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Aula 2 Oriente Médio 1

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Aula 2

Oriente Médio

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Principais etnias na região:

a) Árabes;

b)Persas (Irã);

c) Turcos Otomanos (Turquia);

d)Hebreus (Israel) e

e) Curdos

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Maiores Nações do Mundo sem Território

Curdos: Com mais de 26 milhões de pessoas, os curdos são a maior nação sem território do mundo. Esses indivíduos habitam a

Armênia, Azerbaijão, Irã, Iraque, Síria e Turquia. Essa nação, vítima de perseguições e massacres, reivindica a criação do Curdistão, entre onorte do Iraque, oeste da Turquia e noroeste do Irã.

Palestinos: Essa grande nação é composta por mais de oito milhões de pessoas que estão situadas no Oriente Médio. Os

palestinos lutam pela formação de um território autônomo e a reincorporação de áreas ocupadas pelos israelenses. A Autoridade nacionalPalestina (ANP) é o principal grupo na busca pela criação de um Estado próprio.

Tibetanos: Os tibetanos ocupam o centro-leste do continente asiático, um território dominado pelo governo chinês, que oprime

de forma violenta o movimento de autonomia dessa nação. Os mais de seis milhões de tibetanos, de tradição budista, não aceitam aocupação da China e solicitam a criação de um país.

Bascos: A nação basca, formada por mais de 2,3 milhões de indivíduos, ocupa uma área na porção norte da Espanha e no sul da

França. Esse grupo apresenta cultura própria, com destaque para a língua (euskara) e a religião: católicos romanos. O movimento decriação de um território próprio é liderado pelo ETA (Pátria Basca e Liberdade), que, apesar de enfraquecido e desarticulado politicamente,continua realizando atentados terroristas para pressionar o governo espanhol.

Chechenos: Nação formada por aproximadamente 1,2 milhão de pessoas, os chechenos vivem em uma área de domínio russo,

nas montanhas do Cáucaso. O movimento separatista ganhou força com a fragmentação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas(URSS) e a declaração de independência e formação do Estado-Nação da Chechênia, em 1991. Porém, os russos não aceitaram a formaçãodo território checheno e combatem o movimento com bastante violência: estima-se que mais de 120 mil chechenos já foram assassinadospelo exército da Rússia. ` 4

África

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Primavera Árabe

Cinco anos após a morte por autoimolação de um vendedor de verdurastunisiano, que desencadeou a onda de revoltas que ficou conhecida comoPrimavera Árabe, as populações dos países que foram palco de levantes seveem hoje mergulhadas em caos.O Egito, visto muitas vezes como o responsável por lançar tendências nomundo árabe, assiste à escalada da violência decorrente da polarização entreislamitas e militares após o golpe de julho de 2013, que depôs o membro daIrmandade Muçulmana Mohammed Mursi, o primeiro presidente eleitodemocraticamente no país.Na Síria, a revolta popular que se transformou em guerra civil já deixou maisde 800 mil mortos desde março de 2011. A oposição, dividida em gruposrivais - inclusive pela chegada de extremistas islâmicos -, encontra cada vezmais dificuldades em atingir o objetivo de derrubar o governo de Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia. Com o país arrasado, o número de refugiadosvivendo na miséria só cresce: hoje já são 2,4 milhões de sírios refugiados emvizinhos do Oriente Médio como Turquia, Líbano, Jordânia e Iraque, além dos4,5 milhões deslocados dentro do próprio país em guerra.

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HistóriaEm dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouaziziateou fogo ao próprio corpo, em um ato de protestocontra os abusos do governo e as condições de vida nopaís, o que foi o estopim dos levantes que se seguiramdepois no Egito, na Líbia, no Iêmen e na Síria, etambém em Bahrein, Marrocos, Argélia, Jordânia eSudão.

Os conflitos criaram um ambiente propício ao refúgiode extremistas, e a ação crescente de grupos jihadistasem praticamente todos esses países preocupa. NoIêmen, por exemplo, um dos países mais pobres daregião, a rede Al Qaeda aproveitou o enfraquecimentodo governo após a saída do ditador Ali Abdullah Saleh,em 2012, para fortalecer sua influência.

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E a diferença entre xiita e sunita?

Mais de 90% da população do Oriente Médio professa o islamismo. A religião,que conta com 1,6 bilhão de fiéis em todo o mundo, tem duas principaisvertentes: o sunismo e o xiismo. Os sunitas são maioria, cerca de 84% do total. Apalavra vem do árabe sunnat annabi (tradição do profeta). Os xiitas são maioriaapenas no Irã, Iraque e Barein.

