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1 AUXILIAR ADMINISTRATIVO Módulo Específico Caderno do Aluno Auxiliar Administrativo Modalidade Presencial

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AUXILIAR ADMINISTRATIVO

Módulo Específico

Caderno do Aluno

Auxiliar Administrativo

Modalidade Presencial

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APRESENTAÇÃO

Prezado Aluno,

Desejamos-lhes boas vindas ao curso de Auxiliar Administrativo !

Este módulo tem por objetivo preparar o profissional Auxiliar Administrativo para atuar

em serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, administração, finanças e

logística; atender fornecedores e clientes, fornecendo e recebendo informações sobre

produtos e serviços; tratar de documentos variados, cumprindo todo o procedimento

necessário referente aos mesmos

.

BOM ESTUDO!

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Grade do conteúdo

A carga horária deste módulo é de 104 horas.

MÓDULOS PÁGINA

O Auxiliar Administrativo e as Empresas 07

Serviços Gerais 25

Organização de Documentos e Correspondências 35

Rotinas Administrativas 51

Administração de Pessoal 60

Redação Técnica 87

Informática Básica 189

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O AUXILIAR ADMINISTRATIVO

O emprego de auxiliar administrativo é um dos mais comuns atualmente, sempre que

olhamos nos classificados, sites de emprego, entre outros. Uma das vagas que mais

aparecem é para esse emprego. E muitas pessoas se interessam por esse cargo, assim se

candidatando às vagas. Porém poucas sabem exatamente o que faz um auxiliar

administrativo. E acabam se candidatando às vagas e muitas vezes não são aceitas e não

sabem o porquê disso. Então para acabar com as suas dúvidas e te colocar a par das

funções desse profissional, fique atento às informações que vamos dar.

O auxiliar administrativo é responsável em realizar atividades fundamentais em empresas

públicas e privadas. Entre suas principais funções totalmente relacionadas com trabalho de

escritório estão: encarregar-se da entrada e saída de correspondência, recepcionar

documentos, atender chamadas telefônicas, atender ao público, arquivar documentos,

manter a agenda telefônica e de pendências atualizadas, ter conhecimento de uso de

máquinas de escritório como calculadoras, copiadoras, computadores e os programas

usados. Ele pode ser contratado por qualquer lugar que queira um auxiliar administrativo

como escritórios, empresas, estabelecimentos comerciais, escolas, entre outros.

Mas o profissional não pode ser simplesmente alguém que executa as funções que lhe

determinam, ele precisa ser alguém que consiga se destacar em meio aos outros que

realiza as mesmas funções. Por isso as empresas estão exigindo cada vez mais

profissionais qualificados com uma ampla visão de mercado, assim estes profissionais

poderão crescer na empresa, sendo mais valorizados.

As empresas avaliam especialmente o perfil de cada candidato e entre as principais

características que determinam o perfil estão: competência, discrição, cortesia,

responsabilidade, sinceridade. Essas qualidades são muito valorizadas pelas empresas

que contratam esses profissionais, pois o auxiliar administrativo se tornará responsável por

documentos importantes e para isso é preciso que seja uma pessoa honesta e habilidosa.

Outra qualidade muito valorizada pelos contratantes é a comunicação que é a maior arma

para crescer dentro da empresa, pois se você tem um bom relacionamento no trabalho, no

dia-a-dia, se é uma pessoa carismática, e sabe tratar as pessoas de diversos níveis, desde

porteiros até o presidente da empresa sem mostrar arrogância e submissão sua

possibilidade de crescimento profissional é muito grande, e isso não é somente para o

auxiliar administrativo, em qualquer profissão.

Por isso se depois de saber tudo o que esse profissional faz, você ainda quiser seguir essa

profissão então tenha em mente que esse trabalho requer muita responsabilidade e jogo de

cintura. E é totalmente necessário que você tenha voz, postura, olhar, aparência,

oportunidades, clareza, estudo, bom senso e relacionamento. Assim você terá grandes

chances de preencher uma vaga dessas. Então sempre se mantenha informado, busque o

conhecimento e a honestidade, assim você irá longe.

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Área de atuação

O Auxiliar Administrativo desenvolve tarefas de serviços gerais na área administrativa e

financeira, operando equipamentos diversos, realizando entregas e recebimentos de

documentos e materiais.

Mantém também organizados documentos e/ou materiais em geral e atende o público em

geral. Os auxiliares administrativos atuam nos mais variados ramos de atividades públicas

ou privadas. São empregados com carteira e se organizam em equipe, tendo supervisão

direta ou ocasional. O ambiente de trabalho normalmente é fechado e o horário é diurno.

Competência pessoal

Seguem algumas competências pessoais necessárias em serviços gerais de uma empresa:

Demonstrar iniciativa;

Trabalhar em equipe;

Demonstrar flexibilidade;

Demonstrar capacidade de adaptação de linguagem;

Demonstrar capacidade de negociação;

Demonstrar capacidade de observação;

Demonstrar persistência;

Demonstrar facilidade de comunicação;

Transmitir credibilidade;

Contornar situações adversas;

Demonstrar criatividade e

Demonstrar autocontrole.

Competência profissional

Seguem algumas competências necessárias no exercício da profissão:

Discrição (pessoal, vestuário, relações interpessoais, etc.);

Habilidades relativas a finanças, economia, marketing, administração, comércio

exterior, contabilidade, tributação e relações humanas no trabalho;

Estar sempre aprendendo;

Tenha a mente aberta para acompanhar o desenvolvimento do conhecimento e

procure buscar o máximo de suas habilidades;

Rigoroso controle de qualidade de todo o seu trabalho e

Evitar o retrabalho e revisar tudo o que se faz.

Ferramentas de trabalho

A operação segura de equipamentos diversos em setores administrativos faz parte da rotina

profissional do Auxiliar Administrativo.

Segue alguns exemplos de recursos e ferramentas cotidianas necessárias ao trabalho:

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Recursos de Informática;

Máquina de calcular;

Legislação e manuais;

Material de escritório;

Internet;

Fax;

Telefone;

Agenda;

Cartão de Identificação e

Material Promocional.

Serviços gerais administrativos

Toda empresa possui procedimentos internos para os serviços nos setores administrativo e

financeiro que demandam um trabalho em equipe.

A colaboração do Auxiliar Administrativo abrange:

Realizar as rotinas diárias do escritório;

Desenvolver atividades nas áreas da empresa dando suporte nos serviços gerais

administrativos;

Desenvolver e preparar expedientes administrativos que se fizerem necessários, sob

orientação;

Controlar a entrada e saída de materiais, ferramentas e equipamentos no

departamento, bem como atualização do registro de frequência dos servidores, sob

orientação;

Classificar e dar andamento/solução aos mais variados assuntos pendentes;

Redigir cartas, memorandos, bilhetes, documentos de toda espécie, como

procuração e editais;

Colocar a mesa do executivo em ordem;

Atuar como responsável pela fiscalização e manutenção da ordem nos ambientes

administrativos;

Redigir listas com a pauta do dia: visitas, nome das pessoas, assunto a ser tratado;

Atender ao chefe;

Participar de estudos e projetos a serem elaborados e desenvolvidos por Técnicos;

Redigir cartas, memorandos, bilhetes, documentos de toda espécie, como

procuração e editais;

Dar solução a assuntos pendentes;

Colocar a mesa do executivo em ordem;

Atuar como responsável pela fiscalização e manutenção da ordem nos ambientes

administrativos;

Redigir listas com a pauta do dia: visitas, nome das pessoas, assunto a ser tratado;

Atender ao chefe;

Participar de estudos e projetos a serem elaborados e desenvolvidos por Técnicos;

Cuidar dos instrumentos de trabalho;

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Operar equipamentos diversos, tais como: projetor multimídia, aparelhos de fax,

máquinas fotocopiadoras/duplicadoras e outros;

Atender a telefonemas e solicitações de entrevistas;

Selecionar assuntos e pessoas que serão atendidas pelo chefe;

Estabelecer contatos com outros departamentos;

Organizar arquivos;

Localizar, organizar, classificar e manter atualizado o acervo de multimídia;

Inteirar-se dos trabalhos desenvolvidos em cada setor, visando orientar e facilitar a

obtenção de dados, documentos ou outras solicitações dos superiores;

Realizar e atender chamadas telefônicas, anotar e enviar recados;

Prestar informações;

Atender ao público em geral, averiguando suas necessidades para orientá-los e/ou

encaminhá-los às pessoas e/ou setores competentes;

Anotar e transmitir recados;

Redigir e digitar correspondência;

Receber, classificar e distribuir correspondências;

Manter, organizar, classificar e atualizar arquivos, fichários, livros, publicações e

outros documentos, para possibilitar controle e novas consultas;

Executar serviços auxiliares de preparação para restauro e conservação do material

bibliográfico e não bibliográfico;

Manter atualizado o arquivo de endereços, preparar a agenda de reuniões,

secretariar reuniões;

Deixar a própria mesa sempre em ordem, limpa e arrumada;

Executar tarefas pertinentes à área de atuação, utilizando-se de equipamentos e

programas de informática;

Elaborar atas;

Preparar e gerenciar eventos;

Manter equipamentos em condição de uso;

Estocar material suficiente;

Receber, entregar, levar e buscar documentos, materiais de pequeno porte, livros e

outros, através de malote e protocolo, providenciando os registros necessários de

empréstimos e devoluções e afixar materiais de divulgação em editais, quando

necessário;

Participar de programa de treinamento, quando convocado;

Colocar tudo ao alcance da mão;

Zelar pela higiene, limpeza, conservação e boa utilização dos equipamentos e

instrumentos utilizados sob sua responsabilidade, solicitando junto à chefia os

serviços de manutenção;

Executar outras tarefas compatíveis com as exigências para o exercício da função;

Manter a calma diante de situações difíceis e

Ter conhecimentos profundos do que a empresa produz ou dos serviços que presta

e da atuação dos funcionários que nela trabalham.

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Tendências

O que se valorizava ontem, hoje já não possui o mesmo valor; e amanhã,

certamente, será considerado ultrapassado e dispensável.

Por essa razão, o profissional tem de estar sempre atualizado!

As Empresas

Apresentação

Neste momento, lhe será apresentado o que é empresa e quais são as suas

características, o que é visão sistêmica e visão estratégica. Veremos quem são os clientes

internos e como precisamos atendê-los. Trataremos, também, de aspectos da comunicação

na empresa.

Introdução

A caminho da escola, Marcos, um rapaz de doze

anos, passava todos os dias em frente à obra de uma nova

loja da empresa NUANCE TRANSPORTES LTDA. Curioso,

certo dia resolveu perguntar aos pedreiros o que eles

estavam fazendo. O primeiro pedreiro respondeu-lhe, com

voz desanimada, quase resmungando: ―Estou colocando

cimento nos tijolos‖.

Insatisfeito com a resposta, Marcos foi perguntar ao

segundo pedreiro, que fazia exatamente a mesma coisa do

que o primeiro. Sem dar muita bola a Marcos, ele respondeu-lhe rapidamente: ―Estamos

erguendo uma parede‖.

Marcos dirigiu-se a um terceiro pedreiro — que trabalhava ao lado dos outros dois.

Ele parou, olhou nos olhos de Marcos, sorriu e disse-lhe orgulhoso: ―Estamos construindo

uma linda loja!‖.

Vamos refletir juntos. Esse caso ilustra a visão que cada um tem sobre o seu próprio

trabalho, concorda? Analisando rapidamente as respostas que os pedreiros deram a

Marcos, concluímos que a disposição e o modo como cada um encara o seu trabalho, o

espírito de equipe e a visão de conjunto sobre os resultados da sua produção são

essenciais a todos os trabalhadores. A definição de um bom trabalho depende da

perspectiva de cada um. Por um lado, todos nós esperamos que o nosso trabalho nos

proporcione satisfação. Por um outro lado,

procuramos um emprego próximo aos nossos interesses, talentos e qualificações.

Quem não gosta do que faz, tende a fazê-lo mal.

Vamos, agora, conhecer as características da empresa.

O que é uma empresa , ou uma organização?

Uma empresa é uma organização particular, ou governamental, ou de economia mista. É

destinada à produção e/ou à comercialização de bens e serviços.

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O objetivo de uma empresa, seja ela pública ou privada, é antes e acima de tudo

procurar a satisfação dos seus clientes. Os clientes são a razão da existência da empresa.

Tipos de empresas

Resume os tipos de empresa existentes no Brasil.

O quadro abaixo resume as características essenciais dos tipos de empresas mais comuns

no Brasil.

Legenda:

ME:Microempresa

EPP: Empresa de Pequeno Porte

MEI: Microempreendedor Individual

EIRELI: Empresa Individual de Responsabilidade Limitada

Curiosidade!

Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se

legaliza como pequeno empresário. Para ser um microempreendedor

individual, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e

não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. O MEI

também pode ter um empregado contratado que receba o salário

mínimo ou o piso da categoria.

A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que o

trabalhador conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado.

Entre as vantagens oferecidas por essa lei está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas

Jurídicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a

emissão de notas fiscais.

Além disso, o MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais

(Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal de

R$ 34,90 (comércio ou indústria), R$ 38,90 (prestação de serviços) ou R$ 39,90 (comércio e

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serviços), que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias

serão atualizadas anualmente, de acordo com o salário mínimo.

Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual tem acesso a benefícios como

auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros.

Se você quiser saber mais sobre o que é uma empresa e/ou uma sociedade, navegue até

os sites:

www.capitalderisco.gov.br/vcn/e_CR.asp

www.formosaonline.com.br/geonline/textos/economia/economia_dicion%E1rio%20H.htm

www.ms.sebrae.com.br/OrientacaoEmpresarial/def_negocio/tipos/

www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual

Fatores importantes para a empresa

Para que uma empresa alcance os seus objetivos com sucesso é importante estarmos

atentos aos fatores motrizes.

Fatores motrizes

Para que uma empresa alcance os seus objetivos, todos os fatores têm de ser observados.

Esses fatores denominam-se fatores motrizes. Muitas vezes esbarramos-nos em obstáculos

que não dependem de nós. Entretanto, cabe-nos tentar superá-los para conseguirmos

alcançar os nossos objetivos. Os fatores motrizes podem ser internos ou externos.

Os fatores motrizes internos impulsionam a atividade da empresa de dentro para fora.

Os fatores motrizes externos impulsionam a empresa de fora para dentro.

Fatores motrizes internos

1. A organização da empresa e a sua estrutura física.

2. O s recursos tecnológicos disponíveis.

3. A localização da empresa ser adequada aos produtos e/ou aos serviços

a serem oferecidos.

4. A produção de bens ou serviços.

5. A comercialização.

Fatores motrizes externos

1. F atores econômicos.

2. N ecessidade da demanda de produção.

3. A ceitação da comercialização.

Os dois fatores motrizes (internos e externos) culminarão na comercialização dos produtos

da empresa.

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Paradigmas das empresas

Paradigmas são modelos que nos permitem entender o Mundo. São um conjunto de

crenças, valores e regras, nem sempre explícitos, que determinam como serão entendidos e

solucionados os problemas, em um determinado contexto. Os paradigmas mudam. E

quando mudam?

Os paradigmas mudam quando:

1. A s soluções para os problemas atuais não estão sendo eficazes;

2. Uma nova descoberta ou explicação permite entender e resolver

esses problemas de modo mais eficiente. Quando isso ocorre, a

―velha‖ estrutura de percepção cede lugar a uma nova. Por exemplo,

na Idade Média acreditava-se que a Terra o era o centro do

Universo. Esse paradigma foi abandonado depois que Copérnico, Galileo e outros cientistas

conseguiram difundir as suas novas idéias sobre Astronomia.

E como têm mudado os paradigmas das organizações, do atendimento e da prestação de

serviços? O melhor modo de entender a mudança de paradigmas é comparando o

paradigma antigo com o novo.

A MUDANÇA DE PARADIGMA DENTRO DA EMPRESA

PARADIGMA ANTIGO NOVO PARADIGMA

EFICÁCIA + EFICIENCIA EXCELENCIA

A empresa é uma maquina e as pessoas

engrenagens

A empresa é um sistema dinâmico

A competição é a mola que move as

empresas

A cooperação é a mola que move as

empresas

Só o topo da empresa deve conhecer

estratégias e metas - Segredo

Todo pessoal-chave participa e conhece as

estratégias e metas – Transparência.

Os gerentes são a cabeça e planejam. Os

trabalhadores são o corpo e executam.

Todos têm cabeça e corpo que devem ser

integrados

Delegar é perder poder Delegar é ganhar poder

Um bom gerente deve ser antes de tudo um

bom técnico

Um bom gerente tem habilidades técnicas,

humanas e conceituais

Eficiência acima de tudo Flexibilidade acima de tudo

Organograma – muitos níveis hierárquicos Organograma achatado – poucos níveis

hierarquicos

Agora é sua vez!

Na sua opinião, o que mudou nas empresas?

Como era? Como é?

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O que era bom ontem pode não servir para hoje. A vida está sempre mudando e, como

observamos até agora, as relações vão-se modificando em decorrência de fatores

econômicos, sociais etc. Por isso, a atualização é a chave da renovação!

Organograma

O organograma é um gráfico representativo da estrutura formal da organização.

As organizações costumam ser dinâmicas e, logo, seus organogramas se alteram

com frequência.

A estrutura de uma empresa representa a forma como ela é organizada. Daí a

denominação estrutura organizacional.

Organograma empresarial

Os principais tipos de organogramas são:

1) Estrutural;

2) Circular ou radial;

3) Matricial e Funcional.

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Visão sistêmica e Visão estratégica

A visão sistêmica, ou visão do conjunto, ou visão global

consiste na capacidade de entender, implementar e demonstrar o

comprometimento na compreensão do todo a partir de

uma análise global das partes e da interação entre elas. Você já sabe

que há forças ou fatores que atuam em um sistema em

funcionamento, sejam internas ou externas. Usando,

adequadamente, a nossa visão sistêmica podemos minimizar

diversos danos futuros e ter um diferencial competitivo.

Não podemos analisar uma situação ou um fato sob um único ponto de vista.

Analisar atentamente cada detalhe de uma situação nos fará escolher uma decisão que,

possivelmente, nos trará o resultado mais positivo. Assim sendo, visão sistêmic a é perceber

o movimento integrado entre o ambiente, as nossas decisões e o futuro. E para melhorar a

nossa capacidade de decidir e compreender o encadeamento de ato/conseqüência é

necessário treinar a nossa observação do todo, a nossa visão de conjunto.

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Estarmos preparados para o impacto no mercado de trabalho é condição imprescindível

para nossa sobrevivência. A visão através de vários prismas cria uma gama de

possibilidades de soluções e ações,

explorando e desenvolvendo o sentido da visão sistêmica, propiciando a compreensão da

contínua evolução dos cenários.

Quanto mais você enxergar o seu trabalho como parte integrada a um todo e não

como uma tarefa isolada mais perceberá sentido no seu trabalho e no dos seus colegas.

Estratégia é palavra proveniente da área militar. Na Grécia Antiga, o estrategista era

o grande comandante da cidade. Estratégia é a arte e a sabedoria para tratar questões de

conflito. É tomar decisões para atingir os objetivos propostos em situações de incerteza. É

agregar os recursos certos e usá-los do modo certo. É fazer o que é importante para que os

objetivos sejam atingidos.

Ter visão estratégica de um problema é saber usar a percepção, a

intuição, a sensibilidade, a emoção e a razão na tomada de decisões —

tendo a consciência do que a nossa decisão pode causar na resolução

desse problema e quais conseqüências podem trazer. Visão estratégica

em negócios é perceber o rumo das coisas, quais são as forças que se

opõem aos objetivos da organização, como lidar com elas, quais são as

oportunidades que se abrem e como aproveitá-las bem.

Missão Visão e Valores

Assim como em nossas vidas pessoais temos que ter objetivos, na empresa não é diferente.

A empresa deve definir sua Visão, Missão e Valores afim de que seus talentos saibam onde

a ―empresa quer chegar‖ e lutar para atingir esse objetivo. Vamos utilizar como modelo uma

empresa desenvolvedora de sites.

Visão: É a perspectiva da empresa a longo prazo, onde a empresa pretende chegar dentro

de alguns anos, porem algo atingível. Ex.: Ser a maior e melhor empresa desenvolvedora de

sites do Brasil com 1 filial em cada estado brasileiro.

Missão: È o que a empresa pratica hoje, é realmente as atividades atuais da empresa. Ex.:

Desenvolvimento de sites institucionais, transacionais, com recursos de download, upload,

envio e recebimento de e-mail, vídeo conferencia etc.

Valores: São as qualidades que a empresa apresenta contem adquirida com o passar dos

anos. Ex.: Tradição, Qualidade, Seriedade, Excelência, Competência etc.

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Porque é tão importante divulgarmos dentro de nossa empresa esses conceitos? Para que

todos juntos trabalhem por uma “causa”, temos que motivar nossos talentos a “lutar” por

uma causa que é a Visão da empresa empregando os valores como ferramenta.

Vamos praticar?

Em grupo de 05, crie uma Empresa.

Escolha a estrutura, defina os cargos e visão missão e valores!

Usaremos a frente seu exemplo.

Curiosidade!

Americanas

A história da Lojas Americanas teve o Brasil como palco quase que

por um acaso. Os americanos John Lee, Glen Matson,

James Marshall e Batson Borger partiram dos Estados Unidos em

direção a Buenos Aires com a idéia de lançar uma loja com preços

baixos, no modelo que já fazia sucesso nos Estados Unidos e na

Europa no início do século. No navio em que viajavam, conheceram dois brasileiros

que os convidaram para conhecer o Rio de Janeiro. Na visita ao Rio, os americanos

perceberam que havia muitos funcionários públicos e militares com renda estável,

porém com salários modestos, e a maioria das lojas não eram destinadas a esse

público. As lojas existentes, em geral, vendiam mercadorias caras e especializadas, o

que obrigava uma dona de casa a visitar diferentes estabelecimentos para fazer as

compras. Foi assim que decidiram que o Rio de Janeiro era a cidade perfeita para

lançar o sonhado empreendimento - uma loja de preços baixos para atender àquela

população “esquecida” e que vendesse vários tipos de mercadorias. Eles desejavam

oferecer uma maior variedade de produtos a preços mais acessíveis. Assim, no ano

de 1929, inauguraram a 1ª Lojas Americanas, em Niterói (RJ), com o slogan “Nada

além de 2 mil réis”. A palavra “Loja”, no nome da empresa, foi uma novidade que

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designava um novo estilo de vendas, diferente dos estabelecimentos da época,

denominados “casa”. Nascia ali um conceito vencedor que iria conduzir toda a

trajetória da empresa.

A Lojas Americanas passa a atuar como uma cadeia de lojas de departamento de

descontos, sendo a principal característica desse modelo a garantia de produtos de

grandes marcas com preços competitivos em relação à concorrência. Na busca por

uma loja sem estoques, foram criados os centros de distribuição, os CDs, localizados

no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Com o uso dos CDs foi possível a diminuição

dos estoques e perdas, além da otimização da distribuição dos produtos através do

fornecimento diário para as lojas, garantindo os produtos na hora certa e na

quantidade adequada. Além disso, todas as lojas e centros de distribuição são

interligados em tempo real, permitindo um total controle de operações.

No final do ano de 1999 a empresa iniciou a venda de mercadorias através da Internet

criando a controlada indireta Americanas.com. Apesar de ter entrado no mercado já

tarde, em uma época em que explodia a concorrência do comércio eletrônico, ela

cresceu rapidamente com uma grande aceitação do público brasileiro. Lançou o

primeiro sistema de cobrança de cartão de crédito online do país, além de uma

logística que permite entregas rápidas: em torno de 48 horas para qualquer parte do

Brasil. O nome da Lojas Americanas ajudou a alavancar os negócios por ser um nome

já consolidado no mercado e por já haver uma confiança depositada nele pelo

público. Atualmente oferece mais de 30 categorias de produtos, tais como

eletrônicos, CDs, DVDs, informática, eletrodomésticos, livros, games, brinquedos,

papelaria, perfumaria e vinhos, entre outras.

O ano de 2003 teve como principal característica a aceleração do programa de

expansão. Com o objetivo de expandir a rede de lojas, foram inauguradas 13 lojas

convencionais, fortalecendo a presença da companhia em mercados importantes das

regiões Sudeste e Sul do país. O conjunto de inaugurações contemplou também a

abertura, no Rio de Janeiro, das três primeiras lojas “Americanas Express”,

concebidas segundo o “conceito de vizinhança”. São lojas compactas, com

sortimento selecionado, mas com os mesmos padrões de qualidade e preço que

diferenciam a atuação de Lojas Americanas.

O varejo brasileiro apresenta um cenário extremamente competitivo, no qual grandes

grupos nacionais e estrangeiros estão adquirindo cadeias menores, com o objetivo de

obter economias de escala e aumentar a sua participação de mercado. Estes

investimentos em expansão estão sendo acompanhados por outros na melhoria dos

processos de logística e tecnologia da informação, evidenciando o foco na melhoria

da eficiência operacional. Buscando promover a evolução do seu negócio e

acompanhar o ritmo do varejo no país, em 2005 a Lojas Americanas adquiriu o canal

de TV e site de comércio eletrônico Shoptime e realizou uma joint venture com o

Banco Itaú, criando a Financeira Americanas Itaú – FAI, ou Americanas Taií. Em 2006,

dando prosseguimento as operações para a geração de valor da marca, foi criada uma

nova empresa, a B2W – Companhia Global do Varejo, produto da fusão

Americanas.com e do Submarino. No ano seguinte as Lojas Americanas anunciou a

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aquisição da BWU - empresa detentora da marca BLOCKBUSTER® no Brasil - e

somou mais 127 lojas à sua rede. Com as novas aquisições e a expansão da sua

atuação no mercado, a Lojas Americanas garantiu opções de venda via internet,

televendas, catálogos e TV, para um público potencial de 43 milhões de brasileiros.

Escala e estrutura de custos colocaram a empresa numa posição de destaque frente

ao tradicional varejo do país.

Com 78 anos de vida, a empresa conta com 393 lojas nas principais cidades do país.

A rede comercializa mais de 60.000 itens de 4.000 fornecedores diferentes, o que faz

com que a Lojas Americanas detenha uma grande participação do comércio brasileiro

de brinquedos, bomboniere, lingerie e CD’s. Atualmente é considerada uma das

melhores pedidas entre os ativos do setor e recebe recomendação de “compra” pelos

especialistas do mercado. O preço-alvo de suas ações foi estipulado em R$ 22,59 para

dezembro de 2008, valor que gera grande potencial de valorização para o ano vigente.

Tudo isso se deve a importantes pilares de expansão estabelecidos na empresa:

número de habitantes, perfil do consumidor, integração com localização e logística.

Empresa: Lojas Americanas

Site:www.americanas.com

Contato: através do site

Ramo de atividade: varejo diversificado e comércio eletrônico

Faturamento: R$ 5,1 bilhões

Fonte: Casos de Sucesso | Grandes e Pequenas empresas de Sucesso

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APRESENTAÇÃO

O mercado de trabalho na área administrativa é amplo, visto que muitas novas empresas

abrem todos os anos, além de que a maioria das empresas deve ter um setor que cuida do

financeiro e administrativo.

Para se destacar profissionalmente nos serviços gerais, a pró-atividade é um ponto muito

importante, além da vontade de se desenvolver e se atualizar.

OBJETIVOS

Reconhecer e compreender os serviços gerais administrativos;

Distinguir os serviços de apoio administrativo.

ATIVIDADES DE APOIO ADMINISTRATIVO

Independentemente do tipo de organização (pública ou privada) ou do ramo de atividade

(produtiva, prestação de serviços, agropecuária, entre outras), a existência de uma área

administrativa é sempre necessária para o apoio das atividades principais (atividades fins)

da organização.

Atividades administrativas

São diversas as atribuições da área administrativa e, para garantir que a organização como

um todo funcione conforme esperado ou planejado pelos seus dirigentes, é necessária a

existência de rotinas (normas e procedimentos) que devem ser observadas por toda a

comunidade da organização, bem como metas que devem ser perseguidas e alcançadas

por todos.

Normas práticas para serviços administrativos

Planejar as tarefas que serão realizadas durante o decorrer do dia e classificá-las em ordem

de importância e de urgência.

Manter a própria agenda e a agenda do seu chefe sempre atualizada, bem como um

caderno de ocorrências para acompanhamento de assuntos ou processos pendentes

(follow-up).

Serviços gerais

As rotinas de serviços gerais são aplicadas em diversas áreas de empresas públicas ou

privadas, que devem ser seguidas pelos trabalhadores desta área e respeitadas por todos

os demais funcionários e visitantes de uma organização, de forma a garantir que os serviços

sejam bem executados e que os recursos sejam preservados, evitando desperdícios ou

custos desnecessários.

Dicas para serviços gerais

O tempo torna-se maior, quando você supera a capacidade de administrá-lo.

Planeje os recursos.

Reexamine suas prioridades.

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Concentre a atenção naquilo que é essencial.

Estabeleça prazos.

Tome providências imediatas.

As atividades ou rotinas podem variar de acordo com a organização.

Os serviços de apoio administrativos podem ser organizados da seguinte forma:

Serviço de malote;

Serviço de mensageiro;

Serviço de cartório;

Controle telefônico e Serviço de fotocópia.

Serviço de malote

O serviço de malote é um serviço organizado de transporte regular para correspondência e

pequenos valores e deve ocorrer, ou ser implementado, sempre que houver a necessidade

de envio ou recebimento com frequência de grande quantidade de documentos ou valores

entre dois pontos.

Esse serviço pode ocorrer internamente, ou seja, dentro da organização entre

departamentos, setores ou entre unidades da mesma organização, porém separadas

fisicamente (distantes uma das outras - exemplo: Matriz e Filial), ou pode ocorrer

externamente, ou seja, entre organizações diferentes (exemplo: de uma empresa para o

banco - de uma empresa para o escritório de contabilidade, entre outros).

A vantagem da utilização ou implementação de um serviço de malote é a otimização

(economia) dos recursos de envio de documentos e valores para um mesmo local, bem

como o controle de seu conteúdo, garantindo que o que foi enviado foi recebido e vice-

versa. Deve ser estabelecido um horário fixo para o envio do malote, que deve ser do

conhecimento geral de toda a organização.

O horário, por sua vez, dependerá da necessidade

da chegada dos documentos ou valores no local de

destino.

Por exemplo: se os documentos forem destinados

a uma agência bancária e se essa agência fecha às

16h00, o malote deve sair da organização com a

antecipação necessária para que o malote chegue à

agência dentro do horário necessário ou dentro do horário

combinado com a administração do banco.

O horário também poderá ser definido de acordo

com a existência de algum transporte regular (com

frequência e com hora marcada) entre os pontos.

Por exemplo: se diariamente existe um transporte entre

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25

uma matriz e sua filial, esse transporte pode ser utilizado para o serviço de malote.

A utilização de transportes existentes deve ser

utilizada sempre que possível, para diminuir os gastos da organização e melhor aproveitar

os seus recursos.

Todos os documentos que serão colocados no malote devem ser listados em um caderno

próprio para essa utilização ou em uma lista própria, que poderá ser confeccionada por

computador ou mesmo de forma manual.

Após a confecção da lista, deve existir uma conferência de todos os documentos

para certificar que a lista está preenchida corretamente e que todos os documentos estão

realmente relacionados.

A lista deve seguir dentro do malote ou em anexo (juntamente com o malote).

No recebimento do malote, todos os documentos ou valores devem ser conferidos com a

lista existente, para garantir que tudo que estiver na lista realmente está dentro do malote,

ou seja, está sendo realmente recebido.

Após a conferência, a lista deve ser assinada e todos os documentos registrados em

caderno próprio ou em uma nova lista para consultas futuras.

A conferência e o registro no ato do recebimento é muito importante, pois, se algum

documento não estiver no malote, o responsável pela perda ou reembolso, no caso de

valores, poderá ser o funcionário que assinou a lista de recebimento.

Serviço de mensageiro

O serviço de mensageiro consiste na entrega de

documentos entre os diversos setores ou departamentos de uma

organização, inclusive os documentos recebidos através de malote

ou documentos que serão destinados ao malote.

É importante que todos os documentos sejam registrados e

entregues mediante a assinatura de protocolo, para garantir que o

documento ou valor entregue ao mensageiro foi devidamente

recebido pelo destinatário.

O livro de protocolo pode ser de serviços gerais (quando se tratar de documentos recebidos

de terceiros) e pode ser de propriedade do setor remetente, ou seja, do setor que está

enviando o documento ou valor. Esse livro acompanha o mensageiro e deve ser assinado

pela pessoa responsável pelo recebimento.

O livro deverá retornar ao remetente e será utilizado para consulta no caso de

extravio de qualquer documento ou valores.

O trajeto do mensageiro dentro da organização normalmente é definido pela administração

da organização de acordo com as prioridades de horário entre a remessa e recebimento de

documentos.

Exemplo: a administração pode definir que os boletos bancários recebidos pelo

malote do correio devem ter prioridade sobre os demais documentos (devem ser entregues

primeiro).

Dessa forma, o primeiro trajeto do mensageiro seria da recepção dos documentos até a

tesouraria ou contas a pagar. O mensageiro também pode ser solicitado para entregas

ocasionais.

Serviço de cartório

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26

O serviço de cartório é semelhante ao serviço de mensageiro, porém sempre ocorre entre

algum setor ou departamento da organização e um cartório.

Pode ser autenticação de documentos, reconhecimento de firmas, registro de contratos,

entre outros serviços prestados.

Normalmente, os documentos enviados ou recebidos dos cartórios são muito

importantes e deve existir muito cuidado em seu transporte, para que não ocorra perda ou

extravio, além de que os serviços são pagos, o que significa que existirá o transporte de

valores. Eventualmente, algum serviço relacionado ao cartório pode não ser entregue no ato

da entrega ou na solicitação. Quando isso ocorre, o cartório emite um documento de

protocolo.

É importante que esse documento seja bem guardado, pois é com a apresentação

do mesmo que o serviço será recebido. De acordo com as instruções do solicitante do

serviço, a guarda do protocolo pode ser do mensageiro ou do próprio solicitante.

Controle telefônico

O serviço de telefonia de uma organização deve ser destinado prioritariamente para

utilização de assuntos relacionados à empresa e deve ser controlado para que não existam

exageros decorrentes de custos desnecessários.

Para garantir que a utilização esteja dentro do nível esperado pela organização, é

importante a existência de um controle de utilização do sistema de telefonia.

O controle da utilização do sistema deve indicar por ramal telefônico (ramais ou linhas

estejam liberados para ligação externa – local ou interurbana): quais os números discados

(celular ou telefone fixo), quais as regiões (local ou interurbano) e o tempo de cada ligação.

Pode existir um controle individual ao lado de cada aparelho (caderno) que deve ser

transcrito para um único controle ou arquivado para futura consulta e conferência com a

conta telefônica.

As ligações constatadas como particulares (bem como os valores correspondentes)

devem ser informadas para o setor de pessoal da organização para que seja aplicado o

devido desconto em folha de pagamento do usuário que efetuou a ligação.

Os sistemas telefônicos atualmente permitem a distribuição de uma senha de acesso

para cada usuário.

Em qualquer ramal em que o usuário for efetuar uma ligação telefônica, é necessária

a digitação da senha antes de discar o número (externo) desejado.

Através dessa senha ou identificação numérica, a central telefônica da organização

pode emitir uma lista por usuário, facilitando o controle e a verificação de eventuais ligações

particulares ou de ligações muito longas.

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27

Atendimento Telefônico

A comunicação telefônica é essencial para uma

empresa, independente do seu ramo de atividade, uma vez

que grande parte do relacionamento com os clientes,

fornecedores, outras empresas e o público em geral é feita

por telefone.

Falar ao telefone pode parecer muito fácil, mas se engana

quem pensa assim.

O tom de voz, a clareza e a atenção são, entre

outros, alguns cuidados a observar nas comunicações

telefônicas. Estes hábitos só se adquirem com a prática e bons métodos.

A sua responsabilidade como profissional ao fazer ligações ou receber chamadas

telefônicas é muito maior do que se pensa, pois neste momento você está passando uma

imagem sua e da empresa em que trabalha.

O telefone é um importante veículo de comunicação para todo profissional, por se

tratar de um meio de comunicação rápido, eficiente, e por isso, bastante prático.

Familiares e amigos tem de ser prevenidos no sentido de fazer ligações pessoais apenas

em situações de absoluta emergência.

Evite longas conversas desnecessárias principalmente em ambiente de trabalho.

Considerando-se que as pessoas que se comuniquem por telefone não se veem, não

podendo observar reações e expressões faciais, é o tom de voz e a linguagem que

estabelece a simpatia do interlocutor.

Uma voz alegre e profissional (alta, clara e pausada) causa boa impressão, ao contrário

daquela seca e distante.

Normas práticas para atendimento telefônico

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Atender, prontamente, ao chamado, evitando a espera excessiva por parte de quem

deu o telefonema;

Dizer o nome da empresa ou setor, o cumprimento e o seu nome;

Ouvir atentamente o que a pessoa fala;

Falar tranquilamente, com clareza e certa cerimônia, em tom adequado para ser bem

ouvido;

Ser cordial e objetivo, evitando qualquer expressão vulgar, não condizente com um

atendimento profissional;

Se tiver que interromper a ligação por alguns segundos deve explicar e pedir a quem

está na linha que aguarde;

Boa dicção e terminologia correta são imprescindíveis e não deve haver intimidades.

As informações têm de ser precisas, sem ser comprometedoras, pois, podem gerar

ideias erradas e há informações que não podem ser divulgadas.

Evite os diminutivos;

Evite termos como: Meu Bem, Meu Amor, etc.

Quando deixar alguém esperando no telefone agradeça por ter esperado;

Faça sempre uso das expressões: Por favor, Obrigado, Pois não, Desculpe-me, Por

nada;

Não colocar o telefone entre o rosto e o ombro, isso dificulta a dicção;

A distância entre a boca e o aparelho deve ser mais ou menos 3 cm e

Queixas e reclamações telefônicas são desagradáveis para quem às ouve, mas

inevitáveis.

O profissional que atende ligações de clientes deve estar preparado para o caso de

reclamações.

O reclamante pode mesmo não ter razão, mas de qualquer forma, deve ser ouvido

com atenção e consideração.

Procure solucionar o problema o mais rápido possível e jamais tente se livrar do

problema, transferindo a chamada para outra pessoa, a não ser que tenha certeza

de que ela pode resolver.

Serviço de fotocópia

Da mesma forma que o serviço de telefonia, o serviço de fotocópia, cópia xerográfica

ou outras modalidades, deve ser efetuado apenas para documentos relacionados ao

trabalho, podendo ser efetuadas cópias para uso pessoal somente se previstas nas normas

administrativas e, eventualmente, mediante pagamento dos serviços.

Para assegurar que o serviço de cópias esteja sendo utilizado adequadamente e

sem desperdícios, é importante ter um controle de cópias, que deve conter a data, o horário,

o solicitante, o setor ou departamento, o número de cópias e informação sobre o documento

copiado.

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29

No caso da extração de cópias particulares (se permitido), a informação deve ser

encaminhada para o setor de pessoal para a aplicação

do desconto em folha de pagamento, se não existir o

pagamento antecipado pelo serviço.

Algumas máquinas permitem a digitação de senhas ou

do número dos departamentos por ocasião do início do

serviço de reprodução.

Esses modelos de máquinas ―guardam‖ essa informação

na memória e emitem, quando solicitadas, um relatório

com os números dos usuários ou dos departamentos e a

quantidade de cópias extraídas.

É importante que o serviço de cópias seja executado

mediante um requerimento específico assinado pelo

responsável pelo setor solicitante e que esteja autorizado

a assinar esse tipo de solicitação.

Esse procedimento, bem como a lista de pessoas autorizadas a assinarem a requisição de

cópias, normalmente estão contidas nas normas administrativas da organização.

Um detalhe importante de segurança nesse serviço é a retirada de folhas que tenham sido

presas em seu trajeto no interior da máquina de cópias.

A retirada da folha e troca do cartucho de toner deve ser efetuada por pessoal treinado para

evitar acidentes.

Normas práticas para recepção do visitante

Procure informar-se quanto ao nome da visita.

Procure saber também a qual organização pertence e qual o

propósito da visita.

Visitas frequentes devem ser atendidas com o mesmo bom

humor.

Demonstre reconhecimento pelo nome.

Seja cortês e prestativo.

Manifeste vontade de ajudar o visitante a alcançar seus

propósitos.

Jamais julgue um visitante ou cliente pela aparência.

Cumprimente o visitante com entusiasmo.

Deixe transparecer que a visita de qualquer pessoa é muito importante para

empresa.

Proteja o tempo de seu executivo e resolva você mesmo tudo o que estiver ao seu

alcance.

Cuide da sua postura, da sua sala e preocupe-se também com uma comunicação

clara.

Ao cumprimentar seu visitante, fixe-os nos olhos, sorria e ponha-se à disposição.

Ao conduzir o visitante à sala do executivo, caminhe lado a lado com ele, abra a

porta sem ficar de costas, peça para que sente e apresente-o ao gerente e saia da

sala.

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Evite interromper a entrevista, exceto em caso de urgência.

Em caso de telefonemas comunique seu chefe por escrito e ele saberá como agir.

CONCLUSÃO

Os serviços gerais administrativos dependem da característica e dos procedimentos internos

de cada empresa e a atuação do Auxiliar Administrativo está presente em cada etapa destes

procedimentos, se integrando a toda rotina administrativa. Priorizar o que é importante no

momento e mostrar seu potencial a todo o momento é o seu grande desafio profissional.

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APRESENTAÇÃO

Nesta unidade apresentaremos como separar, protocolar e organizar documentos e

correspondências e reconhecer os principais documentos utilizados na rotina diária

administrativa.

OBJETIVOS

Saber e aplicar a organização interna de documentos e correspondência;

Separar, protocolar e organizar documentos e correspondências;

Distinguir os tipos de documentos de uma empresa.

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SEPARAÇÃO E PROTOCOLO

A manipulação de documentos e correspondências é constante, onde a separação, o

protocolo e a organização são atividades de rotina administrativa.

Ambos são redigidos na forma de texto empresarial porém possuem aplicações distintas.

Processo de comunicação

Em um processo de comunicação temos os seguintes elementos: contexto, emissor,

mensagem, receptor, veículo e o código da mensagem.

TODO FEEDBACK É POSITIVO!

Comunicação por correspondência

A correspondência é um instrumento de

comunicação e insere todos os seus

elementos.

