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História da Cultura na Época História da Cultura na Época Contemporânea Contemporânea 2015 25 de fevereiro de 2015

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aula Política Contemporanea

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  • Histria da Cultura na poca Contempornea201525 de fevereiro de 2015

  • Aula n. 325/02/15Leitura/Anlise do texto

    -LOSA, Mario Vargas (2012). A Civilizao do Espetculo. Lisboa: Quetzal, p. 11 a 29Complementar:

    Dietrich Schwanitz Cultura. Tudo o que preciso saber. Lisboa: Dom Quixote, 2005, p. 413 - 428

    SUMRIO:Antes da ordem do dia: msica, cinema ... heris.Quadro conceptual e enfoques temticos: histria cultural, cultura, estado nascente, civilizao, gerao...- Esquema da pgina 85 de : BARROS, Jos dAssuno Os Campos da Histria no sculo XX. In. Ler Histria, 49 (2005). - Texto de Alberoni Estado Nascente

  • Histria da Cultura MaterialHistria SocialGeo-HistriaHistria DemogrficaHistria EconmicaHistria PolticaHistria CulturalHistria AntropolgicaHistria das MentalidadesABORDAGENSDOMNIOSHistria da ArteHistria da SexualidadeHistria das RepresentaesHistria das IdeiasHistria do DireitoHistria da ReligioHistria da Vida PrivadaHistria RuralHistria UrbanaHistria RuralHistria das MassasHistria das MulheresHistria dos MarginaisArqueologiaHistria do DiscursoHistria OralHistria ImediataHistria SerialHistria do ImaginrioDIMENSESO CAMPO HISTRICO

  • (...) A Histria Cultural, campo historiogrfico que se torna mais preciso a partir da dcada de 1980, suficientemente rica para abrigar no seu seio diferentes possibilidades internas de tratamento, por vezes antagnicas. Apenas para resumir algumas possibilidades, ela abre-se a estudos da cultura popular, da cultura letrada, das representaes, se bem que em alguns destes casos j entramos no mbito dos domnios da histria.Para alm das variedades de Histria Cultural, a Histria Antropolgica tambm enfoca a Cultura, mas mais particularmente nos seus sentidos antropolgicos. Privilegia problemas relacionados com a alteridade, e interessa-se especialmente pelos povos grafos, pelas minorias, pelos modos de comportamento no-convencionais, pela organizao familiar, pelas estruturas de parentesco (...).Jos dAssuno Os Campos da Histria no sculo XX. In. Ler Histria, N. 49, 2005, p. 88.

  • Vargas Losa:...a cultura est prestes a desaparecer...T.S.Eliot (1948) Notes Towards the Definition of Culture (Notas para a definio da cultura, sculo XXI)George Steiner (1971) Some Notes towards the redefinition of culture (Algumas notas para a redefinio de cultura)Guy Debord (1967) La societ du spectacle (A sociedade do espectculo)Gilles Lipovetsky e Jean Serroy (2010) La cultura-mundo. Respuesta a una sociedad desorientada.Frdric Martel (2010) Cultura Mainstream

    De T.S.Eliot a F. Martel a ideia de cultura sofreu muito mais do que uma paulatina evoluo: uma mudana traumtica da qual surgiu uma nova realidade na qual s subsistem os rastos daquela que veio substituir

  • Cultura chama-se a um entendimento reflectido da civilizao em que a respectiva pessoa se enquadra.Se esta civilizao fosse uma pessoa, chamar-se-ia cultura.(...)A cultura consiste em estar-se familiarizado com os traos fundamentais da Histria da nossa civilizao, com as grandes teorias filosficas e cientficas, assim como com a linguagem e as principais obras de arte, da msica e da literatura.A cultura um estado gil e treinado da mente que se forma quando uma pessoa j tudo soube e voltou a esquecer-se de tudo.

    SCHWANITZ, Dietrich - Cultura tudo o que preciso saber. p. 413-414.

  • Para quem se esfora por adquirir cultura, o discurso da arte o mais fcil de aprender. Fica-se em silncio. O local deste silncio o museu. Este desenvolveu-se a partir do templo em que se prestava homenagem aos deuses. Estes transformaram-se nos deuses da arte. Perante as suas obras, assumimos uma postura de recolhimento e calamo-nos. O silncio sinal da nossa profunda emoo; no fundo comportamo-nos como na igreja: compenetramo-nos e contemplamos com devoo as imagens sagradas. E assim no acontece por mero acaso, posto que a pintura comeou pela decorao dos altares.

