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    INTRODUO

    O presente projeto tenta visualizar e mostrar como dado o trabalho de ensino, apoio e

    assistncia a crianas autistas e quais os projetos pedaggicos que vem sendo utilizados por

    parte dessas escolas que as atendem. Motivados em descobrir se o corpo docente de uma

    escola regular est preparado para ajudar no desenvolvimento de uma criana autista

    buscamos solues tericas e anlises prticas para entender o mesmo.

    Percebe-se que educar vai alm da ao de transmitir conhecimento, tambm faz parte

    estimulao de raciocnio, aprimoramento do senso crtico, do potencial intelectual, fsico e

    mental. A criana um ser que precisa de orientao e informao. Esses conhecimentos so

    adquiridos na escola, espao que tem como papel despertar nos alunos a curiosidade e

    capacidade para entender o mundo que o cerca e de ensin-los os conceitos empregados pela

    sociedade. O autista como individuo social, necessita de um programa elaborado que

    correspondam as suas necessidades em busca de seu desenvolvimento em turma regular de

    ensino.

    A investigao da formao do corpo docente em relao didtica com o autista um dos pontos importantes dessa pesquisa, vendo como se d essa relao com o autista pode-

    se entender um pouco mais de como ele recebido na educao regular.

    Essa uma pesquisa relevante na capacitao e formao de futuros profissionais

    voltados para a incluso e aceitao de crianas especiais na rede de ensino, facilitando o

    entendimento que o autismo infantil requer analisar as diversas posies existentes acerca

    dessa sndrome e principalmente sua etiologia, uma vez entendida como o autismo funciona

    torna-se mais simples e abrem-se portas ajuda no desenvolvimento dos portadores dessa

    sndrome.

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    OBJETIVOS

    Objetivo geral

    Investigar se os professores das diversas redes de ensino se sentem capacitados parapotencializar a educao da criana autista.

    Objetivos especficos

    Descrever o ambiente de aprendizagem dos alunos; Identificar as maiores dificuldades de se trabalhar com uma criana autista; Analisar como um professor do ensino regular constitui estratgias para facilitar a

    incluso de uma criana autista.

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    AUTISMO

    De acordo com Bosa e Callias (2000), a definio do Autismo teve incio na primeira

    descrio dada por Leo Kanner, em 1943, no artigo intitulado: Distrbios Autsticos do

    Contato Afetivo (Autistic disturbances of affective contact), na revista Nervous Children.

    Baseado em onze casos de crianas que ele acompanhava e que possuam algumas

    caractersticas em comum: incapacidade de se relacionarem com outras pessoas; severos

    distrbios de linguagem (sendo esta pouco comunicativa) e uma preocupao obsessiva pelo

    que imutvel. Nessa publicao tambm ressaltado o sintoma fundamental, o isolamento

    autstico, que estava presente na criana desde o incio da vida sugerindo que se tratava entode um distrbio inato.

    Segundo Bosa (2002 APUD. Marinho e Merkle 2009), so chamadas Autistas as

    crianas que tem inadaptao para estabelecer relaes normais com o outro, um atraso na

    aquisio da linguagem e, quando ela se desenvolve, uma incapacitao de lhe dar um valor

    de comunicao. Essas crianas apresentam igualmente esteretipos gestuais, uma

    necessidade de manter imutvel seu ambiente material, ainda que deem provas de uma

    memria frequentemente notvel. Contrastando com este quadro, elas tm, a julgar por seu

    aspecto exterior, um rosto inteligente e uma aparncia fsica normal. A autora ainda aponta a

    grande originalidade de Kanner, que foi a de individualizar, em um grupo de crianas que lhe

    foram encaminhadas, com debilidade mental, uma sndrome nova reunindo sinais clnicos

    especficos, formando um quadro clnico totalmente parte e diferenciado das sndromes

    psiquitricas pr-existentes.

    Segundo Lorna Wing (1979 APUD. Marinho e Merkle 2009) as pessoas autistas

    possuem trs grandes grupos de perturbaes, as quais se manifestam em trs diferentes reas

    de domnio, vindo a prejudic- las. So elas: a rea Social, a da Linguagem e Comunicao e

    a do Comportamento e pensamento. Nessa trade, segundo Baptista e Bosa (2002 APUD.

    Marinho e Merkle 2009)os elementos no podem ser consideradosseparadamente, mas ser

    consideradas unidas e interdependentes.

