Aumento de coroa clínica

7
Aumento de coroa clínica: um conceito, uma realidade clínica ou uma verdade científica? Surgical crown lengthening: a concept, a clinical reality or a scientific truth? Marisa Maria Dai Zot Flôree, Rosana Gerab Tramontlna" 'Meetre em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), concentração em Periodontia; prot'. adjunto da Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo (UPF). "Mestre em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da USP, concentração em Periodontia; estagiária da disciplina de Periodontia II da Faculdade de Odontologia da USP. Resumo As autoras, por meio de uma revisão da literatura, expõem suas dúvidas a respeito das razões que justificam os procedimentos de aumento de coroa clínica. Os dados dispo- níveis até o momento mostram a necessidade de estudos bem controlados que comprovem essas razões, para que o aumento de coroa clínica deixe de ser mero conceito e passe a expressar uma verdade científica. Palavras-chave: espaço biológico,aumento de coroa clínica. Recebido em 26/4/95. Aceito em 2/8/95. Introdução Aumento de coroa clínica é a denomi- nação que se dá a procedimentos específicos nos casos em que cáries ou fraturas ocorrem subgengivalmente, no nível ou abaixo da cris- ta óssea, dificultando a restauração do ele- mento dentário. Nesses casos, a falta de superfície dentária para a realização dos procedimentos restauradores é recuperada por meio de ci- rurgia, de tracionamento ou de ambos os pro- cessos.Alguns autores recomendam a criação de uma faixa de dois a três milímetros de estrutura dentária sadia, coronal à crista óssea, com o objetivo de alojar a inserção conjuntiva e o epitélio juncional, estruturas anatômicas componentes do chamado espaço biológico. A manutenção dessa distância é necessária para evitar-se o trauma mecânico que a restauração pode exercer nas estrutu- RFO UPF, Passo Fundo, v.1, n.1, p. 31·37, jan. /jun.1996

Transcript of Aumento de coroa clínica

Aumento de coroa clínica: um conceito, umarealidade clínica ou uma verdade científica?

Surgical crown lengthening: a concept, a clinicalreality or a scientific truth?

Marisa Maria Dai Zot Flôree, Rosana Gerab Tramontlna"

'Meetre em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP), concentração emPeriodontia; prot'. adjunto da Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo (UPF). "Mestre emOdontologia pela Faculdade de Odontologia da USP, concentração em Periodontia; estagiária da disciplina dePeriodontia II da Faculdade de Odontologia da USP.

ResumoAs autoras, por meio de uma revisão da

literatura, expõem suas dúvidas a respeitodas razões que justificam os procedimentosde aumento de coroa clínica. Os dados dispo-níveis até omomento mostram a necessidadede estudos bem controlados que comprovemessas razões, para que o aumento de coroaclínica deixe de ser mero conceito e passe aexpressar uma verdade científica.

Palavras-chave: espaço biológico,aumentode coroa clínica.

Recebido em 26/4/95. Aceito em 2/8/95.

IntroduçãoAumento de coroa clínica é a denomi-

nação que se dá a procedimentos específicosnos casos em que cáries ou fraturas ocorremsubgengivalmente, no nível ou abaixo da cris-ta óssea, dificultando a restauração do ele-mento dentário.

Nesses casos, a falta de superfíciedentária para a realização dosprocedimentosrestauradores é recuperada por meio de ci-rurgia, de tracionamento ou de ambos os pro-cessos.Alguns autores recomendam a criaçãode uma faixa de dois a três milímetros deestrutura dentária sadia, coronal à cristaóssea, com o objetivo de alojar a inserçãoconjuntiva e o epitélio juncional, estruturasanatômicas componentes do chamado espaçobiológico. A manutenção dessa distância énecessária para evitar-se o trauma mecânicoque a restauração pode exercer nas estrutu-

RFO UPF, Passo Fundo, v.1, n.1, p. 31·37, jan. /jun.1996

32

ras biológicas. Esse trauma mecânico seria oresponsável pela posterior migração e reor-ganização mais apical dessas estruturas(MAYNARD e WILSON, 1979; MONDELLIet al., 1984; NEVINS e SKUROW, 1984;BLOCK, 1987; CARVALHO et al., 1989;CHIAPINOTTO et al., 1989; FLORES-de-JACOBI et al., 1989; TRISTÃO, 1992). Auto-res, como BLOCK (1987), CHIAPINOTTO etalo (1989) e TAL et alo (1989) concordam queo trauma mecânico ou bacteriano deve serevitado, caso se queira preservar a saúdeperiodontal.

