Há muitas maneiras de pedir perdão. Há muitas maneiras de pedir perdão.
AULA 40 - Diocese de Campos · Deus ou em pedir a Deus bens conforme à sua vontade. Ela é sempre...
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AULA 40
A Oração56
O que é a oração?
A oração consiste em elevar a alma a
Deus ou em pedir a Deus bens conforme
à sua vontade. Ela é sempre um dom de
Deus que vem ao encontro do homem. A
oração cristã é relação pessoal e viva dos
filhos de Deus com o Pai infinitamente
bom, com o seu Filho Jesus Cristo e com
o Espírito Santo que habita no coração
daqueles.
2558 a 2758
Introdução
A oração é algo natural na vida de cada homem. A primeira
reação ao descobrir o Criador é chamá-Lo, comunicar com
Ele, tratá-Lo.
A oração é falar com Deus Nosso Senhor, a quem temos
de mostrar reverência e agradecimento, ao mesmo tempo
que lhe expomos as nossas necessidades.
Orar é uma obrigação para a criatura, ao mesmo tempo
que eleva a sua dignidade.
Ideias principais
O que é a oração e por que orar?
Orar é falar com Deus.Cf. Antigo Catecismo
Orar é a elevação da alma para Deus.São João Damasceno
Tratar da amizade com Deus, estando muitasvezes tratando a sós com quem sabemos quenos ama.
Santa Teresa de Jesus
Um diálogo com Deus, um diálogo de confiançae de amor.
João Paulo II
Talvez não nos tenhamos apercebido suficientemente do
grande privilégio que é o podermos falar com Deus na oração.
É duro imaginar como teria sido a nossa vida se Deus tivesse
optado por agasalhar-se sob o manto da sua majestade,
deixando que os homens se arranjassem como pudessem.
Se não houvesse comunicação possível entre Deus e nós,
seríamos como barcos sem leme nem rádio, à deriva no meio
do oceano, sem direção, nem guia, nem esperança.
A oração define-se como a elevação da mente e do
coração a Deus. Elevamos a nossa mente a Deus
quando concentramos nEle a nossa atenção, como
quando nos dirigimos a uma pessoa a quem temos
uma importante mensagem a comunicar e estamos
verdadeiramente empenhados em conseguí-lo; como
quando concentramos a nossa atenção em quem tem
algo de importante a dizer-nos e não queremos
perde-lo. Elevamos o nosso coração a Deus quando
deixamos que a nossa vontade seja arrebatada por
um ato de amor.
A oração é a elevação da alma para Deus ou o pedido
feito a Deus de bens que nos são convenientes. De onde é
que falamos ao orar? Das alturas do nosso orgulho e da
nossa vontade própria, ou das profundezas dum coração
humilde e contrito? Aquele que se humilha é que é elevado.
A humildade é a base da oração. Não sabemos o que pedir
nas nossas orações. A humildade é a disposição necessária
para receber gratuitamente o dom da oração. O homem é
um mendigo de Deus.
A necessidade de orar ( e sem oração não há salvação)
está enraizada na própria natureza do homem, que é
criatura de Deus e beneficiário das suas mercês. Foi Deus
quem nos fez, no corpo e na alma. Somos seus cem por
cento. Todo o bem que temos vem-nos de Deus;
dependemos dEle até para o ar que respiramos. Por esta
relação que temos com Deus, devemos-lhe a obrigação
de orar. A oração é um ato de justiça, não um voluntário
ato de piedade; é um dever que temos de cumprir, não um
gesto amável que, graciosamente, nos designamos fazer.
Em primeiro lugar, devemos reconhecer a infinita
majestade de Deus, o seu supremo poder como Amo e
Senhor de toda a Criação: este é o primeiro e principal fim
da oração. Oferecer a Deus uma adoração digna dEle era
a primeira das intenções de Jesus ao entregar-se na cruz,
e também a primeira intenção na oração que Ele compôs
e nos deu: “Santificado seja o Vosso Nome”. Também
deve ser a primeira de nossas intenções ao orar.
