Aula de FT 02 - Dinâmica dos Fluidos.pdf
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Professor: Gleyzer Martins
Professor: Gleyzer Martins
DINÂMICA DOS FLUIDOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIAFaculdade de Ciências Integradas do Pontal
Curso de Engenharia de Produção
DISCIPLINA DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE
Professor: Gleyzer Martins
Dinâmica dos Fluidos
Na análise do movimento dos fluidos, podemos seguir um de dois caminhos:
�Procurar descrever os detalhes do escoamento em cada ponto (x, y, z)
do campo, representando a abordagem "diferencial"
�Trabalhar com uma região finita, fazendo um balanço dos escoamentos
que entram e saem, e determinando os seus efeitos globais, tais como a
força ou o torque sobre um corpo, ou a troca total de energia. Esse
segundo caminho representa o método do "volume de controle".
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Dinâmica dos Fluidos
Desenvolve-se primeiramente o conceito de volume de controle
determinando a taxa de variação de uma propriedade global do fluido,
aplicaremos esse conceito para equação da conservação da massa e o caso
especial de quantidade de movimento e energia, sem atrito e sem trabalho de
eixo: a equação de Bernoulli. A equação de Bernoulli é uma relação histórica
e fascinante, porém extremamente restritiva.
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Leis Físicas Básicas da Mecânica dos Fluidos
Os problemas de estática requerem apenas o conhecimento da
densidade do fluido e da posição da superfície livre, enquanto muitos
problemas de escoamento exigem a análise de um estado arbitrário do
movimento do fluido, definido pela geometria, pelas condições de contorno e
pelas leis da mecânica.
A análise de volume de controle é “mais igual”, constituindo uma
ferramenta singularmente valiosa do engenheiro para a análise de
escoamentos. Ela fornece respostas “de engenharia”, freqüentemente globais e
não-refinadas podendo levar cerca de meia hora, mas sempre úteis.
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Sistemas versus Volumes de Controle
Todas as leis da mecânica são escritas para um sistema. que é
definido como uma quantidade de massa de identidade fixa. Tudo que
for externo a esse sistema é designado pelo termo vizinhanças, sendo
o sistema separado de suas vizinhanças por uma fronteira. As leis da
mecânica estabelecem então o que ocorre quando houver uma
interação entre o sistema e suas vizinhanças
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Sistemas versus Volumes de Controle
Em primeiro lugar, o sistema é uma quantidade fixa de massa,
denotada por . Logo, a massa do sistema conserva-se e não se altera.
Esta é uma lei da mecânica e assume uma forma matemática muito
simples, chamada conservação da massa:
sistm const=
0
dm
dt=
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Sistemas versus Volumes de Controle
Segundo, se as vizinhanças exercem uma força resultante F sobre o
sistema, a segunda lei de Newton estabelece que a massa começará a se
acelerar
Na mecânica dos fluidos, a lei de Newton é chamada de relação de
quantidade de movimento linear. Observe que se trata de uma lei vetorial, que
implica três equações escalares
( )dV d
F m a m m Vdt dt
= ⋅ = ⋅ = ⋅
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Sistemas versus Volumes de Controle
Terceiro, se as vizinhanças exercem um momento resultante relação ao
centro de massa do sistema, haverá um efeito de rotação:
Representa a quantidade de movimento angular do sistema em relação ao seu centro de massa. A equação acima é denominada relação de quantidade de movimento angular. Observe que ela também é uma equação vetorial, implicando três equações escalares
dHM
dt= ( )H r V mδ= × ⋅∑
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Sistemas versus Volumes de Controle
Quarto, se uma quantidade de calor é transferida ao sistema ou se um trabalho é
realizado pelo sistema, a energia do sistema deve variar de acordo com a relação de
energia, ou primeira lei da termodinâmica, ou
Tal como a conservação da massa, a equação representa uma relação escalar, tendo,
portanto, um único componente.
dQ dW dE− =
dQ dW dE
dt dt dt− =
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Sistemas versus Volumes de Controle
Todas essas leis envolvem propriedades termodinâmicas e, assim, deve-se
suplementá-las com relações de estado e para o fluido particular em estudo.
