Autobiografia como Desfiguração Paul de Man

7/23/2019 Autobiografia como Desfigurao Paul de Man

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Autobiografia como Des-figurao

Paul de Man

Originalmente publicado emModern Language Notes, 94 (1979), 919-930;

republicado em The rhetoric of romanticism. Nova or!" #olumbia

$niver%it& 're%%, 194, pp. 7-1. *radu+o de oca ol//. evi%o de

delber 2velar.

2 teoria da autobiogra/ia e%t minada por uma %rie recorrente de 5ue%t6e%

e abordagen% 5ue no %o %imple%mente /al%a%, no %entido de %erem

/or+ada% ou aberrante%, ma% %o limitadora% ao darem por garantido%

pre%%upo%to% %obre o di%cur%o autobiogr/ico 5ue %o, na verdade,

altamente problemtico%. la% %e mant8m, portanto, ob%taculiada%, com

previ%:vel monotonia, por uma %rie de problema% 5ue %o inerente% a %eu

prprio u%o. $m de%%e% problema% a tentativa de de/inir e tratar a

autobiogra/ia como %e ela /o%%e um g8nero literrio entre outro%. $ma ve

5ue o conceito de g8nero de%igna uma /un+o tanto e%ttica 5uanto

ncia 5ue protege o autor

de autobiogra/ia de %ua e?peri8ncia, ma% a po%%:vel converg8ncia de

e%ttica e


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e%ttico%. Ae=a 5ual /or a rao, a autobiogra/ia torna a% coi%a% piore% ao

re%ponder pobremente a e%ta eleva+o de categoria. 2% tentativa% de

de/ini+o genrica parecem a/undar em 5ue%t6e% 5ue %o tanto ocio%a%

5uanto irre%pond:vei%. 'ode ter ntico e rom>nticoB

O%


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narrador da% Confisses de ou%%eau parece %er de/inido pelo nome e a

a%%inatura de ou%%eau de uma maneira mai% univer%al do 5ue no ca%o,

como o prprio ou%%eau admite, deJulie. Da% e%tamo% n% to certo% de

5ue a autobiogra/ia depende da re/er8ncia, como uma /otogra/ia depende

de %eu tema ou uma pintura (reali%ta) de %eu modeloB 2%%umimo% 5ue a

vidaproduza autobiogra/ia como um ato produ %ua% con%e5F8ncia%, ma%

no podemo% %ugerir, com igual =u%ti+a, 5ue o pro=eto autobiogr/ico pode

ele prprio produir e determinar a vida e 5ue a5uilo 5ue o e%critorfaz de

/ato governado pela% e?ig8ncia% tcnica% do autorretrato e portanto

determinado, em todo% %eu% a%pecto%, pelo% recur%o% de %eu meioB , umave 5ue a mime%e pre%%upo%ta como operante um modo de /igura+o

entre outro%, %er 5ue o re/erente determina a /igura, ou ao contrrio" no

%er a ilu%o da re/er8ncia uma correla+o da e%trutura da /igura, 5uer dier,

no apena% clara e %imple%mente um re/erente, ma% algo %imilar a uma

/ic+o, a 5ual, entretanto, ad5uire por %ua ve um grau de produtividade

re/erencialB Grard Genette coloca a 5ue%to muito corretamente em umanota de rodap de %ua di%cu%%o %obre a /igura+o em 'rou%t. le a%%inala

uma articula+o particularmente acertada entre doi% modelo% de /igura+o H

%endo o e?emplo a imagem de /lore% e de in%eto% u%ada na de%cri+o do

encontro de #


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'arece ento 5ue a di%tin+o entre /ic+o e autobiogra/ia no uma

polaridade ouou" indecid:vel. Da% po%%:vel /icar, como Genette o diria,

em meio a uma %itua+o indecid:velB #omo pode te%temun


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tropo% e con/irma 5ue o momento e%pecular no primordialmente uma