Na correspondência o emissor torna-se

remetente, o receptor torna-se destinatário e

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35

pressupõe o ato ou efeito de corresponder-se (retorno) e requer acompanhamento,

principalmente, no âmbito empresarial. O que determinará o tipo de correspondência é a

análise da relação entre receptor e destinatário. Há três tipos de correspondência:

Familiar ou social - trata de assuntos variados, desde felicitações, convites e avisos até

solicitações e pêsames. A linguagem utilizada pode ser informal e dependendo do contexto

formal;

Oficial - correspondência dirigida a autoridades

ou órgãos públicos, eclesiásticos ou militares.

A forma de tratamento depende da pessoa a

quem se envia a mensagem, exemplos:

Vossa Senhoria (V.Sa.) – para autoridades;

Vossa Excelência (V. Exa.) - para altas

autoridades;

Vossa Reverendíssima (V. Revma.) - para

sacerdotes.

Comercial - trata de assuntos ligados à vida do comércio, da indústria, dos bancos,

escritórios e empresas. Tem por objetivo estabelecer um relacionamento entre as empresas,

ou entre as pessoas e as empresas. A linguagem utilizada nesse tipo de correspondência

deve ser formal, objetiva, simples, elegante e correta.

Documentação

Documentação é um conjunto de técnicas cujo objetivo primordial é a produção,

sistematização, distribuição e utilização de instrumentos de comunicação.

A documentação se refere à facilidade de acesso

às informações e conhecimentos especializados.

Natureza do documento

De acordo com a sua origem o documento pode ser:

Comercial; Científica e Oficial.

Tratamento de documentos

O processo de documentação com recebimento, separação, leitura, classificação e

arquivamento organizado de documentos segue as seguintes etapas:

Registrar a entrada e saída de documentos (Exemplo: livro de protocolo);

Conferir notas fiscais, faturas de pagamentos e boletos;

Tirar documentos;

Distribuir documentos;

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Conferir dados e datas;

Verificar documentos;

Identificar irregularidades nos documentos;

Conferir cálculos;

Submeter pareceres;

Classificar documentos;

Arquivar documentos.

Processo de entrada

A informação necessita ser tratada e organizada da fonte geradora à armazenadora,

para que o produto final seja repassado aos usuários satisfatoriamente.

O documento contém dados de grande importância para as decisões administrativas.

O registro de entrada do documento é efetuado no setor de protocolo, que tem como

atividade principal: executar as atividades de movimentação, controle e expedição de

requerimentos, processos e outros documentos, atendendo com presteza às solicitações

dos usuários sobre o andamento dos processos e papéis de seu interesse.

No setor de protocolo, a ausência de técnicas e métodos apropriados, bem como

usos inadequados, prejudicam o correto arquivamento do documento no seu destino final,

após a tramitação.

Consequentemente, os usuários e administradores serão penalizados com a

lentidão, a imprecisão e a inconfiabilidade quando solicitarem informações.

Processo de tramitação

Após o registro no protocolo, o documento é encaminhado a setor ou autoridade para as

providências necessárias em função da conclusão do assunto. O documento pode sair do

setor de protocolo sob a forma original em que deu entrada, ou sob a forma de processo,

recebendo uma capa. Irá formar um dossiê, até chegar à conclusão, passando por diversas

autoridades, recebendo pareceres e até anexos.

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Processo de arquivamento

Após a tramitação e conclusão do assunto tratado no documento, ele é destinado a sua

etapa final - o arquivamento. Geralmente, o arquivamento inicial é feito no arquivo setorial.

Após cinco anos, o documento irá para o setor de avaliação de documentos, se ainda

apresentar validade, ou para o descarte.

Tipos de documentos

Os instrumentos de comunicação que circulam no departamento administrativo são

separados em documentos e correspondências. Os documentos administrativos podem ser:

ata, edital, estatuto, declaração e atestado, procuração, comunicado ou avisos, convocação,

etc.

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Estudaremos estes documentos mais afundo na disciplina de Redação Técnica!

Tipos de documentos que circulam no setor financeiro

Vamos praticar???

Exemplos:

Duplicata

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Boleto Bancário

Recibo

Nota Promissória

Cheque

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Arquivologia

Para organizar com sucesso documentos e correspondências, é preciso

conhecer os conceitos básicos que envolvem a atividade do setor de arquivologia.

A arquivologia é a área que estuda arquivo e organização de documentos e é

também chamada de arquivística, concursos públicos para área administrativas cobram os

conhecimentos teóricos que estudaremos a seguir.

Site: http://www.questoesdeconcursos.com.br/pesquisar/disciplina/arquivologia

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Conceitos fundamentais

Arquivo

Conjunto de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter

público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem

como por pessoa física e jurídica, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza

dos documentos (Definido pela Lei Federal para Política nacional de arquivos públicos e

privados nº 8.159/91, art. 2º).

Acervo

Totalidade dos documentos sob custódia de um arquivo.

Ex.: _________________________________________

Gestão de documentos

Conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso,

avaliação e arquivamento dos documentos em fase corrente e intermediária, visando a sua

eliminação ou recolhimento para guarda permanente (Lei Federal nº 8.159/91, art. 3º).

Ex.: _________________________________________

Arquivamento

Sequência de operações que visam à guarda ordenada de documentos. Ação pela qual uma

autoridade determina a guarda de um documento, cessada a sua tramitação.

Ex.: _________________________________________

Documento corrente

Aqueles documentos em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objetos de

consulta frequente. São armazenados em Arquivos Correntes.

Ex.: ______________________________________

Documento intermediário

Documento que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse

administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.

São armazenados em Arquivos Intermediários.

Ex.: _________________________________________

Documento permanente

Documento de valor histórico, probatório e informativo, que deve ser definitivamente

preservado.

É armazenado no arquivo permanente.

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42

Ex.: _________________________________________

Avaliação de documentos

Processo de análise e seleção de documentos de arquivo, que estabelece sua destinação

de acordo com os valores que lhes são atribuídos.

Ex.: _________________________________________

Arquivo privado

Conjunto de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em

decorrência de suas atividades (Lei Federal nº 8.159/91, art. 11).

Ex.: _________________________________________

Arquivo público

Conjunto de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por

órgãos públicos de âmbito federal, estadual, municipal, e do Distrito Federal, em decorrência

de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias permanentes (Lei Federal nº

8.159/91, art. 7º).

Arquivo integrante da administração pública.

Ex.: _________________________________________

Teorias das três idades

Teoria segundo a qual os arquivos são caracterizados como correntes, intermediários ou

permanentes, de acordo com a identificação dos valores primário e secundário dos

documentos, considerando-se sua natureza, tratamento e utilização.

Ciclo vital dos documentos

Sucessivas fases por que passam os documentos de um arquivo, da sua produção até a

sua eliminação ou guarda permanente.

Destinação

Em decorrência da avaliação, encaminhamento dos documentos à guarda permanente, à

eliminação e/ou reprodução.

Espécie documental

Divisão de gênero documental, que reúne tipos documentais por suas características

comuns de estruturação da informação, como ata, carta, decreto, fotografia, memorando,

ofício, plantas, relatório.

Gênero documental

Reunião de espécies documentais que se assemelham por

seus caracteres essenciais, particularmente o suporte e a

forma de registro da informação, como documento

filmográfico, sonoro, audiovisual, cartográfico, iconográfico,

informático, micrográfico, textual.

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Manutenção de documentos

O arquivamento de documentos consiste na colocação do documento no lugar a ele

destinado (estante, arquivo, prateleira ou pasta), e deve ser feito diariamente, pois, quando

os documentos se acumulam, acabam ocorrendo problemas (perda, extravio ou dano).

Se por acaso existirem documentos que necessitem ficar para arquivamento no dia

seguinte, recomenda-se a guarda dos mesmos em armários.

Antes de guardar qualquer documento, a empresa ou a área responsável pelo arquivo da

empresa deve elaborar um quadro de avaliação de documentos.

O quadro de avaliação de documentos consiste em orientações para o tratamento dos

documentos, por tipo de documento (corrente, permanente e intermediário).

No quadro de avaliação devem constar os seguintes dados:

a fase ou tipo do documento;

a descrição do grupo de classificação deste documento;

o conteúdo ou assunto de cada documento.

Algumas medidas devem ser tomadas, antes do arquivamento, para assegurar a

conservação dos documentos:

perfurar os documentos uniforme e adequadamente;

retirar clipes e alfinetes, e utilizar o grampeador com grampos de alumínio;

dobrar os documentos adequadamente, se excederem os tamanhos padronizados, e

desdobrar caso seja necessário;

Arquivamento de recortes

Devem ser arquivados em pastas, por assunto, e após devem ser colocados em folhas

soltas de papel tamanho ofício.

Se for um artigo que tenha continuação no verso, o recorte deve ser guardado em envelope

que também será colocado em folha de papel.

No alto e à direita do recorte, deverá ser anotada a data e fonte de onde ele foi extraído,

como também o assunto da pasta de arquivamento.

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Clipping

É uma expressão idiomática da língua inglesa,

uma "gíria", que define o processo de

selecionar notícias em jornais, revistas, sites e

outros meios de comunicação, geralmente

impressos, para resultar num apanhado de

recortes sobre assuntos de total interesse de

quem os coleciona. Pode-se também

desenvolver o trabalho de clipagem em redes

sociais, blogs, webjornais, rádio e televisão.

Para isso, há inúmeras ferramentas que

colaboram para a agilidade do trabalho.

Classificação de arquivamento

A classificação do arquivamento de documentos pode ser da seguinte forma:

Alfabético;

Numérico;

Alfanumérico;

Assunto em ordem alfabética;

Assunto em ordem de codificação;

Cronológico;

Origem ou destino em ordem alfabética;

Origem ou destino em ordem de codificação;

Geográfico e Natureza do documento.

Organização do arquivo

Arquivo é o conjunto de documentos organizados.

Podem ser ativos, inativos ou arquivo morto. Deve ser montado de forma a oferecer:

Segurança;

Precisão na organização;

Simplicidade;

Flexibilidade e

Facilidade de acesso.

Centralização de arquivamento

A centralização do arquivo de documentos oferece algumas vantagens, que são:

Eficiência;

Responsabilidade;

Economia;

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Uniformidade;

Concentração e Utilização.

Guarda e conservação

Os seguintes procedimentos devem ser seguidos para que haja a guarda e conservação

adequada dos documentos:

Fazer o arquivamento diário de pastas e papéis;

No momento de arquivar um documento, confrontar o conteúdo e o número da pasta

para evitar engano;

Manter uma sequência estritamente cronológica - não grampear e não arquivar

juntas a correspondência recebida e a expedida;

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Marque com um ―V‖ as alternativas verdadeiras e com ―F‖ as alternativas falsas:

1) ( ) Em um processo de comunicação temos somente os seguintes elementos: emissor,

mensagem e receptor.

2) ( ) Correspondência comercial trata de assuntos ligados à vida do comércio, da indústria,

dos bancos, escritórios e particulares.

3) ( ) Documentação é um conjunto de técnicas destinadas a produção, sistematização,

distribuição e utilização de instrumentos de comunicação.

4) ( ) Os instrumentos de comunicação que circulam no departamento administrativo são

separados em documentos e e-mails.

5) ( ) Correspondência é a comunicação não-verbal entre os setores da empresa.

6) ( ) O e-mail e comunicados via redes sociais são correspondências eletrônicas.

7) ( ) A centralização do arquivo de documentos oferece vantagens como eficiência e

economia.

8) ( ) O arquivamento de documentos consiste na colocação do documento no lugar a ele

destinado.

9) ( ) A arquivologia é a área que estuda a organização física dos arquivos.

10) ( ) Documento permanente possui valor histórico, probatório e informativo, que deve ser

definitivamente preservado.

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APRESENTAÇÃO

Neste módulo entenderemos como se estrutura uma empresa e seus processos

administrativos na gestão de pessoas, bem como conheceremos as rotinas administrativas e

reconhecer as estratégias de marketing.

OBJETIVOS

Distinguir as Rotinas Administrativas;

Conhecer e entender a Estrutura Empresarial;

Conhecer e entender o Processo Administrativo;

Conhecer a Gestão de Pessoas;

Reconhecer as Rotinas Administrativas;

Reconhecer as Estratégias de Marketing.

Estrutura das organizações

Para atender o nível de qualidade exigido pelos clientes e manterem-se competitivas

no mercado, as empresas precisam estar bem estruturadas. Em termos gerais, essa

estrutura básica de uma empresa é composta por três áreas:

OS SETORES ADMINISTRATIVOS

Recursos Humanos

A Área de RH mantém estreito relacionamento com a operacional.

Participa dos processos de mudança da empresa;

Acompanha procedimentos em caso de acidentes (com clientes internos e externos);

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Área Jurídica

A área de operação também utiliza os serviços da Área Jurídica, principalmente nas

situações em que se faz necessária a intervenção de um advogado, como nos casos de

acidentes que resultem em responsabilidade legal para a empresa, questões trabalhistas,

etc.

Área Financeira

O relacionamento com a Área Financeira ocorre na prestação de contas de numerários e no

recebimento de informações.

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Diretoria

A Área de Operação fornece dados à Diretoria sobre necessidade de ampliação e

renovação da frota, para que a diretoria autorize ou não a compra de novos veículos, de

acordo com o planejamento estratégico.

A Diretoria também recebe relatórios mensais de resultados da área e, dentre outras

ações, define metas para a Operação.

Tecnologia e Informação

É a área responsável pelo desenvolvimento de sistemas de informações e serviços para

toda a empresa, além de suporte e manutenção a todas as áreas informatizadas.

Setor Manutenção

A Manutenção tem a função de fornecer à Área de Operação equipamentos em perfeitas

condições de funcionamento, para que este setor possa dispor regularmente máquinas para

operar e em reserva operacional.

PROCESSOS ADMINISTRATIVOS

O Processo Administrativo envolve uma série de atividades relacionadas com o

suporte das atividades operacionais da empresa. É considerado uma atividade-meio para a

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realização do serviço. Também pode ser chamado de um conjunto de atividades de suporte

à operação, ou seja, suporte à realização dos serviços.

Em uma empresa, as principais atividades que estão inseridas no processo

administrativo são:

Suprimento

Subprocesso administrativo que está relacionado com todo o processo de compra para a

empresa. As atividades envolvidas estão relacionadas com a solicitação do pedido de

compra pelo almoxarifado, cotação de preços, negociação de prazo de entrega, condições

de pagamento e controle de entrega.

Almoxarifado

Atividade relacionada com o estoque de peças, acessórios e material de escritório

necessário à realização da atividade de transporte.

Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC)

Envolve atividades relacionadas com a recepção da

empresa e as atividades de atendimento ao cliente.

SAC

O serviço de SAC é sempre encontrado nas empresas e,

além de ser determinante para a receita da empresa, pode

servir como forma de avaliar a satisfação dos clientes e de

traçar ações de melhoria. Portanto, essa atividade

administrativa requer a organização e o tratamento das

sugestões e reclamações dos clientes, buscando sempre a

melhoria dos serviços ofertados.

Exercício:

Sobre SAC, é assim?

Relate uma experiência enquanto cliente?

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Como você avalia o atendimento recebido. Como você faria?

Processo administrativo: Serviços Gerais

Subprocesso relacionado com serviços de apoio administrativo como despacho de

documentos e correspondências, reprografia, serviços externos e serviços auxiliares,

como:

Serviços de manutenção;

Serviços de transporte;

Serviços terceirizados e Serviços de limpeza.

Serviços de manutenção

De vital importância para uma organização é a utilização e a manutenção adequada de seu

bens (máquinas, equipamentos, mobiliários e instalações), tanto que, normalmente, existe o

setor patrimonial responsável pelo controle e registro individual (valor contábil) de cada item

material.

Existem os seguintes tipos de manutenção: a manutenção preventiva (a reforma também

pode ser considerada como manutenção), a manutenção corretiva e a manutenção de

melhoria (up-grade) do equipamento (reforma com atualização tecnológica ou melhoria de

funções).

A manutenção preventiva (periódica ou programada) ocorre por antecipação.

Manutenção preventiva

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Exemplo de manutenção preventiva: o automóvel vem com

um manual que contém a lista de itens a serem examinados

periodicamente ou de acordo com a quilometragem rodada.

Essa manutenção é efetuada para manter o equipamento

sempre em boas condições de uso e é chamada

preventiva, pois previne quebras e interrupções de trabalho.

Exemplo:

Manutenção em Hotelaria

Muitos de nós por vezes esquece-mo-nos da importância deste departamento num hotel.

Mas na verdade é este departamento que faz com que o hotel funcione eficientemente,

desde as condutas de água, esgotos, circuitos eléctricos equipamentos e muito mais. Farei

nas próximas linhas uma brevíssimo resumo do que deverá ser a gestão de manutenção.

Mas para explicar a Gestão de Manutenção terei de começar por explicar os tipos de

manutenção:

Manutenção Correctiva:

É um tipo de manutenção que visa ser feita quando o equipamento demonstra uma falha ou

avaria. Este tipo de manutenção divide-se em Manutenção correctiva planeada ( que vida

corrigir falhas de modo a manter a capacidade produtiva do equipamento) e Manutenção

Correctiva não planeada (que ocorre quando o equipamento avaria e deixa de funcionar).

Manutenção Preventiva:

É uma manutenção realizada com a intenção de reduzir ou evitar quebras de desempenho

ou funcionamento do equipamento.

Manutenção Preditiva:

Este tipo de manutenção visa realizar ajustes nos equipamentos que sejam susceptíveis de

ser ajustados ao longo do período de vida do equipamento. Alguns autores consideram esta

manutenção também como Correctiva.

Na Hotelaria a mais adequada é a Manutenção Preventiva, pois todos os equipamentos

deverão estar aptos para funcionar correctamente visto que a sua utilização é muitas vezes

preponderante para o funcionamento do hotel, ou de um serviço do mesmo. Para que se

possa ter uma Gestão de Manutenção devidamente adequada e organizada o Director de

manutenção deverá ter um dossier para cada equipamento ou conjunto de equipamentos

similares:

Nesse dossiê deverão constar os seguintes documentos:

- Manual de instruções do equipamento;

- Dados do fornecedor, fabricante, Garantia, e contacto dos serviços de apoio técnico;

- Factura de prova de compra do equipamento ( ou uma cópia);

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- Mapa de Manutenção preventiva;

- Mapa de Intervenções;

- Gráfico de Intervenções: período de vida do equipamento X Custo de Interversão.

Quanto aos três primeiros documentos não há muito a dizer, porque sabemos a que se

referem, no entanto os três últimos documentos é que assumem um papel importante para

que se possa executar uma eficiente Gestão da Manutenção.

Mapa de Manutenção Preventiva

Nome do

Equipamento

ID interno do

equipamento

Periodicidade

Ex: (quinzenalmente)

Componentes O que Fazer Data Colaborador Observações

Discriminação

dos

componentes

a analisar

O que fazer , ou

ter em atenção

para cada

componente do

equipamento

Data a

realizar a

manutenção

Nome e

assinatura de

quem fez a

manutenção

Registro de anomalias

registradas, ou outra

informação importante

a registrar.

Com este mapa podemos de modo fácil e eficaz de planear toda a manutenção para cada

equipamento: Vantagens:

- Diminui a possibilidade de avarias;

- Melhora o funcionamento dos equipamentos;

- Permite prever algumas falhas e corrigi-las antes que o equipamento avarie;

- Diminui custos;

-Aumenta o Período de Vida do equipamento;

- Melhora a segurança de quem utiliza esses equipamentos;

- Existe sempre um registo histórico do equipamento actualizado.

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Mapa de Intervenções

Data Componente

substituído

Custo da

Intervenção

Tempo de

Inatividade do

Equipamento

Colaborador Observações

Custo Total

das

Intervenções

Este mapa e gráfico permite de modo fácil e eficaz de saber que componentes foram

substituídos, quando foram substituídos e o custo que está associado à mesma intervenção.

Assim podemos ter uma análise mais viável que peças são susceptíveis de serem mais

vezes substituídas, o tempo em que o equipamento teve inactivo para a intervenção, de

quando é adequado substituir o equipamento.

Este pequeno resumo poderá ser perfeitamente adequado ao seu hotel, pois muitas das

vezes temos elevados custos e não sabemos de que equipamentos são assim torna-se mais

simples e fácil de saber que equipamentos tem desperdícios, evita avarias em momentos

inesperados, mantém a segurança de quem manuseia esse equipamentos e diz-nos com

rigor quando devemos substituir um determinado equipamento.

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59

Departamento Pessoal

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA

Um Pouco de História

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452,

de 1 de maio de 1943 e sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, consolidando e

unificando toda legislação trabalhista existente no Brasil.

Após a criação da Justiça do Trabalho em 1939, a CLT tornou-se uma

necessidade institucional. A primeira ideia era criar de uma só vez a Consolidação das

Leis do Trabalho e da Previdência, mas essa hipótese foi descartada logo na

primeira reunião.

Hoje a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a principal norma

legislativa brasileira referente ao Direito do Trabalho e o Direito Processual do

Trabalho. Seu objetivo principal é regulamentar as relações individuais e coletivas

do trabalho, nela previstas.

O contrato de todo empregado que trabalha para uma entidade particular, é

regido pela CLT, (por vezes chamado de ―celetista‖). São exceções os servidores

públicos, os profissionais autônomos ou pessoas jurídicas.

A CLT, no entanto apresenta um ponto passível de crítica: as mesmas leis que

regem o trabalho em uma grande empresa, uma multinacional, por exemplo, são as que

regem a contratação de um funcionário por um comerciante, por exemplo.

Já a Legislação Previdenciária tem sua origem em tempos mais distantes.

Previdência significa antevidência, ou qualidade de previdente. Ser previdente é ser

cauteloso e prudente. Por volta de 1880, alguns trabalhadores e políticos já

pensavam em garantir o seu futuro, findada a sua capacidade de produzir nas

mesmas condições dos jovens trabalhadores.·.

O início do processo de consolidação da Legislação Previdenciária se deu

em 1923, com a criação da Lei Elói Chaves (Decreto no. 4.682). Essa Lei determinou a

criação de um Caixa de Aposentadoria e Pensões para os empregados de cada

empresa ferroviária. Também neste mesmo ano, foi criado o Conselho

Nacional do Trabalho (Decreto no. 16.037) com atribuições de decidir questões

relativas à Previdência Social.

A partir daí, nos dezesseis anos que se seguiram, foram criados vários

decretos baseados na Lei Elói Chaves, estendendo os direitos previdenciários a

outros vários segmentos de trabalhadores. Em 1936, foi criado o Instituto de

Aposentadoria e Pensões dos Industriários. O Instituto de Previdência e Assistência dos

Servidores do Estado (INPS) surgiu em 1938.

Em 1939, foi reorganizado o Conselho Nacional do Trabalho, criando-se a

Câmara e o Departamento de Previdência Social. Com a aprovação da CLT em

1943.

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Consolidação das Leis Previdenciárias.

O Departamento Nacional da Previdência Social foi criado em 1946, que em pouco

tempo passou a se chamar Ministério da Previdência Social e depois Ministério da

Previdência e Assistência Social. Algumas reformas na Previdência foram

instauradas de lá para cá e os Decretos não pararam de aparecer, com o objetivo de

atender mais diretamente as Necessidades de segmentos específicos de

trabalhadores, até chegar ao modelo de Previdência que temos hoje.

Hierarquia das Leis

Dentro da constituição do Sistema Jurídico Nacional, é prevista uma

hierarquia de normas, as quais devem ser obrigatoriamente respeitadas:

1) Constituição Federal;

2) Medidas Provisórias, Leis Ordinárias e Leis Complementares;

3) Decretos;

4) Portarias, Instruções, Pareceres e Orientações Normativas;

5) Atos Declaratórios e Ordens de Serviço.

Na esfera trabalhista ainda temos:

Sentenças;

Jurisprudência;

Enunciados e Súmulas;

Precedentes Normativos

Há ainda a necessidade de se observar as sentenças normativas: acordos e

convenções coletivas e decisões em dissídios coletivos.

Relação de Emprego

Empregador:

O art. 2º. da CLT dispõe:

Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo

os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal

de serviços.‖

OBS.: Para ser considerado ―empregador‖, não há necessidade da empresa

estar formalmente constituída. Podem ser empregadores:

Empresas constituídas formalmente ou não, profissionais liberais, instituições

de beneficência, associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos e

autônomos.

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Empregado:

O art. 3º. da CLT dispõe:

―Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza

não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.‖

Há vínculo ou contratação trabalhista quando houver:

a) Trabalho pessoal: não pode ser substituído por outro;

b) Trabalho de natureza não eventual;

c) Subordinação e dependência: necessidade de comando orientação

para a execução da tarefa;

d) Remuneração;

e) Trabalhador que não corre o risco da atividade.

Para diferenciar uma contratação trabalhista de outros tipos de contratações há de

se considerar, concomitantemente:

a) Trabalhos que não exijam pessoalidade;

b) Trabalhos que sejam eventuais;

c) Trabalhos não subordinados (inexistência de horário, controle etc)

d) O prestador do serviço assume o risco da atividade.

CONTRATOS DE TRABALHO

Tipos de contratação de mão-de-obra

EMPREGADO (CELETISTA):

O contrato de trabalho produz direitos e deveres, tanto para o empregado quanto

para o empregador. É importante lembrar que este tipo de contrato não precisa ser,

necessariamente, escrito ou registrado na Carteira de Trabalho.

Os contratos podem ser por prazo determinado ou por prazo indeterminado.

PRAZO DETERMINADO:

Determinar corretamente o prazo, quando houver, é de extrema

importância para a empresa, pois pode favorecê-la na rescisão contratual,

atribuindo ônus menores (ex.: dispensa da multa de 40% do FGTS e aviso

prévio) ou ônus maiores (ex: indenização de 50% do período faltante).

Os contratos por prazo determinado podem ser de dois tipos:

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA:

Este contrato não pode exceder o período máximo de 90 dias e pode ser

prorrogado uma única vez, dentro desse período.

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CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO:

É também um tipo de contrato, cuja duração pode ser, no máximo, de 2 anos.

Este contrato também pode ser prorrogado uma única vez, neste período.

PRAZO INDETERMINADO

Após o vencimento dos contratos por prazo determinado (sejam eles de

qualquer um dos dois tipos mencionados acima), o contrato de trabalho passa a ser,

automaticamente, indeterminado; ou seja, o trabalhador não terá uma data certa para

deixar o emprego, bem como o empregador poderá solicitar a sua rescisão, desde que

arque com todos os encargos estabelecidos para a rescisão convencional (sem

justa causa ou com justa causa).

AUTÔNOMOS:

Deve haver um contrato escrito. Neste caso o contratado não é subordinado e

nem dependente da empresa.

O contrato pode ser por prazo determinado ou por prazo indeterminado.

Não são consideradas contratações válidas juridicamente:

a) Empreitadas com pessoas físicas: trabalhadores não registrados, não

exigência dos recolhimentos sociais, riscos cíveis e penais;

b) Contratações verbais: ausência de provas quanto aos parâmetros da

contratação;

c) Contratação de ex-empregados.

TERCEIRIZADOS:

Enquadra-se aos seguintes serviços:

a) Construção Civil (empreitadas ou subempreitadas) previstas nos artigos

610 a 626 do novo Código Civil e Art. 455 da CLT;

b) Limpeza e Conservação;

c) Manutenção;

d) Vigilância;

e) Segurança e Transporte de Valores;

f) Transporte de Cargas e Passageiros

g) Serviços de Informática

Não são consideradas contratações válidas juridicamente:

a) Exigência de pessoalidade na contratação;

b) Contratações verbais;

c) Não exigência de subordinação jurídica;

d) Contratação de ex-empregados;

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e) Contratação de pessoas jurídicas para a atividade fim da empresa ou não

prevista em legislação específica.

MÃO-DE-OBRA TEMPORÁRIA:

O empregado temporário pode ser contratado para atender a uma necessidade

temporária de substituição do funcionário efetivo ou a um acréscimo de serviços.

Prazo máximo: 3 meses. Pode ser prorrogado uma única Intermediação

obrigatória de uma empresa de prestação de serviços temporários.

Não são consideradas contratações válidas juridicamente:

a) Contratação de ex-funcionário;

b) Contratação Verbal.

COOPERADOS:

Devem ser participantes de cooperativas instituídas nos termos da Lei 5.764/71

e prestando serviços de acordo com o art. 442 da CLT e Portaria MTB 925/95.

Não são consideradas contratações válidas juridicamente:

a) Contratação de e Exigência de pessoalidade na contratação;

b) Contratações verbais;

c) Não exigência de subordinação jurídica;

d) Contratação de ex-empregados;

Contratação de pessoas jurídicas para a atividade fim da empresa ou não

prevista em legislação específica.

ESTAGIÁRIOS:

Podem ser estagiários estudantes que estiverem frequentando o

ensino regular, em instituições de educação superior; de educação profissional, de

ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na

modalidade profissional da educação de jovens e adultos. (art. 1º da Lei nº

11.788/2008).

Alguns procedimentos formais devem ser estabelecidos entre a empresa

concedente, a instituição de ensino e o estagiário.

A empresa poderá, ou não, conceder uma bolsa-auxílio ao estagiário.

Em 2008, surgiu a nova Lei de Estágio. O Ministério do Trabalho e

Emprego apresenta uma cartilha, tirando as principais dúvidas, através do link

http://www.mte.gov.br/politicas_juventude/Cartilha_Lei_Estagio.pdf.

Poder Disciplinar

É direito do empregador, aplicar punições ao empregado que não cumpra com

as suas responsabilidades estabelecidas no contrato de trabalho. É importante que a

punição seja aplicada imediatamente e corresponda à gravidade do ato faltoso, cometido

pelo empregado. Se o empregador demorar para aplicar a punição, essa demora pode

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ser entendida, judicialmente, como perdão do empregador.

Exemplo: um empregado faltou pela primeira vez, sem justificativa. Além de

efetuar os descontos cabíveis, este funcionário poderá receber uma advertência

verbal ou por escrito. O empregado torna a faltar novamente, sem

justificativa. Pode-se aplicar nova advertência ou uma suspensão de um dia. Persistindo,

a empresa poderá aplicar uma suspensão de três dias e após, até mesmo uma

dispensa por justa causa, em razão de desídia.

Há de se destacar aqui a importância de se utilizar o bom senso e do uso da razão

para analisar o ato do empregado.

Suspensão do Contrato de Trabalho

Uma suspensão do contrato de trabalho pode ser caracterizada

pela não exigência de algumas cláusulas específicas, enquanto que outras cláusulas

acessórias devem ser seguidas. O tempo suspenso não é contado como tempo

trabalhado. Ex.: não há a exigência do trabalho, por parte do empregado, e nem do

pagamento de salário, por parte do empregador.

Porém, como o vínculo empregatício ainda existe, o empregado não poderá

violar um segredo da empresa, não poderá fazer concorrência e nem falar mal da

empresa, por exemplo.

São exemplos de suspensão: licença não remunerada;

Afastamento por doença após os primeiros 15 dias;

Suspensão disciplinar;

Aposentadoria provisória;

Acidento do trabalho;

Serviço militar obrigatório;

Exercício de cargo público não obrigatório (vereador, por exemplo);

participação em greve;

Desempenho de cargo sindical com afastamento; participação em

curso.

Programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador desde

que seja aceito pelo empregado e previsto em convenção ou acordo coletivo.

Durante a suspensão, o empregador pode oferecer uma ajuda mensal

desvinculada do salário bem como tem a obrigação de não dispensar o empregado, até o

prazo mínimo de 3 meses após o seu retorno, sob pena de pagamento de multa

mínima equivalente a uma remuneração do empregado.

Interrupção do Contrato de Trabalho

Já no caso da interrupção do contrato de trabalho, o tempo de serviço continua

sendo contado e o empregador continua com a obrigação de pagar o salário do empregado

ainda que este não retribua com trabalho.

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Exemplos de interrupção: domingos e feriados, férias, ausências legais

autorizadas*, afastamento por maternidade, os 15 primeiros dias no caso de afastamento

por doença ou acidente de trabalho, aviso prévio indenizado, comparecimento em

juízo, comparecimento em vestibular etc.

* AUSÊNCIAS LEGAIS AUTORIZADAS:

• 2 dias consecutivos por falecimento do cônjuge, ascendente,

irmão ou dependente;

• 3 dias consecutivos por casamento;

• 1 dia para cada 12 meses trabalhados, por doação de sangue;

• 2 dias por alistamento eleitoral;

• 5 dias por nascimento de filho (para homens).

Acordos, Convenções e Dissídios Coletivos

Por força de disposição legal, todos os empregados e empregadores são

representados por sindicatos. Os sindicatos dos empregadores recebem o nome de

categoria econômica ou patronal, os sindicatos dos empregados, categoria

profissional.

A CLT define a hierarquia sindical da seguinte forma: associações, sindicatos,

federações e confederações, respectivamente. As Centrais Sindicais (CUT, Força

Sindical, CGT etc), apesar de serem entidades jurídicas com legitimidade de

representação aceita pelo Governo, não possuem reconhecimento legal.

O Acordo Coletivo existe quando os sindicatos de categoria profissional o fazem

com uma ou mais empresas desta categoria, estipulando condições de trabalho no

âmbito da empresa. O Acordo Coletivo não pode ferir uma cláusula constante em uma

Convenção Coletiva.

A Convenção Coletiva é o acordo entre dois ou mais sindicatos de

categorias profissionais e patronais, estipulando condições de trabalho no âmbito das

respectivas representações.

O Dissídio Coletivo é o instrumento jurídico utilizado pelos sindicatos, empregados e

empregadores quando não houve acordo negociado. o resultado de um Dissídio é uma

Sentença Normativa que deve ser obrigatoriamente seguida por todas as partes

envolvidas.

Para que a Convenção, o Acordo ou o Dissídio ocorram ou sejam revalidados, há

necessidade de se estipular uma data- base. Nesta data, são aplicados os

ajustes salariais, aumentos reais e outros benefícios, condições e direitos

negociados. A vigência máxima de uma norma coletiva é de 2 anos

Simples Nacional – Aspecto Trabalhista

O Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, aprovado pela Lei

Complementar no. 123/06, criou alguns benefícios relativos à legislação trabalhista:

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De acordo com o art. 51, as Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte ficam

dispensadas das seguintes obrigações:

• Afixar o Quadro de Trabalho em suas dependências;

• Anotar as férias dos Empregados nos livros ou Fichas de Registro;

• Empregar e matricular aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de

Aprendizagem;

• Possuir o Livro de Inspeção do Trabalho;

• Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a concessão de férias

coletivas.

O PROCESSO DE ADMISSÃO

Entende-se por admissão o compromisso formal estabelecido entre

o empregador e o empregado, ou seja, a efetivação de um Contrato de Trabalho com

direitos e deveres de ambos.

Vários são os documentos necessários à admissão de um empregado: RG,

CPF, Título de Eleitor, Reservista, Certidão de Casamento, Certidão de Nascimento

dos filhos menores de 21 anos, declaração escolar dos filhos menores de14 anos,

Carteira de Vacinação dos filhos menores de 7 anos de idade, carteira de vacinação

do candidato, comprovante de endereço etc. Outros documentos também

podem ser solicitados de acordo com o cargo que o futuro funcionário vai ocupar, como por

exemplo, Carteira de Motorista.

Para solicitar os documentos, levam-se em consideração as normas do

Ministério do Trabalho e outros órgãos públicos (Previdência Social, Caixa

Econômica Federal etc). A empresa pode ficar com uma cópia dos documentos originais

apresentados. Os documentos originais devem ser devolvidos ao empregado. É

recomendável ainda que estes, principalmente a Carteira de Trabalho sejam

devolvidos ao empregado, contra a assinatura de um recibo.

Após a entrega de todos os documentos, alguns

procedimentos são necessários no ato da admissão:

1) O registro do Empregado no Livro, Ficha ou Sistema Eletrônico de registro

correto do empregado implicará na correta utilização do mesmo na prestação de contas

das demais obrigações trabalhistas e fiscais acessórias (Cadastro de Admitidos e

Demitidos (CAGED), cadastramento no PIS, FGTS, RAIS, DIRF, Vale Transporte, entre

outros);

2) Anotações na Carteira de Trabalho (CTPS);

3) Declaração de Dependentes para fim de Imposto de Renda;

4) Termo de Responsabilidade para Salário-Família e Declaração Escolar de

Frequência do filho maior de 7 anos;

5) Cadastramento no PIS – caso o empregado ainda não tenha sido cadastrado.

6) Abertura do prontuário do empregado;

7) Abertura do Perfil Profissiográfico Previdenciário (ver item 3.1);

8) Abertura de Conta na Caixa Econômica Federal (FGTS): a empresa

é responsável pela abertura desta conta, onde depositará, todos os meses o

FGTS do empregado equivalente a 8% do rendimento bruto. É de caráter obrigatório para

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67

todos os empregados;

9) Verificação do pagamento da Contribuição Sindical: a contribuição sindical é

descontada do empregado uma vez por ano. De poder da CTPS do empregado, o

Departamento Pessoal (DP) deve conferir se a contribuição já foi

descontada no emprego anterior. Se ainda não foi descontado, a empresa deverá recolher

o valor equivalente a um dia de trabalho do empregado, no mês seguinte da sua

admissão, e deverá repassar ao sindicato no último dia útil do mês subsequente ao

desconto.

10) Assinatura do contrato de trabalho e termos aditivos;

Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)

O PPP é um documento histórico laboral do trabalhador que reúne

informações administrativas, registros ambientais e resultados de monitoração

biológica, durante todo o período em que estiver empregado. Nada mais é do que a vida

do funcionário dentro da empresa, transcrita em um documento de caráter

previdenciário.

Desde 2004 seu preenchimento é obrigatório para os empregados,

trabalhadores avulsos e cooperados que estejam expostos a qualquer tipo de risco.

O PPP tem por finalidade:

Comprovar as condições para que o trabalhador receba os benefícios

previdenciários;

Comprovar as condições de trabalho do empregado perante a Previdência

Social, órgãos públicos e sindicatos; de forma a garantir os seus direitos;

Prover, à empresa, meios de prova em tempo real que possibilitam

estudos e aperfeiçoamentos ao longo dos anos;

Possibilitar fonte primária, fidedigna de informações, para a elaboração de

estatísticas, para desenvolvimento de vigilância sanitária e

epidemiológica e outras definições de políticas em saúde coletiva.

O PPP deverá ser atualizado sempre que houver alguma alteração física ou de

função ou ainda de atividades ou pelo menos uma vez por ano, ainda que as suas

informações permaneçam as mesmas.

JORNADA DE TRABALHO

A Constituição (Art. 7º, inciso XIII) determina que a jornada de trabalho máxima

permitida é de 44 horas semanais, ou 8 horas diárias.

A CLT deixa a desejar no que diz respeito aos turnos ininterruptos de

revezamento. A jurisprudência mais aceita nos tribunais é a que caracteriza um

turno ininterrupto pela atividade contínua da empresa, 24 horas por dia, ainda

que pare aos domingos, independentemente dos intervalos para refeição e

descanso dos trabalhadores. O revezamento dos trabalhadores nos turnos agrava a

situação. Já a concessão de intervalo intrajornada (veja explicações mais abaixo) e

descanso aos domingos, com turmas fixas nos seus horários auxiliam na

descaracterização de tal direito.

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Ainda existem jornadas especiais de trabalho:

Médicos: 4 horas diárias;

Hospitais e clínicas de saúde: 12x36, 13x48, entre outras;

Jornalistas: 5 horas;

Professores: 4 aulas consecutivas ou seis intercaladas no mesmo

estabelecimento de ensino;

Telefonistas, ascensoristas e digitadores: máximo de 6 horas por dia;

Alguns fatores devem ser considerados no estabelecimento de jornadas de

trabalho:

1. Prorrogação de horas ou hora extra: no ato da sua admissão o

empregado pode assinar um documento, autorizando a empresa a solicitá-lo para fazer

trabalhos extraordinários. Trabalho extraordinário ou hora extra se dá no

período estendido por, no máximo 2 horas, que vai além da jornada normal de 8 horas

diárias. Nessas 2 horas estão compreendidas eventuais compensações (veja mais

explicações abaixo).

a) Cada hora extra deve ser acrescida de, no mínimo 50%. Nos domingos e

feriados, este acréscimo é de 100% (devido ao DSR). Alguns acordos e

convenções ampliam este acréscimo.

b) Cálculo: salário mensal dividido por 220 horas (ou menos, nos casos de

jornada reduzida) – para mensalistas - ou valor- hora para horistas; acrescido do

percentual especificado (mínimo 50%), multiplicado pelo número de horas

trabalhadas em prorrogação.

c) Recomenda-se que horas com acréscimos de percentuais diferentes sejam

calculadas separadamente.

d) As horas extras devem vir acompanhadas do respectivo DSR. Cálculo do

DSR das horas extras: valor das horas extras, dividido pelos dias úteis e

multiplicado pelos dias não úteis (domingos e feriados) do mês.

Compensação de horas ou redução de jornada:

No ato da admissão de um novo funcionário, a empresa poderá solicitar que o

mesmo assine o Acordo de Compensação de Horas, um documento

que permite ao empregador eliminar, total ou parcialmente, a

jornada de trabalho de um ou mais dias.

O empregado acaba compensando essas horas nos outros dias, sem acarretar

em nenhum acréscimo extraordinário. Várias empresas têm buscado, a partir dessa

possibilidade, opções através dos acordos e convenções trabalhistas para não aderirem

aos turnos ininterruptos de revezamento.

Banco de Horas.

É um outro modelo de compensação que pode ser implementado após a sua

introdução nos acordos e convenções coletivas. Permite aos empregados compensarem

as horas prorrogadas em outro dia, num período de um ano. Após esse período as

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horas positivas devem ser pagas e as horas negativas devem ser zeradas.

Todos os meses o empregado tem o direito de receber o seu extrato de horas e

acompanhar o seu controle, juntamente com a empresa.

Descanso Semanal Remunerado (DSR) ou Repouso Semanal

Remunerado (RSR):

É direito legal do trabalhador, descansar 24 horas consecutivas.

Esse descanso deve ocorrer, no máximo, após o sexto dia de trabalho, sendo

que uma a cada 4 folgas deve coincidir com o domingo (Lei 10.101/00).

a) O DSR também deve ser remunerado;

b) O DSR somente deve ser calculado separadamente no caso de

horistas. No caso de mensalistas, o mesmo já está embutido no valor do salário

mensal.

b) Os feriados religiosos e civis, nacionais e municipais também são

considerados DSR.

Exemplos:

1º. de janeiro – Confraternização Universal

21 de abril – Tiradentes

1º. De maio – Dia do Trabalho

7 de setembro – Independência do Brasil

12 de outubro dia de Nossa Senhora Aparecida

15 de novembro – Proclamação da República

25 de dezembro – Natal

Dia de eleições

Feriados municipais declarados em Lei Municipal, em número não superior a

incluindo a sexta-feira da paixão.