Devemos, além disso, reconhecer a infinita bondade de Deus e
agradecer-lhe os inumeráveis favores e benefícios que nos concedeu.
Por cada graça que recebemos da mão de Deus na nossa vida, há dez
mil mais que só conheceremos na eternidade, quando se desdobrar
ante os nossos olhos o plano completo de Deus para nós. Somos como
crianças pequenas que se dão conta do amor de sua mãe quando esta
lhes sacia a fome e lhes cura as feridas; e reconhecem o amor do pai
quando este lhes dá presentes e brinca com elas; mas não têm a menor
consciência das precauções e cuidados, das previsões e planos, das
preocupações e sacrifícios que se derramaram sobre esses seres
pequenos e despreocupados. Assim devemos a Deus mais gratidão
pelos dons que não conhecemos do que por aqueles que conhecemos.
E este é o segundo fim da oração: agradecer a Deus os seus
benefícios, mesmo desconhecidos.
Como pertencemos a Deus até a última fração do último
milímetro do nosso ser, devemos-lhe uma lealdade
absoluta. Somos obra das suas mãos, muito mais do que
um relógio é obra do relojoeiro que o construiu. Não há
nada que Ele não tenha direito de pedir-nos. Se optarmos
por desobedecer-lhe, a malícia do nosso ato será muito
superior à do filho desnaturado que levanta a mão para
ferir a mãe mais amorosa e sacrificada. Se os anjos
tivessem corpo, tremeriam ante o abismo de ingratidão que
um pecado representa. Daí o terceiro dos fins da oração:
pedir perdão pelas nossas rebeliões e reparar a pena que
tenhamos merecido.
Em último lugar – e muito em último lugar – o fim da oração é pedir as
graças e os favores de que necessitamos para nós ou para os outros. Se
ignoramos os demais fins da oração e a encaramos simplesmente como
um meio de forçar Deus a dar-nos o que queremos, a nossa oração
dificilmente será oração: não devemos surpreender-nos se retorna à terra
como o foguete que falha no seu lançamento e cai sem ter alcançado o
objetivo. É melhor, sem dúvida, fazer oração de petição do que não orar
nunca. Há nesta oração um mínimo de adoração porque, ao fazermos
um pedido, reconhecemos que as mercês nos vêm de Deus. Contudo, se
todas as nossas orações fossem do tipo “dá-me, Senhor”, estaríamos
falhando lamentavelmente em dar a Deus o que lhe é devido.
Quando elevamos o nosso coração a Deus, suplicando-lhe que
atenda às nossas necessidades, é evidente que não lhe contamos nada
que Ele já não saiba. Deus sabe o que nos faz falta muito melhor que
nós mesmos: conhece as nossas necessidades desde toda a
eternidade. Uma oração de petição por nós concentra-nos a atenção na
nossa indigência e mantém viva a consciência da bondade de Deus; na
oração pelos outros, dá-se-nos a oportunidade de realizarmos atos de
caridade sem fim. É por estes motivos que Deus quer que façamos
oração de petição, e não para que com ela tratemos de refrescar-lhe a
memória: Ele sabe muito bem de que coisas necessitamos, mas quer
que nós também o saibamos e que estejamos tão empenhados nelas
que as peçamos.
Adoração, agradecimento, reparação, petição: são estes os quatro
fins da oração.
É preciso considerar que, quando rezamos à Santíssima
Virgem ou aos santos, estamos adorando a Deus. Honramo-lo
quando honramos a sua Mãe e os seus amigos mais queridos.
Louvamo-lo quando reverenciamos essas obras-primas da graça
divina. Comprazemo-lo quando pedimos o auxílio desses
membros do Corpo Místico de Cristo, agora triunfante no céu. É
vontade de Deus que reconheçamos a nossa unidade em Cristo,
nossa Cabeça, a interdependência de uns para com os outros
na terra, e a nossa dependência da Mãe e dos irmãos do céu.
