Aula Morte Luto Melancolia

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Morte luto Morte luto e e melancolia melancolia Profº. Sudelmar Fernandes Profº. Sudelmar Fernandes Psicanalista, Filosofo e Tanatólogo Psicanalista, Filosofo e Tanatólogo E-mail [email protected] E-mail [email protected] 1

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Morte luto Morte luto e e

melancolimelancolia a

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Tanatólogo Tanatólogo E-mail E-mail

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HistóriaHistória da morte da morte da Pré-História à idade média da Pré-História à idade média

Thomas, L.V. (1992), arqueológico.

Habito de enterra os mortos ao invés de deixá-los à mercê de animais necrófagos, começa com o homem de Neandertal cerca de 100 000 anos a.C.

Cavidades em rochas, colocava-se o corpo de cócoras cobrindo-o com pedras.

Depositava-se ao redor, seus objetos pessoais e alimentos como oferenda. 2

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HistóriaHistória da da morte morte

da Pré-História à idade da Pré-História à idade média média

Período Paleolítico - o homem de Cro-Magnon.

Mudanças no ritual funerário :

Os corpos disponibilizados e esticados na posição horizontal de costas para baixo ou em posição fetal;

Aumento e diversificação nas oferendas em relação a época anterior. 3

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HistóriaHistória da morte da morte da Pré-História à idade média da Pré-História à idade média

Período mesolítico, últimos caçadores arrecadador;

Comum a sepultura coletiva em detrimento da individual.

Novas formas de covas:

Aparecem às configurações ovais e de pouca profundidade que são cobertas por uma grande pedra, sendo os corpos decorados com ocre vermelho.

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HistóriaHistória da da morte morte

da Pré-História à idade da Pré-História à idade média média

Incorporação de adornos confeccionados com conchas e dentes de animais perfurados.

Surgem os célebres Dolmens ou Antas, monumentos fúnebres de cunho religioso, onde eram sepultados ritualmente vários corpos.

Surgem os rituais da calota craniana no pós morte, chamados de trepanação.

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HistóriaHistória da morte da morte da Pré-História à idade média da Pré-História à idade média

Legados dos egípcios: “Livro dos Mortos” o mais antigo livro ilustrado do mundo, sua origem remonta á V Dinastia (ano 2345 a.C.).

Composto de formulas importantes: hinos, prescrições, orações, exposições da criação, indicações sobre as diferentes divindades que o morto deveria conhecer textos ilusionista de proteção contra animais que se alimentam de corpos em decomposição, etc.

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HistóriaHistória da da morte morte

da Pré-História à idade da Pré-História à idade média média

Cultura Grego-Ramana, manteve os rituais semelhantes ao antigo Egito;

Manifestações publicas de tristeza dos familiares, destacando-se as carpideiras.

Ritual de cremação do corpo em piras funerárias.

Para Davies, J. (1999), os povos Grego/ Romano perpetuam a lembrança dos mortos, esculpindo estatuas para a posteridade, transformando seus entes queridos em monumentos.

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade moderna da idade média a idade moderna

O historiador Ariès, P. (1988, 2000), “Historia da morte no ocidente”, sistematiza a trajetória dos costumes da sociedade ocidental face à morte, a partir da Idade Média até os dias atuais.

Identifica a mutabilidade de atitudes adotadas ao longo dos tempos frente ao evento da morte, divididas em períodos.

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade moderna da idade média a idade moderna

Período - morte domada;Demarcação de uma linha muito

tênue entre o natural e aquilo que se chama hoje de sobrenatural.

Acreditava-se na onipresença dos mortos entre os vivos, presença apenas sentida por aqueles cuja hora da morte se aproximava.

Surgem inúmeros relatos de pessoas que morriam no dia e na hora que haviam previsto, dando-lhes tempo e condições para se prepararem. 9

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HistóriaHistória da da morte morte

da idade média a idade da idade média a idade modernamoderna

A morte era esperada majoritariamente em casa, na cama, e o moribundo encontrava-se rodeado de familiares, amigos e vizinho.

Cuidados com o corpo, realizados por mulheres de baixa renda, que também exerciam na comunidade o papel de parteiras, recebia uma pequena quantia em dinheiro como pagamento.

