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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 1 Auxiliar de Contabilidade

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g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o

1

Auxiliar de Contabilidade

emprego

1

Auxiliar de Contabilidade

A d m i n i s t r A ç ã o

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin

Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Márcio Luiz França Gomes

Secretário

Cláudio Valverde

Secretário-Adjunto

Maurício Juvenal

Chefe de Gabinete

Marco Antonio da Silva

Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin

Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Márcio Luiz França Gomes

Secretário

Cláudio Valverde

Secretário-Adjunto

Maurício Juvenal

Chefe de Gabinete

Marco Antonio da Silva

Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação do Projeto Equipe TécnicaMarco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.

e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

CTP, Impressão e Acabamento

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Wanderley Messias da CostaDiretor Executivo

Márgara Raquel CunhaDiretora Técnica de Formação Profissional

Coordenação Executiva do ProjetoJosé Lucas Cordeiro

Equipe TécnicaElen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Fabiana de Cássia Rodrigues e Liliane Bordignon de Souza

Textos de ReferênciaDilma Fabri Marão Pichoneri, Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Selma Venco

Mauro de Mesquita SpínolaPresidente da Diretoria Executiva

José Joaquim do Amaral FerreiraVice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias em Educação

Direção da ÁreaGuilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do ProjetoAngela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão do PortalLuis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira

Gestão de ComunicaçãoAne do Valle

Gestão EditorialDenise Blanes

Equipe de Produção

Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel

Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa, Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann, Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza

Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov e Sandro Carrasco

Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz, Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios

Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:Benedito Antonio Pimentel, Isoflex e Sinval Fonseca

Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.

Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado.

Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-cação profissional.

Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.

Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação do Projeto Equipe TécnicaMarco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.

e Raphael Lebsa do Prado

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Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

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Wanderley Messias da CostaDiretor Executivo

Márgara Raquel CunhaDiretora Técnica de Formação Profissional

Coordenação Executiva do ProjetoJosé Lucas Cordeiro

Equipe TécnicaElen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Fabiana de Cássia Rodrigues e Liliane Bordignon de Souza

Textos de ReferênciaDilma Fabri Marão Pichoneri, Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Selma Venco

Mauro de Mesquita SpínolaPresidente da Diretoria Executiva

José Joaquim do Amaral FerreiraVice-presidente da Diretoria Executiva

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Gestão do PortalLuis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira

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Equipe de Produção

Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel

Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa, Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann, Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza

Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov e Sandro Carrasco

Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz, Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios

Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.

Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado.

Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-cação profissional.

Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.

Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Caro(a) Trabalhador(a)

Inicia-se hoje, com o Programa Via Rápida Emprego, uma nova etapa em sua traje-tória profissional, agora rumo a novos conhecimentos sobre a área de Contabilidade.

Como é de seu conhecimento, para ingressar no mundo do trabalho, é necessário dominar técnicas específicas de uma ocupação. No entanto, somente isso não basta, principalmente ao considerar a grande competitividade e as características atuais da economia. Existem detalhes que vão além do conhecimento prático da ocupação, mas que são igualmente importantes para seu futuro profissional. Por esse motivo, eles serão abordados neste curso.

Provavelmente, você já possui vários conhecimentos, vivências e princípios sobre a ocupação de auxiliar de contabilidade. Neste curso, procuraremos não só valorizá--los, como também potencializá-los e ampliá-los de forma a tornar você confiante e capacitado a enfrentar novos desafios.

A Unidade 1 deste Caderno discorre sobre o campo da Contabilidade, traçando uma breve retrospectiva histórica sobre sua evolução no mundo e, posteriormente, no Brasil.

A Unidade 2 traça um panorama geral do mercado de trabalho, desde seu surgi-mento até os dias de hoje.

A Unidade 3 aborda os aspectos legais da ocupação de auxiliar de contabilidade e descreve suas principais atividades. Aqui, seus conhecimentos anteriores serão muito importantes e, por isso, essa Unidade é permeada de atividades que tentam resgatá-los.

A Unidade 4 trata de noções sobre segurança no trabalho, para que você conheça algumas normas de prevenção de acidentes que possam garantir o melhor desem-penho nessa ocupação.

O Caderno 2 dará continuidade a este curso, tratando de assuntos mais específicos e aprofundando conhecimentos sobre a ocupação de auxiliar de contabilidade. Assim, todos os itens abordados terão como objetivo propiciar um embasamento apropria-do para você e todos aqueles que pretendem mudar de ramo de atividade ou ingres-sar em um novo e que tenham optado pela Contabilidade.

Este curso será um degrau a mais na escalada de uma trajetória profissional calcada em êxito.

Esperamos que você esteja animado a começar esta nova etapa.

Bom curso!

sum á ri o

Unidade 1 9

A históriA dA ContAbilidAde

Unidade 2 31

MerCAdo de trAbAlho

Unidade 3 65

A oCupAção de AuxiliAr de ContAbilidAde

Unidade 4 75

segurAnçA do trAbAlho

FICHA CATALOGRÁFICATatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262

São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Via Rápida Emprego: administração: auxiliar de contabilidade, v.1. São Paulo: SDECTI, 2015.

il. - - (Série Arco Ocupacional Administração)

ISBN: 978-85-8312-178-7 (Impresso) 978-85-8312-179-4 (Digital)

1. Ensino Profissionalizante 2. Administração – Qualificação Técnica 3. Auxiliar de Contabilidade – Mercado de Trabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação II. Título III. Série.

CDD: 657.092

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 9

unida d e 1

A história da ContabilidadeDesde a Pré-história, os homens demonstram a necessidade de comunicação para a vida em sociedade. As representações ru-pestres, pinturas e inscrições em rochas e paredes de cavernas, são um bom exemplo.

Você verá, nesta Unidade, como o homem aprendeu a comu-nicar para outros, por meio dessas e de outras formas, suas necessidades, desejos e, posteriormente, suas posses e seus bens.

A contabilidade existe desde o início da civilização, quan-do o homem deixou o nomadismo para fixar moradia em locais que lhe ofereciam proteção e conforto.

Contabilidade: 1. Cont. Ciên- cia, técnica, método e ativi-dade de calcular e registrar a movimentação financeira de uma firma, entidade, ins-tituição, pessoa física etc. 2. O conjunto de livros, ban-co de dados e documentos de escrituração de uma en-tidade. 3. O setor de uma empresa responsável por essa atividade. 4. Fam. Cál-culo de receitas e despesas: É a mãe que faz a contabili-dade da casa.

© Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>

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Antes disso, o ser humano, como caçador e coletor, deslocava-se constantemente, em busca de alimento, proteção e descanso. Quando o alimento se tornava escasso ou a disputa por ele estava muito acirrada, precisava encontrar outro local, mais seguro, para viver.

Ao fixar moradia, o homem passou a viver de modo diferente, voltando-se para a agricultura e o pastoreio. No momento em que abandonou a vida nômade para se estabelecer, surgiram as primeiras manifestações sociais e o senso de propriedade e de riqueza individual, pois o homem começou a possuir bens. Portanto, precisou encontrar maneiras de contabilizá-los para proteger seu patrimônio, bem como criar formas de registrar essa atividade, para facilitar as relações com outros homens.

Datam do período pré-histórico os primeiros registros feitos pelo ser humano: desenhos de caça e de pesca, que ficaram conhecidos como arte rupestre (rupes, em latim, signi-fica rocha, pedra). Acredita-se que representavam as atividades e necessidades humanas e, com as devidas alterações ocorridas ao longo do tempo, podem ser considerados um tipo de contabilização.

O painel Evolução da Contabilidade, criado pelo artista plástico Sinval Fonseca (1953-), representa o passado, o presente e o futuro das ciências contábeis, sendo que cada quadro do painel simboliza uma fase da história. Ele decora o hall de entrada do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRC-MG). Note como aquilo que foi pensado como futuro hoje é uma realidade na ocupação.

Sinval Fonseca. Evolução da Contabilidade, 1999.

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Posteriormente, esses registros passaram a ser feitos em placas de argila. Para marcá-las, os homens utilizavam uma cunha, espécie de instrumento pontiagudo feito de ma-deira ou ferro, capaz de fazer fendas, abrir buracos ou simplesmente riscar o barro.

Pinturas rupestres.

Cunhas. Cunhagem em placas de argila.

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A necessidade que os homens sentiram de registrar seus bens, seu aumento ou di-minuição, e de controlar as trocas de produtos e serviços provocou o surgimento da contabilidade. À medida que os bens aumentavam, mais difícil ficava guardar na memória as quantidades e variações.

A contabilização das cobranças de impostos data de 3000 a.C. (antes de Cristo), na Suméria e na Babilônia, época em que surgiu a escrita. Entretanto, achados de tábuas de argila da cidade de Uruk, na Suméria, mostraram que a contabilidade já era usada por volta de 4000 a.C. (antes de Cristo).

Tábua de Uruk com inscrições cuneiformes: primeiras formas de escrita.

Tábua de barro que apresenta o balanço anual de uma oficina de cerâmica em Ur, na antiga Suméria, com registros de matérias-primas e dias de trabalho. Estima-se que tenha sido feita entre 2100 e 2000 a.C. (antes de Cristo).

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Em diferentes lugares e períodos históricos, outras formas de contabilizar foram desenvolvidas, de acordo com a necessidade e os meios disponíveis. É exemplo dessas mudanças o uso das plantas de cana e junco como ins-trumento para escrever – que deram origem ao cálamo – e do papiro como suporte para a escrita.

Cálamo.

Anotações em folha de papiro.

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Papiro: 1. Bot. Planta aquá-tica da fam. das ciperáceas (Cyperus papyrus) [...]. 2. Ma-nuscrito antigo gravado sobre as folhas dessa planta.

© Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>

14 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Atividade 1Contabilizando os bens do homem pré-históriCo

1. Em pequenos grupos, considerem o que viram até agora sobre os homens pré--históricos e a situação exposta a seguir. Tentem registrar os bens mencionados, da forma como imaginam que isso poderia ter sido feito naquela época.

a) João cuidava das ovelhas que criava para sua subsistência. Ele tinha cinco animais.

b) Nasceram duas ovelhinhas.

c) Abateram uma ovelha mais velha para se alimentar.

2. Socializem com os outros grupos o trabalho que vocês fizeram e anotem os co-mentários que lhes parecerem mais relevantes em seu caderno.

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 15

Um pouco da evolução contábil

O sistema contábil desenvolveu-se com mais fôlego a partir de 1202, com a publicação do livro Liber Abaci [Livro do cálculo]. A obra, escrita por Leonardo Fibonacci de Pisa (1180-1250), tratava de conceitos matemáticos como peso, medida e câmbio. O conhecimento comercial e financeiro advindo desse estudo, aliado à posterior ne-cessidade de registro dos recebimentos e pagamentos na indústria e no comércio, deu origem ao que hoje conhecemos como Livro Caixa.

Livro Diário alemão de 1828.

Era costume, também, efetuar-se o registro de débitos e créditos, porém sempre relacionados a direitos e obrigações das pessoas. Tratactus de Computis et Scripturis [Tratado de Contas e Escrituras] é um dos capítulos da mais famosa obra de Luca Pacioli (c. 1445-1517) – Summa de Arithmetica, Geometria, proportioni et propor-tionalità [Súmula de Aritmética, Geometria, proporções e proporcionalidade] – escrita em 1494, que introduziu alguns conceitos contábeis, como inventário, operações de aquisição, permuta, sociedade, formas de abrir e encerrar contas, registros de lucros e perdas, assim como a associação entre a teoria de débito e crédito e a teoria dos números positivos e negativos. A partir daí, a utilização da contabilidade foi se tornando cada vez mais necessária e útil à sociedade. Surgiram várias escolas destinadas a acompanhar o desenvolvimento contábil, que caminha-va junto com o desenvolvimento do mercado de capital.

A expansão do comércio, favorecida pela navegação, o declínio do sistema feudal e a chegada dos navegadores ao continente americano propiciaram grande enrique-cimento às metrópoles europeias, que, assim, passaram a necessitar cada vez mais de controles monetários, ou seja, do aprimoramento da contabilidade, inclusive para inventariar as terras encontradas, bem como o que existia nelas.

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16 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Atualmente, com a complexidade da economia, a contabilidade tornou-se impres-cindível em todos os campos empresariais para o controle de receitas, despesas, lucros e perdas. Sua modernização também se fez necessária e, assim, aconteceram várias alterações nas formas de registrar dados.

Novas metodologias surgiram e continuam até hoje em aperfeiçoamento, como o uso da tecnologia da informação, por exemplo. Os lançamentos contábeis que antes eram analisados manualmente, para somente depois serem lançados no sistema, passaram a ser feitos de maneira automática, o que possibilita a geração de relatórios mais precisos, atuais e acessíveis.

Surgiram vários softwares que possibilitam o cruzamento de informações em tempo real, o que torna o processo contábil mais dinâmico. Por sua vez, essa mesma mo-dernização exige profissionais mais especializados, que se atualizem constantemente e estejam prontos a aprender coisas novas.

Atividade 2 Contabilidade em Casa

1. Você tem o hábito de registrar seus ganhos e gastos?

2. Como você se organiza para pagar suas contas?

3. Mesmo que não seja seu caso, imagine uma casa na qual mais de uma pessoa trabalha. Como você propõe que seja feita a divisão das despesas entre elas?

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 17

Desenvolvimento da Contabilidade no Brasil

No Brasil, a Contabilidade também surgiu da necessidade de controle de bens. Entretanto, os registros eram feitos de forma simples, visto que a atividade agrária e as sociedades familiares não exigiam controles detalhados.

A vinda da Família Real para o Brasil, em 1808, modificou o estilo de vida de seus habitantes, em especial daqueles que viviam no Rio de Janeiro. Houve transforma-ções socioeconômicas e culturais, assim como aumento dos gastos públicos e da renda das capitanias.

Algumas medidas tomadas por dom João, como a abertura dos portos e a criação do Banco do Brasil, do Museu Nacional, da Biblioteca Real, do Observatório As-tronômico, da Junta Comercial, da Imprensa Régia etc., propiciaram a ampliação do comércio e da indústria. Houve também incentivo ao estudo, com a criação de vários cursos, como os de agricultura, cirurgia e desenho técnico, além da fundação da Escola Real de Artes.

Embarque da Família Real portuguesa, séc. XIX (19). Óleo sobre tela, 70 cm x 92 cm. Museu Histórico e Diplomático, Palácio Itamaraty, Rio de Janeiro (RJ).

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18 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Em 1809, foi instituída a Aula de Comércio da Corte, que ficou sob a inspeção da Real Junta de Comércio e teve como primeiro regente José da Silva Lisboa (1756-1835), o visconde de Cairu, que tinha formação em Matemática e Filosofia.

O Largo do Paço, atualmente conhecido como Praça XV (15) de Novembro, foi local de grandes transações comerciais no Rio de Janeiro. A imagem apresentada é uma reprodução da gravura Vista do Largo do Paço (1818) de Jean-Baptiste Debret, pintor e desenhista francês.

O objetivo da Aula de Comércio da Corte era formar negociantes e empregados públicos. Para tanto, o curso era dividido em três anos, abordando os seguintes temas: Aritmética, Álgebra e Regra Conjunta, no primeiro ano; Geometria, Geografia e Comércio, no segundo ano; e Escrituração e Economia Política, no terceiro ano.