O objetivo é colocar nossas quatro leis básicas na forma de volume de controle
apropriada para regiões arbitrárias de um escoamento:
� Conservação da massa
� A relação de quantidade de movimento linear
� A relação de quantidade de movimento angular
� A equação da energia
Ao analisar um volume de controle, convertem-se as leis do sistema para que se
apliquem a uma região específica que o sistema pode ocupar por um único
instante. Tudo que precisa conhecer é o campo de escoamento nessa região e,
não raro, hipóteses simples serão suficientemente precisas (p. ex.. escoamento
uniforme na entrada e/ou na saída).
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Vazão Volumétrica e Vazão em Massa
Todas as análises envolvem a avaliação da vazão volumétrica ou da vazão
em massa que atravessa uma superfície (imaginária) definida no escoamento.
Em geral, se V varia com a posição, deve-se integrar sobre a superfície
elementar dA da Figura 1a.
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Vazão Volumétrica e Vazão em Massa
Então, à quantidade de fluido deslocado através de dA durante o tempo dt
corresponde o volume do paralelepípedo inclinado da Figura :
A integral de dυ/dt é a vazão volumétrica total Q através da superfície S
( ) ( )d V dt dA dAdtυ θ= ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅cos V n
( ) n
s s
Q dA V dA= ⋅ =∫ ∫V n
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Vazão Volumétrica e Vazão em Massa
A vazão volumétrica pode ser multiplicada pela massa específica para se obter a vazão
em massa . Se a massa específica variar sobre a superfície, deverá fazer parte da
integral de superfície
Se a massa específica for constante, ela pode sair do sinal de integração, resultando
uma proporcionalidade direta:
Massa específica constante:
( ) n
s s
m dA V dAρ ρ= ⋅ ⋅ = ⋅∫ ∫V n�
m Qρ= ⋅�
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O Teorema de Transporte de Reynolds
Para converter uma análise de sistema em uma análise de volume de controle, deve-se
transformar nossa matemática de modo a aplicá-la a uma região fixa, em vez de a
massas individuais. Essa transformação, chamada teorema de transporte de Reynolds,
pode ser aplicada a todas as leis básicas.
Examinando as leis básicas, vê-se que todas, se referem as derivadas temporais de
grandezas do fluido, m ,V , H e E . O que precisa, portanto, é de relacionar a derivada
temporal de uma grandeza do sistema à taxa de variação da mesma grandeza no interior
de uma certa região.
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Volume de Controle Fixo Unidimensional
Considere um duto ou tubo de corrente, comum escoamento aproximadamente
unidimensional no tempo t e no instante t+dt,
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Volume de Controle Fixo Unidimensional
Seja agora uma grandeza B qualquer do fluido (energia, quantidade de
movimento etc.), e seja a grandeza intensiva correspondente, definida pela quantidade
de B por unidade de massa em qualquer porção pequena do fluido. A quantidade total
de B no volume de controle é, portanto
A derivada temporal de BVC
é definida pelo limite do cálculo
dB dmβ = /
VC
Vc
B dβ ρ υ= ⋅∫
( ) ( ) ( )1 1
VC VC VC
dB B t dt B t
dt dt dt= + −
( ) ( ) ( ) ( ) ( )2 2
1 1VC sai ent
dB B t dt d d B t
dt dt dtβ ρ υ β ρ υ = ⋅ + − ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ −
( ) ( ) ( ) ( ) ( )2 2
1VC sai ent
dB B t dt B t V dA V dA
dt dtβ ρ β ρ = ⋅ + − − ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅
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Volume de Controle Fixo Unidimensional
O primeiro termo à direita é a taxa de variação de B dentro do sistema 2 no
instante em que ele ocupa o volume de controle. Reorganizando tem-se:
Essa é a forma unidimensional do teorema de transporte de Reynolds para um
volume de controle fixo. Os três termos do segundo membro da são,
respectivamente
� A taxa de variação de B dentro do volume de controle
� O fluxo de B para fora, através da superfície de controle
� O fluxo de B para dentro, através da superfície de controle
Se o padrão de escoamento é permanente, o primeiro termo desaparece. A Equação
pode ser facilmente generalizada para um escoamento de padrão arbitrário
( ) ( ) ( ) ( )1
VC sist sai ent
dB B V dA V dA
dt dtβ ρ β ρ= − ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅
( ) ( ) ( )1
sist sai ent
VC
dB d V dA V dA
dt dtβ ρ υ β ρ β ρ
= ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ − ⋅ ⋅ ⋅
∫
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Volume de Controle Fixo Arbitrário
