Aula 32 - Pontuação

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Curso on-line PARA BEM ESCREVER NA LÍNGUA PORTUGUESA Prof. Carlos Nougué © 2014 I Todos os direitos reservados. 1 TRIGÉSIMA SEGUNDA (E ÚLTIMA) AULA REGULAR DO CURSO “PARA BEM ESCREVER NA LÍNGUA PORTUGUESAPONTUAÇÃO I. Chama-se PONTUAÇÃO a um conjunto de sinais gráficos cuja função é, antes de tudo, contribuir para a organização sintática dos termos da oração e para sua proporção. Naturalmente, a pontuação traduz originalmente pausas e entonações, que não podem dar-se senão na oralidade; mas, como visto ao longo do curso e como se verá ainda mais nesta aula, extrapolam grandemente sua mesma origem. Antes de tudo, ainda como expressão de pausas e de entonações, a pontuação é insuficiente para traduzir os matizes mútiplos com que se dão. Depois, como com a pontuação não podemos estar senão no âmbito da escrita, extrapola sua origem na mesma medida em que o escrito extrapola o oral. II. E tanto a pontuação pertence estritamente ao escrito, que seu mesmo aparecimento é tardio; e, conquanto haja, de certo modo, continuidade entre os incipientes sinais de pontuação de gregos e de romanos e os modernos, o sistema de que hoje nos valemos só se consolida por volta do século XIII – e só se consuma no Renascimento.1 III. Com razão diz Evanildo Bechara: “Pode-se entender a pontuação de duas maneiras: numa acepção larga e noutra restrita. A primeira abarca não só os sinais de pontuação propriamente ditos, mas [os sinais] de realce e valorização do texto: títulos, rubricas, margens, escolha de espaços e de caracteres e, indo mais além, a disposição dos capítulos e o modo e confecção do livro”. OBSERVAÇÃO 1. É no âmbito deste sentido que a pontuação é mais tardia: assim, o parágrafo não aparece senão no Renascimento. OBSERVAÇÃO 2. Grande parte do que Bechara arrola constitui o que em editoração se chama formatação (de texto). 1 Na Suma Gramatical, traçamos a história da pontuação.

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Gramática

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    TRIGSIMA SEGUNDA (E LTIMA) AULA REGULAR DO CURSO

    PARA BEM ESCREVER NA LNGUA PORTUGUESA

    P O NTUA O

    I. Chama-se PONTUAO a um conjunto de sinais grficos cuja funo ,

    antes de tudo, contribuir para a organizao sinttica dos termos da orao e

    para sua proporo. Naturalmente, a pontuao traduz originalmente pausas e

    entonaes, que no podem dar-se seno na oralidade; mas, como visto ao

    longo do curso e como se ver ainda mais nesta aula, extrapolam grandemente

    sua mesma origem. Antes de tudo, ainda como expresso de pausas e de

    entonaes, a pontuao insuficiente para traduzir os matizes mtiplos com

    que se do. Depois, como com a pontuao no podemos estar seno no mbito

    da escrita, extrapola sua origem na mesma medida em que o escrito extrapola o

    oral.

    II. E tanto a pontuao pertence estritamente ao escrito, que seu mesmo

    aparecimento tardio; e, conquanto haja, de certo modo, continuidade entre os

    incipientes sinais de pontuao de gregos e de romanos e os modernos, o

    sistema de que hoje nos valemos s se consolida por volta do sculo XIII e s

    se consuma no Renascimento.1

    III. Com razo diz Evanildo Bechara: Pode-se entender a pontuao de

    duas maneiras: numa acepo larga e noutra restrita. A primeira abarca no s

    os sinais de pontuao propriamente ditos, mas [os sinais] de realce e

    valorizao do texto: ttulos, rubricas, margens, escolha de espaos e de

    caracteres e, indo mais alm, a disposio dos captulos e o modo e confeco do

    livro.

    OBSERVAO 1. no mbito deste sentido que a pontuao mais tardia:

    assim, o pargrafo no aparece seno no Renascimento.

    OBSERVAO 2. Grande parte do que Bechara arrola constitui o que em

    editorao se chama formatao (de texto).

    1 Na Suma Gramatical, traamos a histria da pontuao.

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    IV. Em sentido estrito, so os seguintes os SINAIS DE PONTUAO: a vrgula

    [,], o ponto e vrgula [;], o ponto final [.], o ponto de interrogao [?], o ponto

    de exclamao [!], as reticncias [...], os dois-pontos [:], as aspas simples [ ],

    as aspas duplas [ ], o travesso [], os parnteses[( )] e os colchetes [ [ ] ];

    alm de sinais que, embora no sejam propriamente de pontuao, podem de

    algum modo reduzir-se a eles: as chaves [{ }], a barra [/], etc.

