AULA 3

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Mídia-educação Conceitos-chave Abordagens pedagógicas DISCIPLINA “COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA” Professoras Alexandra Bujokas de Siqueira e Iolanda Rodrigues Nunes

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Slides da aula 3 sobre mídia-educação, seus conceitos-chave e abordagens pedagógicas.

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Mídia-educação

Conceitos-chaveAbordagens pedagógicas

DISCIPLINA “COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA”

Professoras Alexandra Bujokas de Siqueira e Iolanda Rodrigues Nunes

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MEDIA AND INFORMATION

LITERACY

Media and Information Literacy Curriculum for Teachers, UNESCO, 2011

Ainda não temos tradução para o português. Documento será traduzido e publicado pela UFTM

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MEDIA LITERACY INFORMATION LITERACY

1. Capacidade de compreender o papel e as funções da mídia em sociedades democráticas;

2. Capacidade de compreender mecanismos internos de funcionamento da mídia;

3. Saber avaliar criticamente o conteúdo da mídia à luz do seu papel social;

4. Capacidade de se engajar em ações de participação democrática, promoção da liberdade de expressão e participação cívica;

5. Ser capaz de atualizar habilidades necessárias para produzir conteúdo como usuário.

1. Capacidade de definir a articular suas necessidades de informação;

2. Capacidade de localizar e acessar as informações relevantes para as suas necessidades;

3. Capacidade de organizar a informação de maneira significativa para resolver seus problemas;

4. Saber fazer uso ético da informação;

5. Saber compartilhar informação;

6. Ter habilidade para usar TICs para processar informação.

Fonte: Media and Information Literacy Curriculum for Teachers – UNESCO, 2011

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“Por um lado, a IL enfatiza a importância do acesso, a capacidade de

avaliar e o uso ético da informação. Por outro, a ML enfatiza a

habilidade de compreender as funções sociais da mídia e avaliar em

que medida essas funções estão sendo empregadas ou não para

promover a liberdade de expressão. O MIL Curriculum for Teachers

incorpora as duas ideias. Várias definições ou conceitualizações de

ML e IL apontam para competências que enfatizam as habilidades de

questionar e de se engajar de maneira significante com os canais de

mídia, quaisquer que sejam as suas formas ou tecnologias

empregadas.”

Fonte: Media and Information Literacy Curriculum for Teachers, UNESCO, 2011, p.18.

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Por que se preocupar com isso?

1. As mídias estão diluídas na nossa experiência cotidiana (leitores e escritores)2. Todos nós produzimos conteúdo, mas poucos de nós somos profissionais (visão “de dentro”)3. A produção é marcada por relações de poder, se não as conhecemos, podemos ser prejudicados no exercício dos nossos direitos de acesso à informação e liberdade de expressão4. A existência das mídias implica numa relação de assimetria: grande mídia X pequeno público;5. A capacidade da mídia de exercer influência alcança as três formas básicas de poder: econômico, político, simbólico;6. Há diversas formas de regulação esse poder e a educação para a mídia pode contribuir significativamente para esse processo. A educação e a ciência da informação são duas áreas importantes para promover tal educação.

http://midiaeduc.zip.net/listArchive.html

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O que se vê na mídia é a realidade

A mensagem é um veículo para a realidade, a verdade dos fatos

OLHAR ANALÓGICO

O que se vê é resultado de filtros, de um processo de produção

A mensagem é produto de relações de força que geram significado

OLHAR DIGITAL

Leitura ingênua Leitura crítica

Bases para a formação de usuários autônomos

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“Capacidade de acessar, avaliar e produzir conteúdos, usando diversas plataformas e linguagens”

educação para operar sistemas

educação para decodificar mensagens

canais institucionais para se manifestar

infra-estrutura: materiais pedagógicos, cursos para educadores, arquivamento e distribuição de conteúdos

Políticas de media literacy

http://stakeholders.ofcom.org.uk/market-data-research/media-literacy

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1977 – Comissão Internacional para o Estudo dos Problemas da Comunicação“Relatório Mc Bride” – Um mundo e muitas vozes

1980 - International Programme for the Development of Communication (IPDC)Mídias comunitáriasQualificação da oferta (gatekeepers) e qualificação da demanda (cidadãos)

2006 – Media Education – A kit for teachers, students, parents and professionals

2008 – Indicadores de Desenvolvimento da MídiaRegulação – Promoção da diversidade – Discurso democrático – Capacitação - Infraestrutura

2011 – Unesco Media and Information Literacy Curriculum

INICIATIVAS INTERNACIONAIS - UNESCO

http://portal.unesco.org/ci/en/ev.php-URL_ID=27056&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html

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2000 – A New Future for CommunicationsContexto , desafios e propostas para conduzir a migração para plataformas digitais: abundância, convergência, interatividade e interesse público; Comunicação digital: uma esfera central para a economia, para a vida democrática, para a cultura, o lazer e a educação

2003 – Communications ActDeve ser tarefa do Ofcom realizar as ações para promover melhor compreensão pública sobre:1. A natureza e das características do material publicado pelos meios de comunicação ;2. Processos de produção de conteúdo;3. Formas de acesso e controle

2004 – Ofcom’s strategy and priorities for promoting media literacy : a statement1. liderar a realização de ações que melhorem o acesso e a consciência do público; 2. investigar o quão literados em mídia são os diversos segmentos da população; 3. organizar as etapas da política de media literacy – classificação e parcerias

http://stakeholders.ofcom.org.uk/market-data-research/media-literacy

INICIATIVAS INTERNACIONAIS - INGLATERRA

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Panorama do crescimento e da apropriação dos recursos digitais no Reino Unido. Política nacional de media literacy como fio condutor do processo.