Para um volume de controle fixo generalizado a única complicação adicional é
a presença de porções variáveis de fluxo de entrada e de saída, ao longo da superfície
de controle. Em geral, em cada elemento de área dA da superfície haverá uma
velocidade V diferente, formando um diferente ângulo θ com a normal local a dA, ou
seja
Este é o teorema de transporte de Reynolds para um volume de controle fixo
arbitrário. Uma segunda forma alternativa oferece elegância e compacidade como
vantagens
( )1
cos cossist sai ent
VC SC SC
dB d V dA V dA
dt dtβ ρ υ β ρ θ β ρ θ
= ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ − ⋅ ⋅ ⋅ ⋅
∫ ∫ ∫
( ) ( )1
sist
VC SC
dB d dA
dt dtβ ρ υ β ρ
= ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅
∫ ∫ V n
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Aproximações Unidimensionais para os Termos de Fluxo
Em muitas aplicações, o escoamento atravessa as fronteiras da superfície de
controle apenas em certas entradas e saídas simplificadas, que são aproximadamente
unidimensionais, isto é, as propriedades do escoamento são aproximadamente
uniformes ao longo das seções transversais de entrada ou de saída.
Logo, os dois termos da integral de fluxo requeridos na equação se reduzem a
uma simples soma de termos com sinal positivo (saída) e termos com sinal negativo
(entrada), dados por produtos das propriedades do escoamento nas seções transversais
( ) ( ) ( )i i ri i i i ri isai ent
SC
dA V A V Aβ ρ β ρ β ρ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ − ⋅ ⋅ ⋅∑ ∑∫ V n
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Conservação da massa
Para a conservação da massa, tem-se
Substituindo no teorema de Reynolds
Se o volume de controle tem apenas um certo número de entradas e saídas
unidimensionais, podemos escrever
B m=
1dm
dmβ = =
( )0 V nsist VC SC
dm dd dA
dt dtρ υ ρ
= = + ⋅ ⋅ ⋅
∫ ∫
( ) ( ) 0i i i i i isai ent
VC
dd V A V A
dt
ρυ ρ ρ
+ ⋅ ⋅ − ⋅ ⋅ =
∑ ∑∫
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A Equação da Quantidade de Movimento Linear
Na segunda lei de Newton, a grandeza a ser diferenciada é a quantidade de
movimento linear, portanto:
Substituindo no teorema de Reynolds
VB m= ⋅ dB dm Vβ = =
( ) ( )1
sist
VC SC
dB d dA
dt dtβ ρ υ β ρ
= ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅
∫ ∫ V n
( ) ( )V F V V V nsist
VC SC
d dm d dA
dm dtρ υ ρ
⋅ = = ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅
∑ ∫ ∫
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A Equação da Quantidade de Movimento Linear
Os pontos relacionados a seguir, concernentes a essa relação. devem ser
fortemente enfatizados:
� A grandeza V é a velocidade do fluido em relação a um referencial inercial
(não-acelerado): de outro modo, a segunda lei de Newton deveria ser
modificada para incluir termos não-inerciais de aceleração relativa
� O termo ΣF é a soma vetorial de todas as forças atuantes no volume de
controle material, considerado como um corpo livre; ou seja, ele inclui as
forças de superfície sobre todos os fluidos e sólidos cortados pela superfície
de controle, mais todas as forças de campo (gravitacional e eletromagnético)
atuando sobre as massas no interior do volume de controle
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Fluxo de Quantidade de Movimento Unidimensional
Por analogia com a expressão fluxo de massa, a integral de superfície da
equação de quantidade de movimento é chamada de fluxo de quantidade de
movimento. Ser indicarmos a quantidade de movimento por M, então
Por causa do produto escalar, o resultado será negativo para um fluxo de quantidade de
movimento de entrada e positivo para um fluxo de saída. Se a seção transversal é
unidimensional, V e ρ são uniformes sobre a área e o resultado integrado é
( )M V V nst
SC
dAρ= ⋅ ⋅ ⋅∫�
( )i iM V Vst i ni i i
V A mρ= ⋅ ⋅ = ⋅� �
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Fluxo de Quantidade de Movimento Unidimensional
Para um fluxo de saída e para um fluxo de entrada. Logo, se o volume de
controle tem apenas entradas e saídas unidimensionais, a equação se reduz
( ) ( )i iV V V
i isai ent
VC
dF d m m
dtρ υ
= ⋅ + ⋅ − ⋅
∑ ∑ ∑∫ � �
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Força de Pressão Resultante sobre uma Superfície de
Controle Fechada
As forças de superfície sobre um volume de controle devem-se a (1) forças
expostas pelos cortes através dos corpos sólidos que se prolongam pela superfície e (2)
forças devidas às pressões e tensões viscosas do fluido circundante.
