem direta, a construção seria “ A Terra não será mais habitável d a q u i a m a is o um e n o s 1 b i l hão d e a n o s  .”.

    5 – C

    Expressões ou orações intercaladas, que apresentem comentários ou explicações, devemser isoladas por vírgulas, de modo a não interferir no restante da estrutura oracional.

    Note que na opção a  houve uma alteração de sentido da expressão “é óbvio”, somentecom a retirada de uma das vírgulas que deveriam isolá-la. De acordo com a novaapresentação, o que “é óbvio” não é mais “o preenchimento do lapso” (“Esse lapso, éóbvio, também será preenchido”), mas o próprio “lapso”: Esse lapso é óbvio, tambémserá preenchido.

    Em outra construção igualmente errada (opção d ), houve a separação do sujeito “lapso”da forma verbal passiva correspondente “será preenchido”, por meio de travessão.

    Outra expressão que deveria se manter isolada: esperam o governo e os própriosbancos. Contudo, isso não foi respeitado nas construções das opções a e d (abriu comtravessão e fechou com vírgula – um “samba do crioulo doido”...rs...).

    O erro da opção e   foi separar uma oração adjetiva restritiva de seu antecedente porvírgula (“medidas que tornem essa travessia menos arriscada”).

    6 – C

    Não está errado empregar uma vírgula antes da conjunção “e”. O problema é como fazerisso para não errar. O autor do texto fez com perfeição, já que os sujeitos das oraçõescoordenadas são diferentes (o primeiro – “o modo de produção capitalista”, e o segundo, “nada” ).

    Quando o sujeito das duas orações for o mesmo, isso não será possível, a não ser emcasos muito especiais, por questões de clareza textual (quando, por exemplo, a primeiraoração for muito longa e houver a necessidade de se retomar o sujeito distante).

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    Muita gente deve ter achado estranha a primeira construção (opção a ). Contudo, emaula, vimos os casos de polissíndeto, em que podemos repetir a conjunção para darênfase aos elementos (lembra do poema de Vinícius?).

    Então, estaria correta a construção. Reforça-se, com a repetição, a necessidade de sesair cedo – antes de anoitecer, antes de acenderem as luzes, antes de fecharem ocomércio.

    Na opção b , a conjunção “e” tem valor adversativo. Vimos na aula sobre conectivos quesó podemos afirmar o valor da conjunção no período, lembra? Então, há entre a primeirae a segunda oração idéias contrárias – muito esforço na realização do projeto ≠ projeto mal-sucedido. Por isso, está correta a pontuação.

    No período da opção d , os sujeitos são distintos, assim como o fez o autor do texto. Naprimeira oração, o sujeito é “A expedição”, enquanto que, na segunda, é o pronome “todos”.

    Por fim, também são diferentes os sujeitos do último período: “a maioria dos estudantes”e “seus pais”. Assim, é possível o emprego de vírgula antes da conjunção aditiva “e”.

    7 – A

    Temos, nessa questão, vários dos casos de proibição. Vamos enumerar alguns deles.

    b) vírgula separando sujeito do verbo: “Os olhos empapuçados(,) são os mesmos”;vírgula antes de conjunção causal (é possível antes de conjunção explicativa):

    “a barriga só parou de crescer (conseqüência)( , ) porque (causa) não havia mais lugar...”.c) vírgula separando sujeito do verbo: “o cabelo (,) se foi”; a expressão “atrás dobalcão” já está no fim do período, não havendo justificativa para uma pausa (indicadapor vírgula).

    d) vírgula após a conjunção adversativa “mas” (seria possível ANTES e nãoDEPOIS) + vírgula separando sujeito do verbo:  “mas(,) o cabelo, se foi” e “abarriga(,) só parou de crescer”; vírgula antes de conjunção causal (é possível antesde conjunção explicativa).

    e) vírgula separando sujeito do verbo: “a barriga(,) só parou de crescer” ; vírguladesnecessária antes de “atrás do balcão”.

    8 – B

    Agora, a pontuação que envolve orações adjetivas. Lembre-se: não existe casoFACULTATIVO de vírgula com oração adjetiva. OU A VÍRGULA É PROIBIDA (ORAÇÃOADJETIVA RESTRITIVA), OU A VÍRGULA É OBRIGATÓRIA (ORAÇÃO ADJETIVAEXPLICATIVA).

