Aula0 Portugues MPU Tec 9830 ado

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Ponto dos Concursos www.pontodosconcursos.com.br Atenção. O conteúdo deste curso é de uso exclusivo do aluno matriculado, cujo nome e CPF constam do texto apresentado, sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição. É vedado, também, o fornecimento de informações cadastrais inexatas ou incompletas nome, endereço, CPF, e-mail - no ato da matrícula. O descumprimento dessas vedações implicará o imediato cancelamento da matrícula, sem prévio aviso e sem devolução de valores pagos - sem prejuízo da responsabilização civil e criminal do infrator. Em razão da presença da marca d’ água, identificadora do nome e CPF do aluno matriculado, em todas as páginas deste material, recomenda-se a sua impressão no modo econômico da impressora.

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Atenção.

O conteúdo deste curso é de uso exclusivo do aluno matriculado, cujo

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É vedado, também, o fornecimento de informações cadastrais

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O descumprimento dessas vedações implicará o imediato

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SAUDAÇÕES E APRESENTAÇÃO PESSOAL

Seja bem-vindo a este curso de exercícios para o cargo de

técnico do Ministério Público da União (MPU).

Permita-me uma breve apresentação. Sou o professor Albert

Iglésia, formado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de

Brasília (UnB) e pós-graduado em Língua Portuguesa pelo Departamento de

Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade

Castelo Branco. Ministro aulas de Língua Portuguesa desde o ano de 2001.

Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de

origem. Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática,

interpretação de texto e redação oficial voltadas para concursos públicos.

Trabalho ainda na Casa Civil da Presidência da República. Lá sou responsável

pelo setor de capacitação de servidores. Também integro o quadro de

instrutores da Esaf e recentemente ministrei o curso de Redação de

Correspondências Oficiais e Atualização Gramatical para auditores fiscais e

analistas tributários da Receita Federal. Aqui no Ponto já participei de

diversos trabalhos. Em 2010, por exemplo, já me envolvi com os seguintes

preparatórios: CGU, Susep, Anvisa, Incra, TCM-CE, TCU, MinC, MPOG, DPU.

Meu endereço eletrônico é [email protected]. Sempre que

precisar, faça contato comigo. Se eu não lhe responder imediatamente, é

provável que esteja envolvido com aulas ou até mesmo esclarecendo outras

dúvidas dos demais alunos.

LÍNGUA PORTUGUESA E O CONCURSO DO MPU

Quem se submeteu ao último concurso do MPU se lembra de que

a banca examinadora foi a Fundação Carlos Chagas (FCC). Na ocasião, o

programa de Língua Portuguesa foi o seguinte:

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Ortografia oficial. Acentuação gráfica. Flexão nominal e verbal. Pronomes:

emprego, formas de tratamento e colocação. Emprego de tempos e modos

verbais. Vozes do verbo. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e

verbal. Ocorrência de crase. Pontuação. Redação (confronto e

reconhecimento de frases corretas e incorretas). Intelecção de texto.

O concurso deste ano, porém, será organizado pelo Cespe, que

ainda não publicou o edital. O último fato tem uma relevância muito grande

para alunos e professores. Todos ficamos sujeitos a alguns ajustes durante o

curso causados justamente pela definição do conteúdo programático.

Todavia não há motivo para desânimo. Aliás, um forte candidato não estuda

na última hora; antes, antecipa-se aos fatos. O acompanhamento dos

concursos organizados pelo Cespe permite-nos uma aproximação daquilo

que comumente esse Centro exige em suas provas. Sendo assim, eis abaixo

o programa de Língua Portuguesa que estudaremos neste curso:

1 – Compreensão e interpretação de textos. 2 – Tipologia textual. 3 –

Ortografia oficial. 4 – Acentuação gráfica. 5 – Emprego das classes de

palavras. 6 – Emprego do sinal indicativo de crase. 7 – Sintaxe da oração e

do período. 8 – Pontuação. 9 – Concordância nominal e verbal. 10 –

Regência nominal e verbal. 11 – Significação das palavras. 12 – Redação de

correspondências oficiais.

Como de costume, nossa disciplina deve ficar no grupo

Conhecimentos Básicos. A julgar pela importância que o Cespe/UnB atribui

às provas de português, creio que ela trará cerca de 20 ou 25 questões.

O CURSO QUE PROPONHO

Este curso de exercícios se dividirá em sete aulas (incluindo

esta, a aula demonstrativa. O conteúdo programático está assim distribuído:

Aula 0 – Texto: tipologia, compreensão e interpretação;

Aula 1 – Ortografia, seleção vocabular e acentuação gráfica;

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Aula 2 – Emprego das classes de palavras;

Aula 3 – Regência e crase;

Aula 4 – Sintaxe da oração e do período;

Aula 5 – Pontuação e sintaxe de concordância;

Aula 6 – Redação de correspondências oficiais.

Uma observação: adotarei como referência o Manual de

Redação da Presidência da República, que, na verdade, serve de base

para os demais. Além disso, as questões de concursos públicos que dizem

respeito a essa área do conhecimento normalmente se circunscrevem ao

conteúdo nele existente. Não obstante, também darei especial atenção aos

casos que, porventura, o extrapolem.

Utilizarei questões de provas elaboradas anteriormente

pelo Cespe/UnB para direcionar os nossos estudos. Reproduzirei os textos

e os itens (será respeitada a grafia original dos enunciados) que tratam

do(s) assunto(s) abordado(s) em cada aula. Como a instituição tem o

costume de usar um mesmo texto para, a partir dele, apresentar várias

assertivas, é natural que eu tenha de repetir o mesmo texto (ou fragmento

dele) na explicação do conteúdo de outras aulas. Portanto, não estranhe se

isso acontecer. O procedimento é puramente didático. Dessa forma,

pretendo aproximar você – futuro servidor do MPU – daquilo que vem sendo

exigido pelo Cespe/UnB acerca de determinado assunto da Língua

Portuguesa em concursos públicos.

Ressalto que, em um curso de exercícios, é importante que o

aluno tenha um conhecimento prévio e razoável dos temas que estudará,

pois a parte teórica – ainda que não seja negligenciada, obviamente – não

constitui a ênfase do curso.

Espero que aproveite cada explicação e cada exemplo da melhor

forma possível. Suplico que você interaja comigo por meio de mensagens

eletrônicas no fórum de discussão. A sua participação é fundamental para o

bom rendimento do curso. No mais, vamos ao que interessa!

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TIPOLOGIA TEXTUAL

Tipologia textual designa uma espécie de sequência

teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição

(aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).

