Aula 4 Q. inorganica

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Blindagem e Penetração Carga Nuclear Efetiva Propriedade Periódicas

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Aula Quimica inorganica

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  • Blindagem e Penetrao

    Carga Nuclear Efetiva

    Propriedade Peridicas

  • Vimos que:

    Em tomos com um eltron (hidrogenides), os orbitais de uma mesma camada so degenerados.

  • Em tomos com dois eltrons, como o He, um eltron sofre repulso do outro eltron:

    He

    Energia Cintica dos e-.

    Energia potencial de atrao e-n.

    Energia Potencial de repulso e-e.

    He He+ + e- EI1 = 2372 kJ

    He+ He2+ + e- EI2 = 5248 kJ

    Um eltron reduz a carga nuclear do outro eltron.

  • De forma geral, em tomos polieletrnicos, um eltron sofre repulses de todos os outros eltrons, reduzindo a

    carga total do ncleo. Esse efeito recebe o nome de

    blindagem.

    A carga reduzida experimentada pelos eltrons blindados chamada carga nuclear efetiva (Zef).

    A Zef experimentada por eltrons s e p so diferentes, pois as funes de onda so diferentes, ou seja, os

    orbitais de uma mesma camada NO so degenerados

  • Um eltron s tem maior penetrao atravs das camadas internas que um eltron p da mesma camada,

    experimentando uma maior Zef.

    Fu

    n

    o d

    e D

    istr

    ibu

    io

    Rad

    ial

    r/ao

  • Os efeitos de penetrao e blindagem dos

    orbitais so responsveis pela ordenao

    dos nveis de energia nos tomos

    polieletrnicos:

    1s < 2s < 2p < 3s < 3p, etc.

  • Princpio de Excluso de Pauli:

    Somente dois e- podem ocupar um nico orbital e seus spins devem estar emparelhados.

    Regra de Hund:

    Mxima multiplicidade de spin.

  • Z Elemento Configurao Eletrnica

    1 H 1s1

    2 He 1s2

    3 Li [He]2s1

    4 Be [He]2s2

    5 B [He]2s22p1

    6 C [He]2s22p2

    7 N [He]2s22p3

    8 O [He]2s22p4

    9 F [He]2s22p5

    10 Ne [He]2s22p6

    Configurao eletrnica dos elementos do 1 e 2o perodos.

  • O conceito de carga nuclear efetiva (Zef) foi

    estabelecido em 1930 por J. C. Slater (1900 - 1976):

    a carga sentida por um eltron em um dado orbital em funo da sua maior ou menor blindagem em relao ao

    ncleo atmico.

    Zef = Z -

    Zef carga nuclear efetiva.

    Z carga nuclear = nmero atmico.

    constante de blindagem.

  • Na aproximao orbital tratamos a repulso entre e- supondo que a carga eletrnica esteja distribuda

    esfericamente ao redor do ncleo:

    Cada e- se move no campo atrativo do ncleo e sente a carga repulsiva mdia dos outros e-.

    Segundo as leis da eletrosttica, o

    campo gerado por uma

    distribuio esfrica de carga

    equivalente a uma carga pontual

    no centro da distribuio.

    r

    Tal carga negativa reduz a carga do

    ncleo carga nuclear efetiva

  • Sabe-se que a presena de um eltron dentro das camadas de outros

    eltrons chamada penetrao.

    Ex.: Para o Li, existe uma probabilidade diferente de zero de que o

    eltron do orbital 2s seja encontrado dentro da camada 1s e experimente

    a carga nuclear total.

    O e- 2p no penetra efetivamente no caroo (camada interna

    preenchida) 2p mais blindado que 2s

    Energia menor, est ligado mais

    firmemente (maior Zef) que o 2p

    Li: 1s1 2s1 e no 1s1 2p1

  • Quanto mais prximo do ncleo o eltron

    penetrar, mais prximo ser o valor de Zef

    em relao a Z, resultando em:

    maior estabilidade.

    menor blindagem.

    ns > np > nd > nf (efeito de penetrao e

    blindagem).

