Aula de Neoplasia (2)

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 NEOPLASIA Augusto Schneider Carlos Castilho de Barros Faculdade de Nutrição Universidade Federal de Pelotas

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Neoplasias, estudo detalhado, introdução básica

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  • NEOPLASIA

    Augusto Schneider Carlos Castilho de Barros

    Faculdade de Nutrio

    Universidade Federal de Pelotas

  • INTRODUO

    Multiplicao celular ocorre constantemente Indispensvel para repor clulas que morrem

    Proliferao e diferenciao recebem influncia de agentes

    internos e externos as clulas (fatores de crescimento locais e endcrinos)

  • NEOPLASIA

    No organismo taxa de multiplicao celular controlada dentro de certos limites Uma das principais caractersticas das neoplasias a proliferao celular descontrolada Em geral h uma correlao inversa entre reproduo e diferenciao Clulas neoplsicas sofrem perda de diferenciao Vrios receptores celulares controlam a resposta a estmulos de crescimento Clulas neoplsicas sofrem alteraes e tem crescimento autnomo independente de sinais endcrino, tornando a proliferao constitutiva

  • NEOPLASIA

    Leso constituda por proliferao celular anormal, descontrolada e autnoma, em geral com perda ou reduo de diferenciao, em consequncia de alteraes em genes e protenas que regulam a multiplicao e a diferenciao

    das clulas.

    O nmero aumentado de clulas em um tecido d origem ao tumor

  • NOMENCLATURA

    Tumor qualquer leso que tem como consequncia aumento de volume pode ser uma inflamao localizada. Cncer normalmente este termo usado para identificar qualquer neoplasia maligna.

  • NEOPLASIA

    Classificadas em: Benignas no so letais nem causam transtornos ao hospedeiro, podem evoluir despercebidas por muito tempo. Malignas crescimento muito acelerado, provocam perturbaes homeostticas graves que podem levar a morte.

  • CLASSIFICAO

    1. Pelo comportamento clnico (maligno e benigno)

    2. Pelo aspecto microscpico

    3. Pela origem da neoplasia

    Mais comum identificar pelo aspecto histomorfolgico

  • NOMENCLATURA

    Nome da clula, tecido ou rgo

    + sufixo

    oma: qualquer neoplasia, maligna ou benigna

    -sarcoma: neoplasia maligna de cls de origem mesenquimal Osso, cartilagem, gordura, musculo, vascular

    Mais raro em torno de 1% dos casos

    -carcinoma: neoplasia maligna de tecido de epitlio de revestimento

  • NOMENCLATURA

    Estrutura Tumor Benigno Tumor Maligno

    Tecidos epiteliais

    Epitlio de revestimento Papiloma Carcinoma

    Epitlio glandular Adenoma Adenocarcinoma

    Tecidos conjuntivos

    Tecido fibroso Fibroma Fibrossarcoma

    Tecido adiposo Lipoma Lipossarcoma

    Tecido cartilaginoso Condroma Condrossarcoma

    Tecido nervoso

    Neuroblasto Ganglioneuroma Ganglioneuroblastoma

    Vasos

    Sanguneos Hemangioma Angiosarcoma

    Linfticos Linfangioma Linfangiossarcoma

  • NEOPLASIAS BENIGNAS

    Clulas no to diferentes do tecido original

    Clulas crescem unidas entre si e no infiltram em tecidos vizinhos

    Compresso do tecido adjacente forma cpsula fibrosa

    Crescem de maneira lenta ... boa vascularizao ... no formam zona

    de necrose e hemorragias so incomuns Pode haver migrao somente em caso de leso ou rompimento

  • NEOPLASIAS BENIGNAS

    Apesar de benignos podem trazer consequncias Compresso de rgos e vasos, produo de excesso de alguma substncia Tumores pancreticos Secretores de insulina ... podem levar a hipoglicemia fatal Gliomas localizados em regies profundas do encfalo Difcil remoo ... podem levar a compresso, parada de regies vitais e morte

    Portanto, viso mais ampla da definio de maligno ou benigno necessria

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Caracterstica e propriedades das clulas malignas Crescimento e diferenciao

    Multiplicao fora do controle normal do organismo

    Tumores diferenciados so menos agressivos e crescem mais lentamente

    Tumores malignos so menos diferenciados e tem ritmo de crescimento mais rpido

    Clulas malignas induzem a angiognese para garantir suprimento durante a fase de rpido crescimento

