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Linguagem Informativa - objetiva, apresentando dados precisos

como, por exemplo, datas e nome de escritores. Trata-se de

uma linguagem direta e impessoal. Não há nenhum tipo de

exploração de imagens ou figuras de linguagem.

Linguagem Subjetiva - multiplicidade de significações, opondo-

se a linguagem informativa.

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DENOTAÇÃO - É a linguagem informativa, comum a todos.

Tem por objetivo expressar um conhecimento prático,

científico. Neste tipo de linguagem, as palavras são sempre

empregadas em sentido real.

CONOTAÇÃO - É a linguagem afetiva, individual e subjetiva.

Tem por objetivo a apreciação estética. Apresenta o uso da

palavra no seu sentido figurado ou poético.

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O texto não literário é informativo, objetivo. Ele apresenta uma

linguagem denotativa, direta e impessoal. Está preso à

realidade, a algo que pode ser comprovado como verdade. A

nossa comunicação de todos os dias, ou seja, a nossa fala do

cotidiano, com nossos amigos, com nossa família ou no nosso

trabalho, é um exemplo de texto não literário. São textos que

visam, apenas, a informação e a ação.

O Texto Literário distingue-se, nomeadamente, pelo fato de

transformar a realidade, servindo-se dela como modelo para a

arquitetar mundos “fantásticos”, que só existem textualmente e

que se estabelecem através da metáfora, da caricatura, da

alegoria e pela verossimilhança. Residindo aqui a ficcionalidade

patente no Texto Literário. Este é o elemento que mais o

diferença do Texto Não Literário.

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TEXTO LITERÁRIO

-Tem função estética;

-Sua relevância se dá no plano da expressão; não importa

apenas O QUE se diz, mas COMO se diz;

-É intangível, isto é, não pode ter seus termos substituídos

ou sua ordem alterada; ele é intocável, não permitindo

sequer ser resumido;

-É conotativo, ou seja, cria significados novos;

- Sua linguagem é plurissignificativa, isto é, os termos que

usa remete a vários significados.

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TEXTO NÃO-LITERÁRIO

-Tem função utilitária;

-Sua relevância se dá no plano da mensagem;

-Pode ser resumido, sem prejuízo de seu conteúdo

ou plano de expressão;

-É denotativo, ou seja, referencial, aspirando a ser o

mais informativo possível;

- Os termos que emprega na sua composição

possuem apenas um significado.

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Quando se resume um texto não-literário

apreende-se o essencial; quando se resume um texto literário perde-se o essencial.

Paul Valéry

O texto literário e sua intangibilidade.

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Insatisfação

• substantivo feminino

1. falta de satisfação; descontentamento, desprazer, contrariedade, aborrecimento

Ex.: recebeu com i. a recusa ao seu convite

Dicionário Houaiss

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Círculo vicioso Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume: --" Quem me dera que fosse aquela loura estrela, Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!" Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme: -- " Pudesse eu copiar o transparente lume, Que, da grega coluna à gótica janela, Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!" Mas a lua, fitando o sol, com azedume: -- "Mísera! tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imortal, que toda a luz resume!" Mas o sol, inclinando a rútila capela: --"Pesa-me esta brilhante auréola de nume... Enfara-me esta azul e desmedida umbela... Porque não nasci eu um simples vaga-lume?“

M.A.

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O texto literário é conotativo, isto é, cria novos significados;

Enquanto o texto não-literário aspira à denotação, o texto com função estética busca a conotação;

Por isso, usa largamente os mecanismos da metáfora e da metonímia.

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VAIDADE

• substantivo feminino

1 qualidade do que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória

2 valorização que se atribui à própria aparência, ou quaisquer outras qualidades físicas ou intelectuais, fundamentada no desejo de que tais qualidades sejam reconhecidas ou admiradas pelos outros.

Dicionário Houaiss

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Desenganos da vida humana metaforicamente É a vaidade, Fábio, nesta vida Rosa, que de manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida É planta, que de abril favorecida, Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada, Sulca ufana, navega destemida. É nau enfim, que em breve ligeireza, Com presunção de Fênix generosa, Galhardias apresta, alentos preza: Mas ser planta, ser rosa, ser nau vistosa De que importa, se aguarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?

G.M.G.

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O texto com função utilitária busca ter um único significado, enquanto a linguagem em função estética é plurissignificativa.

A linguagem em função estética, que caracteriza o texto literário, apresenta, em síntese, os seguintes traços:

relevância do plano da expressão,

intangibilidade da organização linguística,

uso constante da metáfora e da metonímia,

desautomatização, combinações inesperadas.

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No uso estético da linguagem, procura-se desautomatizá-la, ou seja, criar novas relações entre as palavras, estabelecer associações inesperadas e insólitas entre elas, para tornar singular sua combinatória e, assim, revelar novas maneiras de ver o mundo.

“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos réis”

Brás Cubas

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Não é só na literatura que se usa a linguagem em função estética;

No entanto, ela é o lugar privilegiado de sua utilização;

Além disso, cabe destacar que a poesia é o lugar em que a função estética se manifesta no mais alto grau.

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Quanto à disposição gráfica, um texto literário pode se apresentar em:

• Prosa: em linhas “corridas”, frases, períodos, parágrafos.

• Verso: a linha do poema dá-se o nome de verso e ao conjunto deles, estrofe.

E pode revelar:

• Estilo individual: é o estilo único de determinado escritor(a), ou seja, sua visão única e modo próprio de criação literária.