O cálculo da força de pressão é relativamente simples, como mostra a Figura 3.
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Força de Pressão Resultante sobre uma Superfície de
Controle Fechada
Se a pressão tiver um valor uniforme , ao longo de toda a superfície, como na
Figura 3, a força de pressão resultante será zero
Logo, a Equação da força de pressão é completamente equivalente a
( ) ( ) 0F n nPU a a
SC SC
p dA P dA= − = − − =∫ ∫
( )( ) ( ) ( )F n npressao a man
SC SC
p p dA p dA= − − = −∫ ∫
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Exercício
Conforme mostra a Figura, uma pá fixa deflete um jato de água de área ,
segundo um ângulo , sem variar a magnitude da velocidade. O escoamento é
permanente, a pressão é em todo lugar e o atrito na pá é desprezível.(a) Encontre os
componentes Fx , e F
y, da força aplicada pela pá. (b) encontre expressões para a
magnitude F e para o ângulo θ entre F e a horizontal
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O Teorema da Quantidade de Movimento Angular
Uma análise de volume de controle pode ser aplicada à relação de quantidade
de movimento angular, fazendo nossa variável. Se O é o ponto em relação ao qual os
momentos são calculados, a quantidade de movimento angular em relação a O é dada
por
Logo, a quantidade de movimento angular por unidade de massa é
O teorema de transporte de Reynolds, fornece-nos então
( )OH r Vsist
dm= ×∫
OH
r Vd
dmβ = = ×
( ) ( ) ( )OHr V r V V n
sist VC SC
d dd dA
dm dtρ υ ρ
= × + × ⋅
∫ ∫
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O Teorema da Quantidade de Movimento Angular
O teorema da quantidade de movimento angular deve ser igual ao somatório de
todos os momentos de força, em relação ao ponto O, aplicados sobre o volume de
controle
Para entradas e saídas unidimensionais, os termos do fluxo de quantidade de
movimento angular sobre a superfície são dados por
O teorema da quantidade de movimento angular tem aplicação direta em muitos
problemas importantes de escoamento de fluidos envolvendo torques e momentos, tais
como na análise de dispositivos rotativos com escoamento de fluidos, usualmente
chamados de turbomáquinas
( ) ( ) ( ) ( )O
O
HM r F r V r V V n
Osist VC SC
d dd dA
dm dtρ υ ρ
= = × = × + × ⋅
∑ ∑ ∫ ∫
( ) ( ) ( ) ( )r V V n r V r Vsai entsai ent
SC
dA m mρ× ⋅ = × ⋅ − × ⋅∑ ∑∫ � �
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Exercício 2
Em uma bomba centrífuga o fluido entra axialmente e passa pelas pás da
bomba, que giram à velocidade angular ω; a velocidade do fluido varia de V1 a V
2 ; e a
pressão varia de P1 a P
2 (a) Encontre uma expressão para o torque Toque deve ser
aplicado pelas pás para manter esse escoamento. (b) A potência fornecida à bomba .
Para uma ilustração numérica, suponha r1=0.2m, r
2=0.5m e b=0.1m. Considere que a
bomba tem rotação igual a 600 rpm e bombeia água a 2,5 m3/s com uma massa
específica de 1.000 kg/m3. Calcule o torque idealizado e a potência fornecida.