    OBSERVAO. As regras de pontuao que se daro aqui no dizem respeito

    formatao, mas to somente a estes sinais. Ademais, por gramtico, no nos

    ocuparemos do emprego literrio-potico da pontuao, o qual, alis,

    praticamente inormatizvel.

    V. Mas no mbito mesmo da Gramtica, o que o mesmo que dizer no

    mbito da escrita no literria, no possvel esgotar todas as possibilidades da

    pontuao, assim como tampouco possvel a um dicionrio esgotar a multido

    das palavras, sempre potencialmente infinita.2

    VI. J vimos alguns exemplos em que a presena ou a ausncia de vrgula

    alteram o significado da orao (vide o dito sobre a orao adjetiva e a orao

    predicativa explicativa). Mas a este respeito no insistiremos no anedtico, que

    pulula na Internet, ainda que s rara vez adequadamente.

    VII. O PONTO FINAL3 que dos sinais de pontuao o que reflete maior

    pausa na oralidade serve para fechar ou encerrar frases (vide nossa definio

    de frase nas aulas de Sintaxe Geral). Os outros sinais que podem encerrar

    frases so o PONTO DE INTERROGAO, o PONTO DE EXCLAMAO e as

    RETICNCIAS.

    Mas o PONTO tambm se emprega para acompanhar muitas abreviaturas:

    p. (= pgina);

    3a. (= terceira);

    Il.mo (= Ilustrssimo);

    Ex.a (= Excelncia);

    Dr. (= Doutor);

    Sra. (= Senhora);

    etc. (= et cetera);

    etc.

    2 Para facilitar a exposio, recorreremos a exemplos o mais prosaicos possvel.

    3 O nome ponto final tem algo de redundante; bastaria ponto.

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    Chama-se correntemente ponto pargrafo ao ponto a que se segue

    abertura de pargrafo. Mas em nada se distingue do ponto final, e melhor

    diramos ponto e pargrafo (como em espanhol: punto y aparte), porque, com

    efeito, de duas coisas se trata.

    OBSERVAO. Na linguagem jurdica, ou ainda na filosfica, etc., o pargrafo

    indica-se por sinal especial [].

    VIII. O PONTO DE INTERROGAO fecha ou encerra, como seu mesmo nome

    indica, as oraes interrogativas, sejam efetivamente interrogativas, sejam

    retricas, sejam ainda elpticas:

    A vrgula obrigatria ao fim das oraes adverbiais antecipadas?;

    Para que serve a comida? pergunta a me ao filho;

    A obra boa? convincente? fluente? (= convincente? fluente?);4

    etc.

    OBSERVAO. Como se disse em alguma aula do curso, o PONTO DE

    INTERROGAO pode multiplicar-se e/ou combinar-se como o DE EXCLAMAO e

    com as RETICNCIAS:

    Como????;

    Quer dizer ento que assim?!;

    Ento ele disse que...?;

    Qu?...;

    etc.

    IX. O PONTO DE EXCLAMAO fecha ou encerra, como seu mesmo nome

    indica, as oraes exclamativas, ainda quando elpticas; e segue-se

    necessariamente a toda e qualquer interjeio:5

    Que tragdia!;

    Qu!;

    Oh! Maldita seja a morte mil vezes!;

    Ah! que beleza!;

    etc.

    OBSERVAO. O PONTO DE EXCLAMAO pode multiplicar-se e/ou combinar-

    se com o de interrogao e com as reticncias:

    4 Nestes casos, pode iniciar-se a orao com elipse e por letra minscula ou por maiscula.

    5 Como se viu em alguma aula de Sintaxe Geral, s escapa a esta necessidade a interjeio

    vocativa .

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    Qu!!!;

    Quer dizer ento que assim!?;

    Ento ele disse que...!;

    Qu!...;

    etc.

    X. As reticncias, popularmente chamadas trs pontinhos e

    adequadamente ditas em espanhol puntos suspensivos, indicam suspenso ou

    incompletude da orao:

    Estava to radiante, que...

    Pensou em..., mas no o disse;

    Comprou livros, cadernos, canetas...

    OBSERVAO 1. Neste ltimo exemplo, fazem as vezes de etc.

    OBSERVAO 2. Como visto, as reticncias podem combinar-se com o ponto

    de interrogao e com o de exclamao.

