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1 PARA ENTENDER ECONOMIA 2010 24/05/2010 Tópico 7 - Os fundamentos da Contabilidade Nacional: a identidade Renda / Produto / Dispêndio e a Balança de Pagamentos. Programa IRBr 2010 - 2. Macroeconomia. 2.1. Contabilidade Nacional. Os conceitos de Produto e Renda Interna, Produto e Renda Nacional, Renda Disponível Bruta, Poupança Bruta Doméstica e capacidade ou necessidade de Financiamento Externo. Conceitos e cálculo do Déficit Público. A Conta de Balanço de Pagamentos: estrutura e cálculo do resultado do Balanço. Números Índices. Deflator Implícito e Índices de Preço ao Consumidor. Exemplos de Questões da Banca Cespe-UnB 1. Aumentos dos gastos públicos, no âmbito de programas de redistribuição de renda como o Bolsa Família, podem ser financiados mediante a expansão da poupança líquida interna e do deficit externo. (SEGER/ES, 2008 – Certo) 2. Os juros registrados na conta de renda de transações correntes superavaliam os encargos da dívida externa brasileira, porque incorporam todos os gastos relacionados ao pagamento desses juros. (IRBr, 2009 - Falsa) 3. Os juros auferidos por investidores alemães no mercado brasileiro integram tanto a renda nacional quanto o produto interno bruto do Brasil. (IRBr – 2004 - Falsa) 4. A diferença entre a renda nacional bruta e a renda interna bruta é obtida por meio do somatório dos saldos da conta de renda e da conta de transferências unilaterais (IRBr, 2009 - Falsa) Referências Bibliográficas

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PARA ENTENDER ECONOMIA

2010 24/05/2010

Tópico 7 - Os fundamentos da Contabilidade Nacional: a identidade Renda / Produto / Dispêndio e a Balança de Pagamentos.

Programa IRBr 2010 - 2. Macroeconomia. 2.1. Contabilidade Nacional. Os conceitos de Produto e Renda Interna, Produto e Renda Nacional, Renda Disponível Bruta, Poupança Bruta Doméstica e capacidade ou necessidade de Financiamento Externo. Conceitos e cálculo do Déficit Público. A Conta de Balanço de Pagamentos: estrutura e cálculo do resultado do Balanço. Números Índices. Deflator Implícito e Índices de Preço ao Consumidor.

Exemplos de Questões da Banca Cespe-UnB 1. Aumentos dos gastos públicos, no âmbito de programas de redistribuição de renda como o

Bolsa Família, podem ser financiados mediante a expansão da poupança líquida interna e do deficit externo. (SEGER/ES, 2008 – Certo)

2. Os juros registrados na conta de renda de transações correntes superavaliam os encargos da dívida externa brasileira, porque incorporam todos os gastos relacionados ao pagamento desses juros. (IRBr, 2009 - Falsa)

3. Os juros auferidos por investidores alemães no mercado brasileiro integram tanto a renda nacional quanto o produto interno bruto do Brasil. (IRBr – 2004 - Falsa)

4. A diferença entre a renda nacional bruta e a renda interna bruta é obtida por meio do somatório dos saldos da conta de renda e da conta de transferências unilaterais (IRBr, 2009 - Falsa)

Referências Bibliográficas

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1. Introdução: o estudo da Macroeconomia

1.1. Marcos históricos e teóricos: (1) Crise de 1929 e Grande Depressão.

(2) Teoria Geral do Emprego, Juros e Moeda (1936 – J. M. Keynes)

(3) Políticas de Reconstrução e Pleno Emprego no período do Pós-Segunda Guerra.

(4) Keynesianismo versus Monetarismo (Milton Friedman).

1.2. Macroeconomia: estudo das interações envolve: (1) Conhecer o “valor” dos principais agregados -> Contabilidade Nacional

(2) Conhecer as “relações entre as variáveis” -> Teoria Macroeconômica

(3) Conhecer os mecanismos de intervenção do governo -> Política Econômica

=> Os focos do “curto prazo” (período de tempo em que se supõe que pelo menos um dos fatores de produção está fixo) são

* Flutuação no emprego e renda (prosperidade x recessão)

* Problemas monetários (inflação e deflação)

=> O foco do “longo prazo” é o crescimento econômico.

=> As relações macroeconômicas se dão tanto em nível nacional, quanto internacional.