    V-se ento que o autismo uma sndrome que afeta muitas crianas, que de certa

    forma nova e ainda h muito para se buscar no campo de tratamento e melhoria da qualidadede vida do portador.

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    desempenhava um papel fundamental e de grande importncia no tratamento (devido crena

    da relao do autismo com os quadros psicticos do adulto), passa a ter uma funo de apenas

    aliviar os sintomas do autista, para que outras abordagens como a reabilitao e a educao

    especial possam ser adaptadas e tenham resultados eficazes.

    Segundo a Associao de Amigo do Autista (AMA), o tratamento do autismo consiste

    em intervenes psicoeducacionais, orientao familiar, desenvolvimento da linguagem e/ou

    comunicao. O ideal que uma equipe multidisciplinar avalie e proponha um programa de

    interveno. Dentre alguns profissionais que podem ser necessrios, podemos citar:

    psiquiatras, psiclogos, fonoaudilogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e educadores

    fsicos.

    Os mtodos de interveno mais conhecidos e mais utilizados para promover o

    desenvolvido da pessoa com autismo e que possuem comprovao cientfica de eficcia so:

    TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handcapped

    Children) um programa estruturado que combina diferentes materiais visuais para organizar

    o ambiente fsico atravs de rotinas e sistemas de trabalho, de forma a tornar o ambiente mais

    compreensvel, esse mtodo visa a independncia e o aprendizado.

    PECS (Picture Exchange Communication System) um mtodo que se utiliza figuras e

    adesivos para facilitar a comunicao e compreenso ao estabelecer uma associao entre a

    atividade/smbolo.

    ABA (Applied Behavior Analysis), ou seja, analise comportamental aplicada que se embasa

    na aplicao dos princpios fundamentais da teoria do aprendizado baseado no

    condicionamento operante e reforadores para incrementar comportamentos socialmente

    significativos, reduzir comportamentos indesejveis e desenvolver habilidades.

    A Autismo&Realidade mostra que os programas de interveno para os principais

    sintomas abordam principalmente as questes sociais, de comunicao e cognitivas centrais

    do autismo, que so as partes mais requerentes de ateno.

    INCLUSO DO AUTISTA NA ESCOLA REGULAR

    Incluir quer dizer fazer parte, inserir ou introduzir. o ato ou efeito de incluir. Assim,

    a incluso social das pessoas com determinada sndrome, significa torn-las participantes da

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    vida social, econmica e poltica, assegurando o respeito aos seus direitos no mbito da

    Sociedade, do Estado e do Poder Pblico.

    A incluso de portadores de autismo uma inovao, cujo movimento tem umaspecto muito polmico nos meios educacionais e sociais, entretanto, inserir alunos autistas

    de qualquer grau, no ensino regular, garantir o direito de todos educao. O esforo

    do psicopedagogo est concentrado no sentido de melhorar a adaptao de cada

    criana portadora de autismo numa escola inclusiva, visando o sentido da incluso como

    uma inovao, tornando- o compreensivo aos que se interessam pela educao como

    um direito de todos.

    Para Mantoan (1997), a incluso deve causar uma mudana de perspectivaeducacional, pois no se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na

    escola, mas beneficia a todos: professores, alunos, pessoal administrativos, para que obtenham

    sucesso no processo educativo. A meta primordial da incluso a de no deixar ningum no

    exterior do ensino regular, desde o comeo. As escolas inclusivas propem um modo de

    construir um sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e

    estruturado em funo dessas necessidades. Assim a educao inclusiva contribui para uma

    maior igualdade de oportunidades a todos os membros da sociedade, sem necessariamentereferir-se somente as pessoas com necessidades especiais.

    Segundo Fvero et al (2004), refora-se a ideia de que a incluso um desafio que, ao

    ser devidamente enfrentado pela escola comum, provoca a melhoria da qualidade da educao

    bsica e superior. Visto que, alunos com e sem deficincia exercem o direito a educao em

    sua plenitude, indispensvel que a escola aprimore suas prticas, a fim de atender as

    diferenas. Evidenciam-se, assim, a necessidade de redefinir e colocar em aes novas

    alternativas e praticas pedaggicas que favorea a todos os alunos, o que implica atualizao e

    desenvolvimento de conceitos e metodologias educacionais compatveis com esse grande

    desafio. Uma vez por possuir vrios dficits, a escola de ensino regular sente-se de certa

    forma incapaz de desenvolver uma educao inclusiva, tanto pela necessidade

    de profissionais especializados, quanto pela reformulao de sua prtica, como tambm pelo

    espao fsico que um autista precisa, haja vista suas necessidades de organizao e rotina.