Ex.: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção.

Obs.: Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) usa o termo

“dissertação” em vez de “exposição” e “argumentação”, mas faz

distinção entre o tipo argumentativo “strictu sensu” e o tipo não

argumentativo “stricto sensu”.

Para efeito de prova, usaremos as terminologias: texto

expositivo e texto argumentativo (ou dissertação expositiva e

dissertação argumentativa).

Cuidados para evitar envenenamentos

1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora

do alcance das crianças;

Não utilize medicamentos sem orientação de um médico

4 e leia a bula antes de consumi-los;

Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção

ao seu prazo de validade;

7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar

qualquer medicamento;

Evite tomar remédio na frente de crianças;

10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja

trocas perigosas;

Não utilize remédios sem orientação médica e com

13 prazo de validade vencido;

Mantenha os medicamentos nas embalagens originais;

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Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto

16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação

podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais;

Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas,

19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados

despertam a atenção e a curiosidade natural das

crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha

22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora

do alcance dos pequenos.

Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações).

1. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas

oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto

narrativo.

Comentário – O texto caracteriza-se pelo emprego da linguagem apelativa

como meio de persuadir o leitor a adotar certos cuidados quanto à

manipulação de medicamentos e produtos tóxicos. As formas verbais

empregadas no imperativo afirmativo (“Mantenha”, “Evite”) e negativo

(“Não utilize”, “Não armazene”) conferem à mensagem um tom coercitivo, a

fim de que o resultado desejado seja obtido. Além disso, o fato de o emissor

dirige-se diretamente ao receptor por meio do pronome de tratamento

(você, implícito na desinência verbal) evidencia a tentativa de envolvê-lo no

processo verbal. O tipo de texto é injuntivo ou instrucional.

Resposta – Item errado.

1 Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de

sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo

como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento

4 permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia

de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da

meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de

7 brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica

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chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo

das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola

10 informar aos pais que mais importante do que gerar bons

profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por

serem o que são e gostarem do que gostam.

Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações).

2. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) A opção pelo emprego do ponto

de vista em primeira pessoa atribui ao texto certo grau de subjetividade

e configura um gênero de artigo em que as opiniões são assumidas de

forma pessoal.

Comentário – É frequente o Cespe/UnB fazer esta afirmativa, portanto

acostume-se com ela. De fato, o uso de primeira pessoa do singular (eu e

suas formas correspondentes: me, mim, comigo) confere ao texto maior

grau de subjetividade, pois revela a posição do narrador em relação ao que

está sendo tratado. Também a opção pelo uso da primeira pessoa do plural

(nós e formas correlatas: nos, conosco) pode denotar a intenção do autor

em incluir o leitor na relação de pessoas que compartilham de sua opinião.

O enunciador pode lançar mão de uma série de

procedimentos por meio dos quais imprime sua marca no enunciado, seja

explicitamente, seja implicitamente. Essas marcas que deixam o enunciado

mais subjetivo são os pronomes pessoais, as desinências verbais de pessoa,

os pronomes possessivos e os pronomes de tratamento.

Ele possui, além das possibilidades lexicais, escolhas

sintáticas que propiciam, em princípio, dois tipos de formulações, a saber: o

discurso subjetivo e o discurso objetivo. No primeiro, o enunciador se

confessa explicitamente como sendo a fonte avaliadora da asserção

enunciada, enquanto, no segundo, ele procura apagar qualquer vestígio de

sua existência individual.

Resposta – Item certo.

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3. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) Expressões como “vivo metido no

meio de pessoas” (l. 1) e “psicologia de botequim” (l. 2) denotam

interesse em produzir um texto coloquial, informal, que se distancia dos

gêneros próprios do discurso científico.

Comentário – O discurso científico caracteriza-se, entre outros aspectos,

pelo emprego de linguagem formal, objetiva e clara. Utiliza o padrão

estabelecido nas gramáticas normativas. Dispensa gírias, figuras de

linguagem e qualquer construção que denote ambigüidade ou ironia. Não é o

caso do texto em análise, cujas expressões destacadas traduzem

informalidade e se aproximam do universo coloquial, impróprio ao gênero

científico.

Resposta – Item certo.

1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os

funcionários são orientados por metas, têm o desempenho

avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela

4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —

menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas

das práticas implantadas com sucesso em um grupo de

7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A

experiência chama a atenção pelo impressionante progresso

dos estudantes depois que ingressaram ali.

10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado.

Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou

zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso

13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles

cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo

Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas

16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma

característica que as distingue das demais: elas são

administradas por uma parceria entre o governo e uma

19 associação formada por empresários da região. Os

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professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

4. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Predomina no fragmento o tipo

textual narrativo ficcional.

Comentário – Nada nele é ficção. As informações são verídicas e nos

contam a experiência observada em Pernambuco. O intuito é dar-nos

conhecimento acerca de um fato interessante ocorrido no sistema de

educação daquele Estado. O texto é dissertativo expositivo.

Resposta – Item errado.

Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...

4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para

7 ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época?

10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma

13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi.

16 Grupo Móvel — Mais nada?

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Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as

19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem

22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos.

25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

5. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Por suas características

estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição.

Comentário – As características estruturais do texto são típicas de um texto

informativo, cujo gênero é a entrevista, muito comum nos meios de

comunicação. Normalmente construída em forma de diálogo e sobre um

assunto específico, a entrevista possui um interlocutor determinado e um

locutor – ou arguidor – que conduz a conversa de modo a extrair dela as

informações que deseja. A estrutura de um texto informativo como este

pode ser representada por perguntas e respostas ou por parágrafos

propriamente ditos.

Resposta – Item errado.

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Trabalho escravo:

longe de casa há muito mais de uma semana

1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação

degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel

de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que

4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil

libertações de trabalhadores submetidos a condições

desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um

7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra

Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações

do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande

10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de

ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para

trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio

13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão,

trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca

teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de

16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba

nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir

direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar

19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma

fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em

junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,

22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de

R$ 5 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).

6. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Empregam-se, no texto, alguns

elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais

para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística.

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Comentário – A natureza informativa e jornalística do texto expressa-se

por meio do gênero notícia – relato de um fato ou de uma série de fatos

relacionados ao mesmo evento, começando pelo fato ou aspecto mais

relevante. Portanto, é natural que sejam empregados nesse tipo de texto

alguns elementos estruturais da narrativa (quem, o que, quando, onde,

como, porque/para que) a partir da notação mais relevante: o resgate de

trabalhadores encontrados em situação degradante feito pelo GEMCTE, do

MTE.