EntenderPor volta do século VIII, a expansão do islamismo por diversas partes do mundodeterminou a origem da divisão que hoje estabelece a diferença entre xiitas esunitas. Tudo se iniciou no ano de 632, quando a morte do profeta Muhammadabriu espaço para uma disputa sobre quem poderia ocupar a posição de principallíder político de toda a comunidade islâmica existente.

Ali, genro de Muhammad (Maomé), reivindicava a sucessão por ser ele casadocom Fátima, a única filha viva do profeta na época, e ter dois netos comodescendentes diretos do profeta. Contudo, a maioria dos muçulmanos nãoconcordava com essa ideia ao perceber que Ali era muito jovem e inexperientepara ocupar tamanha posição. Foi então que Abu Bakr, amigo do profeta, acabousendo escolhido como sucessor pela maioria dos muçulmanos.

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Após a vigência de Abu como califa, dois outros líderes foram aclamados comochefes supremos dos muçulmanos. Foi então que, em 656, após o assassinato docalifa Uhtman, Ali conseguiu governar por um breve período. Nesse tempo, aforte oposição da tribo dos omíadas acabou estabelecendo a independência doscalifados de Medina e Damasco. Pouco tempo depois, o próprio Ali acabou sendomorto por um grupo de partidários que não aceitava sua postura conciliatória.

Mesmo com essa dissidência, os partidários de Ali – conhecidos como “Shiat Ali”– prosseguiram lutando e questionando a legitimidade política dos califados quenão se sujeitavam à autoridade dos descendentes diretos de Muhammad.

Conhecidos mais tarde como “xiitas”, eles acreditam que os líderes oriundos dalinhagem do Profeta são líderes aprovados por Alá e, por essa razão, teriam acapacidade de tomar as decisões políticas mais sensatas.Por outro lado, os sunitas – assim designados por também aderirem a Sunna, livrobiográfico de Muhammad – têm uma ação política e religiosa mais conciliatória epragmática. Preocupados com questões que extrapolam o campo dareligiosidade, os sunitas empreendem uma interpretação mais flexível dos textossagrados, estabelecendo assim um maior diálogo com outros povos e adaptandosuas crenças com o passar do tempo.

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Cinco pontos para entender o Estado Islâmico, grupo que aterroriza Iraque e Síria

O grupo Estado Islâmico, também conhecido comochamado de Estado Islâmico no Iraque e na Síria (Isis),intensificou sua campanha de violência no Norte e Oeste doIraque em junho de 2015, quando conseguiu assumir ocontrole de Mosul, a segunda maior cidade do país. Desdeentão, os extremistas colecionam algumas conquistasimportantes, como a tomada de vastos territóriosiraquianos, a obtenção de armamento do Exército, e ocontrole de infraestruturas estratégicas. Diante disso, aorganização é considerada uma ameaça não só ao país, mastambém a outras áreas do Oriente Médio.

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01 - Surgimento

O Estado Islâmico no Iraque e na Síria (Isis) foi criadoem 2013 e cresceu como um braço da organizaçãoterrorista al-Qaeda no Iraque. No entanto, no iníciodeste ano, os dois grupos romperam os laços. No finalde junho, os extremistas declararam um califado,mudaram de nome para o Estado Islâmico (EI) eanunciaram que iriam impor o monopólio de seudomínio pela força. O EI é hoje um dos principaisgrupos jihadistas, e analistas o consideram um dosmais perigosos do mundo.

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02 - Áreas de atuaçãoAs atividades do EI se concentram no Iraque e na Síria, onde ogrupo assumiu um papel dominante e possui forte presença. Orecente controle de vastos territórios no Norte e Oeste do Iraque,além das áreas dominadas pelos curdos, ajudaria o grupo islâmicoa consolidar seu domínio ao longo da fronteira com a Síria, ondeluta contra o regime de Bashar al-Assad.

03 – LiderançaSeu principal líder é Abu Bakr al-Baghdadi, apontado como umcomandante de campo e tático e designado "califa de todos osmuçulmanos". Aparentemente, ele se juntou à insurgência em2003, logo após a invasão do Iraque, liderada pelos EstadosUnidos. Diante dos avanços do Estado Islâmico, ele pode em brevese tornar o jihadista mais influente do mundo.

