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Aula 2: Ciência, Tecnologia e Sociedade Definição e importância dos estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade Professor Adalberto Mantovani Martiniano de Azevedo Santo André, 25/09/2012

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Aula 2: Ciência, Tecnologia e Sociedade

Definição e importância dos estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade

Professor Adalberto Mantovani Martiniano de Azevedo

Santo André, 25/09/2012

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Conteúdo da aula

1. Aula anterior: Revisão. 2. Pendências (composição/temas dos grupos de

trabalhos finais).3. O que é o método científico e o crescimento da ciência

como atividade social privilegiada: Por que a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?

4. A institucionalização da ciência como atividade indispensável no mundo contemporâneo.

5. Os estudos de CTS.6. Estudos de CTS na América Latina.7. Qual o seu tipo científico-tecnológico?

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Apresentação do Professor: interesses de pesquisa (orientação de bolsistas de iniciação científica).

Apresentação da Disciplina: o que é?

Estudos sobre as características sociais dos processos (humanos) de produção de C,T&I, incluindo seus determinantes e consequências.

1. Aula anterior (17/09)

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Qual a importância da disciplina CTS?1. Didática: melhor compreensão da história e do conteúdo de temas de interesse na área de C,T&I;2. Crítica: compreensão de que a validação (social, econômica, política) dos resultados de C,T&I não é universal nem neutra, e que sua distribuição é assimétrica (benefícios e malefícios).

3. Normativa: Percepção de que a participação democrática é importante para direcionar a C,T&I para o interesse público

1. Aula anterior (17/09)

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Temas abordados e bibliografias utilizadas: Disponíveis em http://ctsprofessoradalbertoazevedo.blogspot.com.br/

Leituras essenciais (devem ser lidas antes das aulas, dúvidas serão bem vindas) e complementares (para aprofundamento em temas de interesse, especialmente dos grupos formados para a elaboração de trabalhos finais)

Obs: 20/11 será feriado (DiaNacional da Consciência Negra).

1. Aula anterior (17/09)

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Trabalhos finais: Resenhas de dois ou mais trabalhos sobre um tema de interesse (também podem ser usados outros materiais como bases de dados, artigos em jornais/revistas, e outras fontes de informação disponíveis em bases de dados da internet).Grupos de 3 a 5 alunos.

Sugestão: lista de teses (262!!) disponíveis em http://ctsprofessoradalbertoazevedo.blogspot.com.br/Todas podem ser baixadas da internet.

Formato: dissertações curtas- 7 a 10 páginas de texto, margens 2,5, Espaçamento 1,5, fonte arial 12

Estabelecer um objetivo, reunir e selecionar informação relevante, apresentar conclusões aderentes ao objetivo estabelecido.

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Trabalhos finais: Sugestões de temas (além dos temas do programa)

1. Os problemas da C,T&I no Brasil/América Latina;2. Instituições de fomento à C,T&I no Brasil: características e resultados (políticas públicas e/ou instituições);3. Indústria de alimentos;4. Indústria de petróleo;5. Internet/tecnologias de informação e comunicação;6. C,T&I e a globalização econômica;7. Medicina/indústria da saúde/farmacêutica;8. Pólos e parques tecnológicos;9. C,T&I e gênero/movimento feminista;10. C,T&I e defesa nacional;11. Biodiversidade;12 Indústria automobilística;13. Indústria aeroespacial;

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Trabalhos finais: Sugestões de temas (além dos temas do programa)

14. Indústria metalúrgica;15. Novas fontes de energia;16. Relações universidade-empresa;17. Indústria de cosméticos;18. Recursos hídricos;19. Indústria siderúrgica;20. Indústria mineral; 21. Biotecnologia;22. Agricultura;23. Cooperação internacional em C,T&I;24. Energia nuclear;25. Química/papel e celulose26. Financiamento da C,T&I;27. Indústria de informática;28. Tecnologias de gestão.

1. Aula anterior (17/09)

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Por que a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?