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Conservação da Energia
Aplicando o teorema de Transporte de Reynolds à primeira lei da
termodinâmica. A variável toma-se a energia E, e a energia por unidade de massa é
A Equação pode ser escrita para um volume de controle como se segue:
A energia do sistema por unidade de massa, e , pode ser de vários tipos:
Considerando apenas os três primeiros termos, desta tem-se
dE dm eβ = =
( )VC SC
dQ dW dE de d e V n dA
dt dt dt dtρ υ ρ
− = = ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅
∫ ∫
interna cinetica potencial outrase e e e e= + + +
212
e u V g z= + + ⋅
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Conservação da Energia
Usando por conveniência o "ponto em cima" para denotar derivadas temporais,
dividiremos o termo de trabalho em três partes:
O trabalho de eixo isola aquela porção de trabalho que é deliberadamente
realizada por uma máquina (rotor de uma bomba, pá de um ventilador, pistão etc.)
prolongando-se através da superfície de controle para dentro do volume de controle.
A taxa de trabalho realizada pelas forças de pressão ocorrem apenas na
superfície;
Todos os trabalhos das porções internas do material no volume de controle
realizam-se por forças iguais e opostas, e se cancelam.
O trabalho de pressão é igual ao produto da força de pressão sobre um
elemento de superfície pelo componente normal da velocidade entrando no volume de
controle
eixo pressao tensoesviscosas e p vW W W W W W W= + + = + +� � � � � � �
( ) ( ), V np n ent
dW p dA V p dA= − − ⋅ ⋅ = − ⋅ − ⋅ ⋅�
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Conservação da Energia
O trabalho total de pressão é a integral sobre a superfície de controle
Quando se substitui o trabalho na equação da energia, verifica-se que o termo de trabalho de pressão pode ser combinado com o termo de fluxo de energia, uma vez que ambos envolvem integrais de superfície de V.n . A equação da energia para um volume de controle toma-se:
Da termodinâmica sabe-se que, .
A forma geral final da equação da energia para um volume de controle fixo fica
( )V np
SC
W p dA= ⋅∫�
( ) ( )e v SCOVC SC
d pQ W W e d e V n dA
dtρ υ ρ
ρ
− − = ⋅ ⋅ + + ⋅ ⋅ ⋅
∫ ∫� � �
/h u p v u p ρ= + ⋅ = +
( ) ( ) ( )2 21 12 2e v
VC SC
dQ W W u V g z d h V g z V n dA
dtρ υ ρ
− − = + + ⋅ ⋅ ⋅ + + + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅
∫ ∫� � �
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Termos de fluxo de energia unidimensionais
Se o volume de controle tem uma série de entradas e saídas unidimensionais, a
integral de superfície se reduz a uma soma de fluxos de saída menos outra de fluxos de
entrada:
( ) ( ) ( ) ( )2 2 21 1 12 2 2sai entsai ent
SC
h V g z V n dA h V g z m h V g z mρ+ + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = + + ⋅ ⋅ − + + ⋅ ⋅∑ ∑∫ � �
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A Equação da Energia no Escoamento Permanente
Para escoamento permanente com uma entrada e uma saída, ambas
consideradas unidimensionais, a Equação da energia se reduz a uma célebre relação
usada em muitas análises de engenharia. Seja a seção 1de entrada e a seção 2 de saída.
Então
Mas, a partir da equação da continuidade
Podemos re-arrumar a equação como se segue
( ) ( )2 21 11 1 1 1 2 2 2 22 2e vQ W W m h V g z m h V g z− − = − ⋅ + + ⋅ + ⋅ + + ⋅� � � � �
1 2m m m= =� � �
( )2 21 11 1 1 2 2 22 2 e vh V g z h V g z q w w+ + ⋅ = + + ⋅ − + +
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A Equação da Energia no Escoamento Permanente
Cada termo da Equação tem dimensão de energia por unidade de massa, ou de
velocidade ao quadrado. Se dividirmos tudo por g, cada termo torna-se um
comprimento, ou altura. O símbolo tradicional para altura é h, que não devemos
confundir com entalpia. Logo, usaremos energia interna ao re-escrever a equação da
energia em termos de altura:
2 2
1 1 1 2 2 2
1 22 2
q e v
p u V p u Vz z h h h
g g g gγ γ+ + + = + + + − + +
⋅ ⋅
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Escoamento sem atrito: a equação de Bernoulli
A equação de Bernoulli é muito famosa e muito usada, mas é necessário estar
atento às suas restrições - todos os fluidos são viscosos e, portanto, todos os
escoamentos apresentam algum atrito. Para usar corretamente a equação de Bernoulli,
devemos restringi-la a regiões de escoamento aproximadamente sem atrito.
