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COQUI/IF-SERGIPE Professor Dr. Francisco Luiz Gumes LopesCurso Técnico de Nível Médio em Química
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COORDENAÇÃO DE QUÍMICA
Curso Técnico de Nível Médio
em
Química
PRINCÍPIOS BÁSICOS DAINDÚSTRIA QUÍMICA
MÓDULO I – CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Professor Dr. Francisco Luiz Gumes Lopes
Outubro/2013
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1. CONCEITOS BÁSICOS
1.1. INDÚSTRIA QUÍMICA
A indústria química, em geral, converte as matérias-primas no seu estado natural em
uma forma mais útil. Como exemplo pode-se citar a indústria do petróleo que transforma esta
matéria bruta, sem aplicação comercial nesta forma, em diversos combustíveis. Indústrias que
transformam madeira em papel e celulose, enxofre em ácido sulfúrico, ar e gás natural em
amônia e uréia, etc.
Considerando que as principais fontes de matéria-prima para obtenção de produtos
intermediários são petróleo, gás natural e carvão mineral, a indústria química do Brasil está
estruturada de tal forma que a origem encontra-se nos pólos petroquímicos.Estes foram implantados, nas décadas de 70 e 80, como conjuntos de indústrias de
primeira geração (up-stream) e de segunda geração (down-stream) ao mesmo tempo e com
capacidade para atender a toda demanda necessária para alavancar a indústria química
brasileira através do fortalecimento da indústria de base.
Esta forma de organização deu origem a três pólos petroquímicos representantes da
totalidade das empresas de primeira e segunda geração, são eles: São Paulo (Petroquímica
União - www.pqu.com.br), Bahia (Pólo Petroquímico de Camaçari - www.coficpolo.com.br)e Rio Grande do Sul (Pólo Petroquímico de Triunfo - www.copesul.com.br) e, em fase de
implantação, Rio de Janeiro.
Figura 1. Vista aérea do Pólo Petroquímico de Camaçari.
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Figura 2. Vista do Pólo Petroquímico de Camaçari.
São chamados de indústrias de primeira geração aquelas que utilizam matérias-primas
provenientes do petróleo, principalmente nafta, gás natural e carvão mineral e as transformam
em produtos petroquímicos básicos, dos quais os principais são: metano, eteno, propeno, série
dos butenos, petroquímicos cíclicos (benzeno, tolueno, xilenos), metanol, etc. São comumente
chamadas de Centrais de Matérias-Primas (CPM).
O processo produtivo das indústrias de segunda geração é caracterizado pela
transformação das diversas matérias-primas básicas em produtos intermediários, como por
exemplo monômeros para indústria de plásticos e afins, e intermediários químicos básicos. O
destino destes produtos são as chamadas indústrias de terceira geração, também conhecidas
como indústrias de transformação.
Através de operações químicas e/ou físicas, processam os produtos intermediários para
manufaturar os bens de consumo que chegam até o consumidor. Assim, alguns destes
produtos serão utilizados pelo consumidor final (bens de consumo), enquanto outros ainda
sofrerão algum processamento antes de serem ofertados ao consumidor final (bens de
produção). A indústria química abrange a produção de ambos os tipos.
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A Figura 2.b apresenta o exemplo da BRASKEM, que mostra a integração entre estes
três tipos de indústrias e a Figura 3 apresenta um diagrama de blocos do Complexo Industrial
de Camaçari-BA.
“ A Braskem integra as operações de primeira e segunda gerações da petroquímica no Brasil, obtendo
vantagens competitivas, como escala de produção e eficiência operacional. A primeira geração produz
matérias-primas básicas como eteno e propeno, fundamentais para a segunda geração, que envolve a
fabricação de resinas termoplásticas (PE, PP e PVC), utilizadas posteriormente pela indústria transformadora
para fabricar produtos de consumo. As resinas termoplásticas produzidas pela Braskem têm origem no petróleo
(nafta e gás de refinaria), no gás natural e no etanol de cana-de-açúcar, matéria-prima renovável utilizada na
produção de eteno verde. Fonte: http://www.braskem.com.br/site.aspx/Braskem-Perfil
Figura 2b. Perfil da BRASKEM (site http://www.braskem.com.br/site.aspx/Braskem-Perfil).