RAMFJORD (1988) mostra-se cautelo-so a respeito dos procedimentos cirúrgicos deaumento de coroa clínica. Não encontrajusti-ficativa científica ou clínica para a perda deinserção provocada pela remoção de margemóssea numa extensão de dois a três milíme-tros, ou mais, para preservar a dimensãoocupada pelas estruturas do espaço biológico.

CARVALHO et alo (1989) admitem aperda de inserção provocada pelo procedi-mento cirúrgico do aumento de coroa clínica,mas reconhecem que essa perda é controlá-vel. Contrariamente a isso, ter-se-á uma per-da incontrolável por inflamação, quando oprocedimento restaurador for realizado pró-ximo à crista óssea, invadindo o espaço bioló-gico.

Como os procedimentos cirúrgicos deaumento de coroa clínica tornaram-se roti-neiros na prática periodontal, a impressão éde que o conceito de espaço biológicojá ultra-passou o estágio de conceito para transfor-mar-se em dogma científico. Diante das di-vergências apresentadas, intenciona-se, nes-te trabalho, esclarecer alguns pontos duvido-sos relacionados a esse conceito, tendo-secomo base a literatura disponível.

RFO UPF, Passo Fundo, u.L, n.1, p. 31-37, jan. /jun. 1996

FLÔRES e TRAMONTINA

Revisão da literaturaOentendimento biológicoinicial da área

do sulco gengival é importante e necessário,para que tambérri.sejam entendidos os princí-pios que orientam os procedimentos de au-mento de coroa clínica.

O sulco gengival histológico é um espa-çovirtual existente entre o esmalte e a gengi-va marginal, formado, de um lado, pela su-perfície do dente e, do outro, revestido peloepitélio sulcular. Na sua base, inicia oepitéliojuncional que, somado ao epitélio do sulco,representa o sulco gengival clínico, obtidopela sondagem. Situado entre a base doepitélio juncional e o topo da crista óssea,encontra-se um feixe de fibras colágenas,inseridas no cemento, a inserção conjuntiva.(Fig. 1). Essas três estruturas anatõmicas:inserção conjuntiva, epitélio juncional eepitélio sulcular ocupam uma dimensão de-nominada "espaço biológico" (NEVINS eSKUROW, 1984; TRISTÃO, 1992 ).

A

B ESPAÇOBIOLÓGICO

Figura 1 - Espaço biológico: A - epité lio sulcular; B - epitéliojuncional; C - inserção conjuntiva. (adaptado de BLOCK,1987).

FLÔRES e TRAMONTINA

o estudo de GARGIULO et ai. (1961),utilizando espécimes de autópsia, demons-trou uma constância relativa de valores nu-méricos médios dessas estruturas. Os auto-res usaram trinta mandíbulas e 287 dentesconsiderados "normais" e, sem descrever suametodologia, apresentaram 325 medições eos valores médios seguintes:-epitélio sulcular oral: 0,69 mm;-epitéliojuncional: 0,97 mm - estrutura mui-to variável de dente para dente ou até em ummesmo dente, com valores mínimos de0,08 mm e máximos de 3,72 mm;-inserção conjuntiva: 1,07 mm - estruturamais constante, apresentando variações en-tre 0,00 a 6,72 mm;-valor médio total das três estruturas:2,73 mm.

Em 1992, TRISTÃO realizou um estu-do histométrico dessas mesmas estruturasem humanos. Utilizando dentes considera-..dos clinicamente .sadios, fez extrações embloco (dente e estruturas anatômicas),indica das por motivos protéticos. Foram 648medições em vinte e quatro dentes, as quaisapresentaram 216 resultados médios. O au-tor não pôde medir separadamente a exten-são dó epitélio sulcular e do epitéliojuncionalpor motivos técnicos nos cortes histológicos.Os resultados, em valores médios, foram osseguintes:1,58 mm - da margem gengival ao limiteapical do epitélio juncional;

, c 1,18mm -dolimite apical doepitélio juncional" ao topo da crista óssea;2,75 mm - total médio da margem gengival aotopo da crista óssea.