O que é uma teoria “científica” para o senso comum?São verdades sobre a natureza, “superiores” àquelas estabelecidas em outras esferas de atividade humana- como o saber prático, a tradição, as religiões (ex., a astrologia, o cristianismo, as tradições artesanais).

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O que faz uma teoria “científica” superior?

Visões tradicionais:

1. Positivismo (Clube de Viena, início dos 1930s): teorias construídas a partir de dados “objetivos” obtidos por observações do mundo natural cada vez mais sofisticadas, fazendo as teorias progredirem (como a posição dos planetas no céu e a representação do universo)- Indução (uso de dados isolados para gerar teorias gerais), não falseável.

2. Falsificacionismo (Karl Popper, meados dos 30s): teorias elsboradas, cuja validade é testada pela experiência empírica- Dedução. Afirmações científicas: exatas, falsificáveis (e arriscadas…). Ao serem falseadas, são substituídas.

Por que a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?

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O que faz uma teoria “científica” superior?Visões tradicionais, apoiadas em dados:

1. Positivismo (Clube de Viena, início dos 1930s): teorias construídas a partir de dados “objetivos” obtidos por observações do mundo natural cada vez mais sofisticadas, fazendo as teorias progredirem (como a posição dos planetas no céu e a representação do universo)- Indução (uso de dados isolados para gerar teorias gerais), não falseável.

Porém, observações que mostram a regularidade da natureza (em casos passados) não garantem que o mesmo ocorrerá sempre…

Por que a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?

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O que faz uma teoria “científica” superior?Visões tradicionais, apoiadas em dados:

2. Falsificacionismo (Karl Popper, 60s): teorias elaboradas, validade testada empiricamente- Dedução. Afirmações científicas: exatas, falsificáveis (e arriscadas…). Ao serem falseadas, são substituídas.

Teorias que não podem ser falseadas (não fazem predições precisas) não são cientíticas (para Popper, por exemplo, o Marxismo e as teorias de Freud).

Elaboração é livre… mas a prova é rigorosa!!!! E os métodos de prova (dados novos) evoluem e fazem a ciência progredir.Exclui teorias mais abstratas… e pode-se contestar observações e predições que usam uma “rede” de recursos….

Por que a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?

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Por que a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?Considerada uma cultura autônoma, dissociada de valores, neutra, objetiva e universal;

Método científico: revisão por pares garantiria a validade dos resultados. Cientistas negociam com outros atores (governo, empresas), mas para isso precisam do reconhecimento dos pares;

Maneira segura de resolver controvérsias políticas (por exemplo, o subsídio a segmentos sociais/industriais).

Idéia da objetividade da ciência: em boa parte herdada de movimentos iluministas (séc. XVIII), opostos à religião.

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Por que a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?

Atribui-se a William Whewell, filósofo da ciência, a primeira utilização do termo “cientista”, em 1834.

Satirizava a diferenciação da atividade científica da atividade filosófica (até então, a definição de qualquer pessoa ocupada

com o “trabalho intelectual”, que era chamado “filósofo natural” ou “filósofo experimental”)

Analogia com “artista”, ou seja, uma pessoa dotada de talento extraordinário.

1840: We need very much a name to describe a cultivator of science in general. I should incline to call him a Scientist. Thus we might say, that as an Artist is a Musician, Painter, or Poet, a

Scientist is a Mathematician, Physicist, or Naturalist.(http://www.victorianweb.org/science/whewell.html)

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Porquê a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?

“Triunfalismo”da Ciência e Tecnologia:

Idéia de “máquina do tempo”: tecnologias mais “avançadas” poderiam beneficiar o ser humano em qualquer época e lugar.

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Porquê a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?

“Triunfalismo”da Ciência e Tecnologia (2):

Modelo Linear do Desenvolvimento Tecnológico

Fomento à ciência básica necessariamente gera crescimento econômico e bem estar social.