“ O Polo Petroquímico de Camaçari iniciou suas operações em 1978. É o primeiro complexo
petroquímico planejado do País e está localizado no município de Camaçari, a 50 quilômetros de Salvador,
capital do Estado da Bahia. Maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul, o Polo tem mais de 90
empresas químicas, petroquímicas e de outros ramos de atividade como indústria automotiva, de celulose,
metalurgia do cobre, têxtil, fertilizantes, energia eólica, bebidas e serviços. Com a atração de novos
empreendimentos para a Bahia, o Polo Industrial de Camaçari experimenta novo ciclo de expansão, gerando
mais oportunidades de emprego e renda para o Nordeste. A produção de automóveis pela Ford e de pneus pela
Continental e Bridgestone, no Polo de Camaçari, consolida a trajetória de diversificação no Complexo
Industrial e amplia as perspectivas de integração do segmento petroquímico com a indústria de
transformação.”
“ As principais linhas de aplicação dos produtos petroquímicos e químicos são os plásticos, fibras
sintéticas, borrachas sintéticas, resinas e pigmentos. Após transformados, os produtos químicos e petroquímicosresultam em embalagens, utilidades domésticas, mobiliário, materiais de construção, vestuário, calçados,
componentes industriais (indústria eletrônica, de informática, automobilística e aeronáutica), tintas, produtos
http://www.braskem.com.br/site.aspx/Braskem-Perfilhttp://www.braskem.com.br/site.aspx/Braskem-Perfilhttp://www.braskem.com.br/site.aspx/Braskem-Perfilhttp://www.braskem.com.br/site.aspx/Braskem-Perfilhttp://www.braskem.com.br/site.aspx/Braskem-Perfilhttp://www.braskem.com.br/site.aspx/Braskem-Perfilhttp://www.braskem.com.br/site.aspx/Braskem-Perfilhttp://www.braskem.com.br/site.aspx/Braskem-Perfil
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de limpeza (detergentes), corantes, medicamentos, defensivos agrícolas e fertilizantes. O Polo Industrial de
Camaçari fabrica também automóveis, pneus, celulose solúvel, cobre eltrolítico, produtos têxteis (poliéster),
fertilizantes, equipamentos para geração de energia eólica, bebidas, dentre outros, oferecendo ainda ampla
gama de serviços especializados às empresas instaladas em sua área de influência.” Fonte:
http://www.coficpolo.com.br/
Figura 3. Complexo Industrial de Camaçari-BA.
O processo químico corresponde à transformação de uma dada matéria prima em um
ou mais bens de consumo, ou bens de produção, de utilidade para o homem, consistindo em
um conjunto de etapas que envolvem alterações na composição química e/ou alterações
físicas no material que está sendo preparado, separado ou purificado. A existência de um
processo industrial implica na necessidade de um produto a ser fabricado.
Qualquer que seja a indústria química em consideração, existirão etapas semelhantes
entre elas que podem ser estudadas dentro dos princípios físicos e químicos envolvidos,
independente do material que está sendo fabricado.
Uma das partes principais de qualquer unidade de produção é o reator químico, onde
ocorre a transformação de reagentes em produtos. Antes de entrarem no reator os reagentes
passam através de vários equipamentos, onde a pressão, a temperatura, a composição e a fasesão ajustadas para que sejam alcançadas as condições em que ocorrem as reações químicas.
http://www.coficpolo.com.br/http://www.coficpolo.com.br/http://www.coficpolo.com.br/
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Os efluentes do reator são, em geral, uma mistura de produtos contaminantes e reagentes não
reagidos que devem ser separados em equipamentos apropriados para se obter o produto na
pureza adequada.