Maria é a orante perfeita, figura da Igreja. Quando
Lhe oramos, aderimos com Ela ao desígnio do Pai,
que envia o seu Filho para salvar todos os homens.
Como o discípulo amado, nós acolhemos em nossa
casa a Mãe de Jesus tornada Mãe de todos os
viventes. Podemos orar com Ela e orar-Lhe a Ela. A
oração da Igreja é como que sustentada pela
oração de Maria. Ela está-lhe unida na esperança.
Não somos anjos. Somos criaturas compostas
de uma alma espiritual e de um corpo físico. É o
homem completo – alma e corpo – quem deve
adorar a Deus. Como era, pois, de esperar, a
forma mais elementar de oração é a que
chamamos oração vocal, na qual a mente, o
coração e as cordas vocais se unem para oferecer
a Deus a adoração, a gratidão, a dor e a súplica
que lhe são devidas.
A oração vocal não deve ser necessariamente uma oração
audível. Podemos – e assim o fazemos frequentemente –
orar em silêncio, mexendo somente “os lábios da mente”.
Mas se, para rezar, usamos palavras, ainda que as digamos
silenciosamente, essa oração é oração vocal. As vezes, os
gestos assumem o lugar das palavras na oração. Ajoelhar
reverentemente diante de Jesus no Santíssimo Sacramento,
por exemplo, ou persignar-se sem pronunciar palavra
alguma, ou fazer uma inclinação respeitosa ao ouvir o nome
de Deus, são formas corporais de oração, e entram na
classificação de oração vocal, mesmo que não se omitam
sons.
Mas a oração vocal deve ser necessariamente audível quando for um
grupo que reza. Deus não fez dos homens seres solitários, destinados a
viver separados uns dos outros. Fez-nos entes sociais, membros de
grupos, dependentes uns dos outros, primeiro do grupo da família e,
depois, do grupo maior composto por muitas famílias: a comunidade.
A oração em grupo ou em comum é especialmente grata a Deus. Já
desde a origem do homem, a oração em comum exprimiu a nossa unidade
em Deus, os laços de caridade fraterna que deveriam unir todos os
homens de boa vontade. Para nós, católicos, representa além disso a
nossa unidade no Corpo Místico de Cristo. É esta unidade que dá à
oração de um grupo muito mais força que a mera soma das orações dos
indivíduos que o compõe. Neste sentido, a oração em comum é a oração
de Cristo de um modo especial, porque “onde se acham dois ou três
reunidos em meu nome, aí estou Eu no meio deles. É o que faz com que
as orações de uma família que reza unida ou de um grupo que reza junto
sejam tão eficazes e tão gratos a Deus.
Muitas orações como o terço ou as novenas recitadas em comum são
orações de um grupo não oficial e, por isso, são chamadas orações
privadas. Mas quando o Corpo Místico de Cristo, a sua Igreja, ora
oficialmente em seu nome, temos a chamada oração litúrgica ou pública.
A Santa Missa é oração litúrgica. A Liturgia das Horas é oração litúrgica.
Os sacramentos, consagrações e bênçãos oficiais concedidas pela Igreja
são oração litúrgica. A oração litúrgica é sempre oração pública, mesmo
que seja recitada por uma só pessoa – como, por exemplo, quando um
sacerdote reza a Liturgia das Horas – porque, na oração litúrgica, é toda
a Igreja que ora. É Cristo no seu Corpo Místico (o que nos inclui a você e
a mim) quem ora, ainda que o faça através de um único indivíduo,
designado seu representante.
Além da oração vocal, há outra forma de oração a que
chamamos oração mental. A forma de oração mental mais
comum é a chamada meditação. Na oração mental, como o
próprio nome indica, são a mente e o coração que fazem
todo o trabalho, sem que intervenham os órgãos da palavra
ou as próprias palavras. Não é o mesmo que oração
silenciosa, na qual as palavras têm ainda a sua função.