1.3 Conceitos Básicos e Identidades Fundamentais

1.3.1 Como medir a “riqueza”: diferenciar “fluxo” e “estoque” Ótica da produção.

Ótica da renda.

Ótica do gasto.

Suposto: dado o fluxo circular de criação de “riqueza”, o processo produtivo implica em se empregar fatores de produção, que serão remunerados, dando lugar à criação de novos bens e serviços, que serão vendidos em mercados finais.

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I. PRODUTO NACIONAL - valor de todos os bens e serviços finais, medidos a preços de mercado, produzidos em certo período de tempo.

II. DESPESA NACIONAL - é o gasto dos agentes econômicos com o produto nacional

DN = C + I + G + (X – M)

III. RENDA NACIONAL - é a soma da remuneração dos fatores de produção no período

RN = Salário + Juros + Aluguéis + Lucros

IDENTIDADE BÁSICA -> PN = DN = RN

Valores Correntes (R$ milhões)

Ano Ano2008 I II III IV 2009

Agropecuária 151 268 38 163 51 703 40 090 33 997 163 953

Indúst ria 698 939 147 480 164 630 181 876 192 460 686 445

Serviços 1 706 098 431 677 458 091 465 168 496 766 1 851 703

Valor Adicionado a Preços Básicos 2 556 305 617 320 674 423 687 134 723 223 2 702 101

Impostos sobre produtos 448 577 100 111 104 540 109 885 126 377 440 914

PIB a Preços de M ercado 3 004 881 717 431 778 964 797 020 849 600 3 143 015

Despesa de Consumo das Famílias 1 812 467 455 618 487 973 507 255 521 585 1 972 431

Despesa de Consumo da Administ ração Pública 588 279 148 058 150 676 153 306 202 054 654 094

Formação Bruta de Capital Fixo 560 893 116 597 123 280 140 906 145 055 525 837

Exportações de Bens e Serviços 414 257 85 967 92 127 90 884 85 257 354 235

Importações de Bens e Serviços (-) 408 504 89 748 84 498 90 922 91 528 356 696

Variação de Estoque 37 490 940 9 406 (-) 4 410 (-) 12 823 (-) 6 887

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.(1 ) Resultados calculados a part ir das Contas Nacionais Trimest rais.

Especificação2009 (1)

Tabela III.1 - Classes de atividade no valor adicionado a preços básicos e componentes do PIB pela ótica da despesa

Poupança Agregada: é a parcela da RN que não é consumida em um período t0 qualquer.

RN= C + S -> S = RN – C

=> “taxa de juros real”: “prêmio” pela “abstinência” -> poupança como “consumo intertemporal”.

Investimento Agregado -> é o gasto com bens que foram produzidos, mas não (inteiramente) consumidos em um período.

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=> Aumento da capacidade produtiva no futuro.

=> I (FBKF) = bens de capital (máquinas e imóveis) + variação de estoques.

Conceitos Derivados

=> PNB vs PNL (depreciação)

PNB = PNL + depreciação

=> PNB vs PIB PIB = PNB + renda líquida enviada para o exterior

=> PN pm = PN cf + impostos indiretos

=> Rdisp = RN – impostos diretos

1.3.2 Valor Adicionado Ao se calcular o PIB deve-se levar em conta o que se adicionou de valor (“novo”) em cada etapa do processo produtivo.

Bens Finais = os que são vendidos para o consumo ou utilização final.

Bens Intermediários = são os que auxiliam na produção dos bens finais.

VA = valor final – custo de produção (em cada etapa).

Vendas Custo das Matérias - Primas V.A. no Período Estágio da Produção no Período $ (1) produzidas no Período (2) (3) = (2) - (1)

Madeira 60.000 - 60.000 Papel 80.000 60.000 20.000 Corantes 50.000 - 50.000 Tintas 100.000 50.000 50.000 Livros 200.000 180.000 20.000 Total 490.000 290.000 200.000 Fonte: Manual da USP, p. 272 (tabela 13.2)

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1.3.3 PIB nominal e PIB real

O crescimento da renda (produto) pode estar traduzindo tanto o incremento na quantidade de bens e serviços disponibilizados para certa coletividade, quanto o aumento dos preços.