Em geral, em todos os equipamentos usados antes e após o reator ocorrem apenas
mudanças físicas no material, tais como: elevação da pressão (bombas e compressores),
aquecimento ou resfriamento (trocadores de calor), mistura, separação, etc.
Estas várias operações que envolvem mudanças físicas no material, independente do
material que está sendo processado, são chamadas de operações unitárias, enquanto que as
transformações químicas que ocorrem no reator são chamadas de processos unitários.
As Figuras 4-a e 4-b representam dois esquemas de um processamento químico onde
as operações unitárias ocorrem nos equipamentos de transformação física, enquanto os processos unitários de conversão ocorrem no reator químico.
Figura 4-a. Representação esquemática de um processo químico.
Figura 4-b. Representação em diagrama de blocos de um processo químico.
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As indústrias químicas, que fabricam produtos que são usados por muitas outras
indústrias, produzem em grandes quantidades porque as instalações das fábricas são muito
caras. Por isso não vale a pena montar fábricas para produzir quantidades pequenas. A Figura
5 mostra a distribuição das indústrias químicas de grande porte no país.
O local para se instalar uma indústria química tem de ser muito bem pensado, porque
precisa ficar perto da matéria-prima, do consumidor e da fonte de energia. A indústria
química consome muita energia, tanto na forma de calor como na forma de eletricidade.
Figura 5. Distribuição das indústrias químicas de grande porte no país.
2. CONCEITOS BÁSICOS
Os princípios básicos que constituem o domínio das atividades técnicas na indústria
química envolvem o conhecimento de Operações Unitárias, Mecânica dos Fluidos,
Transferência de Calor, Balanços de Materiais e Energia.
Os principais conceitos fundamentais do ponto de vista das operações unitárias são:
a. Processo industrial
É a seqüência de operações unitárias e/ou conversões químicas integradas e
coordenadas para obter um produto ou uma etapa de produção (produtos intermediários) do
processo industrial.
b. Produto
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É a matéria (substância, composto ou produto químico) obtida como resultado do
processamento industrial.
c. Sub-Produto
É toda e qualquer matéria obtida no final do processamento industrial que possui
valor comercial inferior ao produto.
d. Produto Intermediário
É toda matéria obtida após cada etapa de produção.
e. Rejeito
É todo sub-produto ou produto intermediário sem valor comercial.
Exemplo: Produção de açúcar a partir da cana-de-açúcar.
Matéria-prima: cana-de-açúcar
Produto: açúcar.
Etapas de produção do processo industrial:
(1ª) Moagem:
Sub-produtos:Caldo de cana, bagaço e eventuais impurezas na forma de sólidos em
suspensão.(2a) Filtração (opcional):
* Separação do caldo de cana dos demais sub-produtos da moagem *
(3ª) Concentração:
Sub- produtos: Caldo concentrado (melaço) e água na forma de vapor d’água.
(4ª) Cristalização:
Sub-produtos: Açúcar cristalizado e vinhoto (caldo residual)
(5ª) Centrifugação:* Separação do açúcar cristal do vinhoto *
(6ª) Armazenamento do açúcar
(7ª) Transporte do produto final
Possíveis Rejeitos: Bagaço da Cana e Vinhoto
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Figura 5. Esquema da produção de açúcar.
f. Operações Unitárias
As operações unitárias são os blocos individuais que compõem um processamento,dando origem a um produto final a partir de uma determinada matéria-prima. Cada uma
possui técnicas comuns e está baseada nos mesmos princípios científicos, independente da
matéria-prima ou do produto. Assim, os processos podem ser estudados sistematicamente, de
forma unificada e simples.
As operações unitárias são aquelas que não envolvem reações químicas, mas apenas
processos físicos, como aquecimento, resfriamento, tranferência de massa, condensação de
vapores, etc. As indústrias modernas planejam suas plantas industriais de maneira a aproveitarao máximo a energia consumida, e para tanto, é importante conhecer as operações unitárias.