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Por que a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?Idéia que ganha força após a II Guerra Mundial:Conquistas como transistores (1946), transplante de rins (1950): “anos de ouro” do capitalismo

Science, the endless frontier (Vannevar Bush, 1945)

Tecnologia onipresente no mundo moderno: ciência ganha força como um modelo isento de explicação dos aparatos tecnológicos, além de fomentar seu desenvolvimento.

Poderde previsão do método

científico gera atecnologia

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Por que a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?Base da tecnocracia, vista como um sistema ideal de governoMétodo científico é poderoso, mas não é autônomo nem imparcial.

Confusão na idéia da ciência: normativo (o que deveria ser) é apresentado como descritivo (o que é)…

E o que é?

Valores moraisconvicções religiosasinteresses profissionaispressões econômicasestratégias de defesa nacionalNecessidade de bases educativas e instituições que permitam a participação pública na C,T&I

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Por que a Ciência é considerada uma atividade social “especial”?

Ciências naturais: onipresente em todos os países/organizações, de forma sistemática, desde o começo do século XX.Nova compreensão do universo, por um lado…

por outro, tornou possíveis guerras com destruição sem precedentes…

1910: 8 mil cientistas (Alemanha/EUA, físicos/químicos)Fim de 1980: mais de 5 milhões de trabalhadores em P&D…2012: cerca de 5 milhões nos EUA (Science and Engineering Indicators 2012, National Science Foundation)

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Inclusão de outros países (Japão, Índia, América Latina: Início do século XX)- brain drain (migrações de cientistas)

Especialização: temas se tornam de difícil compreensão para os leigos, conhecimentos esotéricos, como a física de partículas subatômicas (sobrenatural).

Necessidade de pioneirismo: corrida tecnológica.Guerra mostrou que concentrar recursos poderia gerar resultados práticos- origem dos Programas de Defesa.

Exemplo: EUA (aposta na tecnologia nuclear) X Alemanha (foguetes)

A institucionalização da ciência como atividade indispensável no mundo contemporâneo

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Ciência complexa torna-se indispensável e onipresente:conhecimento de Ciência básica; processo organizado de experimentação; ligação estreita entre industriais, tecnologistas, cientistas profissionais, instituições científicas e governo; Produção em massa; fordismo-taylorismo;trustes, oligopólios e monopólios. Indústrias baseadas na ciência: sustentam o capitalismo mundial (e sustentaram os regimes comunistas).

Artefatos complexos, cujo funcionamento os usuários finais não entendem, mas nos quais confiam.

A institucionalização da ciência como atividade indispensável no mundo contemporâneo

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Problema: efeitos inesperados, gera reações sociais.1. Revoltas de trabalhadores;

2. Obras de ficção científica (“Romances Centíficos”:) Frankenstein (Mary Shelley, 1818)

Tu és meu criador, mas eu sou o teu

senhor!!!

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Julio Verne (1828-1905)

H.G. Wells (1866-1946)

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Medo/desconfiança da ciência:1. Incompreensível (cientistas caricatos);

2. Imprevisível: interferência na ordem natural;

3. Desigualdade entre os indivíduos (especialmente com relação à compreensão da ciência)

4. Solapava a autoridade dos poderosos, mas podia ajudar a legitimar formas de dominação de grupos sociais.

A institucionalização da ciência como atividade indispensável no mundo contemporâneo

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Séulo XX: teorias matematicamente expressas guiavam aplicações práticas

Física Newtoniana- Atômica: mudança de um universo determinista para um universo probabilista (de fatos fortes e convincentes para teorias “fantasmagóricas”do espaço e do tempo).