Y = y.P

y = Y/P (em nível)

∆y = ∆Y - ∆P

Exemplo: aumento no salário real

Ano 1: W = $ 100 Carne ($/Kg) = 10

W real (poder de compra)

= $ 100/$10 (kg) = 10kg/carne

Ano 2: W = $ 120 Carne ($/Kg) = 10

W real (poder de compra)

= $ 120/$10 (kg)

= 12kg/carne

Na tabela 13.6, vemos que o aumento do PIB foi resultado exclusivo do aumento de preços.

Na seqüência, podemos observar que mudanças de preços relativos redistribuem renda entre os setores produtivos.

O setor automobilístico aumentou sua participação no PIB, na medida em que seus preços cresceram relativamente mais.

Na tabela 13.7 há crescimento da produção e dos preços. Como saber qual foi o crescimento real:

Real = nominal/inflação

18% = ((1,70/1,44)-1)*100

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Verificou-se um crescimento de 70% em Y, mas uma inflação de 44%. Descontando essa, o crescimento real (y) foi de 18%.

Técnicas de deflacionamento:

Laspeyres: média aritmética ponderada do relativo de preços, com base de ponderação no período inicial (to).

Paasche: média harmônica ponderada do relativo de preços, com base de ponderação no período de referência (t1)

1.3.4 Números Índices. Deflator Implícito e Índices de Preço ao Consumidor.

Crescimento do PIB foi o resultado exclusivo do aumento dos preços (inflação)

y P valor (y*P) y P valor (y*P)Automóveis (unidades) 10 2000 20.000 10 3000 30.000 Liquidificadores (unidades) 30 20 600 30 40 1.200 Batatas (t) 10 200 2.000 10 100 1.000 Tecidos (m2) 30 5 150 30 10 300 Bebidas (litros) 20 10 200 20 20 400

Total 22.950 32.900 Fonte: tabela 13.6 manual da USP

Efeitos de mudanças de preço na distribuição da renda (aspectos setoriais)

Ano 1 Ano 2valor (y*P) valor (y*P) Ano 1 Ano 2

Automóveis (unidades) 20.000 30.000 87,1% 91,2%Liquidificadores (unidades) 600 1.200 2,6% 3,6%Batatas (t) 2.000 1.000 8,7% 3,0%Tecidos (m2) 150 300 0,7% 0,9%Bebidas (litros) 200 400 0,9% 1,2%

Total 22.950 32.900 100,0% 100,0%Fonte: professor.

Ano 1 Ano 2Produtos

Produtos Distribuição

Crescimento do PIB foi o resultado do aumento dos preços (inflação) e da produção

y P valor (y*P) y P valor (y*P)Automóveis (unidades) 10 2.000 20.000 12 3.000 36.000 Liquidificadores (unidades) 30 20 600 29 40 1.160 Batatas (t) 10 200 2.000 11 100 1.100 Tecidos (m2) 30 5 150 31 10 310 Bebidas (litros) 20 10 200 21 20 420

Total 22.950 38.990 Fonte: tabela 13.7 manual da USP

Produtos Ano 1 Ano 2

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1.3.4.1 Números Índices - Metodologia estatística utilizada para comparar as variações de um fenômeno ao longo do tempo. Os números índices não se constituem em medida alguma, mas são indicadores de comportamento ou de tendência de uma ou mais variáveis componentes de um fenômeno.

Tipos Índice de Preços - é um indicador que reflete a variação de preços de ou conjunto de bens e serviços entre momentos no tempo.

Índice de Quantidades - representa as variações das quantidades de um ou conjunto de bens ou serviços produzidos, vendidos, consumidos, etc., entre momentos no tempo.

Índice de Valor - é um indicador que representa as variações dos preços em relação às quantidades em momentos diferentes do tempo

1.3.4.2 Variações de Preço

=> Nível Absoluto de Preços versus Preços Relativos

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=> Inflação – aumento persistente no nível geral de preços.

=> Deflação – queda persistente no nível geral de preços. => Deflator Implícito do PIB - indicador que mede a variação média dos preços de um período em relação aos preços do ano anterior. Ainda que menos citado em relação aos outros índices de preços disponíveis na economia (é divulgado apenas nas bases trimestral e anual), é provavelmente o mais abrangente, pois considera informações indisponíveis nos outros índices como, por exemplo, os preços implícitos da administração pública.