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As operações unitárias podem ser agrupadas em cinco divisões:
a. Escoamento e transporte dos fluidos: em toda planta industrial é necessário
transportar reagentes e produtos para diferentes pontos da planta. Como na
maioria dos casos os materiais são fluidos (gases ou líquidos) é necessário
determinar os tamanhos e os tipos de tubulações, acessórios e bombas ou
compressores para movimentá-los.
b. Transmissão de calor: a maioria das reações químicas não ocorre a temperaturas
ambientes e, portanto, os reagentes e produtos devem ser aquecidos ou
resfriados. Além disso, deve-se recuperar a energia liberada por um processo ou
suprir de energia um determinado processo, visando sempre a otimização da
energia. Assim, os equipamentos de troca térmica e as taxas de calor envolvidasnos processos são importantes na fabricação dos produtos. A Figura 6
exemplifica tipos de transferência de calor em tanques e reatores.
Figura 6. Trocadores de calor em tanques e reatores. a- Encamisado; b-
Serpentina; c- Trocador interno; d- Trocador externo; e- Condensador de
refluxo; f- Aquecedor externo.
c. Operações de agitação e mistura: são operações que homogeneízam a composição da
mistura formada por diferentes componentes. São operações importantes em reatores,
partes essenciais em qualquer processo. São utilizados diferentes tipos, sempre
levando em consideração o tipo de reação como, por exemplo, processos em fase
líquida ou gasosa, tipo de reagente (sólido, líquido ou gasoso), etc. Operações de
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agitação são importantes em processos químicos, principalmente quando estão
envolvidos reagentes e produtos em fases diferentes (sólido, líquido ou gás), líquidos
imiscíveis, etc. Na Figura 7 são apresentados alguns tipos de agitadores utilizados em
processos químicos. A escolha do tipo de agitador, uso de chicanas, velocidade, e
outras características importantes estão relacionados, principalmente, com a
viscosidade e estado físico de reagentes e produtos.
Figura – 7. Tipos de agitadores
d. Operações de manuseio de sólidos: moagem, peneiramento, fluidização, etc.
e. Operações de separação: inclui processos físicos em que se permite a separação
de duas fases (sólido-líquido e líquido-líquido), como a filtração, a decantação ea centrifugação. Processos em que ocorrem a transferência de massa de uma fase
para a outra, pela afinidade do material para a segunda fase, tais como a absorção
(do gás para o líquido), a extração (de líquido para outro líquido), a adsorção (de
uma mistura gasosa ou líquida para um sólido), etc. e processos em que ocorre a
transferência de material de uma fase para a outra pela influência da troca de
calor, como evaporação, destilação, cristalização, etc. Operações de separação
são as que mais envolvem cálculos de balanço de massa, também chamado de balanço material. Em alguns casos, além do balanço material é necessário
realizar balanço de energia. Todas as operações de separação ocorrem no interior
de um equipamento especialmente projetado para se conseguir o efeito desejado.
Em resumo, a operação unitária é definida como qualquer transformação física
realizada sobre determinado material.
Quando se estuda uma operação unitária, procura-se obter os conhecimentos
necessários ao projeto e operação do equipamento capaz de realizar a operação físicanecessária ao processamento de determinado material. Mediante o conhecimento das
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operações unitárias, o estudante adquire a faculdade de as utilizar em novos processos
industriais e a capacidade de projetar, construir e explorar instalações novas, com igual
segurança, como se tratasse com processos já ensaiados e aplicados.
g. Linhas de Processo ou de Produção
É a seqüência de operações unitárias e/ou conversões químicas coordenadas e
integradas para obter um único produto do processamento industrial. Quando a Indústria
produz apenas um produto, a linha de produção constitui o próprio processo industrial.