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04 - Combatentes ocidentaisO Estado Islâmico conta com um vasto grupo de extremistas:entre 3 mil e 5 mil milicianos, muitos deles estrangeiros. Vídeosdivulgados pelo grupo jihadista mostram britânicos queaderiam à causa islâmica e à luta armada. Os governosocidentais temem que esses insurgentes possam voltar paraseus países representando uma ameaça.

05 - Ações cruéisNos conflitos nos quais participou, o grupo foi acusado dediversas atrocidades, como sequestros, assassinato de civis etorturas. A milícia é considerada extremamente agressiva eeficiente em combate. Após a tomada de Mossul, os EUAafirmaram que a queda da segunda maior cidade do Iraquerepresentava uma ameaça para toda a região. O avanço dosjihadistas levou os EUA a bombardearem alvos rebeldes.

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Reação internacional

Em agosto de 2014, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciouuma intervenção na região pela primeira vez desde 2011, quando as tropassaíram do Iraque. Em setembro, o discurso endureceu e Obama disse que osEstados Unidos liderariam uma coalizão contra EI. “O ‘Estado Islâmico’ não éislâmico, pois mata e aterroriza, e também não é um Estado”, disse.As críticas feitas pela população norte-americana a respeito da guerra ao terrordurante o governo Bush ajudam a explicar a demora em Obama se manifestar.Mas, diante dos vídeos divulgados pelo EI e da pressão popular, o governo nãopode deixar de se manifestar. Mas com cuidado. O presidente garantiu que nãoenviaria tropas para a Síria, apenas esforços aéreos para ajudar os combatenteslocais.A posição dos Estados Unidos reflete um pouco a situação do mundo comrelação ao Estado Islâmico. Alguns países da região tentaram interferir nasituação através do apoio a tropas locais, mas não adiantou muito. Apesar de aONU já considerar o EI como uma organização terrorista desde 2004, outrospaíses-chave para o conflito demoraram a se manifestar ou ainda não o fizeram.A Turquia só quebrou o silêncio em outubro de 2013. A Arábia Saudita, emmarço de 2014, e o Reino Unido, em junho do mesmo ano.

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A Revolução iraniana de 1979 (Revolução Xiita)

A revolução iraniana, iniciada em 1978, foi acima de tudo umareação ao governo do Xá (rei) Reza Pahlevi, visto como fraco,corrupto e vendido aos interesses americanos pela maior partedas lideranças religiosas do Irã, incluindo o Imã Khomeini, queposteriormente seria líder supremo do país (aiatolá).As relações entre a população iraniana e o Xá vinham sendoestremecidas desde as concessões que este fez aos americanosapós a Segunda Guerra Mundial, e tinha chegado a um pontocrítico no final da década de 60, quando os americanos ebritânicos passaram a receber benefícios judiciários,enfurecendo a população iraniana e sua liderança religiosa. OImã Khomeini foi exilado após esse evento.

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República Islâmica do Irã

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Consequências da Revolução Iraniana

Em 1978, a população iraniana, extremamente insatisfeita, toma asruas e derruba o regime do Xá. Khomeini volta do exílio e, assumindo aliderança do movimento revolucionário, declara o Irã um EstadoIslâmico, regido totalmente pela sharia (lei islâmica) e com Khomeinicomo seu líder supremo, configurando uma das únicas revoluçõesconservadoras bem sucedidas no mundo.Em 1979, os revoltosos invadem a embaixada americana, fazendo seusfuncionários de reféns por 444 dias, levando a uma crise diplomáticaintensa entre Teerã e Washington, no episódio que ficou conhecidocomo "Crise dos Reféns no Irã". Em 1980, com a revolução já bemconsolidada, o ditador iraquiano Saddam Hussein, instigado pelosEstados Unidos, invade o território iraniano, dando início à Guerra Irã-Iraque, um dos conflitos mais sangrentos do século XX, que deixou umsaldo de cerca de 1 milhão de mortos e durou até 1988, sem um clarovitorioso.

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Atualidades

O Irã passou por uma transformação política importantíssima dia 03 deagosto de 2013, após o clérigo moderado Hassan Rohani garantir votossuficientes para suceder Mahmoud Ahmadinejad.