A promoção das habilidades de media literacy na sociedade como um todo traz as seguintes vantagens:

Capacita as pessoas para achar informações mais rapidamente do que se o

fizessem por meios tradicionais (livros, arquivos de jornais etc);

Amplia as oportunidades para encontrar trabalho e aprimoramento profissional;

Amplia a oferta de oportunidades educacionais;

Facilita o compartilhamento de conhecimento;

Facilita a comunicação com família e amigos;

Desenvolve redes sociais que, de outro modo, não teriam como ser criadas;

http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/+/http://www.culture.gov.uk/what_we_do/broadcasting/5631.aspx/

Digital Britain Media Literacy Working Group

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Panorama do crescimento e da apropriação dos recursos digitais no Reino Unido. Política nacional de media literacy como fio condutor do processo.

A promoção das habilidades de media literacy na sociedade como um todo traz as seguintes vantagens:

Economiza dinheiro, já que é possível fazer comparações de custos no varejo;

Melhora o engajamento cívico, porque facilita o contato com políticos,

especialmente locais;

Dá mais independência aos portadores de deficiências físicas que comprometem

a locomoção;

Reduz o tempo e o custo de transações e uso de serviços públicos;

Fornece novas oportunidades para o exercício da criatividade e para a livre

expressão.

http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/+/http://www.culture.gov.uk/what_we_do/broadcasting/5631.aspx/

Digital Britain Media Literacy Working Group

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Mas, para que a política de ML seja eficiente, é preciso:

O público precisa perceber os benefícios do engajamento digital

As habilidades e conhecimentos sobre mídia devem ser popularizados

Consequentemente, é preciso disseminar educação sobre mídia;

É preciso assegurar a oferta de orientações e serviços e que garantam

segurança e privacidade online

Os serviços devem ser possíveis de serem comprados e mantidos, mesmo

por pessoas com baixa renda

É preciso promover uso ético da mídia

Pessoas com deficiência também devem ter acesso garantido.

http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/+/http://www.culture.gov.uk/what_we_do/broadcasting/5631.aspx/

Digital Britain Media Literacy Working Group

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E O BRASIL?

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“Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”

1932

Rádio Escola Municipal do Rio de Janeiro

1934 1960

União Cristã Brasileira de Comunicação Social

1970s – 1980s

Ditadura

Anísio Teixeira

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Constituição

1988Programa Mídias na Educação1990 2004

Multirio organizou o 4 World Summit on Media for Children and Youth

Escola de Comunicação e Artes da USP lança o curso de licenciatura em Educomunicação

20112010

UFTM inicia ações na área de mídia-educação: parceria com a UNESCO e projetos apoiados pela Capes e pelo CNPq que resultam no “Laboratório de Mídia-educação” e na proposta de reformulação do currículo das licenciaturas e Serviço Social

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Ações governamentais

CULTURA DIGITAL - MinC

Iniciativas da sociedade civil

AINDA FALTA UMA POLÍTICA ORGÂNICA

http://www.cetic.br/pesquisas-indicadores.htm

INICIATIVAS BRASILEIRAS

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- Disciplinas específicas em cursos de graduação direta ou indiretamente envolvidos com o tema (comunicação, educação, biblioteconomia);

- Inclusão de questões sobre mídia em exames nacionais;

- Criação de referenciais curriculares para o ensino de mídia em todos os níveis educacionais;

- Produção de materiais pedagógicos e outros recursos educacionais específicos sobre o estudo da mídia;

- Reivindicar a parcela de responsabilidade das corporações de mídia;

- Cursos de extensão universitária e outras modalidades;

- Atividades educativas em bibliotecas;

- Sistema de informação que integre o maior número possível de iniciativas nos campos da pesquisa, das políticas e da ação prática, para que possamos saber o que está acontecendo na vida cotidiana dos brasileiros com as mídias.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

UMA POLÍTICA DE MIL PARA O BRASIL

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POR QUE NÃO TEMOS UMA POLÍTICA DE ML PARA A EDUCAÇÃO?

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“É a história de uma antiga tribo, cujos membros levavam uma vida estável

e reconfortante. As crianças partilhavam das tradições de seus pais e eram

ensinadas a pescar em águas correntes límpidas e a caçar o tigre de

dente-de-sabre. Aí veio o gelo, a água se tornou turva e o tigre se mudou

para o sul. Mas a tribo preservou seus modos tradicionais. Eles limparam

uma parte do rio para que as crianças continuassem a pescar, e

empalharam um tigre, para que elas aprendessem a caçar. Então, um

crítico jovem membro da tribo veio até o conselho e perguntou porque, ao

invés disso, as crianças não eram ensinadas a pescar em águas turvas e a

caçar o urso polar, que recentemente havia começado a assolar as tribos.

O conselho ficou furioso. Nós sempre ensinamos a pescar em águas

límpidas e a caçar o tigre, porque essas são as disciplinas clássicas. Além

disso, o currículo já está sobrecarregado.” (Stuart Hall e Paddy Whannel – The popular Arts, 1964)