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Escoamento sem atrito: a equação de Bernoulli
Considere um volume de controle formado por um tubo de corrente elementar.
As propriedades podem variar com e com o tempo, mas admite-se que são uniformes
sobre a seção transversal . O atrito no tubo de corrente está mostrado, mas é desprezado
- uma hipótese altamente restritiva.
A conservação da massa para esse volume de controle elementar, conduz a
Logo, nossa forma desejada para a conservação de massa é
Esta relação não requer a hipótese de escoamento sem atrito.
0sai ent
VC
dd m m d dm
dt t
ρρ υ υ
∂+ − = ≈ +
∂ ∫ � � �
( )dm d A V A dst
ρρ
∂= ⋅ ⋅ = − ⋅ ⋅
∂�
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Escoamento sem atrito: a equação de Bernoulli
Escreva agora a relação de quantidade de movimento linear na direção das
linhas de corrente:
Se desprezarmos a força cisalhante nas paredes (escoamento sem atrito), as
forças se devem à pressão e à gravidade. A força de gravidade na direção da linha de
corrente é igual ao correspondente componente do peso do fluido dentro do volume de
controle:
( ) ( ) ( ) ( )s sai ent
VC
ddF V d m V m V V A ds d m V
dt tρ υ ρ
∂= ⋅ + ⋅ − ⋅ ≈ ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅
∂ ∑ ∫ � � �
,s gravdF dP sen A ds sen A dzθ γ θ γ= − ⋅ = − ⋅ ⋅ ⋅ = − ⋅ ⋅
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Escoamento sem atrito: a equação de Bernoulli
A força de pressão é mais facilmente visualizada
Subtraindo-se antes um valor uniforme p de todas as superfícies, lembrando-se, que
isso não altera a força de pressão resultante.
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Escoamento sem atrito: a equação de Bernoulli
A força de pressão ao longo da lateral inclinada do tubo de corrente tem um
componente na direção das linhas de corrente, que atua não sobre A , mas sobre o anel
externo correspondente à variação de área dA. . A força de pressão resultante é,
portanto.
em primeira ordem. Substitua esses dois termos de força na relação de
quantidade de movimento:
( )1
2,s press
dF dp dA dp A dA A dp= ⋅ − + ≈ − ⋅
( ) ( )sdF A dz A dp V A ds d m Vt
VV A ds A ds m dV V dm
t t
γ ρ
ρρ
∂= − ⋅ ⋅ − ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅
∂
∂ ∂= ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ + ⋅ + ⋅
∂ ∂
∑ �
� �
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Escoamento sem atrito: a equação de Bernoulli
O primeiro e o último termos da direita se cancelam, em virtude da relação de
continuidade. Dividindo-se o que resta por ρ.A e rearrumando, obtém-se a relação final
desejada:
Essa é a equação de Bemoulli para escoamento sem atrito, não-permanente, ao
longo de uma linha de corrente. Ela está em uma forma diferencial e pode ser
integrada entre dois pontos 1 e 2 quaisquer sobre a linha de corrente:
0
V dpds V dV g dz
t ρ
∂+ + ⋅ + ⋅ =
∂
2 2 2 2
1 1 1 1
0V dp
ds V dV g dzt ρ
∂+ + ⋅ + ⋅ =
∂∫ ∫ ∫ ∫
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Escoamento sem atrito: a equação de Bernoulli
Ou seja
Para avaliar as duas integrais restantes, devemos estimar o efeito não-
permanente e a variação da massa específica com a pressão. A essa altura,
consideramos apenas o caso de escoamento permanente e incompressível (densidade
constante), para o qual Equação fica:
( ) ( )2 2
2 2
2 1 2 1
1 1
10
2
V dpds V V g z z
t ρ
∂+ + ⋅ − + ⋅ − =
∂∫ ∫
( ) ( )2 22 12 1 2 1
10
2
p pV V g z z
ρ
−+ ⋅ − + ⋅ − =
2 2
1 1 2 2
1 22 2
p V p Vg z g z const
ρ ρ+ + ⋅ = + + ⋅ =
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Escoamento sem atrito: a equação de Bernoulli
Se comparamos a equação de Bernoulli com a equação da energia, vemos que a
equação de Bernoulli contém ainda mais restrições do que se poderia imaginar de
início. A lista completa de hipóteses para a Equação de Bernoulli é a seguinte:
• Escoamento permanente - uma hipótese comum, aplicável a muitos escoamentos.