    XI. A VRGULA , sem comparao, o mais verstil e ao mesmo tempo o mais

    rduo dos sinais de pontuao. Nenhuma gramtica tem o condo de esgotar as

    normas e as sugestes respeitantes VIRGULA; mas esforar-nos-emos por

    aproximar-nos de tal.

    1. Emprega-se a VRGULA para separar ncleos ou predicativos ligados

    assindeticamente:

    Era inteligente, bela, afvel;

    Comprou livros, cadernos, canetas;

    Joo, Paulo, Mrcia chegaram;6

    etc.

    OBSERVAO 1. Note-se, pelo ltimo exemplo, que no se separa do verbo o

    ltimo ncleo do sujeito, e isto decorre de regra geral [aplicvel pois tambm

    aos outros dois exemplos]: NO SE SEPARA O SUJEITO DE SEU VERBO, NEM O VERBO

    DE SEU COMPLEMENTO.

    OBSERVAO 2. Deve aplicar-se esta regra ainda que o sujeito seja extenso:

    O ADVOGADO QUE VEM REPRESENTAR AQUELA EMPRESA DIANTE DO TRIBUNAL

    chegou.7

    6 Esta mesma orao poderia escrever-se, naturalmente, Joo, Paulo e Mrcia chegaram, ou

    ainda, a depender do que se queira expressar, Joo, e Paulo, e Mrcia chegaram.

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    OBSERVAO 3. Mas pode infringir-se esta regra por qualquer razo

    DIACRTICA, sobretudo se o predicado comea por verbo idntico ao que termina

    o sujeito: TUDO O QUE SE MOVE, move-se movido por outro.

    2. Emprega-se ainda para separar ncleo (de complemento) ligado pela

    aditiva e, em razo de algum efeito buscado:

    O rapaz saiu para comprar material de estudo: adquiriu livros,

    cadernos, canetas, e UMA BICICLETA.

    OBSERVAO. Note-se a procedncia desta vrgula, que destaca justamente o

    afastamento da bicicleta da inteno original de seu comprador.

    3. Tambm para separar oraes ligadas pela aditiva e se tiverem sujeito

    diferente:

    MARIA dormiu, e JOS saiu para o trabalho noturno;

    etc.

    OBSERVAO. Tambm esta regra ptrea.

    4. Para separar oraes ligadas pela aditiva e ainda que tenham o mesmo

    sujeito, em razo de algum efeito buscado (seja o mero aliviar a leitura, seja

    qualquer outro):

    Saiu para comprar material de estudo, e acabou por comprar uma

    bicicleta;

    Saiu para comprar material de estudo, e acabou por comprar uma

    bicicleta, e voltou para casa;

    etc.

    5. Para separar oraes ligadas por pares aditivos como no s ... mas

    tambm quando tm sujeito diferente:8

    No s PAULO veio, seno que MARIA apareceu com toda a famlia.

    OBSERVAO 1. Se as oraes tiverem o mesmo sujeito, o uso da vrgula o

    mais das vezes facultativo:

    MARIA no s nos telefonou[,] mas prometeu que viria.

    7 Dizemo-lo contrariamente ao dito pela maioria das gramticas. Bechara justifica assim a

    possibilidade de vrgula neste caso: Esta pontuao pode ocorrer ainda que separe por vrgula o

    sujeito expandido pela orao adjetiva: Os que falam em matrias que no entendem, parecem

    fazer gala da sua prpria ignorncia [MM]. Consigne-se o ponto de vista, e tambm nossa

    discrepncia: parece-nos uma vez mais concesso a tudo o que sai da pena dos literatos, etc.

    8 Relembrem-se alguns de tais pares: no s ... mas, no s ... mas tambm, no s ... seno,

    no s ... seno que, etc.

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    OBSERVAO 2. Se todavia o complemento da primeira s aparece na

    segunda, convm no separ-las por vrgula:

    Ricardo no s sabia mas revelou A VERDADE.

    OBSERVAO 3. E, se tais pares ligam ncleos de sujeito ou ncleos de

    complemento, igualmente convm no separ-los por vrgula:

    No s PAULO mas MARIA apareceram;9

    O rapaz comprou no s LIVROS mas tambm CADERNOS.

    OBSERVAO 4. Tampouco se deve separar por vrgula o par aditivo tanto ...

    como:

    Tanto Paulo como Maria apareceram.

    6. Para separar oraes ou ncleos (de sujeito ou de complemento) ligados

    por conjuno disjuntiva ou por par alternativo, se se quer enfatizar justamente

    a disjuno ou alternncia:

    Ou estuda, ou brinca;

    Vamos como seja, quer chova, quer faa sol;

    J chora, j ri;

    Nem veio, nem telefonou.

    etc.

