Aula_7 e 8. Predação, Parasitismo, mutualismo e coevolução

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05/05/12 1 Predação, Parasitismo, Mutualismo e Coevolução Sistema Predador x presa Regulação do número de indivíduos; Cíclico (Lotka-Volterra); Modelo natural inclui outras variáveis que interferem na densidade de predadores e presas; Imigração, emigração, variáveis ambientais Predação Gause (1934) -> Manipulação em laboratório Utilizando protozoários reproduziu o sistema predador – presa Paramecium caudatum (Presa) Didinium nasutum (Predador) Predação Espécies juntas num tubo de ensaio + meio de cultura (bactérias); Meio homogêneo e sem interferências I. Predadores consumiram todas as presas Extinção de Didinium Extinção de Paramecium Predação II. Adicionou sedimentos ao meio de cultura; Meio heterogêneo Forneceu um refúgio para a presa Didinium = Extinto Paramecium = Alguns indivíduos sobreviveram e a população se recuperou Predação III. Adicionou novos indivíduos de cada espécie em intervalos de tempo regulares; Imigração Verificou dois ciclos completos de presa e predador; Predação

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Predação, Parasitismo, Mutualismo e Coevolução

�  Sistema Predador x presa

•  Regulação do número de indivíduos;

•  Cíclico (Lotka-Volterra);

•  Modelo natural inclui outras variáveis que interferem na densidade de predadores e presas;

Imigração, emigração, variáveis ambientais

Predação

�  Gause (1934) -> Manipulação em laboratório

•  Utilizando protozoários reproduziu o sistema predador – presa

•  Paramecium caudatum (Presa) •  Didinium nasutum (Predador)

Predação �  Espécies juntas num

tubo de ensaio + meio de cultura (bactérias);

�  Meio homogêneo e sem interferências

�  I. Predadores consumiram todas as presas �  Extinção de Didinium �  Extinção de Paramecium

Predação

�  II. Adicionou sedimentos ao meio de cultura;

Meio heterogêneo

Forneceu um refúgio para a presa

•  Didinium = Extinto •  Paramecium = Alguns

indivíduos sobreviveram e a população se recuperou

Predação �  III. Adicionou novos

indivíduos de cada espécie em intervalos de tempo regulares;

�  Imigração �  Verificou dois ciclos

completos de presa e predador;

Predação

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�  Outros experimentos confirmaram a influência de fatores externos e heterogeneidade ambiental sobre a estabilidade do sistema predador-presa;

�  Existem oscilações de predadores e de presas => sistema se regula;

Predação

�  Evolução da Predação

�  Predadores generalistas => �  Se alimentam de um

número maior de presas => �  habilidade de lidar com um

maior número de táticas;

Predação

Peixe – lagarto (Synodus saurus)

�  Predadores especialistas => Restringem a

alimentação => Lidam com um número menor de táticas;

�  Evolução de táticas de escape pode forçar o predador à restringir sua alimentação e, consequentemente diminuir seus recursos e seu nicho;

�  Aposematismo, Coloração críptica, Camuflagem, Mimetismo;

Predação

Coloração Críptica Coloração e padronagem dependem de um

comportamento associado;

Predação

Coloração Aposemática

Consequência evolutiva da predação;

Animais impalatáveis ou

venenosos desenvolveram colorações de aviso;

Aprendizagem incorpora-se ao pool genético e manifesta-se como comportamento instintivo

Predação

Mimetismo Espécies palatáveis ou não venenosas imitam as colorações

aposemáticas;

•  Batesiano = coloração falsa • Vantajoso para o mímicro e desvantajoso para o modelo e para o predador;

•  Mülleriano = várias presas venenosas com o mesmo padrão

• Vespas e abelhas • Benéfico para todas as espécies de presas e para o predador

Predação

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Predação Mimetismo Batesiano

Predação Mimetismo Mülleriano

Predação

�  Plantas => sésseis => não dispõem das táticas dos animais;

�  Escapam da predação por terem distribuição pontual no tempo e no espaço;

�  Variação em abundância e disponibilidade; �  Plantas perenes desenvolveram adaptações

morfológicas

�  Espinhos, pelos, defesas químicas

Teoria do Forrageamento Ótimo

O que determina a variabilidade da dieta dos predadores?