Asmedidas deGARGIULOetalo (1961),confirmadas, posteriormente, em humanospor TRISTÃO (1992), servem de padrão paraos aumentos de coroa clínica como forma de

33

preservar, quando existe, ou de recuperar,quando perdida, a dimensão do espaço bioló-gico (MAYNARD e WILSON, 1979;MONDELLI, et al., 1984; NEVINS eSKUROW, 1984;BLOCK, 1987;CARVALHOet al., 1989; CHIAPINOTTO et al., 1989;FLORES-de-JACOBI et al., 1989; TAL et al.,1989; TRISTÃO, 1992; MEZZOMO etal.,1994).Dependendo do autor, a quantidade desuperfície dentária que deve ser reservadapara a inserção das estruturas biológicas estáentre dois e quatro milímetros.

DiscussãoSegundo TRISTÃO (1992), o conceito

do espaço biológico mostra-se clinicamenteimportante para a periodontia em três situa-ções:na localização das terminações cervicaisdos preparos; no aumento de coroa clínica enas medidas de profundidade clínica de son-dagem. Nas duas primeiras situações, ocorrea interferência de procedimentos específicos,clínicosoucirúrgicos, nos tecidos periodontais,permitindo à periodontia assumir a respon-sabilidade de melhorar as condutas clínicas,com o objetivo de preservar ou de manter asaúde desses tecidos. Nesse contexto e segun-do esse autor, a periodontia pode ser chama-da a "consciência da odontologia".

Oconhecimento das dimensões biológi-cas apresentadas pelos trabalhos deGARGIULO et alo (1961) e TRISTÃO (1992)levou muitos autores a concordarem que apreservação do espaço biológico é fundamen-tal para a saúde periodontal, dando, assim,um significado clínico a essa informação teó-rica. Aviolação desse espaço pode resultar eminflamação progressiva, ocorrendo areabsorção doosso alveolar comotentativa derestabelecer o espaço correspondente às trêsestruturas anatômicas referidas. Se a infla-

RFO UPF, Passo Fundo, u.L, n.l,p. 31-37,jan./jun.1996

34

mação estiver presente, a perda óssea podeevoluir de maneira irreversível. Clinicamen-te, isso se traduz em retração gengival ou emformação de bolsa periodontal (MAYNARDeWILSON, 1979;PARMA-BENFENATIetal. ,1985;PARMA-BENFENATIetal.,1986;TALet al., 1989).

Para evitar essa possibilidade, algunsàutores (MONDELLI et al., 1984;NEVINS eSKUROW, 1984;BLOCK 1987;CARVALHOet al., 1989; CHIAPINOTTO et al., 1989;TRISTÃO, 1992) constataram a necessidadede haver uma faixa de dois a três milímetrosde superfície dentária sadia, coronal à cristaóssea, para a inserção das estruturasanatômicas, tomando como base os valoresmédios encontrados por GARGIULO et al.,em 1961.

O conceito do "espaço biológico"foi su-portado durante trinta anos por um ún.icotrabalho (GARGIULO et al., 1961), feito apartir de amostras de cadáveres considera-dos normais, e a faixa de dois a três milíme-tros está baseada nos valores médiosregistrados para cada estrutura anatômica.

Esse estudo, no entanto, demonstrouvariações expressivas nos valores correspon-dentes à Inserção conjuntiva e ao epitélio jun-cional, significando, clinicamente, que os in-divíduos podem ter espaços biológicos variá-veis: maiores, menores ou médios. O estudotambém não considerou os casos de doença.Os doentes periodontais, quer tratados ounão, apresentam um epitélio juncional maislongo como conseqüência da doença, o queaumenta ainda mais as variações registradas,dependendo de quanto o epitélio juncionaltenha migrado apicalmente. Portanto, assu-mir que o espaço biológico fixou uma dimen-são de dois a três milímetros é menosprezar ademonstração feita por GARGIULO et alo

RFO UPF,PassoFundo, o.I, n.Li p. 3I-37,jan./jun.1996

FLÓRES e TRAMONTINA

(1961), da variabilidade dessas medidas, e,como conseqüência, da variabilidade da dis-tância que se quer reservada ao espaço bioló-gico (BLOCK, 1987).