    OBSERVAO 1. Em todos estes exemplos, a VRGULA poderia no aparecer.

    OBSERVAO 2. Mas obrigatria nos seguintes exemplos, em que o sujeito

    das oraes diferente:

    ISTO h de ser rejeitado, ou nos afastarEMOS;

    No veio UM, nem O OUTRO.

    OBSERVAO 3. Quando ou exprime retificao, a VRGULA volta a ser

    facultativa:

    Nosso estudo[,] ou investigao[,] ou pesquisa, que no importa o

    nome....

    OBSERVAO 4. Mas interditada se ou expressa equivalncia:

    O Estagirita ou Aristteles autor de uma extensa Metafsica.

    9 Vejam a diferena com respeito a No s Paulo, mas Maria apareceu, em que, como dito em

    alguma aula de Concordncia Verbal, se pode supor a seguinte elipse e deslocamento: No s

    Paulo apareceu, mas Maria tambm o fez. Parece-nos todavia que no construo de todo

    prpria do atual padro culto da lngua.

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    7. Em princpio, usa-se a VRGULA para separar oraes ligadas por

    CONJUNO ADVERSATIVA:

    Disse que viria, mas no veio.

    Mas o caso das oraes ligadas por ADVERSATIVA demasiado complexo

    para que se trate parcialmente, ou seja, primeiro com respeito vrgula, despois

    com respeito ao ponto e vrgula, etc. Requer tratamento global, como se segue.

    a. No concernente pontuao, as ADVERSATIVAS dividem-se triplamente:

    mas; porm; e todas as demais.

    b. Mas pode anteceder-se de qualquer sinal de pontuao (VRGULA, PONTO E

    VRGULA, PONTO FINAL, etc.). Algumas vezes, todavia, pode ou at deve no

    anteceder-se de nenhum sinal:

    Disse que viria, mas no veio;

    Disse que viria; mas no veio;

    Disse que viria: mas no veio;

    Disse que viria. Mas no veio;

    pessoa dcil(,) mas valente;

    No s no veio(,) mas no o avisou;

    No s leu mas meditou profundamente estes livros.

    OBSERVAO 1. Nos dois ltimos exemplos, mas em verdade no

    adversativa, mas ADITIVA.

    OBSERVAO 2. Note-se contudo que em nenhum dos exemplos e nunca

    pode a conjuno mas seguir-se de vrgula, a no ser que se intercale uma

    orao (ou um advrbio) entre ela e o que ligado por ela:

    Disse que viria, mas, COMO CHOVEU MUITO, no veio;

    Disse que viria; mas, COMO CHOVEU MUITO, no veio;

    Disse que viria: mas, COMO CHOVEU MUITO, no veio;

    Disse que viria. Mas, COMO CHOVEU MUITO, no veio.

    Poder-se-iam eliminar as duas vrgulas que cingem a orao intercalada (ou

    o advrbio):

    Disse que viria, mas COMO CHOVEU MUITO no veio;

    etc.

    Mas constitui erro suprimir a primeira e manter a segunda:

    Disse que viria, mas como choveu muito, no veio;

    etc.

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    c. PORM usa-se grandemente como mas:

    Disse que viria, porm no veio;

    Disse que viria; porm no veio;

    Disse que viria: porm no veio;

    Disse que viria. Porm no veio;

    e igualmente, como se v, constitui erro pospor-lhe vrgula, a no ser que se

    intercale algo, como sucede com mas:

    Disse que viria, porm, COMO CHOVEU MUITO, no veio;

    Disse que viria; porm, COMO CHOVEU MUITO, no veio;

    Disse que viria: porm, COMO CHOVEU MUITO, no veio;

    Disse que viria. Porm, COMO CHOVEU MUITO, no veio.

    Poder-se-iam eliminar as duas vrgulas que cingem a orao intercalada:

    Disse que viria, porm COMO CHOVEU muito no veio;

    etc.10

    Mas igualmente constitui erro suprimir a primeira e manter a segunda:

    Disse que viria, porm como choveu muito, no veio.

    OBSERVAO 1. Porm, todavia, no pode comutar-se por mas em casos

    como estes:

    No s no veio(,) mas no o avisou;

    No s leu mas meditou profundamente estes livros.

    E no o pode porque porm, ao contrrio de mas, no pode ser aditivo.

    OBSERVAO 2. Note-se, ademais, que usar porm em lugar de mas em

    oraes como pessoa dcil(,) mas valente implica falta de espontaneidade e

    certo pernosticismo.