Especificamente, o deflator implícito do PIB é a razão entre o PIB Nominal e o PIB Real. Daí vem seu nome, porque não é um índice pesquisado diretamente, como são o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também calcula o deflator implícito do PIB.

Ocasionalmente, o deflator implícito se distancia dos principais índices de preço

Medindo a Inflação - IPCA e INPC (IBGE) Características: A população-objetivo do INPC abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (um) e 6 (seis) salários-mínimos, cujo chefe é assalariado em sua ocupação principal e residente nas áreas urbanas das regiões; a do IPCA abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (um) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões.

Exemplo: considerando dois produtos (carne e batata), uma POF identificou que o consumo médio de carne era de 40% e de batata de 60%. A “cesta básica” mensal inclui 10 Kg de carne e 30kg de batata.

1. Período base (t0)

Carne: $ 1/Kg -> 10 Kg * $ 1/Kg = $10

Batata: 0,50/Kg -> 30 Kg * $ 0,50/Kg = $15

Cesta (ponderada) = (10 * 40%) + (15 * 60%) = $13

2. Em t+1 (mês seguinte)

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Carne: $1,00 (preços estáveis) -> 10 * 1 = 10

Batata: $ 1,00 (aumento de 100%) -> 30 * 1 = 30

Cesta: (10 * 40%) + (30 * 60%) = $ 22

Variação: (22 – 13)/13 = 69%

Índices

1.3.5 – Balanço de Pagamentos

Conceito: para um dado país o BP é o “registro sistemático das transações econômicas, durante um dado período de tempo, entre os seus residentes e os residentes do resto do mundo.”

Importância na análise econômica:

=> o BP expressa as condições conjunturais e estruturais de uma certa economia e da economia internacional;

=> servindo de orientação para as decisões privadas e públicas (e para a avaliação dos resultados de decisões passadas).

Conceitos Fundamentais e Problemas de Mensuração Definição de “transação internacional” -> convenção -> o BP deve cobrir todas as transações com estrangeiros, mesmo as que não envolvam uma operação cambial (ex. GB e EUA realizando transações com moeda nacional)

Conceito de residência. Convenção -> em princípio é o local onde indivíduos, empresas e instituições realizam suas transações.

Ex.: GM nos EUA versus GM do Brasil

Quem não é residente: turistas, funcionários diplomáticos, pessoal militar em serviço no exterior, imigrantes temporários, estudantes e indivíduos em tratamento médico no exterior.

Instituições internacionais. Convenção -> são consideradas não-residentes

Estrutura

Valor ($) Índice Inflaçãot0 13,0 100,0t1 22,0 169,2 69%t2 22,5 173,1 2%t3 23,0 176,9 2%t4 22,0 169,2 -4%t5 24,0 184,6 9%

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Método das partidas dobradas Pelo método das partidas dobradas, para cada registro de débito (crédito) em uma operação deve corresponder a um registro contrário de crédito (débito).

Deriva-se deste método, dois conjuntos de contas: as operacionais e as contas de caixa.

I. Contas operacionais: correspondem aos fatos geradores de pagamentos e recebimentos de recursos.

São as X, M, fretes, seguros, TU, amortizações, etc. Onde (+) crédito é a entrada de divisas; e (-) débito é a saída.

II. Contas de caixa: registram variações nas reservas internacionais.

São contrapartidas das contas operacionais. Logo os lançamentos são inversos: (-) débito é aumento; (+) crédito é redução de reservas

CONTA ENTRADA SAÍDA

Operacional Crédito (+) Débito (-)Caixa Débito (-) Crédito (+)

RESERVASSÍNTESE

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Exemplo: Operação 1: exportação de mercadorias no valor de US$ 22.349 milhões

Registra-se um crédito na conta de X do BTC e um débito, de mesmo valor, na conta (compensatória) de haveres de curto prazo no exterior.

Operação 2: importação de mercadorias a vista no valor de US$ 14.044 milhões; e de equipamentos financiados a longo prazo no valor de US$ 30 milhões

A operação a vista é debitada no BC e creditada em haveres de curto prazo; a operação financiada é debitada no BC e creditada em empréstimos e financiamentos.

