Aula Prática Raiz
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MORFOLOGIA VEGETAL
Organografia e Dicionário Ilustrado de Morfologia das Plantas Vasculares.
Eduardo G. Gonçalves
Harri Lorenzi
Sistema Absortivo-Fixador:
Com a ocupação de áreas cada vez mais secas, as plantas terrestres evoluíram “ramos” que partiram do
sistema axial (caules) e eram capazes de crescer em direção ao fundo da terra e buscar água. Tais ramos modificados
deram origem às raízes, principais representantes do sistema absortivo-fixador.
A raiz é uma estrutura de grande importância na conquista da terra pelas plantas. Não só proporcionou o
crescimento de estruturas capazes de crescer subterraneamente e buscar água e minerais onde eles são prováveis de
serem encontrados no ambiente terrestre, mas também por fixarem a planta em seu substrato. Posteriormente, as raízes
adquiriram também outras funções como reserva de nutrientes ou mesmo fotossíntese.
Uma característica quase universal das raízes é a presença de coifa, uma estrutura que recobre o ápice
radicular e protege o tecido embrionário (meristema) do atrito contra o solo. Logo acima da coifa está uma região sem
pelos absorventes chamada zona de alongamento, onde as células recém-produzidas estão em rápido processo de
crescimento em comprimento. Mais acima, está a zona pilífera, região onde os pelos absorventes já estão se
diferenciando. Em porções mais tardias podem estar diferenciadas raízes laterais. Nas plantas, as raízes podem ser
enquadradas em dois grandes grupos: fasciculada ou pivotante. Nos grupos com raízes pivotantes, um único eixo
radicular principal é produzido pela planta desde a germinação, onde ramificam todas as outras raízes laterais. No
sistema fasciculado, todas as novas raízes são produzidas diretamente do eixo caulinar, não existindo um eixo
radicular principal perene.
Diversidade Adaptativa:
As raízes são menos variáveis que os caules dentro de um enfoque adaptativo. O ambiente nos substratos
radiculares é, em média, mais estável que o meio aéreo, então menos variação na estrutura básica é esperada.
Entretanto, muitas adaptações são vistas em raízes, especialmente em raízes aéreas.
Uma das mais difundidas adaptações nas raízes é o intumescimento destas com reservas de amido, tornando-
as raízes tuberosas. Uma vez que raízes são usualmente subterrâneas, parece razoável imaginar que seja de grande
importância adaptativa esconder as reservas sob o solo. Usualmente as raízes crescem em direção ao centro de
gravidade, mas algumas raízes adaptaram-se para crescer sob diferentes orientações. Entretanto, epífitas ou trepadeiras
podem possuir raízes grampiformes, que crescem enroladas e aderidas a um suporte. Em plantas lenhosas de grande
porte, raízes tabulares podem auxiliar no suporte, assim como ocasionais raízes-escora. Em espécies parasitas, as
raízes que penetram em tecidos vegetais e alcançam xilema e/ou floema são chamadas de haustórios. Já em plantas
crescendo em áreas alagadas, as espécies podem desenvolver raízes respiratórias ou pneumatóforos.
As raízes podem surgir a partir de um eixo radicular pré-existente (originário do embrião) ou brotar a partir de
órgãos aéreos, como ramos ou mesmo folhas. Neste caso, chamamos de raízes adventícias.
Um estágio bastante derivado da evolução do sistema absortivo-fixador é a presença de raízes aéreas. Raízes
aéreas usualmente apresentam uma estrutura bastante modificada, como uma epiderme múltipla ou velame. Além
disso, raízes aéreas podem também ser capazes de fazer fotossíntese.
Em um pequeno grupo de plantas, como alguns grupos de plantas carnívoras e também algumas aquáticas, as
raízes foram completamente perdidas.