Até 1926, o ensino de técnicas de escrituração contábil no Brasil era feito em escolas práticas de Contabilidade, sendo que a primeira Escola de Comércio tinha como objetivo ensinar contabilidade e formar guarda-livros e peritos-contadores. Ela foi criada em 28 de maio desse ano, pelo Decreto federal no 17.329/1926.

Somente em 22 de setembro de 1945 foi estabelecido o primeiro curso universitário de Ciências Contábeis, que passou a formar contadores.

Atualmente, a atividade contábil no Brasil é considerada uma profissão liberal, tendo sido regulamentada pelo De-creto-lei federal no 9.295, de 27 de maio de 1946, e por re-soluções complementares. O decreto, além de definir o perfil dos contadores, criou os Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade para fiscalizar e reger a profissão.

Guarda-livros: Antiga de-nominação para contadores de nível técnico, vigente até a década de 1970, em Portu-gal, e proveniente do inglês, bookkeeper.Peritos-contadores: Con-tadores regularmente regis-trados no Conselho Regio-nal de Contabilidade e que exercem atividade pericial referente a produção de lau-dos para solução de litígios na Justiça; eles são nomea-dos pelo juiz ou pelas partes envolvidas.

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Atividade 3 momento de reflexão

1. Leia agora um cordel escrito por Moacir Morran (1979-), poeta natural de Jaguaruana (CE).

Cordel: Poema popular nor-destino de herança portu-guesa que usa temas do cotidiano, do mundo político e histórico, com a finalidade de divertir, instruir, educar, ensinar e informar. É publi-cado em papel barato, em forma de folhetim, e em sua capa, além do título e do no-me do autor, aparece uma xilogravura, técnica de gra-vura que utiliza a madeira como matriz – um processo parecido com o carimbo. É chamado de “cordel” pelo fato de os folhetos serem expostos ao público em cor-déis (barbantes, cordões).

Cordel contábil

Quando a contabilidade

Nesse mundo apareceu

Nossa razão engatinhava

E não existia nem liceu

Surgindo como uma luz

Pra acabar co’aquele breu.

O homem inda selvagem

Namorou, com liberdade,

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20 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Aquele novo saber

De tão grande utilidade

Passando pra gerações

Aquela habilidade.

Usando-a no dia a dia

Pra precisar com certeza

As subidas e os declínios

Referente à sua riqueza

No campo do pastoril

Através de sua agudeza.

Conferindo os animais

No começo e fim do dia

O homem tão primitivo

Registrava cada cria

Com pedrinhas num buraco

Que lhe serviriam de guia.

Aquilo era seu inventário

Seu aporte pra decisão

Na hora dos seus escambos

Já se sabia a direção

Tendo por base a contagem

Dos animais de criação.

Os registros dos seus fluxos

Eram pinturas rupestres

Que gravadas nas cavernas

Por mãos de homens silvestres

Registravam as suas vidas

Naquela arte que eram mestres.

Antes de ser social

O homem era contábil

Mesmo sem os algarismos

O seu saber não era lábil

E na contabilidade

Foi tornando-se mais hábil.

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 21

Na Suméria ou Babilônia

Começou-se a escriturar

Cada fato era um registro

Que na argila ia se gravar

Desse jeito o patrimônio

Poderia se acompanhar.

Velejou por setes mares

Usando a navegação

Fomentou todo o comércio

De nação para nação

Ajudando no controle

Dos fluxos de transação.

Mesmo estando em todo canto

Eis que surge a novidade

Um estudo italiano

Sobre a contabilidade

Deu-lhe foro de ciência

Perante a posteridade.

Foi com Luca Pacioli

Que se dera esse momento

Observando os navegantes

Atentou-se a um elemento

Que os próprios assim usavam

Durante o Renascimento.

Para cada operação

Duas contas eram gravadas

É o método conhecido

Das tais partidas dobradas

Que o grande monge italiano

Mostrou como eram usadas.

Cada registro se via

A origem e a aplicação

Não importava a natureza

E não havia distinção

22 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Toda conta registrada

Seguiria a mesma razão.

Assim o saber contábil

Entranhou-se em nossa essência

Em toda e qualquer nação

Foi tomando consistência

Por sua grande relevância

Como um modelo de ciência.

Mas pra que serve esse ramo?

E qual a sua utilidade?

Qual o seu grau de importância?

Em nossa sociedade

E que conceito é adequado?

Para contabilidade.

É uma ciência social

Cujo foco é o patrimônio

Com Exatas tem fusão

Espécie de matrimônio

E o seu campo de atuação

Não tem nada de lacônio!

Ao fornecer os subsídios:

Balanço, demonstração,

Análise, estudo e fluxo

Livros: Diário e Razão

Percebe-se aí sua importância

Nas horas de decisão.

As informações contábeis

Ajudam a descrever

O estado de uma entidade

Se fazendo perceber

Os pontos mais importantes

Pra uma entidade crescer

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 23

Mas não só no crescimento

É que se vê sua importância

Na previsão de um declínio

Ou no incentivo à constância

Qualquer empresa percebe

A sua grande relevância.

Não somente nos negócios

Mas também na economia

Sem a contabilidade

Nada disso existiria

E o planeta sem controle

Acabaria nesse dia.

Por isso até o Contador

Deve ser valorizado!

O governo deveria

Dizer-lhe: “muito obrigado!”

Sendo mais reconhecido

E bem como ovacionado.

No passado, no presente

No futuro com certeza

Quem não sabe, saberá!

Todos verão com clareza

Nossa contabilidade

Demonstrando sua grandeza.

Muito pouco se falou

Muito mais tenho a falar

Porém aqui o espaço é pouco

Não deu nem pra começar

Ficando aqui o desafio

Pra quem quiser continuar.

E quem achar que é mentira

O que expresso no papel

Quero ver você escrever

O contrário do cordel

24 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Dizer que o saber contábil

Não é tão digno de laurel.

Seja você qualquer um

Pessoa física ou entidade

Com pouco ou muito dinheiro

Fique sabendo a verdade

Ninguém vive nesse mundo

Sem a contabilidade!

Dedico esse Cordel ao maior Contador que eu já conheci: meu pai.

MORRAN, Moacir. Cordel contábil. Disponível em: <http://issuu.com/moacirmorran/docs/cordel_cont_bil>. Acesso em: 8 abr. 2015.

2. Junte-se, agora, a alguns colegas, formando pequenos grupos para conversar a respeito do cordel lido e responder às questões:

a) A contabilidade era usada pelo homem pré-histórico? De que forma?

b) Como e onde ele registrava seus bens?

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 25

c) Para que mais serve a contabilidade, além de inven-tariar os bens de cada um?

d) Quais tipos de empresas utilizam a contabilidade?

e) Qual foi a primeira grande inovação dada pela con-tabilidade e quem foi seu criador?

Alguns símbolos da Contabilidade

Da mesma forma que existem símbolos para representar um país – bandeira, brasão, hino – ou marcar certos rituais, como o anel de formatura ou a aliança de casa-mento, a Contabilidade possui também alguns símbolos que refletem significados históricos e culturais.

Esses símbolos apresentam significados diversos, mas todos se remetem à importância, tanto para o indivíduo como para a sociedade, das pessoas que desempenham atividades contábeis.

Símbolo: 1. Tudo o que, de maneira arbitrária ou con-vencional, representa uma outra coisa. 2. Sinal, signo, figura que representa um conceito ou sugestão.

© Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>

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Caduceu

O caduceu é considerado um atributo do deus Mercúrio, protetor do comércio, e é representado por um bastão com duas asas, rodeado por duas serpentes entrelaçadas.

É considerado um emblema da paz e da prosperidade. Cada uma de suas partes tem um significado:

• bastão: representa o poder do conhecimento da Ciência Contábil;

• serpentes: simbolizam a sabedoria, ou seja, o conhecimento necessário para es-colher o melhor caminho a seguir;

• asas: representam a diligência, que é o cuidado e a dedicação do profissional.

Anel do contador

O anel do contador simboliza a união e o compromisso do profissional com a ética, a moral e o conhecimento científico contábil.

Apesar de algumas variações, ele se caracteriza por ter uma pedra de cor rosada ao centro, com um brilhante de cada lado. Em uma das laterais, em platina ou ouro branco, aparece a tábua da lei, com a inscrição lex (lei, em latim), e na outra lateral, também em platina ou ouro branco, o caduceu.

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O “pai” da Contabilidade

Luca Pacioli foi um frei italiano que viveu no século XV (15) e é considerado o “pai” da Contabilidade, pois sua obra Summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalità foi considerada a primeira obra impressa a tratar do Método das Partidas Dobradas, um critério de registro utilizado em Contabilidade até hoje.

Estátua do deus Mercúrio

O deus Mercúrio, divindade grega, era filho de Zeus e Maia e irmão de Apolo. É considerado um deus que propicia fortunas, representando, assim, a garantia da gestão eficiente dos negócios exercidos pelos contadores nas empresas.

Estátua do deus Mercúrio.

Jacopo de’ Barbari (atribuído a). Retrato de Frei Luca Pacioli com um discípulo, 1495.

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Patrono da classe contábil

João Lyra (1871-1930) é conhecido como o patrono da classe contábil no Brasil, pois sempre considerou e defendeu a classe de contadores. Foi guarda-livros, chefe de escritório e comerciante, além de professor e redator jornalístico.

Em sua vida política, chegou a ser senador do Rio Grande do Norte e, nessa época, instituiu o Dia do Contabilista, comemorado em 25 de abril.

Padroeiro da Contabilidade

São Mateus é considerado o santo padroeiro da Contabilidade, por iniciativa do Colégio de Contabilistas Italianos.

Em sua juventude exerceu o cargo de publicano – que quer dizer cobrador de impos-tos – na cidade de Cafarnaum (território do atual Estado de Israel), onde elaborava a escrituração e formulava os principais documentos da receita.

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Hino da ContabilidadeÍsis Martins Raposo Castelo Branco

Salve nossos contadores que trabalham com valor,

e são grandes lutadores,

com esmero e com ardor,

ajudando nosso Brasil,

a crescer e se elevar,

com afeto varonil para a pátria exaltar.

Procuremos todos unidos,

Nosso dever bem cumprir,

Elevando nossas finanças

A grandeza do porvir!

Seguindo as leis trabalharemos,

Com inteligência e prazer,

A vitória conquistaremos,

Para o progresso acontecer,

Caravaggio. São Mateus e o anjo (detalhe), 1602.

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Gregor Reisch. Madame Arithmatica, 1508.

E teremos recompensados,

O esforço da união,

E teremos conquistado,

O respeito da nação.

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO PARANÁ (CRC-PR). Curiosidades. Disponível em: <http://www.crcpr.org.br/new/content/curiosidades/#8>.

Acesso em: 8 abr. 2015.

Nesta Unidade, você conheceu um pouco a história da Contabilidade, desde os pri-mórdios até a atualidade. O aprofundamento de vários dos assuntos abordados se dará ao longo deste curso.

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Mercado de trabalhoPara compreender o que faz um profissional na área de Conta-bilidade, é fundamental conhecer o cenário em que ela apareceu e se desenvolveu. Esta Unidade vai ajudar você a recuperar informações sobre como a organização do trabalho se alterou e foi, gradativamente, necessitando de novas funções que res-pondessem às demandas de produção.

A vida do trabalhador antes do aparecimento das máquinas

Antes da invenção das máquinas, o trabalho e a vida das pes-soas eram muito diferentes. Observe as pinturas feitas pelo artista francês Jean-François Millet (1814-1875):

Jean-François Millet. Os enfeixadores de feno, c. 1850.

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Como era a vida em sociedade antes do aparecimento das máquinas? Você acha que sempre existiu salário? E o lucro?

Revolução Industrial e sociedade

Imagine uma época em que as máquinas ainda não tinham sido inventadas. Como a população trabalhava e se sustentava?

As famílias cultivavam a terra e criavam animais para sobreviverem com o que produziam. O excedente, o que sobrava dos alimentos para consumo próprio, era trocado com outros camponeses por produtos de que não dispunham. Dessa forma, um dava o leite em troca do trigo, outro trocava carne por frutas e legumes e assim por diante. Acontecia o escambo, ou seja, uma permuta entre as famílias, cada uma preocupada com sua sobrevivência.

A vida no campo era orientada pelos tempos da natureza: as estações do ano indicavam a melhor hora para plantar e colher; as marés, o momento para

Jean-François Millet. Um joeireiro, 1847-1848.

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pescar etc. O tempo era usado para cuidar das ne-cessidades de sobrevivência, mas controlado pelos próprios camponeses.

Nesse período, predominava, portanto, o conceito de trabalho, que é diferente de emprego.

A noção de mercado, de comércio, contudo, pouco a pouco invadiu a vida cotidiana e ampliou a exploração do homem pelo homem, tornando as condições de vida e de sobrevivência no campo mais difíceis.

O fenômeno da Revolução Industrial, que teve início no século XVIII (18) na Inglaterra, rica em carvão mineral e ferro, alterou profundamente o mundo. Uma das prin-cipais modificações foi o uso do carvão para movimentar as máquinas a vapor. Tal fenômeno impulsionou a in-dústria têxtil.

Começaram a surgir empregos em maior proporção nas cidades. Esse fato, somado à política de arrendamento das propriedades rurais para criação de ovelhas e fornecimen-to de lã à indústria têxtil, provocou a migração de pessoas do campo em direção às cidades, em busca de trabalho. Consequentemente, a produção agrícola declinou, ao mesmo tempo que aumentou a necessidade de abastecer as cidades. A agricultura, que até então era de subsistên-cia, passou a ser uma atividade comercial, já que procurou buscar cada vez mais excedentes para serem comerciali-zados nas cidades. Por tudo isso, fez-se necessário ampliar as formas de produção para abastecer a quantidade cres-cente de pessoas que agora se aglomeravam nos centros urbanos. Desse modo, a produção, que era fruto da ma-nufatura, passou a ser mecanizada.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e

Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio. São Paulo: Sdecti/SEE, 2015. v. 1.

Veja, nas imagens a seguir, como o ser humano procurou sempre ampliar ou substituir sua força pelo uso de ins-trumentos e das forças de que dispunha na natureza.

Trabalho: Atividade realiza-da por seres humanos que, na transformação da nature-za, utilizam esforço físico e mental para a produção per-mitindo, dessa forma, sua sobrevivência.

34 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Ferramentas.

Roda-d’água.

Moinho de vento.

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Arado com tração animal.

Uso de animais e máquinas em uma mina de carvão.

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Se tiver oportunidade, faça uma busca na internet e assista à abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, ocorridos em Londres, Inglaterra. O tema foi a transformação do país, da agricultura à indústria: o cam-po dando lugar às chaminés e os agricultores transformando-se em operários.

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Atividade 1situando a revolução industrial

1. Observe o mapa a seguir e procure localizar a Inglaterra, um dos países que compõem o Reino Unido. Caso tenha dificuldade, faça o exercício na bibliote-ca ou em um laboratório de informática e consulte um atlas.

2. Quais são as principais características da Revolução Industrial? Escreva com detalhes sua resposta e discuta com a turma.

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Mapa original.

38 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Da manufatura à mecanização da produção

Na Europa pré-industrial, o processo produtivo caracterizou-se pelo predomínio do tra-balho humano. Alguns sistemas de produção foram surgindo, até chegar ao que se chama de manufatura. Nela, os trabalhadores concentravam-se nos locais de produção e obede-ciam a regras mais rígidas de trabalho, utilizando mecanismos rudimentares que os auxiliavam nas tarefas manuais.