Operação 3: pagamento à vista, ao exterior: US$ 509 milhões em viagens internacionais; US$ 926 milhões em transporte; e US$ 117 milhões em seguros

Debita-se em BS e credita-se em haveres de curto prazo

Operação 4: remessa ao exterior em dinheiro, de US$ 1.799 milhões de lucros e US$ 10.245 milhões de pagamentos de juros da dívida

Debita na BS e credita haveres de curto prazo

Operação 5: recebimento de US$ 918 milhões como receita de juros, em dinheiro

Credita na BS e debita haveres de curto prazo

Operação 6: pagamento de serviços diversos no valor de US$ 1.116 milhões

debita BS e credita haveres de curto prazo.

Operação 7: recebimento de donativos em dinheiro no valor de US$ 86 milhões e doação de US$ 30 milhões em mercadorias

Credita em Donativos (TU) e debita haveres de curto prazo; credita exportações e debita em Donativos

Operação 8: realização no exterior de investimento, em dinheiro de US$ 143 milhões; recebimento de investimento de US$ 328 milhões

Debita e credita Investimento; o saldo líquido (positivo) é debitado em haveres de curto prazo

Operação 9: obtenção de empréstimo, em dinheiro, no valor de US$ 3.109 milhões

Credita em Empréstimos; debita em Haveres de Curto Prazo.

Operação 10: pagamento de amortização de dívida, em moeda, no valor de US$ 11.546 milhões em mercadorias

Debita Amortizações; credita Haveres de Curto Prazo

Operação 11: recebimento de capitais de curto prazo no valor de US$ 1.124 milhões e US$ 20 milhões em outros capitais

Credita as respectivas contas; debita Haveres de Curto Prazo

Operação 12: Erros e Omissões apuradas pelo Bacen em US$ 56 milhões

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Conta/Operação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total Exportações 22.349 30 22.379 Importações -14.044 -14.074

-30 Viagens Internacionais -509 -509 Transporte -926 -926 Seguros -117 -117 Lucros -1.799 -1.799 Juros - despesas -10.245 -9.327 - receitas 918 Serviços Diversos -1.116 -1.116 Dontativos 86 56

-30 Investimentos - no exterior -143 185 - no Brasil 328 Empréstimos e Financiamentos 30 3.109 3.139 Amortizações -11.546 -11.546 Capitais a curto prazo 1.124 1.124 Outros capitais 20 20 Erros e Omissões 56 56 Haveres de Curto Prazo -22.349 14.044 1.552 12.044 -918 1.116 -86 -185 -3.109 11.546 -1.144 -56 12.455

BC - BALANÇA COMERCIAL 8.305 Exportações 22.379 Importações -14.074BS - BALANÇO DE SERVIÇOS -13.794 Viagens Internacionais -509 Transporte -926 Seguros -117 Rendas de Capital Lucros -1.799 Juros -9.327 Serviços Diversos -1.116TU - TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS 56STC - SALDO DO BP EM TC = BC + BS + TU -5.433KA - MOVIMENTO DE CAPITAIS AUTÔNOMOS -7.078 Investimentos 185 Empréstimos e Financiamentos 3.139 Amortizações -11.546 Capitais a curto prazo 1.124 Outros capitais 20EO - ERROS E OMISSÕES 56BP - SALDO DO BP = STC + KA + EO -12.455KC - MOVIMENTO DE CAPITAIS COMPENSATÓRIOS 12.455 Haveres de curto prazo no exterior 12.455

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1.3.5 Contas Externas e o Desempenho de uma Economia

O que representa um superávit/déficit em Conta Corrente?

I. Ótica do Endividamento -> Posição Líquida de Investimento

II. PIB vs PNB (= Renda Interna versus Renda Nacional)

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III. Ótica da Poupança - Investimento

PNB = C + I + G + (X - M) + RLRE (1)

Onde: PIB = C + I + G + (X – M) e CC = (X - M) + RLRE

PNB = Ydisp + T (2)

Ydisp = C + S (3)

Substituindo (3) em (2), temos: PNB = C + S + T (4)

Substituindo (4) em (1)

C + S + T = C + I + G + CC, rearranjando

CC = (S - I) + (T - G)

Ou seja: I = S + Spub + S*

Onde S* = - CC

Necessidade de financiamento externo - Diferença entre o déficit em transações correntes e os investimentos estrangeiros diretos.