Resposta – Item certo.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,

4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

Os manuais de gestão definem groupthinking como um

processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são

7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o

desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas

diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma

10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar

a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões

contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na

13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão

distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,

fracos ou simplesmente estúpidos.

16 Tão antigas como o conceito são as receitas para

contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o

pensamento crítico e as visões alternativas à visão

19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas

transparentes de governança e procedimentos de auditoria;

terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de

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22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de

decisão.

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a

origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como

narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente

argumentativo.

Comentário – Dificilmente alguém escreve um texto homogêneo, ou seja,

puramente narrativo, descritivo, argumentativo, informativo ou instrucional.

No caso do texto da prova, há ainda elementos que descrevem, definem ou

caracterizam o conceito de “groupthinking”.

Contudo, o autor do texto, sutilmente (entre elementos

narrativos e descritivos), expõe seu ponto de vista a respeito dele. No

segundo parágrafo, Thomas Wood classifica-o negativamente de “patologia”

e propõe categoricamente medidas (“receitas”) para tratá-lo, por considerá-

lo indesejável.

Resposta – Item certo.

8. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-

9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso

metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9),

“receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o

valor negativo e indesejável de groupthinking.

Comentário – Durante o processo descritivo do que é groupthinking, o

autor tenta se manter imparcial, mas logo deixa transparecer seu ponto de

vista sobre ele por meio das palavras citadas pela banca, as quais assumem

carga semântica negativa.

Resposta – Item certo.

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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Passo agora a tratar de compreensão e interpretação de texto. É

muito comum nas provas elaboradas pelo Cespe/UnB constarem itens que

exigem conhecimentos sobre processos de coesão textual, argumentos

dedutivos e indutivos e de reescritura de texto (paráfrase). O que se

pretende com esse tipo de exigência é verificar a capacidade do aluno de

assimilar e transmitir a informação lida. São assuntos fáceis de entender,

mas exigem atenção por parte dos candidatos. A instituição costuma fazer

um “jogo de palavras” para tentar confundi-los.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores (...).

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

9. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Após o termo

“uma” (l. 1), subentende-se a elipse da palavra esquisitice.

Comentário – Morfologicamente, os artigos têm a propriedade de associar-

se a um substantivo, determinando ou indeterminado seu significado. De

acordo com o contexto, após o vocábulo “uma” (artigo indefinido) deveria

surgir o substantivo “esquisitice”, que, apesar da elipse, nos remete à

palavra “esquisitices” (note que não há outro substantivo anterior).

Resposta – Item certo.

Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de

4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

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apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o

7 Brasil como modelo nessa área.

Amanhã serão definidos os nomes do presidente da

República e dos governadores de alguns estados. O país,

10 mais do que nunca, conta com você.

Democracia é algo que lhe diz respeito e que se

aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção

13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses

alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos.

Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir

16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa

democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa

escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que

19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país

e de seu estado.

Você estará determinando o Brasil que teremos nos

22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu

próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a

melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança

25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento

é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos —

está depositada a confiança em dias felizes.

28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a

outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de

quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de

31 quem realmente compreende a importância de sua atitude

para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor

contribuição que você poderá dar a sua Pátria.

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).

10. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A expressão “nessa

área” (l. 7) retoma a idéia implícita, no parágrafo, de processo

eleitoral.

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Comentário – Note que, no final do primeiro parágrafo, o ministro Marco

Aurélio faz comentário sobre a campanha política, o alto índice de

comparecimento às urnas, a agilidade com que os votos foram contados e a

segurança de que tivemos uma votação expressiva. É em relação ao

processo eleitoral (“nessa área”) que o Brasil surge como modelo, nas

palavras do ministro.

Resposta: Item certo.

1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e

fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente

10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto

houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros.

Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as

13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas.

O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os

empresários se organizarem na defesa de seus interesses e

16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade

sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns

internacionais.

Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

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11. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 7, o termo

“o que” retoma o antecedente “ampliar a infra-estrutura regional”.

Comentário – A expressão em destaque resgata a oração “obter

financiamentos em nome do bloco no Banco Mundial”, que integra a

sequência de prioridades enumeradas no texto.

Resposta – Item errado.

1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que

o sistema democrático exige a descentralização do poder.

Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo

4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos

para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao

de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses

7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também

fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não

signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação

10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem

identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse

sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato,

13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar.

O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a

discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil

16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre

os estados.

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

12. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Acerca das relações

lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta.

A) “-lo”, em “associá-lo” (l. 5), refere-se a “poder” (l. 2).

B) “deles” (l. 8) refere-se a “comitês dos partidos” (l. 7).

C) “isso” (l. 8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas

também fora deles, suas idéias com os candidatos” (l. 7-8).

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D) “ao qual” (l. 11) refere-se a “parlamentar escolhido” (l. 10).

Comentário – Em A, o pronome oblíquo átono “o” surge acompanhado de

“l”, em virtude da ênclise formada com o verbo “associar”, que perde a letra

“r” e recebe acento agudo no “a”, por se tratar de oxítona terminada em “a”.

Em B, o vocábulo “deles” é composto pela preposição “de”

(“fora de”) e pelo pronome pessoal do caso oblíquo tônico “eles”. Este

retoma a expressão “comitês dos partidos”.

Na alternativa C, há uma recuperação anafórica da expressão

em destaque feita pelo emprego do pronome demonstrativo “isso”.

Em D, a preposição “a” (que surge em decorrência da

regência do verbo “dar” – transitivo direto e indireto) une-se ao pronome

relativo “o qual” para retomar “o leitor múltiplo e bem identificado”.

Resposta – Certo; certo; certo; errado – conforme o gabarito oficial. Mas a

mim me pareceu que, na alternativa A, a referência é ao “poder”

mencionado também na linha 5. Tenho a impressão de que a banca errou ao

digitar “(l.2)”.

Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...

4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para

7 ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época?

10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma

13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi.

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16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as

19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem

22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos.

25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

13. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Em “Porque ele não quer ir

embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar”

(l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma

pessoa.

Comentário – Perceba a astúcia da banca examinadora. Quis induzir os

candidatos a crerem que, nos dois casos, o pronome em destaque fazia

alusão, provavelmente, ao personagem “Jacaré”. Talvez, por se tratar da

proximidade entre a entrada em “cena” de “Jacaré” e o elemento de coesão.