Em 1769, James Watt inventou a máquina a vapor, que permitiu o aumento da pro-dução industrial. Aos trabalhadores cabia a tarefa de abastecer as novas máquinas – alimentadas pelo invento de Watt – com matérias-primas, além de cuidar do seu bom funcionamento.

As cidades, e a vida das pessoas que nelas moravam, mudaram muito por causa da crescente industrialização. Inovações e invenções modificaram profundamente di-versos aspectos da vida cotidiana. O conjunto dessas transformações foi chamado de Revolução Industrial.

Da segunda metade do século XVIII (18) em diante, começaram a predominar as máquinas – substitutas do trabalho humano – e a produção em série, na qual cada trabalhador é especialista em determinada área e o trabalho é realizado passo a passo.

A invenção da máquina a vapor permitiu às indústrias um salto significativo na produção. O trabalho, que antes era artesanal ou semiartesanal, e, por isso mesmo, heterogêneo e lento, tornou-se homogêneo e rápido quando passou a ser feito por máquinas – que começaram a ser produzidas e utilizadas cada vez mais, provocan-do a demissão dos trabalhadores.

A Grã-Bretanha é uma ilha da Europa que abriga a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales. O Reino Unido é um agrupamento político que congrega os países da Grã-Bretanha mais a Irlanda do Norte. As relações entre Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte com o Reino Unido são semelhan-tes às que definem os governos federalistas: há um poder soberano central e autonomia relativa nas unidades constituintes. Já a Escócia tem um autogo-verno limitado, submetido ao Parlamento britânico.

Reginaldo Nasser, coordenador do curso de Relações Internacionais da Pon-tifícia Universidade Católica de São Paulo.

VICHESSI, Beatriz; MERCATELLI, Veridiana. Qual é a diferença entre Inglaterra,

Grã-Bretanha e Reino Unido? Nova Escola. Disponível em: <http://revistaescola.

abril.com.br/geografia/fundamentos/geografia-diferenca-inglaterra-gra-bretanha-

reino-unido-450810.shtml>. Acesso em: 8 abr. 2015.

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 39

Além disso, o tempo de produção passou a ser mais cur-to. Com isso, o proprietário passou a produzir mais, vender mais e lucrar mais.

Foi nesse período também que nasceu a ideia de empre-go, pois o trabalho realizado em um dia era pago pelo proprietário dos meios de produção.

Contudo, não havia emprego para todas as pessoas e a pobreza e a fome se alastraram entre a população.

Se, de um lado, a produção crescia, de outro, as condições de trabalho e de vida da população que havia saído do campo em busca de emprego eram muito difíceis.

Veja como eram as condições de trabalho nesse período:

• os salários eram baixos;

• as fábricas contratavam principalmente mulheres e crianças, pois os salários que elas recebiam eram ainda menores do que os pagos aos homens. A estes eram destinadas as funções que dependiam de força física;

• as crianças eram recrutadas em orfanatos, a partir dos quatro anos de idade, para o trabalho na indústria têxtil e, principalmente, nas minas de carvão;

• os trabalhadores não tinham direitos vinculados ao emprego, como férias, descanso semanal, nem mesmo um contrato de trabalho;

• a jornada de trabalho diária chegava a 16 horas;

• os empregados estavam sujeitos a castigos físicos e as trabalhadoras eram, com frequência, violentadas pelos capatazes.

Mas, se os proprietários dos meios de produção impu-nham essas condições aos trabalhadores, estes, por sua vez, reagiam contra isso.

Apesar da pobreza e da fome, os empregados das indús-trias começaram a se organizar, a fim de melhorar as

Emprego: Relação firmada entre o proprietário dos meios de produção – que são as ferramentas, terras, máquinas etc. – e o trabalha-dor. Nesse contrato, o em-pregador compra a força de trabalho, ou seja, paga pelo trabalho realizado.

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condições de trabalho, até mesmo com reações violentas, como o movimento lu-dista (ou luddita), no início do século XIX (19). Esse movimento caracterizou-se pela iniciativa dos operários de quebrarem as máquinas dentro das fábricas, como forma de protesto contra as condições de trabalho. Ned Ludd teria inspirado esse movimento de revolta daqueles que acreditavam que as máquinas eram responsáveis pela falta de emprego para todos, pois elas executavam em menos tempo o trabalho de muitas pessoas.

Movimento ludista: a revolta dos trabalhadores diante da máquina.

Crianças no ambiente de trabalho fabril.

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Atividade 2 maquinaria e emprego

1. Escreva com suas palavras como você compreendeu as condições de trabalho na época da Revolução Industrial.

a) Você considera que a maquinaria era responsável por não haver emprego para todos? Por quê?

b) Quebrar máquinas era um ato contra os equipamentos? Por quê?

c) Existem semelhanças entre o trabalho daquela época e o de hoje? Quais?

2. Organize uma apresentação criativa para os demais colegas.Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e

Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio. São Paulo: Sdecti/SEE, 2015. v. 1.

A organização do trabalho

Pense em alguma atividade que você costuma fazer em casa: cozinhar, higienizar o banheiro, consertar a porta do armário etc. Talvez, mesmo que inconscientemen-te, você se organize para fazer essas tarefas: calcula o tempo que levará para reali-zá-las; verifica se tem todos os ingredientes para preparar uma refeição, se tem os produtos para limpeza ou o parafuso certo para um conserto. E avalia o resultado: A comida ficou boa? A limpeza ficou adequada? E assim por diante.

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Se você considerar o trabalho realizado nas indústrias, no comércio, nos serviços, verá que várias situações são muito semelhantes. Mas, nas empresas, a organização é efetuada de modo que o trabalhador faça mais em menos tempo. Essa foi a lógica arquitetada no início do século XX (20) por Frederick Winslow Taylor (1856-1915), cujo pensamen-to ficou conhecido em todo o mundo como taylorismo.

Como pensava Taylor nessa época?

Taylor acreditava que os operários “faziam cera” no tra-balho, conforme a própria expressão utilizada por ele: escondiam dos patrões a forma como realizavam cada atividade e eram contrários a produzir diariamente tan-to quanto fosse possível.

Ele também achava que os sindicatos tinham uma visão errada, pois queriam que os operários trabalhassem me-nos e em melhores condições.

Como solução para esse caso, desenvolveu o que chamou de “organização científica do trabalho”.

Como era essa organização?

Taylor observou o trabalho dos carregadores de barras de ferro, operários em grande parte provenientes dos países da Europa que se encontravam em situação eco-nômica difícil.

Havia 75 carregadores e cada barra pesava 45 quilos. Cada homem carregava 12,5 toneladas de ferro por dia trabalhado.

Números Antes do taylorismo

Com o taylorismo

Carregadores 75 75

Toneladas transportadas por dia (1 tonelada = mil quilos) 12,5 47

Como ele conseguiu aumentar a produtividade?

Produtividade: Resultado da divisão da produção física obtida numa unidade de tem-po (hora, dia, ano) por um dos fatores empregados na produção (trabalho, terra, ca-pital). Em termos globais, a produtividade expressa a uti-lização eficiente dos recursos produtivos, tendo em vista alcançar a máxima produção na menor unidade de tempo e com os menores custos.

SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do século XXI.

8. ed. revista e ampliada. Rio de Janeiro: Editora Record,

2014. p. 694.

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Segundo Taylor, uns planejam e outros executam o trabalho, ou seja, ele compreen-dia que alguns eram destinados a pensar, e outros, a executar. Por isso, havia a divisão entre os que pensavam como carregar as barras e os que só utilizavam a força física.

Com base na observação do trabalho, propôs o controle do tempo e dos movi-mentos, isto é, ele sabia que um movimento era feito em “x” segundos e outro em “y” segundos. A intenção era que o empregador tivesse controle sobre todo o pro-cesso de trabalho e, assim, na visão de Taylor, os empregados não fariam mais “cera”.

O trabalhador precisava obedecer aos comandos, inicialmente pensados por Taylor, sobre o momento e o tempo exatos de se mover, sempre com a vigilância e a super-visão constantes das chefias.

Taylor, no entanto, considerou que nem todo carregador poderia executar seu mé-todo e, assim, incluiu mais um item em sua lista de procedimentos para obter a produção pretendida: a seleção científica do trabalhador, acompanhada do devi-do treinamento para realizar a tarefa, tal como esperada por quem a planejou.

Ele observou o comportamento dos carregadores, pois, em sua concepção, não seria qualquer operário que se submeteria às exigências. Pesquisou o passado, o caráter, os hábitos e, principalmente, as pretensões de cada trabalhador. Finalmente, encontrou um imigrante holandês, cujos hábitos lhe pareceram adequados. Este estava cons-truindo, ele mesmo, a casa para morar com sua família. Fazia isso pela manhã; corria para o emprego, onde carregava barras de ferro; e, ao voltar para casa, continuava a construção. Todos diziam que esse operário era muito econômico. Esse trabalhador que reuniu as “qualidades” desejadas por Taylor chamaremos de Schmidt.

Atividade 3 sChmidt e taylor

1. Leia, a seguir, o diálogo de Taylor com Schmidt, o trabalhador que ele pretendia selecionar. Esse diálogo foi retirado do livro Princípios de administração científica, que teve sua primeira edição publicada em 1911.

44 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

— Schmidt, você é um operário classificado?

— Não sei bem o que o senhor quer dizer.

— Desejo saber se você é ou não um operário classificado.

— Ainda não o entendi.

— Venha cá. Você vai responder às minhas perguntas. Quero saber se

você é um operário classificado, ou um desses pobres diabos que andam

por aí. Quero saber se você deseja ganhar $ 1,85 dólar por dia, ou se está

satisfeito com $ 1,15 dólar que estão ganhando todos esses tontos aí.

— Se quero ganhar $ 1,85 dólar por dia? Isto é que quer dizer um

operário classificado? Então, sou um operário classificado.

— Ora, você me irrita. Naturalmente que deseja ganhar $ 1,85 por dia;

todos o desejam. Você sabe perfeitamente que isso não é bastante

para fazer um operário classificado. Por favor, procure responder às

minhas perguntas e não me faça perder tempo. Venha comigo. Vê

esta pilha de barras de ferro?

— Sim.

— Vê este vagão?

— Sim.

— Muito bem. Se você é um operário classificado, carregará todas

estas barras para o vagão, amanhã, por $ 1,85 dólar. Agora, então,

pense e responda à minha pergunta. Diga se é ou não um operário

classificado.

— Bem, vou ganhar $ 1,85 dólar para pôr todas estas barras de ferro

no vagão, amanhã?

— Sim; naturalmente, você receberá $ 1,85 dólar para carregar uma

pilha, como esta, todos os dias, durante o ano todo. Isto é que é um

operário classificado e você o sabe tão bem como eu.

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 45

— Bem, tudo entendido. Devo carregar as barras para o vagão, ama-

nhã, por $ 1,85 dólar e nos dias seguintes, não é assim?

— Isso mesmo.

— Assim, então, sou um operário classificado.

— Devagar. Você sabe, tão bem quanto eu, que um operário classifi-

cado deve fazer exatamente o que se lhe disser desde manhã à noite.

Conhece você aquele homem ali?

— Não, nunca o vi.

— Bem, se você é um operário classificado deve fazer exatamente

o que este homem lhe mandar, de manhã à noite. Quando ele

disser para levantar a barra e andar, você se levanta e anda, e

quando ele mandar sentar, você senta e descansa. Você procederá

assim durante o dia todo. E, mais ainda, sem reclamações. Um

operário classificado faz justamente o que se lhe manda e não

reclama. Entendeu? Quando este homem mandar você andar, você

anda; quando disser que se sente, você deverá sentar-se e não fazer

qualquer observação. Finalmente, você vem trabalhar aqui amanhã

e saberá, antes do anoitecer, se é verdadeiramente um operário

classificado ou não.

TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 45-6.

2. Agora, responda às questões a seguir.

a) Qual é sua opinião sobre a entrevista feita por Taylor? O que lhe pareceu conve-niente? E o que lhe pareceu inconveniente?

Conveniente

46 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Inconveniente

b) Como são as entrevistas de emprego na atualidade? São diferentes da feita por Taylor no momento da “promoção” de Schmidt? Por quê?

c) O que achou das características valorizadas por Taylor (que constam no diálogo entre ele e Schmidt) para encontrar o operário para a tarefa a ser executada?

3. Foi dessa forma que Taylor conseguiu praticamente quadruplicar a produtivida-de no trabalho. Leia a seguir a opinião de Taylor sobre Schmidt, mesmo sendo ele o operário ideal para o aumento da produção.

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 47

Ora, o único homem, entre oito, capaz de fazer o trabalho, não tinha

em nenhum sentido característica de superioridade sobre os outros.

Apenas era um homem tipo bovino – espécime difícil de encontrar e,

assim, muito valorizado. Era tão estúpido quanto incapaz de realizar

a maior parte dos trabalhos pesados. A seleção, então, não consistiu

em achar homens extraordinários, mas simplesmente em escolher

entre homens comuns os poucos especialmente apropriados para o

tipo de trabalho em vista.

TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 54-5.

Operário “tipo bovino”?

Para Taylor, portanto, era natural que alguns mandassem e outros obedecessem, e os mandados deveriam ser do “tipo bovino”.

Tendo em vista que o objetivo de Taylor era aumentar a produtividade e os lucros das empresas, faltava para ele, ainda, aperfeiçoar seu método. Era necessário reduzir a quantidade de trabalhadores.

Em outra experiência que realizou, ele conseguiu diminuir o número de traba-lhadores e o custo do carregamento diário, conforme você pode observar na tabela a seguir.

Dados Antigo sistema Com o taylorismo

Trabalhadores 400 a 600 140

Média de toneladas por dia/homem 16 59

Remuneração $ 1,15 $ 1,88

Custo do carregamento/tonelada $ 0,072 $ 0,033

Fonte: TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990.

48 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Atividade 4 taylorismo hoje?

1. Como você pôde observar, o fenômeno da redução de pessoal não é novo, pois esse é um dos motores que sustentam o capitalismo. Em outras palavras, diminuir custos é um dos pilares para a acumulação de capital. Discutam em grupo:

a) Quais são, na opinião do grupo, os aspectos mais importantes na lógica de tra-balho elaborada por Taylor?

b) Existe taylorismo hoje? Em quais situações o grupo observa, ou não, a existência do taylorismo na atualidade? Em quais ocupações vocês identificam esse modo de organização do trabalho?

2. Pensem em uma ocupação – pedreiro, costureira ou qualquer outra – com a qual tenham contato ou experiência. Reflitam: O taylorismo do início do século XX (20) está presente na organização desse trabalho? Por quê?

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3. Com auxílio do monitor, você e sua turma poderão montar um painel das ocupações e analisar como o taylorismo está, ou não, presente no mundo do trabalho hoje.

O fordismo na esteira do taylorismo

Fordismo talvez seja uma palavra mais familiar a você do que taylorismo. O termo é derivado do nome de seu idealizador, Henry Ford (1863-1947), empresário esta-dunidense da indústria automotiva. Ford procurou aperfeiçoar o pensamento de Taylor e concluiu que se ganharia ainda mais tempo se as peças fossem até os operários, e não o inverso, como acontecia até então.