As tentativas feitas por alguns autores(PARMA-BENFENATletal., 1985;PARMA-BENFENATI et al., 1986; TAL et al., 1989),para provar cientificamente o conceito doespaço biológico, foram realizadas em ani-mais, comamostragem bastante escassa, nãotendo alcançado o objetivo proposto, pelo quenão se pode, por conseqüência, considerá-Iasconclusivas. RAMFJORD (1988) e TRISTÃO(1992) não encontraram, na literatura, tra-balho commetodologia controlada que pudes-se determinar o comportamento dos tecidos,quando da invasão do espaço biológico. Pes-quisas clínicas bem documentadas e contro-ladas também não têm sido registradas naliteratura.

Também não foram encontrados estu-dos que demonstrem ser de três milímetros adimensão de superfície dentária necessáriapara a realização de procedimentos restaura-dores no sulco gengival. Por essa razão,RAMFJORD (1988) considera sensato que osprocedimentos cirúrgicos de aumento de co-roa clínica removam extensão mínima deosso, suficiente apenas para assegurar acessopara a colocação de restaurações bem acaba-das, deixando a natureza determinar o"espa-çobiológico",desde que o paciente mantenhaboa higiene bucal. O autor, ainda, consideraadmissívelo conceito de espaço biológico,mascontrapõe que sua aceitação como dogmacientífico ainda não tem lugar na práticaclínica até que não seja testado em experiên-cias clínicas prolongadas e controladas.

Por sua vez, CARVALHO et alo (1989)aceitam que o aumento de coroa clínica peloprocedimento cirúrgico promove uma perda

FLÔRES e TRAMONTINA

de inserção controlável, o mesmo não ocor-rendo com a alternativa proposta porRAMFJORD (1988), pois a higiene dopacien-te é variável, sem controle.

Raciocinando-se de outra forma, talvezse possam encontrar razões mais lógicas eracionais para justificar os aumentos de co-roa clínica de três milímetros.

Considerando ser a placa bacteriana ofator etiológico da doença periodontal, é in-dispensável a ausência de placa nas proximi-dades dos tecidos periodontais quando sebusca saúde periodontal. Na confecção derestaurações, entre restauração e dente, sem-pre haverá uma fenda microscópica que variade vinte a oitenta micrômetros de largura,como o máximo aceitável (BOTTINO eBRUNETTI, 1990; MEZZOMO et al., 1994).Essa fenda será ocupada pelo agentecimentante, que será diluído pelos líquidosbucais, produzindo uma solução de continui-

.zlade .que.favorece a formação de nichos deretenção de placa bacteriana. Comoo diâme-tro de uma bactéria é de meio micrômetro,dentro desse espaço caberão nada menos quequarenta bactérias, alojadas lado a lado, for-mando um acúmulo bacteriano capaz de de-sencadear um processo carioso ou periodontal(Fig.2).

Muitos autores demonstraram, tam-bém, que o desajuste das margens restaura-doras interfere na saúde periodontal, ou porpermitir retenção de placa, ou por mudar suacomposição (SILNESS, 1970; LANG et al.,1983; PARMA-BENFENATI et al., 1985;PARMA-BENFENATletal., 1986;FLORES-de-JACOBI et al., 1989; TAL et al., 1989;BRUNSVOLD e LANE, 1990;PACK et al.,1990). SILNESS, em 1970, demonstrou queisso é particularmente verdadeiro no caso derestaurações subgengivais. CARNEVALE et

35

Figura 2 - Desenho esquemático do desajuste marginalpresente entre a restauração protética CA) e o términocervical do preparo (B).

alo (1990a e 1990b) e MARTIGNONI eSCHONENBERGER (1990) concordam quea precisão das restaurações e a habilidade dopaciente em realizar a higiene bucal é que vãoinfluenciar a saúde ou a doença, mais do quea localização cervical da margem restaurado-ra.W AERHAUG, em 1979, demonstrou quea perda de inserção conjuntiva raramenteocorreu quando a placa estava situada a maisde 1,2mm dobordoapical doepitéliojuncional,não encontrando evidências de destruiçãoóssea, quando ela estava além de 2,7mm,coronal ao osso alveolar.