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade modernada idade média a idade moderna

Embora carregada de ritos cerimoniais, a morte era aceita com naturalidade e sem ostensiva manifestação de tristeza.

Estava harmoniosamente presente de forma natural.

A morte não era ignorada numa época onde a prevenção, os recursos e os tratamentos médicos eram ainda muito rudimentares. 11

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade modernada idade média a idade moderna

Período da Morte de Si Mesmo: a partir do século XI, Preocupa-se com a própria morte e com o

que virá depois.Procura garantias para a vida depois da

morte:Ritos de absolvição de seus pecados,

orações aos mortos, donativos, missas rezadas após a morte, testamentos para seus bens, deixados para a igreja e aos pobres.

Surgi à idéia de Juízo Final, todos os homens têm de prestar contas após sua morte.

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade da idade média a idade

modernamoderna

A partir dos séculos XIII e XVII começa as primeiras mudanças nos rituais fúnebres;

Utilização do caixão como forma de ocultar o corpo morto.

Inscrições anteriormente colocadas junto ao túmulo são substituídas por placas gravadas colocadas nas paredes das igrejas.

Identificação do falecido, localização exata do corpo, doações, compromissos assumidos pelos familiares perante a igreja. 13

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HistóriaHistória da morte da morte

da idade média a idade da idade média a idade modernamoderna

A fase da Vida no Corpo Morto tem inicio a partir do século XVIII.

Constatação de que o corpo após a morte mantém resíduos de vida.

Pelos e unhas continuam a crescer, existem secreções.

Imaginação popular - o corpo depois da morte ainda ouve e tem lembrança. 14

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade modernada idade média a idade moderna

O medo que predominava nos séculos XVII e XVIII é de ser enterrado vivo.

Origem a vários ritos e cerimônias; atrasar o sepultamento tais como: velórios de quarenta e oito horas, a morte só é realmente reconhecida quando o corpo entra em decomposição.

Surgem também os amuletos macabros confeccionados dos ossos daqueles que morreram e que serve para proteção dos vivos. 15

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade da idade média a idade

modernamoderna

Comum os soldados que iam combater levarem consigo o dedo de um solado morto em combate.

Nasce uma farmacopéia: Matéria prima, tanto os ossos quanto

alguns órgãos específicos, ingredientes para curar todo gênero de males.

Os corpos mais procurados, pelas suas propriedades terapêuticas, segundo a crença, eram os de homens mais saudáveis e que não tivessem morrido de uma forma violenta. 16

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HistóriaHistória da morte da morte

da idade média a idade da idade média a idade modernamodernaSéculo XIX, período da Morte do Outro,

A morte vista como romântica bela e sublime, permitindo a união dos seres após a morte, que em vida são separados.

Forte crença na vida para além da morte, desaparece a idéia de Juízo Final ou a de Inferno.

O medo dominante era o de que as almas dos mortos (os desencarnados) viessem incomodar os vivos.

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade modernada idade média a idade moderna

Aspecto importante nesta época: desaparecimento das clausulas piedosas, dos testamentos (donativos à igreja) e o regresso à simplicidade nos rituais fúnebres.

Ainda cultiva-se a recordação dos mortos com uma grande intensidade afetiva, outrora inusitada.

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade da idade média a idade

modernamodernaSéculo XX, Morte Invertida. Surgir a partir de 1918, com a 1ª grande

Guerra Mundial, e acompanha-nos até hoje.

O Local mais comum da morte deixa de ser a casa e passa a ser o hospital.

A morte é ocultada e a família muitas vezes afastada.

O hospital do século XX já não é apenas um local onde se cura e onde se pode morrer por causa de um fracasso terapêutico, mas transformou-se no lugar normal da morte. 19

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade modernada idade média a idade moderna

Transferência da morte para o hospital:Deixa de pertencer ao enfermo, ou á sua

família.Passa e ser determinada pelos profissionais

de saúde medica (o medico). Momento regulado e organizado por uma

burocracia cuja intenção é a de que a morte interfira menos possível na população em geral.