Intervalo entre jornadas ou intrajornadas: entre uma jornada e outra, o

empregado deve usufruir de um intervalo mínimo de 11 horas. Em função desse

fator, o intervalo do DSR sobe para 35 horas (24 + 11).

Intervalo para descanso ou intrajornadas: deve ser concedido ao empregado após

4 horas de trabalho diário. Se a jornada diária for de até 6 horas, o intervalo mínimo

é de 15 minutos. Se a jornada diária for superior a 6 horas, o intervalo deve ser de 1 a 2

horas.

a) O intervalo para refeição e descanso de meia hora só é permitido mediante

autorização do Ministério do Trabalho (Delegacia Regional do Trabalho local),

atendidos os pressupostos da Portaria MTE 42/2007.

Hora noturna: período compreendido das 22 horas do dia anterior às 5

horas do dia seguinte, para atividades civis.

a) Cada hora noturna é de 52 minutos e 30 segundos e não de 60

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minutos, como as horas diurnas (por esse motivo, a jornada noturna é mais

curta que a jornada diurna).

REMUNERAÇÃO

De acordo com a CLT, remuneração é o termo que designa a regra geral,

composta de espécies de pagamentos como salário, gorjetas, comissões,

percentagens, gratificações ajustadas, abonos, diárias para viagens e utilidades

(alimentação, habitação, vestuário etc) que a empresa fornecer habitualmente ao

empregado.

Desta forma, integram a remuneração do empregado todo e qualquer tipo de

pagamento, seja ele em dinheiro ou utilidades, oferecido como contraprestação pelo

trabalho prestado.

Pode-se considerar como parte da remuneração: férias, 13º. salário, verbas

rescisórias, FGTS, Previdência etc.

O pagamento deve ocorrer em moeda nacional (são aceitos pagamentos

em dinheiro, cheque ou depósito em conta- salário); não deve ser superior a um

mês, exceto nos casos de comissões e gratificações.

A remuneração pode ser calculada de diversas formas:

Por hora (horistas),

Por semana,

por quinzena,

por mês (mensalistas),

por tarefa (tarefeiros),

por produção ou por peça,

por comissão (comissionistas);

Desde que, minimamente, o empregado receba um salário mínimo por mês,

por trabalho de jornada de até 220 horas.

Sobre o salário:

Salário: é o direito que o empregado tem sobre o empregador pela

contraprestação dos serviços.

a) Salário profissional: salário para ao profissional liberal;

b) Salário in natura: são as utilidades ou benefícios oferecidos pelo

empregador, que não tem relação direta com o trabalho e/ou não são controlados. Ex.:

alimentação, habitação, transporte, vestuário etc. Entretanto, quando tais utilidades

são fornecidos para a prestação dos serviços e são controlados, o mesmo não é

considerado como salário in natura.

c) Salário fixo: é o salário nominal, pago ao empregado, sem sofrer qualquer

variação.

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d) Salário variável: é pago aos empregados que recebem comissão ou gorjetas

pelos serviços prestados.

e) Salário misto: salário fixo + salário variável.

f) Pró-labore: Salário dos sócio-administradores empresas. No caso do

pró-labore, o único desconto é referente ao INSS (sempre 11%) e Imposto de

Renda, quando cabível.

Adicional Noturno:

Ao trabalhar no período noturno, compreendido entre as 22 horas do dia anterior

e 05 horas do dia seguinte, o trabalhador deverá receber um adicional

correspondente a, no mínimo, 20%, calculado em função das horas trabalhadas.

O adicional deve ser acrescido ao salário, caso o

empregado trabalhe todos os dias em período noturno. Caso o empregado faça hora

extra em período noturno, o adicional também deve ser calculado sobre a hora extra.

Algumas convenções e acordos estipulam um percentual 60 superior a 20%

para esses casos.

Adicional de Insalubridade:

O adicional de insalubridade é devido ao trabalhador quando este trabalhar

em locais nocivos que ofereçam risco a sua saúde, acima dos limites toleráveis

estabelecidos pela legislação (Portaria Mtb 3214/78). Nas Normas Regulamentadoras

(NR15), é possível encontrar exemplos de alguns locais insalubres:

• Câmara de ar comprimido;

• Câmara fria;

• Instrumentação cirúrgica.

Conforme o tempo em que o empregado é exposto ao risco e conforme sua

intensidade, é estabelecido o percentual, como segue:

• Grau mínimo de insalubridade: 10% sobre o salário mínimo;

• Grau médio de insalubridade: 20% sobre o salário mínimo;

• Grau máximo de insalubridade: 40% sobre o salário mínimo.

A insalubridade também incide sobre as horas extraordinárias e

pode ter o seu grau diminuído ou suprimido com a utilização dos equipamentos

individuais de proteção (EPI‘s), concedidos pelo empregador.

Aprendizes e menores de idade estão proibidos, por Lei, de atuarem em áreas

insalubres.

Adicional de Periculosidade:

O Adicional de Periculosidade é exigido quando o empregado presta

serviços em atividades consideradas perigosas em condições de risco acentuado (Ex.:

contato permanente com inflamáveis ou explosivos).

O adicional é calculado sobre o salário efetivo do empregado, no percentual fixo

de 30% e também deve ser integrado ao cálculo das horas extras.

Exemplos de profissões perigosas (NR 15):

Page 72: auxiliar administrativo pronatec

72

• Motorista de Carga Perigosa;

• Empregados de Postos de Combustível;

• Operador de Caldeira.

Aprendizes e menores de idade estão proibidos, por Lei, de atuarem em áreas

insalubres.

OBS.: Havendo situação na empresa que caracterize insalubridade e

periculosidade, ao mesmo tempo, o empregado deve optar pelo adicional que melhor

lhe interessar. Não é exigível o pagamento acumulado dos dois adicionais.

Salário Variável – Reflexo no DSR

Sobre qualquer pagamento de remuneração variável ao empregado, como

horas extras ou comissão, é devido o valor do Descanso Semanal Remunerado

(DSR). A fórmula de cálculo é a mesma já indicada anteriormente: valor das verbas

dividido pelos dias de trabalho e multiplicado pelos domingos e feriados.

Tais valores também integram a remuneração para os efeitos de: férias, 13º.

salário, verbas rescisórias, FGTS, Previdência, entre outros.

Auxílio ou Reembolso Creche

As empresas, onde trabalhem pelo menos 30 mulheres, são obrigadas, por Lei, a

possuírem um local apropriado para guarda e assistência de seus filhos durante o período

de amamentação.

Essa exigência também pode ser suprida por meio de convênios com creches

locais ou através do auxílio creche, desde que autorizado pelo acordo ou convenção

coletiva.

No caso do auxílio creche, o mesmo deve ser estendido a todas as mulheres,

ainda que o número de mulheres por grupo seja inferior a 30. Caso não haja um

valor estipulado na convenção ou acordo, a empresa deve reembolsar o valor integral das

despesas da mãe com a contratação de uma creche a critério dela, até o 3º dia útil seguinte

ao da entrega dos comprovantes das despesas. A proporção é de 1 berço para

cada grupo de 30 mulheres.

Escala de Salários

A manutenção apropriada da escala de salários, possibilita à empresa planejar

as substituições internas ou externas, além de evitar problemas referentes à

equiparação salarial.

A escala deve ser reajustada anualmente, nos períodos de data-base da

categoria, ou na aplicação de aumentos gerais, legais ou espontâneos, conforme

acordado em convenção ou acordo coletivo.

A CLT proíbe o pagamento de salários diferentes para funções idênticas nos

seguintes casos: se a prestação de serviços é devida ao mesmo empregador, na mesma

localidade, com igual produtividade e perfeição técnica e não haja tempo de trabalho

superior a 2 anos na função entre os empregados. Essas disposições regulam

os casos de equiparação salarial (Art. 461 da CLT).

Page 73: auxiliar administrativo pronatec

73

Participação nos Lucros e Resultados

No ano de 2000 foi aprovada a Lei 10.101/00, que instituiu a obrigatoriedade do

pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PPR) a todas as empresas. Como

contrapartida, este pagamento foi desvinculado da exigência do recolhimento dos

encargos trabalhistas. Seu pagamento não pode ser feito com periodicidade

inferior a 6 meses. Sua existência deve ser firmada através de acordo coletivo e a

negociação das regras para o pagamento pode ficar a cargo do sindicato ou

simplesmente de funcionários escolhidos pelo sindicato, juntamente com a empresa.

Após a negociação, a mesma deve ser protocolada no sindicato e na DRT.

13º. SALÁRIO

Trata-se de uma gratificação natalina, instituída por Lei, correspondente a

uma remuneração a mais, proporcional aos meses trabalhados no ano, ou seja, 1/12

por mês ou fração superior a 14 dias.

Este benefício deve ser pago em duas parcelas:

• 1ª. parcela: 50% do benefício, pago entre os meses de janeiro a novembro;

• 2ª. parcela: 50% até o dia 20 de dezembro de cada ano.

OBS.: A primeira parcela pode ser paga juntamente com as férias, desde que

solicitada pelo empregado no mês de janeiro do ano corrente.

O valor do 13º. deve ser calculado levando em

consideração a remuneração do empregado no mês de dezembro e deve incluir todas as

verbas (adicionais, horas extras e outros).

A 2ª. parcela sofre incidência previdenciária e fiscal bem como há o

recolhimento do FGTS. A primeira parcela não sofre nenhuma incidência, mas a

empresa deve recolher o FGTS.

Caso o contrato de trabalho seja extinto anterior ao mês de dezembro, a

gratificação deverá ser proporcional aos meses trabalhados, bem como o

recolhimento dos encargos previdenciários e fiscais.

Para empregados que recebem salários variáveis, como comissão, é necessário

fazer um complemento de pagamento do 13º. integral. O prazo para o pagamento desse

ajuste é até o dia 10 de janeiro do ano subsequente. Este cálculo deve ser

procedido da seguinte maneira: ―valor da média apurada até dezembro‖ menos o

―valor pago com média na 2ª. parcela‖. No caso de afastamento, o cálculo deverá ser

diferenciado como segue:

• Serviço militar: deverá ser computado até o último dia trabalhado;

• Auxílio doença: considerar o período trabalhado e mais os 15 primeiros

dias do afastamento;

• Acidente de trabalho: calcula-se o valor integral ao qual o empregado terá

direito e desconta-se o período de afastamento pelo INSS.

Page 74: auxiliar administrativo pronatec

74

• No caso de Licença Maternidade, o 13º. deve ser pago normalmente e

depois abatido na GPS.

FÉRIAS

Todo empregado tem direito, anualmente, ao gozo de um período de descanso, de

até 30 dias seguidos, sem prejuízo em sua remuneração.

Para prosseguirmos o estudo referente às férias, é importante

conhecermos os conceitos de período aquisitivo e período concessivo:

• Período Aquisitivo: É o período trabalhado, que dá direito ao empregado de

sair de férias. Inicia-se com a admissão do empregado e perdura por 12 meses. Após

12 meses, inicia-se um novo período aquisitivo.

• Período Concessivo: São os 12 meses subsequentes ao período

aquisitivo, nos quais o empregador deve conceder o benefício ao empregado.

Se o empregador perder o período concessivo, deverá pagar em dobro, as

férias, ao funcionário.

Para a concessão das férias, o empregador pode decidir qual a melhor data,

entretanto o empregado deve ser avisado, por escrito, com antecedência mínima de 30

dias. Exceções que devem ser consideradas: para menores de idade as férias devem

coincidir com férias escolares e no caso de membros de uma mesma família, eles podem

sair de férias na mesma data, desde que não afete o serviço.

Apenas em casos excepcionais, as férias podem ser concedidas em 2

períodos, desde que um deles não seja inferior a 10 dias. Aos menores de 18 anos e aos

maiores de 50, sempre em período único.

O período de gozo deverá ser anotado na CTPS, bem como na Ficha ou Livro de

Registro.

O direito de férias deve ser proporcional as faltas injustificadas

que o empregado teve no período:

Faltas no período aquisitivo Total de Dias de Férias

Até 5 faltas 30

De 6 a 14 faltas 24

De 15 a 23 faltas 18

De 24 a 32 faltas 12

Acima de 32 faltas 0

No caso de contratações de empregados em regime de tempo parcial, esse

direito também sofre alteração. Após 12 meses de trabalho, o empregado terá direito às

férias, conforme a tabela da página seguinte:

Jornada de Trabalho Semanal (em horas)

Total de Dias de Férias

De 22 a 25 horas 18

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75

De 20 a 22 horas 16

De 15 a 20 horas 14

De 10 a 15 horas 12

De 5 a 10 horas 10

Inferior a 5 horas 8

O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de 7

faltas injustificadas, ao longo do período aquisitivo, terá o seu período de férias reduzido

pela metade.

Perda do Direito de Férias

O Art. 133 da CLT fala da perda do direito de férias nos seguintes casos:

• Se o empregado deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60

dias subsequentes à sua saída. Se o empregado for readmitido, o período de sua

primeira admissão é computado para o cálculo das férias.

• Permanecer em gozo de licença com percepção de salário por mais de 30 dias;

• Deixar de trabalhar, por mais de 30 dias, com percepção de salário, por

motivo de paralisação total ou parcial, ou greve.

• Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de

auxílio-doença por mais de 6 meses, embora descontínuos, dentro do período

aquisitivo.

Férias Coletivas

As férias coletivas possuem tratamento diferenciado. Elas podem ser

concedidas a todos os empregados da empresa ou de setores específicos. Podem ser

dadas em 2 períodos desde que um deles não seja inferior a 10 dias.

Neste caso, o empregado deve comunicar o sindicato e a DRT com antecedência

mínima de 15 dias e afixar avisos nos locais de trabalho, também com 15 dias de

antecedência.

As férias coletivas também devem ser anotadas na CTPS e no Registro do

Empregado. Se o número de funcionários for superior a 300, tal anotação poderá ser

feita através de carimbo ou etiquetas.

Se o empregado tiver mais de um ano de trabalho, entende- se que as férias

coletivas são uma antecipação das suas férias normais. Neste caso, ou a

empresa concede as suas férias integrais ou o empregado volta para o trabalho e,

dentro do período concessivo, goza os dias restantes.

Se o empregado tiver menos de um ano de serviço, as férias coletivas são

consideradas um descanso proporcional ao tempo trabalhado. Se o período de férias

coletivas for superior ao período de descanso proporcional, o restante dos dias

será considerado como licença remunerada ou a empresa poderá planejar a

antecipação do retorno deste funcionário; ou ainda poderá optar por conceder a

licença remunerada em todo o período das férias coletivas. Em ambos os casos seu

período aquisitivo iniciará novamente, no primeiro dia das férias coletivas. Se o

período de férias for inferior ao período de descanso proporcional, a empresa pode

Page 76: auxiliar administrativo pronatec

76

determinar que o funcionário goze todo o período proporcional a que tem direito ou

retorne ao trabalho; tirando os dias que restarem dentro do período concessivo.

A conversão de 1/3 das férias em abono pecuniário (veja mais explicações abaixo)

deverá ser acordada entre a empresa e o sindicato, prevalecendo à vontade da maioria.

Boas práticas e recomendações importantes

• Como boa prática, orienta-se que o início das férias ocorra em um dia útil;

• Durante o seu período de férias, o empregado não pode ser chamado para

trabalhar;

• O período de gozo das férias não deve coincidir com o período de aviso

prévio;

• O empregado não poderá iniciar o gozo de suas férias se apresentar

um atestado médico alguns dias antes de sua saída. Neste caso, o empregador deve

aguardar a alta médica para depois avisar novamente o funcionário, das suas férias.

Neste caso, o funcionário trabalha mais 30 dias, pelo menos, antes de sair de férias;

• Se o empregado adoecer enquanto estiver de férias e/ou no ato do seu

retorno, o empregador deve pagar os primeiros 15 dias e depois, deverá

encaminhar o funcionário para o INSS;

Pagamento das férias

O empregado pode converter 1/3 de suas férias em abono pecuniário (dinheiro).

Para isso, ele deve fazer tal solicitação até 15 dias antes do término do seu período

aquisitivo. Esta é uma decisão do empregado, independente da concordância do

empregador, desde que requerido no prazo estabelecido. O abono pecuniário, bem como

1/3 de seu valor (terço constitucional), não possui incidência de INSS.

Ao pagar as férias, o empregador deverá pagar uma remuneração extra

de 1/3 a mais, correspondente ao abono constitucional.

Para calcular o valor da remuneração de férias, a empresa deverá fazer a

integração de todas as verbas pagas ao funcionário (adicionais, horas extras, comissões

etc). Para fazer essa integração, deverá proceder da seguinte forma:

• Horas extras e adicionais relacionados com a produtividade do empregado:

apuração da média do período aquisitivo

• Comissões, percentagens etc: apuração da média dos últimos 12 meses

(algumas convenções estipulam um período inferior).

No caso de desligamento do funcionário, as férias vencidas ou proporcionais devem

ser pagas ao mesmo na sua rescisão, na razão de 1/12 por mês de período aquisitivo ou

fração superior a 14 dias. Exceção se dá no caso do funcionário ter menos de um ano de

serviço e solicitar a sua dispensa.

Page 77: auxiliar administrativo pronatec

77

FOLHA DE PAGAMENTO

Até agora acompanhamos e aprendemos a calcular os proventos (ganhos)

devidos ao empregado. Todos os títulos pagos precisam ser claramente identificados a fim

de demonstrarem com exatidão e transparência os cálculos realizados.

A folha de pagamento traz todos esses cálculos. Além disso, traz as

demonstrações dos descontos salariais (que vamos ver logo mais) e o valor líquido a

ser recebido pelo funcionário.

Hoje em dia é muito raro não haver um software específico para a confecção da

Folha de Pagamento (FoPag), uma vez que as leis estão mudando numa velocidade cada

vez maior.

Vale lembrar que o prazo para pagamento dos salários é até o 5º. dia útil do mês

seguinte. Devido ao fato de algumas obrigações vencerem antes, porém, como a

Previdência Social, que vence dia 02, as empresas são obrigadas a anteciparem os

seus cálculos.

O pagamento deverá ser feito no local de trabalho, no horário de

trabalho, em dinheiro ou cheque; ou ainda através de depósito bancário em conta salário.

SALÁRIO-FAMÍLIA

É devido ao empregado em razão de cada filho menor de 14 anos ou inválido de

qualquer idade. Documentos de controle:

• Cópias das Certidões de Nascimento dos Filhos menores de 14 anos;

• Cópia do Cartão da Criança para filhos menores de 6 anos, atualizada

anualmente;

• Declaração de frequência escolar para filhos maiores de 7 anos, atualizada

semestralmente;

• Termo de Responsabilidade para fins de Salário Família;

• Ficha de Salário Família.

Na falta de qualquer um desses documentos, o empregado perde o direito ao

Salário Família.

O valor atual do salário-família é de R$ 31,22 para quem ganha até R$608,80.

Para o trabalhador que recebe de R$608,81 até R$ 915,05, o valor é de R$ R$ 22,00. Vale

lembrar que esses valores mudam anualmente.

Caso o funcionário receba, no mês, salário acima de R$915,05, ele deixa

de ter direito ao Salário Família naquele mês.

FGTS

A empresa deve efetuar o recolhimento de 8% sobre o salário do

empregado. Vale lembrar que tal recolhimento não deverá ser descontado do

empregado, entretanto, a empresa deve registrar o seu recolhimento, tanto na FoPag,

quanto no holerite do empregado.

Page 78: auxiliar administrativo pronatec

78

Descontos Salariais

Os descontos podem ser executados desde que sejam provenientes de

adiantamentos, dispositivos de lei ou de normas coletivas de trabalho. A

jurisprudência admite também descontos que sejam autorizados pelo empregado. Ex.:

benefícios colocados a sua disposição.

Desconto da Previdência Social (INSS)

Em geral, com algumas exceções, todas as parcelas pagas ao empregado sofrem

incidência da Previdência Social (Lei 8.212/91 e Regulamento da Previdência

Social (RPS), Decreto 3.048/99, art. 214.

O empregado paga conforme a tabela de desconto abaixo (tabela de 2012).

Salário de contribuição (R$)

Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%)

até 1.174,86 8,00

de 1.174,87 até 1.958,10 9,00

de 1.958,11 até 3.916,20 11,00

Obs.: Esta tabela é atualizada anualmente.

Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).

O Imposto de Renda é devido aos rendimentos do trabalho assalariado

de qualquer espécie. Deve ser descontado do empregado e recolhido pela empresa.

Para efeito de cálculo, a empresa deve abater do valor bruto os encargos

de família, declarados pelo empregado na Declaração de Dependentes para fim

de Imposto de Renda, pensões alimentícias e a contribuição previdenciária, considerando

a seguinte tabela (os valores mudam anualmente):

Base de Cálculo(R$) Alíquota( %)

Parcela a Deduzir do IR (R$)

Até 1.637,11 0,00% 0,00

De 1.637,12 até 2.453,50 7,50% 122,78

De 2.453,51 até 3.271,38 15,00% 306,80

De 3.271,39 até 4.087,65 22,50% 552,15

Acima de 4.087,65 27,50% 756,53

Dedução por Dependente: R$ 164,56

Adiantamento

Corresponde a uma parte do salário do empregado, paga antecipadamente no

decorrer do mês, mediante recibo. Normalmente seu valor varia de 40% a 55% do valor

nominal do salário.

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79

Vale-Transporte

É direito do trabalhador, receber o vale-transporte para deslocar-se ao

trabalho, desde que, comprovadamente, ele use veículos coletivos para deslocar-se

ao trabalho. É permitido o desconto de 6% do empregado , em Folha de

Pagamento, limitado ao valor do vale-transporte.

Faltas Injustificadas e Reflexo no DSR

Caso o empregado não justifique alguma falta, a mesma poderá ser

descontada, dividindo o salário pelos dias totais do mês e multiplicando pelos dias não

trabalhados, conforme art. 64 da CLT.

O art. 11 do Decreto no. 27.048/49 menciona o seguinte:

―perderá a remuneração do dia do repouso, o trabalhador que, sem motivo

justificado ou em virtude de punição disciplinar, não tiver trabalhado toda a semana,

cumprindo integralmente o seu horário de trabalho‖. De acordo com o inciso 4º. do

referido artigo, a semana refere-se ao período compreendido de segunda-feira a

domingo, anterior ao dia do DSR

Contribuição Sindical

O empregador deve descontar em todo mês de março, a contribuição sindical

devida pelo empregado, correspondente a um dia de trabalho. O desconto deve ser feito

sobre o salário nominal, ou seja, não deve ser calculado com base em adicionais de

salário.

Outras contribuições poderão ser efetuadas, desde que combinadas em acordo

coletivo.

Outros descontos

Outros descontos podem ser executados, desde que sejam autorizados pelo

empregado e condigam com algum tipo de benefício oferecido pela empresa.

RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO

A rescisão do contrato de trabalho pode ocorrer de diversas maneiras:

a) Por iniciativa do empregador

• Por justa causa

• Sem justa causa

b) Por iniciativa do empregado

• Por justa causa

• Sem justa causa

• Por culpa recíproca

• Por término de Prazo de Contrato Determinado

e) Por falecimento do empregado

• Por extinção da empresa

• Por falência, concordata ou dissolução da empresa

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80

As rescisões contratuais com mais de um ano devem ser homologadas, por Lei,

nas Delegacias Regionais do Trabalho, Sindicatos ou, na falta destes, pelo Ministério

Público, Defensor Público ou Juiz de Paz.

O prazo para pagamento das verbas rescisórias varia de 1 dia (para aviso prévio

cumprido) há 10 dias (para aviso prévio indenizado). Caso o prazo não seja seguido, o

empregado tem o direito de receber um salário a mais como indenização. Caso o

empregado não compareça para receber, o valor deve ser depositado em conta

corrente ou ainda em juízo.

Os seguintes documentos devem ser exigidos no ato da homologação:

1. Termo de Rescisão do Contrato em 5 vias devidamente assinado pelo

empregador

2. CTPS atualizada e com a data de baixa correta;

3. Registro do Empregado;

4. Cópia do Acordo Coletivo (quando a rescisão for na Delegacia Regional do

Trabalho);

5. Extrato de conta vinculada do empregado junto à Caixa Econômica Federal, no

qual conste o saldo para fins rescisório; totalmente atualizado;

6. Comunicado de Dispensa (CD) – para fins de habilitação junto ao Seguro-

Desemprego (quando a dispensa for sem justa causa);

7. Exame médico demissional;

8. Aviso Prévio;

9. Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS e da

10. Contribuição Social (GRFC) autenticada;

11. Carta de Preposto;

12. Relação de Contribuições do INSS;

13. Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP).

Se o empregado for menor de 18 anos, deverá estar acompanhado do

seu representante legal.

Aviso Prévio Indenizado

Qualquer uma das partes que queira rescindir o contrato de trabalho, deverá avisar

a outra parte com 30 dias de antecedência. Caso não o faça, deverá indenizar o período

correspondente.

Apenas no caso de dispensa por justa causa, por iniciativa do empregador, o aviso

não é devido.

13º. Salário

Deve ser pago proporcionalmente ao período trabalhado no ano, considerando 1/12

avos

por mês ou fração superior a 14 dias. Caso a dispensa seja por justa causa, o 13º. salário

não é devido.

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81

Férias Vencidas e/ou Proporcionais

Devem ser pagas integralmente (férias vencidas) ou proporcionalmente

ao período de direito adquirido, na razão de 1/12 avos ou fração superior a 14 dias.

As férias proporcionais não são devidas se o empregado for desligado por

justa causa ou se pedir demissão.

Indenizações

As indenizações mais comuns são as seguintes:

a. Indenização adicional: correspondente a 1 salário mensal em caso de

dispensa sem justa causa no mês que antecede a data-base da categoria do

empregado;

b. Indenização Art. 479 da CLT: a empresa deve indenizar 50% do tempo

faltante no contrato por prazo determinado;

c. Indenização do parag. 5º. do Art. 476-A da CLT: rescisão de contrato

de trabalho de empregado submetido a curso de qualificação, durante a execução

deste ou no prazo de 3 meses seguintes ao retorno.

Outras indenizações podem ser devidas em função da estabilidade no

emprego. Nestes casos, a indenização é devida desde a dispensa até o final do

prazo previsto, incluindo-se demais vantagens remuneratórias como férias, 13º. salário

etc. e demais ganhos habituais (adicionais, horas extras, prêmios etc).

Casos mais comuns de estabilidade:

• Gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto;

• Representante do empregado na CIPA, desde o registro de sua candidatura

até um ano após o final do seu mandato;

• Empregado eleito para direção da entidade sindical, desde sua candidatura

até um ano após o final do seu mandato;

• Empregado que sofreu acidente do trabalho ou doença ocupacional,

pelo prazo de 12 meses após a cessação do auxílio previdenciário;

• Empregado eleito para a Comissão de Conciliação Prévia, durante o

mandato e até um ano após;

• Outras previstas em convenção ou acordo coletivo.

Tabelas com Verbas Rescisórias

Veja a seguir as tabelas com as formas de rescisão e suas respectivas verbas:

DISPENSA SEM JUSTA CAUSA COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

Saldo de Salário Saldo de Salário

Aviso Prévio Aviso Prévio

Férias Proporcionais Férias Proporcionais

+ 1/3 férias + 1/3 férias

Férias vencidas + 1/3

13º. Salário

FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo dessas

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82

férias

FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo

13º. salário

DISPENSA COM JUSTA CAUSA COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1

ANO

• Saldo de Salário

• Saldo de Salário

• Férias Vencidas

• + 1/3 férias

PEDIDO DE DEMISSÃO COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

Saldo de Salário

• Aviso Prévio

• Férias Proporcionais

• + 1/3 férias

• 13º. salário

• Férias vencidas + 1/3 dessas férias

RESCISÃO ANTECIPADA DE CONTRATO A PRAZO DETERMINADO SEM

JUSTA CAUSA (Art. 481 da CLT) COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO:

COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO:

Saldo de Salário Saldo de Salário

Aviso Prévio Aviso Prévio

Férias Proporcionais Férias Proporcionais

+ 1/3 férias + 1/3 férias

Férias vencidas + 1/3 13º. Salário

FGTS + 50%, sendo 40% para o

empregado + 10% para o Governo dessas

férias.

FGTS + 50%, sendo 40% para o

empregado + 10% para o Governo 13º.

Salário

RESCISÃO ANTECIPADA DE CONTRATO A PRAZO DETERMINADO POR PEDIDO DE

DEMISSÃO (Art. 481 da CLT) COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO:

Saldo de Salário Saldo de Salário

13º. salário Férias Proporcionais + 1/3 férias

Férias vencidas + 1/3 dessas férias 13º. Salário

RESCISÃO ANTECIPADA DE CONTRATO A PRAZO DETERMINADO SEM

JUSTA CAUSA (Art. 479 da CLT) COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

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83

Saldo de Salário Saldo de Salário

Indenização do Art. 479, CLT Indenização do Art. 479, CLT

Férias Proporcionais Férias Proporcionais

+ 1/3 férias + 1/3 férias

13º. Salário Férias vencidas + 1/3 dessas

férias FGTS + 50%, sendo 40% para o

empregado + 10% para o Governo

+ 1/3 férias FGTS + 50%, sendo 40% para o

empregado + 10% para o Governo 13º.

salário

RESCISÃO ANTECIPADA DE CONTRATO A PRAZO DETERMINADO POR

PEDIDO DE DEMISSÃO (Art. 479 da CLT) COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1

ANO

COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

Saldo de Salário Saldo de Salário

13º. salário Férias proporcionais

+ 1/3 férias

Férias vencidas + 1/3 dessas férias

13º. salário

EXTINÇÃO DO CONTRATO A PRAZO DETERMINADO COM JUSTA CAUSA

(Regido pelo Art. 479, da CLT) COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

Saldo de Salário Saldo de Salário

Férias Proporcionais

+ 1/3 férias

Férias vencidas + 1/3 dessas férias

13º. salário

FGTS

CULPA RECÍPROCA COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

Saldo de Salário Saldo de Salário

FGTS + 20% Férias Vencidas

+ 1/3 férias

FGTS + 20%

RESCISÃO INDIRETA COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

Saldo de Salário Saldo de Salário

Aviso Prévio Aviso Prévio

Férias Proporcionais Férias Proporcionais

+ 1/3 férias + 1/3 férias

Férias vencidas + 1/3

13º. salário

FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo dessas

férias

FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo

13º. salário

Page 84: auxiliar administrativo pronatec

84

EXTINÇÃO DO CONTRATO POR FALECIMENTO DO EMPREGADO COM

MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

Saldo de Salário Saldo de Salário

13º. salário Férias Proporcionais

FGTS – Código 23 + 1/3 férias

Férias vencidas + 1/3

dessas férias

13º. salário

FGTS – Código 23

EXTINÇÃO DO CONTRATO POR FECHAMENTO DA EMPRESA COM MENOS

DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

Saldo de Salário Saldo de Salário

Aviso Prévio Aviso Prévio

Férias Proporcionais Férias Proporcionais

+ 1/3 férias + 1/3 férias

Férias vencidas + 1/3 13º. salário

FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo dessas férias

FGTS + 50%, sendo 40% para o empregado + 10% para o Governo

13º. salário

EXTINÇÃO DO CONTRATO A PRAZO DETERMINADO (Inclusive o contrato de

Experiência)

COM MENOS DE 1 ANO COM MAIS DE 1 ANO

Saldo de Salário Saldo de Salário

Férias Proporcionais Férias Proporcionais

+ 1/3 férias + 1/3 férias

Férias vencidas + 1/3

13º. Salário dessas férias

FGTS 13º. Salário

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85

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86

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87

PRIMEIRA PARTE – ESTUDO E PRODUÇÃO TEXTUAL

Introdução – A tecelagem do texto.

Uma das imagens mais usadas para definir o texto é a do tecido. Assim, pode-

se dizer que o autor de qualquer tipo de texto tece, com palavras e sinais gráficos,

uma espécie de

trama.

Esse tecido não se compõe de uma só linha, de um só processo. Ele precisa de

vários tipos de palavras com funções diversas, bem como de vários tipos de

sinais gráficos (letras, pontuação, apresentação...): para ligar idéias entre si, para

relatar fatos ocorridos, descrever objetos e processos, etc. Precisa, ainda, em outro nível,

de diferentes processos de produção anteriores e posteriores à sua realização:

associação de idéias, reflexão, corte de elementos, acréscimo de tecido, etc. Escrever é,

também, cortar palavras, pois cada escolha representa o descarte de outras possíveis, com

várias conseqüências semânticas e, muitas vezes, morais e políticas.

Vamos começar distinguindo dois gêneros textuais geralmente opostos por

seguirem regras (ou liberdades) diversas: o texto técnico e o texto literário. Em

seguida, nos debruçaremos sobre as formas narrativa, descritiva e dissertativa, bem

como sobre a coerência e a coesão textual. Também abordaremos aspectos gramaticais do

texto e os vários modelos de documentos técnico-científicos e de redação oficial e

comercial. Estudaremos aqui alguns tópicos de gramática mais problemáticos, porém os

conteúdos poderão variar em função das necessidades encontradas nos textos dos alunos.

Mas é preciso ressaltar ainda que a compreensão do texto não depende

apenas de questões técnicas, mas implica ―uma inserção cultural do leitor‖, como diz Hélio

Consolaro no texto a seguir, que vamos ler:

Para compreender um texto

A má compreensão de um texto pode ter suas causas detectadas. O professor em

sala de aula pode ajudar um aluno com problemas no entendimento do material lido

fornecendo-lhe subsídios ou o próprio leitor, autodidata, pode superar as dificuldades se

fizer consultas, recorrer a outras fontes.

Eis algumas das causas:

1 - O leitor não conhece os recursos lingüísticos utilizados, uma regência

verbal. Exemplo: "O discurso do governador foi de encontro às reivindicações dos

grevistas". O leitor precisa saber que "ir ao encontro de" quer dizer concordar; "ir de

encontro a" tem o sentido de discordar, confrontar. Então, o governador frustrou os

grevistas;

2 - O leitor não compartilha com o produtor do texto o conhecimento de mundo, por

isso se faz necessário esclarecer todas as referências históricas, geográficas,

mitológicas, literárias, como as palavras desconhecidas. Exemplo: "... assim como

Zeus humano, cronista também arranca das entranhas de Cronos os filhos que ele quer

devorar, na medida em que não deixa perecer no tempo a matéria fugaz da vida,

registrando-a e salvando-a do esquecimento". Para entender tal explicação precisa se

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88

reportar à mitologia clássica;

3 - O leitor deve conhecer as circunstâncias históricas em que o texto foi produzido,

quais foram as reações que ele produziu quando foi publicado pela primeira vez. Exemplo:

para entender bem o poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira, o leitor necessita

conhecer a briga dos poetas modernistas com os parnasianos;

4 - Se o texto lido exige conhecimento prévio de outro texto porque há uma relação

de intertextualidade, o leitor precisa buscá-lo. Isso acontece na paródia, na citação ou na

paráfrase.

Exemplo: "Ai que saudades que eu tenho/ Da aurora de minha vida/ Da minha infância

querida/ Que os anos não trazem mais.../ Me sentia rejeitada,/ Tão feia, desajeitada,/ Tão

frágil, tola, impotente,/ Apesar dos laranjais." (Primeira estrofe do poema "Ai que

saudades...", de Ruth Rocha). Para entender melhor esses versos se faz necessário

saber que Casimiro de Abreu escreveu "Meus oito anos".

Para compreender bem um texto não basta soletrar letras, ler palavras ou frases que

o compõem. É indispensável a inserção cultural do leitor, por isso alfabetizar é um ato bem

maior, não pode depender apenas da pequenez de uma cartilha.

(http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=orientacao/docs/paracompree

nde r)

1. Texto técnico e texto literário: semelhanças e diferenças.

A definição e a diferenciação do texto técnico-científico e do texto literário são

importantes para a compreensão dos vários tipos de textos e de redação. Por isso são

retratadas aqui as principais características e distinções entre estes modos de escrever:

Texto técnico-científico Texto literário

1) Objetivo: Transmitir ao leitor

informações verdadeiras, de forma

racional.

1) Objetivo: Buscar no receptor uma

percepção sensorial, provocar emoções e

outros efeitos, como o estranhamento.

2) Valor denotativo: O autor emprega a

palavra como simples instrumento de

transmissão de idéias.

2) Valor conotativo: O autor faz das

palavras instrumentos para criação sensível,

emotiva e estética.

3) Emprega-se a linguagem técnica em

seu nível padrão. Respeita as regras

gramaticais.

3) Emprega-se a linguagem literária. O

escritor pode transpor para a língua escrita

os vários níveis da língua falada.

4) Pode ser resumido, como a notícia

de jornal,

uma bula de remédio, etc. Mexer no

texto não

4) Intangibilidade: o texto literário é

intocável, prejudica sua mensagem.

não se muda sua forma. 5) Características principais do estilo

técnico: Denotação, objetividade,

simplicidade, formalidade, precisão,

clareza, cortesia, coerência e coesão...

5) Conotação e subjetividade, uso livre

da língua em todas as suas formas e

dialetos, emprego de várias figuras de

linguagem (metáfora, hipérbole...)...

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89

OUTRAS? N. B.: Mesmo com valores geralmente

tidos como fundamental no texto dito

literário como opostos ao texto técnico-

científico, mesmo promovendo o

enigmático, o secreto, o invisível, a

inevidência, a clareza da escrita é N. B.:

Mesmo com valores geralmente tidos como

opostos ao texto técnico-científico, mesmo

promovendo o enigmático, o secreto, o

invisível, a inevidência, a clareza da escrita.

Texto 1: Bandeirante cai no México e mata os 20 ocupantes

Dois aviões comerciais mexicanos caíram, causando a morte de 21 pessoas,

anunciaram ontem funcionários do governo do México. O acidente mais grave aconteceu

com um Bandeirante de fabricação brasileira. O aparelho caiu no oeste do país, matando

todos os 20 ocupantes.

Segundo os funcionários, o avião provavelmente se chocou com uma montanha

devido ao mau tempo e explodiu. O outro acidente aconteceu no leste do país. A fuselagem

do avião se rompeu quando ele tentava decolar. Um passageiro morreu.

Ambos os desastres aconteceram anteontem, o que eleva para cinco o

número de acidentes aéreos – causando um total de 49 mortes – na última quarta-feira (...).

(Folha de S. Paulo, 2 set. 1998, p. A-

1

Texto 2: O grande desastre aéreo de ontem

Vejo sangue no ar, vejo o piloto que levava uma flor para a noiva, abraçado com a

hélice. E o violinista, em que a morte acentuou a palidez, despenhar-se com sua cabeleira

negra e seu estradivárius. Há mãos e pernas de dançarinas arremessadas na

explosão. Corpos irreconhecíveis identificados pelo Grande Reconhecedor. Vejo

sangue no ar, vejo chuva de sangue caindo nas nuvens batizadas pelo sangue dos

poetas mártires. Vejo a nadadora belíssima, no seu último salto de banhista, mais rápida

porque vem sem vida. Vejo três meninas caindo rápidas, enfunadas, como se dançassem

ainda. E vejo a louca abraçada ao ramalhete de rosas que ela pensou ser o pára-quedas,

e a prima-dona com a longa cauda de lantejoulas riscando o céu como um cometa. (...)

(LIMA, Jorge de. Poesia. Org. por Luiz Santa Cruz. 3. ed. R.J.: Agir, 1975. p.

64-5)

Obs.: Ambos os textos foram extraídos de: PLATÃO, Francisco e FIORIN,

José Luiz.

Para entender o texto. São Paulo: Ática, 1996.

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90

QUESTÃO AO ALUNO:

Mas então, quais as semelhanças entre o texto técnico e o literário? Existem

textos mistos?

Três tipos de redação: DISSERTAÇÃO, DESCRIÇÃO E NARRAÇÃO

Esta é uma das muitas classificações possíveis dos estilos, da organização ou dos

conteúdos dos textos. Embora não definitiva nem sempre válida, tomaremos esta

classificação como base, em virtude de sua pertinência para o estudo do texto. Vamos

abordar estes três modos de forma esquemática, o que não exclui, muito pelo contrário,

que eles se misturem e se liguem num só texto.

Dissertação idéias; Descrição seres; Narração fatos.

QUESTAO AO ALUNO:

Existem estilos de redação mistos ou híbridos?

2.1 Narração

Texto narrativo é aquele que relata mudanças progressivas de estado que vão

ocorrendo com as pessoas ou coisas através do tempo. Nesse tipo de texto, os episódios e

os relatos estão organizados numa disposição tal que entre eles existe sempre uma

relação de anterioridade ou de posterioridade. Essa relação de anterioridade ou

posterioridade é sempre pertinente num texto narrativo, mesmo quando ela venha alterada

na sua seqüência linear por uma razão ou por outra. Existem, contudo, textos com uma

temporalidade psicológica (o que o cinema, por exemplo, explorou bastante), que não

obedece necessariamente à regra cronológica, especialmente textos literários.

Ex:

1. F. e P. nasceram do mesmo pai e da mesma mãe.

2. A fortuna, porém, não os assistiu com eqüidade: F. foi adotado e criado por família

ilustre; P. deixou-se ficar com os pobres pais.

3. F. tirou de doutor; P. morreu aos 18 anos num tiroteio com a polícia.

2.2 Descrição

Leia o texto que segue:

Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares, bocas

cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas ruas, pedestres

apressados se atropelam. O trânsito caminha lento e nervoso. Eis São Paulo às sete da

tarde.

Como se pode notar, esse texto relata variados aspectos de um certo momento da

cidade de São Paulo. É um texto descritivo.

Note-se que:

a) todos os enunciados relatam ocorrência simultâneas;

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91

b) por isso não existe um enunciado que possa ser considerado cronologicamente

anterior a outro;

c) ainda que se fale de ações (conversam, atropelam, caminha), todas elas estão no

presente, não indicando, portanto, nenhumatransformaçãode estado;

d) se invertêssemos a seqüência dos enunciados, não correríamos o risco de alterar

nenhuma relação cronológica. Poderíamos inclusive colocar o último enunciado em primeiro

lugar e ler o texto do fim para o começo.

Eis São Paulo às sete da tarde. O trânsito caminha lento e nervoso. Nos bares,

bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas ruas, pedestres

apressados se atropelam. Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios.

Assim, a descrição:

- relata as característica de uma pessoa, de um objeto ou de uma situação

qualquer;

- inscreve-se geralmente em certo momento estático do tempo;

- geralmente não relata transformações de estado pelas quais passam seres ou

objetos;

- permite, através da simultaneidade temporal, desfazer sem estragos a seqüência

das frases.

Para iniciar o percurso narrativo, no exemplo dado no início desta lição, bastaria

introduzir algum enunciado que indicasse a passagem desse estado para um posterior,

como por exemplo:

... Eis São Paulo às sete da noite. Mas, às nove, o panorama é outro: o trânsito vai

diminuindo, os pedestres escasseando...