Considerando ainda o exemplo do processo industrial para produção do açúcar,
teremos a seguinte linha de produção: Linha de Produção Açúcar: Op1 Op2 Op3 Op4 Op5
Onde:
Op1:Moagem
Op2:Filtração
Op3:Evaporação
Op4:Cristalização
Op5:CentrifugaçãoÉ importante salientar que os subprodutos do processo podem ser comercializados. É
comum o bagaço ser empregado como combustível, o melaço como ração para gado e o
vinhoto largamente empregado como adubo natural.
A linha de produção de uma planta industrial é constituída de equipamentos, máquinas
e instrumentos de controle.
Assim, um processo industrial é uma seqüência de operações unitárias coordenadas e
organizadas para atender um objetivo: produção de um determinado produto.O desenvolvimento de um processo químico é um procedimento longo e complexo;
conforme o tipo de síntese o tempo necessário para a produção plena pode levar até dez anos.
Uma forma simples e convencional consiste basicamente de quatro etapas:
1- Desenvolvimento laboratorial do processo;
2- Interface entre o laboratório e mini-planta;
3- Integração da planta de testes e planta piloto;
4- Transposição para escala industrial.
No desenvolvimento de um processo para obtenção de um novo produto, a seleção de
um processo unitário juntamente com as operações unitárias a serem realizadas deve ser feito
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sempre levando em consideração produtos relacionados com o rendimento e a economicidade
do processo químico em função do custo no mercado do produto final. É importante
considerar sempre os seguintes fatores:
- Custo e disponibilidade da matéria-prima: possibilidade da aquisição da matéria-
prima a ser usada em relação ao local de fabricação como também o seu custo neste mesmo
local e a sua pureza;
- Rendimento do processo: é importante em todo processo químico a análise do seu
rendimento. Isto compreende a obtenção do produto no seu melhor grau de pureza com a
máxima quantidade possível de ser obtido com o menor consumo de energia no menor tempo.
É importante aqui se fazer uma escolha cuidadosa de processos e operações unitárias dentro
do menor tempo e com o menor investimento possível.- Produtos secundários, co-produtos e resíduos: quando se processa uma reação, ocorre
sempre que o produto principal encontra-se acompanhado de outros produtos formados
durante a reação em quantidades significativas. Da mesma forma, o meio reacional também
deve ser considerado, após a separação do produto principal nos resta produtos secundários,
subprodutos e co-produtos que devem ter outro destino. Quando estes subprodutos são
considerados resíduos, não possuem valor agregado, qual o seu destino e como eliminá-los.
Isto influi de tal forma na escolha de um processo químico a ser usado que em certos casos ele poderá ser determinante na sua eliminação. Procura-se sempre a máxima valorização dos co-
produtos e subprodutos.
O local para se instalar uma indústria química tem de ser muito bem pensado, porque
precisa ficar perto da matéria-prima, do consumidor e da fonte de energia. A indústria
química consome muita energia, tanto na forma de calor como na forma de eletricidade.
h. Conversão Química
Envolve a química fundamental de cada reação em particular e o equipamento em que
ocorre a reação. É o processo unitário que ocorre no reator químico de um processo industrial.
As principais conversões químicas que ocorrem na indústria são: a isomerização,
neutralização, oxidação, polimerização, pirólise, redução, sulfonação, troca iônica,
desidratação, eletrólise, esterificação, fermentação, halogenação, hidrogenação, hidrólise,
alcoólise, alquilação, aminação, calcinação, carboxilação, combustão e condensação.
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i. Equipamentos
São sistemas construídos para realizar produção. São constituídos por um conjunto
de máquinas. Exemplo: gerador de vapor, torre de resfriamento, colunas de destilação,
absorção, extração, centrifugadores, etc.
j. Máquinas
São aparelhos que produzem uma ação mecânica (produção de movimento) quando
lhe é fornecida a energia adequada. Exemplo: bomba, turbina, compressor, válvula, etc.
l. Instrumentos de Controle
São aparelhos instalados à linha de produção que têm como finalidade promover a
regulagem e o controle dos processos industriais, através da monitoração das variáveis do
processo. As principais variáveis de controle dos processos são: temperatura, nível, pressão,vazão e concentração.
