Aula Nutrição e crescimento bacteriano atualizada 2013 · Exemplo: cultivar uma bactéria como a...
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NUTRIÇÃO E
CRESCIMENTO MICROBIANO
CURSO DE ODONTOLOGIA Disciplina de Microbiologia
Profa. Dra. Vanessa R. Santos
CRESCIMENTO MICROBIANO:
Em microbiologia, o termo crescimento refere-se a um aumento do número de células e não ao aumento das dimensões celulares.
Crescimento Microbiano = associado ao crescimento de uma população de células (uma célula dará origem a duas ao fim de um certo tempo, tempo de geração ou de duplicação.)
Crescimento Microbiano
1. Fatores necessários para o crescimento Fatores Químicos (Nutrientes) Fatores Físicos
2. Meio de Cultura Meio Complexo Meio Definido
FATORES NECESSÁRIOS PARA O CRESCIMENTO
- FATORES QUÍMICOS: água fontes de carbono e nitrogênio minerais oxigênio fatores orgânicos
- FATORES FÍSICOS: temperatura pH pressão osmótica (concentração de sal)
Ambiente com < concentração de água: desenvolvem mecanismos para obter água através do aumento da concentração de solutos internos seja pelo bombeamento de íons para o interior celular ou pela síntese de solutos orgânicos (açúcares, álcoois ou aminoácidos).
FATORES QUÍMICOS
- Essencial para os microrganismos
- Disponibilidade variável no ambiente
1. ÁGUA: a) CARBONO:
- essencial para a síntese de todos os compostos orgânicos
necessários para a viabilidade celular (elemento estrutural básico
para os seres vivos)
- organismos quimio-heterotróficos: obtém C a partir de materiais orgânicos como proteínas, carboidratos e lipídeos.
- organismos foto-autotróficos: obtém C a partir de CO2 e íons de
bicarbonato, pelos quais conseguem todos os elementos orgânicos
necessários para sua nutrição.
FATORES QUÍMICOS
2. FONTES DE CARBONO, NITROGÊNIO, ENXOFRE E FÓSFORO:
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b) NITROGÊNIO, ENXOFRE E FÓSFORO:
- N, S: síntese de proteínas - N, P: síntese de DNA e RNA, ATP
Peso seco de uma célula bacteriana: 14 % N, 4 % S, P
NITROGÊNIO
- utilizado para sintetizar os grupos aminos presentes nos aminoácidos.
Obtenção de N: - Decomposição de materiais orgânicos (proteínas, aminoácidos) - Amônia (NH4
+) - Nitrato (NO3
-)
FATORES QUÍMICOS
2. FONTES DE CARBONO, NITROGÊNIO, ENXOFRE E FÓSFORO:
b) NITROGÊNIO, ENXOFRE E FÓSFORO:
ENXOFRE - utilizado na síntese de aminoácidos contendo S e de vitaminas (tiamina e biotina).
FÓSFORO - essencial para a síntese dos ácidos nucléicos e para os fosfolipídeos componentes da membrana celular.
Fontes naturais de S:
íon sulfato (SO4-2), sulfito de hidrogênio, aminoácidos
Fontes naturais de P:
íon fosfato (PO4-3), DNA, RNA, ATP
FATORES QUÍMICOS
2. FONTES DE CARBONO, NITROGÊNIO, ENXOFRE E FÓSFORO:
c) POTÁSSIO, MAGNÉSIO E CÁLCIO:
- também são elementos essenciais para os microrganismos
- frequentemente encontrados como co-fatores para as reações enzimáticas.
d) ELEMENTOS TRAÇOS:
- FERRO, COBRE, MOLIBDÊNIO, ZINCO
- utilizados como co-fatores essenciais para atividade de algumas enzimas
utilizar água destilada para meio de cultura – contém todos os elementos traços
FATORES QUÍMICOS
2. FONTES DE CARBONO, NITROGÊNIO, ENXOFRE E FÓSFORO:
Figura 1
1. AERÓBIOS - Estritos (obrigados): necessitam de O2 - Facultativos: não necessitam de O2 mas crescem melhor com O2 - Microaerófilo: necessitam de O2 mas em níveis menores
2. ANAERÓBIOS - Aerotolerantes: não necessitam de O2 mas crescem melhor sem O2 - Estritos (obrigados): não toleram O2 (letal)
- extremamente importante no desenvolvimento microbiano
- organismos classificados em:
FATORES QUÍMICOS
3. OXIGÊNIO
AERÓBIO ESTRITOS
alta [O2] catalase
SOD
ANAERÓBIO ESTRITO
sem O2 ausência: catalase
SOD
MICRO AERÓFILO
baixa [O2]
AERÓBIO FACULTATIVO
alta e baixa [O2]
catalase SOD
alta e baixa [O2] SOD
ANAERÓBIO AEROTOLERANTES
Figura 1. Efeito do oxigênio sobre o crescimento de vários tipos de bactérias.
