Aula Comprimidos
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08/05/2012
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ASPECTOS GERAIS DA PRODUÇÃO DE COMPRIMIDOS
Tecnologia Farmacêutica e de Cosméticos
Prof. Ms. Marcelo Dutra Duque
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Introdução
Formas farmacêuticas sólidas:
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PÓS
GRANULADOS
CÁPSULAS
COMPRIMIDOS
…
“Preparações farmacêuticas de consistência sólida, forma variada, geralmente cilíndrica ou lenticular, obtidas agregando, por meio de pressão, várias substâncias medicamentosas secas e podendo ou não encontrar-se envolvidos por revestimentos especiais”
Razões para grande aceitação dos comprimidos:� Administração por via oral
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� Mais estáveis (FFL)
� Processos de obtenção: doses precisas
� Fácil manuseio
� Obtenção da liberação desejada
� Obtenção em larga escala por processos robustos
� Praticamente sem odor/sabor
� Formados anatômicos (deglutição)
� Regularidade de peso e forma
Tipos de comprimidos (modo de usar):
� Deglutição simples
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� Deglutição após dissoluçãoEFERVESCENTES
COMP. SOLÚVEIS
� Mastigáveis
� Dissolução bucal lenta (pastilhas)
� Sublinguais
� Comprimidos vaginais
� Comprimidos orodispersíveis
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Tipos de comprimidos (liberação do fármaco)
� Liberação convencional (imediata);
� Liberação modificada:
�Liberação prolongada (extended release)
� Liberação retardada (retard)
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convencional
modificada
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retardada
modificada
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Principais tipos de excipientes:
DILUENTES:
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� Materiais de enchimento
� Obter comprimidos com dimensões aceitáveis (produção – equipamentos utilizados)
� Quantidade de fármaco é pequena (manuseio)
� Baixa [ fármaco ]: necessário adicionar diluentes –perfazer o peso desejado
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CARACTERÍSTICAS QUE DEVE APRESENTAR:
� Quimicamente inerte
� Não devem ser higroscópicos
� Boas propriedades biofarmacêuticas
� Boas propriedades técnicas
� Sabor aceitável, baixo custo
LACTOSE, SACAROSE, GLICOSE, MANITOL, FOSFATO DE CÁLCIO (Emcompress ®), CELULOSE MICROCRISTALINA (Avicel ®, Microcel ®)
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ABSORVENTES:
� Substâncias que incorporam, quantidades variáveis de líquidos;
� Conseguem manter-se em um estado aparentemente seco;
� Absorvem a umidade que prejudicaria a formulação;
DIÓXIDO DE SILÍCIO COLOIDAL (Aerosil®), TALCO.
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DESINTEGRATES (DESAGREGANTES):
� Comprimido em contato com líquido: fragmentos menores
� Rápida desintegração do comprimido
� Importância: auxiliam deixando o fármaco em contato mais rápido com líquido, propiciando sua solubilização e, consequente, absorção
AMIDO (10%)
CELULOSE MICROCRISTALINA (< 10%)
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MAIS UTILIZADOS:
AMIDO GLICOLATO DE SÓDIO (Explosol®, Explotab®)
CROSCARMELOSE SÓDICA (Solutab®, Ac-Di-Sol®)
CROSPOVIDONA (Kollidon CL®, Polyplasdone XL®)
MECANISMOS DE DESINTEGRAÇÃO:
� Penetração de água (amido)
� Reagindo com água (carbonatos, bicarbonatos): liberação de O2 e CO2
� Dissolve e abre canalículos (lactose, glicose, NaCl)
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AGLUTINANTES:
Aglutinante + mistura de fármaco-excipientes
Aumenta a adesão entre as partículas dos pós
Melhora as características de compactação dos pósObtenção de comprimidos com resistência mecânica desejadaUtilizados em granulação via úmida
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AGLUTINANTES ÚMIDOS:
� Tradicionais: amido, sacarose e gelatina
� Atualmente: PVP e HPMC
AGLUTINANTES SECOS:
� Celulose microcristalina e povidona e derivados, amido.
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LUBRIFICANTES:
� formação e ejeção dos comprimidos com baixa fricção
� reduzem o atrito e aderência dos sólidos com a máquina de comprimir
� facilitam o deslizamento dos pós (granulado) do distribuidor para a matriz, reduzindo a adesão dos pós aos punções e matriz
� usados em baixa concentração (< 1%)
ESTEARATO DE MAGNÉSIO, ESTEARATO DE ZINCO, ÁCIDO ESTEÁRICO, CERA BRANCA, POLIETILENOGLICOL 4000
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DESLIZANTES:
� melhoria do fluxo de materiais particulados
� máquinas de alta velocidade e durante a compressão
direta.
� é adicionado também a granulados antes da
compressão final.
� tradicionalmente: talco farmacêutico de 1 a 2%;
� mais utilizado atualmente: dióxido de silício coloidal
(0,2 %) ou menos que 1%.