    OBSERVAO 3. Todas as conjunes adversativas, incluindo mas (< adv.

    lat. magis), tm origem adverbial. Por isso todas, exceo de mas, podem

    voltar a ser advrbios; e voltam a s-lo sempre que deixem de iniciar orao e se

    lhe intercalem ou se lhe ponham ao final. Exemplos com porm:

    Disse que viria; como(,) porm(,) choveu muito, no veio;

    Disse que viria: como(,) porm(,) choveu muito, no veio;

    Disse que viria. Como(,) porm(,) choveu muito, no veio.

    Disse que viria; no veio, porm;

    10 Valha esta regra para todas as intercalaes ou interpolaes: ou se cingem por duas vrgulas,

    ou por nenhuma. Qualquer outra maneira constituir pontuao errada.

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    Disse que viria: no veio, porm;

    Disse que viria. No veio, porm.

    Atente-se, no entanto, em todos estes casos, presena de sinal

    representativo de pausa maior que vrgula antes da segunda orao. Em

    nenhum deles, insista-se, pode empregar-se mera vrgula antes desta. regra

    idntica do ingls, do espanhol, etc.

    d. As DEMAIS ADVERSATIVAS (todavia, contudo, no entanto, etc.)

    compartilham, naturalmente, as regras relativas a mas e a porm menos uma:

    se estiverem separadas por sinal representativo de pausa maior que vrgula,

    devero seguir-se tambm de vrgula.11 Os exemplos falaro por si:

    Disse que viria, todavia (contudo, no entanto, etc.) no veio;

    Disse que viria; todavia (contudo, no entanto, etc.), no veio;

    Disse que viria: todavia (contudo, no entanto, etc.), no veio;

    Disse que viria. Todavia (Contudo, No entanto, etc.), no veio;

    Disse que viria; todavia (contudo, no entanto, etc.), como choveu muito,

    no veio;

    Disse que viria: todavia (contudo, no entanto, etc.), como choveu muito,

    no veio;

    Disse que viria. Todavia (Contudo, No entanto, etc.), como choveu muito,

    no veio.

    OBSERVAO 1. Quando se seguem de vrgula, como nos seis ltimos

    exemplos, entram em fronteira turva: no se pode ter certeza de se se trata de

    conjunes ou de advrbios. Aprofundamo-lo na Suma Gramatical.

    OBSERVAO 2. Quase nunca usamos vrgula antes de todavia, contudo, no

    entanto, etc., mas ponto e vrgula, ponto ou, ainda, dois-pontos. E o preferimos

    por seu fundo mais flagrantemente adverbial. D-se o mesmo em ingls com

    however, etc., em oposio a but.

    OBSERVAO 3. Se aps estas adversativas se intercala alguma orao, ento

    no possvel que se antecedam de vrgula; devem anteceder-se de ponto e

    vrgula, de ponto, de dois pontos, como nos exemplos. Note-se quo intricada

    ficaria a expresso se se usasse mera vrgula:

    Disse que viria, todavia, como choveu muito, no veio.

    11 Tambm regra idntica do ingls, do espanhol, etc. Desta regra, naturalmente, decorrem

    muitas consequncias, como se ver ainda pelos exemplos.

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    Com efeito, no se saberia a se todavia se refere ao que a antecede ou ao que

    se lhe segue.

    OBSERVAO 4. Como dito em alguma aula do curso, se estas adversativas e

    porm se deslocam, como sempre possvel, do rosto para o meio ou para o fim

    da orao, deixam eo ipso e indubitavelmente de ser conjunes e retornam

    sua pura origem adverbial:

    Disse que viria; como(,) todavia (contudo, no entanto, porm...)(,) choveu

    muito, no veio;

    Disse que viria: como(,) todavia (contudo, no entanto, porm...)(,) choveu

    muito, no veio;

    Disse que viria. Como(,)todavia (contudo, no entanto, porm...)(,) choveu

    muito, no veio.

    Disse que viria; no veio, todavia (contudo, no entanto, porm...);

    Disse que viria: no veio, todavia (contudo, no entanto, porm...);

    Disse que viria. No veio, todavia (contudo, no entanto, porm...).

    8. Tambm em princpio, usa-se a VRGULA para separar oraes ligadas por

    CONJUNO CONCLUSIVA (logo, portanto, por conseguinte, por isso, etc.):

    Choveu torrencialmente, por isso no puderam vir.