Catalase e a superóxido dismutase reduzem para H2O os compostos tóxicos.
FATORES FÍSICOS
1. TEMPERATURA:
A maioria dos microrganismos cresce bem nas temperaturas ideais para os seres humanos.
- Temperatura de crescimento mínima: < temperatura onde a espécie é capaz de crescer
- Temperatura de crescimento ótima: onde a espécie apresenta melhor crescimento
- Temperatura de crescimento máxima: > temperatura, onde ainda é possível o crescimento
Figura 2
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Figura 2. Taxa de crescimento vs. temperatura
FATORES FÍSICOS
1. TEMPERATURA:
Microrganismos são classificados em 3 grupos:
- Psicrófilos: crescem em baixas temperaturas (-10 a 15 °C)
- Mesófilos: crescem em temperaturas moderadas (10 a 50 °C)
- Termófilos: crescem em altas temperaturas (40 a 70 °C) Termófilos extremos (68 a 110 °C)
Figura 3
Figura 3. Curva de crescimento característica de diferentes microrganimos
Termófilos extremos FATORES FÍSICOS
2. pH:
- refere-se a acidez ou a alcalinidade de uma solução;
- maioria dos microrganismos cresce melhor perto da neutralidade (pH 6,5 – 7,5);
- poucas bactérias são capazes de crescer em pH ácido (como pH 4,0)
Exceções: - Bactérias acidófilas: alto grau de tolerância à acidez(Thiobacillus de 0,5 a 6,0 com ótimo entre 2 e 3,5) - Bactérias alcalifílicas: (Bacillus e Archaea) (pH 10 – 11).
Figura 4
Figura 4. Distribuição de alguns microrganismos de acordo com o pH (Adaptado de Madigan et al., Brock Biology of Microorganisms, 2003)
- Os microrganismos retiram da água a maioria dos nutrientes solúveis (conteúdo celular 80 – 90 % de água)
- Pressão osmótica: retira a H2O dentro da célula
- Reação Hipertônica: perda de H2O do meio intracelular para o extracelular, através da membrana plasmática (meio com concentração de sais).
- Plasmólise: diminuição da membrana plasmática da célula devido a perda de H2O por osmose.
Figura 5
FATORES FÍSICOS
3. PRESSÃO OSMÓTICA:
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Figura 5. Taxa de crescimento de alguns microrganimos vs. a concentração de sal.
Não Halófilos: não necessitam de sal e não toleram a presença no meio.
Halotolerantes: não necessitam de sal mas toleram a presença no meio.
Halófilos: necessitam de sal em uma concentração moderada
Halófilos extremos: necessitam de sal em altas concentrações.
MEIO DE CULTURA
- material nutriente preparado em laboratório para o crescimento de microrganismos, cuja composição deve atender aos princípios
expostos anteriormente;
- meio adequado para um determinado microrganismo; necessário conhecer a fisiologia das bactérias em estudo; o meio ideal para uma
bactéria pode ser ruim para outra;
CULTURA
microrganismos que crescem e se multiplicam em um meio
MEIO DEFINIDO
Exemplo: cultivar uma bactéria como a Escherichia coli, habitante normal do intestino dos mamíferos. A partir da glicose e de sais minerais e outras
substâncias do meio consegue fabricar todos os componentes necessários para sua nutrição.