Poderíamos dizer que a essência da oração mental está em
deixarmos que Deus nos fale, em vez de lhe estarmos nós
falando o tempo todo, como na oração vocal.
Na forma de oração mental denominada meditação, o que fazemos,
simplesmente, é meditar (isto é, “ruminar”), falando com Deus sobre uma
verdade de fé ou um episódio da vida do Senhor ou dos seus santos. E
fazemo-lo não para aumentar os nossos conhecimentos, o que seria
estudo, mas para aumentar a nossa fé, a nossa esperança e o nosso
amor, tratando de aplicar a nós, de um modo prático, a verdade ou o
episódio que consideramos. O Evangelho é a ajuda ideal para a nossa
meditação, ainda que quase todos os bons livros de espiritualidade
possam proporcionar-nos um bom trampolim para alcança-la. Todos
praticamos a oração mental em algum grau, quando meditamos os
mistérios do Rosário ou os sofrimentos do Senhor ao fazermos a Via-
Sacra. Mas, para crescermos realmente em santidade e obtermos luzes
divinas em todas as nossas necessidades, teríamos que dedicar todos
os dias um tempo fixo à oração mental; talvez quinze ou vinte minutos
no recolhimento da nossa casa ou diante de Jesus no sacrário.
Além da meditação, há uma forma mais elevada de
oração mental: a oração de contemplação, em que a mente
cessa a sua atividade e simplesmente, por um ato de amor,
“vê” a Deus, na sua infinita amabilidade e deixa que seja Ele
a fazer na alma o que quiser fazer. Se você pensa que este
tipo de oração está fora do seu alcance, basta que se lembre
daquela vez em que se ajoelhou numa Igreja sem fazer outra
coisa senão olhar para o sacrário, com a mente em quietude.
Sem palavras nem esforços para ordenar os pensamentos,
você sentiu uma grande sensação de paz, de alegria, e uma
nova fortaleza: fez uma oração contemplativa.
A contemplação é o olhar de fé, fixado em Jesus. “Eu olho
para Ele e Ele olha para mim.” – dizia ao santo Cura d’Ars o
camponês em oração diante do sacrário. Esta atenção a Ele
é a renúncia ao eu. O seu olhar purifica o coração. A luz do
olhar de Jesus ilumina os olhos do nosso coração; ensina-
nos a ver tudo à luz da sua verdade e da sua compaixão
para com todos os homens. A contemplação pões também o
seu olhar sobre os místicos da vida de Cristo. E assim
aprende o conhecimento íntimo do Senhor para mais O amar
e mais perto O seguir.
Propósitos de vida cristã
Um propósito para avançar
Tenha esperança de melhorar a
tua vida de oração.
Reserve uns minutos ao dia para
falar com Deus, particularmente
ao levantar-se a ao deitar-se.
www.conhecendominhafe.blogspot.com.br
AULA 41
Aprender a fazer oração
57
MILLET, Jean-François
(1814-1875)
O angelus
1857-1859
Colecção privada
Compêndio do Catecismo
557. Qual a importância da Tradição
em relação à oração?
2650-2651
Na Igreja, é através duma Tradição
viva que o Espírito Santo ensina os
filhos de Deus a orar. A oração não se
reduz, com efeito, ao brotar
espontâneo dum impulso interior, mas
implica contemplação, estudo e
compreensão das realidades
espirituais que se experimentam.2650 a 2696
Introdução
Como os Apóstolos, muitas vezes sentimos vontade de dizer:
“Senhor, ensina-nos a orar”
O cristão aprende, normalmente, a rezar em família, Igreja doméstica.
O que se vive em família, vive-se particularmente na Igreja, comunidade de oração. Se vivemos como bons filhos, esta boa mãe, que é a Igreja, ensinar-nos-á a fazer oração e a viver como almas de oração.