As indústrias modernas estão cada vez mais automatizando seus processos
promovendo dessa forma, uma melhoria qualitativa e quantitativa dos seus produtos além da
redução de custos nos seus processos produtivos.
3. FLUXOGRAMAS
Os fluxogramas são parte fundamental em um projeto, estes apresentam a seqüência
coordenada das conversões químicas unitárias e das operações unitárias, expondo assim, os
aspectos básicos do processo. É o mais efetivo meio de comunicar informações sobre um
processo industrial.
Indicam pontos de entrada das matérias-primas e da energia necessária e também os
pontos de remoção do produto e dos subprodutos. Na avaliação global do processo, desde sua
concepção inicial até o fluxograma detalhado para o projeto e operação da planta, é precisodesenhar muitos fluxogramas.
Os três principais tipos de diagramas usados para descrever os fluxos de correntes
químicas através de um processo são:
a) Fluxogramas de blocos (block flow diagrams – BFD)
b) Fluxograma do processo (process flow diagram – PFD)
c) Fluxogramas de tubulação e instrumentação (pipping and instrumentation diagram –
P&ID):
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a. Diagrama de Blocos
É uma forma simplificada de representar um processo industrial. Consiste apenas em
identificar as operações unitárias em blocos individualmente e elaborar um fluxograma básico
demonstrando a seqüência das transformações desde a matéria prima até o produto final do
processo.
São úteis na conceitualização de um processo ou de um número de processos em um
grande complexo. Pouca informação sobre as correntes é fornecida, mas uma clara visão geral
do processo é apresentada.
Considerando ainda o exemplo da produção de açúcar, teremos o seguinte diagrama
de blocos:
Os blocos ou retângulos representam uma operação unitária ou processo unitário. Os
blocos são conectados por linhas retas que representam as correntes de fluxo do processo
entre as unidades. Essas correntes de fluxo podem ser misturas de líquidos, gases e sólidos
fluindo em dutos ou sólidos sendo transportados em correias transportadoras.
Operações ou processos unitários tais como misturadores, separadores, reatores,
colunas de destilação e trocadores de calor são usualmente denotados por um bloco simples
ou retângulo.
Grupos de operações unitárias podem ser denotados por um bloco simples.
Correntes de fluxo do processo entrando e saindo dos blocos são representadas por
linhas retas que podem ser horizontais ou verticais.
A direção do fluxo deve ser claramente indicada por setas.
As correntes de fluxo devem ser numeradas em uma ordem lógica.
As operações unitárias (i.e blocos) devem ser rotulados.
Canade
açúcar
MoagemOp1
FiltraçãoOp2
CentrifugaçãoOp1
Caldo+
Resíduos
CaldoLimpo
Bagaço Resíduos Xarope Vinhoto
Evaporação
Op3
Caldo Caldo
Cristalizado
Vapor d’água
CristalizaçãoOp4
Açúcar
Op1 Op2 Op3 Op4 Op5
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Quando possível, o diagrama deve ser arrumado de modo que o fluxo material ocorra
da esquerda para a direita.
Vejamos, agora um outro exemplo: a linha de produção da amônia utilizando como
matéria prima o ar atmosférico e o gás natural.
b. Diagrama de Fluxos (Flow Sheets)
É uma técnica de representação gráfica dos processos industriais. O diagrama defluxo ou fluxograma de um processo consiste em representar o processo de forma mais
detalhada, onde cada equipamento é representado por um símbolo específico.
Contém toda informação necessária para os balanços material e energético completos
no processo. Adicionalmente, informações importantes tais como a pressão das correntes, o
tamanho de equipamentos e principais controles são incluídos.