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1.3.6 Setor Público

Estrutura do Setor Público (fonte Banco Central do Brasil)

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Conceitos Fundamentais

Dívida Líquida do Setor Público (ver abaixo)

Resultado Fiscal Primário: receitas menos despesas, excluindo o pagamento de juros.

Resultado Fiscal Nominal: é o resultado primário acrescido do pagamento de juros

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Questões da Banca CESPE. Considerando a contabilidade do balanço de pagamentos do Brasil e das contas nacionais, julgue (C ou E) os itens seguintes (UnB / CESPE – IRBr SEGUNDA ETAPA). ( ) Os juros registrados na conta de renda de transações correntes superavaliam os encargos da dívida externa brasileira, porque incorporam todos os gastos relacionados ao pagamento desses juros. (Errado) Tópico do Programa: 2.1. Contabilidade Nacional. Dica: não há razões para crer em superavaliação. De fato, os juros são registrados na conta de rendas, que fica em transações correntes. Além dos juros, uma dívida pode implicar no pagamento de outros serviços financeiros, que são registrados em rubricas próprias. ( ) A diferença entre a renda nacional bruta e a renda interna bruta é obtida por meio do somatório dos saldos da conta de renda e da conta de transferências unilaterais. (Errado) Tópico do Programa: 2.1. Contabilidade Nacional. Dica: Em primeiro lugar, deve-se sempre ter em mente a identidade contábil básica, que nos diz: Produto = Renda = Dispêndio Assim, pode-se partir da lembrança mais comum de que: 1. PNB = PIB + RLRE, onde RLRE é a renda líquida recebida do exterior. 2. Em analogia: RNB = RIB + RLRE. Assim: RNB – RIB = RLRE RLRE = rendas (lucros, juros, dividendos, etc.) + serviços fatores + transferências unilaterais. A questão OMITE OS SERVIÇOS FATORES. Onde: serviços fatores são itens associados à remuneração dos fatores de produção, tais como serviços financeiros, aluguéis de equipamentos, serviços técnicos, etc. ( ) Um deficit de 100 dólares na conta de transações correntes implica, necessariamente, a perda do mesmo valor nas reservas internacionais. (Errado) Tópico do Programa: 2.1. Contabilidade Nacional. Dica: Não necessariamente. Se houver uma entrada líquida de capitais, registrado na conta capital e financeira, o saldo global do balanço de pagamentos seria nulo, não havendo variações de reservas. ( ) Remessas de máquinas e equipamentos de uma companhia estrangeira para sua filial no Brasil não precisam ser registradas no balanço de pagamentos, visto que tal operação não envolve entrada ou saída de divisas. (Errado) Tópico do Programa: 2.1. Contabilidade Nacional. Dica: Qualquer transação internacional que cursa os meios oficiais legais deverá ser registrada no BP. Neste caso, haveria um registro de débito na conta corrente (Importação de mercadorias) e um crédito na conta capital e financeira (investimento estrangeiro direto). QUESTÃO A análise macroeconômica é essencial à compreensão dos grandes agregados econômicos. A respeito dessa teoria, julgue os itens a seguir. (UnB/CESPE – SEGER/ES – 2008 - Ciências Econômicas) ( ) Aumentos dos gastos públicos, no âmbito de programas de redistribuição de renda como o Bolsa Família, podem ser financiados mediante a expansão da poupança líquida interna e do deficit externo. (Certo) Tópico do Programa: 2.1. Contabilidade Nacional. Dica: Analisando-se a ótica da absorção. I = S + (T – G) + S* => T-G = (I-S) + CC