ROBUSTI TINTORETTO, Jacopo
A Trindade
Galeria Sabauda
Turim, Itália
Ideias principais
1. Principais fontes da oração
A fonte principal da oração é
a Palavra de Deus. Na
Sagrada Escritura é Deus
quem nos fala e nos ensina a
orar.
Também a Liturgia da Igreja
que anuncia, actualiza e
comunica o mistério da
salvação.
As virtudes teologais referem-
-se directamente a Deus e
comunicam-nos com Ele num
trato de oração continuada.
Os acontecimentos de cada
dia.
ANGUISCIOLA, Sofonisba
Retrato da irmã do artista com hábito de monja
(detalhe do seu livro de orações)
Southampton City Art Gallery, Hampshire, UK
2. A quem se dirige a oração
A oração litúrgica da Igreja
dirige-se normalmente a Deus
Pai, por mediação de Jesus
Cristo, o Filho, na unidade do
Espírito Santo.
A oração da Igreja é o padrão
da oração pessoal, para que
reflicta por essa via verdadeira
da comunicação com Deus uno
e trino.
Pela nossa condição humana,
para chegar a Deus mais
facilmente, interpomos os anjos
e os santos, e, de modo
singular, a Mãe de Deus com
São José.
ROBUSTI TINTORETTO, Jacopo
A Trindade
Galeria Sabauda
Turim, Itália
3. Rezar em comunhão com a Santa Mãe de Deus
A Virgem actua levando-nos a
Jesus, desde o episódio de
Caná:
“Fazei o que Ele vos disser”
Maria é, pelo seu exemplo e
actuação, caminho seguro de
oração. O magnificat é um
modelo de oração de
agradecimento e louvor.
Além de rezar com Maria
recorremos a Ela para lhe
confiar as nossas súplicas,
podendo orar com Maria e a
Maria.DÜRER, Albrecht
A Virgem Maria em oração
1518
Museu Staatliche, Berlim
4. A Ave Maria, a melhor oração à Virgem
Por ser Mãe de Deus e Mãe nossa, a Virgem intercede continuamente perante o seu Filho, Jesus Cristo, por cada um de nós.
A melhor forma de recorrer a Ela é rezando a Ave Maria, que recorda a saudação do Arcanjo, ao lhe anunciar o mistério da Encarnação, juntamente com o louvor de Isabel:
“Ave Maria, cheia de graça, o
Senhor é convosco, bendita
sois Vós entre as mulheres e
bendito é o fruto do vosso
ventre, Jesus “.
“Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós pecadores, agora
e na hora da nossa morte.
Amen".
RUBENS, Peter Paul
Anunciação
1609
Museu Kunsthistorisches, Viena, Áustria
5. A escola da piedade
A família cristã é a escola
natural para educar os filhos
na oração.
A piedade vê-se favorecida
e completada pela
pedagogia do sacerdote, das
religiosas, na catequese, em
grupos de oração e na
direcção espiritual.
CHARDIN, Jean-Baptiste-Siméon
A oração antes de comer
1744
The Hermitage, São Petersburgo
6. Onde fazer oração
Podemos falar com Deus
sempre e em todo o lugar,
porque tudo vê, tudo ouve e
está em toda a parte.
O lugar mais apropriado para
orar é o templo, onde está
presente de maneira singular.
Ali se celebra a Santa Missa, a
oração mais sublime e eficaz
por ser a oração de Cristo e da
Igreja inteira unida a Ele.
BACON, Henry
Orações de Natal
1872
Colecção privada
Propósitos de vida cristã
Um propósito para avançar
Medita a Ave Maria para
compreenderes melhor o que
rezas.
Vive bem os detalhes de
carinho e de respeito, quando
estiveres na igreja: uso da
água benta, genuflexão diante
do sacrário, inclinação da
cabeça diante do Crucifixo ou
imagem da Virgem, etc.