  • A penetrao de um eltron 2s no caroo interno maior do que a

    de um eltron 2p porque o ltimo cai a zero no ncleo.

    orbital 2s ser ocupado

    antes dos orbitais 2p

  • Representao Detalhada da Dependncia dos Nveis de

    Energia dos Orbitais com o Nmero Atmico E

    ne

    rgia

    En

    erg

    ia

  • Tais nveis de energia so para orbitais

    atmicos indiduais no consideram

    as repulses entre eletrons

    Para a maioria do bloco d, o estado

    fundamental determinado por espectroscopia e

    clculos mostra que mais vantajoso ocupar

    orbitais 4s primeiro

    Maioria 3dn4s2

  • Orbitais com menor momento angular (l)

    apresentam maior efeito de penetrao.

    A blindagem provocada pelos orbitais 3d

    bastante efetiva.

    Se um eltron 4s vai para o orbital 3d, a repulso e-e aumenta a energia do orbital 3d.

  • As configuraes eletrnicas d5 e d10

    fornecem uma estabilidade extra.

    Estas configuraes resultam numa distribuio

    simtrica da carga eletrnica, minimizando

    repulses.

    Esta vantagem energtica chamada energia de troca.

    Ex.: Cr (Z = 24) [Ar]3d54s1 e Cu (Z = 29) [Ar]3d104s1

  • Como conseqncia, na ionizao do

    cromo:

    Cr 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5 4s1

    Cr2+ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d4

    Cr3+ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d3

    Os eltrons so retirados primeiro do nvel

    ns, pois eles apresentam menor carga

    nuclear efetiva para os elementos de

    transio.

  • Tabela Peridica dos Elementos Qumicos

    Propriedades Peridicas

  • Propriedades Peridicas Importantes

    Raio Atmico

    Energia de Ionizao

    Afinidade Eletrnica

    Eletronegatividade

  • Raio Atmico: tamanho de um tomo em funo de sua quantidade de eltrons.

    medida que os eltrons ocupam os nveis mais energticos, o raio atmico dos tomos deve aumentar.

    O raio atmico dos elementos aumenta de cima para baixo em um mesmo grupo da tabela peridica.

  • Elemento Z Eltrons Internos Eltrons de Valncia

    Na 11 10 1

    Cl 17 10 7

    O raio atmico dos elementos diminui em um mesmo perodo da tabela peridica medida que aumenta o nmero atmico.

  • Quanto mais efetiva for a blindagem, menor ser Zef e, conseqentemente, maior ser o raio atmico.

  • Tipos de Raio Atmico:

    Raio metlico: metade da distncia determinada entre os centros dos tomos vizinhos em um slido.

  • Tipos de Raio Atmico:

    Raio covalente (de um elemento no metlico): metade da distncia internuclear entre tomos vizinhos do mesmo elemento em uma molcula

  • Tipos de Raio Atmico:

    Raio inico: distncia entre os centros de ctions e nions vizinhos.

  • Contrao Lantandica

    Reduo do raio abaixo do esperado

    Ex. Molibidnio (Z = 42) r = 140 pm

    Tungstnio (Z = 74) r = 141 pm

    4 f pequena capacidade de blindagem e- de valncia experimentam uma atrao nuclear maior

    do que esperado tomo mais compacto

  • Raios Inicos

    nions maiores que os tomos originais

    Ctions menores que os tomos originais

    Repulso e- e- X Zef

  • Energia de Ionizao (EI): energia para

    remover um eltron de um tomo gasoso

    isolado em seu estado fundamental

    M(g) + EI1 M+

    (g) + 1e-

    Quanto mais energtico for o eltron, menor

    ser a energia necessria para arranc-lo do

    tomo.

  • Variaes das primeiras energias de alguns elementos da

    tabela peridica:

    H

    (13,6)

    Li

    (5,39)

    Be

    (9,32)

    B

    (8,30)

    C

    (11,26)

    N

    (14,53)

    O

    (13,63)

    F

    (17,42)

    Ne

    (21,56)

    Na

    (5,14)

    Para um mesmo grupo na tabela peridica, a EI diminui de

    cima para baixo.

    Para um mesmo perodo na tabela peridica, a EI aumenta

    da esquerda para direita.

  • Anomalias na primeira Energia de Ionizao

    (EI) podem ser observadas na tabela peridica.

    Exemplo 1:

    Be ([He]2s2; EI = 9,32) e B ([He]2s22p1; EI = 8,30).

    O ltimo eltron do Be encontra-se no subnvel 2s e no B o eltron mais energtico est no subnvel 2p.

    Embora o raio do B seja menor que o do Be haver uma compensao energtica, pois o subnvel p

    mais energtico que o subnvel s.

  • Exemplo 2:

    N ([He]2s22p3; EI = 14,53).