De acordo com os resultados dessestrabalhos, a saúde dos tecidos periodontaisdepende da confecçãode restaurações perfei-tamente adaptadas e acabadas, especialmen-te as subgengivais, e da manutenção do limi-

RFO UPF, Passo Fundo, v.l, n.I, p. 31-37, jan. /jun. 1996

36

te cervical das margens restauradoras, comseu antecipado depósito de placa tão distantequanto possível do osso alveolar. A manuten-ção de uma faixa de três milímetros de super-fície dentária para a realização de procedi-mentos restauradores possibilita a confecçãoperfeita e a distância necessária da margemóssea, eliminando-se a agressão bacterianapermanente na região do sulco gengival. Tal-vez se tenha realizado, ao longo do tempç, oprocedimento certo pelo motivo errado.

Mesmo que múltiplas razões, quais se-jam, a agressão bacteriana, o trauma mecâ-nico ou as evidências clínicas, justifiquem osprocedimentos de aumento de coroa clínica,devem-se aprofundar os estudos, para queessas razões sejam comprovadas cientifiéa-mente.

ConclusõesCom base nos dados revistos, é possível

concluir que o conceito do espaço biológico,bem como a exigência de uma dimensão detrês milímetros oumais de superfície dentáriasadia coronal à crista óssea necessitam demais estudos para a sua comprovação cientí-fica. Até que isso aconteça, o bom senso deveorientar os procedimentos de aumento decoroa clínica, principalmente os do tipo cirúr-gico, tanto para o atendimento dos objetivosrestauradores, como para se evitarem perdasdesnecessárias originadas por tais procedi-mentos.

AbstractThe authors display their doubts with

respect to the reasons thatjustifythe surgicalcrown lengthening procedures through aliterature review. The available data to date

RFO UPF, Passo Fundo, o.L, n.I,p. 3I·37,jan./jun.1996

FLÔRES e TRAMONTINA

show the need for high controlled studies toconfirm such reasons, so surgicallengtheningofthe clinical crown could express more thanjust a concept but a scientific truth.

Key words: biologic width, surgical crownlengthening.

Referências bibliográficasBLOCK, P.L. Restorative margins and periodontal

health: a new lookat an old perspective. J. Prosthet.Dent., v. 57, n. 6, p. 683-689,1987.

BOTTINO, M.A, BRUNETII, R.F. Manual de prótesefixa. São Paulo: Editora Santos, 1986. p. 83-93.

BRUNSVOLD, M.A, LANE, J.J. The prevalence ofoverhanging dental restorations and theirrelationship to periodontal disease. J. Clin.Periodontol., v. 17, n. 2, p. 67-72, 1990.

CARNEVALE, G., DI FEBO, G., BISCARO,L. et aloAnin vivo study of teeth re-prepared duringperiodontál surgery. Int J: Periodontics RestorotioeDent., v. 10, n. 1, p. 41-55, 1990.

CARNEVALE, G., DI FEBO, G., FUZZI, M. Arestrospective analysis of the perio-prostheticaspect of teeth re-prepared during periodontalsurgery.J. Clin. Periodontol., v.17, n.4, p. 313'-316,1990.

CARVALHO,J.C.M., TRISTÃO, G.C., PUSTIGLIONI,F.E. A periodontia e a prótese em preparos dentaisfuncionais em prótese fixa. In: SAITO, T. Preparosdentais em prótese fixa: princípios mecânicos, bio-lógicos e de oclusão. Rio de Janeiro: Quintessence,1989.p. 47-81.

CHIAPINOTIO, G.A, BARATIERI, L.N., CARDOSO,A.C. Interrelação periodontial dentística. In:BARATIERI, L.N. et aloDentística: procedimentospreventivos e restauradores. Chicago:Quintessence, 1989. capo3, p. 69-115.