Para obter alimento o predador gasta energia: 1. Buscando (deslocamento e tempo)

2. Manipulando (perseguindo, lutando, consumindo)

Teoria do Forrageamento Ótimo

Como reduzir gastos?? Generalizando piora na qualidade nutricional

•  Especialista: Gasta muito tempo buscando presas muito nutritivas; •  Generalista: Gasta pouco tempo na busca e muito tempo manipulando presas pouco nutritivas

Teoria do Forrageamento Ótimo

�  Otimização da relação custo x benefício

E = Energia incorporada;

S = Tempo médio de procura

h = Tempo de manipulação

E/h = Ganho líquido

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Teoria do Forrageamento Ótimo

Ave insetívora se alimentando no arbusto: Tempo de busca é grande; tempo de manipulação é pequeno Leão: Tempo de busca é pequeno, de manipulação (perseguição) é grande Ambientes improdutivos: Tempo de busca grande (ex. Bode na caatinga) Ambientes produtivos: Tempo de busca é pequeno (ex. Boi em pastos)

Teoria do Forrageamento Ótimo

�  Limitações do modelo:

�  1. Não considera a troca de itens alimentares de acordo com a densidade;

�  2. Não considera a influência de outros fatores (bióticos e abióticos)

Parasitismo

�  Relação +/- �  O parasita se beneficia do

hospedeiro, embora não o elimine;

�  O parasita utiliza um (ou poucos) indivíduos hospedeiros; �  Ectoparasita = Fora �  Endoparasita = Dentro

Parasitismo

Transmissão

�  Segue o princípio da biogeografia de ilhas => afetada pela distância entre os hospedeiros;

�  Proximidade taxa de disseminação;

�  Sazonalidade favorece a disseminação;

Biogeografia de Ilhas

•  O número de espécies em uma ilha é resultado do equilíbrio entre as taxas de imigração/colonização e extinção. Essas taxas dependem de:

1.  Distância da Ilha – Continente 2.  Tamanho da Ilha

Mutualismo  

•  Bene5cio  mútuo  para  ambas  as  espécies  envolvidas;  •  Simbiose:  SenAdo  original  (mais  amplo):  “viver  proximamente  ou  em  conjunto”  

–  Evolução  pela  seleção  natural                              aumento  de  apAdão  dos  indivíduos  envolvidos  com  relação  àqueles  que  não  cooperam  

   

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Mutualismo  x  Simbiose  

•  Simbiose  =>  Precisa  de  contato  5sico;  •  Hábitat  de  uma  espécie  =  outra  espécie  •  Definição  ampla  engloba  parasiAsmo  •  Mutualismo  =>  Não  necessariamente  há  um  contato  5sico  – Raízes  x  fungos  – Flores  x  polinizadores  

Formiga  e  Acácia  

•  Protege  a  planta  contra  possíveis  compeAdores  e  herbívoros;    – Ataque  às  outras  espécies  (limpeza)  

•  Recompensa:  – Pseudomyrmex  usa  os  ori5cios  dos  espinhos  como  abrigo;  

– Alimenta-­‐se  da  seiva  =              teor  protéico  +  açúcares  

– Relação  obrigatória  =>  nenhuma  das  duas  pode  sobreviver  sem  a  outra  

Controvérsias  

– Ambas  podem  sobreviver  independentemente  

– Espécies  de  acácias  que  não  contém  formigas  produzem  compostos  químicos  que  as  defendem  contra  os  compeAdores;  

 

+ Evidências...