TENHO CONHECIMENTO DA COMPOSIÇÃO DO MEIO = DEFINIDO ADICIONO EXTRATO DE CARNE
(RICO EM VITAMINAS E AMINOÁCIDOS) =
MEIO COMPLEXO
NÃO TENHO CONHECIMENTO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA EXATA DO EXTRATO DE CARNE
MEIO DE CULTURA
Estado físico – Sólido: placas de petri ou tubos – Semi sólido – Líquido
MEIO DE CULTURA
ESTADO FÍSICO: – Líquido: Geralmente as bactérias tem maior facilidade em começar o seu desenvolvimento neste tipo de estado, principalmente se seu número é, de início, pequeno;
– Sólido: Quando há mais de um tipo de bactérias no material semeado, o crescimento final será constituído de uma mistura de bactérias. Para se estudar individualmente cada bactéria, precisa haver uma “cultura pura”. Para separá-las de uma cultura líquida é preciso semeá-las em um meio sólido. (Adiciona-se agentes solidificantes ex.: ágar)
– Semi sólido: quando a quantidade de ágar ou gelatina é menor dando uma consistência intermediária (avaliar moo. móveis; tensões variadas de O2).
MEIO DE CULTURA MEIO DE CULTURA
FUNÇÃO: - Seletivo: impede o crescimento das espécies indesejáveis Ex.: corantes básicos inibem o crescimento de bactérias Gram-positivas, enquanto outros componentes inibem as Gram-negativas.
- Diferencial: conferem características especiais às colônias Ex.: bactérias fermentadoras de lactose, semeadas em meio contendo lactose e um indicador, dão colônias de cor diferente das não-fermentadoras, pois, crescendo, fermentam a lactose, originando o ácido lático, que faz “mudar” o indicador.
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MEIO DE ENRIQUECIMENTO:
favorece o desenvolvimento de uma população bacteriana que esta em desvantagem entre outras populações.
MEIOS REDUTORES:
meios com reagentes, como o tioglicolato de sódio, que é capaz de se combinar com o oxigênio dissolvido eliminando este elemento do meio de cultura (específico para microrganismos anaeróbios).
MEIO DE CULTURA
- DIVISÃO BACTERIANA:
- FISSÃO BINÁRIA - BROTAMENTO
- FASES DE CRESCIMENTO:
- FASE lag - FASE log - FASE ESTACIONÁRIA - FASE DE MORTE CELULAR
CRESCIMENTO DAS CULTURAS BACTERIANAS
DIVISÃO BACTERIANA: é considerado o aumento do número de indivíduos e não do tamanho celular.
1. BROTAMENTO: < nº de bactérias (forma um broto que quando atinge o tamanho da célula parental se separa)
2. FISSÃO BINÁRIA:
- alongamento da célula e a replicação do DNA cromossomal; - início da invaginação da parede celular e da membrana plasmática; - em um determinado momento, as duas seções da parede celular de encontram; - produção de duas células-filhas individuais idênticas à célula mãe.
Figura 6
CRESCIMENTO DAS CULTURAS BACTERIANAS
Fissão Binária
(Adaptado de Tortora, G.J., et al., Microbiology,2003)
Figura 6. Fissão binária bacteriana.
TEMPO DE GERAÇÃO: é o tempo necessário para uma célula se dividir (e sua população dobrar de tamanho).
- tempo varia de acordo com o organismo; - depende das condições ambientais (nutricionais, temperatura, etc...)
maioria das bactérias: 1 – 3 h
CRESCIMENTO DAS CULTURAS BACTERIANAS
CURVA DE CRESCIMENTO: demonstra o crescimento das células durante um período de tempo. É obtida pela contagem da população em intervalos de tempo após um inóculo de um número pequeno de bactérias em meio de cultura.
FASE lag: pouca ou ausência de divisão celular (fase de adaptação) - ≥ 1 hora (estado de latência, com intensa atividade metabólica)
FASE log: início do processo de divisão (período de crescimento ou aumento logarítmo)
(reprodução celular extremamente ativa, sensíveis as mudanças ambientais - * EFEITO DE ANTIBIÓTICOS) FASE ESTACIONÁRIA: velocidade de crescimento diminui
nº de células vivas = nº de células mortas FASE DE MORTE CELULAR: nº de células mortas excede o de células novas.
Figura 7
FASES DE CRESCIMENTO
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FASE Lag
Fase de adaptação ao novo meio Intensa atividade metabólica Síntese das enzimas de indução Taxa de multiplicação é baixa
FASE EXPONENCIAL ou Log
Multiplicação é máxima e constante Taxa de multiplicação supera a taxa de morte
celular
FASE ESTACIONÁRIA
Acúmulo de metabólitos tóxicos Falta de nutrientes taxa de morte celular igual a taxa de
multiplicação