2.3 Dissertação

Leia o texto que segue:

O brasileiro, nos últimos anos, tem revelado uma profunda descrença nas instituições

políticas do país. Vários fatores têm concorrido para isso. Entre eles, podem se citar a

incapacidade do governo de controlar o processo inflacionário, a impunidade dos que

fazem mau uso do dinheiro público e o mau uso funcionamento dos legislativos.

Esse é o texto dissertativo. A partir dele, nota-se que no texto dissertativo:

- analisa-se e interpreta-se dados da realidade ou da cultura por meio de conceitos

abstratos;

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92

- predominam conceitos abstratos mais do que concretos ou reais;

- a argumentação é mais científica, filosófica ou psicológica;

- as relações entre as frases são mais lógicas do que cronológicas, ou seja,

são relações de implicação, de exclusão, de contradição, de oposição, de ressalva, etc.

OBS.: Não é apenas o gênero dissertativo que expressa um ponto de vista

subjetivo. Este está presente um ponto de vista, uma perspectiva, uma opinião (ou a

aparente falta delas) de quem

os produz ou reproduz.

3. Elementos e estrutura do texto DISSERTATIVO.

3.1 Elementos do texto dissertativo

Tema: o assunto sobre o qual se escreve. Muitas vezes, um tema se liga a outro(s)

Ponto de vista: a posição que se assume diante do tema. Pergunta: será que é

sempre possível assumir uma posição? Será sempre a melhor opção?

Argumentos: A fundamentação do posicionamento, em defesa ao ponto de vista,

em ataque ao ponto de vista contrário ou em nuanciação da afirmação que se pretende

refutar.

Estratégia de convencimento: não são apenas os argumentos ou idéias

apresentadas, mas sim todos os recursos empregados, inclusive a maneira como os

elementos são apresentados, dispostos, de forma mais ou menos direta, mais ou menos

ironizada, astuta, etc. Veremos abaixo mais de um exemplo do que podemos chamar de

―abordagem‖ do leitor (como se estabelece o contato, como se introduz a idéia, o argumento,

etc.).

O parágrafo: Além da estrutura global do texto dissertativo-argumentativo, é

importante conhecer a estrutura de uma de suas unidades básicas: o parágrafo.

Parágrafo é uma unidade de texto organizada em torno de uma idéia-núcleo,

que é desenvolvida por idéias secundárias. O parágrafo pode ser formado por uma ou

mais frases, sendo seu tamanho variável.

Quando há mudança de parágrafo? Quando se inicia uma nova idéia ou

quando se muda o foco do discurso; quando surge um novo questionamento, uma

retificação do argumento, etc.; freqüentemente também, quando a forma da escrita

apresenta uma variação, por vezes para provocar algum impacto na leitura (por exemplo,

através de uma brusca mudança de frases longas para uma frase curta).

Olhe para estes dois quadros como se fossem duas páginas...

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

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93

xxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Xxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxx.

Xxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxx.

... como se vê, a leitura fica muito mais leve e agradável.

Leia o seguinte texto:

A criança que você pôs no mundo pesa dez libras. É feita com oito libras de água e

um punhado de carbono, cálcio, azoto, sulfato, fósforo, potássio e ferro. Você deu à luz

a oito libras de água e duas libras de cinzas. Assim cada gota de seu filho era o

vapor da

nuvem, o cristal da neve, da bruma, do orvalho, da água nascente e da lama de um

esgoto. Milhares de combinações possíveis de cada átomo de carbono ou de azoto. Você

apenas reuniu o que já existia.

Olhe a terra suspensa no infinito. O Sol, seu próximo companheiro, está a

cinqüenta milhões de milhas. Nosso pequeno planeta não é mais que três mil milhas de

fogo recoberto por uma película que tem apenas dez milhas. Sobre esta fina película, um

punhado de continentes jogados entre os oceanos. Sobre estes continentes, no meio das

árvores, arbustos, pássaros, animais – o ruído dos homens.

Entre estes milhões de homens, está você, que deu à luz a um homem mais. O que

é ele? Um galhinho, uma poeira – um nada. É tão frágil que uma bactéria pode matá-lo;

uma bactéria que aumentada mil vezes é apenas um ponto no campo visual.

Mas este nada é irmão das vagas do mar, do vento, do relâmpago, do sol, da via

Láctea. Este grão de poeira é irmão da espiga do milho, da relva, do carvalho, da palmeira,

irmão de um passarinho, do filhote do leão, de um potrinho, de um cãozinho.

Este grão encerra em seu pensamento as estrelas e os oceanos, as montanhas e

os precipícios. E o que é a essência da alma senão todo universo, faltando apenas as suas

dimensões.

É esta a contradição inerente ao ser humano: nascido de um quase nada, deus

está nele.

(Janusz Korczak. Como amar uma criança. Rio de Janeiro, Paz e Terra,

1984)

Tema: Como definir o ser humano em relação aos outros seres e ao cosmos.

Ponto de vista: A natureza do homem se afigura dual e contraditória – sua

pequenez e fragilidade no universo é flagrante, mas a grandiosidade de sua alma, única.

Argumentação: O homem, apesar de ínfimo no cosmos e composto da mesma

matéria que os demais seres e objetos que o cercam, é único, pois pode encerrar o mundo

em si com sua capacidade de sentir e de pensar.

Estratégia: apresentar uma descrição puramente físico-química para melhor mostrar

a finitude e depois a beleza.

Paragrafação: a mudança do primeiro para o segundo parágrafo é notável:

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94

passa do relatório físico-químico para a seguinte ordem: ―olhe a terra suspensa no

infinito‖. Com isso, o ―tom‖ do texto muda e uma nova idéia se apresenta de modo

impactante.

Veja agora como esses elementos do texto dissertativo se distribuem na

dissertação clássica:

Introdução:

- Delimitação do tema

- Apresentação do ponto de vista

Desenvolvimento:

- Argumentação

Conclusão

- Fecho

- Reafirmação do ponto de vista vezes mais pertinentes e menos generalistas.

Nestes, o tema pode estar disperso ao longo do texto ou concentrar-se no fecho, o modo

de introdução ser mais original, a conclusão reabrir o debate em vez de simplesmente

encerrar o assunto.

3.2 Recursos lógico-explicativos

Existem muitos modos de expor idéias, de desenvolver o raciocínio dissertativo.

Vamos mostrar alguns.

Observe o tema abaixo:

A violência no cotidiano da cidade grande.

Pelo método de estruturação de textos que sugerimos, a introdução tem como

finalidade apresentar o assunto e a posição assumida diante dele, isto é, a tese a ser

defendida. Essa apresentação pode ser feita de muitas maneiras.

a) Definição

Pode-se começar a dissertar escrevendo uma definição do tema, para atribuir

maior clareza e objetividade ao texto. Também se usa uma definição para

depois refutá-la, contradizê-la.

Exemplo de definição:

Violência é...

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95

A violência se caracteriza como... Um ato é violento quando...

Existe violência se...

A violência costuma ser vista como...

Em seguida, expõe-se o ponto de vista e segue-se o processo dissertativo já

sugerido.

b) Comparação

Há a possibilidade também de começar o texto buscando uma definição do tema por

comparação. Por exemplo:

A violência é como...

A violência é semelhante a...

A violência parece-se com..., lembra...

Depois de estabelecida a comparação, faz-se um breve comentário interpretativo

sobre ela, explicitando, assim, a própria visão do assunto.

c) Citação

Pode-se ainda iniciar o texto com uma citação relativa ao tema. Uma frase

interessante, um verso, um aforismo, um fragmento, etc.

O ideal é que a citação seja feita do modo clássico: entre aspas,

reproduzindo exatamente as palavras do autor e com indicação da fonte de onde foi

retirada. Em seguida, faz- se uma pequena análise, um breve comentário a respeito da

opinião citada, expondo, ao mesmo tempo, o próprio ponto de vista sobre o assunto.

d) Histórico

O texto também pode ser iniciado com um histórico, uma explanação rápida

do tema através dos tempos. Por exemplo:

Antes, a violência era ―x‖, agora é...

Ontem, a violência era ―x‖; hoje é ―y‖; amanhã será...

Prepara-se uma espécie de rápido retrospecto da evolução que se quer

demonstrar ou uma breve retrospectiva acompanhada de uma prospectiva.

Depois do histórico, apresenta-se a tese e inicia-se a argumentação.

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e) Exemplo

É possível também escolher um fato-exemplo expressivo para iniciar o texto. Em

seguida, faz-se uma análise interpretativa desse exemplo – que poderá ou não ser

retomado mais adiante

–, revelando a visão que se tem sobre o tema.

Iniciar uma dissertação a partir de um exemplo pode dar concretude e

comunicabilidade ao texto.

f) Estatística

Pode-se começar a redação pela apresentação de um dado estatístico esclarecedor

sobre o tema. O procedimento é praticamente idêntico àquele em que se inicia o texto pela

exemplificação.

g) Resumo

Um resumo daquilo que se pensa sobre o assunto é outra possibilidade de se

iniciar o texto. O começo da dissertação funcionaria, assim, como uma espécie de índice,

de sumário do texto, em que se apresentariam de modo sintético o tema, o ponto de vista e

a argumentação. Por exemplo:

A violência é ―x‖ porque ―y‖...

A violência se deve a três fatores: a, b e c.

h) Pergunta

Fazer uma pergunta, um questionamento sobre o tema ou sobre algum aspecto

dele é outra forma de se iniciar uma dissertação.

Transformando o tema em uma interrogação, naturalmente já se organiza

o desenvolvimento do raciocínio: ao responder à pergunta, apresenta-se, ao mesmo tempo,

a visão que se tem do assunto.

Essas diferentes sugestões são algumas das possibilidades de apresentação de

idéias, que podem aparecer em inumeráveis combinações diferentes.

Por exemplo: uma pergunta seguida de uma definição e de uma comparação; um

exemplo seguido de uma comparação e de uma pergunta; uma citação seguida de uma

pergunta, etc.

Todos esses modos de exposição de idéias podem aparecer também no

desenvolvimento ou na conclusão da dissertação. Nossas sugestões se ativeram à

introdução porque é o início do texto que delineia a organização lógica das idéias e

que determina a seqüência do raciocínio.

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97

Outra forma de estruturação do texto: a PONTUAÇÃO

Antes de continuar com a argumentação vamos falar sobre esta questão

fundamental do texto, embora muito pouco estudada: a pontuação.

Questão de Pontuação

(João Cabral de Melo Neto)

Todo mundo aceita que ao homem cabe pontuar a própria vida:

que viva em ponto de exclamação

(dizem: tem alma dionisíaca);

viva em ponto de interrogação

(foi filosofia, ora é poesia);

viva equilibrando-se entre vírgulas e sem pontuação (na política):

o homem só não aceita do homem que use a só pontuação fatal:

que use, na frase que ele vive o inevitável ponto final.

(Do livro Agrestes. In: Obra Completa. Rio: Nova Aguilar, 1994. p.

582-3)

Linguagem oral e escrita

Na linguagem oral, pontuação sem cessar as nossas falas. E o fazemos sempre

bem, sem errar, imprimindo às nossas frases a tonalidade desejada, a gradação de

significados, as ironias e humores, mas também, simplesmente, o início e o fim de cada

nova informação.

Na escrita, porém tudo isso ocorre de uma maneira mais reduzida e

aparentemente menos expressiva. Como o autor não está aí para explicar o que queria

dizer e fazer as pausas ao falar, é fundamental à compreensão de um texto a sua

pontuação. Esta pode, inclusive, mudar completamente o significado das palavras, às

vezes até mesmo uma vida, como na anedota abaixo.

Testamento e sentença de morte – o(s) sentido(s) do texto.

Para entender a importância da pontuação, eis algumas histórias e anedotas:

assim:

Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta.. Escreveu

"Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do

padeiro nada dou aos pobres".

Morreu antes de fazer a pontuação. A quem ele deixara a fortuna? Eram Quatro

concorrentes:

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98

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:

―Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta

do padeiro. Nada dou aos pobres‖.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

―Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do

padeiro. Nada dou aos pobres‖.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:

―Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta

do padeiro. Nada dou aos pobres‖.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta

interpretação:

―Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta

do padeiro? Nada! Dou aos pobres.‖

O sentido de um texto é também uma questão de pontuação!!!

Na Inglaterra, certa vez, um oficial foi condenado à morte. Seu pedido de perdão

recebeu a seguinte

sentença do rei:

Perdoar impossível, mandar para a forca!

Antes de a mensagem ser enviada ao verdugo, passou pelas mãos da generosa

rainha, que, compadecida da sorte do oficial, tomou de uma caneta e alterando a posição

da vírgula, simplesmente mudou o significado da mensagem:

Perdoar,impossível mandar para forca!

Leia o seguinte parágrafo:

Mais de 2000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira em

apenas quinze dias dizem os especialistas em um congresso recente sobre desertificação

eles denunciaram que na província de Almería sede do evento no sul da Espanha 42% da

superfície se transformou em terra estéril constituindo o maior deserto da Europa.

Não dá para respirar? As informações estão amontoadas? Claro, está sem

pontuação! Observe agora duas possíveis pontuações do mesmo trecho e tente responder

às perguntas:

1) Mais de 2000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira.

Em apenas quinze dias, dizem os especialistas em um congresso recente sobre

desertificação, eles denunciaram que na província de Almería, sede do evento no sul da

Espanha, 42% da superfície se transformou em terra estéril, constituindo o maior deserto da

Europa.

Questões: a) o que aconteceu em apenas 15 anos? b) quem denunciou?

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99

Mais de 2000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira em

apenas quinze dias. Dizem os especialistas em um congresso recente sobre desertificação,

eles denunciaram que na província de Almería, sede do evento. No sul da Espanha,

42% da superfície se transformou em terra estéril, constituindo o maior deserto da Europa.

Questões: a) o que dizem os especialistas? b) quem são ―eles‖? c) o que foi

denunciado? d) fica claro o que está se dizendo?

Agora você mesmo pontue o texto, usando somente a vírgula e o ponto como sinais

(não esqueça das maiúsculas depois do ponto).

Mais de 2000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira em

apenas quinze dias dizem os especialistas em um congresso recente sobre desertificação

eles denunciaram que na província de Almería sede do evento no sul da Espanha 42% da

superfície se transformou em terra estéril constituindo o maior deserto da Europa.

Sujeito e predicado

Leia o texto a seguir:

As abelhas não só reconhecem as figuras geométricas, mas também sabem

distinguir figuras disfarçadas, como um triângulo sugerido apenas por seus contornos. A

conclusão é da bióloga Cláudia Boacnin, do Instituto de Psicologia Experimental da

Universidade de São Paulo. Cláudia fez uma experiência que consistiu em treinar insetos

da espécie Melípona quadrifasciata a buscar água com açúcar dentro de triângulos

eqüiláteros. Mais tarde, ela substituiu esses triângulos por uma imagem com contornos

ilusórios, o chamado triângulo de Kanizsa (porque foi criado em 1955, pelo cientista italiano

Gaetno Kanizsa). Ao lado, colocou duas imagens que nada tinham a ver com triângulos. As

abelhas reconheceram a forma que, na experiência inicial, trazia o alimento. Assim,

fizeram a maior parte dos pousos (51%) sobre a figura que mais se parecia com um

triângulo e apenas 24, 5% sobre as outras duas.

(―Abelhas geômetras‖. Superinteressante, ano 8, nº9

um sujeito:

1. As abelhas...

2. A conclusão...

3. Cláudia...

4. Mais tarde, ela...

Assinale o sujeito das três últimas sentenças:

5.

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100

6.

7.

Que conclusão podemos tirar deste exercício acerca do ponto?

Geralmente, o ponto aparece quando um novo sujeito, e, portanto, uma nova

informação sobre ele, aparece na seqüência do texto. Observe que o sujeito pode até ser o

mesmo (Cláudia e ela, por exemplo), mas as informações são diferentes (Cláudia fez uma

experiência... e ela substituiu...). Lembremos que se não há ponto separando as sentenças,

as informações vão se acumulando, provocando a asfixia no pobre leitor!

Assim, o ponto geralmente separa sentenças que são autônomas. (Cláudia

estuda abelhas. Ela está escrevendo uma tese sobre o assunto). Evidentemente, frases

independentes podem ser ligadas entre si por conjunções (Cláudia estuda abelhas e está

escrevendo uma tese sobre o assunto. Cláudia estuda abelhas porque está escrevendo uma

tese sobre o assunto).

Assim, nas seguintes frases:

1. Mais tarde, ela substituiu esses triângulos por uma imagem com contornos

ilusórios.

2. Assim, as abelhas fizeram a maior parte dos pousos sobre a figura que mais

se parecia com um triângulo.

3. Em matéria de saúde, as aparências quase sempre enganam.

4. Nós, brasileiros, consideramo-nos espertos.

5. Roda, meu carro, que é curto o caminho.

6. O povo, no ano passado, elegeu seus deputados.

7. Idéias, como dizia Silveira Martins, não são metais que se fundem.

8. Os Lusíadas, que é um poema épico, narra as grandes navegações portuguesas.

... quais os elementos que não são essenciais para formar uma ―unidade de

sentido‖? Quais os descartáveis?

O que aconteceria se fosse colocada uma vírgula na frase 2: ―Assim, as abelhas

fizeram a maior parte dos pousos sobre a figura, que mais se parecia com um

triângulo?

Observações sobre pontuação:

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- E, ou e nem dispensam a vírgula: Tragam cadernos, lápis e borracha. Não

trouxeram caderno nem borracha. Tragam lápis ou caneta.

- A vírgula separa local de dada, bem como informações: Brasília, 13 de maio de

2008.

- A vírgula, muitas vezes, não separa, mas une orações entre si: Estudas muito, logo

tua aprovação é certa.

Trazes flores, porém não as aceitarei.

- O ponto-e-vírgula (;) separa termos de uma enumeração:

A gramática da língua portuguesa estuda: a) fonética; b) morfologia; c) sintaxe.

Separa também orações muito próximas...XXX

- Os dois pontos (:) introduzem uma explicação ou uma lista de itens.

- As aspas (―‖) abrem e fecham uma citação, bem como uma palavra que não se

quer assumir como própria ou contendo uma ironia, além de alguns outros casos. É

fundamental o uso das aspas sempre que se cita textualmente o texto de alguém.

Preserva-se, com elas, a propriedade intelectual e a si mesmo de possíveis críticas.

4. Argumentação

Como afirma Maria Helena Campos de Bairros, COMUNICAR não significa

apenas enviar uma mensagem e fazer com que nosso ouvinte/leitor a receba e a

compreenda. Dito de uma forma melhor, podemos dizer que nós nos valemos da

linguagem não apenas para transmitir idéias, informações. São muito freqüentes as vezes

em que tomamos a palavra para fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite o que

estamos expressando (e não apenas compreenda); que creia ou faça o que está sendo

dito ou proposto.

Comunicar não é, pois, apenas um fazer saber, mas também um fazer crer, um fazer

fazer. Nesse sentido, a língua não é apenas um instrumento de comunicação; ela é também

um instrumento de ação sobre os espíritos, isto é, uma estratégia que visa a convencer, a

persuadir, a aceitar, a fazer crer, a mudar de opinião, a levar a uma determinada ação.

Assim sendo, talvez não se caracterizaria em exagero afirmarmos que falar e

escrever é argumentar.

TEXTO ARGUMENTATIVO é o texto em que defendemos uma idéia, opinião ou

ponto de vista, uma tese, procurando (por todos os meios) fazer com que nosso

ouvinte/leitor aceite-a, creia nela.

Num texto argumentativo, distinguem-se três componentes: a tese, os

argumentos e as estratégias argumentativas.

TESE, ou proposição, é a idéia que defendemos, necessariamente polêmica,

pois a argumentação implica divergência de opinião.

A palavra ARGUMENTO tem uma origem curiosa: vem do latim ARGUMENTUM,

que tem o tema ARGU , cujo sentido primeiro é "fazer brilhar", "iluminar", a mesma raiz de

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"argênteo", "argúcia", "arguto". Desse modo, no pensamento científico e em geral o

argumento é fundamental pois compartilha a idéia do saber, do conhecimento, da verdade

enquanto luz esclarecedora.

As ESTRATÉGIAS não se confundem com os ARGUMENTOS. Esses,

como se disse, respondem à pergunta por quê (o autor defende uma tese tal PORQUE ... -

e aí vêm os argumentos).

ESTRATÉGIAS argumentativas são todos os recursos (verbais e não-verbais)

utilizados para envolver o leitor/ouvinte, para impressioná-lo, para convencê-lo melhor, para

persuadi-lo mais facilmente, para gerar credibilidade, etc.

A CLAREZA do texto - para citar um primeiro exemplo - é uma estratégia

argumentativa na medida em que, em sendo claro, o leitor/ouvinte poderá entender, e

entendo, poderá concordar com o que está sendo exposto. Portanto, para conquistar o

leitor/ouvinte, quem fala ou escreve vai procurar por todos os meios ser claro, isto é,

utilizar-se da ESTRATÉGIA da clareza. A CLAREZA não é, pois, um argumento, mas é

um meio (estratégia) imprescindível, para obter adesão das mentes, dos espíritos.

4.1 A argumentação causal – o(s) porquê(s)

Uma das principais técnicas de argumentação é aquela que utiliza o raciocínio lógico-

causal, que investiga as causas e conseqüências daquilo que se afirma. São os porquês, as

razões, os motivos que fundamentam os nossos posicionamentos.

O modo clássico de composição da dissertação, depois de perguntar: qual o tema? o

que se diz sobre o tema e qual a nossa opinião?, indaga-se: por quê? A resposta será o eixo

principal de nossa argumentação.

Aliás, um dos principais problemas de argumentação é a confusão

causa/efeito. Esta consiste, por exemplo, em estabelecer como causa de um fato que

aconteceu imediatamente antes do tempo. Por exemplo: Meu pai encerrou o cachorro.

Depois de poucos dias, tinha raiva o animal. Portanto, o encerramento é o que causou a

raiva. Analisando a frase, a raiva é posta como efeito da causa "cachorro". Ora, é ilógico

afirmar que a conseqüência de encerrar o cachorro dê raiva.

Exemplo de encadeamento:

O amor, o trabalho e o conhecimento devem governar a nossa vida... (→ponto de

vista) .

Porque pois uma vez que já que nexos argumentação à medida que lógico-causais

causal tendo em vista que por causa de visto que .. são as fonte de nossa existência

.Problemas de Argumentação

Já dizia Giordano Bruno, dez anos antes de ser queimado pela Inquisição em 1600:

Nunca deve valer como argumento a autoridade de qualquer homem, por

excelente e ilustre que seja... É sumamente injusto submeter o próprio sentimento a

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uma reverência submetida a outros; é digno de mercenários ou escravos e contrário à

dignidade humana sujeitar-se e submeter-se; é uma estupidez crêr por costume

inveterado; é coisa irracional conformar-se com uma opinião devido ao número dos que a

têm... É necessário procurar sempre, em compensação, uma razão verdadeira e

necessária... E ouvir a voz da natureza.

(Giordano Bruno, 1590. In: Rodolfo Mondolfo. Filosofia da Renascença. São

Paulo: Mestre Jou, 1967)

No livro, Redação Inquieta, Bernardo (2000) menciona falhas de argumentação

como: a confusão causa-efeito; o círculo vicioso; a estatística tendenciosa; a fuga do

assunto; além da confusao causa-efeito mencionada supra e dos problemas de pontuação,

que podem enfraquecer ou desvirtuar completamente uma argumentação, entre outros.

Há também o argumento autoritário, é disso que fala o texto acima de Giordano

Bruno.

O argumento autoritário

O argumento autoritário geralmente apela para as palavras de uma pessoa

famosa ou autoridade, buscando impressionar o opositor. Por exemplo: Como vais pôr em

dúvida minhas palavras (diretora), se eu fui votada pela maioria dos professores?

Círculo vicioso

O círculo vicioso consiste em fazer uma afirmação e defendê-la apresentando

razões que significam o mesmo que a afirmação original, ou seja, duas proposições que

carecem igualmente de prova. Por exemplo: o sal se dissolve porque é solúvel. Ou provar a

origem do homem pelo intelecto divino e o intelecto divino pela origem do homem.

A estatística tendenciosa

A estatística tendenciosa acontece quando um determinado tema é pesquisado sob

a forma de tabela, apoiado num levantamento apressado de fatos. Com esse tipo de

redação, o aluno quer terminar rápido e faz uma conclusão mal feita.

A fuga do assunto

A fuga do assunto é quando o discente faz uma frase e na seguinte se desvia da

idéia. Por exemplo: a ciência é muito importante para humanidade, a história estuda o

passado. Ou: o amor é a ferramenta do ser humano, a paixão é dolorosa.

Emprego de noções de sentido muito extenso

Para entender esse tipo de defeito argumentativo, é necessário considerar que na

língua existem palavras com uma extensão de significado muito ampla. Não sendo

palavras de sentido especializado, ocorrem nos mais variados contextos, cobrindo noções

díspares e até contraditórias. Trata-se de palavras que, para não prejudicar o esquema de

argumentação, devem vir previamente definidas porque, se não o forem, podem servir de

argumento para um ponto de vista e para o seu contrário. Pense-se, a esse respeito, no uso

que o mundo contemporâneo tem feito da palavra liberdade:

- Reagan, em defesa da liberdade dos povos latino-americanos,

solicita ao Congresso americano verbas para apoiar os movimentos ao governo da

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Nicarágua;

- Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, em nome da liberdade dos

povos latino-americanos, solicita, na ONU, sanções contra os Estados Unidos pelo

apoio que vêm dando aos movimentos contrários ao governo revolucionário.

Como se vê, o mesmo conceito está sendo utilizado como argumento para duas

atitudes diametralmente opostas: uma dos Estados Unidos contra o governo da

Nicarágua; outra do governo da Nicarágua contra os Estados Unidos.

QUESTÃO AO ALUNO:

O que é que permite essa diversidade no uso de uma mesma palavra?

Essas considerações nos levam a concluir que palavras desse tipo precisam ser

definidas antes de serem exploradas como argumento para apoiar qualquer ponto de vista.

Do contrário, o argumento se esvazia e perde o seu poder de persuasão.

Na língua, existem muitas palavras pertencentes a esse tipo de repertório: liberdade,

democracia, justiça, ordem, alienação, massificação, materialismo, idealismo, etc.

Identifique a(s) palavra(s) problemáticas nestas frases:

O problema dos posseiros e a luta pela terra não têm sentido, pois perturbam a

ordem estabelecida.

Deve-se respeitar o professor porque, afinal de contas, na escola ele é uma

autoridade.

Emprego de noções de totalidade indeterminada

Todos os políticos são iguais: só querem o poder para encher os próprios bolsos.

Os países latino-americanos são diferentes em tudo: nos hábitos, nos

costumes, na concepção de vida, nos valores, etc.

O uso dessas noções totalizadoras também compromete a força argumentativa do

texto, pois dá margem a contra-argumentações imediatas e fáceis.

O exemplo generalizante e os chavões

Apesar do exemplo ser fundamental na maioria das argumentações, é bom

tomar cuidado na hora de usar um exemplo que pode não refletir uma realidade ou que

generalize algo em demasia. Por exemplo:

No Brasil, a maioria da população ativa ganha acima de dez salários mínimos. Outro

hábito a ser evitado é o começo de redação por chavão, do tipo:

Desde os primórdios da Antigüidade...

A cor sempre exerceu um grande fascínio sobre a humanidade... Um dos problemas

mais discutidos da atualidade...

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No Manual de Redação da Folha de São Paulo, preconiza-se evitar o uso de

expressoes como: Abrir com chave de ouro.

Antes de mais nada Ataque fulminante Caixinha de surpresas Calorosos aplausos

Corações e mentes

Congestionamento monstro

Fazer por merecer Usina de idéias Vitória esmagadora

4.3. Coerência e Coesão

Separa-se aqui coerência e coesão por razões didáticas. Diga-se, contudo, que são

processos que se contaminam e se relacionam intimamente. Qualquer falante de uma

língua é capaz, ao ler um texto, de apreciar a coerência, mas a produção de texto requer

mesmo assim reflexão e prática nestes dois quesitos.

QUESTÃO AO ALUNO:

Qual, na sua opinião, é a diferença entre coerência e coesão?

A partir desta pergunta, podemos delimitar um primeiro delineamento das duas

noções e de seu entrelaçamento.

4.3.1 Coerência (e incoerência)

Observe o texto que segue:

Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das

avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que

estavam os pacotinhos de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista,

que vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar.

O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era

um homem corpulento. Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o homem para o

hospital. Assim salvou-

lhe a vida.

Esse texto, uma redação escolar, é gramaticalmente perfeito, porém apresenta uma

incoerência. Qual? Como chamar esta incoerência?

A coerência não é independente do contexto no qual o texto está inscrito, isto é, não

podemos ignorar factores como o autor, o leitor, o espaço, a história, o tempo, etc. O

exemplo seguinte:

(...) O velho abutre alisa as suas penas.

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É um verso de Sophia de Mello Breyner Andresen que só pode ser

compreendido uma vez contextualizado (pertence ao conjunto ―As Grades‖, in Livro Sexto,

1962): o ―velho abutre‖ é uma metáfora subtil para designar o ditador fascista Salazar.

Portanto, é bom frisar novamente que não é o conhecimento da língua que nos permite

saber isto mas o conhecimento da cultura portuguesa.

Podemos indicar, além deste nível mais metafórico e cultural, três níveis

gerais de coerência:

- coerência narrativa;

- coerência semântica;

- coerência argumentativa.

a) Coerência narrativa

É incoerente narrar uma história em que alguém está descendo uma ladeira

num carro sem freios, que pára imediatamente, depois de ser brecado, quando uma

criança lhe corta a frente. Vejamos um exemplo em redação:

Lá dentro havia uma fumaça formada pela maconha e essa fumaça não deixava que

nós víssemos qualquer pessoa, pois ela era muito intensa.

Meu colega foi à cozinha me deixando sozinho, fiquei encostado na parede de sala e

fiquei observando as pessoas que lá estavam. Na festa havia pessoas de todos os tipos:

ruivas, brancas, pretas, amarelas, altas, baixas, etc.

QUESTÃO AO ALUNO:

Qual a incoerência deste texto?

Nesse caso, o sujeito não podia ver e viu. O texto tornar-se-ia coerente se o narrador

dissesse que ficara encostado à parede imaginando as pessoas que estavam por detrás da

cortina de fumaça.

b) Coerência semântica

Refere-se à relação entre os significados dos elementos das frases em

seqüência; a incoerência aparece quando esses sentidos não combinam, ou quando são

contraditórios.

Exemplos:

... ouvem-se vozes exaltadas para onde acorreram muitos fotógrafos e telegrafistas

para registrarem o fato.

O governo principalmente não corresponde de uma maneira correta em relação ao

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107

nível de condições que para muitos seriam uma decisão óbvia.

Educação, problema universal que por direito todo indivíduo deve ter acesso.

Ainda dentro deste tipo de coerência, lembramos que o pouco domínio do sentido

dos vocábulos e das restrições combinatórias podem também gerar frases com problemas

de compreensão, como as que seguem:

O jardim que circula a casa estava maltratado. Entramos em um círculo de

mudanças.

O rei quis obter as luxúrias que sua posição oferecia.

... sendo este o dominador comum das mudanças. O Brasil é um país em alta-

rotatividade.

O que existe é um apontamento dos erros do vestibular. A televisão transmite lazer.

Não deu asas ao pensamento, obviamente com medo de aferir a opinião dos outros.

Isto acontece quando você está batendo uma conversa informal.

O quarto era o maior ambiente do barraco. Minhas suspeitas se atrapalham.

O sol deixa um rastro de cor reflexada na água.

A audiência no Maracanã é grande quando jogam Vasco e Flamengo.

... vencendo a oscilação que repousava em sua mente. Jamais fui a uma igreja seja

ela de qual raça ou costume. O tempo nos proporciona muitos sacrifícios.

O armário estava desarrumado, com as gavetas afogadas de tantas roupas

dispersivas.

QUESTÕES AOS ALUNOS:

Quais as incoerências para cada uma das frases acima?

c) Coerência argumentativa

Sobre coerência argumentativa Platão e Fiorin afirmam: ―Num esquema de

argumentação, joga- se com certos pressupostos ou certos dados e deles se fazem

inferências ou se tiram conclusões que estejam verdadeiramente implicados nos

elementos lançados como base do raciocínio que se quer montar. Se os pressupostos ou

os dados de base não permitem tirar as conclusões que foram tiradas, comete-se a

incoerência de nível argumentativo‖ (: 1995, p. 264). Por exemplo, opor-se a qualquer

tipo de violência e defender a pena de morte é uma incoerência argumentativa.

4.3.2 Coesão

A sua redação, seja ela dissertativa, descritiva ou narrativa, deve primar, como se

sabe, pela clareza, objetividade, coerência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz

(coeso significa ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar

interligados. De um fazer referência

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ao outro. De o sentido de um depender da relação com o outro. A título de

exemplificação, observe-se o texto a seguir:

É sabido que o sistema do Império Romano dependia da escravidão, sobretudo

para a produção agrícola. É sabido que a população escrava era recrutada principalmente

entre prisioneiros de guerra.

Em vista disso, a pacificação das fronteiras fez diminuir consideravelmente a

população escrava.

Como o sistema não podia prescindir da mão-de-obra escrava, foi necessário

encontrar outra forma de manter inalterada essa população.

Como se pode observar, os enunciados desse texto não estão amontoados

caoticamente, mas estritamente interligados: ao se ler, percebe-se que há conexão entre

cada uma das partes.

A coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados obviamente

não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles. Essas

relações de sentido são manifestadas sobretudo por certa categoria de palavras, as quais

são chamadas conectivos ou elementos de coesão. Sua função no texto é exatamente a de

pôr em evidência as várias relações de sentido que existem entre os enunciados.

No caso do texto citado acima, pode-se observar a função de alguns desses

elementos de coesão. A palavra ―ainda‖ no primeiro parágrafo (―É sabido ainda que...‖)

serve para dar continuidade ao que foi dito anteriormente e acrescentar um outro dado: que

o recrutamento de escravos era feito junto dos prisioneiros de guerra.

O segundo parágrafo inicia com a expressão ―em vista disso‖, que estabelece uma

relação de implicação causal entre o dado anterior e o que vem a seguir : a pacificação das

fronteiras diminui o fornecimento de escravos porque estes eram recrutados principalmente

entre os prisioneiros de guerra.

QUESTÃO AOS ALUNOS:

Vocês vêem algum outro elemento de coesão neste texto?

a) O papel de alguns dos elementos de coesão mais usados

- assim, desse modo: têm um valor exemplificativo e complementar.

A seqüência introduzida por eles serve normalmente para explicar, confirmar ou

ilustrar o que se disse antes;

- e: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi dito

antes; indica uma

progressão semântica que adiciona, acrescenta algum dado novo;

- ainda: serve, entre outras, coisas, para introduzir mais um

argumento a favor de determinada conclusão, ou para incluir um elemento a mais

dentro de um conjunto qualquer;

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- aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem um

argumento decisivo,

apresentado como acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o

golpe final no argumento contrário ou a favor do próprio argumento;

- isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras: introduzem esclarecimentos,

retificações ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente;

- mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, todavia: marcam

oposição entre dois enunciados ou dois segmentos. Não se pode ligar, com esses

relatores, segmentos que não se opõem. Eles estabelecem uma relacao dita adversativa.

- embora, ainda que, mesmo que: são relatores que estabelecem ao

mesmo tempo uma relação de concessão. Servem para admitir um dado contrário para

depois negar seu valor de argumento. Trata-se de um expediente de argumentação muito

vigoroso: sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.

b) Outros recursos de coesão

Além dos elementos elencados acima, que são dos mais comuns, existem muitos

outros recursos para deixar o texto mais coeso, mais leve ou mais agradável de ler. Já

trabalhamos a

pontuação, que pode ser considerado como um dos fatores mais importantes de

coesão num texto. Abaixo está uma lista não exaustiva de recursos, que o aluno

pode complementar e guardar para auxiliá-lo na hora de escrever. Os elementos são

retomados, portanto, por:

- Repetição: a repetição é um dos principais elementos de coesão,

uma vez que dispensa a releitura por parte do o leitor. A repetição pode ser considerada a

mais explícita ferramenta de coesão. Obviamente, ela deve ser usada com parcimônia,

uma vez que um número elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão.

Ex: Oito pessoas morreram na queda de um avião bimotor Aero Commander, da

empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião prefixo PTI-EE caiu sobre

quatro sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de São

Paulo, por volta das 21h40 de sábado.

- Repetição parcial: na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial

é o mais comum mecanismo coesivo. Costuma-se, uma vez citado o nome completo

de alguém, repetir somente o(s) seu(s) sobrenome(s).

- Elipse: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.

Ex: Estavam no avião o empresário Silvio Name Júnior, de 33 anos, que foi

candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto José Traspadini, de 64 anos;

o co-piloto Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi necessário repetir a

palavra avião logo após as palavras piloto e co-

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- Substituições: uma das mais ricas maneiras de se retomar um elemento já

citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado. É o mecanismo pelo qual se

usa uma palavra (ou grupo de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de

palavras). Confira os principais elementos de substituição (alguns já citados acima):

a) Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou

acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a idéia contida em

um parágrafo ou no texto todo.

Ex: Foram encontrados: o sogro de Name Júnior, Márcio Artur Lerro Ribeiro, de

57; seus filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro, de 31; e o

marido dela, João Izidoro de Andrade, de 53 anos.

O pronome possessivo seus retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o

pronome pessoal ela, contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela

Gimenes Ribeiro (e o marido de Gabriela...). Veja outros exemplos de substituição

pronominal:

Muitos brasileiros estavam assistindo à corrida, mas isso não bastou para que

Rubinho vencesse a prova.

O pronome demonstrativo isso retoma a idéia, expressa anteriormente, de que

muitos brasileiros estavam assistindo à corrida.

Em época de fim de ano, as pessoas que trabalham com carteira assinada recebem

o 13° salário, o que aquece a economia do país.

O pronome demonstrativo o retoma o fato de as pessoas trabalharem com carteira

assinada.

Sérgio Ricardo de Andrade, de 32 anos, que morreu ao reagir a um assalto e ser

baleado na noite de sexta-feira, (...)

A Jonas Ricardo foram atribuídas atitudes violentas. Segundo sua esposa, ele a

agrediu na última segunda-feira...

O pronome pessoal ele retoma Jonas Ricardo; o pronome pessoal a retoma sua

esposa, etc.

b) Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se

referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação pode ser conhecida ou

não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo que fique fácil a sua

relação com o elemento qualificado.

Ex:

(...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O presidente, que

voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado...

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O epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia usar,

como exemplo, sociólogo.

Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-

Ministro dos Esportes, a seleção...

O epíteto ex-Ministro dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento;

poder-se-iam, por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do mundo, etc.

c) Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou muito

parecido) dos elementos a serem retomados.

Ex: O prédio foi demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor

do edifício, para conferir o espetáculo .

d) Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa por

eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.

Ex: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida

Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A paralisação foi a

maneira encontrada...

Paralisação, que deriva de paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de

paralisar o trânsito da Avenida Higienópolis.

e) Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um elemento

(palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de uma classe ou categoria

a que esse elemento pertença, como em:

Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O

protesto foi a maneira encontrada...

Protesto retoma toda a idéia anterior - da paralisação -, categorizando-a como um

protesto; Quatro cães foram encontrados ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos

enfrentaram a reação dos animais.

Animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações que se podem

atribuir a eles. f) Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de

lugar.

em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram...

Exemplos de advérbios que comumente funcionam como elementos referenciais, isto

é, como elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.

g) Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo,

em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente,

primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).

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h) Tempo (freqüência, duração, ordem, sucessão, anterioridade,

posterioridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no

momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida,

afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, freqüentemente, constantemente às

vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo

tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando,

antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que,

cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.

i) Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma,

assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente,

analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de

acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,

tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.

j) Condição, hipótese: se, caso, eventualmente, porventura.

k) Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais,

ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como

também, não apenas ... como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for

excludente).

l) Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não

é certo, se é que.

m) Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito,

subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.

n) Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para

exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.

o) Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o

propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.

p) Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de,

dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele,

aquela, aquilo, ante, a.

q) Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão,

enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo,

pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.

r) Causa e conseqüência. Explicação: por conseqüência, por conseguinte, como

resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto,

tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (=

porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista.

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113

s) Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com,

salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de,

ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos

que, só que, ao passo que.

t) Idéias alternativas: ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.

Exercício s

1) Torne o texto coerente preenchendo as lacunas com algum dos elementos

coesivos sugeridos:

assim que – a menos que – quando – porque – desde que – entretanto – que –

porém – a não ser que – ou – embora – conforme - para

Centenas de milhões de espécies de plantas e animais desapareceram a vida

começou na Terra. Algumas desapareceram pelo processo natural de evolução.

nos últimos 300 anos, o homem apressou esse processo

mais do que mil vezes, destruindo habitats, poluindo o ambiente, caçando e colhendo

espécies. É difícil apontar exatamente a velocidade da extinção, uma

estimativa sugere desapareceram diariamente

cerca de 100 espécies uma espécie a cada 15

minutos. Há, provavelmente, um milhão delas em risco de desaparecimento nos

próximos 20 anos, se faça algo agora salvá-las do

desaparecimento.

(Enciclopédia Ciência Globo)

2) O texto abaixo apresenta uma série de ocorrências que dificultam a compreensão

imediata da mensagem. Reescreva-o, tornando-o mais claro e conciso

Em relação à poluição do ar, as pessoas que usam carros só vão largar seus

carros em casa quando houver nas cidades em que as pessoas moram,

principalmente cidades grandes, metrópoles, um transporte coletivo que seja eficaz. Hoje,

os ônibus, que são o principal transporte coletivo do Brasil, demoram e quando os ônibus

chegam, chegam lotados. Mas os ônibus também são, além do principal transporte, os

maiores poluidores do ar, pois os ônibus vivem desregulados. Como alternativa de

transporte, restam para as pessoas as poucas linhas de metrô e as poucas ciclovias que

permitiriam às pessoas andarem de bicicleta. Metrô e bicicleta são transportes que não

poluem o ar.

2) Reúna as frases em um só período por meio de elementos coesivos. Faça as

alterações necessárias.

a) Os planos econômicos são inevitáveis. Os planos econômicos costumam afetar

duramente a população. As conseqüências dos planos econômicos são imprevisíveis.

b) O homem age de forma predatória sobre a natureza. A natureza resiste à

atuação predatória do homem. A natureza mantém vivas algumas de suas espécies. A

natureza responde ao homem sob forma de intempéries imprevisíveis.