A vitória de Rohani encantou muitos reformistas do Irã que queriamdesesperadamente retornar ao protagonismo da política iraniana após oitoanos amargos sob Ahmadinejad. Ela também alentará o espírito de umanação que sofre sua pior crise financeira há pelo menos duas décadas,devido às sanções sem precedentes impostas pelas potências ocidentaisno conflito sobre o programa nuclear de Teerã.

Rohani, uma figura moderada favorável à abertura política e aorestabelecimento de relações com o Ocidente, provavelmente acalmará astensões internacionais. Ele foi descrito por autoridades ocidentais comoum “diplomata experiente” e “um político bom de se lidar”.

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Rohani se comprometeu a encontrar uma maneira de sair do impasseatual sobre o programa nuclear do Irã, causa das sanções queesmagam a economia.

“É bom ter centrífugas funcionando, desde que as vidas e meios desubsistência das pessoas também estejam funcionando”, Rohani disseem um debate na televisão durante a campanha. Durante seumandato como negociador nuclear, o Irã foi mais cooperativo com acomunidade internacional e, nas preparações para a votação desexta-feira, ele repetidamente salientou que em sua visão o dossiênuclear do Irã não foi referendado pelo Conselho de Segurança daONU.

Em reação à vitória de Rohani, a moeda iraniana, o rial, recuperou seuvalor frente ao dólar em pelo menos 6%.

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EUA e Irã anunciam acordo nuclear; para Israel, é 'erro histórico‘

Após complicadas negociações em Viena, na Áustria, o Irã aceitou um acordo para limitarsua atividade nuclear em troca da suspensão de sanções econômicas internacionais.O presidente americano, Barack Obama, disse que isso "acaba com qualquer caminho paraa construção de uma arma nuclear" no Irã.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou que está dado início a um "novo capítulo"nas relações do país com o mundo.O acordo vinha sofrendo resistência de políticos conservadores do Irã e dos EstadosUnidos.

Obama, que está tentando convencer o Congresso americano dos benefícios do acordo,disse que ele obrigará o Irã a:• remover dois terços das centrífugas instaladas e armazená-las sob supervisão

internacional;• livrar-se de 98% do urânio enriquecido que possui;• aceitar que as sanções podem ser rapidamente aplicadas de novo caso do acordo seja

violado;• dar à Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês) acesso

"quando e onde for necessário".O Congresso americano tem 60 dias para avaliá-lo, mas Obama já afirmou que vetaráqualquer tentativa de rejeitá-lo.

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Israel

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A Criação de Israel: duas visões conflitantesA história é contada de forma diferente por judeus e palestinos.Para aqueles, foi a concretização de um sonho milenar. Para estes,uma verdadeira desgraça.

Se existe uma lição filosófica inconfundível na criação do Estadode Israel, é esta: o significado de um fato histórico depende doolho de quem o vê. Para boa parte do mundo (incluindo a maioriados judeus ao redor do planeta, claro) a fundação de Israel foi umfeito heroico, uma proeza épica, a culminância de um sonhomilenar, que inflamou o coração de gerações e gerações dehebreus desde os tempos da Diáspora. Para os árabes palestinos,no entanto, foi uma catástrofe. Até hoje, eles relembram o ano de1948 como "El-Nakba" - ou "a desgraça".

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Em 1947, o governo britânico anunciou que encerraria sua presença militar na TerraSanta e deixaria que árabes e judeus resolvessem seu destino. Naquele mesmo ano,a Organização das Nações Unidas decidiu que a melhor maneira de decidir oimpasse era dividir a antiga província otomana em dois pedaços. Em umaassembleia presidida pelo diplomata gaúcho Oswaldo Aranha, a ONU instituiu oPlano de Partilha: 55% da região ficaria com os judeus, e 45% com os árabes. Em 14de maio de 1948, os sionistas, liderados pelo legendário Davi Ben Gurion, fundaramo Estado de Israel, com capital em Tel Aviv, na fatia concedida pela ONU.

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Para os palestinos, a partilha da ONU tinha um feitio absurdo.Primeiro, achavam a divisão desproporcional: mais da metade da região foi dada aogrupo minoritário, que ainda por cima era formado principalmente por imigrantes (ossionistas respondem que a vantagem territorial era ilusória: boa parte das terras de Israelera desértica). Outro ultraje aos olhos árabes: os territórios dos palestinos estavampicotados, com três fatias separadas umas das outras. A população era de 800 milárabes, com 10 mil judeus espalhados em vilas dispersas - já na porção que ficou paraIsrael, havia entre 397 mil e 497 mil árabes, contra 500 mil a 538 mil judeus. "Era óbvioque os sionistas deveriam aceitar uma eventual maioria de árabes em Israel ou expulsá-los do país. Não havia outra escolha", escreve o historiador Michael Palumbo em ThePalestinian Catastrophe ("A Catástrofe Palestina").