  • NEOPLASIAS

    Grau 1 Bem diferenciado

    Grau 2 Moderadamente

    diferenciado

    Grau 3 Pouco

    diferenciado Grau 4

    No diferenciado

    Malignidade

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Caracterstica e propriedades das clulas malignas Adesividade

    Reduzida adesividade entre si

    1. Irregularidades na membrana

    2. Diminuio de estrututas juncionais

    3. Reduo de molculas de adeso

    4. Reduo da adeso ao interstcio

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Caracterstica e propriedades das clulas malignas Funo celular Perda da diferenciao pode estar associada a perda da funo Alguns perdem totalmente a funo do tecido original Alguns perdem parcialmente Ex.: Adenoma ou carcinoma da suprarenal Continua com funo de produo de hormnios esterides Porm se tornam insensveis aos mecanismos de controle Consequncia = nveis excessivos na circulao

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Caracterstica e propriedades das clulas malignas Bioqumicas

    Captam mais aminocidos

    Realizam mais gliclise (suportam hipxia)

    Clulas cancerosas consomem muita glicose

    Consumo de glicose permite rastrear localizao do tumor

    Caractersticas de clulas embrionrias (menos diferenciadas)

    Proliferao rpida

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Caracterstica e propriedades das clulas malignas Motilidade

    Devido a menor adesividade e modificao da estrutura

    Podem infiltrar tecidos adjacentes

    Primeiro passo da disseminao

    No novo local podem originar novas colnias tumorais

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Propagao e disseminao de neoplasias

    Propriedade mais importante das clulas malignas

    Infiltrao = via de disseminao para tecidos adjacentes

    A gravidade do cncer depende deste fator

    Podem ser localmente invasivos mas no originar metastses

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Propagao e disseminao de neoplasias Metastse = mudana de lugar Formao de nova leso tumoral a partir de uma primeira sem continuidade entra as duas Processos: 1. Destacamento das clulas da massa tumoral 2. Deslocamento pela matriz extracelular 3. Invaso de vasos linfaticos ou sanguneos 4. Adeso ao endotlio do vaso no rgo alvo 5. Sada do vaso 6. Proliferao no tecido alvo

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Propagao e disseminao de neoplasias Migrao da metstase para o tecido hspede no aleatria Alguns tecidos so mais preparados para receber a metstase Constituem o chamado nicho pr-metasttico Teoria da Semente e do Terreno Processo de metastizao pode inciar precocemente Podem continuar a sofrer diferenciao no foco secundrio Pode originar uma colnia com caractersticas diferentes

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Propagao e disseminao de neoplasias Destacamento de clulas tumorais do tumor primitivo Clulas normais esto aderidas umas as outras Principal molcula -catenina Inibio das molculas que fazem a adeso celular e expresso daquelas que aumentam adeso a MEC e emisso de pseudpodes

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Propagao e disseminao de neoplasias Deslocamento de clulas isoladas feito por movimentos amebides orientados por agentes quimiotticos De origem na prpria clula e no estroma Exemplo Carcinoma de prstata Expresso de receptores para quimiocinas CXCR 4 e 6 relacionados com a progresso tumoral Facilitam colonizao em tecidos que possuem agonistas destes receptores CXCL 12 e 16 tecido sseo

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Propagao e disseminao de neoplasias Deslocamento em bloco Clulas migram em conjunto Depende da expresso de MMP e molculas de adeso especficas Molculas TIMP inibem expresso de MMP Quanto mais TIMP menor a invasividade de clulas tumorais Clulas conseguem deslocar-se entre as fibras do MEC sem destru-las

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Propagao e disseminao de neoplasias Invaso de vasos sanguneos e linfticos Migrao para os vasos se d por atrao em quimiocinas produzidas em clulas endoteliais CCL 19 e 21 Principalmente em capilares e vnulas de parede fina Receptores CCR7 nas clulas tumorais Macrofagos associados as clulas tumorais auxiliam a penetrao das clulas nos vasos secretam MMPs e fatores de crescimento

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Propagao e disseminao de neoplasias Sobrevivncia de clulas tumorais na circulao Na circulao clulas tumorais so destrudas Sistema complemento, anticorpos, clulas citotxicas Clulas tumorais estimulam coagulao Formao de capa de fibrina e plaquetas Protege as clulas do ataque 99% das clulas tumorais na circulao morre Trombocitopenia ou tratamento com heparina reduz o nmero de metastses