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114

c) Eles estavam preocupados com o problema que causaram. Eles apresentaram

suas explicações. As explicações não eram convincentes.

3) Uma das maneiras de não se perder no momento de redigir um texto é produzir

frases não muito longas. Falta à frase abaixo justamente esse cuidado. Reescreva-

a para que fique mais clara, mais concisa, e corrija os trechos que contenham erros.

Não se esqueça dos elementos de coesão.

Apesar de parecer contraditório, a facilidade de se ter informações de todas as

partes do mundo sem sair de casa às vezes confunde o usuário leigo onde o novato se vê

perdido entre as inúmeras páginas virtuais, isto depois de instalar a Internet no

computador, o que deveria ser prático acaba se tornando uma frustração, existindo dezenas

de sites e diretórios de busca na Rede onde têm como função ajudar a encontrar

informações através de palavras-chave. (Gazeta do Povo – texto modificado)

5. ALGUMAS DIFICULDADES MAIS FREQÜENTES DA LÍNGUA

PORTUGUESA.

5.1 Tópicos específicos

Serão colocadas aqui apenas algumas das dificuldades de português mais

recorrentes na prática da escrita e da fala formal. Outras, contudo, surgirão a partir do

diagnóstico feito junto aos alunos e no decorrer das aulas e serão trabalhadas em seu

tempo.

A –

A – preposição. Usa-se com a idéia de tempo futuro ou sentido geográfico.

Daqui a dois dias, tudo estará melhor. Moro a três quadras daqui.

Há – Verbo HAVER. Usa-se com sentido de tempo passado: Há dias ela chegou.

Há muito tempo não tiro férias.

ESTE, ESSE, AQUELE

Este, esta, isto – indica que o ser está relativamente próximo à pessoa que fala,

revelam tempo presente ou futuro, referem-se a alguma coisa que ainda vai ser citada.

Ex.: Esta caneta que está comigo é azul. Pretendo fazer as compras ainda nesta

semana.

Espero sinceramente isto: que se procedam às reformas.

Esse, essa, isso – indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa com

quem se fala, revelam tempo passado, referem-se a alguma coisa que já foi citada.

Ex.: Essa caneta que está contigo é azul

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115

Em fevereiro fez muito calor: nesse mês pude ir várias vezes à praia. Que as

reformas sejam efetuadas rapidamente: é isso que desejo.

PORQUE, PORQUÊ, POR QUE, POR QUÊ

Porque – Usa-se nas respostas, introduz uma explicação: equivale a pois.

Ex.: Não tiro os olhos do mar, porque nele está o meu barco.

Porquê – Usa-se na forma de substantivo e, assim sendo, vem antecedido de artigo.

Ex.: Diga-me o porquê dessa preocupação com o teu barco.

Por que

a) nas interrogações diretas e indiretas.

Ex: Por que ela não veio?

Quero saber por que ela não veio.

b) quando equivale a pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, estando,

por vezes, subentendidas as expressões razão, motivo, causa.

Ex.: Eis por que ela não veio.

(Eis o motivo pelo qual ela não veio).

Não conheço os países por que vamos passear. (Não conheço os países pelos quais

vamos passar).

Por quê – Usa-se no final da frase.

Ex.: Casou com Luísa, que morava longe, por quê?

Começou contínuo, acabou funcionário e você sabe por quê.

AFIM DE, A FIM DE

AFIM – que tem afinidade, semelhança, parentesco, analogia: A matemática e a

física são ciências afins.

A FIM DE – locução prepositiva que corresponde a para; indica finalidade: Não

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116

estamos a fim de aceitar essa proposta.

AO ENCONTRO DE, DE ENCONTRO A

AO ENCONTRO DE - na direção de, em busca de, em favor de: Nossa atitude vai

ao encontro do desejo da comunidade.

DE ENCONTRO A – no sentido oposto, em contradição com, contra: Nossa atitude

vai de encontro ao desejo da comunidade.

SENÃO, SE NÃO

Usa-se SENÃO quando podemos substituí-lo por:

a) caso contrário – Silencio, senão serás descoberto. b) A não ser – Vocês não

fazem senão reclamar!

c) Mas sim – Se tal disse, não foi com o intuito de ofendê-lo, senão para adverti-lo.

Usa-se SE NÃO quando podemos substituí-lo por caso. O se é uma conjunção

subordinativa condicional e o não é advérbio de negação.

Ex.: Se não gostas de teatro, azar o teu. (Caso não gostes...).

MAS, MAIS

MAS – Conjunção coordenativa adversativa (=

porém) Vou, mas volto logo.

MAIS – Advérbio de intensidade (indica quantidade) Há mais alunos do que eu

esperava.

MAL, MAU

MAL – Advérbio de modo (≠ bem) Aquela resposta foi mal dada.

O doente sobre de um mal incurável.

MAU – Adjetivo (≠ bom)

Só o mau aluno falta às aulas.

A PAR, AO PAR

A PAR – ciente, informado, prevenido, avisado: Não estamos a par deste assunto.

AO PAR – usado em relação a câmbio, igual: O real está ao par do dólar.

PARA MIM, PARA EU

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117

Com a preposição ―para‖, usa-se ―eu‖ se depois dele vier um verbo infinitivo. Em

outras construções usa-se para mim.

Ex.: Estes livros chegaram para mim na semana passada. No bilhete

anexo, a recomendação para eu cuidar bem deles.

MAIS BEM, MELHOR

MAIS BEM – usa-se, quando, logo após, aparece um verbo no particípio: São os

alunos mais bem preparados.

MELHOR – usa-se quando o verbo a seguir não está no princípio: São bem melhores

do que nós (somos).

CESSÃO, SESSÃO, SECÇÃO, SEÇÃO

CESSÃO – ato de ceder:

Fez a cessão do imóvel.

SESSÃO – assembléia, reunião, espetáculo: A sessão teatral acaba muito tarde.

SECÇÃO – parte de um todo, fragmento, divisão: A secção infantil é à esquerda.

SEÇÃO – o mesmo que SECÇÃO.

5.2. Concordância verbal

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu

sujeito. Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu

jeito carinhoso de ser.

Casos de concordância verbal:

1) Sujeito simples

Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e

pessoa. Ex.: Nós vamos ao cinema.

O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito

(nós).

Casos especiais:

a) O sujeito é um coletivo- o verbo fica no singular. Ex.: A multidão gritou pelo rádio.

ATENÇÃO:

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118

Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o

plural. Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.

b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no

singular ou vai para o plural.

Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.

c) O sujeito é um pronome de tratamento- o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do

singular ou do plural).

Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.

d) O sujeito é o pronome relativo que – o verbo concorda com o antecedente do

pronome. Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.

e) O sujeito é o pronome relativo quem- o verbo pode ficar na 3ª pessoa do

singular ou concordar com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.

f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós,

quais de

..., quantos de ..., etc.- o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou

indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).

Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?

DICAS:

Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular o verbo concorda com

eles em pessoa e número. Ex.:

Qual de vós me punirá.

g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural- se o sujeito não vier

precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo

concordará com o artigo.

Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior

potência mundial.

h) O sujeito é formado pelas expressões mais de um, menos de dois, cerca de...,

etc. – o verbo concorda com o numeral.

Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não

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119

compareceram à aula.

i) O sujeito é constituído pelas expressões a maioria, a maior parte, grande parte,

etc.- o verbo poderá ser usado no singular ( concordância lógica) ou no plural (concordância

atrativa).

Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.

j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo)- o verbo poderá ser

usado no singular ou plural se este vier afastado do substantivo.

Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente

da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.

2) Sujeito composto

Regra geral: o verbo vai para o plural.

Ex.: João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:

a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes- o

verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.

Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos ( 1ª pessoa plural)

amigos. O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis ( 2ª pessoa do

plural) amigos. O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

ATENÇÃO:

No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira

pessoa. Ex.: Tu e ele se tornarão amigos.(3ª pessoa do plural)

Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o

núcleo mais próximo do verbo.

Ex.: Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por e -

o verbo concordará com os dois núcleos.

Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

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120

ATENÇÃO:

Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o

núcleo mais próximo do verbo.

Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo

poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).

Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e

ansiedade não o ajudava a se concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos- o verbo pode concordar com todos os

núcleos

(lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.

Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar

bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo

concorda com o aposto resumidor.

Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e outro, nem um nem

outro...- o verbo poderá ficar no singular ou no plural.

Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou- o verbo irá para o singular

quando a idéia for de exclusão e plural quando for de inclusão.

Ex.: Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)

A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto...como/

assim...como/ não só...mas também, etc.) - o mais comum é o verbo ir para o plural, embora

o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.

Ex.: Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São

Paulo./ Tanto

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121

Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Outros casos:

1) Partícula SE:

a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o

sujeito passivo. Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará

obrigatoriamente no singular.

Ex.: Precisa-se de secretárias. Confia-se em pessoas honestas.

2) Verbos impessoais

São aqueles que não possuem sujeito, ficarão sempre na 3ª pessoa do

singular. Ex.: Havia sérios problemas na cidade.

Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar. Deve haver sérios problemas na

cidade.

Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.

DICAS:

Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais. O verbo existir

não é impessoal.

Veja:

Existem sérios problemas na cidade. Devem existir sérios problemas na cidade

3) Verbos dar, bater e soar

Quando usados na indicação de horas, têm sujeito (relógio, hora, horas,

badaladas...) e com ele devem concordar.

Ex.: O relógio deu duas horas.

Deram duas horas no relógio da estação. Deu uma hora no relógio da estação.

O sino da igreja bateu cinco badaladas. Bateram cinco badaladas no sino da igreja.

Soaram dez badaladas no relógio da

escola.

4) Sujeito oracional

Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª

pessoa do singular.

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122

Ex.: Ainda falta/ dar os últimos retoques na pintura.

5) Concordância com o infinitivo

a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:

não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal

oblíquo átono. Ex.: Esperei-as chegar.

é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome

átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar,

fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos).

Ex.: Mandei sair os alunos./Mandei saírem os alunos.

flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome

átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo.

Ex.: Esperei saírem todos.

b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto

Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio. Ex.:

Passamos horas a comentar o filme (comentando), é facultativa a flexão do infinitivo

quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal.

Ex.: Antes de (tu)responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu )responderes, (tu) lerás o

texto.

é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da

oração principal e está indicado por algum termo do contexto.

Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos.

é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da

oração principal e não está indicado por nenhum termo no contexto.

Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.

c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal

- não se flexiona o infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal

quando devida à ordem dos termos da oração sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.

Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.

- é facultativa a flexão do infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal,

quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.

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123

Ex.: Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e

reclamar dela./ Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e

reclamarmos dela.

6) Concordância com o verbo ser:

a- Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos

pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO: o verbo ser ou parecer

concordarão com o predicativo. Ex.: Tudo são flores./Aquilo parecem ilusões.

DICAS

Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer

enfatizá-lo. Ex.: Aquilo é sonhos vãos.

b- O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os

pronomes interrogativos QUE ou QUEM.

Ex.: Que são gametas?/ Quem foram os escolhidos?

c- Em indicações de horas, datas, tempo, distância: a concordância será com a

expressão numérica

Ex.: São nove horas./ É uma hora.

DICAS:

Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias pois subentende-se

a palavra dia.Ex.: Hoje são 24 de outubro./ Hoje é (dia) 24 de outubro.

d- Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância

se dará com o pronome.

Ex.: Aqui o presidente sou eu.

DICAS:

Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com

o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.

Ex.: Eu não sou tu

e- Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o

predicativo. Ex.: O menino era as esperanças da família.

f- Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é menos de junto a especificações

de preço, peso, quantidade, distância e etc, o verbo fica sempre no singular.

Ex.: Cento e cinqüenta é pouco./ Cem metros é muito.

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124

g- Nas expressões do tipo ser preciso, ser necessário, ser bom o verbo e o

adjetivo podem ficar invariáveis, (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino

singular) ou concordar com o sujeito posposto.

Ex.: É necessário aqueles materiais./ São necessários aqueles materiais.

h- Na expressão é que, usada como expletivo, se o sujeito da oração não aparecer

entre o verbo ser e o que, ficará invariável.Se aparecer, o verbo concordará com o sujeito.

Ex.: Eles é que sempre chegam atrasados./ São eles que sempre chegam

atrasados.

5.3. Crase (Manual de Redação do Estadão)

A crase indica a fusão da preposição a com artigo a: João voltou à (a

preposição + a artigo) cidade natal. / Os documentos foram apresentados às (a prep.

+ as art.) autoridades. Dessa forma, não existe crase antes de palavra masculina: Vou

a pé. / Andou a cavalo. Existe uma única exceção, explicada mais adiante.

Regras práticas

Primeira - Substitua a palavra antes da qual aparece o a ou as por um termo

masculino. Se o a ou as se transformar em ao ou aos, existe crase; do contrário, não.

Nos exemplos já citados: João voltou ao país natal. / Os documentos foram apresentados

aos juízes. Outros exemplos: Atentas às modificações, às moças... (Atentos aos

processos, os moços...) / Junto à parede (junto ao muro).

No caso de nome geográfico ou de lugar, substitua o a ou as por para. Se o certo

for para a, use a crase: Foi à França (foi para a França). / Irão à Colômbia (irão para a

Colômbia). / Voltou a Curitiba (voltou para Curitiba, sem crase). Pode-se igualmente usar a

forma voltar de: se o de se transformar em da, há crase, inexistente se o de não se alterar:

Retornou à Argentina (voltou da Argentina). / Foi a Roma (voltou de Roma).

Segunda - A combinação de outras preposições com a (para a, na, da, pela e com

a, principalmente) indica se o a ou as deve levar crase. Não é necessário que a frase

alternativa tenha o mesmo sentido da original nem que a regência seja correta. Exemplos:

Emprestou o livro à amiga (para a amiga). / Chegou à Espanha (da Espanha). / As visitas

virão às 6 horas (pelas 6 horas). / Estava às portas da morte (nas portas). / À saída (na

saída). / À falta de (na falta de, com a falta de).

Usa-se a crase ainda

- Nas formas àquela, àquele, àquelas, àqueles, àquilo, àqueloutro (e derivados):

Cheguei àquele (a + aquele) lugar. / Vou àquelas cidades. / Referiu-se àqueles

livros. / Não deu importância àquilo.

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125

- Nas indicações de horas, desde que determinadas: Chegou às 8 horas, às 10

horas, à 1 hora. Zero e meia incluem-se na regra: O aumento entra em vigor à zero hora. /

Veio à meia-noite em ponto. A indeterminação afasta a crase: Irá a uma hora qualquer.

- Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas como às pressas, às

vezes, à risca, à noite, à direita, à esquerda, à frente, à maneira de, à moda de, à procura

de, à mercê de, à custa de, à medida que, à proporção que, à força de, à espera de: Saiu às

pressas. / Vive à custa do pai.

/ Estava à espera do irmão. / Sua tristeza aumentava à medida que os amigos

partiam. / Serviu o filé à moda da casa.

- Nas locuções que indicam meio ou instrumento e em outras nas quais

a tradição lingüística o exija, como à bala, à faca, à máquina, à chave, à vista, à

venda, à toa, à tinta, à mão, à navalha, à espada, à baioneta calada, à queima-roupa, à

fome (matar à fome): Morto à bala, à faca, à navalha. / Escrito à tinta, à mão, à máquina. /

Pagamento à vista. / Produto à venda.

/ Andava à toa. Observação: Neste caso não se pode usar a regra prática de

substituir a por ao.

- Antes dos relativos que, qual e quais, quando o a ou as puderem ser

substituídos por ao ou aos: Eis a moça à qual você se referiu (equivalente: eis o rapaz ao

qual você se referiu). / Fez alusão às pesquisas às quais nos dedicamos (fez alusão aos

trabalhos aos quais...). / É uma situação semelhante à que enfrentamos ontem (é um

problema semelhante ao que...).

Não se usa a crase antes de

- Palavra masculina: andar a pé, pagamento a prazo, caminhadas a esmo,

cheirar a suor, viajar a cavalo, vestir-se a caráter. Exceção. Existe a crase quando se

pode subentender uma palavra feminina, especialmente moda e maneira, ou qualquer outra

que determine um nome de empresa ou coisa: Salto à Luís XV (à moda de Luís XV).

/ Estilo à Machado de Assis (à maneira de). / Referiu-se à Apollo (à nave Apollo). /

Dirigiu-se à (fragata) Gustavo Barroso. / Vou à (editora) Melhoramentos. / Fez alusão à

(revista) Projeto.

- Nome de cidade: Chegou a Brasília. / Irão a Roma este ano. Exceção. Há crase

quando se atribui uma qualidade à cidade: Iremos à Roma dos Césares. / Referiu-se à bela

Lisboa, à Brasília das mordomias, à Londres do século 19.

- Verbo: Passou a ver. / Começou a fazer. / Pôs-se a falar.

- Substantivos repetidos: Cara a cara, frente a frente, gota a gota, de ponta a

ponta.

- Ela, esta e essa: Pediram a ela que saísse. / Cheguei a esta conclusão. / Dedicou

o livro a essa moça.

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126

- Outros pronomes que não admitem artigo, como ninguém, alguém, toda, cada,

tudo, você, alguma, qual, etc.

- Formas de tratamento: Escreverei a Vossa Excelência. / Recomendamos a Vossa

Senhoria... / Pediram a Vossa Majestade...

- Uma: Foi a uma festa. Exceções. Na locução à uma (ao mesmo tempo) e no

caso em que uma designa hora (Sairá à uma hora).

- Palavra feminina tomada em sentido genérico: Não damos ouvidos a

reclamações. / Em respeito a morte em família, faltou ao serviço. Repare: Em respeito a

falecimento, e não ao falecimento. / Não me refiro a mulheres, mas a meninas.

Alguns casos são fáceis de identificar: se couber o indefinido uma antes da palavra

feminina, não existirá crase. Assim: A pena pode ir de (uma) advertência a (uma) multa. /

Igreja reage a (uma) ofensa de candidato em Guarulhos. / As reportagens não estão

necessariamente ligadas a (uma) agenda. / Fraude leva a (uma) sonegação recorde. /

Empresa atribui goteira a (uma) falha no sistema de refrigeração. / Partido se rende a (uma)

política de alianças.

Havendo determinação, porém, a crase é indispensável: Morte de bebês leva à

punição (ao castigo) de médico. / Superintendente admite ter cedido à pressão (ao desejo)

dos superiores.

- Substantivos no plural que fazem parte de locuções de modo: Pegaram-se a

dentadas. / Agrediram-se a bofetadas. / Progrediram a duras penas.

- Nomes de mulheres célebres: Ele a comparou a Ana Néri. / Preferia Ingrid

Bergman a Greta Garbo.

- Dona e madame: Deu o dinheiro a dona Maria . / Já se acostumou a

madame Angélica. Exceção. Há crase se o dona ou o madame estiverem particularizados:

Referia-se à Dona Flor dos dois maridos.

- Numerais considerados de forma indeterminada: O número de mortos

chegou a dez. / Nasceu a 8 de janeiro. / Fez uma visita a cinco empresas. Locuções com e

sem crase

- Distância, desde que não determinada: A polícia ficou a distância. / O navio

estava a distância. Quando se define a distância, existe crase: O navio estava à distância

de 500 metros do cais. / A polícia ficou à distância de seis metros dos manifestantes.

- Terra, quando a palavra significa terra firme: O navio estava chegando a

terra. / O marinheiro foi a terra. (Não há artigo com outras preposições: Viajou por terrra. /

Esteve em terra.) Nos demais significados da palavra, usa-se a crase: Voltou à terra natal. /

Os astronautas regressaram à Terra.

- Casa, considerada como o lugar onde se mora: Voltou a casa. / Chegou cedo

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127

a casa. (Veio de casa, voltou para casa, sem artigo.) Se a palavra estiver determinada,

existe crase: Voltou à casa dos pais. / Iremos à Casa da Moeda. / Fez uma visita à Casa

Branca.

Uso facultativo

- Antes do possessivo: Levou a encomenda a sua (ou à sua) tia. / Não fez

menção a nossa empresa (ou à nossa empresa). Na maior parte dos casos, a crase dá

clareza a este tipo de oração.

- Antes de nomes de mulheres: Declarou-se a Joana (ou à Joana). Em geral,

se a pessoa for íntima de quem fala, usa-se a crase; caso contrário, não.

- Com até: Foi até a porta (ou até à). / Até a volta (ou até à). No Estado, porém,

escreva até a, sem crase.

o redigir, sua primeira preocupação deve ser o leitor. Damos aqui sete maneiras

de atingi-lo e de atingir seus objetivos:

1) Use uma linguagem cortês e fácil de compreender. Não use rebuscamentos

inúteis, mas sim palavras mais diretas e fáceis de compreender. Se o seu leitor tiver

que usar o

―Aurélio‖, algo está errado! Escreva usando expressões mais usuais.

2) Organize sua linguagem, tornando-a a mais concisa possível. Você sabe que o

tempo é precioso, e um executivo quer saber exatamente qual é a mensagem. Coerência e

continuidade são indispensáveis.

3) Construa as sentenças corretamente. Preste atenção aos detalhes

gramaticais, aos números (estão todos corretos?) e dados que você vai utilizar. Muito

cuidado com a concordância. Erros gramaticais fazem o leitor duvidar da competência de

quem escreve.

4) Preste informações precisas e exatas. A omissão de um detalhe

importante pode significar diferença entre a ordem e o caos na cabeça do leitor.

Cuidado com palavras como muitos, poucos, alguns, sempre, nunca. Quando possível,

uso números exatos, datas. Não esqueça de incluir todas as informações de que o leitor

possa precisar.

5) Cuidado com comunicações que dêem margem às perguntas: como,

quando, onde, quanto. Estas perguntas devem ser respondidas pela comunicação, e não

despertadas por ela na mente do leitor (a menos que você esteja solicitando as

informações!).

6) Responda a todas as perguntas quando alguém estiver fazendo uma consulta

– tente lembrar das perguntas importantes que ele não fez – e responda-as também.

7) Introduza um comentário desfavorável com outro favorável. Ajuda muito

Page 128: auxiliar administrativo pronatec

128

apresentar os aspectos positivos de uma situação antes de chegar a seus pontos positivos.

A carta comercial é um instrumento de comunicação que se restringe a determinada

área empresarial e ∕ ou comercial, razão por que tem características próprias. As qualidades

da carta comercial são as seguintes:

a) boa apresentação: exige-se, portanto, ordem, organização e limpeza.

b) clareza: a obscuridade do texto impede a comunicação imediata e dá margem a

interpretações que podem levar a desentendimentos e, mesmo, a prejuízos financeiros.

Estrutura da carta

Índice:

- constam as iniciais do departamento expedidor da carta, o número seqüencial e o

ano em que foi expedida

- colocado antes da data ou na mesma linha da data.

Exemplo: DRI-14/2005 – indica uma carta expedida pelo Departamento de

Relações Industriais e que é a 14ª expedida em 2005.

Local e data:

- após o local, coloca-se uma vírgula;

- não se coloca zero antes dos números de 1 a 9;

- o nome do mês se escreve com letra minúscula;

- após o ano, coloca-se ponto final.

Referência:

- resumo da matéria a ser tratada;

- escrita abaixo do local e data e antes do vocativo;

- não existe obrigatoriedade de escrever a palavra referência ou sua abreviação

(Ref.). Escrever diretamente o assunto, utilizando, para destacá-lo, escrita sombreada ou

negrito.

Vocativo: será sempre seguido de dois pontos (:).

Evite usar: Muito digno Sr.; Prezadíssimo Sr.; Prezado Senhor.

Usar: Senhor Diretor; Professor; Senhores; Sr. Adalberto Luís; Adalberto Luís.

Com relação ao tratamento Excelência:

2 – a um Presidente da República – Senhor Presidente ou Excelentíssimo

senhor

3 – a um ministro de Estado – Senhor Ministro ou Excelentíssimo senhor

Corpo da Carta (Texto): A mensagem deve ser datilografada ou digitada três

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129

linhas abaixo do vocativo ou saudação.

Nunca se inicia o texto da seguinte forma:

Venho por meio desta..., Gostaríamos de informar que..., Tem a presente a

finalidade de..., Escrevo-lhe esta carta pela simples razão..., Vimos pela presente informar...

Pode-se usar as seguintes introduções:

Participamo-lhe que..., Certificamo-lhe que..., Com relação aos termos de sua

carta de..., Atendendo às solicitações constantes de sua carta..., Solicitamos a V.Sa. a

fineza de..., Com referência à carta de V.Sa. de..., Em vista do anúncio publicado no...,

Informamos V.Sa. que...

Fechos de cortesia: Não usar formas arcaicas e chavões para terminar uma carta,

como: Sem mais, subscrevemos-nos; Sendo o que se apresenta para o momento; Com as

expressões de nossa elevada consideração, subscrevemo-nos prazerosamente; Sem mais a

o momento.

Fechos mais comuns usados atualmente:

Atentamente (quando se aguarda resposta breve); Atenciosamente (pode ser usado

em qualquer situação); Respeitosamente (quando o destinatário é de nível hierárquico

superior, com autoridades, por exemplo); Cordialmente (quando o destinatário e o emissor

são do mesmo nível hierárquico); Cordiais saudações; Com distinta consideração;

Saudações; Abraços; Apreciaremos sua pronta resposta; Antecipadamente somos gratos.

Assinatura:

- Constar no lado esquerdo;

- O nome da pessoa que vai assinar a carta e o seu cargo são escritos

com letras minúsculas;

- Usa-se ponto final após o cargo;

- Não se coloca traço sob a assinatura, nem o nome da firma.

Anexo: Coloca-se o anexo após a assinatura.

Iniciais: Colocadas apenas nas cópias da carta, não na original.

RH 10/07

Juiz de Fora, 22 de Abril de 2013.

Page 130: auxiliar administrativo pronatec

130

Convite

Senhor:

Em 30 de Ma i o próximo, na rua das Rosas, nº 300, nest a cidade ,

estaremos promovendo o lançamento do TETRATUDO, novo componente químico

destinado à manutenção de caldeiras.

Às 20 horas, será servido o coquetel para o qual convidamos V.Sa. e demais

componentes da sua equipe.

Atenciosamente, Pedro Cavalcante

Diretor

Envelope:

Recomendações dos correios sobre o endereçamento:

1) Não escreva nada abaixo da linha que contém o CEP.

2) Não escreva CEP antes do número: as leitoras óticas que os correios usam para

separar a correspondência reconhecem o CEP sem essa indicação.

3) Não coloque pontinhos para separar algarismos do CEP: 11100-341 e não

11.100-341.

4) Escolha o que você vai colocar no envelope: a Caixa Postal ou o Endereço.

5) Depois do nome da cidade, coloque a sigla do estado.

6) Se você for usar os quadradinhos do envelope padronizado, escreva o CEP à

mão. Exemplo:

Quatro cadeira e Cia. Ltda Dr. José Araújo Oliveira Diretor Tesoureiro

Rua Oito de setembro, 1822

Juiz de Fora,MG

05416-045

Quatro cadeira e Cia. Ltda Dr. José Araújo Oliveira Diretor Tesoureiro

Rua Oito de setembro, 1822

05416-045 – Juiz de Fora,MG

Quatro cadeira e Cia. Ltda Dr. José Araújo Oliveira Diretor Tesoureiro

Rua Oito de setembro, 1822

05416-045 Juiz de Fora,MG

Exercício

1. Suponha a seguinte parte de uma carta:

INDÚSTRIA MAREIREIRA MARINELLI LTDA.

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131

Rua Araras, 27 – Fone: (32) 3422 4556 – Juiz de Fora/SC GEVEN 24/07

Ref.: Lançamento de produtos

Juiz de Fora, 26 de agosto de 2012

Responda:

a) Qual a sigla do departamento de onde partiu essa correspondência?

b) Antes dessa carta, quantos documentos de correspondência esse

departamento já havia emitido durante o ano em questão?

c) O posicionamento do local e da data está correto? Por quê?

d) Na frase indicativa do local e da data há três erros. Reescreva-a fazendo

as correções necessárias.

2. Vamos supor que a reprodução abaixo represente a parte inferior da carta do

exercício anterior:

Sem mais para o momento presente, subscrevemo-nos, aproveitando o ensejo para

desejar-lhes sucessos nos negócios e reiterar nossos mais elevados protestos de estima,

apreço e consideração.

Atenciosamente

João Marinelli GERENTE DE VENDAS

Responda:

a) A linguagem empregado no fecho é adequada? Por quê? Existem termos

antigos e desgastados? Quais?

b)

b) Está correta a presença do traço horizontal entre a assinatura e o nome?

c) A especificação do cargo foi feita de forma correta? Por quê?

3. A ilustração a seguir representa uma carta. Utilize os números dos retângulos

para indicar o posicionamento adequado dos seguintes elementos:

a) nome, assinatura e cargo do emissor b) Fecho e cumprimento final

c) Índice ou número da correspondência d) Texto (mensagem)

e) Referência (assunto) f) Invocação (vocativo) g) Local e data.

GETZ

GRUPO ECOLÓGICO TERRA AZUL Rua. São José, 125

Juiz de Fora/MG Fone: (32) 3286 2345

1 2

Page 132: auxiliar administrativo pronatec

132

3

4

4. Leia corretamente a carta que segue e encontre eventuais erros ou falhas

cometidas, reescrevendo-a corretamente.

Juiz de Fora 03 de Julho de 2012

À

Calçados Ortopé

Prezadíssimo Senhor,

Ref.: Envio de mercadorias

Venho por meio desta pedir o especial obséquio de nos enviar por via aérea,

o mais rápido possível, a quantia de 50 (cinqüenta) pares de calçados do tipo masculino,

sua referência h-

019 e, aproveitando o ensejo, solicitamos que nos informe o preço para 1500 (hum

mil e quinhentos) pares de calçados de mulher, sua referência M-020. Outrossim, pedimos

que nos informe o custo de frete aéreo, assim como de frete marítimo, de modo que

possamos fazer uma avaliação do que se ajusta melhor aos nossos interesses, porque

a situação econômica do momento exige esses cuidados. Não se esqueça de nos

informar também a possibilidade de efetuar V.Sa. esse embarque no prazo de um mês tão

logo receba nosso pedido, porque estamos com estoque muito baixo e tememos perder

vendas.

Sendo o que se apresenta para o momento, aproveitamos o ensejo para com

elevada estima e consideração, enviarmos nosso abraço cordial e atencioso. Subscrevo-me,

Atenciosamente,

Paulo Malheiros

GERENTE DE COMPRAS

2. Ofício

É uma comunicação escrita trocada entre setores da administração pública.

Características do ofício:

O número do ofício, acompanhado do ano, deve ser escrito à esquerda, no alto da

folha.

A data deve ser colocada à direita, localizando-se o seu início no meio da linha

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133

disponível. Uso de vocativos: Senhor Prefeito, Senhor Governador.

O espaçamento para iniciar o parágrafo pode ser de 10 a 12 espaços.

Se o texto for longo, pode-se numerar os parágrafos a partir do segundo, que deverá

receber o número 2. Não se numera o último parágrafo.

Encerramento: Da mesma forma que nas cartas comerciais, deve-se evitar as

formas do tipo:

Aproveitamos o ensejo para manifestar a V.Exa. os nossos protestos de elevada estima

e consideração‖. Usam-se formas mais simples, como: ―Creia V. Exa. em nosso

apreço‖;

―Respeitosamente, etc.

O nome e o cargo do emissor devem ser alinhados pela data.

O destinatário deve ser colocado após a assinatura, do lado esquerdo da folha.

Editora Santa Cruz

Av. Rangel Pestana, 1095

Caixa Posta 1356 – Fone (32)3458-8596

CEP 012325-585 – Juiz de Fora – MG

MG/21-12

24 de agosto de 2012.

Senhor Prefeito:

Em comemoração aos 20 anos de atividades, a Editora Santa Cruz organizou a

exposição

―História das Publicações de Livros em São Paulo‖.

Muito nos honrará a participação de V. Exa. para presidir a cerimônia de inauguração

do evento a ser realizado no dia 4 de setembro, às 18 horas, no Salão de Exposição

da própria editora, localizada na rua do Conde, n° 100.

Na oportunidade, estaremos doando 10.000 livros didáticos para as escolas públicas

municipais.

Aguardamos sua resposta

Page 134: auxiliar administrativo pronatec

134

Respeitosamente,

Carlos Eduardo

Santos

Diretor Superintendente

Exmo. Sr.

Prefeito do Município de São Paulo.

4. Requerimento

Se algum dia você precisar se dirigir a uma autoridade para fazer um pedido para o

qual necessite ter amparo na lei, deve fazê-lo através de um requerimento.

O requerimento obedece a uma estrutura bem definida, aceitando-se poucas

variações. Em alguns órgãos públicos ou instituições é possível mesmo que exista um

modelo pronto para ser copiado ou somente preenchido pelo interessado.

Assim, o requerimento pode ser transcrito à mão, geralmente em folha de papel

almaço (duplo, se forem anexados outros papéis solicitados), ou datilografado /

digitado em papel (tamanho ofício) sem pauta.

Observe a estrutura simplificada de um requerimento:

Invocação — indicada no alto da folha, na margem esquerda. O pronome de

tratamento adequado deve ser seguido do título ou do cargo da autoridade a quem nos

dirigimos. Quando o requerimento é datilografado/digitado, costuma-se escrever a invocação

com letras maiúsculas, embora não seja incorreto empregar somente as iniciais em

maiúsculas.

Sr. Diretor do Hospital Municipal Ana Nery

EXMO. SR. PREFEITO DO MUNICÍPIO DE UBERABA

Texto do Requerimento — após a invocação, deixa-se um espaço de

aproximadamente 10 linhas para o início do texto, em espaço dois quando datilografado.

Deve-se começar o corpo do texto pelo nome do requerente (em maiúsculas ou

caixa- alta), seguido de seus dados de identificação — nacionalidade, estado civil,

endereço, número da identidade, número do CPF e outros dados exigidos pelo

requerimento. Em algumas situações específicas, menciona-se a filiação e os números

de outros documentos, como carteira de trabalho, registro profissional, matrícula, etc.

MÁRIO REIS KLEIN, brasileiro, solteiro, residente na Rua Só Salgueiro, 36,

nesta cidade, portador da carteira de identidade n0 3 039 876 -1 (IFP-BA), CPF 665 565 434

-

Page 135: auxiliar administrativo pronatec

135

NEILA FRIAS, brasileira, solteira, filha de Nei Frias e Loura Teles Frias, residente

nesta cidade, na R. Marfim Ferraz, 156, portadora da cédula de identidade n0 21 324 456

- 2, CPF 221 734 568 - 34, carteira de habilitação 49 974 961 547...

Após a identificação, inicio-se a exposição do que está sendo solicitado. O texto

deve ser conciso e bem claro, seguido da justificativa para o que se está requerendo (apoio

legal, documentos comprobatórios). Emprega-se sempre a terceira pessoa do singular: ―vem

requerer...‖)

Fecho — Deve estar situado cerco de três linhas abaixo do corpo do texto, do

lado direito da folha (caso se adote o disposição em bloco compacto, deve ficar na margem

esquerda).

Em geral o fecho obedece a uma forma fixa, apresentando as seguintes variações:

a) linha única:

Termos em que pede deferimento. ou

Pede e aguarda deferimento.

b) em duas linhas: Termos em que Pede deferimento.

Nestes termos, Pede deferimento.

Termos em que

Pede e aguarda deferimento.

c) com abreviaturas: P. A. deferimento. T. em que

P deferimento. N. termos,

P. deferimento.

Data - Cerca de duas linhas abaixo do fecho escreve-se o nome da localidade e a

data completa. A data pode ficar na margem esquerda ou direita, dependendo da disposição

adotada.

Goiânia, 12 de Junho de 1996

(À esquerda, quando se utiliza a disposição em bloco compacto.)

Assinatura — A cerca de duas linhas abaixo da data. Não é necessário

datilografar/digitar o nome do requerente abaixo da assinatura, pois já foi mencionado no

texto.

Deve-se entregar o requerimento, mediante recibo, à seção de Protocolo do

órgão ao qual é dirigido. A informação sobre o despacho da autoridade competente

— deferido ou indeferido — também deve ser solicitada nessa mesma seção.

Page 136: auxiliar administrativo pronatec

136

Apresentamos agora um exemplo de requerimento que você pode tomar como modelo

Sr. Diretor da Faculdade de Administração da Universidade Estácio de Sá

AMANDA LIMA GOMES, brasileira, solteira, residente na R. Gomes Silva, 45,

nesta cidade, portadora da carteira de identidade no 67231 312-2 (IFP-RJ), CPF 234

645 231-34, tendo concluído o Curso de Administração de Empresas, nesta

instituição, no ano de 1995, vem requerer a concessão de seu diploma de bacharel.

P.A. deferimento.

Juiz de Fora, 28 de maio de 2012

Amanda Lima

Gomes

Anexo: Declaração de conclusão de curso

5. Memorando

Quando você se encontra em situação informal, em que precisa deixar um recado,

passar alguma informação a alguém próximo, de uma forma rápida e direta, possivelmente

escreve um bilhete. São poucas linhas nas quais se destaca a função informativa da

comunicação.

O memorando, fazendo uma comparação, é uma espécie de bilhete comercial de

que as empresas ou órgãos oficiais se utilizam para estabelecer a correspondência interna

entre seus setores e departamentos. Por ser um tipo de correspondência cotidiana, rápida e

objetiva, o memorando segue uma forma fixa, sendo para isso utilizado um papel impresso.

Além do texto a ser comunicado, é necessário somente completar alguns campos,

como: número do memorando, data, emissor e destinatário da comunicação. Esses

dados são importantes para organização, documentação e controle das informações.

Algumas vezes, a falta ou o preenchimento incorreto desses campos pode causar sérios

problemas.

Devido à sua característica de circulação apenas dentro da empresa, o memorando

também é comumente denominado memorando interno. E um importante veículo de

comunicação das políticas, decisões e instruções desenvolvidos pela empresa. Como

sabemos, a fluência das informações (comunicação rápida e eficaz) é ponto

fundamental para a integração e o bom funcionamento de qualquer instituição ou

estabelecimento.

O memorando tem como características a simplicidade e um cedo grau de

informalidade. Essa informalidade, contudo, não deve ser confundida com intimidade,

com o tom relaxado de uma conversa entre amigos ou com a linguagem familiar.

Trata-se de um documento de conteúdo empresarial, portanto, os tratamentos

afetuosos (como ―prezado‖, ―um abraço‖) ou mesmo formais (―atenciosamente‖,

Page 137: auxiliar administrativo pronatec

137

―cordialmente‖) não são necessários.

Observe um exemplo de memorando, atentando paro o ausência de

saudações e finalizações.

Memorando Interno no:

Em: 23/07/12

De: Chefe do Setor de Transportes

Para: Gerente de Vendas

Atendendo à solicitação, comunico-lhe que estará à sua disposição uma

caminhonete com capacidade para seis passageiros, no próximo dia 30, a partir das 18

horas.

Luís Carlos Brandão

Como você deve ter reparado, o memorando é uma forma bem simples de

comunicação. Apresentamos apenas um modelo, contudo existem variações: a ordem dos

campos referentes o emissor, receptor e data pode ser alterada. E comum que algumas

empresas, com o objetivo de facilitar ainda mais a comunicação, acrescentem o item

assunto, onde se tem em destaque o tema tratado no memorando.

Dessa forma, cada memorando deve tratar apenas de um assunto. Se, ao

redigir seu texto, você verificar que tem uma outra informação a comunicar, não economize

papel: é preferível enviar um outro memorando, para não misturar os assuntos.

1. Veja, a seguir, um memorando escrito ao chefe do Setor de Almoxarifado.

Repare que ele apresenta problemas tanto de ordem formal quanto de português. Indique

tais impropriedades, corrigindo-as:

Memorando Interno no: 12 Data: / /

De: Pedro (vendedor)

Para: Sr. Henrique do Almoxarifado

Assunto: Comunicar que precisamos de 500 folhas de papel ofício na gerência.

Prezado Senhor,

Ontem, acabou o estoque de papel ofício que havíamos recebido há uma semana.

Por isso, estamos precisando urgentemente de mais papel, pois semana que vem,

pretendemos colocar em dia nossa correspondência.

Desde já agradecido. Um abraço,

6. Ata

É o registro resumido, porém claro e fiel, das ocorrências de uma reunião de

pessoas para um determinado fim.

Page 138: auxiliar administrativo pronatec

138

Em geral, a pessoa encarregada de escrever (lavrar) a ata é o secretário escolhido

pelos participantes da reunião, ou alguém previamente indicado para isso.

A pessoa redige a ata durante a reunião e a lê para os participantes, no final. Mas

ela também pode tomar notas e redigir posteriormente, submetendo-a à

aprovação dos participantes na reunião seguinte.

6. 1 Componentes de uma ata

a) Cabeçalho: é constituído do número da ata ou da reunião e da denominação do

grupo que se encontra reunido;

b) Abertura: indica, por extenso, dia, mês, ano, hora e local da reunião, nome de

quem a preside e finalidade dela.

c) Desenvolvimento: é a parte da ata na qual se faz o relato dos principais

acontecimento e das decisões tomadas. Não se deve deixar espaço em branco no

texto, não sendo nem mesmo usado o parágrafo.

d) Fecho: à semelhança do ofício, a ata também tem forma padronizada de

encerramento, com breves variáveis a partir do estilo do autor. É de praxe começar o

fecho com a expressão ―Nada mais havendo a tratar, o presidente deu por encerrada a

reunião às XX hras, da qual eu, XXXXXXX, secretário designado, lavrei a presente ata

que, após lida e aprovada, será assinada...‖. A seguir, vem o nome da localidade, a data

e a assinatura da ata.

6. 2 Algumas recomendações para a feitura da ata

a) A redação da ata deve ser feita em linguagem objetiva, evitando-se, assim,

apreciações subjetivas tais como: ―excelente proposta‖, ―esmagadora maioria‖, ―belíssima

defesa‖, etc.

b) Na narrativa da ata deve ser empregado o pretérito perfeito do indicativo:

declarou, apresentou...

c) Os números devem ser escritos por extenso, e não devem ser abreviadas as

palavras.

d) Como a ata é documento de valor jurídico, deve ser lavrada de modo que nada

lhe possa ser acrescentado ou modificado, prevenindo, assim, fraudes. Esta é a razão

de se dar preferência à redação em linhas corridas à divisão em parágrafos.

e) Se ocorrerem erros na redação e forem notados imediatamente após

cometidos, faz-se a retificação com a partícula ―digo‖.

Ex.: O senhor Caio da Costa representou, digo, apresentou as contas da Companhia

aos presentes...‖.

Se notados no final da ata, usa-se o recurso do ―Em tempo: onde se lê..., leia-se...‖.

Ex.: Onde se lê ―O senhor Caio da Costa representou as contas (...), leia-se ―O

senhor

Caio da Costa apresentou as contas (...)‖

ATA DA 5ª ASSEMBLÉIA DE SÓCIOS DA AUTO-PEÇAS E SERVIÇOS

MECÂNICOS LTDA.

