Aula 17 OI xuxuzinhos! · 2017-09-15 · O que é, afinal, conhecer? • Conhecer é representar,...
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O que é, afinal, conhecer?
• Conhecer é representar, cuidadosamente, oque é exterior à mente.
• No processo de conhecimento, dois elementossão indispensáveis: O Sujeito e o Objeto.
• O sujeito é o elemento que conhece e o objetoé o elemento conhecido.
• Sujeito: Nossa consciência, nossa mente.
• Objeto: A realidade, o mundo e os fenômenos(e a nossa própria consciência, quando nósrefletimos).
Possibilidades do conhecimento na modernidade Empirismo e Racionalismo
•EmpirismoÉ a forma de conhecer que valoriza nossaspercepções sensoriais.
•RacionalismoSomente a razão humana, trabalhando comos princípios lógicos, pode atingir oconhecimento verdadeiro.
Para o empirista, todo o conhecimento está baseado na experiência sensorial. Depende, portanto, em última instância, de, pelo menos, um dos nossos cinco sentidos.
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Para o racionalista, a verdade só podeser conhecida mediante o trabalhológico da mente, independentementedas percepções sensoriais.
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CARACTERÍSTICAS DO EMPIRISMO
• A verdade está na percepção dos sentidos;• Não existem ideias inatas, isto é, toda ideia
foi adquirida pela percepção sensorial.
“ Suponhamos, portanto, que a mente seja umafolha em branco, desprovida de caratceres, semqualquer ideia. De que modo receberá as ideias?(...) Respondo: da experiência. É este ofundamento de todos os nossos conhecimentos;daí extraem a sua origem primeira.”
(Ensaio sobre o entendimento humano, Livro II, Cap. 1, sec. 19)
John Locke
CARACTERÍSTICAS DO RACIONALISMO
• A razão humana é o único instrumentocapaz de conhecer a verdade;
• Os princípios lógicos fundamentais sãoinatos, ou seja, não dependem daexperiência sensorial;
• A experiência sensorial é uma fontepermanente de erros;
• Ao nascermos, trazemos em nossainteligência alguns princípios racionais eideias verdadeiras.
“De sorte que, após ter pensado bastante nissoe de ter examinado cuidadosamente todas ascoisas, cumpre enfim concluir e ter porconstante que essa proposição, eu sou, euexisto, é necessariamente verdadeira todas asvezes que a enuncio ou que a concebo emmeu espírito.”
(Regras para direção do Espírito)
René Descartes
A QUESTÃO DO INATISMO
Percebemos que o princípio do racionalismo é ateoria do inatismo, ou seja, a crença de que, aonascermos, já trazemos conosco algumas ideias. Poroutro lado, o empirismo fundamenta-se na crençade que nossa mente nasce vazia e somente nocontato com o mundo, por meio dos nossossentidos, é que iremos construir as ideias.
O que eu vejo é a realidade ou uma cópia imperfeita dela?
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Outro filósofo quetambém defende a tese doinatismo é o francês RenéDescartes. Segundo ele, emsua obra: “Discurso dométodo” existem três tiposde ideias: Ideias Adventícias,Ideias Fictícias e IdeiasInatas.
Vejamos cada uma delas!
RENÉ DESCARTES ( 1596 -1650)
Imagem: Frans Hals / Frans Hals
1. Ideias adventíciasSão aquelas vindas de fora, que se originam de nossasensação e percepção. Para Descartes, esse tipo deideia, são, de um lado, ideias da qualidade sensorial:cor, odor, som, textura, tamanho, paladar, mas, poroutro, também, são as opiniões formuladas com basenessas ideias, geralmente enganosas, ou falsas.
EXEMPLO:
Ao olhar para o céu, meu sentido da visão me diz que o sol se move de leste para oeste, mas, ao estudar astronomia, vejo que tal opinião é falsa, pois, na verdade, a terra é que gira e o sol se mantém parado.
Se você nunca tivesse estudado nas aulas deciência e de geografia, sobre o movimento de rotaçãoda terra, provavelmente confiaria em sua visão eacreditaria que o sol se move entre o amanhecer e oentardecer.
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Você acha que os sentidos podemrealmente enganar?
A ilusão da grelha* de Hermannfoi observada por Ludimar Hermannem 1870. Quando se olha umdesenho com quadrados negrossobre um fundo branco, tem-se aimpressão de que surgem manchas"fantasmas" nas intersecções daslinhas. As manchas desaparecemquando se observa diretamente aintersecção.
Imagem: en:User:Famousdog / Public Domain
Qual é VERDADEIRA imagem apresentada? Você vê uma jovem ou uma senhora de perfil?
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2.Ideias fictícias: São aquelas que criamos em nossa
fantasia e imaginação por meio de um processo decomposição, formando seres inexistentes, como fadas,duendes, sereias... São as fabulações da arte, daliteratura, do mito, da superstição. Essas ideias nuncasão verdadeiras, pois não correspondem a nada queexista realmente e sabemos que foram inventadas pornós mesmos, quando já recebemos prontas de outrosque as inventaram.
3. Ideias Inatas: São aquelas que não poderiam vir denossa experiência sensorial, porque não há objetossensoriais ou sensíveis para elas, nem poderiam vir denossa fantasia, pois não tivemos experiência sensorialpara compô-las na nossa memória.
EXEMPLO:
A ideia de infinito é uma ideia inata, pois não temos nenhuma experiência sensorial da infinitude.
Para Descartes, é possível conhecer a verdade?
Mas para isso oconhecimento devepassar por um rígidoprocesso metódico quecomeça com a...
DÚVIDA
A resposta é sim!
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A DÚVIDA...
“Desde os meus primeiros anos de vida,aceitei como verdadeira uma quantidadede falsos conceitos, e o que construídepois, sobre princípios tão inseguros, sópoderia ser muito duvidoso e incerto; demodo que se fazia necessário que eudecidisse seriamente me desfazer detodas as opiniões recebidas até então erecomeçar a partir dos alicerces, sequisesse instituir algo de sólido epermanente nas ciências...(...)
A DÚVIDA...
(...) E mais ainda, assim como eu pensoàs vezes que os outros se enganam aténas coisas que acreditam saber com amaior certeza, pode ser que ele tenhaquerido que eu me enganasse sempre quesomo dois e três, ou quando enumero oslados do quadrado, ou quando considerocoisas algo ainda mais fácil que essas, seé que se pode imaginá-las.(...)
A DÚVIDA...
(...) Permanecerei obstinadamente presoa esse pensamento; e se por tal meio nãoestiver em meu poder alcançar oconhecimento de qualquer verdade, aomenos estará em meu poder suspender omeu juízo. Eis porque procurareicuidadosamente não aceitar nenhumafalsidade, e prepararei tão bem o meuespírito contra as astúcias desse grandeenganador, que, por mais poderoso eastuto que seja, jamais poderá me imporcoisa alguma.(...)” (Meditações Metafísicas)
René Descartes
ÚNICA VERDADE LIVRE DE DÚVIDAS SEGUNDO DESCARTES
Meus pensamentos existem!
Se meus pensamentos existem, eu existo!
Portanto: Penso, logo existo!
Para Descartes, a existência do pensamento é mais certa que a sua existência corporal, já que é preciso pensar para ter a certeza de que existe o corpo pensante!