Logo após a criação de Israel, os vizinhos árabes resolveram entrar na briga e cometeramo que muitos historiadores até hoje consideram um erro estratégico: mandaram adiplomacia às favas e fizeram soar as trombetas da batalha. "Todos os caminhos quetentamos para a paz fracassaram. Não nos resta nada além da guerra. Terei a honra e oprazer de salvar a Palestina", anunciou Abdullah, rei da Jordânia, em 26 de abril de 1948.Um mês depois, exércitos de cinco países árabes (Líbano, Iraque, Jordânia, Síria e Egito)vestiram seus turbantes, empunharam suas metralhadoras e marcharam contra oinimigo recém-nascido. Começava, oficialmente, a primeira guerra entre árabes e judeus.Mas o ataque iniciado pelo rei da Jordânia e seus aliados de nada serviu para ajudar osprimos palestinos. Ao contrário: apenas selou sua ruína.

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Cronologia

Confira abaixo a linha do tempo dos principais fatos e conflitos envolvendo Israel e osterritórios palestinos.1947 - ONU aprova resolução que prevê a partilha da Palestina, criando um Estadopara os judeus, recentemente vitimados pelo Holocausto na Europa. Jerusalém teriastatus internacional. A Liga Árabe recusa a proposta.1948 - A Inglaterra, que ocupava a região desde a Primeira Guerra, retira suas tropas.O Estado de Israel é proclamado. Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria promovemataque. Israel vence e ocupa toda a Galileia e o Deserto de Neguev. Com o cessar-fogo, Israel devolve a Cisjordânia aos árabes, que, a unificam com a Jordânia, criandoo Reino da Jordânia. Faixa de Gaza passa a ser dos egípcios. Os palestinos ficam semterritório próprio.1956 - Guerra de Suez. Egito, sob o comando de Gamal Nasser, nacionaliza o Canal doSuez. Israel, com apoio de Inglaterra e França, ataca o Sinai e chega ao Mar Vermelho.EUA e URSS obrigam Israel a recuar.1959 - Criação da Al Fatah, então uma organização guerrilheira palestina, liderada porYasser Arafat.1964 - Palestinos criam a OLP, que viria a ser presidida por Arafat, com o objetivo decriar um Estado próprio e combater Israel. A Al Fatah passa a ser o braço armado danova organização.

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1967 - Guerra dos Seis Dias. Egito corta o acesso israelense ao MarVermelho. Israel bombardeia Egito, Síria e Jordânia e conquista toda aregião do Sinai, da Cisjordânia e das Colinas de Golã, triplicando seuterritório. Controla a totalidade de Jerusalém.1972 - Um grupo guerrilheiro palestino (Setembro Negro) sequestra 11atletas israelenses na Olimpíada de Munique. Tiroteio com a políciadeixa todos mortos.1973 - Guerra do Yom Kippur. Egito e Sírio atacam Israel no feriadojudeu. Israel, governado pela 1ª ministra Golda Meir, contra-ataca evence.1979 - Acordos de Camp David. Com mediação dos EUA, Egito e Israelassinam tratado que devolve o Sinai ao país árabe.1982 - Invasão do Líbano. Israel ataca a OLP no sul do país e controlaBeirute ocidental. Permite o massacre de refugiados palestinos pormilicianos cristãos nos campos de Sabra e Chatila.1987 - Intifada. Populações palestinas sob controle israelense serevoltam e lutam nas ruas, normalmente com armas simples, comopaus e pedras.