    Mas tambm o caso das oraes ligadas por CONCLUSIVA requer tratamento

    global, como se segue.

    a. As CONCLUSIVAS podem anteceder-se de qualquer sinal de pontuao

    (vrgula, ponto e vrgula, ponto final, etc.):

    Qualquer corpo corruptvel, logo (portanto, por conseguinte...) o

    humano tambm o ;

    Qualquer corpo corruptvel; logo (portanto, por conseguinte...), o

    humano tambm o ;

    Qualquer corpo corruptvel: logo (portanto, por conseguinte...), o

    humano tambm o ;

    Qualquer corpo corruptvel. Logo (Portanto, Por conseguinte...), o

    humano tambm o ;

    OBSERVAO 1. Como se v pelos exemplos, se estiverem separadas por

    sinal representativo de pausa maior que vrgula, as conclusivas devero seguir-

    se de vrgula.

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    OBSERVAO 2. Quando se seguem de vrgula, como nos seis ltimos

    exemplos, entram em fronteira turva: no se pode ter certeza de se se trata de

    conjunes ou de advrbios. Aprofundamo-lo na Suma Gramatical.

    OBSERVAO 3. Quase nunca usamos vrgula antes das CONCLUSIVAS, mas

    ponto e vrgula, ponto ou, ainda, dois-pontos, como fazemos com respeito a

    determinadas adversativas (todavia, contudo, no entanto, etc.). E, como com

    respeito a estas, preferimo-lo por seu fundo flagrantemente adverbial.

    OBSERVAO 4. Se alguma conclusiva se desloca, como sempre possvel,

    do rosto para o meio da orao, deixa eo ipso e indubitavelmente de ser

    conjuno e retorna sua pura origem adverbial:

    Qualquer corpo corruptvel; o humano, portanto (por conseguinte...),

    tambm corruptvel;

    Qualquer corpo corruptvel: o humano, portanto (por conseguinte...),

    tambm corruptvel;

    Qualquer corpo corruptvel: O humano, portanto (por conseguinte...),

    tambm corruptvel;

    Qualquer corpo corruptvel; o humano tambm corruptvel, portanto;

    etc.

    OBSERVAO 5. Logo, apesar da origem adverbial, nunca se desloca do rosto

    da orao, ou seja, ou indubitavelmente conjuno, ou, se se segue de vrgula,

    tambm entra em fronteira turva (conjuno versus advrbio). Pois, por seu

    lado (e contrariamente ao que dizem as gramticas), nunca vem no rosto da

    orao, razo por que nunca conjuno. Com efeito, em O humano, pois,

    tambm corruptvel, pois ADVRBIO CONCLUSIVO.

    OBSERVAO 6. Se aps as CONCLUSIVAS ( exceo de logo) se intercala

    alguma orao, ento no possvel que se antecedam de vrgula; devem

    anteceder-se de ponto e vrgula, de ponto, de dois pontos. Note-se quo

    intricada ficaria a expresso se s se usasse vrgula:

    Qualquer corpo corruptvel, portanto, como o humano corpo como

    outro qualquer, tambm corruptvel.

    Com efeito, no se sabe se a todavia se refere ao que a antecede ou ao que se

    lhe segue.

    9. A VRGULA tambm serve para separar as oraes explicativas.

    Relembrem-se as seguintes palavras de Rocha Lima:

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    [ orao explicativa] separa-a da orao antecedente uma pausa de certa

    durao pausa que, com frequncia, se assinala por ponto e vrgula e, at, por

    ponto simples, alm de se marcar, naturalmente, por vrgula:

    No orao aceitvel a do ocioso; porque a ociosidade o dessagra."

    Os maus s lhe inspiram tristeza e piedade. S o mal o que o inflama em

    dio. Porque o dio ao mal o amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo

    divino.

    (ambos os exemplos so de Rui Barbosa, na clebre Orao aos moos).

    10. Serve ainda para separar da subordinante a orao adverbial antecipada

    e esta regra ptrea:

    Embora j fizesse sol, preferiram no partir;

    Porque chovia, preferiram no partir;

    Para evitarem a chuva, preferiram partir logo;

    Se no chover, partiremos cedo;

    etc.

    OBSERVAO 1. Se a orao adverbial est posposta subordinante, ento a

    VRGULA entre elas ser eletiva:

    Preferiram no partir(,) embora j fizesse sol;

    Preferiram no partir(,) porque chovia;

    Preferiram partir logo(,) para evitar a chuva;

    Partiremos cedo(,) se no chover;

    etc.

    OBSERVAO 2. Se a subordinante de subordinada final antecipada se

    introduz pelo expletivo que, ento a vrgula pode dispensar-se:

    Para evitar a chuva QUE PREFERIRAM PARTIR LOGO.