Portanto, prezado aluno, fique atento! O primeiro emprego do pronome “ele”

retoma, de fato, o personagem “Jacaré”, a quem a pergunta (l. 20) foi

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dirigida. Mas o segundo emprego recupera “patrão”, personagem que

aparece pela primeira vez na linha 6.

Resposta – Item errado.

1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos

modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta

como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a

4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve

contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os

indivíduos, com um espaço político demarcado por regras

7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o

atendimento às demandas públicas da maior parte da

população, elegidas pela própria sociedade, através de suas

10 formas de participação/representação.

Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência

e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público

13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses

coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos

liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação

16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de

direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde

o início da Idade Moderna, e ampliados pelo

19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje.

Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de

todas as gerações ou ciclos possíveis.

Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.

Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).

14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo

parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre

os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na

base da ideia de democracia.

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Comentário – A condição é ressaltada logo no segmento inicial “Para que

isso ocorra (...) impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de

reflexão e o debate público...”. Note que a “existência e a eficácia de

instrumentos de reflexão e o debate público” são fundamentais para que

haja um governo democrático, com um espaço político demarcado por

regras e procedimentos claros (a ideia sublinhada – l. 4-7 – é retomada pelo

pronome demonstrativo “isso”).

Resposta – Item certo.

15. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que,

na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de

coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”.

Comentário – Embora esteja expresso apenas no período anterior,

subentende-se na linha 4 o termo “governo”, com o qual o verbo “deve”

mantém relações de coesão e de concordância.

Resposta – Item errado.

16. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na

organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e

resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da

população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de

participação/representação” (l.10).

Comentário – Apontei acima a referência do pronome “isso”: a ideia de um

governo democrático, com um espaço político demarcado por regras e

procedimentos claros.

Resposta – Item errado.

1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas

dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,

de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma

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4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,

subordinação, resistência ou rebeldia. (..) Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

17. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no

texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder”

(l.1).

Comentário – Volte ao texto e releia o seguinte fragmento: “controle de

uma pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação,

resistência ou rebeldia”. Quem se comportar dessa maneira? A pessoa

controlada., representada no texto pelo vocábulo “outra” (= outra pessoa).

Resposta – Item errado.

(...)

Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos

bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não

10 constituem indicadores de modernidade.

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício

13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas

19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas.

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

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18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O trecho “os que pensam assim” (l.16-

17) retoma, por coesão, o referente de “muitos” (l.8), bem como o

sujeito implícito da oração “dão mais valor a um modelo de

desenvolvimento” (l.13-14).

Comentário – Textualmente, o trecho “os que pensam assim” aponta para

aqueles que não consideram “os carros de luxo que trafegam pelos bairros

elegantes das capitais ou os telefones celulares” exemplos da modernidade.

Eles são os que “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento”.

Resposta – Item certo.

Então, como está indo? As questões apresentadas até aqui

expressam aquilo que o Cespe/UnB espera que você saiba. Porém ainda há

mais dois pontos que eu preciso abordar: diferença entre interpretações

dedutiva e indutiva e reescritura de texto. Vamos a eles!

Interpretação Dedutiva X Interpretação Indutiva

Observe que nas provas do Cespe/UnB é comum aparecerem

questões sobre interpretação de texto que exigem uma resposta do

candidato com base em argumentos dedutivos (“Depreende-se...”.

“Conclui-se...”) ou indutivos (“Infere-se...”). Às vezes, o enunciado pode

ser um pouco diferente, ou não tão claro como tentei transmitir. Mas, em

última análise, é isso mesmo o que a banca está querendo de você.

Dependendo da abordagem, a sua resposta será diferente. A tabela abaixo

certamente lhe será útil:

Dedução Indução (inferência) Parte, geralmente, de uma verdade

universal para se chegar a uma

verdade particular ou singular.

Geralmente, parte de enunciados

particulares, singulares e, deles,

infere-se um enunciado universal.

Este método de raciocínio é válido

quando suas premissas podem

fornecer provas evidentes para

uma conclusão.

Não fornece provas evidentes para a

verdade de uma conclusão. Ela pode,

apenas, fornecer alguns indícios.

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Em todo argumento dedutivo, a

conclusão deve estar presente

nas premissas.

O grande problema do processo

indutivo é seu caráter

probabilístico.

Os argumentos dedutivos são

estéreis, não apresentam nenhum

conhecimento novo. Assim como já

está contida nas premissas, a

conclusão nunca vai além delas.

A indução pode ir além das

premissas — por oferecer novas

informações que as premissas não

possuíam.

Agora você deve responder às questões de provas do

Cespe/UnB.

Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...

4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para

7 ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época?

10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma

13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi.

16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as

19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

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Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem

22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos.

25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

19. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O que faz de Eduardo Silva

objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o

trabalhador optou por trabalhar sem receber a remuneração

correspondente, conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para

ficar e eu fiquei” (l. 6-7).

Comentário – O texto indica (l. 28) que Jacaré espera receber pelo trabalho

que desempenha na fazenda do patrão. Além disso, o Grupo Móvel ficou

impressionado com o fato de Jacaré ter permanecido na fazenda (l. 4)

mesmo depois da inspeção anterior realizada pelo próprio Grupo (l. 1). Isso

o correu há cerca de oito anos (l. 3), quando saíram de lá vários

trabalhadores (l. 4) que, ao que tudo indica, estavam em condições

semelhantes à de Jacaré.

Resposta – Item errado.

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No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos – um lugar na

Suíça onde se reuniram os luminares de todo o mundo para discutir as

ansiedades que nos paralisam e as perplexidades que nos mobilizam.

Por coincidência, Davos é também o cenário onde se monta a

ação de um famoso romance escrito por Thomas Mann, A Montanha Mágica.

O romance é de 1924 e descreve a vida de um grupo de personagens

doentes que, no princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,

procurando recuperar a saúde.

(...)

Affonso Ramos de Sant’anna, Correio Brasiliense, 6/2/2005 (com adaptações)

20. (Cespe/TCU/ACE/2005) Infere-se do texto que, em Davos, está sendo

filmada a adaptação cinematográfica de uma obra literária do início do

século passado.

Comentário – O texto associa a circunstância de tempo indicada por “no

princípio do século” a “um grupo de personagens doentes”. Naquela época,

eles “se instalaram no Sanatório Berghof, procurando recuperar a saúde”. A

obra literária encenada em Davos é de 1924, isto é, do século passado;

porém 24 anos depois do seu início.

Resposta – Item errado.

21. (Cespe/TCU/ACE/2005) Subentende-se, da leitura do primeiro

parágrafo, que o autor julga haver vários tipos de ansiedade e que

todos eles paralisam o ser humano.