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Propagao e disseminao de neoplasias Sada de clulas tumorais para os rgos Tem que ter molculas de adeso que permitam se ligar ao endotlio no local de extravasamento Depende de fatores quimiotticos secretados no rgo de destino Ex.: carcinoma colorretal tecido heptico (MET e selectina E) Clulas tumorais pouco diferenciadas migram para nichos (medula ssea) de onde se alojam e depois migram para os tecidos definitivos

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Propagao e disseminao de neoplasias Nicho pr-metasttico Clula tumoral induz modificaes a distncia no rgo alvo Esta mudana antecede a saida das clulas na circulao A formao deste nicho indica local de instalao da metstase Fatores sinalizadores envolvidos: VEGF, PIGF, TNF- e TNF-

  • NEOPLASIAS MALIGNAS

    Vias de disseminao das neoplasias Via linftica Principal via de disseminao 1o stio linfonodo sentinela linfonodo mais prximo do foco Linfonodos acometidos aumentados de volume Nem todo aumento de volume significa metstase Via sangunea As que penetram podem ir a qualquer parte do corpo 99% das clulas tumorais na circulao morre Clulas tumorais podem ser detectadas na circulao Grande nmero na fase de progresso do tumor

  • NEOPLASIAS

    Benignas Malignas

    Taxa de crescimento Baixa Alta

    Diferenciao Bem diferenciadas Podem ser anaplsicas

    Atipias celulares Raras Frequentes

    Degenerao Ausente Presente

    Crescimento Expansivo Infiltrativo

    Cpsula Presente Ausente

    Limites Definidos Impreciso

    Efeitos Inexpressivos Graves/Letais

    Recidiva Ausente Presente

    Metstase Ausente Presente

  • NEOPLASIAS

    Estgio 0 Carcinoma in

    situ Remoo cirurgica

    Estgio 1 Localizado

    Remoo cirurgica

    Estgio 2 Localizado avano inicial

    Estgio 3 Localizado avano tardio

    Estgio 4 Metastizado

  • FORMAO E DESENVOLVIMENTO

    1. Estimulam multiplicao celular 2. Inibem proliferao celular 3. Regulam apoptose 4. Regulam reparo do DNA 5. Regulam metilao e acetilao de DNA

    Genes supressores de tumor:

    p53 inibe diviso celular e ativa apoptose

    BRCA-1,-2 atuam no reparo do DNA

    Originam-se de clulas normais que sofreram mutao gnica ou alteraes epigenticas

  • FORMAO E DESENVOLVIMENTO

    Originam-se de clulas normais que sofreram mutao gnica ou alteraes epigenticas

    Cada ciclo de diviso celular DNA replicado Replicao envolve uma porcentagem baixa de erros

  • FORMAO E DESENVOLVIMENTO

  • FORMAO E DESENVOLVIMENTO

    Originam-se de clulas normais que sofreram mutao gnica ou alteraes epigenticas

    No metilado Metilado

    Ilha CpG

    Ilha CpG

    Expresso gnica

    Expresso gnica reprimida

  • FORMAO E DESENVOLVIMENTO

    Alteraes culminam com surgimento de clulas imortalizadas que adquirem capacidade de se multiplicar autonomamente

    Surgimento de uma mutao favoravel permite proliferao e invaso

    de tecidos vizinhos, com possvel metastizao

    Formados a partir de um clone que tornou-se imortal, origina subclones com capacidade variada de invadir outros tecidos

  • FORMAO E DESENVOLVIMENTO

    Certos agentes qumicos e fisicos podem facilitar o surgimentos de tumores. Individuo deve ser geneticamente suscetivel.

    Cada fator ambiental tem uma chance determinada de causar o desenvolvimento de um tumor em um determinada condio

    gentica.

    Gene Ambiente Cancer

  • FATORES AMBIENTAIS

    1. Vrus 1. HPV, hepatite B (risco aumentado em 200 vezes)

    2. Qumicos 1. Levam a alteraes no DNA 2. Hidrocarbonetos policclicos aromticos (G T, A G) 3. Nitrosaminas presente em alimentos 4. Metablitos da aflatoxina (G T)

    3. Radiao ultravioleta (dmeros de T) 4. Radiao ionizante N

    o esquecer inte

    rao com

    fatores heredit

    rios