Além de arquitetar a esteira mecânica, Henry Ford teve outro papel que trouxe consequências para todo o mundo. Ele construiu o primeiro carro popular da his-tória, o Ford T. Sua produção em série deveria vir associada ao consumo em série, pois Ford tinha a convicção de que a produção em massa reduziria os custos do automóvel e, com isso, o preço final do produto seria menor.

Ford T, modelo mais conhecido no Brasil como Ford Bigode.

Esteiras mecânicas e trilhos aéreos com peças que abasteciam as linhas de montagem nas indústrias onde se adotava o modelo fordista.

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Essas foram inovações importantes na organização do trabalho, do ponto de vista da produção. No entanto, o trabalho ficou mais intenso e sem pausas.

Veja a seguir como se deu a redução do tempo de montagem do automóvel no fordismo.

Etapas Tempo de montagem de um veículo

Antes do taylorismo 12 horas e 30 minutos

Com o taylorismo 5 horas e 50 minutos

Com treinamento dos operários 2 horas e 38 minutos

Com a linha de montagem automatizada (em 1914) 1 hora e 30 minutos

Fonte: GOUNET, Thomas. Fordismo e toyotismo na civilização do automóvel. São Paulo: Boitempo, 1999.

O filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin (1889-1977), ilustra como era o trabalho nas fábricas: trabalho repe-titivo, sem tempo para um descanso mínimo entre uma tarefa e a próxima. É possível resumir o filme em três etapas principais:

• a fábrica em que o personagem Carlitos trabalha con-ta com uma esteira mecânica, na qual as peças se mo-vem passando pelo trabalhador a certa velocidade, de modo que a máquina determina o tempo em que ele deve apertar o parafuso;

• o trabalho repetitivo, com o tempo para a realização da tarefa manual sendo controlado e determinado pelo tempo da máquina, a pressão da chefia e o barulho na fábrica comprometem a saúde mental do personagem;

• o personagem rebela-se contra o maquinário e é inter-nado por causa de acessos de loucura.

Se tiver oportunidade, assista ao filme Tempos modernos (Modern times, direção de Charlie Chaplin,

1936). O longa-metragem aborda, de forma divertida, as duras condições

de trabalho no avanço da industrialização.

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 51

A despeito do tom espirituoso do filme, não se pode negar que as condições de trabalho eram tais como as apresentadas. O trabalhador perdia mais uma vez o controle sobre a tarefa que executava: a esteira rolante determinava o tempo em que cada uma delas deveria ser realizada. Os locais eram inseguros e insalubres, ou seja, o ruído e a poeira faziam mal à saúde dos operários.

Um século depois, mesmo com o avanço da tecnologia, o ritmo, a intensificação do trabalho e a pressão por produtividade ainda são aspectos nocivos à saúde do tra-balhador. Portanto, é preciso ficar atento aos abusos que acontecem em nome do aumento da produtividade.

Além disso, as condições insalubres de trabalho ainda permanecem em muitos locais.

Atividade 5 retratos do trabalho fabril

1. Observe o mural pintado pelo artista mexicano Diego Rivera.

Diego Rivera (1886-1957) foi um pintor mexicano cuja especialidade era a pintura de grandes murais. Contava, por exemplo, a história de um povo, pois acreditava que esse tipo de pintura permitia gravar na memória aspectos que são ocultados ou esquecidos ao longo do tempo. É reconhecido como artista comprometido com a luta por uma sociedade mais justa. Você poderá fazer uma visita virtual ao Museu Diego Rivera entrando no site: <http://www.diegorivera.com>. Acesso em: 8 abr. 2015.

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Foto: © Bridgeman Images/Keystone © Banco de Mexico Diego Rivera & Frida Kahlo Museums Trust, Mexico, D.F./AUTVIS, Brasil, 2015

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 53

Esse mural representa as condições de trabalho na indústria automobilística. O artista observou o dia a dia dos operários e buscou mostrar alguns deles em certas etapas da produção.

2. Em grupo, analisem os detalhes da obra e discutam:

a) Quais foram os detalhes que mais chamaram a atenção do grupo? Por quê?

b) Como eram as condições de trabalho na fábrica?

c) Com base no mural, como imaginam que deveria ser o ambiente de trabalho?

O sentido do trabalho

Como foi estudado, o fordismo nasceu nos Estados Unidos da América (EUA), embalado pelos mesmos princípios de Taylor.

Os operários, no entanto, percebiam que cada vez mais executavam um trabalho mecanizado e sem qualificação. Com isso, eles passaram a optar por outras ativida-des que ainda garantissem maior envolvimento com o trabalho.

Ford, percebendo a dificuldade em contratar funcionários, lançou o seguinte plano:

• ofereceu salário de 5 dólares por dia (antes o pagamento era de 2,50 dólares); e

• estabeleceu jornada diária de oito horas de trabalho.

54 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

No entanto, esse plano não era para todos. Assim como Taylor aplicou uma “seleção científica do trabalhador”, as novas condições de Ford eram apenas para os homens que tivessem certos hábitos esperados pela empresa:

• não consumissem bebidas alcoólicas; e

• provassem que tinham boa conduta.

Henry Ford inovou mais uma vez e criou um departamento de serviço social para acompanhar a vida dos trabalhadores que desfrutavam desse tipo de contrato de trabalho.

As visitas às casas dos operários fizeram com que praticamente 1/3 deles (28%) perdesse essa condição.

É bom lembrar que, mesmo dobrando o salário e reduzindo a jornada de trabalho, Ford ainda conseguiu baratear o preço do carro.

Para se ter ideia: o capital da empresa em 12 anos (1907-1919) passou de 2 milhões de dólares para 250 milhões de dólares.

Trabalhadora em fábrica de relógios na Inglaterra, sendo observada por um contramestre. Foto de 1946.

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Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 55

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e

Trabalho: 7º ano/2º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2012.

Toyotismo: a nova organização do trabalho

Você deve ter percebido que as alterações na organização do trabalho têm sempre o mesmo objetivo: aumentar a produtividade, reduzindo custos. A lógica é: fazer mais em menos tempo e, se possível, com menos trabalhadores.

No toyotismo não foi diferente. Essa nova forma de organização do trabalho surgiu no Japão após a 2a Guerra Mundial, principalmente para fazer frente à indústria automobilística estadunidense. Os japoneses inovaram e alteraram completamente o modo de pensar que vigorava com o fordismo.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e

Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.

Veja a seguir os pilares do toyotismo.

• Just-in-time (JIT) (fala-se “djãs tin taime”): significa, literalmente, “no momento exato”. Trata-se de uma técnica de organização do espaço-tempo nas empresas. Seu objetivo é tornar a produção e a distribuição de mercadorias mais dinâmicas. Nesse processo, a produção ocorre de acordo com a demanda e as empresas não acumulam estoque.

• Autonomação: mais conhecida como Controle de Qualidade Total, é assim chamada porque exige controle de qualidade autônomo na produção, isto é, essa estratégia

A jornada de trabalho sempre foi de 8 horas diárias?

Nem sempre foi assim. Durante a 1ª Revolução Industrial, não havia limite para a jornada diária de traba-lho. Mesmo as crianças trabalhavam 14, 16 horas por dia.

Foi em 1919 que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceu uma convenção que limitava a jornada de trabalho em 8 horas diárias e a semanal em 48 horas.

No Brasil, foram necessárias diversas lutas sindicais, iniciadas no século XIX (19), para a conquista das 8 horas diárias. No entanto, foi apenas em 1934 que a Constituição determinou a jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 48 semanais.

Atualmente, a jornada semanal de trabalho definida pela Constituição Federal de 1988 é de 44 horas. Esse tema está sendo agora debatido, pois há forte pressão para que a jornada legal seja limitada a 40 horas.

Na França, por exemplo, no auge da crise do emprego na década de 1980, o governo determinou a re-dução da jornada de trabalho semanal para 35 horas, com o intuito de criar mais empregos.

Fonte: DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Redução da jornada de trabalho no Brasil. Nota Técnica,

n. 16, mar. 2006. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/notatecnica/2006/notatec16ReducaoDaJornada.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2012.

56 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

elimina a supervisão do trabalho e das peças produzidas. Nela, cada um é responsável pelo que deve ser feito e pressupõe-se que haja um trabalho em equipe: se alguém está com dificuldades, o colega o ajuda. Uma fábrica de automóveis no Brasil, por exemplo, chegou a gravar um código em cada peça produzida, indicando o operário que a havia feito. Se a peça apresentasse problema, o funcionário era diretamente responsabilizado.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Geografia: caderno do estudante. Ensino Fundamental. São Paulo:

Sdecti/SEE, 2014. v. 3.

• Kanban: o termo, de origem japonesa, significa “cartão”. Refere-se a um tipo de sinalização utilizado para indicar o andamento dos fluxos de produção em em-presas de fabricação em série, isto é, monta-se um quadro sobre uma determina-da tarefa usando cartões, post-it ou outros tipos de papéis, e escreve-se em cada um: “a executar”, “em execução”, “executado”, ou estabelecem-se cores para o significado de cada um dos termos.

Este método foi estabelecido inicialmente na empresa japonesa Toyota, com o objetivo de tornar mais eficaz seu sistema de produção. Também é utilizado para o controle de estoque das empresas, pois permite uma atualização constante e real de seus níveis. Nesse caso, os quadros ou painéis são colocados junto aos produtos armazenados. Isso faz com que a empresa trabalhe com menores quan-tidades de estoque e, consequentemente, com menor capital de giro.

Esse sistema, aliado ao controle de estoque da empresa, consegue programar a produção. O método dos cartões ajuda a obter informações reais de demanda, o que possibilita melhor atendimento ao cliente e maiores lucros, com gastos menores.

Atualmente existe o kanban eletrônico (e-kanban), que funciona da mesma forma e, além de ser mais rápido e eficiente, evita problemas como perda de cartões.

Manuseio de cartões de um painel kanban. O cartão removido para a cor verde pode indicar, nesse caso, o cumprimento de uma tarefa ou a disponibilidade do estoque.

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Veja as principais diferenças entre o fordismo e o toyotismo:

Fordismo Toyotismo

Produção em série de um mesmo produto Produção de muitos modelos em pequena quantidade

Grandes estoques de produtos Estoque mínimo; só se produz o que é vendido

Especialização: um homem opera uma máquina Polivalência: um homem opera várias máquinas

Essa nova organização do trabalho resultou na diminuição do tempo de fabricação de, por exemplo, um automóvel: eram necessárias 19 horas para a produção de um veículo, enquanto, na Europa, a produção ainda demorava 36 horas.

Em 2012, determinada fábrica de automóveis no Brasil produzia 34 carros por hora.

A lógica do toyotismo logo se expandiu para outros tipos de indústria e serviço. Se a palavra de ordem no fordismo era rigidez (em todos os sentidos: fixação do homem ao posto de trabalho, controle dos tempos e movimentos, estabilidade no emprego), no toyotismo a palavra-chave é flexibilidade.

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Esquema de um painel kanban indicando a urgência no cumprimento de cinco tarefas diferentes durante um processo produtivo de 16 dias.

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58 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Esse conjunto de mudanças, que nos países desenvolvidos aconteceu nos anos 1980, chegou com força ao Brasil na década de 1990. Pelas características históricas do País, que concede amplos benefícios ao capital privado, as mudanças aconteceram de forma mais objetiva para as empresas movidas pela busca da redução de custos e do aumento da competitividade. A corda rompeu-se do lado dos trabalhadores, que foram demitidos em massa, em consequência de muitas mudanças e da inovação tecnológica.

Se a ordem era a redução de custos, as empresas adotaram também a terceirização de várias etapas da produção. Com o modelo toyotista, elas passaram a se concentrar apenas em sua atividade principal, terceirizando todas as outras seções e serviços.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e

Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.

Atividade 6revisão da unidade

Esta seção conta com algumas questões de vestibulares e provas de concurso.

1. O sistema organizacional do trabalho denominado de toyotismo é uma resposta à crise do fordismo dos anos 70. É correto afirmar que o toyotismo se caracteriza:

Na organização toyotista do trabalho, um operário fica responsável por várias funções ao operar máquinas mais complexas. Com isso, as empresas podem dispensar operários, diminuir o custo com mão de obra e aumentar a margem de lucro, já que um homem exerce a função de vários. Esse modelo contribuiu para o aumento do desemprego.

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a) pela rigidez na produção, principalmente pela eliminação do desperdício de tempo e movimentos, por meio do trabalho parcelar, padronizado e descontínuo.

b) por ter um trabalhador qualificado e polivalente e pela produção atender às particularidades das demandas.

c) por ter sua origem no modo de organização do trabalho de uma indústria auto-mobilística da China, cujo presidente era Kiichiro Toyoda, daí a derivação da sua denominação.

d) pela produção em massa, pois o consumo condiciona toda a organização da produção.

e) pela adoção de uma organização produtiva verticalizada, voltada para produzir somen-te os itens necessários na quantidade necessária, sem gerar estoque, por meio da técni-ca denominada de kanban, em que o trabalhador desempenha uma única tarefa.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL). Concurso para assistente social, 2011. Disponível em: <http://www.copeve.ufal.br/index.php?opcao=concurso&idConcurso=62>. Acesso em: 8 abr. 2015.

2. Considerando que em uma empresa quase todas as operações mantêm algum tipo de estoque, a maioria geralmente de materiais, mas também de informação ou consumidores (fila), explicite:

Orientação para resolução: observe que esta é uma questão discursiva e você precisará desenvolver a resposta para cada um dos itens.

a) os motivos pelos quais as empresas necessitam de estoques;

b) a contribuição dos estoques à agregação de valor aos produtos;

c) o papel dos estoques no planejamento e controle just-in-time (JIT).

INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (IFRN). Concurso público para professor de ensino básico, técnico e tecnológico, 2010. Disponível em: <http://www.comperve.

ufrn.br/conteudo/concursos/ifrn2010docente/provas/402.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2015.

60 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

3. Uma característica importante do controle de qualidade autônomo (autonoma-ção) é:

a) necessitar da presença constante de um supervisor de trabalho, para ser eficiente.

b) aumentar a competitividade entre os funcionários.

c) cada um ser responsável pelo resultado de seu trabalho.

d) diminuir a quantidade de funcionários na empresa.

e) cada funcionário passar a ter mais responsabilidade e por isso seu salário ser maior.

4. Para otimizar a produção fabril no século XIX, duas teorias se destacaram: o taylorismo (Winslow Taylor – 1856-1915) e o fordismo (Henry Ford – 1863-1947). Leia e analise as afirmativas sobre os desdobramentos concretos dessas teorias.

I – O taylorismo propunha uma série de normas para elevar a produtividade, por meio da maximização da eficiência da mão de obra, aprimorando a racionaliza-ção do trabalho e pagando prêmios pela produtividade.

II – O fordismo impunha uma série de normas para aumentar a eficiência econô-mica de uma empresa. Entre elas, exigia que a produção fosse especializada e verticalizada.

III – Produção especializada significa produzir um só produto em massa, ou em série, apoiando-se no trabalho especializado e em uma tecnologia que aumente a produtividade por operário.

IV – O taylorismo foi muito benéfico à organização dos trabalhadores europeus que, por isso, criaram vários sindicatos e várias leis de proteção ao trabalhador.