A sociedade protege-se assim das tragédias quotidianas da morte a fim de poder prosseguir as suas tarefas sem emoções desagradáveis. 20

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HistóriaHistória da morte da morte

da idade média a idade da idade média a idade modernamoderna

Hoje, o tempo da morte alargou-se;Não a podendo suprimir.Pode regular a sua duração adiando o

que seria o momento da morte em dias, semanas, messes e em alguns casos anos, através do uso de fármacos e de tecnologia de suporte avançado de vida que só passou a existir neste século.

O próprio conceito de morte se especializa. 21

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade modernada idade média a idade moderna

Os sinais antigos:Parada do coração e da respiração

deixaram de ser suficientes. Surgi o conceito de morte cerebral,

medida por um exame de eletro encefalograma, que determina a morte biológica.

Na atualidade, a noticia de uma possível morte é muitas vezes ocultada do próprio paciente ao qual lhe e negada a possibilidade de se preparar para sua morte. 22

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade modernada idade média a idade moderna

Pressão impiedosa da sociedade, só esta preparada para a vida e seus gozos.

Suprimir a manifestação publica do luto.A pessoa enlutada e relegada ao

isolamento social, como se estivesse sujeita a um período de quarentena.

Recusa o tema da morte, como se fosse algo contagioso.

O homem, perante a morte de seu semelhante, sente a antevisão da sua própria morte, negando a vida, daí o medo do enfrentamento ao avento da morte.  

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade da idade média a idade

modernamodernaO silencio tornou-se a atitude mais comum

na sociedade no confronto com a morte. A morte foi reduzida a um momento de

passagem biológica, o paciente foi rotulado, a morte canha (óbito).

Desprovida de significados, desestruturar nem perturbar os que ouvem falar dela e provocar angustias nos sobreviventes. “A morte Tornou-se um ato solitário e impessoal” (Kubler Ross, 1991: 19).

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HistóriaHistória da morte da morte da idade média a idade modernada idade média a idade moderna

Construiu a idéia de que é possível expulsar a morte de suas vidas.

Conseqüência:Cada vez mais longe e ausente das

grandes tradições que preparava e ajudava o homem para o momento de enlutar seu moribundo.

Contribuir para a constante busca para decifrar o sentido da existência humana.

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Ao longo da historia Ao longo da historia O ser humano; único , que tem consciência

da inevitabilidade de sua própria morte.

Não lhe retira determinadas limitações.

Imprevisibilidade temporal, não saber quanto durará sua vida.

Incerteza frente ao momento exato da morte.

Construção de túmulos para enterra seus mortos.

Homenagens através de rituais e adotando costumes e comportamentos apropriados aos moribundos.

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A morte hoje A morte hoje Vista como: ruptura, fracasso, vergonha, ocultação etc. algo que se tenta esconder.Experiência avassaladora. Dificuldade para suporta o evento.Dose acentuada de descontrole emocional.A morte em sua maioria acontece no

hospital.Profissional em contato com a dor da perda.Angustia, medo das famílias, stress,

descontrole etc.Prefere a solidão o isolamento.Reações que não podem ser desassociadas

do contexto histórico, fruto do acumulo de conhecimentos inconscientes. 27

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Tentativa de compreender a Tentativa de compreender a morte morte

Gestou-se ao longo dos tempos: mitos e religiões, doutrinas filosóficas, abordagens cientificas, obras de arte e de literatura, tendo também a finalidade de atenuar o medo do desconhecido o qual a morte nos remete.

Nos primórdios da civilização e do pensamento Ocidental, observa-se o interesse pela discussão dos valores éticos e morais no ser humano, com relação à vida e a morte.

Isto não invalida historicamente diversos atos de promover a morte, antes de seu transcorrer natural: seja por compaixão, ato heróico, crença religiosa, guerras etc.

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Gênese do lutoGênese do lutoO luto é uma das experiências

mais universais e assustadoras que vivem o ser humano, entretanto a forma como o individuo ira viver seu luto identificará o surgimento de uma estrutura desorganizadora (melancolia) ou o desenvolvimento de um processo normal de perda. 

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LutoLuto Período de tempo necessário

para a elaboração progressiva da perda do objeto, que então fica introjetado sem maiores conflitos.

O ego enlutado consegue desligar-se normalmente dele.