    Vejamos caso a caso:

    a) João, desenha uma ave no caderno.

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    Com a vírgula, isola-se um vocativo ( João). Sua retirada tornaria esta uma oraçãoafirmativa (João desenha uma ave no caderno.). Ocorre, pois, alteração semântica.

    b) No dia 5 de outubro, comemora-se o Dia da Ave.

    A vírgula isola um elemento deslocado. Na ordem direta, seria: “Comemora-se o Dia da Ave no dia 5 de outubro.”. Como o elemento é curto e de fácil entendimento, não haveriaprejuízo algum o deslocamento sem vírgula: No dia 5 de outubro comemora-se o Dia da Ave. Assim, com a retirada da vírgula, não ocorre nenhuma mudança de sentido dafrase. Esta é a resposta correta.

    c) Chamei a menina, que estava sentada, e ela não se mexeu.

    A oração adjetiva, por estar isolada por vírgulas, tem valor explicativo. Com a retirada davírgula, ela se tornaria uma oração adjetiva restritiva. Haveria, assim, mudançasemântica na construção.

    d) Ela falava sem parar – da festa, do fim de semana e das férias de verão.

    Com a vírgula, pode-se entender que são três os temas de que ela falava: da festa, dofim de semana e das férias de verão. Com a ausência da vírgula, a expressão “do fim desemana” deixa de ser um complemento verbal (ela falava do fim de semana) e passa aser um complemento nominal, em relação a “festa” (“a festa do fim de semana”).Também ocorre aí alteração de sentido.

    e) A secretária, organizada, não deixa trabalho para o dia seguinte.

    Da mesma forma que na construção da opção c , haveria a transformação de valor dotermo isolado por vírgula: de explicativo ( A secretária, por ser organizada, não deixatrabalho para o dia seguinte.), passaria a ser restritivo (Aquela secretária que éorganizada não deixa trabalho para o dia seguinte.).

    9 - Item CORRETO

    É exatamente essa a característica da oração subordinada restritiva – está ligada aotermo antecedente de forma direta, sem vírgula.

    10 – Item INCORRETO 

    A retirada da vírgula após “p r o v o c o u  ” provocaria uma separação entre esse verbo e seucomplemento, representado por “uma verdadeira confusão de idiomas”, em virtude damanutenção da vírgula após a palavra “épo ca ”.

    11 - B

    As demais opções apresentam os seguintes erros.

    (A) O primeiro período, na verdade, deveria ser interrogativo (“Pode viver um homemsem acesso à civilização?” ), apresentando-se a resposta no segundo período (“Não pode”). A partir daí, uma vírgula o separa da oração subordinada concessiva (“Não pode,embora haja muitos que pensem o contrário” ). Os dois pontos estão empregados deforma incorreta.

    Ademais, o verbo “ser”  foi separado indevidamente de seu complemento “o caso docronista” por uma vírgula, e a expressão adverbial “evidentemente” deveria vir isolada

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    por DUAS  vírgulas ou sem nenhuma delas, por ser um termo curto e de fácilentendimento. Somente uma vírgula implica erro de pontuação para o período.

    (C) O primeiro período se encerra em “nossos”. Deve ser indicada essa interrupção porum ponto. A seguir, está indevidamente empregado o ponto-e-vírgula, que separa overbo “atacar”  de seu complemento (“atacar no que este tem ...” ). Por fim, faltou aprimeira vírgula da série que isola o vocábulo “sobretudo” (“e, sobretudo, artificial.” ).

    (D) O sujeito do verbo “sentir” é “aqueles” . Na ordem direta, isso fica mais claro( Aqueles [que defendem as delícias da vida natural] se sentirão hostilizados provavelmente.). Uma vírgula separa o sujeito (aqueles) do verbo correspondente,devendo ser retirada. No período seguinte, a expressão introdutória “Em compensação”deve ser seguida por uma vírgula, e não pelo sinal de dois pontos.

    Em seguida, mais uma vez a vírgula separa o sujeito, representado pelo pronomedemonstrativo “os” (em “os [que relutam em aceitá-la]” ), do predicado “muito sedivertirão”, incorrendo em um dos casos de proibição (separar sujeito do verbo).

    (E) O complemento indireto do verbo bitransitivo privar  foi separado deste por umaindevida vírgula (“Não se [objeto direto] privaria o cronista [sujeito] d o c o n f o r t o[ o b j e t o i n d ir e t o ]  ” ).