Comentário – Subentender o que diz a banca examinadora neste item é

desconsiderar completamente as evidências escritas no texto. Toda e

qualquer inferência deve limitar-se às “pistas”, aos “rastros” encontrados no

próprio texto, e não extrapolá-lo deliberadamente. Assim sendo, observe

que as orações subordinadas adjetivas RESTRITIVAS “que nos paralisam” e

“que nos mobilizam” limitam semanticamente o alcance dos substantivos

“ansiedades” e “perplexidades”. Portanto podemos subentender que existem

certas ansiedades e perplexidades que não nos afetam como outras.

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Resposta – Item errado.

Desenvolvimento, ambiente e saúde

(...)

O desenvolvimento, como processo de incorporação

sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na

16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das

sociedades organizadas, tem sido reconhecido como

ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais

19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar

contra o objetivo comum, quando se baseia em valores,

premissas e processos que interferem negativamente nos

22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e

coletiva.

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

22. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se do último período do texto que a

saúde, individual e coletiva, está diretamente relacionada aos

ecossistemas que constituem valores, premissas e processos de um

desenvolvimento sustentável.

Comentário – Muito cuidado com este jogo de palavras que a banca

examinadora faz para ludibriar os candidatos. Apenas a primeira parte da

assertiva está correta. A saúde individual e coletiva guarda estreita relação

com os ecossistemas, de modo que uma interferência neles causa reflexos

nela. Apesar disso, a parte final do item traz uma construção sintática cujo

teor semântico não encontra respaldo no texto original. Tomar as

expressões “valores”, “premissas” e “processos” em oração adjetiva

restritiva caracterizadora dos ecossistemas é admitir que há outros

ecossistemas que não influenciam a saúde individual e coletiva. Note que, no

período original, o substantivo “ecossistemas” é empregado em sentido

amplo, não restrito.

Resposta – Item errado.

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1 Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo

banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que

atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano.

4 Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares

do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de

toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados,

7 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de

toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas

que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo

10 derramadas por navios durante o movimento de carga e

descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de

pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de

13 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos.

Veja, 1.º/8/2007, p.116-7 (com adaptações).

23. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se da argumentação do texto que,

se o Mar Mediterrâneo não fosse o “Berço da civilização ocidental” (l. 1),

seus níveis de poluição não seriam tão altos.

Comentário – Não há como sustentar o que a banca examinadora

argumenta em nenhuma passagem do texto. Ele aponta causas

contemporâneas para a poluição do Mar Mediterrâneo. Contribuem para esse

tipo de raciocínio os verbos empregados no presente do indicativo. O fato de

ele ser o “Berço da civilização ocidental” nada mais é do que outra

característica daquele mar, sem qualquer relação direta com seu atual

estado de conservação.

Resposta – Item errado.

1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas

dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,

de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma

4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,

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subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se

reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão,

7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo,

de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si

não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de

10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder

é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

Na rede social, as dinâmicas de poder não têm

13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento.

Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos

ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo

16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo

papel social, que nos faz complementar, passivamente ou

não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

24. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação

do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua

realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso,

ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se

submetem, quanto os que a ele resistem.

Comentário – A banca fez um resumo do texto, a partir dos próprios

elementos (das evidências) dele. Repare e compare: “

“O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas”

(l 1-2)”;

“Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter

negativo do poder (...), mas também ao seu caráter

positivo” (l. 5-7);

“O que há são relações de poder heterogêneas” (l. 9-10);

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“Na rede social (...) podemos ser comandados, submetidos

ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo”

(l. 12-15).

Resposta – Item certo.

25. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o

poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente

nas relações de opressão social.

Comentário – O problema aqui está na razão que a banca alega para

sustentar o fato de o poder não ser um objeto natural. O texto é claro em ao

dizer que “Tais dinâmicas [as que acarretam o exercício do poder] não se

reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, punição ou

repressão, mas também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar,

adestrar, aprimorar” (l. 5-8). O Cespe simplesmente desprezou as

evidências do próprio texto.

Resposta – Item errado.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos

bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não

10 constituem indicadores de modernidade.

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício

13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

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16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas

19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas.

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Infere-se da leitura do texto que o futuro

de um país seria “obra do acaso” (l.3) se a modernidade não

assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos.

Comentário – Inferir isso é desconsiderar completamente o que está dito

nas linhas 2 e 3, por exemplo: “...o futuro de um país não é obra do acaso

ou da fatalidade.” O autor é contundente quanto a isso. Além do mais, não é

unânime a ideia de que a modernidade assegura (repare o verbo no

presente, indicando um acontecimento real, concreto) um padrão de vida

democrático a todos os seus cidadãos, como dá a entender a banca

examinadora por meio da abordagem que faz. Repare que o texto (e sempre

temos que nos reportar a ele) informa que, para alguns, a modernidade é

evidenciada pela alta tecnologia, pelas belas construções e pelos

deslumbrantes automóveis e, para outros, ela “seria” (repare agora o uso do

subjuntivo, indicando apenas uma possibilidade, um fato ainda não

estabelecido) o que o enunciado, em outras palavras, diz que ela já é.

Resposta – Item errado.

Entraremos na última parte desta aula. Tratarei então de

reescritura de texto ou de parte dele.

Reescritura de Texto

Esclareço que toda vez que uma obra faz alusão à outra, ocorre

a intertextualidade. Isso se concretiza de várias formas. Aqui, abordarei

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aquela que costuma aparecer em provas e que pode ser cobrada no

concurso que você fará, só que com outra “roupagem”: a paráfrase.

Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do

texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para

atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer

com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras

palavras, mas também com outra estruturação sintática.

Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a coesão

(correção gramatical) e a coerência (significado original do texto) foram

mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam respeitados na

hora de parafrasear o texto original.

Passemos à análise de questões do Cespe/UnB que envolvem

esse assunto, o último desta aula.

1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem

técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de

um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.

4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com

alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,

cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha

7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,

destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas

passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não

10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por

esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta

era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.

13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando

ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;

mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava

16 a lei.

(...)

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

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27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A correção

gramatical e as idéias originais serão mantidas, caso se reescreva o

trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l. 9-10) da seguinte

forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li.

Comentário – No texto original, o verbo esquecer é empregado como

transitivo indireto. Tem como sujeito toda a expressão “os discursos que

ouvi, nem os artigos que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta”.

Seu objeto indireto é representado pelo pronome oblíquo átono “me”, que –

em virtude da existência de duas palavras atrativas – antecede o verbo,

podendo ficar entre elas ou depois da última. Na nova redação, a ideia

original foi preservada; contudo mudou-se a estruturação sintática da frase.