    Logo, tem-se observado nas escolas regulares a no incluso de crianas portadores de

    autismo. Em virtude disso, a incluso se torna uma inovao cujo sentido tem sido distorcido,sendo, portanto, muito polemizado pelos mais diferentes segmentos educacionais e sociais.

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    REGULAMENTAO DE FORMAO DE PROFESSORES

    Algumas instituies oferecem capacitao para lidar e ser educador de crianas

    autistas, a Associao dos Amigos da Criana Autista (AUMA) uma dessas dispe de cursose palestras para capacitao de Pais, Profissionais e interessados em geral, em diversos nveis

    e assuntos referentes ao Autismo e outros Transtornos Invasivos de Desenvolvimento.Os

    cursos tm como principal objetivo, capacitar e instrumentalizar profissionais, estudantes de

    reas afins (Medicina, Pedagogia, Psicologia, Servio Social, Educao Fsica,

    Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, professores entre outras) e pais no entendimento das

    questes tericas do autismo, como tambm e de forma enftica, oferecer capacitao para o

    atendimento e interveno junto s pessoas autistas e suas famlias.

    PARTICIPAO DO CORPO DOCENTE NA EDUCAO DO AUTISTA

    O corpo docente responsvel por elaborar estratgias para que alunos autistas

    consigam desenvolver a capacidade de integrao com outras crianas ditas "normais".E,

    entretanto a famlia tem um papel crucial, devido a experincia em lidar com suas crianas e

    conhecerem suas peculiaridades, crianas autistas necessitam de muita ateno, durante 24

    horas. Muitas vezes, a profisso e o horrio cotidiano no facilitam, mas importante

    dispensar algumas horas para que as crianas possam se sentir queridas e mostrar o que

    aprenderam. Os pais podem encorajar a criana a comunicar-se espontaneamente, criando

    situaes que provoquem a necessidade de comunicao. No se deve antecipar tudo o que a

    criana precisa, deve - se criar momentos para que ela sinta a necessidade de pedir aquilo que

    precisa.

    Segundo Gurgel (2009), principalmente na infncia, o desenvolvimento da linguagem

    exige ateno, uma vez que a criana autista no tem o hbito de se comunicar com os outros.

    Por isso, o programa educacional destinado criana autista deve ser adequado s suas

    habilidades cognitivas, assim como o meio-ambiente e as instituies devem ser bem

    estruturados. Porm, esta no a realidade brasileira. O autista acaba ficando sem opo de

    escola. So poucas as instituies realmente especializadas no problema e o governo no

    incentiva nem fornece recursos para as mesmas, o que acaba por dificultar o trabalho com

    autistas. Como os portadores desta patologia tm diferenas individuais mais acentuadas, o

    potencial e as necessidades da criana so os principais critrios utilizados na determinao

    dos objetivos a serem alcanados atravs do programa educativo. Consequentemente, a maior

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    parte das crianas autistas no pode participar de uma sala de aula comum. Embora escolas

    especiais e classes para crianas autistas existam, muitas delas no se encontram devidamente

    preparadas para tratar destas crianas. Neste aspecto, a relao professor/aluno tambm um

    importante meio para retirar a criana autista do seu isolamento. Para Schwartzman e

    Assuno Junior (1995 APUD. Gurgel 2009), quanto mais significativos para a criana forem

    os seus professores, maiores sero as chances dela promover novas aprendizagens, ou seja,

    independente da programao estabelecida, ela s ganhar dimenso educativa quando

    ocorrer uma interao entre o aluno autista e o professor. Na escola, prudente que o aluno

    seja recebido por um profissional com o qual j tenha estabelecido um vnculo, e que essa

    pessoa introduza o aluno ao professor. Este profissional ser a referncia da criana nesse

    momento e funcionar como ponto de apoio do professor em sala, permitindo que asatividades pedaggicas sejam desenvolvidas sem interrupo, mesmo quando alguma criana

    tiver uma crise. Em cada aula, o professor deve estabelecer uma rotina e segui-la, contando

    com o apoio da coordenao e superviso na definio das atividades adequadas ao grupo. O

    professor ter que assumir sempre uma postura de calma e continncia diante de problemas ou

    de uma crise da criana, transmitindo segurana e controle da situao.