• Escoamento incompressível - aceitável, se o número de Mach do escoamento for
menor que 0,3.
• Escoamento sem atrito - muito restritiva, as paredes sólidas introduzem efeitos de
atrito.
• Escoamento ao longo de uma única linha de corrente - linhas de corrente
diferentes podem ter diferentes "constantes de Bernoulli" , dependendo das
condições do escoamento. 2
02
p Vw g z
ρ= + + ⋅
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Escoamento sem atrito: a equação de Bernoulli
• Ausência de trabalho de eixo entre 1 e 2 - sem bombas ou turbinas sobre a linha
de corrente.
• Ausência de troca de calor entre 1 e 2 - seja calor adicionado, seja calor removido.
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Linhas piezométricas e de energia
Uma interpretação visual proveitosa
da equação de Bernoulli consiste em traçar
duas linhas de carga para um escoamento.
A linha de energia (LE) mostra a altura da
"constante" de Bernoulli
A linha piezométrica (LP), ou hidráulica, mostra a altura correspondente à elevação mais a altura de pressão
2
02
p Vh z
gγ= + +
⋅
pz
γ+
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Linhas piezométricas e de energia
Em condições mais gerais de escoamento, a LE irá cair suavemente em virtude das
perdas por atrito, e irá cair rapidamente no caso de uma perda substancial (uma válvula
ou obstrução) ou no caso de uma extração de trabalho (por uma turbina).
A LE só poderá se elevar se houver acréscimo de trabalho (caso de uma bomba ou
de um propulsor). A LP geralmente segue o comportamento da LE no que se refere às
perdas ou à transferência de trabalho, elevando-se e/ou caindo se a velocidade diminui
e/ou aumenta.
Como mencionamos anteriormente, não são necessários fatores de conversão nos
cálculos com a equação de Bemoulli se forem usadas unidades consistentes do SI,
conforme mostram os exemplos adiante.
Em todos os problemas tipo de Bernoulli deste livro, tomamos o ponto 1 a montante e
o ponto 2 a jusante, sistematicamente.
Professor: Gleyzer Martins
Exercício 2
A água flui por um bocal e atinge uma placa reta, a força necessária para segurar
a placa é 50N. Assumindo escoamento unidimensional e sem atrito. Determinar:
• A vazão volumétrica (1 ponto)
• A altura de mercúrio (1 ponto)
• As velocidades de entrada e saída (1 ponto)
Professor: Gleyzer Martins
Exercício 3
Um tubo de Venturi desenvolve um escoamento a baixa pressão na garganta
capaz de aspirar fluido para cima de um reservatório a uma altura de 5 cm, como na
figura. Determinar a velocidade na garganta e vazão mínima para o venturi aspirar
água do reservatório, sabendo que escoamento é sem atrito
Professor: Gleyzer Martins
Exercício 3
O manômetro de mercúrio da figura e colocado em um duto de água. Estime a
velocidade média do duto, (1 ponto), admitindo velocidade constante ao longo de todo
duto; a diferença de pressão estática e dinâmica (1 ponto); e a vazão volumétrica, (1
ponto) e mássica no sistema, (1 ponto)? Sabendo que:
Densidade do mercúrio 13.550 kg/m3
Densidade da água 1.000 kg/m3
100 mm
10 mm