•  Janzen  (1966)  – Testou  a  influência  das  formigas  sobre  crescimento  e  sobrevivência  das  Acácias  

– Sul  do  México  – Plantas  com  e  sem  formigas  –  durante  10  meses  – Peso  galhos  sem  formigas  10X  menor  que  os  contendo  formigas;  

– Galhos  sem  formiga  =  menos  da  metade  de  folhas  e  menos  espinhos  que  os  colonizados;  

•  Pseudomyrmex  – Dia  +  noite                          proteção  conhnua  

– Desenvolveram  ferrão  como  o  das  vespas,  danoso  para  vertebrados  herbívoros;  

–  Impedem  a  predação  de  sementes  próximas  à  planta-­‐mãe;  

   

Conclusões

•  Mutualismo  entre  formigas  e  Acácias  acompanhado  por  adaptações  nas  espécies  que  aumentam  a  efeAvidade  da  associação;  

   

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•  Acacia  hindsii  – Mantém  suas  folhas  ao  longo  de  todo  o  ano  

– Fornecimento  conhnuo  de  alimento  

– Outras  espécies  de  acácia  perdem  as  folhas;  

•  Bene5cios  mútuos  e  adaptações  altamente  especializadas  

                   Coevolução  

MUTUALISMO DE PROTEÇÃO

OU DEFENSIVO

Outros exemplos

•  Formigas  defendendo  plantas  -­‐  Amazônia  

           Plantas  sem  formigas                                          Plantas  com  formigas  

•  Peixe  Limpador/Cliente  •  Peixe  Limpador/Cliente  

Mutualismo  Trófico  

•  Parceiros  especializados  na  obtenção  de  energia;  – Liquens  (algas  +  fungos)  – Sem  o  outro  não  haveria  sobrevivência  

•  Rhizobium  +  raízes  

– Fixação  de  Nitrogênio  – A  bactéria  assimila  N2,  mas  só  o  faz  devido  à  energia  fornecida  pela  planta  

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•  Dentro  do  intesAno...  

•  Associação  para  aproveitamento  de  celulose  

•  Bactérias  à  ácidos  graxos  de  cadeia  curta  

•  Fungos  •  Protozoários  

Mutualismo  Dispersivo  

•  Adaptações  para  alimentação;  –  Língua  comprida  e  com  pelos  

–  Especializado  

•  Favorecimento  da  planta;  

•  Dispersão  do  pólen;  •  Néctar  como  recompensa    

Polinização  e  mutualismo   Yucca  e  mariposa  Tege6cula  

•  Sistema  anAgo  e  muito    especializado  por  ambas  as    espécies;    

       Relação  obrigatória!!    A  larva  da  mariposa  não  cresce  em  nenhum  outro  local  e  

Yucca  não  possui  outro  polinizador.        

Yucca  e  mariposa  Tege6cula  

•  Yucca  – EsAgma  modificado  para  receber  o  pólen;  – Pólen  grudento  e  em  formato  de  bola  –  mariposa  carrega  facilmente;  

•  Mariposa  – Visitam  apenas  uma  espécie  de  Yucca  – Ovipositam  no  ovário  dentro  das  plantas  – Aparelho  bucal  modificado  para  carregar  pólen  – Comportamento  especializado  para  obter  pólen      

•  Interações  entre  populações  – Evolução  de  caracterísAcas  em  função  da  outra  espécie;  

– Respostas  evoluAvas  recíprocas  de  espécies  que  interagem  

                                                   Coevolução    Evidências  di5ceis  de  comprovar      

Coevolução  

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Especialização  e  Coevolução  

•  Muitas  espécies  apresentam  especializações,  mas  o  processo  de  especialização  não  implica  em  coevolução;  

     Como saber se a especialização é resultado de um processo co-evolutivo???

1. Especializações evoluem juntas 2. Adaptações são específicas

3. Respostas recíprocas