Gás Natural
Ar
Atmosférico
1
Reação
Refrigeração
Condensação
Separação
2
NH3
99,9% H2
99% N2
Depósito
1
2
Compressão 300 atm
Compressão e reciclo
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Um fluxograma de processo inclui a tubulação do sistema; símbolos dos principais
equipamentos, nomes e números de identificação; controles e válvulas que afetam a
operação do sistema; interconexões com outros sistemas; principais rotas de by-pass e
recirculação; taxas dos sistemas e valores operacionais como temperatura e pressão para
fluxos mínimo, normal e máximo; composição dos fluidos; etc.
Na Figura 8, temos representado o diagrama de fluxo do processo simplificado para
produção do ácido benzóico a partir do tolueno e ar atmosférico, empregando como
catalisadores sais de cobalto.
- Ar - Ácido benzóico bruto, 250 a 300ºF
- Catalisador - Ácido benzóico puro- Tolueno - Inerte
4 - Tolueno, reciclo - Resíduo
A - Reator C - Coluna de absorção
B - Decantador D - Coluna de destilação
- Trocador de calor E - Depósito
Figura 8. Diagrama de fluxo do processo para produção do ácido benzóico a partir do
tolueno e ar atmosférico
1
2
3
5
6
7
8
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As Figuras 9 e 10 mostram alguns símbolos e as operações unitárias correspondentes
em um FlowSheet´s.
Figura 9.
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Figura 10.
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c. Fluxograma de tubulação e instrumentação (Fluxograma de Engenharia)
Contém toda informação do processo necessária para a construção da planta. Estes
dados incluem tamanho dos tubos (dimensionamento da tubulação e localização de toda
instrumentação para ambas as correntes de processo e de utilidades).
Estes fluxogramas mostram toda a tubulação incluindo a seqüência física de
ramificações, redutores, válvulas, equipamentos, instrumentação e controles intertravados.
Estes fluxogramas são usados para operar o processo de produção.
Um FTI deve incluir: Instrumentação e designações; Equipamentos mecânicos com
nomes e números; Todas as válvulas e suas identificações; Processo de tubulação, tamanhos e
identificação; Micelânea: ventilação, drenagem, amostragem, redutores, aumentadores;Direção dos fluxos; Referências das interconexões; Controles de inputs, outputs e
intertravamento ; Nível de qualidade; Sistemas de controle computadorizados; Identificação
dos componentes e subsistemas; etc.
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3. CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS.
O processamento químico pode ser definido como o processamento industrial de
matérias primas químicas, que leva à obtenção de produtos com valor industrial realçado.
A operação de todo o processo deve ser realizada a um custo suficientemente baixo
para ser competitivo e eficiente e levar à obtenção de lucro.
Os processos podem ser classificados da seguinte forma:
a. Quanto ao tempo de atuação da transformação.
Operação Contínua
Na operação contínua o tempo não é uma variável na análise do processo (exceção:
parada e partida). As condições operacionais não são constantes ao longo do processo
(existem os perfis), porém estas condições devem ser as mesmas em um dado ponto
(constantes com o tempo).
É necessário o controle do processo para manter as condições operacionais constantes
em um dado ponto. É chamado de regime permanente ou estacionário. A Figura 11exemplifica a variação do comportamento da temperatura no interior de uma serpentina.
Observe que a temperatura varia ao longo do comprimento da serpentina, porém,
considerando que este processo seja contínuo, este perfil de temperatura se manterá constante
em qualquer instante, seja hoje, amanhã ou daqui a alguns anos.
Figura 11. Perfil de temperatura em um determinado processo contínuo.
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Operação Descontínua
No processo descontínuo a massa é carregada ao sistema de uma só vez, efetuando-se
sobre ela o processo, até que o mesmo se complete totalmente. É também chamado de regime
transiente, não estacionário ou não permanente (batelada).
Considere como exemplo uma dona de casa fazendo um bolo de chocolate. Ela
mistura os ingredientes de uma só vez, coloca o bolo para assar e retira o bolo da assadeira.