V – Tanto o taylorismo como o fordismo só chegaram ao Brasil em 1980.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas I e V são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.

e) Todas as afirmativas são verdadeiras.UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC), 2008. Disponível em:

<http://antigo.vestibular.udesc.br/main.php?sl=vestibular_2008_1>. Acesso em: 8 abr. 2015.

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 61

5. As expressões Fordismo e Taylorismo foram empregadas para explicar uma nova forma de organização do trabalho no século XX. Essas expressões têm como significado

a) valorização do trabalho humano em relação às máquinas, o aumento dos salários e a participação dos operários nos lucros obtidos pelas empresas.

b) a produção seria realizada em pequenos números, o que beneficiaria o consumo das massas de determinados produtos.

c) diminuição da jornada de trabalho e o pagamento de salários compatíveis as horas trabalhadas que suprissem todas as necessidades básicas do operariado, como: lazer, vestimentas, alimentação, saúde, moradia e educação.

d) aumento de produtividade em série, a mecanização de parte das atividades, o controle das atividades dos trabalhadores, a introdução da linha de mon-tagem e de um sistema de recompensas e punições dos operários no interior das fábricas.

e) substituição das máquinas pelo trabalho maciço dos operários, sem divisões e parcelamentos das tarefas, a produção e o consumo em baixa escala e o supri-mento de todas as necessidades básicas dos operários.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE (UNICENTRO), 2012. Disponível em: <http://www2.unicentro.br/vestibular/files/2012/10/provas_20102.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2015

A terceirização

Outra forma de trabalho na qual os trabalhadores têm perdido seus direitos surgiu há alguns anos e ganhou força especialmente nas últimas décadas. Trata--se da terceirização, na qual o trabalho é formal, mas há perda significativa de direitos.

Por exemplo: os bancários. Essa categoria profissional, graças à sua organização e à ação dos sindicatos, conquistou direitos que vão além do que consta na Consolida-ção das Leis do Trabalho (CLT). Entre eles estão: o valor do vale-refeição, seguro--saúde, piso salarial etc. Por essas e outras razões, os bancos, a partir da década de 1990, passaram a terceirizar serviços e a demitir bancários.

Você deve estar pensando: Mas alguém continua fazendo o mesmo serviço? Sim. No entanto, as empresas que passam a prestar serviços aos bancos contratam funcionários com salários menores e, como não são bancários, não têm os mesmos direitos que os

62 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

demais trabalhadores da categoria. Assim, o serviço prestado ficou mais barato e, com isso, os bancos puderam reduzir seus custos.

Em contabilidade, não é diferente. As empresas terceirizam, além do serviço de segurança e de limpeza, também a parte de escrituração contábil, guarda de documentos, departamento pessoal, auditorias etc. Desse modo, muitos postos de tra- balho da área contábil e administrativa são fechados dentro das empresas, dado que não precisam ter um contador em seu quadro de funcionários.

Diante dessa situação, as empresas recorrem a escritórios de contabilidade, que, com a crescente procura, estão aumentando e se aprimorando, dia a dia. No entanto, apesar de esse processo provocar a abertura de postos de trabalho nesses escritórios, estes existirão em menor número e exigirão mais dos candi-datos, que, por sua vez, vão precisar cuidar da escrituração de várias empresas, e não só de uma.

Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e

Trabalho: 6º ano/1º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2011.

CONTABILIDADE: OS CUIDADOS NA TERCEIRIZAÇÃO

[...]

Mas terceirizar exige bastante cuidado na contratação e na seleção do

prestador de serviços, pois as possíveis vantagens que se pode obter

com a substituição de uma estrutura não devem ser focadas somente

nos custos, e sim, no resultado de melhorias de qualidade e precisão

dos dados empresariais.

A idoneidade do escritório contábil e a sua capacidade em atender às

demandas sempre crescentes de obrigações fiscais, tributárias, contábeis,

trabalhistas e previdenciárias devem ser avaliadas detalhadamente.

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 63

Uma estrutura inadequada e a falta de atualização dos profissionais

que atuam na área poderão gerar multas por falta ou atraso de entre-

ga de declaração, multas por inconsistências de dados, etc.

Outra recomendação é jamais repassar dinheiro para pagamento de

tributos – a empresa deve fazer os pagamentos diretamente, após a

devida aprovação dos cálculos relativos aos mesmos.

A contabilidade de uma empresa retrata o seu patrimônio e é base

para cálculo de vários impostos e contribuições que podem atingir

50% ou mais do que as empresas conseguem gerar de riquezas. Isto

está embutido em todas as operações que acontecem na empresa e

que implicam na entrada ou saída de recursos.

Checar também, junto ao Conselho Regional de Contabilidade, se o

escritório contábil ou o profissional está devidamente registrado e em

dia com suas obrigações perante o órgão.

Outro detalhe é solicitar sempre proposta, por escrito e assinada, dos

honorários e serviços compreendidos. Após a aprovação da proposta,

é imprescindível a assinatura do contrato de serviços contábeis, esta-

belecendo as responsabilidades, prazos e demais convenções pactuadas.

Afinal, a empresa estará entregando dados sigilosos (faturamento,

custos, remunerações de pessoal, informações fiscais, extratos ban-

cários, etc.) para serem processados. O tratamento desses dados

não pode ser, precipitadamente, entregue a qualquer um. É impres-

cindível conhecer a capacidade técnica, a responsabilidade e, acima

de tudo, a ética dos profissionais a quem estarão sendo entregues

tais informações.

Mesmo para uma pequena empresa, os problemas que podem advir

de uma má contratação são relevantes, pois a atividade contábil, por

conta das contínuas alterações legislativas, é uma atividade de alto risco.

[...]

PORTAL de Contabilidade. Contabilidade: os cuidados na terceirização. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/

tematicas/terceirizar.htm>. Acesso em: 8 abr. 2015.

64 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Esta Unidade é finalizada com uma tirinha que aborda o trabalho na linha de montagem. Procure refletir sobre ela com base no que estudou até agora.

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A ocupação de auxiliar de contabilidadeO mercado de trabalho na área contábil, com as últimas trans-formações pelas quais vem passando – em decorrência da adoção das Normas Internacionais de Relatório Financeiro, conhecidas como IFRS –, está em plena ascensão. Esse movimento é susten-tado pelo grande avanço econômico mundial, que necessita de informações precisas, rápidas e constantes.

Todas as atividades empresariais passaram a ser controladas e re-gistradas pela contabilidade, tornando-a essencial à economia e ao controle do patrimônio. A contabilidade transformou-se, desse modo, no melhor meio de comunicação entre os investidores de capital e as empresas, pois ela consegue dar uma visão precisa do patrimônio empresarial e do retorno sobre os investimentos.

Os escritórios de contabilidade são os responsáveis pelo geren-ciamento da situação contábil das empresas que não possuem funcionários habilitados para exercer essa função. Nesses escri-tórios trabalham, entre outros, os auxiliares de contabilidade.

A proposta deste curso não é formar contadores, mas ajudar você a ingressar na ocupação de auxiliar de contabilidade. A ocupação tem grandes perspectivas de futuro, visto que está presente em todo tipo de empresa, e, por isso, representa uma fatia do mercado de trabalho bastante promissora.

Em geral, o auxiliar de contabilidade trabalha em escritórios de empresas, tanto no setor privado como no público, e também em algumas organizações não governamentais (ONG). Depen-dendo do ramo da empresa, há a possibilidade de você ter de trabalhar nos fins de semana, mas, normalmente, seu trabalho se dará no horário comercial.

Veja, a seguir, o quadro com os valores de salários atualizados em janeiro de 2015 para a área de contabilidade.

66 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Tabela de salários Referência dos dados: São Paulo (capital e interior)

Contábil e fiscal Salário médio (em R$)

Coordenador de Contábil/Fiscal 7 866

Analista de Contábil/Fiscal 3 546

Assistente Contábil/Fiscal 2 715

Auxiliar Contábil/Fiscal 1 656

Fonte: MILL RH CONSULTORIA EM RECURSOS HUMANOS.

Características do auxiliar de contabilidade

O Ministério do Trabalho e Emprego conta com um documento que orienta, tanto empregados como empre-gadores, a compreender melhor cada ocupação segundo suas funções e atribuições e, desse modo, assegura os direitos e deveres do trabalhador e do empregador: a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

Nela, os auxiliares de contabilidade aparecem com o códi-go 4131-10 e a seguinte descrição sumária de atividades:

Organizam documentos e efetuam sua

classificação contábil; geram lançamentos

contábeis, auxiliam na apuração dos im-

postos, conciliam contas e preenchimento

de guias de recolhimento e de solicitações,

junto a órgãos do governo. Emitem notas

de venda e de transferência entre outras;

realizam o arquivo de documentos.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em:

<http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em: 8 abr. 2015.

Para ser auxiliar de contabilidade, é necessário ter con-cluído o Ensino Médio e feito o curso de Auxiliar de Contabilidade. Além disso, é importante ser prático e organizado, assim como ter iniciativa e saber se adaptar a novas tarefas.

Você sabia?A descrição de cada ocupa-ção da CBo é feita pelos próprios trabalhadores. Dessa forma, há a garantia de que as informações fo-ram dadas por pessoas que conhecem bem a ocupação.

Você pode consultar esse documento na íntegra acessando o site do Minis-tério do Trabalho e Empre-go (MTE). Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em: 8 abr. 2015.

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 67

Outra característica indispensável é ser comunicativo, mas reservado, pois as informações são, na maior parte das vezes, confidenciais.

Para os auxiliares de contabilidade, não existe uma re-solução que determine um código de ética profissional. No entanto, como sua ocupação está diretamente ligada à do contador, ele deve seguir o mesmo código que, em seu artigo 2o – alínea II, orienta:

guardar sigilo sobre o que souber em razão do exer-

cício profissional lícito, inclusive no âmbito do servi-

ço público, ressalvados os casos previstos em lei ou

quando solicitado por autoridades competentes,

entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade.

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Código de ética

profissional do contador. 9. ed. São Paulo: CRC-SP, 2011. Disponível em: <http://www.crcsp.org.br/portal_novo/publicacoes/manuais_pmes/conteudo/07.pdf>.

Acesso em: 8 abr. 2015.

É imprescindível, ainda, gostar de matemática e ter facilidade no preenchimento de planilhas eletrônicas, pois essa ocupação se caracteriza essencialmente pelos planejamentos e cálculos. Contudo, apesar de se uti-lizar das operações matemáticas e de uns poucos cál-culos avançados de ordem financeira, a Contabilidade é considerada uma ciência social, pois se encarrega de estudar e analisar as alterações existentes no patri-mônio de uma empresa, assim como tudo aquilo que pode acarretar essas mudanças, seja de ordem quan-titativa ou qualitativa.

Como, para desempenhar suas funções, o auxiliar de contabilidade precisará utilizar computadores, é impor-tante que procure conhecer certos elementos. Programas de computador, principalmente os referentes ao proces-samento de planilhas, e alguns sistemas de contabilidade são usados pelos contadores para o registro das transações comerciais das empresas.

Para saber mais a respeito, consulte a Resolução nº 1.307/2010, do Conselho

Federal de Contabilidade, que trata do código de ética profissional do contador. Disponível em: <http://

www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucaocfc1307_2010.

htm>. Acesso em: 8 abr. 2015.

68 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

É preciso saber usar também a calculadora, se possível a financeira, e se aprofundar em cálculos matemáticos.

O auxiliar de contabilidade analisa e registra, em sistema próprio de contabilidade, as despesas e pagamentos das empresas; faz o preenchimento de relatórios, planilhas e guias de recolhimento; realiza a escrituração de livros fiscais, a apuração de im-postos e a declaração do Imposto de Renda; registra e arquiva os documentos para eventuais consultas etc.

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Revendo saberes anteriores

Nas próximas unidades, você verá com detalhes cada um dos aspectos da ocupação de auxiliar de contabilidade. Todavia, é importante que identifique os vários conhe-cimentos, experiências e percepções que tem sobre o assunto.

Existem muitas coisas que fazemos, mas às quais não damos valor porque fazem parte de nosso cotidiano e não as percebemos como conhecimentos. É o caso, por exemplo, de “demonstrar iniciativa”, uma das qualificações listadas na CBO para auxiliar de contabilidade. Consegue se lembrar de alguma situação, seja no trabalho ou em casa, em que você mostrou iniciativa?

Pensou em várias ocasiões? Sua tarefa, agora, será a de, com a ajuda de seus colegas de curso, resgatar seus conhecimentos e dar a eles o devido valor.

Atividade 1 sua história

1. Formem duplas para esta atividade, de preferência com alguém que ainda não conheçam, e digam um ao outro sua história de vida. Aquele que está ouvindo deve registrar os pontos que considerar importantes da história do colega.

• Procurem ser bem detalhistas sobre a infância, os estudos, os trabalhos, os “bicos”, as atividades do dia a dia, os momentos de lazer etc.

• Falem de suas atitudes, hábitos, o que gostam ou não de fazer, e assim por diante.

• Vocês terão 30 minutos para realizar esta atividade.

2. O quadro a seguir deve ser preenchido pela dupla, com base nas anotações feitas.

Fatos importantes Minhas características

Brincadeiras de infância

Estudos formais

Cursos feitos

Experiências de trabalho

Experiências de vida

Coisas que sei

Coisas que aprendi

70 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Os próximos quadros devem ser preenchidos individualmente, pois cada um vai analisar seus saberes com base naqueles necessários à ocupação de auxiliar de con-tabilidade, segundo a CBO. Basta fazer um “X” na coluna que corresponde a sua escolha.

Escolarização e formação/experiência profissional Sim Não Cursando

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Curso de qualificação profissional

Outras exigências da ocupação de auxiliar de contabilidade

Já domino

Em processo

Preciso aprimorar

Preciso aprender

Buscar autodesenvolvimento

Desenvolver raciocínio lógico e habilidade em cálculos

Saber consultar normas e procedimentos

Conhecer a legislação trabalhista

Utilizar recursos de informática

Saber utilizar telefone, fax, email e intranet

Demonstrar capacidade de participação

Saber trabalhar em equipe

Falar de maneira clara, ágil e objetiva

Expressar-se de forma oral e escrita

Demonstrar autonomia e iniciativa

Ser ético e respeitoso

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Atividade 2 hora da leitura

Leia a poesia a seguir, que Zuli Rago (1956-) escreveu no final do ano de 2012.

Contabilidade

Todos os dias,

De manhã,

Minha vida é pesada,

Meu tempo é medido,

Meus dias são contados,

Algumas dívidas são pagas,

Muitas perdoadas,

Outras esquecidas...

RAGO, Zuli. Contabilidade. Disponível em: <https://rarasideias.wordpress.com/tag/zuli/page/2>. Acesso em: 8 abr. 2015.

1. Para você, o que significa pesar uma vida? E medir o tempo?

72 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

2. Como você acha que o autor do poema faz essa contabilidade? Ele usa calcula-dora, papel e lápis ou só faz isso em pensamento?

3. Sua vida também é contabilizada assim? Quando? Por quem?

4. O poeta diz que algumas dívidas são pagas e outras, perdoadas ou esquecidas. Que tipo de dívida você acha que é paga? E quais são perdoadas ou esquecidas? Por quê?

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Atividade 3 alguns ConCeitos e doCumentos Contábeis

Em pequenos grupos, discutam e respondam às questões a seguir.