A libido investida no objeto perdido necessita ser desligada das lembranças, fantasias e esperanças que cercavam esta ligação. 30

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LutoLuto

Trabalho de luto o ego consegue desligar-se progressivamente do objeto perdido.

Na melancolia, pelo contrário, o ego se impossibilita permanentemente de fazer o luto pelo objeto perdido.

“O Luto é, em geral, a reação à perda de uma pessoa amada, ou à perda de abstrações colocadas em seu lugar, tais como pátria, liberdade, um ideal etc.” (FREUD, 2006c, pág. 103) 31

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MelancoliMelancolia a

“Além disso, o melancólico nos mostra uma característica ausente no luto: a extraordinária depreciação-de-Si, um enorme empobrecimento do Eu.”

“No luto, o mundo tornou-se pobre e vazio; na melancolia, foi o próprio Eu que se empobreceu.” (FREUD, 2006c, pág. 105)

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Melancolia Melancolia O amor pelo objeto não pode ser

renunciado, mesmo que o próprio objeto o seja.

O afeto volta-se contra o ego como substitutivo fazendo-o sofrer e tirando satisfação sádica de seu sofrimento.

A melancolia tem uma tendência a se transformar em mania.

Na melancolia o ego sucumbiria ao mesmo e na mania já o teria superado resultando disso um estado de alegria por alívio, de economia de energia.

Nesse último caso a libido fora liberada para novas catexias objetais.

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Melancolia Melancolia O objeto perdido fica introjetado,

retido crônica e patologicamente no ego do sujeito.

Perda objetal que se transforma numa perda do ego.

Freud. “Luto e melancolia” o tipo de escolha objetal parece prevalecer o tipo narcisista,

O sujeito coloca predominantemente a si como referência para escolha de seu objeto amoroso.

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MelancoliaMelancoliaO objeto perdido (pessoa significativa que

morreu não foi devidamente enterrada) fica introjetado e retido patologicamente no ego, um “morto-vivo”, censurando, cobrando, exigindo reparação e as vezes impondo o mesmo destino.

Forma clinicas na melancolia:

Algumas afecções somáticas e não psicogenéticas.

Forte presença de quadros depressivo e perda da auto-estima. 35

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Melancolia Melancolia A gênese da melancolia, segundo Freud,

estaria numa ligação objetal que mostrou ser uma catexia de pouco poder de resistência sendo logo liquidada.

A libido, sem ter direcionamento, desloca-se para o ego estabelecendo uma identificação deste com o ente perdido.

A perda objetal passa a ser uma perda do próprio ego.

Catexia de pouca resistência a escolha amorosa é feita sob base narcísica,

A libido ao deparar-se com obstáculos pode retroceder ao narcisismo. 36

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Melancolia Melancolia Freud; idéia de psiconeurose narcisista.Retirada da libido investida no mundo

exterior.Investimento no seu próprio ego. Não no sentido de aniquilar o objeto

mais sim pela sua completa manutenção.

Não seria apenas a confirmação de um luto agora patológico, mas, que sua confirmação estaria diretamente relacionada à regressão constitutiva libidinal primária, ou seja, as estruturas primárias narcísicas.

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Melancolia Melancolia Nas neuroses obsessivas o amor é desviado do

objeto para o Eu. O narcisismo não desaparece nunca,

permanece em segundo plano, ou é recalcado na fase adulta do sujeito.

Corresponderia, no percurso do desenvolvimento individual, a um estado intermediário entre o auto-erotismo e a escolha de objeto.

O investimento ulterior do objeto pela pulsão sexual resultaria num deslocamento do eu como objeto, dirigindo-se este a um objeto externo. 38

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Melancolia Melancolia Laplanche e Pontalis (2001, pág.

209), Freud coloca o narcisismo como uma etapa entre o auto-erotismo e o amor objetal.

A idéia de um narcisismo contemporâneo à formação do ego, em que a libido é retirada dos objetos e que reflui ao primeiro através da identificação, é denominada “narcisismo secundário”. 39

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Melancolia Melancolia O melancólico, trata a si mesmo como

objeto, Dirigirige hostilidades para o próprio Eu, Passa a ser o objeto ao qual toda

violência é destinada. Decréscimo da idéia do real.Eu, tomado pelo desespero, necessita

de piedade de consolo de continência. Eu retira-se do objeto e se faz narcisista

pela incorporação do objeto, que não o satisfaz, e depois que o introjeta, continua em nível de luta intra-psíquica pelo restabelecimento da pulsão de vida. 40

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Origem da Origem da Tanatologia Tanatologia

Espaço onde apenas as religiões ofereciam alguma conforto.