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AULA 42
A vida de oração58MELCHIOR DOZE, Jean-Marie
Jesus curando o leproso
1864
Museu das Belas Artes
Nimes, França
Compêndio do Catecismo
567. Quais os momentos mais
indicados para a oração?
2697-2698
2720
Todos os momentos são indicados
para a oração, mas a Igreja propõe
aos fiéis ritmos destinados a alimentar
a oração contínua: orações da manhã
e da noite, antes e depois das
refeições, liturgia das Horas; Eucaristia
dominical; Santo Rosário; festas do
ano litúrgico.
2697 a 2758
IntroduçãoSão João Baptista Maria Vianney, cura
de Ars em França, refere um caso de
oração bem singular:
Havia no povoado um lavrador que fazia
a visita à igreja, quando ia e regressava
do trabalho; deixava a enxada e a trouxa
à porta, entrava, e permanecia de
joelhos um bom bocado, diante do
Sacrário. O Santo tinha-o observado, e
chamava-lhe a atenção pois não movia
os lábios, ainda que não afastasse os
olhos do Sacrário.
Um dia, perguntou-lhe:
- João, que dizes ao Senhor?
E João respondeu:
- Não lhe digo nada. Eu olho-O e
Ele olha para mim.
Esplêndido conto para entender o fácil
que é tratar com o Senhor!
GREUZE, Jean Baptiste
Oração da manhã
Museu Cognacq-Jay, Paris
França
Ideias principais
1. Jesus convida a orar continuamente
O homem é uma criatura
privilegiada, mas com
necessidades constantes;
depende de Deus, que é quem
pode resolver as necessidades.
Jesus recorria continuamente ao
seu Pai. São Lucas recorda
como um dia "disse-lhes
também uma parábola para
mostrar que importa orar
sempre e não cessar de o fazer"
(Lc 18, 1).
Com o exemplo o Senhor quer
que compreendamos a
necessidade da oração.
BRUEGHEL, Jan the elder (1568-1625)
Cristo pregando no porto
Colecção privada
2. Os momentos da oração
Deus não faz esperar; melhor,
é Ele quem espera.
Podemos orar sempre, mas é
bom ter momentos determinados
para o fazer:
ao levantar-se e ao deitar-se
visitando o Santíssimo, pela
tarde
depois de comungar
ao começar um trabalho...
Não devemos esquecer que a
Santa Missa é o momento mais
sublime para louvar, dar graças e
pedir pelas nossas necessidades
ELMORE, Alfred W.
Súplica
c.1850
Harris Museum and Art Gallery
Preston, Lancashire, UK
3. Modos de orar
Há infinitos modos de orar,
porque Deus guia cada um
pelo seu caminho. A tradição
cristã assinala como
principais formas de orar:
A oração vocal. É a que se
realiza também com palavras,
como ao rezar o Pai Nosso ou
a Ave Maria.
A oração mental. Qualificamo-la
assim, porque todo o trato com
Deus descansa na actuação da
mente, e não nas palavras;
intervém o pensamento, a
imaginação, a emoção...
VON UHDE, Fritz
Cristo com os camponeses
c.1887-88
Museu d'Orsay, Paris, França
4. Qualidades da oração
A oração bem feita terá de ser:
Piedosa. Temos de recorrer à
oração como filhos, porque o
somos.
Humilde. Necessitamos sempre
de Deus, e somos pecadores.
Confiada. Ele ama-nos como Pai,
confiamos n’ Ele e estamos
certos de que nos dará o melhor.
Perseverante. Pedir sem
cansaço nem desânimo.
Pode acontecer que rezemos mal,
ou nos portemos mal ou peçamos
coisas não convenientes.
DEAN, Graham
Oração
1981
Colecção privada
5. Valor da oração
À medida que nos vamos
habituando à oração, unimo-
-nos mais a Deus e
compreendemos melhor os
seus planos.