FLORES-de-JACOBI, L., ZAFIROPOULOS, G.G.,CIANCIO, S. The effect of crown margin locationon plaque and periodontal health. Int. J.Periodontics Restorative Dent., v. 9, n. 3, p. 197-205,1989.

GARGIULO, A.W., WENTZ, F.M., ORBAN, B.Dimensions and relations ofdentogingivaljunctionin humans. J. Periodontol., v. 32, n. 3,p. 262-267,1961.

FLÔRESe TRAMONTINA

LANG,N.P.,KIEL,R.A,ANDERHALDEN,KClinicaland microbiological effects of subgingivalrestorations with overhangíngor clinically perfectmargins. J. Clin. Periodontol., v. 10, p. 563-578,1983.

MARTIGNONI, M., SCHONENBERGER,A Precisionfixed prosthodontics: clinical and laboratoryaspects. Chicago: Quintessence, 1990. .

MAYNARD, J.G., WILSON, R.D. Physiologicdimensions ofthe periodontium significant to therestorative dentistry. J. Periodontol., v. 50, n. 4, p.170-174, 1979.

MEZZOMO,E., OPPERMANN, R.V.,CHIAPINOTTO,G.A Ainter-relação entre a prótese e a periodontia.In: MEZZOMO, E., CHIAPINOTTO, G.A.,FRASCA, L.C.F. et alo Reabilitação oral para oclinico. São Paulo: Editora Santos, 1994. capo3, p.61-119.

MONDELLI, J., ISHIKIRIAMA, A.,FRANQISCHONE, C.E. et aloDentística restaura-dora: tratamentos clinicos integrados. Chicago:Quintessence, 1984. capo3, p. 121-145.

NEVINS, M., SKUROW, H.M. The intracrevicularrestorative margin, the biologic width and themaintenance of the gingival margin. Int. J.

. Pesiodomics.Hestoraiioe .Q.efl..ts., 4, p.aO~49),19B4._...PACK, AR.C., COXHEAD, L.J., McDONALD, B.W.

The prevalence ofoverhanging margins in posteri-or amalgam restorations and periodontalconsequences. J. Clin. PeriodontoZ., V. 17, p. 145-152,1990.

PARMA-BENFENATI, S., FUGAZZOTTO, P.A.,RUBEN, M.P. The effect ofrestorative margins onthe postsurgical development and nature of theperiodontium. Parto I. Int. J. PeriodonticsRestoratioe Dent., V. 5, p. 30-51, 1985.

37

PARMA-BENFENATI, S., FUGAZZOTTO, P.A.,FERRE IRA, P .M. et alo The effect of restorativemargins on the postsurgical development andnature of the periodontium. Part lI. Anatomicalconsiderations. Int. J. Periodontics RestorativeDent., V. 6, n. 1, p. 64-75, 1986.

RAMFJORD, S.P. Periodontal considerations ofoperativedentristry. Oper.Dent., v.13,n. 3, p.144-149,1988.

SILNESS, J. Periodontal conditions in patients treatedwith dental bridges. III -The relationship betweenthe location ofthe crown margin and the periodontalcondition. J. Periodontal Res., V. 5, p. 225-229,1970.

TAL, H., SOLDINGER, M., DREIANGEL, A et aloPeriodontal response to long-term use of thegingival attachment by supracrestal amalgamrestorations. J. Clin. Periodontol., V. 16, n. 10, p.654-657, 1989.

TRISTÃO, G.C. Espaço biológico: estudo histométricoem periodonto clinicamente normal em humanos.São Paulo, 1992. 49p. Tese (Doutorado), Faculdadede Odontologia, Universidade de São Paulo. 1992

WAERHAUG, J. The angular bone defect and itsrelationship to trauma from occlusion and

.- downgrowth of.eubgingivaí, plaque. J. Clin.Periodontol., V. 6, p. 61-82, 1979.

Endereço para correspondênciaProfl'. Marisa Maria Dai Zot Flôres,Rua Paissandu, 916/503, 99010-100,Passo Fundo, RS

RFO UPF. Passo Fundo. u.L, n.I, p. 3I-37.jan,/jun.I996