• Estilo de época: características comuns em obras de autores diferentes, mas contemporâneos. Ex.: embora Bernardo Guimarães e José de Alencar tenham estilos diferentes, ambos pertencem ao Romantismo.

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DISCURSO

LITERÁRIO

DISCURSO

HISTÓRICO X

A HISTÓRIA é a vida de cada um de nós. Todos os dias

escrevemos a história com nossos atos e valores.

A LITERATURA se apropria desses atos e valores que

formam as sociedades de diferentes épocas para dar vida às

personagens dentro dos mais diversos contextos. Por isso, a

LITERATURA, considerada, por muitos, como arte da

palavra, pode ser conceituada como um tipo de discurso que

tenta dar conta da história.

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Assim como a música, a pintura e a dança, a Literatura é

uma arte. Através dela temos contato com um conjunto de

experiências vividas pelo homem sem que seja preciso

vivê-las.

A Literatura é um instrumento de comunicação, pois

transmite os conhecimentos e a cultura de uma

comunidade. O texto literário nos permite identificar as

marcas do momento em que foi escrito.

As obras literárias nos ajudam a compreender nós mesmos,

as mudanças do comportamento do homem ao longo dos

séculos, e a partir dos exemplos, refletir sobre nós

mesmos.

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Escolas literárias: (ou estilos de época)

• Quinhentismo – (1500 – 1601)

• Barroco – (1601 – 1768)

• Arcadismo – (1768 – 1836)

• Romantismo – (1836 – 1881)

• Realismo/Naturalismo/Parnasianismo – ( 1881 – 1922)

• Simbolismo – (1893 – 1922)

• Pré-modernismo – (1902 – 1922)

• 1ª ger. Modernista – (1922 – 1930)

• 2ª ger. Modernista – (1930 – 1945)

• 3ª ger. Modernista – (1945 – 1960)

• Literatura contemporânea – (1960 – até nossos dias)

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Por cima do abismo estende-se minh’alma tensa como um cabo onde me equilibro, malabarista de palavras. (Maiakóvski)

A literatura é uma manifestação artística e a palavra é a sua matéria-prima. Entretanto, é necessário atentar para o fato de que não basta fazer uso da palavra para produzir literatura. Lembremos que a função poética da linguagem ocorre quando a intenção do emissor está voltada para a própria mensagem, quer na seleção e combinação das palavras, quer na estrutura da mensagem, com as palavras carregadas de significado.

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GÊNEROS LITERÁRIOS:

• Lírico: é a manifestação literária em que predominam os aspectos subjetivos de um EU. O eu lírico ou eu poético.

• Épico: O gênero épico é a narrativa em versos que apresenta um episódio heroico da história de um povo. Na estrutura épica temos: o narrador, o qual conta a história praticada por outros no passado; a história, a sucessão de acontecimentos; as personagens, em torno das quais giram os fatos; o tempo, o qual geralmente se apresenta no passado e o espaço, local onde se dá a ação das personagens. Mimese Indireta.

• Dramático: texto escrito para ser representado. Mimese Direta.

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Gêneros Épico Quando temos uma narrativa de fundo histórico; são os feitos heróicos e os grandes ideais de um povo o tema das epopeias.

O narrador épico mantém distanciamento em relação aos acontecimentos (esse distanciamento é reforçado, naturalmente, pelo aspecto temporal: os fatos narrados situam-se no passado).

Temos, portanto, um poeta observador voltado para o mundo exterior, tornando a narrativa objetiva.

Os Lusíadas, de Luís de Camões, é o maior exemplo do gênero escrito em Língua Portuguesa.

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Gêneros Dramático

Textos dramáticos são aqueles em que a “voz narrativa” está entregue às personagens, que contam a história por meio de diálogos e monólogos.

Drama, em grego, significa “ação”. Ao gênero dramático pertencem os textos, em poesia ou prosa, feitos para serem representados. Isso significa que entre autor e público desempenha papel fundamental todo o elenco que participa da encenação.

O gênero dramático, na Grécia Antiga, desenvolveu-se por meio de duas modalidades: a tragédia e a comédia.

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Gêneros Lírico ou Poético

A poesia lírica surge como uma forma de atender ao anseio humano de expressão individual e subjetiva. Ela se define pela expressão de sentimentos e emoções pessoais. Uma outra marca característica de sua estrutura é o fato de dar voz a um sujeito lírico, diferente da narração impessoal própria da épica.

Seu nome vem de lira, instrumento musical usado para acompanhar os cantos gregos. Ao separar-se o texto do acompanhamento musical, a poesia passou a apresentar uma estrutura mais rica.

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Gêneros Narrativo

A palavra ficção vem do latim fictionem (fingere, fictum), ato de modelar, criação, formação; ato ou efeito de fingir, inventar, simular; suposição; coisa imaginária, criação da imaginação. Literatura de ficção é aquela que contém uma história inventada ou fingida, fictícia, imaginada, resultado de uma invenção imaginativa, com ou sem intenção de enganar.

A essência da ficção é, pois, a narrativa. É a sua espinha dorsal, correspondendo ao velho instinto humano de contar e ouvir histórias, uma das mais rudimentares e populares formas de entretenimento. Mas nem todas as histórias são arte. Para que tenha o valor artístico, a ficção exige uma técnica de arranjo e apresentação, que comunicará à narrativa beleza de forma, estrutura e unidade de efeito.