Page 139: auxiliar administrativo pronatec

139

Aos vinte de abril de dois mil e dois, às dez horas, na sede da sociedade, na rua

Esmeralda, nº 280, Bairro Centro, em Juiz de Fora, MG, reuniram-se em assembléia os

acionistas, devidamente convocados por edital. Verificando o Livro de Presenças, o diretor,

Sr. Carlos Baldera, constatou a presença de um número suficiente de acionistas, conforme

estatutos da Empresa, razão pela qual, havendo número legal, declarou instalada a

Assembléia e em condições de deliberar sobre o objeto de convocação. Os assuntos que

deveriam ser debatidos na presente assembléia versavam sobre a seguinte ordem do dia: a)

leitura e aprovação da ata da reunião anterior; b) constituição e eleição do novo Conselho

de Administração. Feita a leitura da ata da reunião anterior e integralmente aprovada sem

ressalvas, iniciaram-se as discussões sobre qual seria a estrutura ideal e as funções do

novo Conselho de Administração. Os Srs. Carlos Urtega, Marcos Pereira e João

Machado opinaram sobre o assunto. Após uma longa discussão, o senhor

presidente propôs que, em função da importância da decisão a ser tomada, seria

conveniente que se marcasse uma nova assembléia, em que seriam apresentados alguns

esboços de constituição do referido conselho para apreciação dos acionistas. Por

aclamação unânime, a proposta foi aceita. Nada mais havendo a tratar, o presidente deu por

encerrada a reunião, da qual eu, Carlos Xavier, secretário designado, lavrei a presente ata

que será assinada pela mesa diretora e pelos acionistas que compareceram. Juiz de Fora,

vinte de abril de dois mil e dois.

a) Beltrano de Tal, secretári

b) o b) Sicrano de Tal

EMPREENDEDORISMO

1 Introdução

Vivemos em uma época onde os fatos e as mudanças ocorrem muito rapidamente. A

abertura da economia e o processo de globalização aumentaram em muito a concorrência

que os empresários brasileiros enfrentam, inclusive os de pequeno porte, forçando-os a uma

atualização permanente e à adoção de métodos de gestão que permitam que os produtos

ou serviços que oferecem tenham qualidade e preços capazes de atrair clientela.

Para enfrentar esta realidade, as empresas precisam estar atentas à sua área de

atuação, preparadas e capacitadas para oferecer serviços competitivos, eficientes e de

qualidade, pois bons empreendimentos não sobrevivem apenas com visão de futuro e

talentos individuais. Análise, planejamento e capacidade de implementação são elementos

essenciais ao sucesso de novos negócios.

Assim, este primeiro tópico, que servirá de base para as demais, irá esclarecer o que é

empreendedorismo, o que é ser empreendedor e quais os fatores que podem influenciar o

sucesso de um negócio.

2 Conceito de Empreendedorismo

Será que existe um conceito único para empreendedorismo? As definições sobre o que

significa ser empreendedor ou empreendedorismo são muitas, mas em todas podem ser

encontrados alguns elementos comuns que são basicamente:

Page 140: auxiliar administrativo pronatec

140

• iniciativa e vontade para abrir um novo negócio;

• paixão pelo que faz;

• criatividade e motivação;

• capacidade de transformação;

• capacidade de identificar e avaliar oportunidades;

• capacidade de assumir riscos.

Vamos, então, conferir alguns conceitos sobre empreendedorismo elaborados pelos

estudiosos do assunto.

Empreendedorismo é a arte de fazer acontecer com criatividade e motivação. Consiste

no prazer de realizar qualquer projeto pessoal ou organizacional, em desafio permanente às

oportunidades e riscos. É assumir um comportamento proativo diante de questões que

precisam ser resolvidas.

Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, como, por

exemplo, uma atividade autônoma, uma nova empresa, ou a expansão de um

empreendimento existente, por um indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já

estabelecidas é um exemplo de empreendedorismo.

Empreendedor é a pessoa que persegue o benefício, trabalha individual e coletivamente,

é o indivíduo portador das competências de inovação, de identificação e criação de

oportunidades de negócios, do saber montar e coordenar novas combinações de recursos

com o objetivo de extrair os melhores benefícios de suas inovações num meio incerto.

O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de

novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração

de novos recursos e materiais.

O empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e

positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem

presente.

A ação de empreender, portanto, envolve todas as atividades necessárias para a criação

de uma empresa e, ainda, requer ousadia para assumir riscos, tomar decisões e coragem

para errar e corrigir os erros.

3 Fatores Motivadores do Empreendedorismo

Como surge um empreendedor? O que leva uma pessoa a empreender? A resposta

para esta pergunta pode não ser muito fácil, uma vez que vários fatores podem ter influência

na decisão de ser um empreendedor.

Esses fatores podem estar ligados a situações externas, ambientais, sociais e

econômicas, a características pessoais ou a esse conjunto. O empreendedor nasce quando

um desses fatores motiva a geração de um novo negócio, a criação de uma nova empresa.

Assim, podem ser fatores impulsionadores da ação empreendedora a necessidade de

independência e de auto-realização, a vontade de ter o próprio negócio, de ter liberdade

para tomar decisões, de expressar criatividade e de assumir riscos; a vontade de ganhar

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141

muito dinheiro; a influência de pessoas da família que já criaram algum negócio. Por outro

lado, a necessidade de sobrevivência e a dificuldade de encontrar empregos formais podem

despertar o espírito empreendedor que existe em todas as pessoas.

Podem ainda ser considerados motivadores da ação empreendedora a influência de

ambientes competitivos, propiciadores de novas oportunidades e da criatividade; a

convivência com empreendedores de sucesso, bem como o incentivo por parte de políticas

públicas.

Sobre os fatores motivadores, cumpre mencionar que a pesquisa Empreendedorismo

Brasil 2001 constatou que deve ser feita uma distinção entre o empreendedorismo motivado

pela oportunidade e o empreendedorismo motivado pela necessidade.

O empreendedorismo de oportunidade representa atividades relacionadas com a criação

de novas empresas que têm por objetivo explorar uma oportunidade específica de um

negócio, muitas vezes por iniciativa de indivíduos que mantém ao mesmo tempo um vínculo

normal de emprego.

O empreendedorismo de necessidade é representado por atividades que são iniciadas

pelo fato de o indivíduo não encontrar opções melhores de trabalho.

A distinção entre esses dois tipos de empreendedorismo permite uma percepção mais

precisa do processo de criação de um negócio e uma melhor compreensão dos diferentes

instrumentos e abordagens necessários para a definição de políticas e ações dirigidas a

cada segmento.

A atitude empreendedora requer do indivíduo um perfil muito peculiar. Porém, nem todos

conseguem desenvolver esta capacidade empreendedora, ainda que várias circunstâncias o

estejam impelindo para isso. Vamos estudar, então, quais são estas características

peculiares do empreendedor.

4 Perfil do Empreendedor

O empreendedor de sucesso possui algumas características extras, cujo conjunto

chamamos de perfil do empreendedor. Vejamos quais são estas características:

• Ser empreendedor significa ter, acima de tudo, a necessidade de realizar coisas

novas e pôr em prática as próprias idéias.

Os empreendedores, naturalmente, possuem alta necessidade de realização e

apresentam, portanto, boas chances de se tornarem empresários bem-sucedidos. Essa

busca incessante de aproveitar as oportunidades é uma característica muito peculiar dos

empreendedores que, quando não encontram espaço para fazê-lo, dentro das estruturas

formais das empresas nas quais trabalham, partem para iniciativas próprias e novos

negócios.

• Enxergar oportunidades onde a maioria das pessoas não percebe é uma

característica natural do empreendedor.

O crescimento do mercado de serviços gera um número infinito de oportunidades de

negócio. O aumento significativo do número de idosos, o desencadeamento da violência,

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142

principalmente nos grandes centros urbanos, a necessidade de espaços para

estacionamento de veículos, as dificuldades de locomoção no trânsito, a facilidade da

comida pronta, a necessidade permanente do desenvolvimento e atualização profissional, a

adoção pelas indústrias do processo just-in-time, entre outras, geram as mais variadas

oportunidades de negócios (possíveis empreendimentos), tais como academias de

ginástica, transporte especializado, transformação de terrenos baldios em estacionamentos,

transporte de passageiros, empresas de logística etc. Isto significa enxergar as

oportunidades de negócio existentes.

• A capacidade de criar e também de fazer as coisas de um modo diferente do

usual é uma característica presente em muitos empreendedores.

Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma idéia abstrata, em algo

concreto, em realidade. Eles sabem agregar valor aos serviços que colocam no mercado.

• O empreendedor domina o medo e vai atrás do sucesso.

Outra característica dos empreendedores está voltada para o sentimento de coragem

que apresentam diante de tarefas novas e desafiantes. De modo geral, as pessoas ficam

divididas entre a esperança de ter sucesso e o medo do fracasso. Algumas ficam

paralisadas pelo medo do fracasso e desistem antes de começar. O empreendedor domina

o medo e vai atrás do sucesso.

• Os empreendedores são atentos, curiosos e observadores.

Os empreendedores têm uma insaciável necessidade de saber tudo o que tem impacto

em sua empresa. É uma necessidade que os mantêm atentos, em uma busca regular de

informações externas e internas. São curiosos, observadores, atentos aos detalhes e

metódicos em estabelecer um panorama dos fatos para tomar decisões.

• Os empreendedores assumem riscos calculados.

Esta talvez seja a característica mais conhecida dos empreendedores. O verdadeiro

empreendedor é aquele que assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando

as reais chances de sucesso.

• Os empreendedores agregam valor para sociedade.

Os empreendedores utilizam o seu conhecimento para agregar valor para a sociedade

com a geração de empregos, dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua

criatividade em busca de soluções para melhorar a vida das pessoas.

• Os empreendedores são bem relacionados.

Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam no ambiente

externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe.

Os candidatos a empreendedores que têm interesse em atuar na área de transporte de

passageiros devem permanecer muito atentos às ações que os principais concorrentes

promovem, especialmente com relação a novos preços e novos serviços. Além disso,

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143

devem perceber ao seu redor quais são as oportunidades que podem permitir um

desenvolvimento do negócio e seu crescimento, tais como novos clientes, novos trajetos,

entre outros.

Conhecendo os motivos que levam à atitude empreendedora e o perfil característico

destas pessoas, vamos analisar os aspectos que fazem com que os novos

empreendimentos tenham sucesso ou não.

5 Fatores de Sucesso ou Fracasso nos Novos Empreendimentos

Da mesma forma como é alto o índice de abertura de novos negócios ligados à atividade

empreendedora, também é alto o índice de empresas que fecham suas portas, após pouco

tempo de operação. Muitos destes pequenos negócios não prosperam nem sequer

alcançam seu estágio de maturidade.

Três grupos de fatores podem levar um novo empreendimento ao sucesso ou ao

fracasso:

Fatores externos à empresa;

Fatores internos à empresa;

Fatores relacionados ao empreendedor.

Vamos ver cada um deles.

6 Fatores Externos

Com relação aos fatores externos, cabe ao empreendedor cuidar para que todas as

informações necessárias e possíveis de serem obtidas sejam disponibilizadas no tempo

certo e da maneira adequada.

São condições externas as forças econômicas, políticas, sociais e tecnológicas; a

atuação da concorrência, dos fornecedores e dos distribuidores e as necessidades dos

clientes. Esses fatores podem levar um empreendimento ao sucesso ou ao fracasso,

quando o empreendedor não os conhece e compreende.

Vamos verificar alguns exemplos para entender de que maneira os fatores

externos podem influenciar o sucesso de um novo empreendimento na área de

transporte de passageiros.

Fatores Influência possível

Economia Pacotes econômicos que congelam os preços, tanto dos

insumos quanto dos próprios serviços oferecidos.

Política Decisão de extinguir algum tipo de transporte por meio da falta

de renovação de alvarás de funcionamento e apreensão de

veículos que permaneçam operando.

Questões Sociais Os consumidores de baixa renda dão preferência a transportes

coletivos de baixo custo, evitando o uso de transportes

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144

especiais.

Tecnologia Avanços tecnológicos que auxiliam na direção do veículo, como

o sensor de distância acoplado na frente do veículo, que avisa a

proximidade de outros veículos na estrada, reduz os acidentes

em condições de baixa visibilidade.

Concorrência Diferenciais competitivos apresentados pela concorrência

dificultam a conquista de novos clientes para empresa.

Fornecedores Dificuldades de negociar melhores condições de pagamento com

os fornecedores.

Clientes Os clientes buscam maior qualidade nos serviços, mas não

aceitam aumento dos preços.

As situações externas sempre ocorrerão independente da vontade da empresa, que

deve ficar atenta a essas situações e procurar monitorá-las. Somente desta forma poderão

ser tomadas as providências necessárias para evitar prejuízos para a empresa.

Assim, uma empresa de transporte de pessoas deve monitorar, por exemplo, a ação de

seus concorrentes no que diz respeito à melhoria dos serviços, ao aprimoramento da

qualidade da frota, à oferta de garantias, entre outros. Uma empresa que não acompanha

as ações da concorrência poderá perder gradualmente seus clientes e até mesmo falir. Por

exemplo, se a maioria das empresas de transporte de turistas de determinada região renova

sua frota, adquirindo veículos novos e confortáveis e, ainda, oferece um serviço de

atendimento eficaz aos clientes, os empresários que não se adequarem a esta nova

realidade poderão ficar fora do mercado.

7 Fatores Internos

Os fatores internos são ligados diretamente à empresa e permitem maior controle por

parte do empreendedor que deve buscar a condição interna de funcionamento que mais

favoreça a rentabilidade e o desenvolvimento do negócio.

Conheça alguns fatores internos!

Recursos: pessoal, material e financeiro;

Atividades da empresa: operações necessárias para o seu funcionamento;

Organização interna: hierarquia, responsabilidades e comunicação;

Qualidade: condições essenciais para que o serviço seja percebido pelo cliente como

de boa qualidade;

Controles: sistemas financeiros, de informações, de cadastro, de compras etc.

Vejamos como a má gerência dos fatores internos pode gerar resultados

negativos para uma empresa de transporte de passageiros.

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145

Fatores Influência possível

Recursos • Equipe com pouco treinamento e com remuneração abaixo

do mercado, provocando o mau atendimento aos clientes.

• Recursos financeiros escassos e mal empregados, gerando

problemas de crédito junto aos fornecedores.

Atividades da empresa • Atendimento ao cliente com falhas, provocando perda de

contratos.

• A falta de manutenção dos veículos não é feita, causando

desgaste excessivo e quebra dos veículos.

• O mau estado dos veículos leva à perda de clientes.

Organização interna • Os funcionários não sabem quem são seus supervisores e

mantêm atitudes de desrespeito às ordens.

• Não há uma descrição clara das responsabilidades de cada

funcionário, levando à falta de comprometimento com

atividades importantes.

• A comunicação entre os funcionários não é estimulada,

provocando o distanciamento entre as equipes de trabalho e

disputas internas.

Fatores de qualidade • Os motoristas não possuem uniforme e comportam-se de

forma inadequada, fazendo com que o cliente tenha uma

imagem ruim da empresa.

• Os horários não são cumpridos e muitos clientes passam a

utilizar outras empresas.

Controles • Não existem controles financeiros e há sempre prejuízo.

• Não são feitos controles de qualidade da prestação do

serviço junto aos clientes, aumentando a taxa de

reclamações.

• Os insumos usados na prestação de serviços são

desperdiçados devido à falta de controle do trabalho dos

funcionários.

É preciso também prestar atenção aos seguintes itens.

Situação da empresa no mercado: o que a sua empresa representa dentro do

mercado do setor de transporte de passageiros; qual o diferencial que a torna mais

atrativa perante o consumidor etc.

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Excelência no seu empreendimento: o empreendedor deve ter a exata noção da

importância da excelência no atendimento aos clientes, sobretudo no serviço de

transporte de menores, de executivos, de turistas, de idosos e de pessoas com

necessidades especiais, bem como na condução e manutenção dos veículos.

Missão do seu empreendimento junto aos clientes e à comunidade: é preciso definir

uma missão para sua empresa. No exemplo da empresa fictícia Pega & Leva:

―Transportar crianças com conforto, segurança e pontualidade‖.

Visão que a empresa pretende conquistar junto ao mercado: a empresa Pega &

Leva, por exemplo, pretende se tornar referência em transporte escolar na cidade de

Curitiba.

8 Fatores do Empreendedor

Vejamos os fatores que envolvem as características do empreendedor.

Busca de oportunidade e iniciativa: tem capacidade de se antecipar aos fatos e criar

novas oportunidades de negócios.

Persistência: enfrenta os obstáculos decididamente, buscando o sucesso,

trabalhando com estratégias.

Correr riscos calculados: tem disposição de assumir desafios.

Exigência de qualidade e eficiência: decide fazer sempre o melhor.

Comprometimento: faz sacrifício pessoal ou despende esforço extra para completar

uma tarefa.

Busca de informações: busca obter todas as informações sobre o seu negócio.

Estabelecimento de metas: assume metas e objetivos que tenham importância

significativa a curto, médio ou longo prazo.

Planejamento e monitoramento sistemático: planeja suas tarefas com prazos

definidos; promove a revisão dos planos e, de acordo com os resultados obtidos,

toma decisões sobre resultados.

Persuasão e rede de contatos: utiliza estratégias para influenciar ou persuadir os

outros; utiliza pessoas-chaves para atingir seus objetivos.

Independência e autoconfiança: busca autonomia em relação a normas e

procedimentos; mantém seu ponto de vista; expressa confiança na sua capacidade

de enfrentar desafios.

Até agora tivemos a oportunidade de conhecer as principais características e o perfil do

empreendedor, bem como os fatores que influenciam o sucesso ou o fracasso de seu

negócio.

Até algum tempo atrás, acreditava-se que ser empreendedor era inato, ou seja, que

certas pessoas nasciam destinadas ao sucesso. Quem não tivesse as características

descritas nesta unidade era desencorajado a levar adiante seus planos de empreender.

Atualmente, este tipo de visão mudou completamente. Acredita-se que o processo

empreendedor pode ser ensinado e entendido por qualquer pessoa, e que o sucesso é

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147

decorrente de uma série de fatores internos e externos ao negócio, do perfil do

empreendedor e de como ele administra as adversidades que encontra no dia-a-dia de seu

empreendimento.

No próximo tópico abordaremos temas que têm como objetivo desenvolver outras

habilidades necessárias a um empreendedor, tanto técnicas como gerenciais.

Existem muitas revistas especializadas e sites da internet que tratam do assunto

empreendedorismo. Se você está interessado em saber mais e estar sempre bem

informado, faça da leitura um hábito! Ao longo do texto, você encontrará várias indicações a

respeito.

Aí vai a primeira dica: site da Academia de Empreendedores: http://www.aemp.com.br.

Este site oferece muitas informações e acesso a artigos interessantes sobre questões

práticas da vida do empreendedor. Abrange todo e qualquer negócio, não privilegiando

nenhum segmento em especial. Os empreendedores podem se cadastrar e receber acesso

personalizado

9 Identificação e Avaliação de Oportunidades de Negócio

A maioria dos conceitos de empreendedorismo envolve, mesmo que de forma indireta, a

identificação de uma oportunidade. Pode-se dizer que a identificação e a avaliação de

oportunidades é a primeira fase do processo de empreender, antes mesmo do

desenvolvimento do plano de negócios e da captação de recursos.

As oportunidades podem ser relativas a algo novo que venha a gerar a abertura de uma

empresa, como também a uma ação que venha melhorar um empreendimento já existente.

É uma característica do empreendedor de sucesso estar atento às oportunidades para

aproveitá-las da melhor forma possível.

A parte mais difícil do processo empreendedor certamente é identificar e avaliar uma

oportunidade. É comum ouvir as pessoas dizerem que deixaram uma oportunidade passar.

Pois, o segredo é saber distinguir, dentre as inúmeras possibilidades, a presença de

algo de valor.

Há também aqueles que afirmam que identificar uma oportunidade é uma questão de

sorte. Da mesma forma, outros dizem que sorte é o encontro da competência com a

oportunidade.

10 Conceito de Oportunidade

Vamos a seguir estudar o conceito de oportunidade, como identificá-la e avaliá-la. Para

facilitar a compreensão do que realmente é uma oportunidade, trabalha remos com dois

conceitos em paralelo: idéia e oportunidade.

Um dos maiores enganos a respeito de novas idéias de negócios é que elas precisam

ser únicas e, se possível, inéditas. De fato, o que importa é como o empreendedor utiliza a

idéia, de forma a transformá-la em um produto que faça sua empresa prosperar.

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148

Em geral, os empreendedores têm a seguinte visão a respeito de suas idéias de

negócios: minha idéia é revolucionária, meu produto é único e não possuo concorrentes,

mas não posso falar do que se trata. Este é um erro imperdoável: idéias revolucionárias são

raras, produtos únicos não existem e concorrentes certamente vão existir.

As idéias precisam ser testadas pelos clientes em potencial, por empreendedores com

mais experiência, por amigos próximos, enfim, é preciso nesta hora ser movido pela razão.

Uma idéia isolada não tem valor se não for transformada em algo viável, que possa ser

implementado, visando atender a um público-alvo que faz parte de um nicho de mercado

ainda não explorado.

Oportunidade de negócio, portanto, é algo possível de ser implementado, que tem a

finalidade de atender às expectativas de um público-alvo que faz parte de um mercado que

possui deficiências, ou que ainda não foi explorado ou não o foi em todas as suas

possibilidades. Oportunidade de negócio é aproveitar uma idéia para transformá-la em um

produto ou serviço, no momento certo e da maneira adequada.

Uma idéia que não pode ser implementada é só uma idéia e não uma oportunidade de

negócio. Uma oportunidade de negócio tem de ser adequada e conveniente, no que diz

respeito ao mercado, aos clientes que pretende alcançar, às necessidades que pretende

atender e às tecnologias que serão utilizadas no desenvolvimento do produto ou serviço.

Assim, a identificação de uma idéia como oportunidade só é possível se o

empreendedor conhece o mercado onde pretende atuar, tem visão do negócio e sabe ser

prático no momento adequado, identificando suas deficiências, protegendo legalmente suas

idéias e conhecendo a concorrência.

Vamos imaginar que você tenha a idéia de abrir um negócio no ramo de transporte. Por

exemplo, a oferta de transporte de executivos em automóveis blindados de luxo.

Pergunte a si mesmo e a seus sócios em potencial:

Quais são os clientes que comprarão este serviço?

Qual o tamanho do atual mercado em número de clientes?

Esse mercado está em crescimento, estável ou estagnado?

Quem normalmente atende a esses clientes, ou seja, quem são seus concorrentes?

Se você e seus sócios não conseguirem responder a essas perguntas básicas, com

dados concretos, vocês têm apenas uma idéia e não uma oportunidade de mercado.

Fatores importantes sobre oportunidade

Quando se trata de oportunidade, dois fatores devem ser considerados pelo

empreendedor e fazem grande diferença no desenvolvimento do empreendimento:

momento em que a idéia foi gerada;

experiência no ramo da atividade.

Vamos compreender o que isto representa no mundo do empreendedor.

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149

Momento em que a idéia foi gerada

O empreendedor precisa saber se sua idéia é apropriada para ser aplicada no momento

em que foi gerada. Isto implica conhecer as particularidades do mercado e os ciclos de vida

do produto ou serviço, quando for o caso. Pensemos nos produtos com base tecnológica. O

ciclo de vida destes produtos é cada vez mais curto. Então, não adianta o empreendedor

pensar em um produto fantástico, mas que não possa mais ser utilizado nos últimos

computadores que foram lançados.

O tempo desta idéia já passou e deixou de ser uma oportunidade. Por outro lado,

existem mercados cujo crescimento é mais lento e o que conta são outros fatores, como a

qualidade e as características do serviço.

Veja o exemplo do setor de transporte de passageiros.

Um empreendedor que mora numa cidade litorânea percebe que o número de visitantes

estrangeiros têm aumentado a cada verão. Ele decide, então, oferecer um serviço de

transporte de turistas para passeios locais que possa ser contratado por alguma agência ou

operadora de turismo da região. Para se diferenciar da concorrência, ele vai oferecer

bastante conforto e segurança, assim como motoristas treinados para falar inglês e

espanhol.

Experiência no ramo da atividade

As chances de sucesso são muito maiores quando o empreendedor tem alguma

experiência na área, já trabalhou no ramo ou possui sócios que já trabalharam. Considera-

se muito arriscado entrar em negócios cuja dinâmica do mercado e a forma de operação

são desconhecidas, mesmo que na área se possa obter uma boa lucratividade.

O empreendedor deve planejar muito bem os passos a serem dados e estar capacitado

para atuar na área pretendida. Para tanto, deve fazer cursos, participar de eventos,

treinamentos, feiras, consultar pessoas experientes, enfim, certificar-se de que conhece as

particularidades do negócio que pretende desenvolver.

Vejamos, a seguir, um exemplo de como se pode aliar o conhecimento da

atividade e a oportunidade de negócio.

Imagine a seguinte situação

Você é formado em Administração de Empresas.

Atuou durante alguns anos numa empresa de transporte urbano de passageiros.

Já trabalhou com turismo quando fez um estágio na época da faculdade.

Adora carros.

É preocupado com segurança e já fez vários cursos de defesa pessoal e direção

defensiva.

Desde criança mora em cidade grande e está acostumado com seu ritmo de vida.

Recebeu um bom dinheiro na sua rescisão de contrato de trabalho e está propenso a

abrir seu próprio negócio.

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150

Conversando com amigos, lendo a respeito e consultando especialistas na área, você

teve a seguinte idéia: atendimento para executivos brasileiros ou estrangeiros, com carros

blindados, motoristas bilíngües, conhecedores de técnicas de segurança, direção defensiva

e profundos conhecimentos do trânsito da cidade de São Paulo, possibilitando um

atendimento seguro, 24 horas por dia.

Como você pode observar, as características da oportunidade identificada e as

características do empreendedor são bastante similares e complementares. Assim, no que

diz respeito ao conhecimento da atividade e das áreas afins, poderia se dizer que este

empreendedor tem grandes chances de sucesso. Restando, apenas, fazer um bom

planejamento e uma análise eficiente do mercado.

Avaliação das oportunidades

Antes de partir para análises detalhadas ou à concepção de um plano de negócios

completo, o empreendedor deve avaliar a oportunidade que tem em mãos para evitar

despender tempo e recursos em algo que pode não agregar valor ao negócio já existente ou

que se pretende criar. Qualquer oportunidade deve ser analisada, pelo menos, sob os

seguintes aspectos:

Mercado;

Retorno econômico;

Vantagens competitivas;

Equipe gerencial.

Mercado

Um mercado é composto pelos clientes reais e potenciais, dotados de capacidade

econômica para adquirir determinado bem ou serviço. Antes de abrir um negócio, deve-se

buscar dados sobre o mercado em que se pretende atuar.

Mercados de grande potencial são mais atraentes, mas também são os mais

concorridos. Vale mencionar que, nos mercados em crescimento, não há predominância de

um concorrente sobre outro, havendo oportunidades para empresas criativas e bem

planejadas alcançarem sucesso.

Em relação ao mercado, deve-se atentar, ainda, para os seguintes aspectos: número de

competidores, o alcance dos concorrentes, os tipos de serviços que se encontram no

mercado, o potencial de compradores, as políticas de preço dos concorrentes etc.

Vejamos, a seguir, um exemplo da importância da análise do mercado onde se

pretende atuar e os aspectos que precisam ser considerados, antes de levar adiante

uma idéia.

Você percebeu que uma empresa de transporte de passageiros oferece ônibus fretado

para pessoas que trabalham na região da avenida Paulista e que estudam nas faculdades

São Cristóvão, do Norte e Bom Jesus. A empresa, aparentemente, vai muito bem e ganha

muito dinheiro. Você tem capacidade técnica para oferecer o mesmo serviço, ou seja, tem

sua empresa de transporte, os veículos, os motoristas. Será que há mercado para mais uma

empresa daquele gênero?

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Mesmo sendo um mercado em crescimento, antes de tomar qualquer atitude definitiva é

preciso analisar a situação como um todo: a capacidade econômica dos possíveis clientes e

a competitividade da sua empresa em relação à concorrente no que diz respeito a preços

praticados, características do serviço etc.

Se você não tiver condições de praticar um preço igual ou inferior ao seu concorrente ou

de oferecer um serviço de melhor qualidade, pode não haver demanda para o seu serviço.

Esta é a razão pela qual se deve conhecer muito bem o mercado onde se pretende atuar.

Análise econômica

Esta é outra análise importante a ser feita em relação à oportunidade identificada. Para

se analisar o retorno financeiro sobre o investimento devem ser tomadas algumas

referências comparativas para se chegar à conclusão de implementar ou não o negócio.

Nesses casos, recomenda-se tomar como base o mercado financeiro, onde se pode

obter retornos sem muito risco. Se o retorno do investimento tende a ser menor do que a

margem obtida no mercado financeiro, a decisão de investir no novo negócio fica

comprometida, o que não significa dizer que o mercado não é adequado. O empreendedor

deverá, então, rever a estrutura da empresa, seus custos, projeções de vendas, entre

outros, para tomar a decisão fina.

Deve-se, ainda, analisar fatores como lucro final do empreendimento, ponto de

equilíbrio, prazo de retorno do investimento. Esses fatores são a base para a tomada de

decisão quanto à viabilidade de qualquer negócio, seja para grandes ou pequenas

empresas.

Se o próprio empreendedor não possuir condições de fazer essas análises financeiras,

deverá, sem dúvida, procurar ajuda de profissionais especializados.

Vantagens competitivas

As vantagens competitivas dizem respeito a diferenciais que proporcionam ganhos para

o consumidor, que podem ser em relação ao preço, à qualidade ou às características do

produto, entre outros.

O empreendedor deve analisar que vantagens competitivas seu negócio pode

apresentar. Dependendo da situação, o serviço a ser ofertado poderá ter um preço final

menor, se o empreendedor tiver menores custos de produção que o concorrente ou uma

estrutura mais enxuta.

A vantagem competitiva também pode ocorrer em conseqüência do conhecimento do

mercado. Uma empresa que conhece o mercado melhor que a concorrência pode se

antecipar e trazer novidades que atendam aos anseios de seus consumidores.

Uma empresa de transporte de passageiros percebeu a importância de ter uma frota

muito bem equipada e motoristas altamente treinados e qualificados para manter - e até

ampliar- sua clientela. Esta empresa atende a pessoas de alto poder aquisitivo, crianças,

executivos e também clientes que desejam transporte para casamentos, batizados,

aniversários e shows. Foi tomada, então, a decisão de investir no treinamento e

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152

desenvolvimento dos motoristas no que diz respeito a habilidades técnicas, de comunicação

e de relacionamento. O objetivo era ter motoristas mais preparados para responder às

necessidades do cliente. Em paralelo, a empresa criou uma política salarial com

bonificações e programas para manter os empregados na empresa. Além de investir no

melhoramento da frota, elegeu como seu grande diferencial a qualificação de seus

motoristas.

Essas melhorias na qualidade do serviço agradaram bastante à clientela e deixaram os

concorrentes numa posição de inferioridade.

Equipe gerencial

Falamos até este momento sobre conhecer o mercado, o produto, o retorno financeiro,

as vantagens competitivas do negócio. Resta, agora, um dos fatores mais importantes: o

capital humano. Com quem você poderá contar para levar adiante o seu negócio? Quais os

tipos de profissionais necessários ao seu empreendimento?

É importante que a equipe gerencial esteja à altura da empresa a ser criada. A

experiência no ramo conta muito, pois pode evitar erros e gastos desnecessários e ainda

agregar conhecimento à empresa. Deve-se, também, considerar o diferencial de equipes

multidisciplinares, com profissionais de especialidades distintas e com habilidades

complementares.

Vale lembrar que vivemos em uma época de valorização do capital intelectual existente

nas empresas. O empreendedor deve levar em consideração que o principal ativo de uma

empresa são as pessoas que nela trabalham e que estas devem ser vistas como parceiras e

colaboradoras. Portanto, para que um empreendimento tenha maiores chances de sucesso,

é importante contar com as pessoas certas nos lugares corretos.

A fase de identificação e avaliação de oportunidades é uma fase crítica para o sucesso

ou não de seu empreendimento. Neste momento, o empreendedor precisa despojar-se das

emoções e trabalhar com critérios bastante racionais para analisar a viabilidade de seu

negócio. Caso o empreendedor não disponha de conhecimentos suficientes para promover

determinadas análises, deve buscar apoio com profissionais sérios e especializados.

Exercício de fixação

1. Assinale V, se a alternativa for verdadeira e F se for falsa.

a) ( ) Iniciativa e vontade para abrir um novo negócio e paixão pelo que faz, em geral,

são elementos importantes para um empreendedor.

b) ( ) Pode-se dizer que um empreendedor é fortemente infl uenciado pelo conjunto

formado por fatores externos, ambientais, sociais e econômico e por suas características

pessoais.

c) ( ) São consideradas condições externas as forças econômicas, políticas, sociais e

tecnológicas; a atuação da concorrência, dos fornecedores, dos distribuidores e as

demandas dos clientes.

d) ( ) Os fatores internos são ligados diretamente ao empreendedor e a suas

características.

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e) ( ) Os fatores relacionados à gestão interna da empresa são importantes para o

sucesso da empresa.

2. Faça um relato sobre sua história empreendedora. Discuta com o seu grupo se as

características do conceito de empreendedor estão presentes na sua história e que

outras habilidades poderiam ser desenvolvidas.

3. Sobre oportunidade de negócio é correto afirmar que:

a) ( ) As idéias que têm chances de se transformar em oportunidades, em geral, são

únicas.

b) ( ) Um empreendedor, quando percebe que teve uma idéia que tem muitas chances

de sucesso, deve mantê-la em segredo o maior tempo possível até que consiga

viabilizá-la.

c) ( ) O empreendedor deverá testar sua idéia depois que o negócio já estiver

constituído, só assim poderá se proteger dos concorrentes.

d) ( ) Pode-se dizer que oportunidade de negócio é uma idéia que pode ser viabilizada,

visando atender às necessidades de determinado público.

4. Vamos supor que seu amigo tem uma idéia espetacular para montar um novo

negócio e ganhar muito dinheiro e convida-o para sócio. De acordo com o estudado

nesta unidade, responda qual deveria ser sua atitude mais correta com vistas a tomar

a decisão final.

a) ( ) Percebendo que realmente o negócio tem chances de render muito dinheiro, você

pergunta quanto precisa investir e, dependendo do montante, aceita sem pestanejar.

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b) ( ) Você troca algumas idéias com seu amigo para conhecer melhor o

empreendimento e aceita ser sócio, uma vez que não irá investir muito dinheiro e sim o

seu trabalho.

c) ( ) Você faz algumas perguntas práticas ao seu amigo, como por exemplo, quais são

os clientes que comprarão o serviço; qual o tamanho atual do mercado e número de

clientes; se o mercado está em crescimento, estável ou estagnado; quem são seus

concorrentes e comunica a seu amigo que somente poderá dar uma resposta depois de

ter dados precisos a respeito dessas perguntas.

d) ( ) Você pede ao seu amigo um tempo para pensar e dizer se vai aceitar ou não ser

sócio, dependendo da intuição que tiver a respeito.

5. Assinale, a seguir, a(s) afirmativa(s) correta(s) sobre oportunidade.

a) ( ) Uma idéia brilhante é sempre uma grande oportunidade não importando o

momento ou local em que tenha sido gerada.

b) ( ) Existem boas idéias que não se transformam em oportunidades porque surgiram

no momento inapropriado.

c) ( ) Para se levar uma oportunidade de negócio adiante, basta ter vontade, dinheiro e

muita convicção.

d) ( ) Uma oportunidade de negócios tem muito mais chances de sucesso quando o

empreendedor já conhece o negócio ou tem sócios com muita experiência no ramo.

6. Sobre a avaliação de oportunidades é correto afirmar que:

a) ( ) Quando se tem uma boa idéia de negócio, o mercado surge espontaneamente.

b) ( ) A análise de mercado é essencial antes de abrir qualquer negócio.

c) ( ) A análise econômica de um negócio deve ser feita no plano de negócios, e não

nesta fase de avaliação de oportunidade.

d) ( ) Depois que um negócio já estiver estruturado é que devemos nos preocupar em

localizar as pessoas- chave para desenvolver as atividades da empresa.

7. Você deverá, juntamente com os demais componentes de sua equipe, pensar em

duas ou mais situações que aparentemente são oportunidades de negócios na área

de transporte de passageiros. Depois, as equipes deverão apresentar suas idéias para

o grande grupo, para que, por meio de um debate, concluam se as idéias são

oportunidades de negócios ou não.

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1 Conhecendo a Qualidade

Ouvimos falar constantemente em qualidade: qualidade de produtos e serviços, controle

de qualidade, qualidade total e até qualidade de vida. Enquanto clientes, temos uma noção

clara do que seja qualidade, uma vez que sempre sabemos se um produto ou serviço nos

satisfaz ou não. No entanto, o que é qualidade para nós nem sempre é para nossos

clientes.

Fica ainda mais difícil de conceituar qualidade quando imaginamos o ambiente

empresarial: além das opiniões divergentes de cada cliente a respeito do assunto, ainda

temos de lidar com a interpretação dos empresários e dos colaboradores. Muitas vezes, os

empresários e os próprios funcionários têm visões distorcidas e incorretas do que seus

clientes querem. Outras vezes, eles sabem exatamente o que os clientes desejam, mas, por

questões diversas (que vão desde a incapacidade técnica até a busca de margens de lucro

maiores), sacrificam a qualidade de seus produtos ou serviços. Sem saber, estão colocando

em risco também o futuro de sua própria empresa.

Falando um pouco de história, a preocupação com a qualidade é bastante antiga,

remontando ao tempo dos artesãos e ao surgimento das primeiras oficinas e fábricas.

Naquela época e durante muito tempo, a qualidade foi vista como um diferencial de

determinadas organizações, um ―quê‖ a mais oferecido aos clientes por certas empresas.

No entanto, a partir do final da 2ª Guerra Mundial, a qualidade passou a ter outro enfoque,

quando países como o Japão precisaram se reerguer economicamente e, para tanto,

valeram-se de novas ―filosofias‖ de Administração como a Qualidade Total e os 5S. Com o

sucesso das empresas japonesas, essas metodologias passaram a ser adotadas também

pelas empresas ocidentais. Não demorou muito para que, com a globalização, outros

conceitos como produtividade e competitividade passassem a fazer parte do dia-a-dia das

empresas, convivendo com o conceito de qualidade. Assim, a preocupação com a qualidade

de produtos, serviços e processos deixou de ser um mero diferencial de mercado para se

tornarcondição essencial de sobrevivência das empresas.

Por tudo isto, é importante entendermos exatamente o que é qualidade, qual sua relação

com a produtividade e a competitividade das empresas e como tudo isto se aplica ao setor

de transporte de passageiros. É o que veremos a seguir.

O que é Qualidade?

Como já dissemos, o conceito de qualidade depende da percepção de cada pessoa.

Mas nem por isto é impossível conceituá-la. Alguns autores conseguiram defini-la de

maneira bastante completa, como podemos ver a seguir:

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156

Qualidade é a combinação de características de produtos e de serviços em uso que

respondem às expectativas dos clientes.

A qualidade:

Envolve as características de um produto ou serviço;

Refere-se ao processo de produção desse produto ou serviço, envolvendo todos os

setores da empresa;

Envolve a utilização do produto ou serviço em questão;

Envolve as expectativas de alguém (no caso, o cliente).

Portanto, a qualidade deve focar:

O produto ou serviço;

O processo;

O uso;

O usuário.

Assim, ao falarmos de qualidade em uma empresa, é importante lembrarmos de

trabalhar todos estes aspectos, para que tenhamos realmente uma qualidade ―completa‖

aos olhos de nossos clientes.

Vejamos como isto se aplicaria ao setor de transporte de passageiros.

Foco no produto/serviço Empresas que primam pela excelência do serviço prestado

(pontualidade, segurança etc). Procuram oferecer ao cliente

exatamente aquilo que prometeram: se foi dito que a linha ―x‖

é feita com o veículo top de linha da empresa, havendo

necessidade de substituí-lo, terá de ser por um outro veículo

top de linha, nunca inferior.

Foco no processo Empresas que buscam ter processos internos ágeis e

eficazes. Costumam ter sistemas informatizados para o

controle da maioria de seus processos. Exemplo: emissão de

passagens on-line em todas as unidades.

Foco no uso Empresas voltadas para a eficiência de seu serviço.

Costumam ter bons veículos, com processo de manutenção

preventiva rigorosa para evitar quebras durante o percurso.

Procuram ter também um bom número de linhas e horários

disponíveis.

Foco no usuário Empresas que buscam sobretudo agradar ao cliente. Seus

investimentos de qualidade são para descobrir quem são

seus clientes, o que eles querem e atendê-los da melhor

forma. Exemplo: a empresa identifica que seus clientes se

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157

preocupam sobretudo com segurança e, a partir daí,

implementa programas de direção defensiva para os

motoristas e planos de redução de acidentes. Serviços

agregados ao transporte costumam fazer parte deste foco.

Exemplo: apresentação de filmes durante as viagens, escolha

de horários das linhas conforme necessidades dos usuários,

disponibilidade de bebidas e alimentos durante a viagem etc.

Desta maneira, é fácil perceber que para se ter qualidade é preciso trabalhar todos os

quatro focos, pois se complementam e, muitas vezes, se confundem. Não há como ter um

serviço excelente (com pontualidade e segurança) se os veículos não contarem com uma

boa manutenção preventiva. Da mesma forma, não adianta ser extremamente pontual se a

viagem não é segura. E assim por diante.

O que acontece, geralmente, é que por questões financeiras as empresas não

conseguem desenvolver igualmente todos os focos. Assim, escolhem apenas um deles para

se concentrar mais e, desta maneira, obter um diferencial frente a concorrência.

Pense nas empresas que você conhece do setor de transporte de passageiros e procure

determinar qual(is) foco(s) dão à qualidade. E a sua empresa, que focos tem dado à

qualidade?

Para que possamos acompanhar o desempenho das atividades da empresa e, por

conseguinte, sua capacidade de oferecer serviços com qualidade, é necessário criar

instrumentos que nos permitam ―medir‖ os resultados alcançados. Esses instrumentos são

chamados indicadores de qualidade. Com a utilização deles, a empresa se torna capaz de

identificar falhas em seus processos produtivos e/ou aspectos que devem ser melhorados

em suas atividades.

A seguir são apresentados alguns indicadores comumente empregados nas

empresas de transporte.