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1993 - Acordos de Oslo. Yasser Arafat e Yitzhak Rabin firmam acordo de paz, estabelecendo autonomia palestina na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, excetuando-se as colônias de judeus no interior desses territórios.1995 - Rabin é assassinado por um militante judeu contrário aos acordos de paz.Década de 90 - Acordos de paz têm avanços, e palestinos começam a receber territórios, sob administração da Autoridade Palestina. Por outro lado, o avanço de colonos judeus, as condições de vida impostas a palestinos, a questão da volta dos refugiados e da divisão de Jerusalém e o crescente fundamentalismo islâmico acirram tensões entre os dois povos.2000 - Segunda Intifada. O general e presidenciável Ariel Sharon - visto pelos palestinos como responsável pelos massacres de Sabra e Chatila - visita a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental. O ato é visto como provocação e detona nova revolta popular.2001 - Sharon é eleito primeiro-ministro israelense. Toma medidas que desagradam os palestinos, como a construção de uma cerca em torno da Cisjordânia.2004 - Morre Yasser Arafat. Mahmoud Abbas, também do Fatah, o substitui no comando da Autoridade Palestina.2006/2007 - O grupo islâmico Hamas vence as eleições parlamentares palestinas. Na prática, assume o controle da Faixa de Gaza.2008 - Após trégua de seis meses entre Hamas e Israel, o grupo islâmico passa a lançar foguetes da Faixa de Gaza em direção a Israel. No fim do ano, Israel responde com ataques aéreos, matando mais de 400 pessoas.2009 - Israel invade a Faixa de Gaza.

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Acordo de Oslo

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Conflito Atual

Os corpos dos três jovens israelenses que desapareceram na Cisjordânia foramencontrados em 30 de junho, com marcas de tiros. Benjamin Netanyahu, 1ª ministro deIsrael, culpou o Hamas, que controla Gaza, pelo sequestro dos jovens. O grupo negou terqualquer responsabilidade, mas parabenizou a ação. Ao menos três outros grupos radicaisreivindicaram o sequestro dos israelenses. A tensão aumentou, com Israel respondendoaos disparos feitos por Gaza. No dia seguinte, um adolescente palestino foi sequestrado emorto em Jerusalém Oriental. A autópsia indicou que ele foi queimado vivo.Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto palestino, e três dosdetidos confessaram o crime. Isso reforçou as suspeitas de que a morte teve motivaçãopolítica e gerou uma onda de revolta e protestos em Gaza.No dia 8 de julho de 2014, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul deIsrael por parte de ativistas palestinos, a aviação israelense iniciou dezenas de ataquesaéreos contra a Faixa de Gaza. Os militantes de Gaza responderam aos ataques,disparando foguetes contra Tel Aviv. Após os bombardeios, Israel decidiu atacar Gazatambém por terra.A diplomacia egípcia se esforça para fazer Israel e o Hamas entrarem em acordo sobreuma trégua em Gaza, onde novos ataques aéreos israelenses deixaram pelo maispalestinos mortos.O Cairo, vizinho e mediador habitual, propôs um novo cessar-fogo em Gaza para deteruma guerra que em 49 dias deixou 2.134 mortos do lado palestino, 70% deles civis,segundo a ONU, e 68 do lado israelense, incluindo 64 soldados. 30

Exercícios1. Seis potências assinaram um acordo histórico com o Irã, com o intuito defrear o programa nuclear do país persa em troca do alívio moderado de sançõesinternacionais. O pacto, previsto para durar seis meses, foi celebrado como vitóriapelos presidentes dos Estados Unidos da América (EUA) e do Irã e abre caminho aum entendimento definitivo entre os dois países, que têm relações congeladasdesde 1979. Contudo, o acordo foi recebido com amplo ceticismo pelo premiêisraelense, que o classificou de “erro histórico”, e por congressistas americanos deambos os partidos.

O Globo, 25/11/2013, capa (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando o cenário internacionalcontemporâneo, julgue os itens que se seguem.(1) As relações entre os EUA e o Irã romperam-se desde a revolução islâmicaliderada pelo aiatolá Khomeini, a qual apresentou forte viés antiocidental e criouclima favorável à invasão da embaixada norte-americana em Teerã.(2) Região estratégica sob o ponto de vista econômico, devido à grandeprodução de petróleo, o Oriente Médio é área de permanente tensão, que sedioudiversas guerras entre árabes e israelenses.

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(3) Berço de três grandes religiões monoteístas que contam com milhõesde seguidores pelo mundo — judaísmo, cristianismo e islamismo —, oOriente Médio desempenha papel primordial na geopolítica mundialcontemporânea.

(4) Infere-se do texto que, em termos de política externa, o presidenteBarack Obama recebe apoio incondicional do Poder Legislativo norte-americano.

(5) A reação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao anúncio doacordo a que o texto se refere causou surpresa nos analistasinternacionais, pois, entre os países árabes, o Irã é o quetradicionalmente se mostra mais receptivo às teses israelenses.