    OBSERVAO 3. Podem separar-se por VRGULA e o mais das vezes

    preferimos faz-lo as oraes consecutivas:

    Chovia tanto(,) que preferiram no partir;

    etc.

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    13

    OBSERVAO 4. Aproveite-se o ensejo para dizer que quase todos os

    advrbios (ou locues adverbiais ou grupos adverbiais) postos no rosto da

    frase,12 ou seja, antecipadamente, pode separar-se por VRGULA. Se porm for de

    certa extenso, separar-se- obrigatoriamente:

    Depois(,) resolveram partir;

    Ontem noite(,) partiram;

    s dez horas do dia 23 de abril do ano passado, estavam de partida;

    etc.

    OBSERVAO 5. Em princpio, quase todo e qualquer adjunto adverbial

    posto no meio da orao pode separar-se por vrgulas:

    Vieram(,) depois(,) falar-nos;

    etc.

    Devemos indagar sempre, contudo, se nestes casos a vrgula embaraa de

    qualquer modo os nexos semantossintticos. mais leve suspeita de que sim,

    evite-se.

    OBSERVAO 6. Aproveite-se ainda o ensejo para dizer que todo e qualquer

    termo posto antecipadamente no rosto da frase pode separar-se por vrgula:

    Aos meninos(,) demos(-lhe) os livros;

    etc.

    11. Da VRGULA obrigatria que separa as ORAES PREDICATIVAS

    EXPLICATIVAS(,) j falamos em alguma aula de Sintaxe Geral.13

    12. Usa-se a VRGULA ainda, e obrigatoriamente, para separar o vocativo:

    Pedro, por que no nos visitas?;

    Por que, Pedro, no nos visitas?;

    etc.

    13. Tambm para separar, ainda obrigatoriamente, os apostos, exceto o de

    individualizao, que obrigatoriamente no se separa:

    Iv, o Terrvel;

    O professor Andr;

    etc.

    12 Excetuam-se j, no e poucos mais.

    13 Note-se que Da vrgula obrigatria que separa as oraes predicativas explicativas

    complemento posto antecipadamente no rosto da orao, razo por que pode separar-se por

    vrgula daquilo de que complemento.

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    14

    OBSERVAO. O vocativo que constitui o cabealho das cartas e de

    semelhantes pode vir separado por vrgula ou por dois-pontos, ou por nenhum

    sinal de pontuao, mas apenas por espao maior.

    14. Para separar nas datas o nome do lugar:

    Coimbra, 12 de agosto de 2014;

    etc.

    15. Para indicar a elipse do verbo, quando a segunda orao se antecede de

    ponto e vrgula ou de ponto mas no quando se antecede de vrgula:

    Joo partiu ontem; Maria, hoje;

    Joo partiu ontem. Maria, hoje;

    Joo partiu ontem, Maria hoje.

    16. Como sempre em portugus e ao menos em quase todas as lnguas

    atuais, emprega-se a vrgula (ou o ponto e vrgula) para separar etc.:

    Comprou livros, cadernos, canetas, etc., e voltou para casa;

    O rapaz comprou diversos artigos: cadernos pautados; lpis de cor; etc.;

    etc.

    De cerca de meio sculo a esta parte, porm, alguns gramticos,

    impregnados de logicismo (etc. = e outras coisas), insistem em que no se deve

    separar etc. por vrgula e que separ-lo constitui erro. Pois bem, no

    procedamos como eles, e digamos que deixar de separar etc. por vrgula no

    constitui erro.

    OBSERVAO GERAL. Todos os demais casos de uso da vrgula,

    especialmente em funo diacrtica, j os vimos ao longo do curso.

    XII. Vimos j, nesta mesma aula, grande quantidade de empregos do PONTO

    E VRGULA, sinal de pontuao que expressa o que na fala constitui pausa

    ligeiramente maior que a expressa pela vrgula. Alm de tais empregos seus,

    refiram-se os seguintes, em que sempre, em princpio, pode comutar-se pela

    vrgula.

    1. Usa-se o PONTO E VRGULA nas enumeraes:

    O rapaz comprou diversos artigos: cadernos pautados; lpis de cor; etc.

    etc.

    2. Usa-se ainda para quebrar certa frase mais longa:

    O rapaz comprou diversos artigos: cadernos pautados, lpis de cor, etc.,

    e voltou para casa; e deparou com a bela surpresa;

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    15

    etc.

    XIII. O TRAVESSO usa-se no raro em lugar da vrgula ou dos dois-pontos:

    Miguel de Cervantes que era escritor e soldado o autor do Quixote;

    Falou-nos de diversos assuntos poesia, msica, pintura... e prometeu-

    nos que voltaria;

    O rapaz comprou diversos artigos cadernos pautados, lpis de cor,

    etc.;

    etc.