1. O que vocês acham que é um Livro Caixa? Para que ele serve?

2. Se vocês fossem registrar os valores recebidos por uma família e os valores gastos por ela, como fariam?

74 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Esta Unidade abordou o mercado de trabalho específico para a ocupação que você escolheu. O assunto é bem mais amplo, mas, no decorrer do curso, você verá que não é tão difícil quanto parece.

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Segurança do trabalhoVocê já reparou que ao nosso redor existe uma variedade de símbolos e sinais e que muitos deles estão relacionados a nossa saúde, segurança e também a normas de convivência que se fundamentam em leis?

Nas ruas, nos deparamos a todo momento com placas e sinais orientadores do trânsito, avisando o que é permitido e o que é proibido, alertando para locais prioritários a idosos, gestantes, deficientes etc.

Em escolas, hospitais, lojas, farmácias e prédios públicos, encon-tramos sinais ou avisos como: “Proibido fumar”; “Cuidado com o piso molhado”; “Em caso de incêndio não use o elevador”; “Escada”; “Silêncio”; “Não buzine”; “Respeite a fila”; “Respeite a faixa de segurança” etc.

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A linguagem não verbal

Quando se fala em linguagem, é comum pensar no uso das palavras ditas ou escri-tas, a chamada linguagem verbal. No entanto, a comunicação humana não se re-sume apenas à utilização de palavras. O ser humano utiliza também a linguagem não verbal, ou seja, a linguagem pautada em recursos como: sinais, símbolos, sons, gestos, imagens, fotografias, pinturas, esculturas etc.

Os símbolos e sinais citados fazem parte desse tipo de linguagem.

Atividade 1 linguagem não verbal

Em pequenos grupos, troquem ideias sobre sinais ou avisos que já tenham visto e que se relacionam a saúde, segurança e prevenção de acidentes. A seguir, preencham o quadro com dez desses sinais e avisos. Marquem um “X” nas colunas correspon-dentes aos locais nos quais viram os sinais ou avisos que listaram.

Sinais ou avisos Para que servem

Locais onde podem ser encontrados

Empresas Ruas Hospitais

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Sinais ou avisos Para que servem

Locais onde podem ser encontrados

Empresas Ruas Hospitais

Ao terminarem a atividade, seria interessante que compartilhassem com os colegas os sinais e avisos que lembraram. A turma poderá compor uma lista muito maior, que evidenciará quanto a questão da prevenção de acidentes e respeito à saúde está presente em nossa vida e como tem ganhado espaço na sociedade em que vivemos.

Atividade 2 observação de fotografias

1. Observe atentamente a fotografia e responda às questões a seguir.

a) Você já tinha visto essa fotografia?

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b) Em sua opinião, que tipo de trabalho esses homens que aparecem na imagem realizavam?

c) O que será que eles faziam no momento da foto?

d) Onde esses homens estão? Onde estão sentados? Quais elementos podem “com-provar” suas hipóteses?

e) Que título você daria a essa fotografia?

2. Agora, observe essa outra fotografia e responda às questões apresentadas.

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a) Que idade você imagina que a pessoa da foto tem?

b) A fotografia é atual? Quais evidências podem confirmar sua hipótese?

c) Se a imagem fosse atual, quais leis trabalhistas estariam sendo desrespeitadas? Para isso, acione os conhecimentos que você já tem sobre o assunto.

d) Agora, discuta com o colega ao lado suas respostas e as dele. Suas ideias são iguais ou parecidas? Seu colega apresentou algum aspecto diferente do seu? Você con-corda com ele?

3. Leia, agora, a história das duas fotos e volte a elas para analisá-las com um novo olhar.

80 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

A primeira fotografia é uma imagem clássica e conhecida mundialmente. Trata-se de Lunch atop a skyscraper [Almoço no topo de um arranha-céu], atribuída a Char-les C. Ebbets (1905-1978) e tirada em 1932. Ela mostra um grupo de operários da construção civil almoçando em condições de segurança precárias e inadmissíveis nos dias de hoje. A composição, com o belo cenário de Nova Iorque ao fundo e as curiosas condições capturadas, torna essa fotografia uma obra de arte.

A imagem é polêmica, pois há quem diga que é uma montagem, parte de uma jogada de marketing publicitário para divulgar a construção do Rockefeller Center. Tirada no 69o andar de um dos prédios, ela foi publicada com outras imagens em um suplemento dominical do jornal New York Herald Tribune. Observe que os operários não usam cinto de segurança e não portam capacete, o que tornaria fatal qualquer queda.

A segunda fotografia, um dos mais importantes documentos historiográficos da época, mostra uma garota em linha de produção da indústria têxtil Cheney Silk Mills, localizada em Manchester do Sul, no Estado de Connecticut, em 1924. A fotografia foi tirada por Lewis Hine (1874-1940) e está na Biblioteca do Con-gresso Nacional dos Estados Unidos.

No começo do século XX (20), as crianças compunham boa parcela da mão de obra industrial nos EUA. O sociólogo estadunidense Lewis Hine encontrou na fotografia sua forma de denunciar as mazelas do trabalho infantil. Entre 1908 e 1924, Hine produziu vasto material sobre a vida das crianças estadunidenses.

4. Para finalizar a atividade, converse com seus colegas sobre as fotografias, expon-do suas ideias e comparando as informações. Em seguida, anote os motivos que levam às ocorrências de acidentes de trabalho e o papel da legislação para a prevenção desses acidentes.

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 81

Responsabilidade nos cuidados a tomar no ambiente de trabalho

É fato que em todos os lugares estamos sujeitos a sofrer acidentes. Você deve conhecer pessoas que já se aciden-taram em casa, nas ruas, no local de trabalho, nas estra-das, não é mesmo?

Quando um acidente acontece, é muito comum atribuir a causa à própria pessoa, que foi descuidada, ao local que está malcuidado ou, ainda, a uma falha mecânica nos equipamentos. Enfim, procura-se sempre o culpado do acidente, mas, geralmente, esquece-se de pensar em como ele poderia ter sido evitado, no que poderia ter sido feito para tornar aquelas condições mais seguras.

Veja o que diz Leonardo Boff (1938-), teólogo, escritor e professor universitário, sobre esse assunto:

O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado.

Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto,

abrange mais que um momento de atenção [...]. Repre-

senta uma atitude de ocupação, preocupação, de res-

ponsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.

BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. 18. ed. Petrópolis:

Vozes, 2012. p. 37.

No Brasil, existem leis que regulamentam os direitos e deveres dos trabalhadores. Elas fazem parte do Decreto-lei federal nº 5.452, de 1º de maio de 1943, que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A CLT garante que condições degradantes e de exploração não mais ocorram. Em seu artigo 403, por exemplo, proíbe o trabalho a me-nores de 16 anos de idade, com exceção do trabalho na condição de aprendiz, que pode ocorrer a partir dos 14 anos.

Normalmente, a questão de segurança do local de tra-balho é responsabilidade da própria empresa, do empre-gador. As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipa) cuidam também da segurança, pois a legislação trabalhista assim o determina.

Toda empresa com mais de 20 empregados deve ter uma Cipa,

formada por trabalhadores eleitos pelos colegas. Você pode se

aprofundar no assunto consultando o Caderno do Trabalhador 5 – Conteúdos Gerais – “Saúde e

segurança no trabalho”. Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.br>. Acesso

em: 8 abr. 2015.

82 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Mas e o trabalhador?

Ele precisa ser cuidadoso e observar todas as normas de segurança. Tem de cuidar de si e dos outros.

Pode-se afirmar, então, que, para evitar acidentes, pelo menos três aspectos precisam ser observados:

• o local de trabalho;

• os equipamentos;

• as pessoas.

O local de trabalho

Se o empregado realiza seu trabalho em um local sem a segurança necessária para os profissionais, isto é, equi-pamentos e instalações adequadas, pode-se dizer que está em um ambiente de risco, em uma condição insegura de trabalho. Algumas medidas podem tornar o local de trabalho mais seguro.

• Sinalização de segurança: existe uma norma que determina quais cores devem ser usadas na segurança do trabalho. É a Norma Regulamentadora no 26, estabelecida pelas portarias GM no 3.214/78 e SIT no 229/11. Dessa forma, o uso das cores passa a ser unificado em todos os estabelecimentos:

26.1 Cor na segurança do trabalho

26.1.1 Devem ser adotadas cores para

segurança em estabelecimentos ou

locais de trabalho, a fim de indicar e

advertir acerca dos riscos existentes.

26.1.2 As cores utilizadas nos locais de

trabalho para identificar os equipamen-

tos de segurança, delimitar áreas, iden-

tificar tubulações empregadas para a

Você sabia?O Ministério do Trabalho e Emprego determina, por meio de portarias, algumas normas regu-lamentadoras (NR), com a finalidade de estabele-cer parâmetros para as condições de trabalho e também a prevenção de acidentes. Se quiser sa-ber mais a respeito de alguma NR, visite o site: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regu lamentadoras-1.htm>. Acesso em: 8 abr. 2015.

Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 83

condução de líquidos e gases e advertir contra riscos, devem atender

ao disposto nas normas técnicas oficiais.

26.1.3 A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas

de prevenção de acidentes.

26.1.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não

ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 26. Sinalização de segurança. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C

816A31190C1601312A0E15B61810/nr_26.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2015.

• Prevenção e combate a incêndios: o ideal é que nunca ocorra um incêndio no ambiente de trabalho. Entretanto, é preciso saber evitar que o fogo se inicie e, caso isso não seja possível, é necessário saber combatê-lo com rapidez e eficiência. Em geral, os incêndios têm seu princípio em pequenos focos que, se forem con-trolados, podem evitar acidentes maiores.

Em seu ambiente de trabalho, você poderá encontrar alguns símbolos com infor-mações quanto a risco de incêndio. Normalmente, essa sinalização é composta por informações de proibição, de alerta, de orientação e salvamento e de equipamentos.

Veja alguns desses símbolos no quadro a seguir.

1. Sinalização de proibição

Código 1

Proibido fumar

Código 2

Proibido produzir chama

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1. Sinalização de proibição

Código 3

Proibido utilizar água para apagar o fogo

Código 4

Proibido utilizar elevador em caso de incêndio

2. Sinalização de alerta

Código 5

Alerta geral

Código 6

Cuidado, risco de incêndio

Código 7

Cuidado, risco de explosão

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2. Sinalização de alerta

Código 8

Cuidado, risco de corrosão

Código 9

Cuidado, risco de choque elétrico

3. Sinalização de orientação e salvamento

Código 12

Saída de emergência

Código 13

Saída de emergência

Código 14

Saída de emergência

Código 15

Saída de emergência

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3. Sinalização de orientação e salvamento

Código 16

Escada de emergência

4. Sinalização de equipamentos

Código 22

Telefone ou interfone de emergência

Código 23

Extintor de incêndio

Código 24

Mangotinho

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4. Sinalização de equipamentos

Código 25

Abrigo de mangueira e hidrante

Código 26

Hidrante de incêndio

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13434-2. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

Classes de incêndio, métodos de extinção e extintores

Classe e símbolo Tipo de material Exemplos Método de extinção Extintores

Sólidos que queimam e deixam resíduos

Madeira, papel, tecidos, borracha, carvão

Resfriamento

Água, espuma química e espuma mecânica

Líquidos que queimam e não deixam resíduos

Gasolina, álcool, diesel, tíner, tinta, graxa, acetona

Abafamento

Gás carbônico, pó químico seco, espuma mecânica

Elétricos que estão ligados a uma rede elétrica

Quadros de distribuição, equipamentos elétricos, fios sob tensão

Abafamento Gás carbônico, pó químico seco

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88 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

Classes de incêndio, métodos de extinção e extintores

Classe e símbolo Tipo de material Exemplos Método de extinção Extintores

Metais pirofóricos

Magnésio, zircônio, titânio, alumínio em pó, antimônio

Abafamento Pó químico seco especial

Materiais radioativos

Césio, urânio, cobalto, tório, rádio

Acionar Corpo de Bombeiros: 193

Gordura animal e óleo vegetal em estado líquido ou sólido

Óleo de cozinha comercial e industrial

Abafamento Base alcalina

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.

Brasília: Sest/Senat, 2011.

Os equipamentos

Os equipamentos de proteção podem ser de uso coletivo ou individual.

• Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) são aqueles já instalados nos locais de trabalho, como barreira de proteção contra luminosidade e radiação, extintores de incêndio, hidrantes, fusíveis etc., e visam proteger tanto os funcio-nários como a empresa.

• Os equipamentos de proteção individual (EPI) são aqueles fornecidos aos funcionários para sua proteção individual. São de uso obrigatório quando estive-rem em qualquer situação ou local que possa oferecer risco à sua saúde.

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Em grande parte das empresas, o auxiliar de contabilidade não necessita fazer uso desses equipamentos. Sua atividade profissional, porém, também merece cuidados, principalmente no que se refere à questão da ergonomia.

Pessoas que trabalham muito tempo sentadas e diante do computador podem contrair Lesões por Esforços Repetitivos, conhecidas como LER, ou Distúrbios Osteomuscula-res Relacionados ao Trabalho (Dort). Muitas vezes, eles são causados pela repetição de um movimento ou por posturas inadequadas mantidas durante muito tempo, por trabalhos em condições impróprias, pela utilização de móveis inapropriados etc.

A Norma Regulamentadora no 17 busca minimizar esses problemas, tratando espe-cificamente de ergonomia. No primeiro parágrafo lê-se:

17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que

permitam a adaptação das condições de trabalho às características

psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um má-

ximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 17. Ergonomia. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/

FF8080812BE914E6012BEFBAD7064803/nr_17.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2015.

Essa norma destina-se a todo tipo de empresa e de trabalhadores, não sendo espe-cífica para auxiliares de contabilidade. Entretanto, alguns de seus itens estabelecem parâmetros que favorecem a melhoria do posto de trabalho para os integrantes dessa ocupação.

Veja, a seguir, alguns exemplos desses parâmetros, lembrando que é necessário ve-rificar cada local e cada tipo de atividade para selecionar aqueles que atendem às condições específicas do trabalho exercido:

• adaptar os móveis nos postos de trabalho para que os trabalhadores mantenham a postura correta e tenham boa visualização da atividade a ser executada;

• oferecer assentos confortáveis e adequados para proteger a região lombar, bem como suporte para os pés, para os trabalhadores que exercem suas atividades sentados;

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90 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

• para os trabalhadores que realizam suas atividades de pé, oferecer pausas e dispor assentos para descanso;

• nos postos de trabalho, fornecer equipamentos ade-quados às necessidades das tarefas a serem executadas, tais como: iluminação para leitura ou digitação; su-porte para sustentar os documentos, evitando movi-mentação irregular ou fadiga visual; impressão em papel adequado; posicionamento correto de teclado e monitor; e ajuste livre de sua movimentação;

• manter condições ambientais de trabalho adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e às características da atividade, tais como: salas com isolamento acústico, temperatura e umidade adequadas para trabalhos que requerem concentração e atenção intelectual dos trabalhadores;

• para os trabalhadores que exercem atividades que exi-jam sobrecarga muscular estática ou dinâmica de pes-coço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, é recomendável um sistema de avaliação de desempe-nho para efeito de remuneração e vantagens sempre e quando o trabalho repercutir sobre sua saúde;

• nas atividades de processamento eletrônico de dados, não promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhado-res, baseando-se no número individual de toques sobre o teclado, para efeito de remuneração e vantagens de qual-quer espécie; o tempo de entrada de dados não deve ul-trapassar 5 horas e deve haver pausas de, pelo menos, 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados.