(6) Em sanções internacionais como as mencionadas no texto, trata-se, comumente, de aspectos econômicos, sobretudo comerciais, comefeitos quase sempre perniciosos ao país-alvo dessas represálias.

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2. Julgue os itens seguintes, relativos aos recentes conflitos ocorridos naSíria.

(1) A crise política da Síria é movida basicamente por questões religiosas,muito em virtude de a Síria ser o único país árabe cuja maioria dapopulação é cristã.

(2) Ao contrário de outros países da região, a Síria é uma ditadura militarcujo governante-mor, Bashar Assad, foi o responsável pela introduçãoda sharia, a lei islâmica, razão pela qual foi instaurada a revolta dasminorias religiosas do país.

(3) O governo de Bashar Assad, como o de seu pai, legitimava-sepoliticamente em uma ideologia de nacionalismo pan-árabe e deoposição a Israel.

(4) Um dos aliados do governo sírio é a Rússia, grande fornecedora dearmas para esse governo.

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(5) Ao longo do ano de 2012, a Síria vivenciou umaaguda crise política, que culminou com a queda dogoverno de Bashar al-Assad, e com a ascensão aopoder de forças de oposição apoiadas por China eRússia.

(6) O primeiro-ministro israelense anunciou,recentemente, a construção de um muro desegurança ao longo da fronteira de Israel com a Síria,em decorrência do temor de ataques terroristas e daformação, no país vizinho, com a eventual derrubadado regime sírio, de um Estado islâmico antissionista.

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3. Após reações dos EUA e da oposição em um país do mundo árabemulçumano (localizado no Oriente Médio), fez com que a ONU retirasse oconvite para que o Irã participasse da conferência sobre a paz emjaneiro/2014. O argumento é de que Teerã – um dos maiores apoiadores doreferido regime ditatorial de Assad – não avalizou a ideia de promover umgoverno transitório ao país árabe. A conferência de paz, que foi realizada naSuíça, é considerada o maior esforço diplomático até agora para pôr fim àguerra civil, que completa três anos com um saldo de mais de 100 mil mortose milhões de refugiados.

Assinale a alternativa que indica a qual país, inserido no contexto da PrimaveraÁrabe, o texto apresentado faz referência.

a) Egito, que passa do contexto da Primavera Árabe para o contexto darevolução e contrarrevolução, haja vista ter escolhido em 2014, por meio dosufrágio universal, um representante pela via democrática.

b) Líbia, que, por ter a indústria naval como a principal fonte de riqueza do país,facilitou todo o seu processo eleitoral para levar ao poder Mohamed Morsi.

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c) Iraque, que, com seu ameaçador programa nuclear para finsmilitares, aprovado recentemente pela ONU por intermédio daAgência Internacional de Energia Atômica, ameaça a segurançade um importante aliado na região dos EUA, no caso, Israel.

d) Trata-se do Líbano, que, nos primeiros meses de 2014, sofreuconstantes atentados em Beirute, onde a autoria foiinternacionalmente confirmada pelo Hezbollah, braço político dogoverno sírio de maioria alauíta.

e) Trata-se da Síria, que vive, na atualidade, uma guerra civil e écontrolada com mãos de ferro por Bashar Hafez al-Assad e temcomo principal aliado na região o Irã e, no Conselho deSegurança da ONU, conta com o apoio da Rússia.

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4. O grupo de seis países conhecido como G5+1 finalizou na madrugada deste domingo (24), após quatro dias de negociações, um acordo de seis meses com o Irã que prevê a redução do programa nuclear iraniano em troca (...).

(http://noticias.uol.com.br, 24.11.2013)

Em troca desse acordo com as seis potências,

a) o Irã poderá aumentar o enriquecimento de urânio. b) os bens de iranianos no exterior foram bloqueados. c) Israel fez o reconhecimento oficial do governo iraniano. d) as sanções econômicas ao Irã foram aliviadas. e) o Irã ficará livre das inspeções de agentes da ONU.

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5. Em dezembro de 2010, um jovem tunisiano, desempregado, ateou fogo aopróprio corpo, como manifestação contra as condições de vida no país. Elenão sabia, mas o ato desesperado, que terminou com a própria morte, seriao início do que viria a ser chamado mais tarde de primavera árabe.

Estadão. In: Internet: <www.topicos.estadao.com.br> (com adaptações).

Com relação à primavera árabe, julgue os itens que se seguem.