    SCHWANITZ, Dietrich - Cultura tudo o que preciso saber. p. 425.

  • (...) Na vida quotidiana estamos continuamente a modificar-nos. (...) H, pelo contrrio, momentos extraordinrios na vida nos quais o novo dia parece anunciar-nos um futuro radioso, uma existncia incrivelmente diferente, mais verdadeira e mais intensa do que aquela que at agora tivemos. Uma vida espantosa, uma vida nova!Se tal experincia no for confinada a um indivduo singular, mas forem muitos a sentirem que tudo pode ser transformado e renovado, que diante deles h um novo comeo, uma nova sociedade, um novo mundo, ento o tecido social que da resultar ser verdadeiramente mais desenvolvido, modificado. Ento a normal mudana social dar lugar a uma ruptura, a uma descontinuidade.O estado nascente uma descontinuidade social provocada por uma experincia de morte e renascimento a nvel individual. ALBERONI, Francesco - Gnese. Dez 1990, p. 36-37.

  • Kuhn diz que um mais ou menos longo perodo de cincia normal - em que as regras de um paradigma dominante so seguidas implicitamente - acaba por acumular anomalias - elementos, factos e medidas no previstos e no explicveis pelo paradigma dominante - em tal quantidade que se gera uma crise. Dessa crise resulta que muitos abandonam o paradigma e passam a aderir a outro, capaz de acolher aquilo que no primeiro era visto como anomalias e at a valer-se delas como peas de um novo quebra-cabeas. A crise manifesta-se como um incmodo: uma desconfiana e at uma descrena no paradigma. Ento, a cada perodo de cincia normal sucede um breve perodo e cincia extraordinria a qual, logo, vai tornar-se tambm normal, uma nova cincia normal. A imensa maioria dos cientistas trabalha sempre no reforo da (sua) cincia normal; cada um procura acumular mais evidncias, como pedras de um quebra-cabeas, que preencham melhor - mais completa e amarradamente - o quadro do paradigma em que se inscreve. VEIGA-NETO, Alfredo Paradigmas? Cuidado com eles!, 2002.

  • () o principal uso social da cultura permitir aqueles que a detm de aceder a posies de poder na sociedade e conserv-las o papel da cultura escolar ou no escolar manter a distncia que existe entre as classes cultivadas e aquelas que o so menos ou no o so, entre os dominantes e os dominados ().O capital cultural menos fcil de acumular, de converter e de transmitir do que o capital econmico, porque ele exige um trabalho de apropriao que longo e penoso. BOURDIEU La culture comme capital. In La culture de luniversel au particulier. Auxerre: dition Sciences Humaines, 2002, p. 251-256.

  • A cultura uma comunidade de f.O seu credo o que se segue:Creio em Shakespeare e Goethe, assim como nas obras cannicas que encontraram reconhecimento no Cu e na Terra. Acredito em Vincent van Gogh, o retratista divinamente dotado, nascido em Groot-Zundert perto de Breda, amadurecido em Paris e Arles, irmanado e desirmanado com Gauguin, sofrido, enlouquecido e suicidado, ascendico ao cu e sentado do lado direito de Deus, de onde vir para ajuizar os conhecedores e os burgessos. Creio na fora da cultura, na vida eterna dos gnios, na unidade da santssima igreja da arte, na comunidade dos cultos e nos valores intemporais do humanismo, em toda a eternidade, amn.Dietrich Schwanitz

  • CONNERTON, Paul Como as Sociedades Recordam. 2. ed. Oeiras: Celta Editora, 1999.CONNOR, Steven A Sociologia da Cultura e as Cincias da Cultura. In TURNER, Bryan S., ed. Teoria Social. Lisboa: Difel, 2002, p. 347-375.

  • Para refletir:A quem pertence a cultura dos povos colonizados?A quem pertencem legitimamente os bens, as tradies, os saberes orais que constituem o patrimnio original destas sociedades, outrora autnomas (independentes)?

    TPCTexto:Cristina Nogueira da Silva Povo e cidadania no sculo XIXIn. NEVES, Jos Como se Faz um Povo. Lisboa: Tinta da China, p.41 a 55

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