Aulão Abuso de Autoridade

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Monster Concursos ABUSO DE AUTORIDADE AULÃO PM-MG 06/03/2015

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ABUSO DE AUTORIDADE

AULÃO PM-MG 06/03/2015

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Olá Monster Guerreiro, seja bem-vindo ao nosso Aulão, como você pediu hoje

estudaremos abuso de autoridade. Iremos abordar o conteúdo de forma simples e

objetiva como foco é claro na PM-MG.

Primeiro, antes de nos adentramos profundamente na lei é importante que você saiba

o que é abuso de autoridade?

Trata-se de um crime que pode ser praticado por praticamente todos os integrantes da Administração Pública, estando em um cargo de autoridade ou não, desde que tenham poder funcional para determinar alguma conduta. O abuso será caracterizado quando a autoridade praticar, omitir ou retardar ato, no exercício da função pública, para embaraçar ou prejudicar os direitos fundamentais do cidadão garantidos na Constituição Federal, como, por exemplo, a liberdade individual, a integridade física e moral, a intimidade, a vida privada e a inviolabilidade do domicílio.

Blz Professor, Mas o que vem a ser, juridicamente, “autoridade”?

Como vimos todos os integrantes da Administração Pública pode praticar abuso de autoridade, então qualquer pessoa que trabalhe para administração pública é considerada autoridade.

Na conceituação legal, considera-se autoridade quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. É necessário que a pessoa esteja no exercício da função pública, ainda que não perceba remuneração dos cofres públicos. Veja o que diz a lei de abuso de autoridade:

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo,

emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.

CArgo

Função

Emprego

Mas quem pode representar contra abusos de autoridade?

Qualquer pessoa pode pleitear perante as autoridades competentes a punição dos

responsáveis por abuso. Trata-se do direito de representação previsto na Constituição

Federal nos seguintes termos:

“Art.5° [...] XXXIV - O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. “

ABUSO DE AUTORIDADE LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.

#AULÃO #AQUIÉMONSTER

Autoridade

Civil, ou militar, ainda

que transitoriamente e

sem remuneração

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“Como vai ser exercido esse direito de representação?”

Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade

administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei.

O artigo 2º da lei de Abuso de Autoridade disciplina o exercício do direito

constitucional de representação. Assim, qualquer pessoa que for vítima de abuso

de autoridade poderá, direta, pessoalmente e SEM A NECESSIDADE DE

ADVOGADO, encaminhar sua petição à autoridade civil ou militar competente para a apuração e a responsabilização do agente.

Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:

a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção;

b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada.

Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição

do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias,

a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de 3, se as

houver.

Resumo: A representação deverá ser encaminhada para a autoridade superior, ou seja,

para a autoridade que tiver competência para aplicar sanção ao indivíduo que cometeu

o ato ilícito. Além disso, deve também ser encaminhada ao Ministério Público a fim de

que as providências criminais sejam tomadas.

O autor do crime poderá acarretar responsabilidade nas três esferas administrativa,

civil e penal. As sanções de natureza penal chegam a ser ridículas, eis que a

penalidade máxima prevista é de seis meses de detenção. Coincidência ou não, a

Lei foi editada no auge da DITADURA MILITAR (Que coincidência...). Assim, essa lei

tem caráter meramente simbólico, pois as condutas tipificadas, quase sempre, serão

absorvidas por outras condutas previstas na Legislação Penal, e que possuam sanção

mais grave.

Petição em 2 VIAS, com Exposição do

fatos, qualificação do acusado e o rol de

testemunhas no máximo de 3.

Dirigida à autoridade superior que

tiver competência legal para

aplicar, à autoridade civil ou militar

culpada, a respectiva sanção

Dirigida ao órgão do Ministério

Público que tiver competência para

iniciar processo-crime

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CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE

Os crimes de abuso de autoridade encontram-se dispostos nos arts. 3° e 4° da lei nº 4.898/65. Esses crimes consumam-se com o atentado aos direitos e às garantias fundamentais previstos no art. 3º e por meio das ações ou omissões descritas pelo art. 4º, bastando o perigo de dano.

Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: a) à liberdade de locomoção; b) à inviolabilidade do domicílio; c) ao sigilo da correspondência; d) à liberdade de consciência e de crença; e) ao livre exercício do culto religioso; f) à liberdade de associação; g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; h) ao direito de reunião; i) à incolumidade física do indivíduo; j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79)

DESPENCAAAAAAAAAAAAAA EMMMMMMMMMMMMMMM

PROVAAAAAAAAAA !!!! Professor como vou decorar isso?

É só lembra da FRASE: FILHO DOLO COCOCUL VASSOURA

Incolumidade Física

Inviolabilidade Domicílio

Liberdade de Locomoção

Sigilo da Correspondência

Liberdade de Consciência e de crença

Ao livre Culto religioso

Exercício do Voto

Liberdade de Associação

Direito de Reunião

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:

a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as

formalidades legais ou com abuso de poder;

b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;

CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE

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c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou

detenção de qualquer pessoa;

d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;

e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;

f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas,

emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio

em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;

g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância

recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;

h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;

i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança,

deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89)

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo,

emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.

Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil

e penal.

§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:

§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no

pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.

Ué professor será que eu li certo, Cruzeiros??

Esse parágrafo foi escrito há 44 anos e logicamente a moeda corrente não é mais o

“cruzeiro”. Como não sabemos quanto significa o citado valor na moeda atual e a

doutrina e jurisprudência entendem pelo não cabimento de correção monetária, não

é possível o cálculo do valor para a imposição desta sanção. Atenção que isso não

quer dizer que não há mais penalidades civis para o crime de abuso de autoridade.

Sanção

Administrativa

a) advertência;

b) repreensão;

c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de

cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos

e vantagens;

d) destituição de função;

e) demissão;

f) demissão, a bem do serviço público.

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Hoje em dia, a vítima deverá ser levada ao juízo cível onde o dano sofrido será

analisado e, caso cabível, mensurado monetariamente pelo Magistrado.

§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do

Código Penal e consistirá em:

a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;

b) detenção por 10 dias a 6 meses;

c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três anos.

§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.

§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou

militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou

acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a 5 anos.

Comentário: Finalmente, o último parágrafo do art. 6° traz uma pena específica para

autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, que tenha praticado o crime de

abuso.

Caso se confirme o crime, o agente não poderá exercer funções de natureza policial ou

militar no município onde vinha prestando serviço, por um prazo de 01 a 05 anos.

Comentário: Atente para o fato de que não existe na Lei uma regra objetiva para as

Sanções penais, cabendo ao juiz analisar e escolher a pena que julgar justa ao crime.