(1) A primavera árabe foi uma onda de manifestações populares erevolucionárias que ocorreu em países localizados no Oriente Médio e nonorte da África. Essas manifestações concentraram-se, principalmente, empaíses do mundo árabe.

(2) Nos países árabes, o surgimento de uma liderança central possibilitou acoordenação de manifestos contra as ditaduras políticas.

(3) Todos os ditadores contra os quais as manifestações populares sedirigiram foram depostos de seus cargos nos países onde aconteceu aprimavera árabe.

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6. Um país inserido no que se classifica geopoliticamente de mundo árabemuçulmano e geograficamente no norte da África, foi o primeiro a realizar osprotestos dentro do que se costumou classificar como “Primavera árabe”. Emdezembro de 2010, um jovem universitário foi proibido de vender legumesna rua e ateou fogo ao próprio corpo em protesto. Em 14 de janeiro de 2011,o então presidente, que estava no poder havia 23 anos, renunciou. Foi ainspiração para outros países muçulmanos iniciarem suas “revoluções”.

Disponível em: <http:/redes.moderna.com.br/2013/primavera.arabe> (com adaptações).

O país e seu presidente, relacionados no texto são, respectivamente,

(A) Síria e Bashar Al-Assad.(B) Iêmen e Ali Abdullah Saleh.(C) Líbia e Muamar Kadafi.(D) Egito e Hosni Mubarak.(E) Tunísia e Zine El Abdini Ben Ali.

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7. Considerando o quadro de conflitos na Síria, iniciados em2011, julgue os itens subsequentes.

(1) O conflito na Síria inaugurou o processo histórico conhecidocomo Primavera Árabe.

(2) As principais causas do conflito atual na Síria incluem aderrubada do regime ditatorial de Bashar al-Assad, no poderdesde 2000, e a luta por direitos civis.

(3) Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU, é o atual mediadorda Liga Árabe e também da ONU para os conflitos na Síria,entre o regime do presidente Bashar al-Assad e os rebeldes quequerem destituí-lo do poder.

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8. Durante cinco minutos, a torre Eiffel, um dos ícones da cidade-luz, ficou apagada. EmRoma, a prefeitura foi iluminada com as cores azul, branca e vermelha. Em Brasília, aembaixada francesa adotou um minuto de silêncio, assim como em outras partes doplaneta. As homenagens às vítimas do atentado se reproduziram globalmente, emrepúdio ao terrorismo. Fontes oficiais afirmam que um dos autores, de origem franco-argelina, recebeu treinamento militar da Al-Qaeda no Iêmen.

Correio Braziliense. 9/1/2015 (com adaptações).

Considerando o fragmento de texto acima como referência e os múltiplos aspectosrelacionados ao tema por ele abordado, julgue os itens de 01 a 05.

(1) O texto remete aos recentes atentados terroristas ocorridos em Paris, cujos alvosforam a redação da revista Charlie Hebdo — que resultou na morte de vários de seusmais conhecidos colaboradores — e uma mercearia especializada na venda dealimentos voltados para o público judeu.

(2) Há consenso entre os especialistas de que as ações terroristas protagonizadaspor seguidores radicais do Islã, como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda, refletem um choquede civilizações no qual o Oriente se insurge contra a histórica dominação ocidental.

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(3) A expressão je suis Charlie (eu sou Charlie), presente em cartazes logo nas primeiras manifestações de repúdio aos atos de terror na capital francesa, passou a ser utilizada em várias regiões do planeta como forma de solidariedade aos jornalistas mortos. Por meio da expressão, afirma-se que a violência praticada ultrapassa suas vítimas diretas, atingindo a todos indistintamente.

(4) A organização terrorista mencionada no texto foi acusada de ter praticado os atentados contra os Estados Unidos da América no dia onze de setembro de 2001, que destruiu as torres do edifício World Trade Center, em Nova Iorque, e de parte do prédio do Capitólio, em Washington, o que até hoje é negado por Osama Bin Laden, sua maior liderança.

(5) As recentes manifestações públicas contra o terrorismo em escala global são uma novidade, uma vez que, em atentados anteriores, a comoção pública restringiu-se aos locais atingidos pela violência terrorista, talvez pelo fato de seus habitantes serem as vítimas diretas dos atos dessa natureza.

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Gabarito:

1. C, C, C, E, E, C2. E, E, C, C, E, C3. E4. D5. C, E, E6. E7. E, C, E8. C, E, C, E, E

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