    DESAFIOS DA PRTICA DOCENTE

    Os desafios da educao do autista so diversos devido s necessidades dos mesmos,

    seus dficits e suas peculiaridades. Manter um ambiente saudvel e propicio para

    aprendizagem, muitas vezes sem a capacitao e sem recursos financeiros necessrios so os

    problemas maiores da prtica docente. Mostra-se desafiante integr-los no meio social e

    transmitir o mximo de informao e estimulao possveis. Lutar por melhorias nas redes

    pblicas e privadas se mostram a maior dificuldade enfrentada por educadores de todo o pas.

    A escola onde ocorre a maior parte do aprendizado e desenvolvimento social de toda

    criana. Crianas autistas possuem uma maior dificuldade em diversas reas, mesmo com

    essas peculiaridades elas tm o direito de usufruir de uma educao de qualidade e

    oportunidades de se sentirem acolhidas e integradas. So direitos sociais a educao, a sade,

    a alimentao, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo

    maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados, na forma desta Constituio

    (BRASIL. Constituio1988). obrigao do Estado suprir as necessidades dessas crianas,

    encaminhando recursos humanos e financeiros para isso. A questo no adaptar a criana

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    autista escola, mas sim adaptar a escola a ela, reconhecendo a individualidade de cada uma,

    melhorando seu rendimento e seu desenvolvimento psicossocial.

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    METODOLOGIA

    Pesquisa qualitativa;

    Populao alvo so as famlias e educadores de pessoas autistas, amostra ser definida

    a posteriori.

    Elaborar-se-o questionrios, entrevistas e observao na coleta de dados.

    Inicialmente visitaremos escolas que tenham alunos autistas, identificaremos esses

    alunos e seus respectivos professores para ento conversarmos e entrevista-los por meio de

    um questionrio, tentaremos identificar se existem fragilidades na educao das crianas.

    Compararemos os resultados, analisaremos e vamos buscar identificar em que nvel est odesenvolvimento da educao do autista.

    Esta pesquisa foi realizada com dados secundrios, coletados e utilizados somente para

    o que se referia aos objetivos da mesma,sem qualquer prejuzo para as pessoas envolvidas.

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    CRONOGRAMA

    ETAPAS MARO ABRIL MAIO JUNHO

    Levantamento do

    problema/hiptese

    X

    Fichamento de

    Textos

    X X X

    Orientaes X X X

    Levantamento

    Bibliogrfico

    X X X

    Organizao do

    Roteiro

    X X

    Reunies para

    desenvolvimento

    X X X X

    Entrega da 1

    unidade

    X

    Correes X XEntrega da 2

    unidade

    X

    Apresentao X

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    REFERNCIAS

    ASSOCIAO DE AMIGOS DO AUTISTA (AMA). Tratamento. Disponvel em:

    . Acesso em: 05/04/2013.

    ASSOCIAO DOS AMIGOS DA CRIANA AUTISTA (AUMA). Treinamento.

    Disponvel em: . Acesso em: 06/04/2013.

    AUTISMO&REALIDADE.Diagnstico do autismo. Disponivel em:

    . Acesso em: 17/04/2013.

    AUTISMO&REALIDADE.Tratamentos do autismo. Disponvel em:. Acesso em: 05/04/2013

    BOSA, Cleonice; CALLIAS, Maria. Autismo: breve reviso de diferentes abordagens.

    Psicol. Reflex. Crit. V. 13 n. 1 Porto Alegre, Artmed, 2000.

    BRASIL. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia, DF,

    Senado, 1998.

    COELHO, Madalena; ESPRITO SANTO, Antnia; Autismo Perda de contato com a

    realidade exterior CENFOCAL, 2006.

    FVERO, Eugenia; PANTOJA, Luiza; MANTOAN M, Tereza. O acesso de alunos com

    deficincia as escolas e classes comuns da rede regular . Braslia: Procuradoria federal dos

    direitos do cidado, 2004.

    GURGEL, Dayana. A Arte e as Dificuldades de Educar uma Crianas Autistas.Disponvel em: . Acesso em: 15/04/2013

    MANTOAN, Maria Tereza. A integrao de pessoas com deficincias: contribuio para

    uma reflexo sobre o tema. So Paulo: Memnon, 1997.

    MARINHO, Eliane; MERKLE, Vnia Lucia. Um olhar sobre o autismo e sua

    especificao. Disponvel em: < http://www.ama.org.br/site/pt/tratamento.html > Acesso em:23- 03-2013.