“Deus não joga dados” (Einstein sobre a teoria quântica, baseada no princípio da incerteza)

Mecânica de Newton continua a funcionar, não só nas engenharias, mas por exemplo, em defesa de medidas de política econômica! (pressupostos de completude de informações, conhecimento pleno das variáveis)Era da incerteza: crise dos anos 30 (econômica, política, social)

A institucionalização da ciência como atividade indispensável no mundo contemporâneo

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Cientistas 1930s: politizados (de esquerda, anti-fascistas)

Bernal (1939)- A função social da ciência- cientificismo (provedora de conhecimento certificado pela auto-regulação): tecnocracia

Crescimento dos funcionários públicos cientistas (1930: 743, 1960- 7 mil)

A institucionalização da ciência como atividade indispensável no mundo contemporâneo

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Governos passam a considerar o investimento maciço em Ciência e Tecnologia essencial (pós-guerra);

Desengajamento político: concordância com a política dos pagadores (anos 50)

URSS: cientistas mais politizados e críticos do sistema soviético (para o qual eram indispensáveis)

Influência dos acontecimentos políticos/econômicos nas evolução da ciência : mais forte nas ciências humanas (mais ideologizadas, menos falseáveis pelos métodos que se considerava reveladores da verdade)

Ciência deixa de ser eurocêntrica, passando para a América :1900-1933- 7 premios nobel USA; 1933-a 1977- 77

A institucionalização da ciência como atividade indispensável no mundo contemporâneo

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A institucionalização da ciência como atividade indispensável no mundo contemporâneo

Avanços na biologia molecular: debates ideológicos/políticossobre a físico-química da vida influência de ideologias biologicamente fundamentadas (Malthus, Darwinismo Social)Década de 70: cientistas ambientalistas (EUA: CTS e seus impactos)Crença no determinismo genético: conservadoresCrença no determinismo ambiental: reformistas, situação de um ser é função de sua posição no mundo

Imposição de limites: dúvida sobre a neutralidade da ciência“Feiticeiros desconfiavam dos aprendizes”Elite incompreensível e privilegiada: instrumental para governos e empresasSéculo XX: era de progresso ou tragédia?

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Os Estudos CTSAntecedentes Ossowska and Ossowski (1936, “A ciência da ciência”)Bernal (1939, A função social da ciência)

Financiamento massivo do Estado: cria necessidade de controle Mudanças internas (novas disciplinas e organizações)Problemas sociais X desenvolvimentos espetaculares (conflitos raciais X programa espacial nos EUA)Redirecionamento de prioridades científicas: projetos e programas de defesa X programas de competitividade industrial e interesse socialConflitos de interesses, negociação em ambientes de infomação imperfeitaObjetivos interdependentes e interativos das diferentes comunidades científicas e tecnológicas

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Os Estudos CTS

Surgem no final dos anos 60 como disciplina científica: mudanças no “contrato” estabelecido no pós guerra

Grupos como ambientalistas e contraculturistas começam a ter voz

Condicionantes sociais e consequências da C,T&I

Surgem mais focados na ciência do que na tecnologia (funcionamento da ciência)

Ciência Política da C&T: problemas no desenvolvimento, direção e controle

Ciencometria: estudo quantitativo de C&T, indicadores para entender (e regular) o funcionamento da C&T:

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Os Estudos CTS

Institucionalização (60s)- programas de pesquisa e ensino, organizações nacionais e internacionais, mídia de comunicação especializadaCornell: Programa em CTSHarvard: Programa em Conceitualização pública da ciênciaCanadá: Instituto de História e Sócio política das ciênciasUSSR: Instituto para a História da C&T, Departamento de Problemas Interdisciplinares de estudos de ciência e de ciência da InformaçãoUK: Unidade de Pesquisa em Política de Ciência. Unidade de Estudos de Ciência.Encontros, conferências, relatórios de atividadesPublicações científicas: Social Studies of Science, Research Policy, Minerva…Tentativas de criar identidade profissional: estrutura interna, limites, relações com outros campos

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Os Estudos CTSTendências: 1. Humanista: cientistas, tecnólogos e engenheiros como seres humanos e emocionais, influenciados pelo meio social. Atividade subjetiva, visão menos tecnocrática: atores não mais vistos como desinteressados, em busca da verdade, mas influenciados pelo dogmatismo, resistência ao novo, conservadorismo, preconceitos, stress, frustração…

2. Relativista- Historização e contextualização. Explicações relacionadas a um momento histórico, ao contexto cultural, a condições sócio econômicas, à especificidade disciplinar, ao contexto organizacional, etc. Inexistência de conceitos explicativos universais