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A escolha em situação de escassez, as interações entre o governo e os mercados privados e a evolução da análise econômica são tópicos relevantes para o exame dos fenômenos econômicos. A esse respeito, julgue os itens a seguir. (UnB / CESPE – IRBr – Primeira Fase – Aplicação: 20/3/2004 Teste de Pré-Seleção) ( ) Os juros auferidos por investidores alemães no mercado brasileiro integram tanto a renda nacional quanto o produto interno bruto do Brasil. (Errado) Tópico do Programa: 2.1. Contabilidade Nacional. Dica: Em primeiro lugar, deve-se sempre ter em mente a identidade contábil básica, que nos diz: Produto = Renda = Dispêndio Assim, pode-se partir da lembrança mais comum de que: 1. PNB = PIB + RLRE, onde RLRE é a renda líquida recebida do exterior. 2. Em analogia: RNB = RIB + RLRE. Assim: RNB = PIB + RLRE RLRE = rendas (lucros, juros, dividendos, etc.) + serviços fatores + transferências unilaterais. Assim, os juros auferidos pelos alemães no Brasil integram o PIB, mas não a renda nacional brasileira. Estaria correto se a afirmação considerasse a renda nacional alemã. ( ) Nas variações observadas nos índices de preço ao consumidor, verifica-se a tendência a subestimarem-se os efeitos da inflação, porque ignoram-se as possibilidades de substituição dos bens que compõem os gastos dos consumidores. (Errado) Tópico do Programa: 2.1. Contabilidade Nacional. Dica: mudanças nos hábitos dos consumidores são capturadas pelas revisões periódicas da composição dos produtos que fazem parte da cesta de consumo considerada. Se a ponderação dos itens da cesta refletir adequadamente o padrão de consumo da população não há porque haver tais distorções. 7. ( ) Em presença de indexação incompleta, a inflação não altera os preços relativos e, portanto, não modifica a alocação de recursos na economia. (Errado) Tópicos do Programa: 2.1. Contabilidade Nacional; 2.4. Funções da moeda. Dica: a afirmação seria verdadeira se falasse em indexação completa. Com indexação incompleta pode haver alterações de preços relativos capazes de modificar a alocação de recursos da economia.

Em relação aos conceitos básicos da macroeconomia e da economia monetária, julgue os itens que se seguem (TPS – 2004).

1. Os juros auferidos por investidores alemães no mercado brasileiro integram tanto a renda nacional quanto o produto interno bruto do Brasil.

Gabarito Oficial: Errado

Comentários: É uma questão que procura avaliar a noção de que há uma diferença entre os conceitos de PNB e PIB. Para chegar a esse resultado podemos partir da relação dada pela expressão abaixo, que nos informa que o produto nacional bruto (ou renda nacional bruta) é o resultado da soma entre o produto interno bruto (renda bruta) e a renda líquida recebida do exterior (RLRE).

2. Nas variações observadas nos índices de preço ao consumidor, verifica-se a tendência a subestimarem-se os efeitos da inflação, porque ignoram-se as possibilidades de substituição dos bens que compõem os gastos dos consumidores.

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Gabarito Oficial: Errado

Comentários: Os índices de preço são construídos tomando por base as pesquisas de orçamento familiar (POF) de populações em determinadas regiões e com certo perfil de renda. Assim, os índices de preço ao consumidor são apurados por meio da evolução dos preços de uma dada cesta de bens e serviços definidas para um grupo populacional de regiões específicas. Por exemplo, o IPCA, calculado pelo IBGE em 11 regiões metropolitanas, procura apurar o custo de vida de famílias que ganham entre 1 e 40 salários mínimos. Já o INPC, também calculado pelo IBGE, considera famílias que ganham até 8 salários mínimos. Impactos sobre os preços de bens comercializáveis quem compõem as cestas de tais índices se traduzem diretamente na inflação assim apurada.

Diante do efeito-substituição (por exemplo, diante do aumento do preço do feijão, a procura por este produto poderá ser substituída pela procura por lentilha), movimentos de alteração na demanda deverão ser traduzidos no índice de preços em função da ponderação de cada item na cesta analisada. Em princípio não há razões para que tais alterações não sejam capturadas pelos índices de preço.

3. Em presença de indexação incompleta, a inflação não altera os preços relativos e, portanto, não modifica a alocação de recursos na economia.

Gabarito Oficial: Errado

Comentários: A indexação significa a recomposição dos valores nominais dos contratos (e preços em geral) por meio da incorporação da inflação do período. Ela será completa (ou integral) se todos os preços forem corrigidos uniformemente, pelo mesmo indicador. Há indexação parcial, se alguns preços forem corrigidos integralmente, e outros não (ou se os indicadores de preços utilizados para a correção não forem os mesmos). Com indexação incompleta os preços relativos são alterados, o que pode modificar a alocação dos recursos. Por exemplo: se há inflação, mas os salários não são corrigidos plenamente, ao passo que as máquinas e equipamentos são corrigidos integralmente, com o passar do tempo o preço relativo do trabalho frente ao capital se altera: o trabalho vai ficando relativamente mais barato. Com isso, cria-se um incentivo para a utilização de mais trabalho e menos capital.