Total produzido correto x 100%

Total produzido (correto + errado)

Ou, se quisermos, medir a falta de qualidade:

Total produzido errado x 100%

Total produzido (correto + errado)

Indicador de pontualidade

Nº de viagens atrasadas x 100%

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158

Nº de viagens atrasadas

Indicador de segurança

Nº de viagens com acidentes x 100%

Nº de viagens atrasadas

Indicador de extravio de bagagens

Nº de bagagens extraviadas x 100%

Nº total de bagagens transportadas

Indicador de satisfação de clientes

Nº de clientes satisfeitos x 100%

Nº total de clientes pesquisados

Como você pode ver, desta maneira é possível medir a qualidade de quase todos os

processos de sua empresa, seja qual for o foco adotado.

Qualidade, produtividade e competitividade

Já vimos como a qualidade é importante. Mas qual é a relação entre qualidade,

produtividade e competitividade das empresas? Antes de respondermos a esta pergunta é

preciso definir o que é produtividade e competitividade.

Produtividade é a relação entre o valor do que foi produzido e os recursos despendidos

na produção.

Produtividade = Total produzido

Recursos utilizados ou disponíveis

O resultado desta fórmula nos dá o que chamamos de indicadores de produtividade:

números que indicam a produtividade de nossos processos.

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159

Indicador de consumo de combustível

Total km rodado (km)

Total de combustível consumido (litros)

Indicador de aproveitamento de capacidade

Total de passageiros transportados

Total de assentos disponíveis

Indicador de passageiros / km rodado

Total de passageiros transportados

Total de km rodado (km)

O uso de informações ―brutas‖, entretanto, pode encobrir a ineficiência de determinado

processo. Para evitar tal situação, devem ser criados indicadores que retratem,

efetivamente, a relação entre os serviços prestados de forma correta e os recursos

empregados em uma produção. Assim temos que:

Produtividade = Total produzido correto

Recursos utilizados

Indicador de passageiros / km rodado

Total de passageiros pagantes - total de passageiros não pagantes

Total de km rodado (km)

Assim, é possível perceber que qualidade e produtividade guardam uma relação

diretamente proporcional. Quanto maior for a qualidade de uma empresa, maior será sua

produtividade.

E a competitividade?

Competitividade é a capacidade ou habilidade de uma organização de ter maior

produtividade que seus concorrentes.

A competitividade compara os indicadores de produtividade de uma empresa com os da

concorrência ou com a média do setor. Uma empresa será tão mais competitiva quanto

melhores forem os seus indicadores quando comparados aos da concorrência.

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160

Relacionando os três conceitos (qualidade, produtividade e competitividade),

percebemos que quanto mais qualidade uma empresa tiver, mais produtividade terá e,

conseqüentemente, será mais competitiva em seu ramo de negócio.

Qualidade Produtividade Competitividade

Para o sucesso/sobrevivência de uma organização, portanto, é necessário que os três

conceitos sejam gerenciados em conjunto.

2 Trabalhando os Indicadores

Como vimos anteriormente, existem indicadores para medir a qualidade, a produtividade

e a competitividade das empresas. Estes indicadores são fundamentais na medida em que

são o principal instrumento utilizado pelas empresas para medir o desempenho de seus

processos.

Assim, é impossível falar em qualidade sem falar em indicadores, pois eles são que, de

fato, demonstram os níveis de qualidade, produtividade e competitividade da empresa,

permitindo também planejar metas realistas e passíveis de serem atingidas no futuro.

Para ter indicadores confiáveis, é importante que a empresa defina:

O que medir (para evitar a criação de indicadores em excesso ou desnecessários);

Como medir (para evitar distorções na coleta e apresentação dos dados e a

conseqüente falta de confiabilidade nos indicadores);

Como acompanhar (estabelecendo metas, tolerâncias e ações corretivas e

preventivas para os indicadores que evidenciarem desvios ou tendências negativas

nos processos).

O estabelecimento e o acompanhamento de indicadores de qualidade, produtividade e

competitividade facilitam e agilizam o processo decisório, uma vez que as decisões passam

a ser tomadas com base em dados e não mais em ―achismos‖ ou na intuição dos

administradores. Os indicadores permitem também a identificação e a correção rápida de

problemas, promovendo uma melhoria contínua dos processos.

Enfim, os indicadores são peças-chave para a gestão da qualidade, podendo facilmente

alavancar a qualidade, a produtividade e a competitividade de uma empresa se

corretamente trabalhados.

3 Conceitos e Princípios da Qualidade

Quando falamos em qualidade, existem alguns conceitos que precisamos aprender além

do próprio conceito de qualidade. São alguns termos e princípios que ouvimos

freqüentemente e que estão profundamente relacionados à gestão da qualidade, tais como:

processo, sistema, gestão, entre outros. Como eles servem de base para princípios da

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161

qualidade (como o princípio da abordagem de processo, por exemplo), a compreensão

destes conceitos torna-se fundamental para o entendimento de todo o processo de gestão

da qualidade.

Embora muitos deles nos sejam familiares, muitas vezes temos uma idéia equivocada

ou distorcida de seu significado. Portanto, apresentaremos nesta unidade os conceitos

adotados internacionalmente para cada um destes termos, quando utilizados no ambiente

da qualidade.

4 Abordagem de Processo

Processo é o conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam

insumos (entradas) em produtos (saídas).

Fluxograma – Exemplo de abordagem de processo

Produto é o resultado de um processo.

Representando esquematicamente, teríamos o seguinte.

ENTRADAS PROCESSO SAÍDAS

Se estivéssemos falando de uma fábrica de cadeiras, poderíamos dizer que as entradas

seriam a madeira e os pregos, a fabricação corresponderia ao processo e a saída (ou

produto) seria a cadeira pronta.

No setor de prestação de serviços a representação é a mesma. No entanto, a entrada

será sempre uma necessidade dos clientes e a saída (ou produto), a necessidade atendida

ou o serviço prestado. Veja como seria com o transporte de passageiros:

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162

Como se pode observar, todas as atividades que acontecem em uma empresa podem

ser representadas sob a forma de um processo, o que nos leva ao princípio da abordagem

de processo. Praticar a abordagem de processo significa olhar a empresa sob o ponto de

vista de cada processo, incluindo a ligação entre eles.

Como se pode observar, todas as atividades que acontecem em uma empresa podem

ser representadas sob a forma de um processo, o que nos leva ao princípio da abordagem

de processo. Praticar a abordagem de processo significa olhar a empresa sob o ponto de

vista de cada processo, incluindo a ligação entre eles.

A abordagem de processo ajuda a evitar falhas comuns nas empresas, como atribuir a

responsabilidade por atrasos de pagamentos exclusivamente ao setor financeiro, quando na

verdade os outros setores não fornecem as entradas necessárias (notas fiscais, folha de

pagamento etc.) para que o setor financeiro possa fazer os pagamentos em dia.

5 Abordagem Sistêmica de Gestão

Sistema é o conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos.

Vimos que os processos se relacionam entre si, uma vez que as saídas de determinado

processo representam as entradas para o processo seguinte. Assim, um sistema nada mais

é do que um conjunto de processos inter-relacionados para alcançar um objetivo comum.

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163

Exemplo de abordagem sistêmica de gestão

Gestão é o conjunto de atividades coordenadas e controladas para dirigir uma

organização.

Partindo do conceito apresentado, vemos que a gestão de uma empresa deve ser feita

por meio da visão de sistema. Ou seja, os dirigentes de uma organização devem gerenciá-la

como um todo, como um sistema, e não como funções, departamentos ou processos

isolados e independentes.

Podemos entender, a partir daí, que um sistema de gestão da qualidade é o conjunto de

atividades ou processos coordenados para dirigir e controlar uma organização no que diz

respeito à qualidade.

Este conceito é fundamental, pois é por meio dos sistemas de gestão da qualidade que

as empresas colocam em prática todos os fundamentos e princípios que vemos neste

tópico.

6 Melhoria Contínua

Melhoria contínua é, talvez, um dos princípios mais importantes relacionados à

qualidade. Significa aprimorar continuamente os processos, aumentando sua eficiência e

sua eficácia.

Eficácia é a proporção em que as atividades planejadas são realizadas e os resultados

esperados são alcançados.

Por exemplo, se o processo de manutenção de um veículo resolveu o problema

apresentado ele foi eficaz.

Eficiência é a relação entre o resultado alcançado e os recursos usados.

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164

Por exemplo, se o processo de manutenção de um veículo resolveu o problema dentro

do prazo e dos custos estipulados, além de eficaz, foi eficiente.

Para medir a eficácia e a eficiência dos processos e assim comprovar a sua melhoria

contínua, as empresas precisam de indicadores, como vimos na Unidade I. Normalmente,

os indicadores de qualidade estão relacionados à eficácia e os indicadores de produtividade

estão relacionados à eficiência.

7 Sistemas de Gestão da Qualidade

É impossível falar em qualidade sem falar de sistemas de gestão da qualidade. Todos os

conceitos e princípios relacionados à qualidade vistos na Unidade 2 são aplicados na prática

pelas empresas por meio de sistemas de gestão da qualidade ou SGQs. Os SGQs são a

maneira mais segura e eficaz de garantir um contínuo aprimoramento da qualidade e dos

processos de uma empresa.

Princípios como abordagem de processo, abordagem sistêmica e melhoria contínua

fazem parte da maioria dos sistemas de gestão da qualidade existentes, assegurando sua

confiabilidade.

Qualquer empresa que pretenda aplicar qualidade na prática precisa utilizar um sistema

de gestão da qualidade. Esta é a melhor forma de garantir que as ações praticadas façam

parte de um sistema planejado e que sejam ordenadas para atingir resultados específicos.

O que é um sistema de gestão da qualidade (SGQ)?

É um sistema de gestão utilizado para ordenar, dirigir e controlar todas as ações e

atividades de uma organização, no que diz respeito à qualidade.

Já vimos alguns conceitos que podem nos ajudar a entender melhor o que é um SGQ.

Sistema é o conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos.

Gestão é o conjunto de atividades coordenadas e controladas para dirigir uma

organização.

Assim, podemos concluir que um sistema de gestão da qualidade nada mais é do que o

conjunto de processos, responsabilidades e recursos inter-relacionados por meio dos quais

a empresa busca atingir seus objetivos de qualidade.

Em outras palavras, sistema de gestão da qualidade é tudo aquilo que a empresa faz

com o objetivo de atingir determinado padrão de qualidade por ela estabelecido, desde que:

• as ações sejam inter-relacionadas (senão não seria um sistema, seriam atividades

isoladas); e a empresa defina o objetivo que quer atingir com o sistema,

acompanhando regularmente seu desempenho (do contrário não seria gestão).

No setor de transporte de passageiros, a implementação de sistemas de gestão da

qualidade é especialmente recomendável, uma vez que os clientes, especialmente os

institucionais, exigem cada vez mais garantias de seus prestadores de serviço. A

implementação de um SGQ assegura uma uniformidade maior da empresa quanto à

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165

execução de seus processos, padrões de atendimento ao cliente e alcance dos objetivos

comuns da organização quanto à qualidade.

Como funciona um sistema de gestão da qualidade

Embora existam diferentes tipos de sistema de gestão da qualidade, todos são

baseados em uma mesma ferramenta da qualidade chamada de ciclo PDCA.

Trataremos das ferramentas da qualidade apenas na Unidade 5, mas devido à

importância do ciclo PDCA para o entendimento do funcionamento dos sistemas de gestão

da qualidade, vamos incluí-lo nesta unidade.

Ciclo PDCA

O ciclo PDCA é um ciclo

de controle de processos que

trata do planejamento das

atividades (PLAN), de sua

execução (DO), da

comparação dos resultados

com os padrões previamente

estabelecidos ou planejados

(CHECK) e da implementação

de ações corretivas ou de

melhoria (ACTION).

Veja!

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166

O ciclo PDCA assegura que qualquer processo seja planejado, implementado e

melhorado ou corrigido, se necessário.

Embora tenha surgido no ambiente organizacional, o ciclo PDCA é tão simples e prático

que não se restringe apenas às atividades inerentes às empresas. Pode ser aplicado a

qualquer tipo de processo, em qualquer ambiente, inclusive na vida pessoal.

Por exemplo, imagine que você vai sair de férias. Você não planejaria para onde ir, o

que fazer, quanto gastar, quanto tempo ficar e quando ir? Dessa forma, você acabou de

cumprir a primeira etapa do ciclo PDCA: planejar. Feito isto, você não partiria para a viagem,

avisando (ou ―treinando‖) sua família a respeito de seu plano de viagem? Você cumpriria a

etapa 2 do PDCA: executar. Durante e após a viagem, você não checaria constantemente o

plano feito (especialmente a parte de quanto gastar)? Equivale à etapa 3 do PDCA: checar

ou verificar. Por fim, você não tomaria ações corretivas, caso gastasse mais do que o

planejado? E, ao fim da viagem, você não aproveitaria os erros cometidos para evitar falhas

nas próximas férias? Você estaria na última etapa do seu ciclo PDCA de férias: agir ou

corrigir e melhorar.

Como é possível perceber, o ciclo PDCA, embora seja simples, é bastante eficaz, desde

que o utilizemos sempre. Assim, toda vez que rodarmos o ciclo (a cada saída de férias, por

exemplo), o processo melhorará.

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167

Mas como isto tudo se aplica aos sistemas de gestão da qualidade? É muito simples.

Ciclo PDCA Sistema de gestão da qualidade

Planejar Definir os objetivos a atingir com o SGQ.

Definir os procedimentos para atingir estes objetivos.

Definir os meios e formas de controle dos procedimentos

para verificar se atingem os objetivos estabelecidos.

Definir procedimentos para correção e melhoria, caso os objetivos não

sejam atingidos.

Definir os prazos e os responsáveis pelas atividades do SGQ.

Executar Treinar os responsáveis definidos nos procedimentos e objetivos.

Executar as ações.

Verificar Verificar, por meio das formas de controle definidas, se os objetivos de

qualidade foram atingidos.

Agir Corrigir, por meio dos procedimentos definidos, os possíveis desvios e

implementar melhorias.

Como você pode perceber, a fase mais complexa e muitas vezes a mais demorada é a

fase de planejamento de um sistema de gestão da qualidade. No entanto, é também a mais

importante, pois dela dependerão as outras fases, assim como a correta implementação e o

sucesso do SGQ.

Há vários tipos de normas diferentes para desenvolvimento de sistemas de gestão da

qualidade. Para empresas de construção civil, há o PBQP-H (Programa Brasileiro de

Qualidade e Produtividade em Habitação). Para empresas e indústrias do ramo automotivo,

há a TS 16949. No setor de transporte de passageiros, a norma mais adotada é a ISO 9001.

Tipos de sistema de gestão da qualidade

Antes de implementar um sistema de gestão da qualidade, é importante escolher o tipo

mais adequado às necessidades da empresa.

Na classificação que adotamos aqui, para facilitar o aprendizado, podemos dizer que

existem basicamente dois tipos de sistemas de gestão da qualidade: os sistemas

certificáveis, que contam com um referencial a ser seguido durante a implementação (como

os sistemas baseados na norma ISO 9001) e os que não são certificáveis, que podem ser

livremente adaptados pela empresa (como o programa 5S, por exemplo).

SGQs certificáveis

Dizer que um sistema de gestão da qualidade é certifi cável signifi ca dizer que é

baseado em um referencial, ou seja, há uma série de requisitos previamente defi nidos em

algum documento (como uma norma internacional, por exemplo) que o SGQ implementado

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168

deverá atender. Uma vez atendidas estas exigências, o SGQ em questão poderá ser certifi

cado.

Os SGQs baseados em referencial são normalmente adotados por empresas que

buscam certifi cações específi cas (ver Unidade 7). A empresa escolhe a norma mais

adequada a seu tipo de atividade e implementa o sistema de gestão da qualidade conforme

especifi cado pela norma. Depois, se quiser, pode certifi car seu sistema de gestão da

qualidade atestando que ele existe e funciona.

SGQs não-certificáveis

Os sistemas de gestão da qualidade não-certifi cáveis podem ser criados pelas próprias

empresas, como também podem seguir algum tipo de ―fi losofi a‖ ou ―metodologia‖ como o

5S, por exemplo.

Estes sistemas contam com a vantagem de serem inteiramente adaptáveis à realidade

das empresas que os adotam.

Dentro desta categoria, os sistemas mais comuns são os Programas 5S e Seis Sigma.

Ambos são aplicáveis e trazem bons resultados se adotados no setor de transporte de

passageiros.

Adotar ou não um SGQ certifi cável é uma decisão que a empresa deve tomar em

função de sua realidade. O ideal é que ela procure conhecer os sistemas disponíveis e

escolha aquele que melhor se adapte às suas necessidades, uma vez que cada um tem um

enfoque diferente. Por exemplo, a norma ISO 9001 tem um grande enfoque na satisfação do

cliente e na melhoria contínua dos processos. Já o 5S tem enfoque na melhoria do ambiente

de trabalho. Em muitos casos, é adotado um sistema misto: implanta-se um SGQ certifi

cável (ISSO 9001, por exemplo) e complementa-se com um não-certifi cável (5S, por

exemplo). Vale lembrar que, se a empresa estiver num mercado de grande concorrência,

onde os clientes são muito exigentes, é mais interessante adotar um SGQ que possa ser

certificado.

Além dos sistemas de gestão da qualidade existem também os sistemas de gestão

ambiental (SGA). Estes últimos são utilizados quando a empresa busca minimizar o impacto

de suas atividades no meio ambiente. Quando os dois sistemas são aplicados em conjunto

(SGQ + SGA) tem-se o que chamamos de sistema de gestão integrado (SGI).

8 Conclusão

Vimos o que é qualidade, sua importância e sua aplicação no transporte de passageiros.

Vimos também sua relação com a produtividade e a competitividade das empresas e como

esses conceitos podem ser medidos e mensurados na prática.

Assim, recomendamos que você passe a avaliar como andam os indicadores de

qualidade, produtividade e competitividade de sua empresa, buscando melhorá-los ou

corrigi-los conforme o caso. Para fazer isto de maneira eficaz, será necessário implementar

o que se chama de Sistema de Gestão da Qualidade.

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169

Os princípios e conceitos apresentados anteriormente são a base para qualquer sistema

de gestão da qualidade. Assim, é importante compreendê-los e praticá-los, com o objetivo

de adequar a gestão empresarial às boas práticas da qualidade.

Desta maneira, implementá-los em sua empresa pode levar algum tempo, uma vez que

esse processo envolve mudanças culturais e comportamentais, tanto para os funcionários

(que precisam aprender a praticar a melhoria contínua nos processos que executam) quanto

para os diretores (que precisam se acostumar com a visão sistêmica da empresa, evitando

―departamentalizá-la‖).

Os sistemas de gestão da qualidade são uma forma confiável de assegurar a qualidade

dos processos em uma empresa. Corretamente implementados, têm o poder de maximizar

resultados e promover importantes melhorias na organização, assegurando sua

produtividade e sua competitividade.

O melhor modelo de SGQ varia de empresa para empresa, dependendo das

características e das necessidades de cada uma.

No setor de transporte de passageiros, a maioria das empresas que utiliza um sistema

de gestão da qualidade adota o modelo baseado na norma ISO 9001, ou o modelo baseado

na SASSMAQ, sendo que boa parte delas possui a respectiva certificação de seu sistema.

Exercício de fixação

1. Com base nos conceitos discutidos nesta unidade, relacione cada situação

com o seu principal foco de qualidade.

(1) Foco no serviço

(2) Foco no processo

(3) Foco na utilização

(4) Foco no usuário

a) ( ) A empresa Santa Leocádia prima pela execução de seu serviço dentro dos mais

altos padrões de pontualidade.

b) ( ) Por saber que a maioria de seus clientes são surfistas, a empresa Litorânea

desenvolve um bagageiro especial para pranchas de surf.

c) ( ) A empresa Rio Vermelho, tendo dificuldades em gerenciar a emissão de

passagens em todas as suas unidades, implementa um sistema informatizado on-line.

d) ( ) A empresa Arara Azul adquire um lote de veículos top de linha e reforça a

manutenção preventiva dos veículos antigos.

e) ( ) A empresa Santa Leocádia, percebendo em seus indicadores um alto índice de

extravio de bagagens, reformula todo o processo de controle de bagagens.

2. Este exercício tem por objetivo verificar a compreensão do grupo sobre os

conceitos de qualidade, produtividade e competitividade.

1. Reunam-se em grupos de três a quatro participantes.

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170

2. Cada grupo deve escolher um setor de uma empresa de transporte de passageiros.

3. Cada grupo deve desenvolver pelo menos um indicador de qualidade, um indicador de

produtividade e um indicador de competitividade focando o setor escolhido.

4. Cada grupo deverá escolher um redator para redigir o texto do trabalho, citando o setor

escolhido, os indicadores e a explicação de cada um deles.

5. Cada grupo deverá escolher também um apresentador para expor aos demais

participantes os indicadores definidos.

6. Após a apresentação de todos os grupos, debater os resultados obtidos.

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3. Com base nos conceitos discutidos nesta unidade, relacione as colunas.

( 1 ) Processo

( 2 ) Produto

( 3 ) Sistema

( 4 ) Gestão

( 5 ) Eficácia

( 6 ) Eficiência

a) ( ) Conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos

(entradas) em produtos (saídas).

b) ( ) Conjunto de atividades coordenadas e controladas para dirigir uma organização

c) ( ) Resultado de um processo.

d) ( ) Proporção na qual as atividades planejadas são realizadas e os resultados

planejados, alcançados.

e) ( ) Conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos Relação entre o resultado

alcançado e os recursos usados.

4. Explique com suas palavras a abordagem de processo, a abordagem sistêmica de

gestão e a melhoria contínua.

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5. Represente um setor de sua empresa sob a forma de processos interligados.

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6. Responda com suas palavras as seguintes perguntas:

1. O que é um sistema de gestão da qualidade?

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2. Em que os sistemas de gestão da qualidade são baseados?

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3. Qual é o melhor sistema de gestão da qualidade para se adotar numa empresa

de transporte de passageiros: o certifi cável ou o não-certifi cável? Justifi que sua escolha.

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4. Escolha um processo de sua empresa e descreva-o, adaptando-o ao ciclo

PDCA. Divida as etapas do processo conforme as quatro etapas do PDCA.

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7. Estudo de caso

A empresa Arara Azul Fretamento e Turismo Ltda. está com sérios problemas, pois

perde muitos negócios para a concorrência.

O Sr. Pedro Santos, gerente geral, não entende a razão, uma vez que a empresa

trabalha dentro dos mais altos padrões de excelência: seus processos são quase todos

informatizados, seus ônibus são de última geração e raramente ocorrem atrasos, acidentes

ou quebras durante as viagens, até porque o processo de manutenção preventiva dos

carros é seguido a risca. Além disso, a empresa Arara Azul investiu recentemente em uma

mala-direta para o seu mailing de clientes oferecendo descontos em excursões para Caldas

Novas (águas termais) e Guarapari (areias monazíticas).

Preocupado com a redução de faturamento, o Sr. Ricardo Fonseca, dono da empresa,

solicitou ao gerente geral que trouxesse o histórico da taxa de ocupação dos veículos.

Diante do histórico, realmente foi constatada uma perda permanente de passageiros. O

gerente geral também tinha em mão o cadastro de clientes para quem a mala-direta havia

sido enviada. A enorme maioria tinha mais de 50 anos. Então, em princípio, nada havia de

errado em oferecer excursões para destinos próprios da terceira idade, como termas e

estâncias hidrominerais.

O gerente geral, então, contou que havia lido no jornal uma matéria que mostrava que

as pessoas com mais de 50 anos preferiam fazer excursões para locais ricos em natureza,

onde pudessem fazer trilhas, tomar banho de cachoeira e praticar outras atividades mais

estimulantes.

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Diante dessas informações, se você pudesse aconselhar o Sr. Ricardo Fonseca, que

conselho daria para continuar a investigar essa perda de clientes? (procure analisar também

os aspectos referentes a indicadores e enfoques de qualidade)

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1.11.1 - QUALIDADE DA REDAÇÃO TECNICA

Basicamente, as qualidades da redação empresarial são as mesmas exigidas nos

demais escritos. Assim, por exemplo, ela deve primar pela correção, cuja ausência

compromete o perfeito entendimento e desempenho de qualquer comunicação escrita. A

correção está para o sucesso das palavras, assim como as boas maneiras estão para o das

pessoas.

A redação empresarial, no entanto, em vista de seus objetivos altamente

pragmáticos - informar e persuadir (afetar com intenção), e por encontrar-se a serviço de

uma atividade extremamente dinâmica, deve apresentar, ainda, de modo especial, as

seguintes qualidades:

1.11.2 - CLAREZA

O homem de negócios é, em geral, pessoa extremamente ocupada. Por isso as

mensagens que lhe serão dirigidas devem ser claras, objetivas.

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174

As mensagens claras oferecem pelo menos duas vantagens: não irritam o

destinatário, que as entende sem maior esforço, e, o que é mais importante, garantem ao

remetente a resposta pretendida, em termos de reações ou atitudes.

A clareza na redação depende, antes de mais nada, da clareza do pensamento: não

se podem transformar idéias confusas em mensagens claras. Se não conhecemos nosso

assunto, conseguiremos, no máximo, comunicar nossa incompetência.

1.11.3 - CONCISÃO

O mundo moderno é muito rápido. A velocidade do presente não admite que o

empresário perca tempo com coisas sem importância. Mesmo às coisas importantes, ele

deve dedicar-lhes o tempo estritamente necessário.

Mensagens concisas, isto é, rápidas, contribuem para que o homem de negócios tire

o máximo proveito de seu tempo. As frases extravagantes e centopéicas somente

aumentam o peso da carta, sem nada acrescentas ao seu conteúdo.

Em nome da concisão, é claro, não se devem sacrificar as idéias importantes nem

eliminar as considerações pertinentes. O ideal está no perfeito equilíbrio entre os dados que

se pediram e aqueles que se oferecem.

1.11.4 - PRECISÃO

A carta, assim como qualquer outra mensagem, deve conter todos os elementos de

informação necessários, expressos com toda a exatidão. A precisão, portanto, refere-se não

somente à quantidade das informações, como, também, à sua perfeita expressão.

Palavras precisas e informações indispensáveis, é isso que se quer. As palavras,

principalmente, merecem um cuidado todo especial, já que, muitas vezes, elas são

interpretadas de acordo com as experiências e avaliações pessoais de quem as lê.

Para evitar os riscos da mensagem imprecisa, é importante, sempre que possível,

ser específico. ―Necessito desses artigos até o dia 24 deste mês‖ é mais preciso do que

‗Necessito desses artigos com a máxima urgência‖. A tartaruga e a lebre, certamente,

entendem de maneira diversa a palavra ―urgência‖.

1.11.5 – COESÃO

Todas as partes da mensagem devem guardar relação entre si. Para isso, não se

deve avançar aos saltos e retroceder para completar idéias que se deixaram E incompletas

em parágrafos anteriores. Cada oração deve vincular-se com a seguinte.

Também entre os diversos parágrafos deve-se fazer presente a sensação natural de

continuidade e interligação das diversas idéias. Chega-se, assim, à unidade e à coerência

do texto.

A coesão faz com que o leitor entenda mais facilmente a mensagem, fazendo-o

sentir-se como que levado pela mão, através dos diversos parágrafos, até o final do texto.

A conexão entre os diversos parágrafos fica mais nítida através de palavras e

expressões de transição, tais como ―assim sendo‖, ―desse modo, ―apesar disso‖, etc.

1.11.6 – NATURALIDADE

A linguagem da redação empresarial deve ser simples, espontânea, natural. Nada

daquela rebuscada afetação das cartas de cinqüenta ou setenta anos atrás, do tempo das

penas de pato, dos bondes puxados a burro e dos lampiões de gás.

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175

Linguagem natural é aquela cujos termos são compreendidos e empregados pelas

pessoas de cultura média no seu trato diário. E uma linguagem igualmente distante da gíria

vulgar e do rebuscamento cristalizado das fórmulas vazias e inúteis ―dos tempos de

antanho‖, que a maioria dos leitores nem sequer mais entende.

Os móveis, os imóveis, a vestimenta, tudo, hoje em dia, está sendo despido dos

ornamentos inúteis que caracterizavam o estilo de uma determinada época do passado. As

coisas evoluíram e, hoje, o que predomina é a funcionalidade. A linguagem, principalmente

e da redação empresarial, não pode fugir dessa evolução, sob pensa de tomar-se cada vez

mais incapaz de traduzir com fidelidade a vida dinâmica e palpitante do mundo dos

negócios.

1.11.7 – CORTESIA

Embora todas as mensagens da empresa sejam escritas com fins específicos

(vender, cobrar, agradecer, etc.), elas devem ter um objetivo permanente: criar, manter ou

recobrar a disposição favorável do destinatário para com a organização. Para isso, é

fundamental que sejam redigidas numa linguagem cortes.

A cortesia, no entanto, não consiste em amabilidades ilógicas, frias e convencionais

maquinalmente lançadas no papel. Ela se manifesta, isto sim, por um tom humano, amável

e sincero, que se identifica em toda a extensão da~mensagem. A cortesia não se mede pelo

tamanho das frases, mas pela sinceridade natural de cada palavra.

Em qualquer tipo de carta, mesmo naquelas em que é preciso tratar de assuntos

delicados ou menos agradáveis, há lugar para a cortesia. Até a carta de cobrança, ao

menos nos primeiros estágios, pode ter sua rigidez atenuada, fazendo-se menção, por

exemplo, a um possível esquecimento do devedor.

Também faz parte da cortesia o emprego de uma linguagem positiva em todas as

mensagens. Devem-se, pois, evitar palavras de sentido negativo, tais como etc., as quais,

quando atribuídas a alguma negligência , esquecimento, erro, culpa atitude do destinatário,

assumem caráter de descortesia.

Assim, por exemplo, em vez de escrever: ―Em sua última carta V. Sa. Se esqueceu

de mencionar o número do pedido a que se referiu, razão por que não poderemos identifica-

la‖, melhor seria escrever: ―Agradeceríamos se V. Sa. Nos informasse o número do pedido

mencionado em sua carta de..., para que possamos localizá-lo entre os...‖

Nem sempre podemos atender ao que nos é solicitado, mas sempre é possível dar

às cartas um tom de consideração e interesse. Os resultados não tardarão a aparecer. E

serão altamente compensadores.

“A cortesia e as boas maneiras sempre pagam bons dividendos, abrandando a

oposição e o antagonismo. Até a pessoa mais obstinada e de mais difícil trato amansa um

pouco sob o impacto constante de uma sincera cortesia.”

(Grace Stuart Nutley - adaptação)

Adalberto J. Kaspary

CORRESPONDÊNCIA EMPRESARIAL

2a edição, Ed. PRODIL Porto Alegre - RS

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176

1.12 - RELATÓRIO

Relatório é a ―descrição de fatos passados, analisados com o objetivo de orientar o

serviço interessado ou o superior imediato, para determinada ação‖. (Georges Bousquié).

1.12.1 - PARTES (ESTRUTURA)

Os relatórios usuais têm, basicamente, a seguinte estrutura:

a) Apresentação

Compreende: - o cabeçalho: lugar e data;

- o remetente: autor do relatório (nome, função, etc.);

- o destinatário (nome, função, etc.);

- o assunto: síntese do conteúdo.

b) Texto

Compreende:

- a exposição do(s) fato(s);

- a apreciação do(s) fato(s);

- as conclusões e sugestões.

c) Fecho

Compreende a assinatura do remetente (autor), antecedida, às vezes, de uma

fórmula de cortesia (―Atenciosamente‖, ―Atenciosas saudações‖, etc.).

d) Anexos

Compreende quadros, esquemas, tabelas, fotos e quaisquer outros elementos que

possam esclarecer o destinatário. Trata-se de informações complementares, não

imediatamente necessárias ao corpo do relatório, onde poderiam, inclusive, perturbar o fluxo

das idéias na leitura.

1.12.2 - Cuidados na Elaboração dos Relatórios

―Relatar é ver para outrem‖. Esta frase dá a medida exata da importância do relatório

dentro da organização.

A grande complexidade da maioria das empresas atuais não mais permite que seus

dirigentes possam verificar pessoaLmente o que acontece nos diversos departamentos e

escalões.

Dessa forma, à medida que crescem, as empresas passam a ser comandadas, cada

vez mais, por meio de papéis: memorandos, circulares, relatórios, etc.

O relatório tem uma importância vital dentro dessa conjuntura, pois, a partir dele, das

informações nele contidas, se tomam decisões que podem afetar profundamente uma

pessoa ou um grupo de pessoas.

A elaboração do relatório deve, portanto, estar cercada de uma série de cuidados,

para que ele possa servir de apoio para decisões e ações o mais possível isentas de erro.

Na confecção do relatório, recomendam-se, principalmente, os seguintes cuidados:

a) Quanto à exposição dos fatos

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Aqui se requer:

- honestidade;

- objetividade e imparcialidade;

- utilidade (somente apresentar o que interessa);

- sobriedade e precisão;

- método (―A ordem já é meio relatório.‖);

- clareza ( a melhor qualidade que o relator deve cultivar).

b) Quanto à apreciação dos fatos

Como a apreciação é o centro de gravidade do relatório, já que é o momento de o

relator formular um julgamento pessoal, exigem-se aqui, entre outros, os seguintes

cuidados:

- toda a demonstração deve apoiar-se em fatos;

- nada deve ser aceito sem plena justificação.

É a conclusão que, em última análise, dá significado ao relatório, já que ela

c) Quanto à conclusão

Preconiza as medidas que devem ser tomadas por quem de direito. Deve, por isso,

apresentar as seguintes características:

- deduzir-se logicamente da argumentação que a precede, para que sela

convincente;

- formar-se de uma ou mais sugestões, clara e ordenadamente expostas;

- ser precisa (não meramente aproximativa);

- ter caráter prático, sem o que, por mais brilhante que seja, não terá o mínimo valor.

1.12.4 – Estilo

Acerca do estilo do relatório, para que este documento tenha maior probabilidade de

cumprir eficazmente seu objetivo, são oportunas as seguintes recomendações:

evitar a literatice (―Relatório não é romance‖);

empregar palavras precisas, não se contentando com meras aproximações;

empregar palavras simples, mantendo igual distância dos chavões vulgares e dos

rebuscamentos técnicos;

preferir as frases curtas, que expressam melhor as idéias e, acima de tudo, são

mais claras;

escrever para o Leitor, para o destinatário, empregando expressões que lhe

sejam familiares;

empregar, de preferência, a primeira pessoa do plural. Não se trata de um ―nos‖

que vise a imponência nem à impessoalidade descompromissada. Trata-se, isto

sim, de uma fórmula de delicadeza, que, evitando a agressividade do ―eu‖, nem

por isso compromete menos o relator.

1.12.5 – Classificação

Há diversos critérios de classificação dos relatórios. Apresentamos, a seguir, alguns

mais usuais e significativos:

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Quanto à finalidade:

a) de desempenho e controle: medem o desempenho da organização, comparando-o

com os padrões estabelecidos;

b) de planejamento: dizem respeito à previsão de problemas e apresentam

alternativas para solucioná-los a curto, médio ou longo prazo; recomendam, ainda, medidas

a tomar;

c) de informação: contém notícias e idéias provenientes do setor de atividade do

relator. Trata-se de relatórios mais genéricos, enquanto os dois anteriores são mais

específicos.

Quanto à periodicidade:

a) regulares (periódicos, repetitivos): abrangem períodos de duração variável,

podendo ser, por exemplo, anuais, semestrais, trimestrais, mensais, semanais ou diários.

Obedecem, em geral, a esquemas ou modelos preestabelecidos, para garantir-lhes a

uniformidade.

b) especiais (não-repetitivos, ocasionais, eventuais): tratam de acontecimentos, e

não de períodos de tempo. São elaborados em função de circunstâncias. Por dependerem

da natureza do assunto, não obedecem a um modelo prévio.

Quanto ao grau de sigilo:

a) reservados: contém assuntos que não podem chegar ao conhecimento do público

em geral;

b) confidenciais: de destinação restrita a um circulo limitado de pessoas, de maior

hierarquia, confiabilidade e capacidade de manter sigilo absoluto sobre o assunto;

c) altamente confidenciais: em face do alto grau de segurança que envolve seu

assunto, só podem chegar ao conhecimento de pessoas autorizadas.

Quanto ao tipo:

Este critério de classificação comporta um elenco relativamente extenso de

relatórios, em razão dos assuntos que apresentam. Eis alguns mais comuns:

a) de acidentes (pessoais ou com material);

b) de visita técnica (registro de observação);

e) de estágio: destinam-se ao julgamento das qualidades técnicas e do valor

profissional do estagiário; têm caráter descritivo;

d) de serviços prestados (visitas de supervisão, execução de trabalhos

extraordinários, etc.).

No item seguinte, apresentamos algumas normas e recomendações sobre o

planejamento de relatórios específicos.

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1.12.6 - Planos de Relatórios Específicos

Relatório de acidente:

É um relatório bastante delicado, em vista de suas possíveis conseqüências jurídicas

e sociais. Exige, por isso mesmo, elaboração cuidadosa.

a) Apresentação

Lugar, data, remetente (autor), destinatário e assunto, O assunto constará da

natureza, gravidade, local e data do acidente e do nome e função do acidentado.

b) Textos

Exposição dos fatos

- conjunto das circunstâncias: data, hora, local e natureza do trabalho e do acidente;

- relato completo do acidente: situação no tempo e no espaço; narração em ordem

cronológica, segundo depoimentos de testemunhas ou observações pessoais;

- providências tomadas: primeiros socorros, medicação, transporte ao hospital;

- opinião dos médicos (se possível): gravidade do acidente, duração provável do

afastamento do serviço.

Apreciação dos fatos

- análise dos testemunhos de terceiros; identificação dos depoentes;

- procura e explicação das prováveis causas: humanas, materiais, diversas;

- fixação das responsabilidades.

Proposições

- medidas a tomar, de acordo com as circunstâncias: reparação dos danos causados;

assistência imediata e mediata aos dependentes do acidentado; medidas preventivas para

evitar a repetição de acidentes semelhantes; reforço das medidas de segurança ou

insistência na sua rigorosa observação.

Conclusão

- medidas de urgência

Relatório de visita técnica:

Antes de elaborar o relatório de visita técnica, é necessário reunir o maior número

possível de documentos sobre a visita (fotos, notícias, artigos gráficos, etc.), relembrar as

grandes linhas daquilo de que se foi informado ou que se observou durante a visita e

agrupar os documentos de forma clara e lógica.

a) Apresentação

Lugar, data, remetente (autor) e destinatário do relatório e lugar e período da visita.

b) Texto

Exposição dos fatos

- Apresentação (descrição) da organização visitada (com anexação, se possível; de

fatos, folhetos, etc.);

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- descrição dos departamentos visitados e das atividades e procedimentos

particularmente observados.

Apreciação dos fatos

- interesse experimentado;

- aspectos relevantes da visita.

Conclusão

- observações sobre a acolhida;

- benefícios auferidos da visita.

Relatório de estágio

O relatório de estágio permite ordenar as impressões, notas e documentos relativos

ao estágio realizado.

Geralmente, neste tipo de relatório, o autor, não tendo proposições a fazer, deve

limitar-se a demonstrar suas qualidades práticas: capacidade de observação e análise,

espírito de iniciativa, competência, etc.

a) Apresentação

Local, data, remetente (autor) e destinatário do relatório e natureza, lugar e período

do estágio.

b) Texto

Organização geral do departamento ou setor

- instalações;

- mobiliário;

- natureza das atividades‘

- técnicas de trabalho;

- recursos humanos e materiais;

- aspectos formativos: ordem, disciplina, lazer, serviços sociais, etc.

Trabalhos efetuados ou observados

- primeiros contatos com o local de trabalho e com as pessoas;

- período de adaptação ao estágio;

- participação efetiva em atividades usuais (juntar documentação ou ilustrações, se

possível).

Procedimentos técnicos particularmente observados

- técnicas especiais e seu interesse;

- dificuldades enfrentadas c soluções que se lhes deram (juntar documentação e

ilustrações, se possível).

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Conclusão

- observações sobre a acolhida;

- benefícios auferidos do estágio;

- aplicação prática posterior, no serviço ou na profissão, dos conhecimentos

adquiridos.

“Os relatórios são um trabalho operacional prático que fornece uma base para

diretrizes e decisões acertadas. Por conseqüência, ele deve mais particularmente considerar

fatos e explicações do que emitir opiniões.”

(A. C. Leyton)

Adalberto J. KasparyPRODIL

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. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Um computador é um equipamento eletrônico que processa informações na

forma de dados, podendo ser programado para a realização de diversas outras tarefas.

Foi construído para desempenhar cálculos e operações lógicas com facilidade e rapidez.

De modo geral, um processamento se realiza de acordo com o esquema abaixo:

A Entrada se refere a algum dado de entrada do

processamento, são valores onde o processo irá atuar. Exemplo:

quando clicamos em algum arquivo.

O Processamento é onde os dados de entrada serão

processados para gerar um determinado resultado.

A Saída é simplesmente o resultado de todo o processamento,

podendo ser impresso em papel, armazenadas, ou até mesmo servir

como entrada para um outro processo. O computador exibe os

resultados obtidos na tela, mostrando o arquivo.

Em suma um computador tem quatro funções básicas:

Receber dados e informações de entrada

Processar a informação

Produzir dados e informação de saída

Armazenar dados e informações

Num computador podemos distinguir três componentes básicos:

Hardware – O conjunto de componentes físicos de um computador

e os periféricos ligados a ele. Exemplo: teclado, impressora,

monitores e outros.

Software – Conjunto instruções que são processados num

computador. É a parte lógica do computador. Ex: Sistema Operacional,

editores gráficos, jogos, entre outros.

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HARDWARE

Tipos de computadores

PC (Personal Computer) – É o mais conhecido. O primeiro computador

pessoal do mercado mundial foi lançado pela IBM.

Workstations (Estação de Trabalho) – São computadores mais poderosos

e mais caros. São máquinas desenvolvidas normalmente para atender as

necessidades de empresas, em sistemas bancários ou para computação gráfica,

que requerem maior confiabilidade.

Notebooks – São computadores portáteis e que reproduzem todos os aspectos

dos PC‘S . A vantagem é que podem ser transportados, funcionam com baterias

recarregáveis, estão cada vez mais leves e oferecem a possibilidade de você

trabalhar com eles em qualquer lugar.

Netbooks – Computadores portáteis com dimensão pequena ou média, peso

leve, de baixo custo e geralmente utilizados apenas em serviços baseados na

Internet, tais como navegação na web e e-mails. Suas características mais

comuns incluem uma pequena tela, conexão sem fio, mas sem unidade de disco

óptico, e um teclado reduzido.