Um estudo tão antigo quanto a humanidade.

Conhecimentos aplicados em prática terapêutica pela psiquiatra suíça naturalizada norte-americana Elisabeth Kübler-Ross,.

Trabalho inédito sobre o tema na década de 60.  Organizou seminários onde pacientes terminais,

médicos, enfermeiras, capelães e estudantes falavam de seus problemas nos Hospitais

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O que é O que é A Tanatologia é uma ciência

interdisciplinar, portando, se estrutura numa perspectiva que abrange varias áreas do conhecimento como a Filosofia, a Antropologia, a Psicologia, a Sociologia, a Medicina, entre outras, que estudam a relação do homem com a própria morte e com a morte do outro, adquirindo corpo teórico com definição de conceitos e questionamentos para compreensão do comportamento humano em relação às perdas, luto e separação, levando-nos a refletir e debater sobre nossa própria finitude. 42

Page 43: Aula Morte Luto Melancolia

Origem da Tanatologia Origem da Tanatologia Observação do tratamentos recebidos, o

que sentiam nos estágios finais da vida. Conclusões permitiram uma assistência

mais humana e adequada diante da morte, maior compreensão de como uma pessoa age e pensa diante dessa perspectiva.

Incomodando muita gente e quebrando um rígido silêncio, lentamente a tanatologia vem se sofisticando e atingindo níveis de pesquisa cada vez mais profundos.

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ObjetivoObjetivo

O objeto de estudo da Tanatologia é compreender a relação do homem com a morte; qual o impacto deste evento na subjetividade humana, agregando não somente a morte física, mas também a morte enquanto experiência simbólica, vivida em situações de mudanças. É também preocupação da Tanatologia a maneira como as pessoas reagem emocional e psicologicamente às perdas no momento do luto ou da melancolia. 44

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Reflexões Reflexões Filosóficas Filosóficas

Ao admitir o medo e a angústia da morte o eu pode não estar vivendo profundamente esta experiência, já que outras experiências como; a negação ou a repressão, e as fantasias; o meio anônimo do estado de isolamento, poderá estar no controle dos sentimentos. Sendo que este movimento da mente freqüentemente é capaz de gerar uma nova angústia, mesmo que nele não contenha a presença da atividade dos sentimentos. Portanto, este argumento vai dar origem a diversas problemáticas que nos permitem investigar as questões da morte e do morrer sob diversas perspectivas: Será possível admitir a angústia da morte, e ainda assim não experimentá-la em níveis mais profundos? Será o medo da morte tão profundo quanto à verdadeira sensação em absoluto do eu, que não tem poder algum para se opor a morte? 45

Page 46: Aula Morte Luto Melancolia

PensamentoPensamento EPICURO Carta a felicidade (a Meneceu), p. 27 e EPICURO Carta a felicidade (a Meneceu), p. 27 e

28. 28.

“Não existe nada de terrível na vida para quem está perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar de viver. É tolo, portanto, quem diz ter medo da morte, não porque a chegada lhe trará sofrimento, mas porque o aflige a própria espera: aquilo que nos perturba quando presente não deveria afligir-nos enquanto está sendo esperada.

Então, o mais terrível de todos os males, a morte, não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não esta presente; ao contrario, quando a morte esta presente, nós é que não estamos”

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ConclusãoConclusão “É imperativo que possamos estar

desenvolvendo a verdadeira educação para a morte; sem medos, angustias, defesas, ou qualquer tipo de mistérios míticos.

E...na qualidade de cuidantes da alma (psiquê) humana, que sejamos capazes de desenvolver um suporte ativo na edificação de uma pedagogia que contemple o aprendizado do fenômeno da morte e o morrer” 47

Page 48: Aula Morte Luto Melancolia

Muito Muito Obrigado!!!Obrigado!!!

Profº Sudelmar Profº Sudelmar Fernandes Fernandes

[email protected]

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