Agora, o verbo utilizado é o esquecer-se, pronominal. O que funcionava

anteriormente como sujeito tornou-se objeto indireto; e o antigo objeto

indireto (“me”) transformou-se em parte integrante do verbo. Tudo de

acordo com a perfeita correção gramatical e com o significado original do

texto.

Resposta – Item certo.

Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de

4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o

7 Brasil como modelo nessa área.

(...)

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).

28. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 3, a

substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de

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inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que

prejudica a coerência do texto.

Comentário – Minha sugestão é que você reescreva, à parte, o trecho da

forma que a banca sugere, sempre que possível e principalmente se tiver

dificuldades em “visualizar” as modificações propostas. Então, mãos à obra!

No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias.

Além do alto índice de comparecimento às urnas e de uma

irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma

tranqüila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e

segura, o que coloca o Brasil como modelo nessa área.

Agora, atente para o que a banca está dizendo. Ela argumenta

que essa forma de reescritura causa “truncamento sintático” e prejuízo à

“coerência do texto”. Em outras palavras, o Cespe/UnB alega que as

modificações causam problemas quanto à correção gramatical e à

preservação do sentido original das informações. Compare os dois modelos e

constate que o texto continua coeso, correto e coerente.

Resposta – Item errado.

(...)

10 A despeito das recentes turbulências, a Tailândia,

primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do

que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006,

13 quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de

corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a

confiança dos investidores no país, governado por um

16 conselho de segurança nacional provisório, com eleições

previstas para o fim do ano.

Carta Capital, 1.º/8/2007, p. 12 (com adaptações).

29. (Cespe/TCU/ACE/2007) Mantêm-se a coerência textual e a correção

gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração

desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano.

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Comentário – Conhecimento sobre análise sintática é importante para a

resolução deste item. Para ser mais didático, dividirei minha explicação em

dois momentos: o primeiro sobre aposto, e o segundo sobre oração

subordinada adjetiva explicativa.

Aposto é o termo de caráter nominal que se junta a um

substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo,

especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo. No texto original, ele

é representado pela expressão “com eleições previstas para o fim do ano”.

Note também que ele estabelece um nexo semântico de caráter

explicativo com o substantivo a que se refere (“país”). Outra característica

desse tipo de aposto é sua separação do substantivo por meio de uma

vírgula.

A alteração proposta no item analisado traz uma oração

(observe a presença da locução verbal “são previstas”) também de caráter

explicativo. Esta é introduzida pelo pronome relativo “cujas”, que,

semanticamente, estabelece uma relação de posse/dependência entre os

substantivos “país” e “eleições”.

Diante disso, não há nenhuma alteração na linha

argumentativa (coerência) do texto original ao se proceder à substituição de

um termo nominal de caráter explicativo (aposto) por outro de base verbal

também de caráter explicativo (oração subordinada adjetiva

explicativa). Em relação à correção gramatical, a alteração proposta

respeita as normas da gramática normativa.

Resposta – Item certo.

Celular recebe ligação e relâmpago

Não é recomendável usar telefones celulares durante

tempestades com raios e trovões, sob risco de atrair as descargas

elétricas. O alerta foi feito por médicos recentemente.

Os especialistas relataram o caso de uma menina de

15 anos que usava o telefone em um parque quando foi

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eletrocutada por um raio. A jovem sobreviveu, mas teve danos

permanentes à saúde.

O fenômeno é raro, mas é um problema de saúde

pública. A população precisa ser educada para o risco. Assim,

poderemos prevenir casos fatais como esse, no futuro, disse

Swinda Esprit, médica do Northick Park Hospital, no Reino

Unido.

Ela explicou, ainda, que, quando uma pessoa é atingida

pela descarga elétrica de um raio, a alta resistência da pele

humana conduz a energia pelo corpo, em um fenômeno chamado

flashover. No entanto, se algum objeto feito de metal, como um

telefone celular, estiver em contato com a pele, interrompe-se o

flashover e aumenta a gravidade dos ferimentos internos.

Jornal do Brasil, 24/6/2006 (com adaptações).

Os itens a seguir são reescritas de trechos do texto. Julgue-os quanto à

correção gramatical.

30. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Durante tempestades,

médicos, recentemente, alertaram que eles não recomendam o uso de

telefones celulares que, com raios e trovões, atraíam descargas

elétricas.

Comentário – O texto reescrito dessa forma estabelece uma distinção entre

os celulares que atraem descargas elétricas e os que não os atraem. Isso

ocorre por causa da utilização inoportuna da oração subordinada adjetiva

“que (...) atraíam descargas elétricas”, que restringe o significado semântico

de “telefones celulares”. Além disso, os médicos não fizeram o alerta,

estando eles mesmos em uma circunstância de chuva.

Resposta – Item errado.

31. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Os médicos mencionaram

uma situação em que, em um parque, uma jovem de 15 anos de idade,

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ao usar o telefone celular, foi eletrocutada por um raio. Ela não morreu,

tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde.

Comentário – Paráfrase perfeita. Tanto a correção gramatical, quanto a

informação primeira do texto foram preservadas. Note as transformações

feitas:

“Os especialistas relataram o caso de...”

Os médicos mencionaram uma situação em que...

“A jovem sobreviveu...”

Ela não morreu...

“...mas teve danos permanentes à saúde.”

tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde.

Resposta – Item certo.

32. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) A médica acrescentou,

também, que, caso uma pessoa for vítima de um raio, a pele dela,

altamente resistente, conduzirá a energia elétrica pelo corpo,

tratando-se o fenômeno do que se denomina flashover.

Comentário – A correção gramatical é infringida. A utilização da conjunção

subordinativa condicional “caso” obriga o verbo ser a flexionar-se no

presente do subjuntivo: seja. É importante salientar que, se fosse

empregada a conjunção subordinativa condicional se, a forma verbal “for”

(futuro do subjuntivo) estaria também correta.

Resposta: Item errado.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

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concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

(...) Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

33. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Para evitar o emprego redundante de

estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho

“Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito

intensos” (l.3-4), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático

— Uma nação se constrói no meio de embates —, o que

preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade

de sua argumentação.

Comentário – A reescritura preserva a correção gramatical e a coerência,

mas realmente a força argumentativa é diminuída com o apagamento da

reiteração da estrutura aludida.

Resposta: Item certo.