Smartphones – Telefone celular com funcionalidades avançadas que podem

ser estendidas por meio de programas executadas no seu sistema operacional.

Possui conexão com redes de dados para acessar a Internet, sincronização de

dados, agenda de contatos e compromissos etc.

Tablets - Geralmente possuem as mesmas funções dos smartphones,

porém não funcionam como telefone celular. Tem telas maiores que os

smartphones e maior capacidade de processamento. É operado apenas com os

dedos na tela.

Periféricos

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Periféricos de Entrada – São dispositivos responsáveis por enviar as

informações d o u s u á r i o para o computador. Ex: Mouse, Teclado, Scanner,

microfone, Web câmaras, filmadoras, sensores diversos, entre outros.

Periféricos de Saída – São dispositivos que podem mostrar o resultado d as

i n f o r m a ç õ e s do c om p u t ad o r p a r a o us u á r i o . Ex: Impressora, Monitor,

Caixas de Som, etc.

Impressoras

Equipamento que permite a impressão em papel dos trabalhos criados no

computador (textos, gráficos, figuras entre outros). Entre as mais utilizadas estão:

Matricial – Tecnologia de impressão que pressionam uma fita com tinta sobre o

papel, como uma máquina de escrever.

Jato de Tinta – Impressora que apresenta uma qualidade de impressão muito boa

e uma resolução excelente.

Laser –É a melhor impressora disponível no mercado, possui velocidade de

impressão e, dependendo do modelo, pode imprimir colorido.

Teclado

O teclado do computador é basicamente como a de uma máquina de escrever.

Algumas destas teclas merecem maior atenção.

Tecla ENTER: funciona como a tecla de retorno em uma máquina de escrever, ela

executa o fim de uma linha. Durante o uso do computador, este não saberá o que foi

digitado até que você pressione a tecla ENTER.

Tecla BACKSPACE: esta tecla apaga o último caractere digitado. Use-a para corrigir

erros de digitação.

Tecla SHIFT: esta tecla não possui efeito apenas por ela mesma, mas ela

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desloca o teclado para imprimir as letras maiúsculas e caracteres especiais que

compartilham a mesma tecla.

Tecla ESC: a tecla ESCAPE permite cancelar uma linha digitada. Também é

utilizada em vários programas para escapar de um comando.

Tecla CTRL: a tecla de controle também não tem efeito por ela mesma, mas

como a tecla shift, é utilizada para alterar o efeito de outras teclas. Por exemplo,

para executar o comando representado por ctrl+c deve-se pressionar a tecla Ctrl e

juntamente com esta pressionar a tecla ―c‖.

Tecla TAB: esta tecla permite mover o cursor em valores predefinidos de tabulação.

Pode ter uso um pouco diferente dependendo do programa em que é utilizada.

Tecla NUM LOCK: abreviação de Numeric Lock (trava numérica). Esta tecla permite

a troca do uso do teclado numérico reduzido, passando-o do movimento do cursor

para números, e vice-versa.

Tecla ALT: é uma tecla de função alternativa, normalmente é utilizada em conjunto

com outras teclas.

Tecla ALT Gr: Mesma função da tecla ALT, porém ela possui funções adicionais

como, por exemplo, inserir o símbolo de ordinal a um número.

Tecla DEL: é a tecla que permite deletar (apagar) o texto que está a direita do que foi

digitado. Pode ter uso um pouco diferente dependendo do programa em que é

utilizada.

Tecla WINDOWS (tem o símbolo): tecla especial, introduzida junto com o Windows

95. O seu uso é semelhante ao acionamento do botão INICIAR pelo mouse. No

Windows 7 e outros sistemas operacionais recentes, associado a tecla TAB ( +

TAB) permite alternar entre as telas do computador de uma maneira muito

interessante, experimente.

ecla Print Screen: Esta tecla permite copiar tudo o que aparece na tela que está

sendo exibida.

Mouse

Basicamente todos os comandos do computador são

executados com o auxílio do mouse.

No Windows utilizará na maioria das vezes o botão

esquerdo do mouse e algumas vezes o botão direito. Nos

mouses modernos, existe um botão em forma de roda que

permite rolar a página que está sendo editada dentro do

Microsoft Word.

A aparência do mouse na tela é chamada de cursor e normalmente é uma

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seta apontando

Vejamos agora algumas nomeações que utilizamos no uso do mouse:

Apontar: apenas movimente o cursor sobre a tela e coloque a ponta sobre o

item desejado, que pode ser uma janela, ícone, título de menu, etc. Desta forma

você estará apontando o mouse.

Clicar: quando cursor estiver sobre o item desejado, aperte o botão esquerdo do

mouse apenas uma vez e solte. Esta ação fará com que um objeto ou item seja

marcado.

Duplo clique: quando o cursor estiver sobre o item desejado, aperte o botão

esquerdo do mouse rapidamente duas vezes seguidas e solte. Esta ação fará

com que o programa em atividade execute uma ação. Se selecionar um ícone de

Grupo de programa, este se abrirá em uma janela, e se for um Item de

Programa, um programa será executado. Dentro de um programa, o duplo

clique poderá ter ações diferentes, dependendo do programa que está sendo

executado.

Arrastar: em algumas situações diz-se arrastar e soltar. Aponta-se para o item

desejado e pressiona-se o botão esquerdo do mouse, mantendo-o pressionado,

arrasta-se pela tela soltando-o no local desejado. Com esta ação é possível mover

um objeto, marcar um texto ou área, etc.

Rolar: nos mouses com o botão RODA (Scroll), permite a utilização dos

programas de modo muito mais fácil. Dependendo do programa utilizado, a roda

pode servir para a rolagem da página vista, como é o caso do Microsoft Word e dos

navegadores de Internet.

SOFTWARE

A definição mais fácil para o software (programas) é

tudo aquilo que você não pode pegar, enquanto o hardware é

tudo aquilo que você pode tocar.

Um software pode ter varias funções: Jogos, cálculos,

Criação de texto, edição de imagem, edição de vídeo,

conversão de vídeo, reprodutor de multimídia, acesso á

internet, etc.

Existem vários tipos de Softwares, entre os principais:

Sistema Operacional: Os Sistemas Operacionais auxiliam o usuário, para passar

os comandos para o computador. Ele interpreta nossas ações e transforma os

dados em códigos binários, que podem ser processados.

Software Aplicativo: Este tipo de software é, basicamente, os programas

utilizados para aplicações dentro do S.O. Exemplos: Word, Excel.

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Sistemas Operacionais

É o programa responsável por gerenciar as informações que fazem com que a

máquina se comporte de determinada maneira. Fazendo uma analogia, podemos dizer

que o sistema operacional é o chefe dos demais softwares, ou ainda o gerente do

computador, pois tem como tarefa controlar a máquina para os outros programas

rodarem.

Existem vários sistemas operacionais aonde os mais conhecidos são:

LINUX E WINDOWS

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. CONHECENDO O SISTEMA OPERACIONAL MICROSOFT WINDOWS 7

O sistema operacional Windows 7 é um sistema operacional da Microsoft com

mais recursos visuais que seu antecessor, o Windows XP. Vamos conhecê-lo um pouco:

Área de trabalho ou Desktop

Desktop é por onde começa tudo. É o lugar onde o usuário encontra todos os

aplicativos instalados no computador. Por meio dele é que se tem acesso aos menus e

grupos de programas, usando os botões e ícones ordenadamente espalhados na tela

através do cursor do mouse.

Ícones

São figuras que aparecem em diversos locais dentro do programa Windows.

. Barra de Tarefas

Nesta barra o usuário visualiza além do botão iniciar, outros botões de atalho

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para os programas instalados e particularmente os botões referentes às janelas dos

aplicativos que estão sendo executados. No canto direito da barra de tarefas

normalmente vão estar visualizados um relógio e um grupo de ícones.

O botão iniciar, abre o Menu Iniciar Windows. Através dele temos acesso a

grande parte dos programas instalados no seu computador e aos principais recursos do

Windows.

Janelas

Cada aplicativo dentro do Windows abre uma janela específica. A

janela é composta de alguns itens, dos quais veremos a seguir:

Minimizar a janela: guarda a janela ativa na barra de tarefas, mantendo o programa aberto.

Maximizar a janela: expande o tamanho da janela, fazendo com que ela ocupe

toda a área de trabalho do Windows.

Restaurar a janela: essa opção é mostrada quando a janela estiver maximizada,

fazendo com que a mesma ocupe somente o espaço do seu tamanho anterior.

Fechar: encerra o aplicativo que estiver em uso.

Barra de título: É a barra superior da janela. Geralmente contém o nome do aplicativo

ou arquivo.

Barra de menu – está localizada abaixo da barra de título, permite acessar e

executar vários comandos. Pode ser modificada conforme o aplicativo que está sendo

utilizado. Um menu consiste numa lista de comandos que executam tarefas relacionadas.

Barra de ferramentas – o objetivo desta barra é dar opções para que o usuário possa

executar as tarefas no computador de forma mais rápida, substituindo as opções de

determinados Menus.

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Barra de status – localizada na parte inferior da janela tem a função de mostrar

a informação especifica sobre o que se utiliza dentro da janela.

Barra de rolagem – as barras de rolagens (vertical e horizontal) substituem a

operação de algumas teclas e são utilizadas junto com o mouse. Estão disponíveis quando

há muita quantidade de informações e estas não se encontram visíveis.

Bordas da janela – é a moldura que envolve a janela. As janelas podem

ser dimensionadas arrastando o ponteiro do mouse sobre essa região.

Menu Iniciar

A partir de o menu Iniciar é que

o usuário pode acessar a todos os

programas instalados em seu

sistema, abrir documentos, configurar o

computador através do painel de

controle, desligar o computador, entre

outras funções. Para ter acesso basta

dar um clique no botão Iniciar.

Para acessar um programa

instalado, deve-se usar a opção ―todos

os programas‖. O menu iniciar organiza

os programas mais recentemente

utilizados para serem exibidos assim

que o usuário clica no menu.

Através do menu iniciar também

podemos acessar as pastas criadas pelo

Windows, documentos, imagens e

músicas

Lixeira

A lixeira é uma pasta especial do Windows que se localiza na área de trabalho. É

para lá que vão os arquivos que foram apagados do computador. Apesar de esses

arquivos terem sido apagados, eles ainda permanecem no computador, com isso a

qualquer momento eles podem ser restaurados.

Importante: Arquivos excluídos de unidades

removíveis, como pendrives, não irão para a lixeira. Uma

vez excluídos não será possível recuperá-los.

Esvaziando a lixeira

Ao esvaziar a lixeira, você está excluindo

definitivamente os arquivos do seu computador. Por isso

esse procedimento só deverá ser realizado quando você

estiver certo de que não precisa mais dos arquivos ali

encontrados. Para esvaziar a lixeira, clique com o botão

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194

direito sobre a lixeira e selecione Esvaziar lixeira.

Pastas

As pastas são compartimentos para guardar

informações. Os arquivos armazenados no computador geralmente

estão armazenados dentro de uma pasta.

Para você criar uma pasta siga os passos abaixo:

1. Clique com o botão do lado direito do mouse em uma área vazia.

2. Vai aparecer o menu abaixo:

3. Clique uma vez em novo.

4. Clique em pasta.

5. Digite o nome para sua pasta.

PARA RENOMEAR UMA PASTA NO WINDOWS 7.

1. Clique uma vez em cima do nome da pasta.

2. Clique de novo em cima do nome da pasta. (não são dois cliques rápidos, são

dois cliques devagar)

3. Nomeie a pasta e tecle enter para finalizar.

EXCLUINDO ARQUIVOS OU PASTAS NO WINDOWS 7.

1. Clique uma vez em cima do arquivo ou pasta que você deseja deletar.

2. Tecle delete e depois clique uma vez em sim.

Page 195: auxiliar administrativo pronatec

195

PARA CONFIGURAR UMA IMAGEM COMO O SEU PLANO DE FUNDO ( A IMAGEM

PODE ESTAR NO SEU COMPUTADOR OU NA INTERNET)

1. Clique com o botão do lado direito do mouse em cima da imagem desejada.

2. Clique uma vez na opção ―definir imagem como plano de fundo da minha área de

trabalho

GRAVAÇÃO DE ARQUIVOS DO COMPUTADOR PARA O PEN DRIVE

Com o objetivo de substituir os ―enormes‖ e frágeis CDs, os pen drives se tornaram uma

verdadeira febre em todo mundo, hoje em dia praticamente todo usuário de informática tem

o seu.

Para quem não sabe, um pen drive é um dispositivo de armazenamento, aonde

podemos armazenar todos os nossos arquivos, sem restrição alguma, por exemplo,

podemos armazenar arquivos de texto, vídeo, imagens, musica, em fim, tudo que é arquivo

pode ser colocado no pen drive. Mas pera ai, como que nós podemos enviar um arquivo

para um pen drive?

Para enviar um arquivo para um pen drive ou qualquer outro dispositivo de

armazenamento é muito simples, resume-se praticamente em dois passos: conectar o pen

drive e enviar o arquivo.

UMA FORMA RÁPIDA, COMO ENVIAR UM ARQUIVO PARA O SEU PEN DRIVE.

1- Vá até o local que esta o arquivo no qual você quer passar para o pen drive. Clique

com o lado direito do mouse em cima do arquivo e em seguida clique em ―Enviar para―,

procure pelo dispositivo que representa o seu pen drive e clique nele.

Agora é só aguardar o envio do arquivo.

Page 196: auxiliar administrativo pronatec

196

Para conferir se o arquivo foi enviado, ou se vc quiser abrir o conteúdo do seu pen drive

vá novamente até ―Computador‖ (Iniciar / Computador) e clique duas vezes no dispositivo

que representa o seu pen drive, se tudo ocorreu bem, o arquivo deve estar ai dentro.

PARA PASSAR ARQUIVOS DO SEU PEN DRIVE PARA O SEU COMPUTADOR.

1- clique em ―Iniciar / Computador‖ e procure pelo dispositivo que represente o seu

pen drive (letra E).

2. Clique 2x na unidade que representa o seu pen drive (geralmente é a E).

3. Clique 1x. no arquivo que deseja copiar para o seu computador.

4. Tecle ao mesmo tempo ctrl + C (para copiar).

5. Abra a pasta em que vc. Deseja colar esse arquivo ex: pasta meus documentos (que

está no menu iniciar).

7. tecle ao mesmo tempo ctrl + V (para colar).

Page 197: auxiliar administrativo pronatec

197

MICROSOFT WORD 2007

O Microsoft Word para Windows é um processador de textos do pacote Office,

cuja finalidade é ajudar-nos a trabalhar de maneira mais eficiente tanto na elaboração de

documentos simples, quanto naqueles que exijam uma editoração mais elaborada.

Vamos agora inicializar o programa do Word 2007

De um duplo clique no botão

Posicione a seta do mouse sobre Todos os Programas.

Posicione a seta do mouse sobre , dê um clique e aguarde a

execução do programa.

Seguido os passos teremos a seguinte tela inicial:

Digitando textos

Utilizamos a área em branco para digitarmos nossos textos. Simplesmente clicamos com o

mouse e iniciamos a digitação de nosso documento.

Criando linhas

Quando estivermos digitando e a linha chegar ao seu final, não se preocupe, o texto será

posicionado na linha de baixo automaticamente. Se quisermos criar uma nova linha ou pular

uma linha devemos pressionar a tecla ENTER.

Page 198: auxiliar administrativo pronatec

198

Após pressionada a tecla ENTER, o cursor do mouse será posicionado na linha abaixo

pronto para receber uma nova digitação.

Digitando palavras com acentos

Para digitarmos palavras com acento, devemos sempre digitar primeiro o acento e apenas

depois continuar digitando o restante da palavra.

Para acentuar uma palavra, veja o exemplo abaixo:

- Para escrever a palavra "café".

- Digite café

- Tecle o acento agudo (´) - não irá aparecer nada na tela.

- Digite a letra e. Este caractere irá aparecer acentuado, ficando o texto assim: "café"

Usando letras maiúsculas e caracteres da parte superior das teclas

Seguramos a tecla SHIFT para digitar caracteres em letra maiúscula. Também a utilizamos

para digitar caracteres da parte superior das teclas, por exemplo, para digitar o caractere

'@', seguramos SHIFT e pressionamos o número '2'.

Selecionando textos

Para selecionarmos (marcar) um texto:

Posicionamos o cursor do mouse antes da primeira letra da frase a ser selecionada,

clicamos e segurando o botão do mouse pressionado arrastamos até o local desejado.

Também podemos selecionar um texto segurando a tecla SHIFT do teclado e pressionado

as teclas:

SETA PARA CIMA;

SETA PARA BAIXO;

SETA PARA ESQUERDA;

SETA PARA DIREITA.

Veja na figura abaixo como fica o texto que está selecionado:

Page 199: auxiliar administrativo pronatec

199

Apagando textos

Para apagarmos um texto, devemos posicionar o cursor do mouse no local desejado e

utilizar as teclas: BACKSPACE e DEL(Delete).

BACKSPACE apaga o texto que está posicionado atrás do cursor;

DEL ou DELETE apaga o texto que está posicionado na frente do cursor.

Na figura abaixo, com o cursor posicionado entre as palavras Word e 2007, devemos

apertar 4 vezes a tecla BACKSPACE para apagar a palavra Word ou 4 vezes a tecla DEL

para apagar a palavra 2007.

Dica: Podemos apagar um bloco de texto inteiro, selecionando-o e pressionando a tecla

DEL ou BACKSPACE.

Utilizando Desfazer e Refazer

Os botões DESFAZER e REFAZER são utilizados para corrigir ações que fizemos por

engano dentro do documento, pode ser um texto digitado errado, uma formatação colocada

de forma incorreta, uma figura inserida no local errado ou qualquer outra ação realizada.

Pressionando o botão DESFAZER a última ação será desfeita e o documento irá retornar ao

estado anterior;

Pressionando o botão REFAZER a última ação do DESFAZER será refeita, ou seja, pode

ser que tenhamos clicado no DESFAZER por engano, então, utilizamos o REFAZER.

Você pode utilizar também o DESFAZER utilizando a combinação de teclas CTRL+Z e o

REFAZER utilizando a combinação de teclas CTRL+Y.

Page 200: auxiliar administrativo pronatec

200

Salvando documentos

Devemos sempre salvar nossos documentos para que possamos acessá-los no futuro, o

processo para se salvar um documento é bem simples:

Clicamos no botão Office e em seguida, escolhemos uma das seguintes opções: SALVAR

ou SALVAR COMO.

Mas como saber qual opção escolher?

Caso seja a primeira vez que o texto vá ser salvo, ambas as opções exibirão uma caixa de

diálogo solicitando Nome e Local onde o arquivo deverá ser gravado.

Depois de o texto já ter sido salvo, a opção SALVAR irá gravar o arquivo com o mesmo

nome, no mesmo local. E a opção SALVAR COMO irá solicitar um novo Nome e Local para

o arquivo, deixando assim, uma cópia do arquivo anterior no computador.

Copiando texto

Quando possuímos um texto já digitado e gostaríamos de aproveita-lo em um novo

documento, não precisamos digitá-lo novamente. Podemos copiá-lo, para isso,

SELECIONAMOS o bloco de texto e em seguida clicamos no botão COPIAR.

Page 201: auxiliar administrativo pronatec

201

Aparentemente nada acontecerá, porém o texto selecionado será enviado para a área de

transferência e estará aguardando para ser colado no local desejado.

Para colar o texto copiado, posicione o cursor do mouse na posição deseja e clique no botão

COLAR.

Recortando texto

Quando há a necessidade de movermos um texto para uma outra parte do documento,

utilizamos o recursos recortar, o procedimento é basicamente o mesmo da opção copiar,

SELECIONAMOS o texto e em seguida clicamos no botão RECORTAR

.

Assim que pressionado o botão RECORTAR, o texto selecionado irá desaparecer do

documento sendo movido para a área de transferência.

Em seguida, posicione o cursor do mouse na posição desejada e clique no botão

COLAR.

Formatando documentos (guia início)

Podemos alterar a aparência de nossos textos definindo tipos de letras (fontes) diferentes,

tamanhos, cores e efeitos. Dessa forma, nossos documentos tornam-se mais apresentáveis.

Obs: Antes de aplicarmos qualquer formatação, devemos selecionar o texto que será

formatado.

Alterando o tipo da fonte e o tamanho

Page 202: auxiliar administrativo pronatec

202

Para alterarmos o tipo da fonte e seu respectivo tamanho, simplesmente selecionamos o

texto desejado e utilizamos os seguintes controles da barra de ferramentas:

Cores e Efeitos

Podemos selecionar o texto e mudar sua cor ou também podemos utilizar o marca texto.

Aplicamos efeitos para enfatizar certas partes do texto que devem receber algum destaque

durante sua leitura, como títulos, sub-títulos, palavras reservadas e o que mais acharmos

necessário.

Alinhando textos

Os textos podem ser alinhados de quatro maneiras diferentes conforme a Página (lembre-se

de selecionar o texto primeiro)

Alinhados à esquerda da página;

Alinhados ao centro da página;

Alinhados à direita da página;

Justificados às margens esquerda e direita da página.

MARCA TEXTO COR DA FONTE

TEXTO

Page 203: auxiliar administrativo pronatec

203

Formatando o Layout do Documento

Através das opções disponíveis da barra de ferramentas "Layout da página" podemos

configurar margens, parágrafos, quebra de página, cores e outras opções as quais veremos

mais a frente no curso.

Margens

Clicando no botão "Margens" configuramos as margens do documento, ou seja, quanto

de espaço em branco para cada borda do papel. Podemos escolher uma das opções pré-

definidas (veja as informações de cada definição ao lado).

Podemos ainda configurar nossos próprios valores clicando na opção "Margens

personalizadas...".

Page 204: auxiliar administrativo pronatec

204

Formatando o parágrafo do documento

Clicando no botão "Parágrafo", configuramos o quanto de espaço na primeira linha será

deixado em branco, após a margem do documento.

Podemos ainda aumentar ou reduzir o espaço entre as linhas do parágrafo acessando as

opções de espaçamento entre linhas do Menu Início. Veja abaixo:

Escolha a opção primeira linha.

Page 205: auxiliar administrativo pronatec

205

Localizando Palavras

O recurso "Localizar", serve para procurarmos determinada palavra ou expressão que

desejamos encontrar no documento.

Para utilizá-lo devemos acessar o menu Início e clicar em "Localizar".

Substituindo Palavras

Depois de localizada a palavra ou expressão encontrada no texto pode ser substituída por

meio do recurso "Substituir" presente na mesma janela utilizada para localizar palavras.

Para substituir uma palavra encontrada, basta clicar na aba Substituir e digitar no campo

Substituir por: a nova palavra a ser inserida no lugar da que foi localizada.

No exemplo acima, substituiremos a palavra "Word" pela expressão "Word 2007".

OBS: Podemos substituir a palavra uma a uma ou substituir todas de uma única vez, através

dos botões "Substituir" e "Substituir Tudo", respectivamente.

Page 206: auxiliar administrativo pronatec

206

Revisando o documento

Através da barra de ferramentas "Revisão", podemos corrigir erros de digitação, consultar o

dicionário, traduzir textos, adicionar comentários ao documento e etc.

Barra de ferramentas Revisão

Ao digitarmos um texto, os erros de digitação ou ortografia, são exibidos com um sublinhado

vermelho ou verde, sendo a cor vermelha para erros de ortografia e a cor verde para erros

de gramática.

Revisando o texto

Clicando com o botão direito do mouse sobre palavra com o tracejado, serão exibidas

opções com sugestões de correção.

Para corrigir, basta escolher dentre as opções apresentadas a que mais se encaixa no

sentido que desejávamos expressar com a palavra que foi tracejada como incorreta. No

exemplo acima, substituímos a palavra incorreta "viida" por "vida".

Podemos revisar todo o texto de uma só vez, como veremos a seguir.

Clicando no botão "Ortografia e Gramática", todo o texto será revisado, caso haja alguma

palavra com erro de digitação, será exibida a seguinte caixa de diálogo:

Page 207: auxiliar administrativo pronatec

207

Clicando no botão "Ignorar uma

vez" ou "Ignorar todas", as

palavras não

serão corrigidas, permanecendo

da maneira que estão no texto.

Clicando no botão "Alterar" ou

"Alterar todas" as palavras serão

substituídas pela opção escolhida

na lista de sugestões.

Também serão verificados erros de concordância, observe no exemplo que é exibido um

erro referente ao artigo que antecede a palavra "casa", em seguida é exibida uma única

sugestão para a correção:

Barra de Ferramentas Inserir

Através da barra de ferramentas "Inserir", podemos incrementar o documento

inserindo imagens, tabelas e outros tipos de conteúdo que tornam o documento

muito mais atrativo.

Inserindo cabeçalho e rodapé

O cabeçalho e o rodapé do documento, são elementos textuais ou de imagens que

permanecem fora do corpo do documento, ou seja, são apresentados no início e no final de

cada página do documento. Sendo assim, inserimos o cabeçalho e o rodapé apenas uma

vez, e eles ficarão visíveis em todas as páginas do documento.

Page 208: auxiliar administrativo pronatec

208

Para inserirmos o cabeçalho ou o rodapé, clicamos em seus respectivos botões da barra de

ferramentas ―Inserir‖ e escolhemos um dos modelos pré-definidos, ou ainda, podemos editar

diretamente a nossa maneira.

Obs: Podemos inserir numeração nas páginas como cabeçalho ou rodapé através do botão

"Número de Página".

Inserindo imagens no documento

Podemos inserir em nosso documento imagens gravadas no computador e editá-las

utilizando as ferramentas do Word.

Ao clicarmos no botão "Imagem", do menu "Inserir" será aberta a caixa de diálogo "Inserir

Imagem".

Agora basta selecionarmos o arquivo desejado e clicar no botão "Inserir" para que a imagem

será colocada em nosso documento.

Feito isso a imagem será inserida no documento, e poderá ser modificada através da barra

de ferramentas, que é exibida ao selecionarmos a imagem.

Page 209: auxiliar administrativo pronatec

209

Inserindo Smart-Arts

Smart-Arts são formas definidas usadas para representar um processo, ciclo, hierarquia e

etc. Inserimos o Smart-Art clicando em seu respectivo botão na barra de ferramentas

"Inserir" . Com o Smart-Art inserido no documento, devemos agora apenas digitar as

informações que devem ser apresentadas junto com as formas.

Podemos também formatar o Smart-Art

alterando suas cores e outras

propriedades através da barra de

ferramentas "Design".

Inserindo WordArt

O WordArt é utilizado para destacar um pequeno trecho de texto, geralmente um título ou

uma frase de importância no documento. Com esta formatação, o texto ficará com uma

aparência totalmente personalizada.

Inserimos o WordArt clicando em seu respectivo botão na barra de ferramentas "Inserir",

escolhemos uma das opções disponíveis e em seguida digitamos o texto. O WordArt então,

é inserido no documento.

Inserindo Formas

Podemos desenhar no documento uma grande variedade de formas que estão disponíveis

no Word. Após desenhadas, podemos formatá-las modificando cores e adicionando efeitos.

Page 210: auxiliar administrativo pronatec

210

Para desenhar formas vá ao menu ―Inserir‖ e em seguida, clique no botão ―Formas‖.

Obs: Selecionamos a forma desejada e a desenhamos dentro do documento clicando,

segurando e arrastando o cursor do mouse até atingir o tamanho desejado.

Mesclando textos e figuras

Podemos deixar nosso documento muito mais atraente a partir do momento que misturamos

imagens juntamente com o texto (formato utilizado por jornais e revistas, por exemplo).

Sendo assim, depois de inserirmos texto e figuras, devemos formatar a localização das

imagens em relação ao texto.

Para isso, selecionamos a imagem e em seguida, clicamos no

botão "Organizar" da barra de ferramentas "Formatar";

clicamos no botão "Quebra Automática de Texto" e

selecionamos uma das opções disponíveis.

Depois movemos a imagem em direção ao texto e ela

assumirá o comportamento selecionado.

Criando textos em colunas

Quando possuímos um texto muito extenso, podemos dividi-lo em duas ou

mais colunas, para que ele seja apresentado de uma maneira bem diferente.

Para isso, clicamos no botão "Colunas" na barra de ferramentas "Layout" e

escolhemos uma das opções disponíveis.

Page 211: auxiliar administrativo pronatec

211

Inserindo tabelas

Uma tabela é composta por células, que são espaços

formados pela junção de uma linha com uma coluna (os

quadradinhos)

Podemos utilizar uma tabela para representar uma

quantidade de dados que devam estar em evidência no

documento.

Para inserirmos uma tabela: Clique no botão "Tabela" da barra de ferramentas

"Inserir" e em seguida clique na opção referente ao número de linhas e colunas

desejadas.

Inserindo linhas na tabela

Durante o desenvolvimento da tabela, provavelmente surgirá a necessidade de

acrescentar ou remover linhas da tabela, fazemos isso utilizando os botões disponíveis na

barra de ferramentas "Layout" do submenu "Ferramentas da Tabela".

Page 212: auxiliar administrativo pronatec

212

Inserindo colunas na tabela

O procedimento para acrescentar novas colunas a tabela é realizado da mesma

forma. Utilizando os botões disponíveis na barra ferramentas "Layout" da faixa "Ferramentas

da Tabela".

Excluindo linhas e colunas

Excluímos células, linhas, colunas ou a própria tabela através do botão "Excluir", localizado

na barra de ferramentas "Layout" do submenu "Ferramentas de Tabela".

A partir do posicionamento do cursor, escolhemos uma das opções abaixo:

Mesclando células da tabela

Mesclar células é juntar duas ou mais células em uma só. Utilizamos esse recurso para

modificarmos a aparência da tabela, geralmente usando a mesclagem em um título.

Para fazer isso, selecionamos as células desejadas e clicamos no botão "Mesclar Células"

da barra de ferramentas "Layout" na faixa "Ferramentas de tabela".

Page 213: auxiliar administrativo pronatec

213

Design da tabela

Através do menu "Design" configuramos a aparência de nossa tabela. Existem estilos pré-

definidos que conseguem atender a praticamente todos os gostos e necessidades, com uma

grande variação de cores e tamanhos.

Podemos também definir o estilo manualmente, especificando o tipo da borda e a cor de

fundo das células.

Marca D'água

Uma Marca D'água pode ser uma frase escrita ao fundo do documento ou uma imagem com

aspecto transparente, para que não atrapalhe a leitura do texto.

Para inserirmos uma marca d'água, clicamos no botão "Marca D'água" da barra de

ferramentas "Layout da Página" e em seguida clicamos sobre a opção desejada.

Page 214: auxiliar administrativo pronatec

214

Page 215: auxiliar administrativo pronatec

215

O ambiente de trabalho do Excel.

Um documento no Excel chama-se pasta; cada pasta pode ter uma ou mais planilhas. A

predefinição do programa é a de criar automaticamente três planilhas em branco por cada

pasta nova.

INICIANDO O MICROSOFT EXCEL

Para in ic iar o MS Excel, estando no WINDOWS, cl ique em:

INICIAR – PROGRAMAS - MICROSOFT OFFICE - MICROSOFT EXCEL

PLANILHA ELETRÔNICAA planilha eletrônica é um conjunto de colunas e linhas, cuja

intersecção denominamos de células.

Page 216: auxiliar administrativo pronatec

216

Conceitos básicos

Trabalhar com planilhas

Como já vimos anteriormente, cada arquivo é uma ―Pasta‖ e cada ―Pasta‖ tem várias

―Planilhas‖.

Estas ―Planilhas‖ são a área de trabalho do Excel propriamente dita.

Na barra inferior da área de trabalho do Excel poderá verificar quais as planilhas que se

encontram na sua pasta. A predefinição é de três planilhas com os nomes Plan1, Plan2 e

Plan3.

Pode clicar no separador referente a cada uma delas, de forma a colocá-las em primeiro

plano.

Pode igualmente alterar a ordem da sua exibição, bastando para tal clicar num dos

separadores e, sem largar o botão esquerdo do mouse, arrastá-lo para outra posição.

Colunas, linhas e células

Como já vimos, a área de trabalho de uma folha de cálculo (do Excel ou qualquer outra) é

uma quadrícula formada pela interseção de linhas com designações numéricas (do lado

esquerdo) e de colunas designadas por letras (no topo da folha).

Page 217: auxiliar administrativo pronatec

217

A interseção de uma coluna com uma linha chama-se célula. As células são designadas

pela conjunção do nome da coluna com o nome da linha.

Por exemplo, a célula fruto da interseção da coluna B com a linha 4 será chamada ―B4‖.

Quando quiser selecionar clique numa célula e, sem largar o mouse, arraste-o na horizontal

e na vertical, de forma a selecionar a área que pretende.

E o mesmo acontece quando pretendemos selecionar células que

não são contínuas – basta, ao realizarmos as seleções com o

mouse, pressionar a tecla Ctrl do teclado.

Se você clicar em uma célula que tenha sido escrita utilizando o igual, poderá ver qual foi a

expressão (fórmula) utilizada em uma barra que fica logo acima da planilha, como mostra a

Page 218: auxiliar administrativo pronatec

218

figura abaixo. Para alterar a expressão, basta clicar na parte branca dessa barra, ou dar

duplo-clique na célula, e fazer a alteração normalmente (usando backspace ou delete para

apagar alguma coisa).

COMO OS DADOS DIGITADOS SÃO INTERPRETADOS

Podemos digitar dois tipos de dados nas planilhas:

Valor constante: é digitado diretamente na célula e pode ser um texto ou um

número com vários formatos (data, hora, moeda, porcentagem, fração ou notação

científica).

Fórmula: é uma seqüência de valores, referências de células, nomes, funções ou

operadores que produzam um novo valor a partir dos valores existentes. As fórmulas

sempre começam com um sinal de igual. Os valores resultantes das fórmulas são

atualizados quando os valores originais são alterados.

TIPOS DE ENTRADA DE DADOS

O Excel aceita quatro tipos de dados: Textos, Números, Fórmulas e Funções

Textos: são interpretados como textos toda a informação que se inicia com uma

letra ficando alinhados à esquerda. Utilizamos o texto em títulos e definições.

Números: são interpretados como números todo dado precedido pelos seguintes

caracteres: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 + menos, abre e fecha parênteses, / $ %. Utilizamos

os números para cálculos. Os valores numéricos sempre são alinhados à direita e

podem assumir vários formatos como: número fixo de casas decimais, percentual

entre outros.

Fórmulas: são compostas por números, operadores matemáticos, referências de

células etc.

Page 219: auxiliar administrativo pronatec

219

Alça de preenchimento (dados repetidos, sequência ou preenchimento com formulas)

Você pode querer introduzir os mesmos dados em mais do que uma célula contígua à

célula de partida – isto é, células que se estendem para cima, para baixo ou para cada um

dos lados da célula selecionada o Excel facilita esta tarefa, evitando ter de repetir a

introdução dos dados.

1. Introduza o valor pretendido numa célula à sua escolha.

2. Posicione o cursor no canto inferior direito da célula, de modo a que o cursor se

transforme numa cruz.

3. Arraste o cursor para os lados, para cima ou para baixo de forma preencher as

células.

A forma mais simples de autopreenchimento são os números. O Excel e o capaz de manter

a coerência dos dados numéricos que serão auto-preenchidos. Por exemplo, se tivermos

uma planilha com os seguintes dados:

A B C D

1 Números em Sequência Números Pares Números Ímpares Números Múltiplos de 5

2 1 0 1 0

3 2 2 3 5

E quiséssemos preencher esta sequência até a linha 9, primeiramente, selecionaríamos as

duas primeiras células no início da sequência para que o editor consiga calcular

automaticamente o intervalo entre um dado e outro.

A B C D

1 Números em Sequência Números Pares Números Ímpares Números Múltiplos de 5

2 1 0 1 0

3 2 2 3 5

4 3 4 5 10

5 4 6 7 15

6 5 8 9 20

7 6 10 11 25

8 7 12 13 30

9 8 14 15 35

Page 220: auxiliar administrativo pronatec

220

Dias da semana ou meses do ano também podem ser usadas com o recurso de auto-

preenchimento, principalmente, datas em formato numérico. Veja a pequena planilha

abaixo.

E

Dia da semana

segunda-feira

terça-feira

Preste muita atenção no dia da semana, pois se for escrito, por exemplo, apenas segunda

ao invés de segunda-feira o editor entenderá que é na verdade um texto comum e não dará

sequência ao preenchimento como data, mas como texto.

ALTERANDO A LARGURA DE UMA COLUNA OU A ALTURA DE UMA LINHA

Pode alterar manualmente a largura de uma coluna ou a altura de uma linha simplesmente

com o mouse.

(1) Posicione o mouse entre colunas até surgir o símbolo ;

(2) Clique e arraste PARA DIREITA até a largura pretendida;

(3) Largue o botão do mouse

CÁLCULOS

Fazer contas

Depois de introduzidos os valores necessários na folha de cálculo, podemos realizar todo o

tipo de cálculos através de operadores aritméticos (soma, subtração, multiplicação,

divisão…) e, sobretudo, de fórmulas.

Fórmulas com operadores básicos

Para indicarmos que determinada célula vai servir para realizar um cálculo, devemos

sempre por começar por introduzir o sinal de igual ―=‖.

No caso de pretendermos apenas realizar cálculos simples, com poucas células, é possível

realizar operações básicas indicando simplesmente o nome das células e a operação a

realizar.

Page 221: auxiliar administrativo pronatec

221

OPERADORES MATEMÁTICOS

Aritméticos

^ Potenciação

& Concatenação

* Multiplicação

/ Divisão

+ Adição

- Subtração

Relacionais

= Igualdade

< Menor que

> Maior que

<= Menor ou igual

>= Maior ou igual

<> Diferente

Por exemplo, ao introduzir =E5+E6, está

efetivamente a somar os valores das células E5 e

E6; quando alterar os valores nalgumas destas

células, o resultado altera-se Automaticamente.

Fórmulas com funções.

Além dos operadores aritméticos simples, o Excel suporta fórmulas mais avançadas através

de funções.

=SOMA( : )

Executa uma adição do intervalo de células indicadas entre parênteses.

=MÉDIA( : )

Executa o cálculo de média aritmética do intervalo de células indicadas entre pa- rênteses.

Page 222: auxiliar administrativo pronatec

222

=MÁXIMO( :__)

Retorna o maior valor do intervalo de células indicadas entre parênteses.

=MÍNIMO( :__)

Retorna o menor valor do intervalo de células indicadas entre

parênteses.

Para utilizar essas funções:

1. Clique na cel. que irá ter a resposta.

2. Clique uma vez na guia início

3. Clique uma vez em €

4. Clique uma vez na formula que deseja.

5. Clique e arraste no intervalo que deseja usar.

FUNÇÃO SE

A função SE é utilizada para criar fórmulas cujo resultado depende de alguma condição.

Exemplo:

No exemplo acima utilizamos a função SE para identificar se uma pessoa é maior de idade.

Se a idade for maior ou igual a 18, o resultado é "Sim". Em caso negativo, a resposta é

"Não". A figura abaixo representa a nossa fórmula.

Sintaxe: =SE(sua pergunta.; “Verdadeiro”; “Falso”)

Como usar a função SE?

Page 223: auxiliar administrativo pronatec

223

Ela é composta por 3 argumentos: pergunta (teste lógico) resposta se o seu teste lógico for

verdade, resposta se o seu teste lógico for falso.

Clique uma vez em fx

Vai aparecer a figura abaixo:

1. Teste lógico: preencha com a sua pergunta.

2. Valor se verdadeiro: se a resposta à sua pergunta for positiva preencha com o que

você quer que saia na resposta.

3. Valor se falso: se a resposta à sua pergunta for negativa preencha com o que você

quer que saia na resposta.

Acho que o gráfico acima ajuda a raciocinar na hora de construir uma fórmula SE.

Que tal mais exemplos de uso da função SE? Vamos imaginar o caso em que comparamos

a idade das pessoas para calcular o valor de um ingresso para um show infantil. Digamos,

se criança tiver menos que 10 anos ela paga apenas a metade do ingresso:

1 2

3

Page 224: auxiliar administrativo pronatec

224

FUNÇÃO CONT.SE

Para que serve a função CONT.SE

Em uma planilha de funcionários podemos usar a função CONT.SE para descobrir: quantos

funcionários são homem/mulher? Quantos funcionários ocupam o cargo de auxiliar

administrativo? Quantos funcionários têm treinamento em primeiros socorros?... etc.

Como utilizar a função CONT.SE

Sintaxe: CONT.SE( intervalo das células; critério).

O primeiro argumento da função é o intervalo de células aonde aparece o seu critério que

iremos contar, enquanto o segundo argumento é o critério que será utilizado para saber se

aquele elemento deve ser contado ou não. Dá uma olhada nessa tabela de exemplo:

Page 225: auxiliar administrativo pronatec

225

Vamos contar quantos funcionários são do sexo masculino. A informação do sexo está

na coluna C, então as células que iremos utilizar são as células de C3 até C7 (C3:C7). O

sexo masculino está representado pela letra M maiúscula, então esse será nosso critério.

Ou seja, a nossa fórmula ficará assim: =CONT.SE(C3:C7;"M")

Porem você não precisa digitar a formula. Como essa é uma função do Excel você poderá

clicar uma vez em fx (fica ao lado da barra de formulas). Procurar a função CONT.SE, e

preencher os argumentos.

1) INTERVALO – digite ou selecione o intervalo onde está o seu critério.

2) CRITÉRIOS – digite o seu critério (o que você deseja contar).

3) Clique em ok ao final.

Multiplicando Células

Procedimentos:

Selecionar a célula que armazenará o resultado da operação;

Digitar o sinal de igual =, para indicar que será inserida uma fórmula na célula;

Digitar o endereço da célula que contém o primeiro dado a ser multiplicado;

Digitar *, para indicar que será efetuada uma multiplicação;

Digitar o endereço da célula que contém o valor a ser multiplicado;

Pressionar a tecla Enter para concluir a operação.

Dividindo Células

Procedimentos:

Selecionar a célula que armazenará o resultado da operação;

Digitar o sinal de igual =, para indicar que será inserida uma fórmula na célula;

Digitar o endereço da célula que contém o primeiro dado a ser a ser dividido;

1 2

Page 226: auxiliar administrativo pronatec

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Digitar /, para indicar que será efetuada uma divisão;

Digitar o endereço da célula que contém o valor a ser dividido;

Pressionar a tecla Enter para concluir a operação.

GRÁFICOS

A utilização de um gráfico em uma planilha além de deixá-la com uma aparência melhor

também facilita na hora de mostrar resultados. As opções de gráficos, esta no grupo

Gráficos na ABA Inserir do Excel

Para criar um gráfico é importante decidir quais dados serão avaliados para o gráfico.

Selecione duas colunas para criar um gráfico e depois clique na guia inserir e no gráfico

desejado.