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Os Estudos CTSTendências:

3. Reflexiva: o pesquisador de CTS deve conhecer suas próprias tendências e preconceitos, determinantes de métodos e soluções que considera válidos e que determinam os resultados de sua pesquisa: auto análise crítica

4. De-simplificação: abrir as caixas pretas, criar modelos de explicação mais complexos que modelos de input-output: condições de interação entre atores podem gerar diferentes resultados, sistemas alternativos podem funcionar, disciplinas tendem a se fundir para sofisticar as explicações.

5. Normativas- crítica da ciência, novas concepções sobre ética e responsabilidade social, análise de processos de tomada de decisão visando o interesse público

Page 34: Aula2 cts final

Os Estudos CTSInterdisciplinares1. Filosofia da ciência (inluindo metodologias e lógica);2. Ética;3. Sociologia (dos grupos científicos e do conhecimento);4. Classificação de campos e disciplinas;5. Psicologia dos pesquisadores;6. História das organizações e comunidades científicas;7. Organização, administração e gerência da P&D8. Economia da C,T e I;9. Formação de RH;9. Políticas públicas;10. Educação científica;11. Cooperação internacional em C&T;12. Legislação;12. Transferência de tecnologia;13. Avaliação de projetos/programas14. Divulgação científica15. Antropologia da C,T&I;

Além de conteúdos das

ciências naturais tratadas

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Os Estudos CTSCompreensão e respeito pelo meio ambiente e pelos grupos sociais afetados pela C,T&I;

diminuição do abismo entre ciências humanas e a atividade científico-tecnológica; Educação científica em diversos níveis

Divulgação científica para o público em geral: fuga da visão triunfalista

Novo pacto político para a execução da ciência: maior controle, como em outras áreas de atividade

Gestão participativa

Importante para cursos de engenharia

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Os Estudos CTS

Paradoxo: os maiores comprometidos com a criação tecnológica não dão importância aos debates da CTS

Preconceito com especialistas dessa área, especialmente entre os praticantes de ciências “duras”

Monopólio do países de 1o mundo sobre os rumos da C,T&I: agrava a dependência tecnológica acentuada a partir da II Revolução Industrial

Diminuir a exclusão de países/regiões e populações tecnologicamente excluídas e/ou negativamente impactadas

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Os Estudos CTSDeficiênciasSoluções para os problemas tratados? Muita descrição, pouca proposição.

Fragmentação: esquemas conceituais e metodológicos não são apresentados em uma abordagem integradora, útil para finalidades propositivas/normativas.

Estudos particulares de indústrias, regiões, comunidades e outros fenômenos muito específicos.

Necessidade de comparação entre experiências bem sucedidas e fracassos: tendência a estudar apenas os “vitoriosos” nos conflitos em sistemas de C,T&I

Falta de estudos sobre novações incrementais: foco em grandes mudanças.

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Estudos de CTS na América Latina

Comunidade exclusivamente dedicada à área:Revistas científicas, instituições, pesquisa/ensino: indicadores de capacidade de reprodução social

Razões para o surgimento da comunidade de CTS na AL:1. Explorar uma nova temática, já valorizada no 1o mundo;2. Explorar como foi historicamente criado o conhecimento em seus países, suas formas de reprodução social, atores e relações, 3. Explorar a relação da C,T&I em seus países com a sociedade e seu papel no desenvolvimento latino americano;

Formulação de propostas para fortalecer sistemas nacionais de inovação e reduzir a dependência econômica da AL

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Estudos de CTS na América Latina

Agenda? (propósito mais forte que os interesses individuais)

Criação de capacitação tecnológica própria

Critérios de relevância social se unem aos critérios de mérito intelectual

Organização dos Estados Iberoamericanos: esforços para construir uma agenda para cursos CTS

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Estudos de CTS na América Latina Globalização: mercados mundiais, nos quais a participação exige a capacidade de inovar

Aquisição de relevância econômica internacional)