%itua+o ou um evento 5ue pode %er localiado em uma


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permanecer no %i%tema tropolgico do nome e, a%%im como ele tem de %e

de%locar da identidade ontolgica ao compromi%%o contratual, to logo a

/un+o per/ormativa a/irmada, ela ao me%mo tempo rein%crita em

con%trangimento% cognitivo%. Me /igura e%pecular do autor, o leitor %e torna

o =ui, a /or+a policial encarregada de veri/icar a autenticidadeda

a%%inatura e a con%i%t8ncia do comportamento do %ignatrio, o ponto at o

5ual re%peita ou dei?a de re%peitar o acordo contratual 5ue a%%inou. 2

autoridade tran%cendental no princ:pio tin


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pa%%a compul%ivamente de um en%aioso!reepit/io% para %er um epit/io

ele prprio e, mai% e%peci/icamente, a prpria e monumental in%cri+o ou

autobiogra/ia do prprio autor. O% en%aio% citam numero%o% epit/io%

tomado% de diver%a% /onte%, livro% ordinrio% como&ncient %unerall

Monument de o


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%e pen%a acima de tudo no igualmente /amo%o epi%dio 5ue 5ua%e

imediatamente precede e%ta cena, o Denino de inander. Numero%o% eco%

verbai% ligam a pa%%agem da"$cursioncitada no /im de"ssa#s upon

"pitaphsC


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dei?am intacta a negatividade da rela+o inicial (ou au%8ncia de rela+o).

Dove-%e, %em compromi%%o, da morte ouvida C vida emorte. O pung8ncia

e?i%tencial do te?to %urge do a%%entimento total ao poder da mortalidade;

nen


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/eita de tronco% e gal


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Me um ponto de vi%ta retrico, o%"ssa#s upon "pitaphs%o um tratado

%obre a %uperioridade da pro%opopeia (a%%ociada ao% nome% de Dilton e

A


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opo%i+o entre o nome e o %em nome, ainda 5ue todo o argumento pretenda

%uperar e%%a me%ma opo%i+o.

2 cita+o de Dilton notvel ainda em outro a%pecto. la omite %ei% lin


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prpria principal /igura. *oda% a% vee% 5ue i%to ocorre, indica a amea+a de

uma perturba+o lgica mai% pro/unda.

2% omi%%6e% do %oneto de Dilton o/erecem uma maneira de dar conta de%%aamea+a. No% %ei% ver%o% omitido% Dilton /ala do /ardo 5ue a% Ipe+a%

/cei%J de A


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Aem t:tulo, de e%Z% Peguiamo

2 principal incon%i%t8ncia do te?to, a 5ual tambm a /onte de %ua

con%idervel import>ncia terica, ocorre de um modo relacionado ma%

di/erente. O%"ssa#se?pre%%am-%e com /or+a contra a linguagem antittica

da %tira e da invectiva e reivindicam de maneira elo5Fente uma lcida

linguagem de repou%o, tran5Filidade e %erenidade. 'orm, %e colocamo% a

leg:tima 5ue%to %obre 5ual do% doi% prevalece ne%te te?to, o modo de
http://www.saatchionline.com/art/Painting-Oil-Untitled/87855/1319173/viewhttp://www.saatchionline.com/art/Painting-Oil-Untitled/87855/1319173/view


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agre%%o ou o de repou%o, /ica claro 5ue o% en%aio% cont8m larga% por+6e%

5ue %o mai% abertamente antittica% e agre%%iva%. INo po%%o %uportar 5ue

nen


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pouco ante% na pa%%agem, ord%Eort< tin


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de%%a linguagem, todo% %omo%, como o Male%man na"$cursion, %urdo% e

mudo% H no %ilencio%o%, o 5ue implica a po%%:vel mani/e%ta+o do %om

con/orme no%%a vontade, ma% %ilencio%o% como uma pintura, o 5ue e5uivale

a dier eternamente privado% de vo e condenado% C mude. No

%urpreende 5ue o Male%man ten

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