    OBSERVAO 1. Quando haveria de haver tanto um travesso como uma

    vrgula (ou um ponto e vrgula), esta(es) pode(m) usar-se depois daquele, como

    preferimos:

    No orao aceitvel a do ocioso ou a do mentiroso (, ou ;) porque a

    ociosidade o dessagra;

    Espero que estejas bem, Maria perguntou-lhe Joo , recuperada j da

    doena;

    etc.

    OBSERVAO 2. O TRAVESSO usa-se ainda nos dilogos, para introduzir e

    separar a fala de cada interlocutor:

    Espero que estejas bem, Maria perguntou-lhe Joo , recuperada j

    da doena.

    Sim, Joo respondeu-lhe Maria , recuperada de todo.

    XIV. Cercam os DOIS-PONTOS quantidade de rumores gramaticais. Mas j

    vimos que seu uso mais largo que o nos quer fazer crer boa parte das

    gramticas. Eis alguns outros exemplos:

    Padecia de muitas doenas: era um quadro dramtico;

    Mais ainda: caso de fronteira turva;

    Devem fazer as seguintes consideraes: entre elas a relativa s

    fronteiras turvas;

    Sonham com a perfeio: disparate;

    Explique-se: caso de fronteira turva

    (OBSERVAO: note-se que nos exemplos poderia usar-se travesso ou

    ponto, e ainda vrgula nos trs primeiros);

    Disse-lhe Paulo:

    Por que no vens conosco?;

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    etc.

    XV. Os PARNTESES, que alguma vez podem comutar-se por travesses ou

    ainda por vrgulas, assinalam, como to acertadamente diz Evanildo Bechara,

    um isolamento sinttico e semntico mais completo dentro do enunciado, alm

    de estabelecer maior intimidade entre o autor e o seu leitor. Exemplos:

    No, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que seja, convosco,

    este suavssimo nome); no: o corao no to frvolo, to exterior, to carnal

    quanto, [sic; esta vrgula no deveria estar a] se cuida (RUI BARBOSA);

    A imprensa (quem o contesta?) o mais poderoso meio que se tem

    inventado [sic; note-se o uso arcaico do pretrito perfeito composto do

    indicativo, onde hoje deveria estar inventou] para a divulgao do pensamento

    (CARLOS DE LAET).

    OBSERVAO. Como se viu ao longo dos documentos de nosso curso, os

    PARNTESES podem usar-se para indicar que certo uso facultativo.

    XVI. Intimamente ligados aos parnteses, diz ainda Evanildo Bechara, os

    colchetes so utilizados quando j se acham empregados os parnteses, para

    introduzirem uma nova insero. Exemplo:

    O indo-europeu (lngua hipottica [entre outras] proposta no sculo XIX)

    seria a matriz da maioria das lnguas europeias.

    OBSERVAO. Tambm se usam a palavra ainda de Bechara para

    preencher lacunas de textos ou ainda para introduzir, principalmente em

    citaes, adendos ou explicaes que facilitem o entendimento do texto. Nos

    dicionrios e gramticas, explicam informaes como a ortopia, a prosdia,

    etc., no que tambm podem ser usados os parnteses.

    XVII. As ASPAS (DUPLAS) [ ] e as ASPAS SIMPLES [ ] usam-se algo

    diferentemente.

    1. As primeiras tm, entre outras funes:

    a de cingir citaes:

    Como disse Cervantes, a pena a lngua da alma;

    etc.;

    a de destacar qualquer expresso, ou a de indicar, por qualquer motivo, que

    no se trata de algo da lavra de quem escreve:

    A palavra no deve tratar-se parte;

    Chamam-nas oraes coordenadas;

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    etc.

    2. As segundas esto para as primeiras assim como os colchetes esto para

    os parnteses: utilizam-se quando j se acham empregadas as aspas (duplas),

    para introduzir nova insero:

    Disse o gramtico que a palavra no deve tratar-se parte;

    etc.

    OBSERVAO. Mas tambm podem usar-se, em dicionrios e em gramticas,

    em lugar das aspas (duplas), para assinalar o significado de determinada

    palavra ou o de seu timo:

    Ocupar < lat. occ po, s, vi, tum, re [apoderar-se, assenhorar-se;

    dominar, ocupar];

    etc.

    OBSERVAO FINAL. As chaves, o asterisco, a barra, etc., estudamo-los na

    Suma Gramatical.