As pessoas

Para que os acidentes não ocorram, não basta haver locais seguros e equipamentos adequados. É fundamental que os trabalhadores estejam capacitados, orientados e aptos para o desenvolvimento das funções que lhes competem.

Esses são apenas alguns exemplos em que se observa preocupação com

a saúde do trabalhador, mas você pode consultar mais a respeito no site

do MTE: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E

6012BEFBAD7064803/nr_17.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2015.

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No caso de auxiliares de contabilidade, que trabalham muito tempo sentados e diante do computador, é importante atentar para a correta postura ergonômica:

• o topo da tela do computador deve ficar ao nível dos olhos e sua distância em re-lação a eles deve ser por volta de 45 cm a 70 cm, ou seja, a distância de um braço;

• os ombros e braços devem ficar de forma relaxada, enquanto a cabeça e o pescoço devem ficar retos em relação à tela e ao corpo;

• as costas precisam estar apoiadas no encosto da cadeira; se for necessário, colocar um suporte para que isso aconteça;

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1 – Linha de visão horizontal na postura ereta

3 – Campo de visão para leitura do vídeo4 – Apoio dos punhos5 – Apoio dos braços6 – Regulagem da altura do monitor7 – Ângulo formado entre o braço e o antebraço próximo a 90°8 – Ajuste do encosto9 – Apoio para os pés10 – Regulagem da altura do assento

2 – Regulagem do ângulo vertical do monitor (antirre�exo)

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• o punho deve estar em posição neutra em relação ao teclado, ou seja, a altura da cadeira ou do apoio do teclado precisa estar de forma a garantir que o antebraço, os punhos e as mãos fiquem retos;

• o mouse deve ficar na mesma altura do teclado;

• ao mesmo tempo, o cotovelo deve ficar junto ao corpo e não esticado para a frente ou para trás. De preferência, a cadeira deve ter apoio para o braço, na altura do cotovelo;

• as pernas precisam ficar retas, fazendo um ângulo um pouco maior que 90° com o quadril, isto é, um pouco inclinadas em relação a ele;

• a dobra do joelho não deve ficar rente ao assento, e sim manter uma pequena distância da cadeira;

• por fim, os pés devem ficar apoiados no chão ou em um descanso para os pés.

Outra coisa muito importante é fazer alguns intervalos. Se possível, em certos mo-mentos, realize exercícios de relaxamento ou alongamento dos músculos, como:

• inclinar a cabeça para um lado e para o outro, puxando-a com uma das mãos, enquanto o outro braço é mantido estendido para baixo;

• juntar as mãos abertas, dedo com dedo, e movimentá-las para baixo;

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Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 93

• em pé, realizar movimentos giratórios com os ombros, para a frente e para trás;

• com uma das mãos, puxar o cotovelo para trás, até sentir que a musculatura do braço se alongou. Repetir o movimento para o outro lado;

• girar as mãos em círculos, primeiro para um lado e depois para o outro;

• com a palma de uma das mãos, esticar os dedos da outra mão para trás e mantê--los assim por alguns segundos; repetir o movimento com a outra mão;

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94 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

• com o auxílio da outra mão e os braços esticados, dobrar o punho para baixo; repetir o movimento com o outro braço;

• inclinar a cabeça para a frente, para um lado, para trás e, finalmente, para o outro lado, como se a estivesse rodando.

Penalidades trabalhistas

Todo trabalho implica responsabilidades, inclusive legais, podendo até mesmo in-cidir na severidade das punições previstas por lei, caso não sejam observadas. Veja alguns exemplos:

• Responsabilidade Civil – art. 3 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.”

BRASIL. Decreto-lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657compilado.htm>. Acesso em: 8 abr. 2015.

• Código Penal – art. 21: “O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei federal no 7.209, de 11 de julho de 1984).”

BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em: 8 abr. 2015.

O que se quer dizer aqui é que ninguém pode alegar o desconhecimento da lei para justificar um ato ilícito.

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Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 95

Existem penalidades previstas na CLT para o caso de não uso dos equipamentos de proteção individual, sendo que, se isso ocorrer, tanto o empregador como o empre-gado serão penalizados.

• Empregador: se o funcionário não usar EPI quando for necessário, a empresa poderá ser multada ou mesmo interditada (art. 166 da CLT).

• Empregado: se for constatada a falta de uso do EPI em situações que dele neces-sitam, o empregado poderá ser advertido oralmente ou por escrito na primeira vez. Em caso de reincidência, será demitido por justa causa (art. 482 da CLT).

Atividade 3análise de uma Charge

Observe a charge e leia o texto a seguir, procurando estabelecer uma relação entre os dois.

SOMEPESS

AUTOR

NORMAS DE SEGURANÇA NO LOCAL DE TRABALHOAVISO

ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SEGURANÇA E SAÚDE

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Tradução: Eloisa Tavares.

96 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão Au x i l i A r d e Co n t A b i l i d A d e 1

As qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço que nos

impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e o que faze-

mos. Este esforço, o de diminuir a distância entre o discurso e a prá-

tica, é já uma dessas virtudes indispensáveis – a da coerência.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 65.

1. Escreva, nas linhas a seguir, sobre a importância da coerência, do cuidado e do exemplo nas atitudes e ações das pessoas, quando se trata da segurança e da prevenção de acidentes no trabalho.

2. Reúna-se com mais três colegas e compare sua resposta com a deles. Discutam e registrem as conclusões do grupo.

Nesta Unidade, você se apropriou de algumas normas que tratam de ergonomia e segurança do trabalho. Assim, finalizamos o Caderno 1. No próximo Caderno, você estudará conteúdos específicos da área de Contabilidade.

v i a r á p i d a e m p r e g o

A história da Contabilidade

Mercado de trabalho

A ocupação de auxiliar de contabilidade

Segurança do trabalho

www.viarapida.sp.gov.br

Sum á ri o

Unidade 5 9

Noções básicas de coNtabilidade

Unidade 6 25

ProcedimeNtos coNtábeis básicos

Unidade 7 49

método de escrituração

Unidade 8 65

demoNstrações fiNaNceiras

Unidade 9 75

documeNtos coNtábeis

Unidade 10 85

iNgresso No mercado de trabalho

Unidade 1189

reveNdo seus coNhecimeNtos

FICHA CATALOGRÁFICATatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262

São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Via Rápida Emprego: administração: auxiliar de contabilidade, v.2. São Paulo: SDECTI, 2015.

il. - - (Série Arco Ocupacional Administração)

ISBN: 978-85-8312-181-7 (Impresso) 978-85-8312-180-0 (Digital)

1. Ensino Profissionalizante 2. Administração – Qualificação Técnica 3. Auxiliar de Contabilidade – Mercado de Trabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação II. Título III. Série.

CDD: 657.092

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 9

unida d e 5

Noções básicas de ContabilidadeComo já visto na primeira Unidade do Caderno 1, Contabili-dade é uma ciência que tem como objetivo acompanhar, ana-lisar e registrar toda a movimentação ocorrida no patrimônio, seja ele de pessoa física (individual) ou de pessoa jurídica (em-presa, instituição ou associação).

Com base na análise da movimentação financeira da pessoa ou da entidade, que é sua contabilidade, é possível perceber se estão tendo lucro ou prejuízo.

Para garantir a seriedade na prática contábil, foram estabelecidas algumas regras e princípios.

No Brasil, a Resolução no 750/1993, do Conselho Fe-deral de Contabilidade (CFC), estabeleceu parâmetros que condensaram todos os postulados, princípios e con-venções já existentes. Com o passar dos anos, várias outras resoluções promoveram algumas alterações em sua redação, sendo que a última atualização ocorreu em 2010 por meio da Resolução no 1.282/2010. Os Princí-pios da Contabilidade então apresentados podem ser resumidos em:

• Princípio da Entidade: Art. 4o [...] reconhece o patri-mônio como objeto da Contabilidade e afirma a au-tonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patri-mônios existentes [...]. [O] patrimônio não se con-funde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único – O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. [...]

Você pode acessar os Princípios da Contabilidade na íntegra no seguinte endereço eletrônico:

<http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_750.doc>. Acesso em:

9 abr. 2015.

10 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

• Princípio da Continuidade: Art. 5o [...] a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimô-nio levam em conta esta circunstância. [...]

• Princípio da Oportunidade: Art. 6o [...] refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. [...]

• Princípio do Registro pelo Valor Original: Art. 7o [...] determina que os compo-nentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. § 1o As [...] bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, [como a atua-lização monetária].

• Princípio da Competência: Art. 9o [...] determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independente-mente do recebimento ou pagamento. [...]

• Princípio da Prudência: Art. 10 [...] determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Páragrafo único [...] precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que os ativos e as receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados [...].

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução no 750/1993. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_750.doc>. Acesso em: 9 abr. 2015.

Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)

Trata-se de um comitê criado pela Resolução CFC no 1.055/2005, com a finalidade de estudar, preparar e emitir pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de contabilidade.

Fazem parte desse comitê várias associações contábeis, que procuram interpretar e fornecer orientações às empresas, para garantir a possibilidade de convergência in-ternacional das normas contábeis e a centralização na emissão de normas e proces-sos democráticos na produção dessas informações.

Desde sua criação, vários documentos já foram aprovados, divulgados e, em sua maioria, seguidos pelos contadores na hora de realizar os procedimentos contábeis.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 11

Elencamos alguns deles para que você possa se familia-rizar a respeito:

• documento CPC 16, aprovado em 8 de maio de 2009, refere-se aos estoques. Nesse documento, descrevem-se, entre outros itens, as formas como se devem avaliar os diversos tipos de estoques: aqueles adquiridos para re-venda, os mantidos para consumo, utilização industrial ou prestação de serviços, estoques em processamento e aqueles referentes a produtos acabados, prontos para a venda;

• documento CPC 03, aprovado em 3 de setembro de 2010, refere-se à Demonstração dos Fluxos de Caixa. Nesse documento, descreve-se, entre outros itens, a importância de exigir que todas as entidades apresen-tem uma demonstração de fluxos de caixa, sendo que esta deve conter os fluxos de caixa durante o período, classificando-os por atividades operacionais, de inves-timento e de financiamento;

• documento CPC 33, aprovado em 7 de dezembro de 2012, refere-se aos benefícios a empregados. O documen-to descreve, entre outros itens, o modo de contabilizar e divulgar os benefícios concedidos aos empregados. Rela-ta que a entidade deve considerar os benefícios de dois modos: a) como passivo, se o empregado prestar o servi-ço em troca dos benefícios a serem pagos no futuro; e b) como despesa, se a entidade é beneficiada economica-mente pelo serviço.

Fonte: COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamentos. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/

Documentos-Emitidos/Pronunciamentos>. Acesso em: 9 abr. 2015.

Atividade 1Revisão de algumas noções de

contabilidade

Reveja os tópicos apresentados até o momento, resol-vendo algumas questões relacionadas a esse tema.

Para saber sobre outros pronunciamentos relevantes à

adequação das normas da contabilidade brasileira aos padrões

internacionais, consulte o site do CFC. Disponível em: <http://www.

cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos>. Acesso

em: 9 abr. 2015.

12 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

1. O Princípio que rege a prática contábil e afirma que não se deve confundir o patrimônio particular de proprietários e sócios de uma instituição com aquele que pertence à entidade refere-se ao:

a) Princípio de Competência

b) Princípio de Oportunidade

c) Princípio de Entidade

d) Princípio de Prudência

2. Numa transação comercial em que se considera o patrimônio das duas entidades envolvidas, deve-se registrar o valor de um terreno pertencente a uma delas, considerando o preço pago no momento de sua aquisição e em moeda nacional e não o valor que ele pode valer no momento da transação. Essa afirmação cor-responde a qual dos Princípios da Contabilidade?

a) Princípio de Prudência

b) Princípio do Registro pelo Valor Original

c) Princípio da Oportunidade

d) Princípio de Competência

3. A mutação do patrimônio faz parte da natureza da riqueza. Essa mutação corresponde à dinâmica dos fatos patrimoniais e é uma sucessão de fenôme-nos estáticos. Portanto, é na satisfação das necessidades pelos meios patrimo-niais através das funções desempenhadas pelos componentes patrimoniais agrupadas em sistemas que ocorre a mutação patrimonial, podendo ser per-mutativa (quando não há alteração da massa patrimonial, havendo apenas uma circulação entre os componentes patrimoniais), modificativa (altera a massa patrimonial, para mais ou para menos) e mista (quando ocorrem, si-multaneamente, os fatos permutativos e modificativos).

O Princípio da Contabilidade que pode mensurar e apresentar os componentes patrimoniais com integridade e confiabilidade a respeito da informação é o:

a) Princípio da Continuidade

b) Princípio da Entidade

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 13

c) Princípio da Oportunidade

d) Princípio de Competência

4. Julgue as questões abaixo: Certo (C) ou Errado (E).

Os princípios fundamentais da contabilidade representam a essência das dou-trinas e teorias relativas à ciência da contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional brasileiros. Concernem, pois, à contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. Relativamente a esse assunto, julgue os itens a seguir.

a) De acordo com o princípio da competência, considera-se realizada uma despesa quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior.

b) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devam ser feitas estimativas que en-volvam incertezas de grau variável.

c) Como resultado da observância do princípio da oportunidade, o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

d) A receita de serviços deve sempre ser reconhecida de forma proporcional ao re-cebimento das parcelas contratuais.

e) A suspensão das atividades de uma entidade pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIãO (TCU). Concurso público para o cargo de analista de finanças e controle externo. Cespe-UnB, 1998. Disponível em: <http://www.tcu.gov.br/isc/

concursos/provas/tcu_afce_1998.pdf>. Acesso em: 9 abr. 2015.

Patrimônio

Entende-se como patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade, seja ela física ou jurídica.

14 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

• Bens: são as coisas concretas, aquelas que estão de posse de uma pessoa ou empresa, como dinheiro, mó-veis, imóveis etc.

• Direitos: são os valores que pertencem à pessoa ou à empresa, mas estão, momentaneamente, de posse de outra. Por exemplo, se você empresta dinheiro a prazo, você tem o direito de recebê-lo, isto é, ele é seu de direito, mas você não tem a posse.

• Obrigações: são as contas a pagar e as dívidas contra-ídas. Se você contraiu um empréstimo bancário, é um “direito” do banco receber o pagamento correspon-dente e é sua “obrigação” pagar.

O patrimônio varia constantemente, devido às ocorrên-cias diárias, como compras, pagamentos, recebimentos etc. É por meio do registro contábil desses acontecimen-tos que fica possível acompanhar sua oscilação.

Atividade 2exeRcitando o conceito de patRimônio

Analise cada um dos itens a seguir e assinale com um “X” na coluna correspondente.