Da oração saímos
fortalecidos para lutar contra
o mal e fazer o bem; para
enfrentarmos as dificuldades
da vida com serenidade e
alegria.
GRANET, Francois-Marius
Coro dos monjes capuchinhos, Roma
Leeds Museums and Galleries
(City Art Gallery) U.K.
Propósitos de vida cristã
Um propósito para avançar
Recorre a Deus a todo o
momento: nas alegrias e
tristezas, na necessidade e na
abundância.
Dedica uns minutos ao dia
para fazer oração mental.
Procura rezar com piedade e
confiança as tuas orações
vocais.
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AULA 43
A oração do Senhor: “Pai Nosso"
59
GRECO, El
A agonia no horto
c. 1590
Toledo Museum of Art, Toledo, Ohio
Compêndio do Catecismo
578. Qual é a origem da oração
do Pai Nosso?
2759-2760 2773
Jesus ensinou-nos esta oração
cristã insubstituível, o Pai Nosso,
um dia quando um dos discípulos,
vendo-O rezar, lhe pediu: «Ensina-
-nos a rezar» (Lc 11, 1). A tradição
litúrgica da Igreja usou sempre o
texto de S. Mateus (6, 9-13).2759 a 2865
Introdução
Depois de Jesus ter orado a
Seu Pai celestial, um dos
discípulos aproximou-se e
disse-Lhe:
"Senhor, ensina-nos a orar,
como também João ensinou
aos seus discípulos" (Lc 11,1)
Então ensinou-lhes o Pai
Nosso (Cf. Mt 6, 9-13).
O Pai Nosso há-de ser a
nossa oração predilecta, visto
que nos foi ensinada pelo
próprio Deus.
BELLINI, Giovanni
Agonia no horto (detalhe)
c. 1459
National Gallery, Londres
Ideias principais
1. O Pai Nosso, principal oração cristã
A oração fundamental do
cristão é o Pai Nosso, que
os Apóstolos aprenderam da
boca de Jesus. Por isso, é
conhecida também como
"oração dominical", porque
vem do Senhor.
Trata-se da oração mais
perfeita de todas, sendo a
oração por excelência da
Igreja.
GOODALL, Frederick (1822-1904)
Ele já sabia que tinha Deus como Pai
Colecção privada
2. Jesus Cristo ensinou-nos o Pai Nosso
O próprio Jesus Cristo
nos ensinou as palavras
com que nos devemos
dirigir ao nosso Pai do
Céu. É, sem dúvida, a
oração que mais agrada
a Deus.
Devemos rezá-lo com
atenção e devoção,
dando-nos conta do que
dizemos e permitindo que
o coração se identifique
com as petições que
pronunciamos com a
boca.
RODRIGUEZ DE SILVA Y VELASQUEZ, Diego
A ceia de Emaús
1620
Museu de Arte Metropolitano
Nova Iorque, USA
3. Conteúdo do Pai NossoO Pai Nosso consta de uma invocação
inicial e de sete petições:
Invocação inicial: Pai Nosso, que
estás nos Céus.
1.ª petição: Santificado seja o vosso
nome.
2.ª petição: Venha a nós o vosso reino.
3.ª petição: Seja feita a vossa vontade
assim na terra como no Céu.
4.ª petição: O pão nosso de cada dia
nos dai hoje.
5.ª petição: Perdoai-nos as nossas
ofensas, assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido.
6.ª petição: E não nos deixeis cair em
tentação.
7.ª petição: Mas livrai-nos do mal.
Para confirmar as petições dizemos: Amen.
WEST COPE, Charles
Florence Cope dando graças na ceia
Colecção privada
4. Rezar com devoção o Pai Nosso
Sendo o Pai Nosso uma
oração tão bela e que
tanto agrada a Deus,
devemos procurar rezá-lo
com especial atenção.
Não podemos fazê-lo
maquinalmente repetindo
as palavras só com a
boca, mas pondo a
inteligência e o coração,
quer dizer, com atenção e
devoção.