Por hoje é só. Na próxima aula falarei sobre ortografia,

seleção/adequação vocabular e acentuação gráfica. Em virtude do novo

Acordo Ortográfico, é bom ficar atento às possíveis “pegadinhas” que o

Cespe/UnB poderá armar para cima de você. Portanto, não perca a próxima

aula e intensifique seus estudos.

Um grande abraço e até a próxima!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

Cuidados para evitar envenenamentos

1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora

do alcance das crianças;

Não utilize medicamentos sem orientação de um médico

4 e leia a bula antes de consumi-los;

Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção

ao seu prazo de validade;

7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar

qualquer medicamento;

Evite tomar remédio na frente de crianças;

10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja

trocas perigosas;

Não utilize remédios sem orientação médica e com

13 prazo de validade vencido;

Mantenha os medicamentos nas embalagens originais;

Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto

16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação

podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais;

Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas,

19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados

despertam a atenção e a curiosidade natural das

crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha

22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora

do alcance dos pequenos.

Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações).

1. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas

oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto

narrativo.

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1 Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de

sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo

como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento

4 permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia

de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da

meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de

7 brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica

chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo

das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola

10 informar aos pais que mais importante do que gerar bons

profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por

serem o que são e gostarem do que gostam.

Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações).

2. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) A opção pelo emprego do ponto

de vista em primeira pessoa atribui ao texto certo grau de subjetividade

e configura um gênero de artigo em que as opiniões são assumidas de

forma pessoal.

3. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) Expressões como “vivo metido no

meio de pessoas” (l. 1) e “psicologia de botequim” (l. 2) denotam

interesse em produzir um texto coloquial, informal, que se distancia dos

gêneros próprios do discurso científico.

1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os

funcionários são orientados por metas, têm o desempenho

avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela

4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —

menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas

das práticas implantadas com sucesso em um grupo de

7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A

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experiência chama a atenção pelo impressionante progresso

dos estudantes depois que ingressaram ali.

10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado.

Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou

zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso

13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles

cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo

Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas

16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma

característica que as distingue das demais: elas são

administradas por uma parceria entre o governo e uma

19 associação formada por empresários da região. Os

professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

4. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Predomina no fragmento o tipo

textual narrativo ficcional.

Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...

4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para

7 ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época?

10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

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Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma

13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi.

16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as

19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem

22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos.

25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

5. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Por suas características

estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição.

Trabalho escravo:

longe de casa há muito mais de uma semana

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1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação

degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel

de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que

4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil

libertações de trabalhadores submetidos a condições

desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um

7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra

Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações

do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande

10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de

ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para

trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio

13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão,

trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca

teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de

16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba

nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir

direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar

19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma

fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em

junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,

22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de

R$ 5 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).

6. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Empregam-se, no texto, alguns

elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais

para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,

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4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

Os manuais de gestão definem groupthinking como um

processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são

7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o

desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas

diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma

10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar

a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões

contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na

13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão

distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,

fracos ou simplesmente estúpidos.

16 Tão antigas como o conceito são as receitas para

contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o

pensamento crítico e as visões alternativas à visão

19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas

transparentes de governança e procedimentos de auditoria;

terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de

22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de

decisão.

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a

origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como

narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente

argumentativo.

8. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-

9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso

metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9),

“receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o

valor negativo e indesejável de groupthinking.

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1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores (...).

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

9. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Após o termo

“uma” (l. 1), subentende-se a elipse da palavra esquisitice.

Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de

4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o

7 Brasil como modelo nessa área.

Amanhã serão definidos os nomes do presidente da

República e dos governadores de alguns estados. O país,

10 mais do que nunca, conta com você.

Democracia é algo que lhe diz respeito e que se

aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção

13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses

alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos.

Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir

16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa

democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa

escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que

19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país

e de seu estado.

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Você estará determinando o Brasil que teremos nos

22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu

próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a

melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança

25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento

é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos —

está depositada a confiança em dias felizes.

28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a

outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de

quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de

31 quem realmente compreende a importância de sua atitude

para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor

contribuição que você poderá dar a sua Pátria.

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).

10. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A expressão “nessa

área” (l. 7) retoma a idéia implícita, no parágrafo, de processo

eleitoral.

1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e

fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente

10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto

houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros.

Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as

13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas.

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O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os

empresários se organizarem na defesa de seus interesses e

16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade

sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns

internacionais.

Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

11. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 7, o termo

“o que” retoma o antecedente “ampliar a infra-estrutura regional”.

1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que

o sistema democrático exige a descentralização do poder.

Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo

4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos

para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao

de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses

7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também

fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não

signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação

10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem

identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse

sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato,

13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar.

O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a

discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil

16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre

os estados.

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

12. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Acerca das relações

lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta.

A) “-lo”, em “associá-lo” (l. 5), refere-se a “poder” (l. 2).

B) “deles” (l. 8) refere-se a “comitês dos partidos” (l. 7).

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C) “isso” (l. 8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas

também fora deles, suas idéias com os candidatos” (l. 7-8).

D) “ao qual” (l. 11) refere-se a “parlamentar escolhido” (l. 10).

Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...

4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para

7 ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época?

10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma

13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi.

16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as

19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem

22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos.

25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

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28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

13. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Em “Porque ele não quer ir

embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar”

(l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma

pessoa.

1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos

modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta

como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a

4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve

contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os

indivíduos, com um espaço político demarcado por regras

7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o

atendimento às demandas públicas da maior parte da

população, elegidas pela própria sociedade, através de suas

10 formas de participação/representação.

Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência

e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público

13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses

coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos

liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação

16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de

direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde

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o início da Idade Moderna, e ampliados pelo

19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje.

Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de

todas as gerações ou ciclos possíveis.

Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.

Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).

14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo

parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre

os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na

base da ideia de democracia.

15. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que,

na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de

coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”.

16. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na

organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e

resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da

população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de

participação/representação” (l.10).

1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas

dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,

de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma

4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,

subordinação, resistência ou rebeldia. (..) Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

17. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no

texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder”

(l.1).

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(...)

Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos

bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não

10 constituem indicadores de modernidade.

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício

13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas

19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas.

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O trecho “os que pensam assim” (l.16-

17) retoma, por coesão, o referente de “muitos” (l.8), bem como o

sujeito implícito da oração “dão mais valor a um modelo de

desenvolvimento” (l.13-14).

Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui

antes?

Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...

4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não

saiu?

Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para

7 ficar e eu fiquei.

Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da

indenização que recebeu na época?

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10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas

vaquinhas...

Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma

13 coisa?

Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele

disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi.

16 Grupo Móvel — Mais nada?

Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está

devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as

19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?

Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem

22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.

Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?

Jacaré — Tenho 64 anos.

25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?

Jacaré — Faz uns 30 anos.

Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?

28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,

não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,

31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,

no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho

Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,

34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,

cerca de R$ 100 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

19. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O que faz de Eduardo Silva

objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o

trabalhador optou por trabalhar sem receber a remuneração

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correspondente, conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para

ficar e eu fiquei” (l. 6-7).

No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos – um lugar na

Suíça onde se reuniram os luminares de todo o mundo para discutir as

ansiedades que nos paralisam e as perplexidades que nos mobilizam.

Por coincidência, Davos é também o cenário onde se monta a

ação de um famoso romance escrito por Thomas Mann, A Montanha Mágica.

O romance é de 1924 e descreve a vida de um grupo de personagens

doentes que, no princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,

procurando recuperar a saúde.

(...)

Affonso Ramos de Sant’anna, Correio Brasiliense, 6/2/2005 (com adaptações)

20. (Cespe/TCU/ACE/2005) Infere-se do texto que, em Davos, está sendo

filmada a adaptação cinematográfica de uma obra literária do início do

século passado.

21. (Cespe/TCU/ACE/2005) Subentende-se, da leitura do primeiro

parágrafo, que o autor julga haver vários tipos de ansiedade e que

todos eles paralisam o ser humano.

Desenvolvimento, ambiente e saúde

(...)

O desenvolvimento, como processo de incorporação

sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na

16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das

sociedades organizadas, tem sido reconhecido como

ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais

19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar

contra o objetivo comum, quando se baseia em valores,

premissas e processos que interferem negativamente nos

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22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e

coletiva.

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

22. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se do último período do texto que a

saúde, individual e coletiva, está diretamente relacionada aos

ecossistemas que constituem valores, premissas e processos de um

desenvolvimento sustentável.

1 Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo

banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que

atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano.

4 Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares

do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de

toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados,

7 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de

toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas

que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo

10 derramadas por navios durante o movimento de carga e

descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de

pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de

13 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos.

Veja, 1.º/8/2007, p.116-7 (com adaptações).

23. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se da argumentação do texto que,

se o Mar Mediterrâneo não fosse o “Berço da civilização ocidental” (l. 1),

seus níveis de poluição não seriam tão altos.

1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas

dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,

de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma

4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,

subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se

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reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão,

7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo,

de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si

não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de

10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder

é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

Na rede social, as dinâmicas de poder não têm

13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento.

Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos

ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo

16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo

papel social, que nos faz complementar, passivamente ou

não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

24. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação

do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua

realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso,

ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se

submetem, quanto os que a ele resistem.

25. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o

poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente

nas relações de opressão social.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

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concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos

bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não

10 constituem indicadores de modernidade.

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício

13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas

19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas.

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Infere-se da leitura do texto que o futuro

de um país seria “obra do acaso” (l.3) se a modernidade não

assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos.

1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem

técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de

um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.

4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com

alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,

cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha

7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,

destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas

passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não

10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por

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esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta

era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.

13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando

ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;

mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava

16 a lei.

(...)

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A correção

gramatical e as idéias originais serão mantidas, caso se reescreva o

trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l. 9-10) da seguinte

forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li.

Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de

4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o

7 Brasil como modelo nessa área.

(...)

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).

28. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 3, a

substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de

inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que

prejudica a coerência do texto.

(...)

10 A despeito das recentes turbulências, a Tailândia,

primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do

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que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006,

13 quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de

corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a

confiança dos investidores no país, governado por um

16 conselho de segurança nacional provisório, com eleições

previstas para o fim do ano.

Carta Capital, 1.º/8/2007, p. 12 (com adaptações).

29. (Cespe/TCU/ACE/2007) Mantêm-se a coerência textual e a correção

gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração

desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano.

Celular recebe ligação e relâmpago

Não é recomendável usar telefones celulares durante

tempestades com raios e trovões, sob risco de atrair as descargas

elétricas. O alerta foi feito por médicos recentemente.

Os especialistas relataram o caso de uma menina de

15 anos que usava o telefone em um parque quando foi

eletrocutada por um raio. A jovem sobreviveu, mas teve danos

permanentes à saúde.

O fenômeno é raro, mas é um problema de saúde

pública. A população precisa ser educada para o risco. Assim,

poderemos prevenir casos fatais como esse, no futuro, disse

Swinda Esprit, médica do Northick Park Hospital, no Reino

Unido.

Ela explicou, ainda, que, quando uma pessoa é atingida

pela descarga elétrica de um raio, a alta resistência da pele

humana conduz a energia pelo corpo, em um fenômeno chamado

flashover. No entanto, se algum objeto feito de metal, como um

telefone celular, estiver em contato com a pele, interrompe-se o

flashover e aumenta a gravidade dos ferimentos internos.

Jornal do Brasil, 24/6/2006 (com adaptações).

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Os itens a seguir são reescritas de trechos do texto. Julgue-os quanto à

correção gramatical.

30. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Durante tempestades,

médicos, recentemente, alertaram que eles não recomendam o uso de

telefones celulares que, com raios e trovões, atraíam descargas

elétricas.

31. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Os médicos mencionaram

uma situação em que, em um parque, uma jovem de 15 anos de idade,

ao usar o telefone celular, foi eletrocutada por um raio. Ela não morreu,

tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde.

32. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) A médica acrescentou,

também, que, caso uma pessoa for vítima de um raio, a pele dela,

altamente resistente, conduzirá a energia elétrica pelo corpo,

tratando-se o fenômeno do que se denomina flashover.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

(...) Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

33. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Para evitar o emprego redundante de

estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho

“Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito

intensos” (l.3-4), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático

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— Uma nação se constrói no meio de embates —, o que

preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade

de sua argumentação.

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GABARITO DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. Item errado

2. Item certo

3. Item certo

4. Item errado

5. Item errado

6. Item certo

7. Item certo

8. Item certo

9. Item certo

10. Item certo

11. Item errado

12. Certo, certo, certo, errado (ler

a ressalva)

13. Item errado

14. Item certo

15. Item errado

16. Item errado

17. Item errado

18. Item certo

19. Item errado

20. Item errado

21. Item errado

22. Item errado

23. Item errado

24. Item certo

25. Item errado

26. Item errado

27. Item certo

28. Item errado

29. Item certo

30. Item errado

31. Item certo

32. Item errado

33. Item certo