    O ([He]2s22p4; EI = 13,63).

    Embora o O apresente um raio menor que o N, sua EI tambm menor.

    A anomalia se deve simetria da distribuio eletrnica dos orbitais do N neutro e do O+. Em

    ambos casos os tomos apresentam 3 eltrons no

    subnvel 2p (um em cada px, py e pz).

  • Primeira, segunda e terceira energias de ionizao de

    alguns elementos da tabela peridica:

    Espcie Configurao Eletrnica Energia de Ionizao

    (kJ/mol)

    Li

    Li+

    Li2+

    1s22s1

    1s2

    1s1

    520

    7300

    11816

    Na

    Na+

    Na2+

    1s22s22p63s1

    1s22s22p6

    1s22s22p5

    496

    4563

    6913

    Be

    Be+

    Be2+

    1s22s2

    1s22s1

    1s2

    899

    1757

    14850

    Mg

    Mg+

    Mg2+

    1s22s22p63s2

    1s22s22p63s1

    1s22s22p6

    738

    1451

    7734

  • Afinidade Eletrnica (AE): quantidade de energia liberada quando um tomo gasoso isolado recebe

    um eltron:

    A(g) + 1e- A-(g) + AE

    Alguns elementos liberam energia quando capturam eltrons (processo exotrmico), mas a maioria necessita

    absorver energia (processo endotrmico).

    Em um mesmo perodo da tabela peridica a AE aumenta da

    esquerda para direita.

    Em um mesmo grupo da tabela peridica a AE diminui de cima

    para baixo.

  • Em um mesmo perodo da tabela peridica a AE aumenta da

    esquerda para direita.

    Em um mesmo grupo da tabela peridica a AE diminui de cima

    para baixo.

    Elemento AE (kJ/mol)

    H AE1 -72,7

    O* AE1 AE2

    -141,0

    +780

    F* AE1 -327,9

    S* AE1 AE2

    -200,4

    +590

    Cl* AE1 -348,8

    Br AE1 -324,6

    * Anomalia: A energia gasta para compensar a repulso e-e-

    mascara o valor terico esperado para as afinidades eletrnicas

  • Eletronegatividade (c): medida emprica da tendncia de um tomo em atrair eltrons numa ligao qumica (quando faz parte de um composto)

    Linus Pauling observou que havia uma estabilizao termodinmica adicional para molculas heteronucleares em relao as homonucleares. Ex.: Cl-Cl (DHligao = 242 kJ/mol). F-F (DHligao = 153 kJ/mol). Cl-F (DHligao = 255 kJ/mol).

    198 kJ/mol

    Estabilidade adicional

    de 57 kJ/mol

  • A ligao Cl-F apresenta uma estabilidade

    adicional devido ao carter inico da

    ligao qumica, i.e., um dos elementos

    mais eletronegativo que o outro.

    Pauling inventou uma escala para todos os

    elementos qumicos baseando-se em seus

    dados termodinmicos.

    Eletronegatividade (c)

  • Pauling atribuiu uma valor arbitrrio de

    eletronegatividade para um determinado

    elemento e a partir de dados termoqumicos

    elaborou valores para todos os elementos.

    Embora existam outras definies de

    eletronegatividade, a definio de Pauling

    a mais utilizada.

    A eletronegatividade decresce de cima para

    baixo em um grupo e aumenta da esquerda

    para a direita em um perodo.

    Eletronegatividade (c)

  • Eletronegatividade (c)

    Definio de eletronegatividade por Robert Mulliken baseada

    nas propriedades dos tomos individuais

    Energia de Ionizao x Afinidade eletrnica

    Eletronegativo Maior afinidade eletrnica

    Maior Energia de Ionizao

    Eletropositivo

    Baixa afinidade eletrnica

    Baixa Energia de Ionizao

  • Polarizao aplicao da eletronegatividade para estimar a direo da polaridade nas ligaes qumicas:

    C- H+ (2,6) (2,2)

    Si+ H- (1,9) (2,2)

    + menor densidade de carga. - maior densidade de carga.

    Eletronegatividade (c)

  • Polarizabilidade

    a capacidade de um tomo de ser distorcido por um campo

    eltrico

    tomo altamente polarizvel sua distribuio eletrnica pode

    ser distorcida facilmente

    * tomos e ons grandes e pesados so os mais polarizveis

    (orbitais de fronteira muito prximos)

    * tomos de ons leves e pequenos so menos polarizveis