WOOD, Christopher
Mulher bretã em oração
Southampton City Art Gallery
Hampshire, UK
Propósitos de vida cristã
Um propósito para avançar
Repassa, para os saberes
muito bem, o Pai Nosso e a
Ave Maria.
Põe atenção e devoção na
oração vocal, especialmente ao
rezar o Pai Nosso e a Ave
Maria.
Medita algumas vezes o Pai
Nosso e a Ave Maria para
compreender melhor o que
rezas.
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AULA 44
A devoção à
Santíssima Virgem
60
CAVALLINO, Bernardo
A Santíssima Virgem
1650
Pinacoteca de Brera, Milão
Compêndio do Catecismo
196. Em que sentido a Bem-aventurada
Virgem Maria é Mãe da Igreja?
963 – 966
973
A Bem-aventurada Virgem Maria é Mãe da
Igreja na ordem da graça porque deu à luz
Jesus, o Filho de Deus, Cabeça do corpo
que é a Igreja. Jesus ao morrer na cruz,
indicou-a como mãe ao discípulo com estas
palavras: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 27). 2759 a 2865
Introdução
O facto mais importante da
história, é a Encarnação do
Filho de Deus nas puríssimas
entranhas da Virgem Maria.
A Virgem é Mãe de Deus, mas
também é Mãe de todos os
homens, especialmente dos
cristãos. No Calvário Jesus no-
-la entregou como Mãe,
momentos antes de morrer:
"Mulher, eis aí o teu filho; ...
Eis a tua Mãe" (Jo 19, 26-27).
GRECO, El
Pietà
c. 1575
A Sociedade Hispânica da América, Nova Iorque
Ideias principais
1. A Virgem é nossa Mãe
A Santíssima Virgem
ocupa o primeiro lugar
entre todos os anjos e
santos do céu, porque é a
Mãe de Jesus, nosso
Redentor.
Quando estava a morrer
por nós na cruz, no-la deu
como mãe na pessoa de
João: "Eis a tua Mãe".
Assumpta em corpo e
alma para o Céu, de lá
intercede como boa mãe
por todos nós.
ALTDORFER, Albrecht
Cristo na cruz entre Maria e São João
c. 1512
Staatliche Museen, Kassel
2. Os cristãos veneram a Maria de modo muito especial
Do mesmo modo que João
cuidou da Virgem depois da
ascensão de Jesus ao Céu,
também nós devemos amá-la
e venerá-la como bons filhos.
Devemos conhecer e praticar
maneiras de honrar a Virgem,
se queremos manifestar o
nosso amor à Mãe do Céu.
GRECO, El
A coroação da Virgem
1591
Museu de Santa Cruz, Toledo
3. Devoções marianas
Rezar à Virgem ao levantar-se
e ao deitar-se.
Venerar as suas imagens.
O "Angelus" ou Regina Caeli.
O Santo Rosário.
O mês de Maio.
O escapulário do Carmo.
O sábado, dedicado à Virgem.
As visitas a um santuário
mariano.
As festas da Virgem.
MURILLO, Bartolomé Esteban
A Virgem e o Menino com um rosário
1650-55
Museu do Prado, Madrid
4. Aumentar sempre o amor à Virgem
A vida do cristão é um caminhar
para Deus: d’ Ele vimos e para
Ele vamos. A Virgem acompanha-
-nos, protege-nos e ajuda-nos.
Devemos aumentar o nosso amor
a Ela, tratando-a com especial
carinho, vivendo as devoções que
temos assinalado.
O nosso amor à Virgem deve ser
grande, constante e sempre
crescente.
POUSSIN, Nicolas
A Assunção da Virgem
1649-50
Louvre, Paris
França
Propósitos de
vida cristã
Um propósito para avançar
Concretiza alguma devoção
mariana das que temos
recordado e vive-a com
carinho e perseverança.
Repassa as orações
dirigidas à Santíssima
Virgem.
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