    12 – D

    A ordem é V/F/V/V.

    1º item) VERDADEIRO

    Vimos que os travessões se prestam para, assim como os parênteses, apresentarexpressões acessórias, como no caso das construções destacadas.

    2º item) FALSO Que doideira é essa “explicativa restritiva”?! As orações adjetivas podem ser explicativas(com vírgula obrigatória) ou restritivas (com vírgula proibida). Não existe caso de vírgulaopcional em orações adjetivas. A primeira, antes de “tão presentes...” , introduzconstrução adjetiva em relação a “antigas aspirações”; a segunda separa itens de mesmafunção sintática em uma enumeração – “tão presentes em sonhos, utopias e projetos políticos” . Percebe-se, assim, que elas não têm relação entre si.

    3º item) VERDADEIRO 

    É exatamente essa a função dos dois pontos, podendo também ser usada a vírgula, queestabelece uma pausa mais breve. Se a intenção for de maior destaque, usa-se o ponto(“ Ao contrário. O novo modelo...” ).

    4º item) VERDADEIROEm lugar das vírgulas, poderiam também ser usados travessões ou parênteses.

    13 - E

    Está incorreto apenas o item I.

    Como já vimos, a vírgula em orações adjetivas ou é obrigatória (explicativa) ou proibida(restritiva). Não há caso de vírgula opcional. Essa vírgula tem a função de iniciar umaoração subordinada adjetiva explicativa, em relação a sociedade de classes.

    Estão corretos os itens:

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    II - A associação proposta na oração anterior será apresentada na oração iniciada por “Aexclusão”. Portanto, está correta a sugestão.

    III  – Por ser curto o advérbio, houve a dispensa da vírgula. Contudo, devido ao seuvalor conclusivo, melhor seria mantê-la após Assim.

    IV – As aspas servem para indicar que as palavras não pertencem ao autor do texto,mas àquela pessoa mencionada por ele. A partir da colocação do sinal de dois pontos,essa distinção fica clara, passando o emprego das aspas a ser facultativo.

    14 - Item INCORRETO.

    Como vimos no início do nosso estudo e ao longo dessa aula, as orações adjetivasrestritivas NÃO PODEM SER ISOLADAS POR VÍRGULAS. O valor do segmento destacado éexplicativo, o que justifica a pontuação empregada.

    15 - B

    Cuidado com o enunciado. O examinador não busca a opção em que haverá prejuízogramatical com a retirada da vírgula, mas a em que haverá alteração semântica(“sentido na frase”).

    Observamos que essa alteração ocorre com a retirada da vírgula que inicia a oraçãosubordinada adjetiva explicativa. Do modo com é apresentada na construção, a oração “que combatem o obscurantismo fundamentalista” indica essa prática por todos oscientistas a quem Umberto Eco presta homenagem.

    A partir da retirada do sinal de pontuação, haveria mais de uma “espécie” de cientista, esó aos cientistas  que combatem o obscurantismo fundamentalista  o pensador

    italiano só renderia homenagens.

    16 - D

    Na oração I, com a vírgula, afirma-se que o autor se preocupa com todos os jornalistas,pois eles (todos eles!) têm sua liberdade de expressão ameaçada. Após a retirada dosinal, a oração deixa de ter valor explicativo e passa a ser restritiva. Assim, de todos os jornalistas existentes no planeta, a preocupação do autor é em relação àqueles cujaliberdade de expressão se encontra ameaçada. Há, portanto, alteração semântica com aretirada da vírgula.

    O mesmo acontece na oração II – após a retirada da vírgula, afirma-se que, do universode jornalistas, aqueles que costumam cuidar de seus próprios interesses não preservamsua independência.

    Já na oração III, a retirada da vírgula não provoca nenhuma alteração no sentido dafrase. A expressão “também” admite ser colocada diretamente na oração, sem pausas:“O direito à livre informação é dos jornalistas e também da sociedade como um todo”.

    Assim, houve alteração somente nas orações dos itens I e II.

    Bons estudos e até a próxima - última aula chegando aí, pessoal!

    No próximo encontro, veremos alguns casos que envolvem interpretação detextos e ordenação textual, questão típica de prova da ESAF, mas já presenteem outras bancas, como a Fundação Carlos Chagas e Cespe/UnB. Abraço e atélá.