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MOLHANTES:� tensoativos que irão garantir o contato do fármaco
com a água (fluidos do TGI)
� fármacos insolúveis
� POLISSORBATO 80, LSS
� Mascarar ou dar novo sabor aos comprimidos, complementando o efeito dos edulcorantes.
� Podem ser usadas essências como as de laranja, limão, cereja etc.
FLAVORIZANTES:
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EDULCORANTES:
� Muito utilizados nos comprimidos que se desfazem na boca ou nos mastigáveis.
� Sacarose, sacarina sódica, etc, dão sabor adocicado à preparação.
CORANTES:
� Auxiliam na identificação dos comprimidos (diferentes doses) e a aderência à terapêutica. Geralmente é realizada durante o processo de revestimento.
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TAMPÕES:
� Geralmente utilizados para manter o pH estável de
forma a evitar a hidrólise do fármaco ou sua liberação
em meio ácido.
� Fosfatos alcalinos, carbonato de cálcio, citrato de
sódio;
� Conferem proteção contra a acidez gástrica.
TÉCNICAS DE OBTENÇÃO DE COMPRIMIDOSGRANULAÇÃO:
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Mistura de pós
Grânulos
tamanho constituição teor uniforme
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GRANULAÇÃO VIA ÚMIDA
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Mistura dos pós
aglutinante
Massa úmida
Pós (mesmo tamis)
tamis
Granulado úmido
Leito fluidizado
EstufaSecagem
Padronização do granulado (tamis)
GRANULAÇÃO VIA ÚMIDA
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Massa úmida (misturador planetário)
Granulação (granuladorrotatório)
SECAGEM DO GRANULADO EM ESTUFA
Fonte: AULTON, 2005.
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GRANULAÇÃO VIA ÚMIDA
DESVANTAGENS SECAGEM EM ESTUFA:
� demorada
� formação de agregados entre os grânulos
� migração do fármaco ou substâncias solúveis para a superfície dos grânulos
SECAGEM EM LEITO FLUIDIZADO:
� rapidez, mantém grânulos separados durante o processo, reduzindo a agregação e migração do soluto
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GRANULAÇÃO VIA ÚMIDA
� Mistura dos pós
� Adição de líquido
aglutinante
� Obtenção dos grânulos
� Secagem dos grânulos
Fonte: AULTON, 2005.
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GRANULAÇÃO VIA SECA
Pós GrânulosPressão (não usa líquidos)
Vantagens:
� não utiliza líquidos
� não utiliza aquecimento
COMPACTADORES DE ROLOS
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COMPRESSÃO DIRETA
� Mistura de pós é colocada diretamente na máquina de comprimir
� Método extremamente rápido
� Requer excipientes com boas propriedades de compressão e de fluxo
� Dispensa aquecimento e umidade
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FASES DA COMPRESSÃO
� Compressão dos materiais particulados
� Obtenção de forma sólida porosa e de determinada geometria
� Ocorre na matriz pela ação dos punções
� Redução do volume do material devido à compressão
Fonte: AULTON, 2005.
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Alimentação: movimentação do material contido no
alimentador para a mesa de compactação e matriz;
Compactação: punção superior movimenta-se para baixo e
penetra na matriz, sendo o material particulado compactado
até formar o comprimido. O punção inferior permanece
imóvel. Após atingir a força máxima de compressão, o
punção superior se afasta, ocorrendo a fase de
descompressão;
Ejeção do comprimido: o punção superior eleva-se e o
comprimido é removido da mesa por um sistema de
arrastamento.
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MÁQUINAS DE COMPRIMIR
Excêntricas ou alternativas
� baixo rendimento
� pesquisa ou desenvolvimento
Fonte: AULTON, 2005.
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Rotativas (estações múltiplas)
� alto rendimento
� alta velocidade
� automatizadas
Fonte: AULTON, 2005.
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Fonte: FETTE, 2008.
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� Enchimento da matriz: pelo distrubuidor (alimentador), sendo dependente do escoamento do granulado ou pó do distribuidor para a matriz;
� Compressão: compressão dos grânulos ou pós entre punções e matriz, que depende da força de compressão aplicada ao granulado.
� Expulsão do comprimido: envolvendo punção inferior e distribuidor.
ETAPAS DA COMPRESSÃO
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Vantagens da compressão direta:
� Reduz o tempo e custos, minimiza operações envolvidas no tratamento prévio da mistura dos materiais antes da compressão;
� Envolve somente duas operações unitárias sequenciais: a mistura de pós e a compressão;
� Geralmente é mais estável (não usa calor nem água);
� Dissolução do fármaco pode ocorrer de forma mais rápida em comprimidos obtidos por compressão direta;
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Desvantagens da compressão direta:
� fármaco e excipientes (boa fluidez)
� partículas relativamente grandes
� fármaco e excipientes (boa compactabilidade)
Referências Bibliográficas• AULTON, M. E. Delineamento de Formas Farmacêuticas.
Porto Alegre: Artmed, 2005.
• SHESKEY, P. J.; ROWE, R. C. Handbook of PharmaceuticalExcipients. London: Pharmaceutical Press, 5ª edição, 2006.
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