Dilema: República da Ciência X Sociedade (objetivos distintos)

Reconhecimento por parte do Estado da importância da C&T, mas com pouca aplicação. Importar ou desenvolver? Aquisição X Capacitação, Ativos imobilizados X Competências setoriais, Demandas de curto prazo X C,T&I “independente”

Academia assumindo novos papéis

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Estudos de CTS na América Latina C&T para usuário anônimo X C&T para usuário “identificado”(parceiro)

Aumento da renda do pesquisador: validação pelo mercado

Problemas de comunicação universidade-empresa

Novas regras: instituições e leis (ex., Lei de inovação no Brasil)

Universidades Públicas com novos papéis privados

CTS: profissionais que expliquem as mudanças e orientem a constituição de novas instituições, regras, mecanismos de financiamento, etc.

Países e regiões com pouca relevância econômica: cooperação, agenda de C&T anti-exclusão

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Qual o seu tipo científico-tecnológico?A. Ciência NeutraA.1. Deterministas: Dinâmica própria, leis internas de funcionamento determinadas pelo método científico,trajetória guiada pelo progresso endógeno. Materialismo histórico marxista: força inexorável- A tecnologia que serve ao “capital” e oprime a “classe operária” é a mesma que, apropriada por ela depois da “revolução”, a “liberaria” e construiria o ideal do “socialismo”. Servo neutro de qualquer projeto social. Visão otimista.

A.2. Instrumentalistas: Homem pode direcionar o progresso científico com a ética humanista da justiça social. Tecnologia é uma ferramenta para a busca da eficiência, e a ciência, para a busca da verdade nas dúvidas humanas (como é o mundo, de onde viemos, etc.). Visão otimista.

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Qual o seu tipo científico-tecnológico?

B. Condicionada por valoresB.1. Substantivista: tecnologia é dotada de autonomia eintrinsecamente portadora de valores da classe dominante. Valores como eficiência e controle são excludentes (tecnologia capitalista). Valores alternativos não produziriam uma C&T aceitável para a sociedade capitalista. Visão pessimista.

B.2. Críticos: C&T controlada por humanos e portadora de valores; apesar de controlável, valores embutidos nos conhecimentos e artefatos, que se reforçam como crenças e determinações do que é aceitável, inibem a mudança social e aumentam as consequências problemáticas. Controle social é necessário para limitar o que é ruim. Tecnologia é um suporte para estilos de vida alternativos. Visão pessimista, mas que admite a possibilidade de controle.

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Qual o seu tipo científico-tecnológico?

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E a tecnologia?

Vista como “aplicação”da ciência (modelo linear)mas…

tecnologias são definidas em processos sociais de variação e seleção, e comportam certa flexibilidade interpretativa com

relação a problemas e soluções…SOCIALMENTE CONSTRUÍDAS

Necessidade de participação: consultas públicas, ações judiciais, seleção pelo consumidor…

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Inovação X Modelo Ofertista

Inovação: não ocorre isoladamente, depende de um conjunto de atores, incluindo os usuários: oferta e demanda devem estar alinhadas

Sistema Nacional de Inovação

Identificar barreiras, redefinir o papel do Estado,

Democratização do acesso aos resultados de C&T: cultura de inovaçãoDecisão de investimento: Pertenência X Pertinência= critérios de avaliação; Publicações como medida de sucesso: problema (gestão, extensão, docência ficam em segundo plano)Estudo de indicadores e C,T&I

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Exemplo de participação na C&T: Consultas Públicas

1.Padrões de dados para e-gov; 2. Suporte à elaboração de projetos básicos de manutenção e operação de instalações do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos - Bio-Manguinhos3. Padrões de equipamentos de infraestrutura de redes sem fio, controladoras de redes sem fio (switch wi-fi) e pontos de acesso (acess point) 4. Instrução Normativa do Software Público5. Consulta Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre a especificação do biodiesel6. Consulta ANP sobre a utilização de biocombustíveis não especificados (volume- 10 mil litros/mês?)