No dia seguinte ela utiliza a mesma assadeira para fazer um bolo de laranja e realiza o mesmo
procedimento. Observe que houve necessidade de interrupção do processo para a mistura de
novos ingredientes (poderiam até ser os mesmos ingredientes).
b. Quanto à variável que permanece constante durante a transformação.
Isotérmico: temperatura constante.
Isobárico: pressão constante.
Isométrico: volume constante.
Adiabático: não existe troca térmica entre o sistema e o meio exterior.
Isoentálpico: entalpia constante.Isoentrópico: entropia constante.
c. Quanto a orientação do escoamento.
Na indústria de processamento há a necessidade de colocar duas correntes de fluidos
em contato. Seja de forma direta, no caso da necessidade da transferência de massa, ou deforma indireta, no caso da necessidade da transferência de energia.
As Figuras 12 e 13 representam os dois tipos principais de escoamento, o paralelo
(ocorre com os fluidos no mesmo sentido) e o contracorrente (ocorre com os fluidos em
sentido contrário). Em geral o escoamento em contracorrente fornece uma maior transferência
de massa e de energia.
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Figura 12. Principais tipos de escoamento na indústria de processamento
Figura 13. Representação do escoamento paralelo e em contracorrente em trocadores de calor.
4. EQUILÍBRIO
A condição de equilíbrio ocorre quando, para qualquer combinação de fases em um
sistema, existe uma condição em que a taxa de troca de energia e massa em um processamento químico é igual a zero.
Em qualquer situação do sistema em estado de não-equilíbrio, as propriedades do
sistema tendem a adquirir as condições de maior estabilidade, ou seja, as condições de
equilíbrio.
Esta tendência de atingir o equilíbrio gera uma força motriz ou uma diferença de
potencial no sentido de atingir o equilíbrio, conforme a Figura 14.
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Figura 14. Obtenção do equilíbrio.
Força Motriz é a diferença entre a condição existente e a condição de equilíbrio e que
provoca uma aproximação no sentido da condição de equilíbrio.
A Figura 15 representa a obtenção do equilíbrio térmico entre dois corpos. A situação
para a obtenção do equilíbrio para dois corpos com diferença de potencial elétrico é
semelhante, sendo que a força motriz será a transferência de energia elétrica.
Figura 15. Obtenção do equilíbrio térmico entre dois corpos.
Quando duas fases líquidas que não estão em equilíbrio são reunidas, ocorrerá uma
transferência de massa análoga à transferência de energia térmica e de energia elétrica.
Expressões de equilíbrio para misturas multicomponentes, entre a fase líquida e a fase
vapor, ou entre duas fases líquidas com solubilidade parcial de uma na outra, são mais
complicadas.
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A condição a ser satisfeita é a de que o potencial químico (concentração) de cada
constituinte tem o mesmo valor em todas as fases que estão em equilíbrio em um determinado
sistema.
O potencial (concentração) de uma substância ou mistura em um certo estado,
comparado com o mesmo potencial no equilíbrio, mostra que há uma diferença de potencial
que é uma força motriz que impele o sistema a modificar o seu estado até atingir o equilíbrio.
As forças motrizes pertinentes às operações unitárias são as diferenças de
concentração, temperatura, pressão e densidade.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Elabore um conceito para Pólo Petroquímico e explique como as empresas integrantes de
um Pólo Petroquímico estão interligadas.
2. O que você entende sobre as operações unitárias, as conversões químicas e o processo
industrial?
3. Exemplifique um processo químico industrial qualquer, conceituando e informando o
produto principal, sub-produtos e rejeito.
4. Diferencie o processo permanente do processo em batelada.5. Quais as etapas para o desenvolvimento e implantação de um processo químico? O que
deve ser considerado no desenvolvimento e concepção de um processo industrial químico
para a obtenção de um novo produto?
6. Quais os tipos de fluxogramas utilizados para representar os processos industriais?
Explique e exemplifique cada um.
7. Quais as principais orientações de escoamento industrial? Exemplifique.
8. O que você entende sobre equilíbrio de um sistema?