Auto da Índia – Gil Vicente

12
E. E. PROFA. IRENE DIAS RIBEIRO Bruna Pâmela Geisla Auto da Índia Gil Vicente A - 2010

description

 

Transcript of Auto da Índia – Gil Vicente

Page 1: Auto da Índia – Gil Vicente

E. E. PROFA. IRENE DIAS RIBEIRO

Bruna Pâmela Geisla

Auto da Índia

Gil Vicente

1ª A - 2010

Page 2: Auto da Índia – Gil Vicente

PERSONAGENS AMA

Ama é a personagem principal, e é em torno dela que se desenrola toda a ação. Revela-se uma mulher sensual e precipitada, incapaz de controlar os seus impulsos durante a ausência do marido. Essa sensualidade leva-a a aceitar sem dificuldade o assédio dos seus dois pretendentes, Castelhano e Lemos.

Page 3: Auto da Índia – Gil Vicente

A sua hipocrisia e falsidade são evidentes, apesar do comportamento claramente imoral, procura por todos os meios preservar a imagem pública de uma mulher honesta e virtuosa. A imagem que ela procura transmitir para o exterior, para o marido e para os próprios amantes contrasta com o seu efetivo comportamento. Só nos monólogos e nos diálogos com a Moça é que ela revela sem disfarce a sua verdadeira maneira de ser. A Ama representa todas aquelas mulheres que, abandonadas pelos maridos empenhados na aventura ultramarina, se mostravam incapazes de resistir ao assédio dos pretendentes, caindo em adultério. As suas duas vertentes.

Page 4: Auto da Índia – Gil Vicente

MOÇA -

Moça Representa os trabalhadores domésticos, obrigados a submeter-se aos caprichos e maus tratos dos patrões, mas tendo um estatuto especial. Por um lado, é uma personagem, ao mesmo nível das outras, na medida em que intervém no desenrolar dos acontecimentos. Assume então o papel de confidente e amiga, a sua presença permite à Ama revelar o seu verdadeiro carácter, que ela esconde, quer do marido, quer dos amantes.

Page 5: Auto da Índia – Gil Vicente

É fiel à sua ama, que nunca a denuncia, perspicaz e atenta aos comportamentos da sua senhora, sensata, pois não se deixa iludir pela grandeza das outras personagens, crítica, é a única personagem que mostra ser capaz de distinguir claramente o certo do errado.

Page 6: Auto da Índia – Gil Vicente

É uma personagem de origem social e humilde, oportunista procura imediatamente seduzir a Ama, assim que se apercebe da ausência do marido. Utiliza como estratégia de sedução o elogio e o seu estatuto humilde. Ao mesmo tempo revela-se um arrogante, e muito valente. A imagem de homem culto, civilizado, que procura transmitir com a sua grandiosa declaração, é desfeita ao reagir com grande violência verbal, quando se sente rejeitado pela Ama. É homem rico, apesar do aspecto que apresenta.

Castelhano

Page 7: Auto da Índia – Gil Vicente

LEMOS

Lemos entra na 3ª cena da obra De nacionalidade portuguesa; É pretendente da Ama; É ingênuo e inocente nesta história

toda, pois a Ama anda com o Castelhano e com ele.

Lemos, tal como o Castelhano é introduzido na peça para caracterizar a Ama como uma mulher leviana e adúltera;

É um rapaz pobre

Page 8: Auto da Índia – Gil Vicente

O Lemos é ingénuo e inocente nesta história toda, porque a Ama anda com ele e com Castelhano ao mesmo tempo, sem eles sonharem com a existência de cada um, pois ela é bastante inteligente e sabe-os enganar muito bem.

Page 9: Auto da Índia – Gil Vicente

INTENÇÃO DO AUTOR O Auto da Índia afigura-se um contraponto das ideias

feitas, da moral corrente e da ideologia oficial. Em tudo isto se vê facilmente o reverso do mito dos Descobrimentos”. Há, nesta peça, sobretudo uma forte intenção crítica, com uma quota de didactismo e convite à reflexão. As cenas de adultério provocam o riso, principalmente devido ao comportamento dúplice da Ama que na ausência do marido, lhe deseja a morte e, quando ele chega, é de uma doçura e interesse inultrapassável. A crítica no Auto da Índia concretiza-se graças: Aos apartes e a ironia da Moça, que são uma constante ao longo de toda a peça e servem para denunciar a desonestidade e hipocrisia da Ama em relação ao marido¸ à utilização de tipos (o conquistador, o marido regressado, o escudeiro pelintra,...), possibilitando uma visão geral da sociedade, da degradação dos costumes.

Page 10: Auto da Índia – Gil Vicente

Ao cómico: Desmitificação do amor petrarquista, isto é, um sentimento nobre e elevado é totalmente ridicularizado no discurso estereotipado e convencional do Castelhano. Desconsideração de instituições sociais basilares como o casamento e valores como a fidelidade e o amor conjugal ¸Descrédito e reverso dos Descobrimentos quer pela perspectiva do Castelhano, quer pela perspectiva do marido que descreve o comércio oriental de forma negativa _- “pelejámos e roubámos”

Page 11: Auto da Índia – Gil Vicente

RESUMO

A Ama está chorando, pois é comunicada da partida de seu marido para a Índia. O castelhano, pretendente galanteador, sabendo da partida do marido vai fazer uma visita à Constança. Esta se mostra relutante no início, mas logo aceita a companhia do castelhano e o convida a voltar mais tarde. O combinado é que ele deveria atirar pedrinhas na janela do quintal. Lemos, um antigo namorado ainda apaixonado por Contança, também vai visitá-la na mesma noite, fazendo com que esta tenha que contornar a situação, já que Lemos está dentro da casa e o castelhano, no

Page 12: Auto da Índia – Gil Vicente

quintal. Contança então diz a Lemos que quem está no quintal é o vinagreiro querendo receber o dinheiro que ela dizia; e ao castelhano ela diz para aguardar lá fora até seu ?irmão? ir embora. Finalmente ela se livra dos dois. Passados 3 anos, é anunciada a volta do amo, a que Contança reage pedindo a sua empregada que quebre a louça e jogue fora toda a comida, pois assim o marido não teria o que comer e partiria novamente. O marido chega e o casal começa a conversar. Contança diz a ele que durante sua ausência ela passara maus momentos, se sacrificando sem comer, rezando e zelando pelo seu bem estar; logo ela cobra fidelidade do marido. Quando ele conta sobre as riquezas da viagem à Índia, ela se acalma e decide ir verificar os tesouros que aguardavam por ela na nau, momento no qual a obra é finalizada.