Itens Bens Direitos Obrigações

A empresa A tem cinco computadores

João tem um empréstimo de R$ 5 000,00

Maria comprou um micro-ondas a prazo

Antônio emprestou R$ 30 000,00 para seu primo

A empresa B vendeu um apartamento a prazo

A empresa X possui uma frota de carros

O que diferencia bens de direito é que o primeiro diz respeito

àquilo que a empresa possui, e o segundo, a valores que

estão, momentaneamente, em posse de terceiros.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 15

Balanço patrimonial

É um demonstrativo no qual todos os itens do patrimônio – bens, direitos e obrigações de uma pessoa ou entidade –, em determinado momento, são evidenciados. Em contabilidade, usa-se o termo conta para denominar esses acontecimentos, sendo que para cada tipo de evento é criada uma conta específica. Elas são classificadas em Contas Patrimoniais, que dizem respeito aos bens, direitos, obrigações ou patrimônio líquido, e Contas de Resultado, que, como o próprio nome diz, demonstram a con-sequência da movimentação contábil. São as despesas (passivo) e as receitas (ativo).

Assim, na Conta de Despesas, podemos encontrar: gastos bancários; contas de consumo da empresa – luz, água, aluguel, telefone etc.; salários e encargos; materiais de almoxarifado e de limpeza; impostos, juros bancários e descontos concedidos; gastos com o cafezinho dos funcionários; enfim, todos os gastos feitos pela entida-de. Por sua vez, vendas de mercadorias, descontos obtidos, juros ou aluguéis ativos, receitas obtidas em troca de serviços etc. entram na Conta de Receitas.

A fim de uniformizar os registros contábeis e possibilitar o balanço patrimonial, cada empresa estipula seu plano de contas, considerando não só esse tipo de classi-ficação das contas, mas também os Princípios da Contabilidade, suas normas legais e a legislação específica do ramo da entidade.

A expressão balanço patrimonial tem origem no conceito de equilíbrio entre o ativo e o passivo das entidades, ou seja, o patrimônio está em equilíbrio e pode ser representado por uma balança de dois pratos.

AtivoPassivo +

Patrimôniolíquido

O equilíbrio patrimonial implica em afirmar que o

Ativo

SEMPREserá igual

ao Passivo mais o Patrimônio líquido.

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16 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Para melhor organização, o balanço é apresentado em forma de tabela e separado em ativo sempre do lado esquerdo e passivo mais patrimônio líquido do lado direi-to, pois assim se convencionou, tornando-se um padrão internacional.

• Ativo: é o conjunto de bens e direitos. Deve ser mensurável e gerar benefícios econômicos momentâneos (ativo circulante) ou futuros (ativo não circulante).

• Passivo: representa obrigações e deveres momentâneos (passivo circulante) ou futuros (passivo não circulante).

Além disso, o passivo é formado pelas obrigações que podem ser reclamadas por terceiros, tanto no presente (obrigações a curto prazo) como no futuro (obrigações a longo prazo).

Já o patrimônio líquido é formado pelo capital inicial dos proprietários mais o lucro obtido no período em que é incorporado ao capital da empresa. É importan-te ficar claro que o “lucro” não investido, isto é, aquele retirado pelos proprietários a título de “salário”, entra em obrigações, ou seja, no passivo exigível.

Para melhor entendimento, observe a tabela composta com os dados a seguir:

1. Aluguel a receber do apartamento = R$ 600,00.

2. Computador = R$ 900,00.

3. Compras com cartão de crédito = R$ 350,00.

4. Dinheiro em conta bancária = R$ 200,00.

5. Carro = R$ 10 000,00.

6. Dívida de financiamento do carro = R$ 5 500,00.

7. Dívida de empréstimo a pagar para a irmã = R$ 150,00.

Ativo (bens e direitos) – (R$) Passivo (obrigações e deveres) – (R$)

Aluguel a receber do apartamento 600,00 Compras com cartão

de crédito 350,00

Computador 900,00Dívida de financiamento do carro

5 500,00

Dinheiro em conta bancária 200,00 Dívida de empréstimo

a pagar para a irmã 150,00

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Ativo (bens e direitos) – (R$) Passivo (obrigações e deveres) – (R$)

Carro 10 000,00

Total 11 700,00 Total 6 000,00

A diferença entre o ativo e o passivo resulta no patrimô-nio líquido, conforme mostra a fórmula a seguir:

Ativo Passivo Patrimônio líquido

Se for considerado o exemplo anterior, o patrimônio lí-quido é de R$ 5 700,00.

PL = A – P → PL = 11 700,00 – 6 000,00 = 5 700,00

Por vezes, o patrimônio líquido é chamado também de situação líquida (SL) da empresa ou pessoa física. Mas, independentemente do nome, continua sendo o que resta do patrimônio após o pagamento das dívidas ou obrigações.

Na tabela de balanço patrimonial, o patrimônio líquido costuma aparecer do lado direito, com o passivo. O valor correspondente a ele é o que mantém o equilíbrio entre os dois lados da tabela.

Ativo Passivo

Ativo circulante: 800,00

Dinheiro em conta bancária 200,00

Aluguel a receber 600,00

Ativo não circulante: 10 900,00

Computador 900,00

Carro 10 000,00

Passivo circulante: 350,00

Compra cartão de crédito 350,00

Passivo não circulante: 5 650,00

Dívida de financiamento 5 500,00

Dívida de empréstimo 150,00

Patrimônio líquido: 5 700,00

Capital social 3 000,00

Reservas 2 700,00

Total do Ativo 11 700,00 Total do Passivo 11 700,00

Apesar de situação líquida (SL) ser o mesmo que patrimônio líquido, é

mais comum usar SL positiva, negativa ou nula para se referir ao estado patrimonial da empresa.

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18 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Dependendo do resultado do balanço entre o ativo e o passivo, podem ocorrer três tipos de situação líquida:

1. Situação líquida positiva ou ativa

Essa situação acontece quando o ativo é maior que o passivo.

Por exemplo: a Empresa T possui bens no valor de R$ 3 000,00 e direitos no valor de R$ 5 000,00. Porém, tem obrigações no valor de R$ 7 000,00. Desse modo, a situação líquida seria:

SL = A – P

SL = (R$ 3 000,00 + R$ 5 000,00) – R$ 7 000,00 = R$ 1 000,00

No balanço patrimonial, isso apareceria assim:

Ativo (R$) Passivo (R$)

Bens 3 000,00 Obrigações 7 000,00

Direitos 5 000,00 Situação líquida 1 000,00

Total 8 000,00 Total 8 000,00

2. Situação líquida negativa ou passivo a descoberto

Nesse caso, o ativo é menor que o passivo. Veja o exemplo:

A Empresa N tem bens no total de R$ 15 000,00 e direitos no valor de R$ 7 000,00. Em contrapartida, tem obrigações no valor de R$ 33 000,00. O cálculo da situação líquida seria, portanto:

SL = A – P

SL = (R$ 15 000,00 + R$ 7 000,00) – R$ 33 000,00 = – R$ 11 000,00

No balanço patrimonial, isso apareceria assim:

Ativo (R$) Passivo (R$)

Bens 15 000,00 Obrigações 33 000,00

Direitos 7 000,00 Situação líquida –11 000,00

Total 22 000,00 Total 22 000,00

Importante: essa situação patrimonial é conhecida também como passivo a desco-berto, devido ao fato de parte do passivo estar pendente após a reversão de todos os itens do ativo e do patrimônio líquido.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 19

3. Situação líquida nula ou inexistente

Como o próprio nome diz, nesse caso, a situação líquida é nula, isto é, igual a zero.

Exemplo: a Empresa S possui bens no valor de R$ 700,00 e direitos no valor de R$ 1 300,00. As obrigações somam R$ 2 000,00. Assim, a situação líquida será a seguinte:

SL = A – P

SL = (R$ 700,00 + R$ 1 300,00) – R$ 2 000,00 = 0

O balanço patrimonial ficará assim:

Ativo (R$) Passivo (R$)

Bens 700,00 Obrigações 2 000,00

Direitos 1 300,00 Situação líquida 0

Total 2 000,00 Total 2 000,00

Importante: em todos os casos anteriores, os valores do ativo e do passivo eram sempre maiores que zero. No entanto, pode ocorrer de um deles ser igual a zero. Se isso ocorrer, o cálculo da situação líquida continuará sendo a diferença entre o ativo e o passivo, pois ela é que balanceará os cálculos para que o total fique igual dos dois lados.

Veja como ficariam os balanços patrimoniais:

Ativo = Zero

Ativo (R$) Passivo (R$)

Bens 0 Obrigações 1 500,00

Direitos 0 Situação líquida – 1 500,00

Total 0 Total 0

Passivo = Zero

Ativo (R$) Passivo (R$)

Bens 2 400,00 Obrigações 0

Direitos 1 000,00 Situação líquida 3 400,00

Total 3 400,00 Total 3 400,00

20 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Atividade 3calculando o patRimônio líquido

1. Faça o balanço patrimonial das seguintes ocorrências da empresa Z:• Folha de pagamento = R$ 15 000,00• Maquinário = R$ 10 000,00• Pagamento a fornecedores = R$ 8 000,00• Venda a prazo = R$ 20 000,00• Venda direta (à vista) = R$ 12 000,00

Ativo (bens e direitos) – (R$) Passivo (obrigações e deveres) – (R$)

Total Total

2. Calcule o patrimônio líquido da empresa Z e escreva, nas linhas a seguir, a res-pectiva situação líquida, justificando-a.

Atividade 4exeRcitando conceitos: ativo e passivo

Em grupo, discutam e respondam às questões:

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1. No quadro a seguir, classifiquem cada um dos bens da lavanderia Z em ativo circu-lante ou não circulante. Em seguida, justifiquem as escolhas de vocês em cada caso.

Bens Ativo circulante Ativo não circulante

Dinheiro em caixa

Máquinas de lavar roupa

Secadoras de roupa

Depósitos bancários

Dívidas a receber (curto prazo)

Dívidas a receber (longo prazo)

Ativo circulante: formado pelos bens ou valores que podem ser transformados em moeda corrente com prazo que varia desde o momento em que está sendo publicada a informação contábil até o término do exercício seguinte, no prazo de pelo menos um ano – curto prazo.

Ativo não circulante: formado pelos bens mais duradouros (imóveis, maquinários etc.) e também pelos valores a serem recebidos futuramente, após o término do exercício seguinte – longo prazo.

2. Agora, vejam as obrigações e os deveres dessa empresa, classificando-os em passivo circulante e não circulante. Na sequência, justifiquem as escolhas de vocês em cada caso.

Obrigações e deveres Passivo circulante Passivo não circulante

Salários dos funcionários

Impostos a pagar

Empréstimos obtidos

Aluguel do local

Dívidas a pagar (curto prazo)

Dívidas a pagar (longo prazo)

22 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Passivo circulante: constituído pelas dívidas ou obrigações que devem ser pagas no exercício presente, além das que vencem até o encerramento do exercício seguinte – curto prazo.

Passivo não circulante: constituído pelas obrigações futuras, aquelas que vencerão nos próximos exer-cícios, ou seja, após o término do exercício seguinte ao da apresentação da demonstração contábil – longo prazo.

3. Se a empresa NKL apresenta, em seu balanço, o ativo maior que zero, o passivo também maior que zero e a situação líquida menor que zero, é possível concluir que sua situação líquida é:

a) positiva.

b) negativa.

c) superavitária.

d) nula.

4. Na empresa XL, a soma do ativo representa o dobro da soma das obrigações. Qual o valor das obrigações, sabendo que o patrimônio líquido é de R$ 150 000,00?

a) R$ 300 000,00.

b) R$ 450 000,00.

c) R$ 200 000,00.

d) R$ 100 000,00.

e) R$ 150 000,00.

Método das Partidas Dobradas

Como vimos na Unidade 1, esse método foi criado pelo frei Luca Pacioli, com o objetivo de mostrar as alterações ocorridas no patrimônio em determinado período, porém mantendo sempre um equilíbrio entre os recursos (ativo) e sua aplicação (passivo).

Para demonstrar esse equilíbrio, é feito sempre o registro das operações, apontando a origem do recurso e onde ele foi aplicado, como nas tabelas vistas até o momento. Assim, o mesmo valor é lançado sempre duas vezes, uma de cada lado da planilha, pois a cada gasto corresponde um bem ou direito correspondente.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 23

Esse método consiste, essencialmente, no princípio de que a cada débito feito em uma ou mais contas corresponde um crédito equivalente em uma ou mais contas. Não existe débito sem crédito correspondente, de tal forma que a soma dos débitos é igual à soma dos créditos.

Por exemplo: se compro um carro no valor de R$ 15 000,00, ele vai entrar em meu balanço da seguinte forma:

Ativo (R$) Passivo (R$)

Carro 15 000,00Pagamento do carro ao fornecedor

15 000,00

Meu ativo ficou igual ao passivo, quer dizer, meu balanço está equilibrado.

É por meio desse método que empresas ou pessoas podem acompanhar, detalhadamen-te, a aplicação de seus recursos, o que possibilita um melhor planejamento futuro.

Atividade 5métodos utilizados paRa RealizaR a contabilidade

O método das Partidas Dobradas, apresentado por Luca Pacioli no livro Summa de Arithmetica, Geometria, proportioni et proportionalità em 1494, não afirma que:

a) Se houver uma conta a débito e uma conta a crédito e o débito na conta “A” for no valor de R$ 80,00, o crédito na conta “B” deve ser no valor de R$ 80,00.

b) Se houver uma conta a débito e duas contas a crédito e o débito na conta “A” receber o débito de R$ 100,00, a conta a crédito “B” deve receber R$ 100,00 e a conta a crédito “C” deve receber R$ 0,00.

c) Se houver uma conta a débito e duas contas a crédito e a conta “A” receber o débito de R$ 100,00, a conta a crédito “B” deve receber R$ 30,00 e a conta a crédito “C” deve receber R$ 100,00.

d) Se houver uma conta a débito e duas contas a crédito e a conta “A” receber o débito de R$ 100,00, a conta a crédito “B” deve receber o crédito de R$ 70,00 e a conta a crédito “C” deve receber R$ 30,00.

24 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Esta Unidade iniciou a discussão sobre aspectos mais específicos da Contabilidade, apresentando uma noção de seus objetivos e métodos.

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au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 25

unida d e 6

Procedimentos contábeis básicosPara que a contabilidade seja eficiente e atinja seu principal objetivo, o de permitir a visualização permanente da movimen-tação que ocorre no patrimônio empresarial, recorre-se a algu-mas técnicas ou procedimentos básicos.

Escrituração

As empresas dispõem de livros específicos para registrar tudo o que acontece em seu dia a dia e que esteja ligado à gestão de seu patrimônio, isto é, àquilo que possa alterá-lo. Sempre que surge a necessidade de uma nova tomada de decisão na empresa, esses livros são consultados. Daí a importância de estarem sempre atualizados e com a contabilidade impecável.

A utilidade e a quantidade de livros adotados dependem, não só do ramo de atividade, mas também do porte da empresa. Esses livros podem ser classificados quanto à utilidade em:

• principais: Livro Diário e Livro Razão, utilizados para o re-gistro de todos os fatos administrativos;

• auxiliares: Livro Caixa, Registro de Duplicatas, Contas--correntes etc., nos quais são registrados eventos específicos e que futuramente servirão de base para o preenchimento do Livro Diário.

Levando em conta a finalidade dos livros contábeis, eles são classificados em:

• Obrigatórios: quando são exigidos pela legislação comercial, tributária e societária, sendo que as leis que os exigem variam de acordo com o âmbito federal, estadual ou municipal;

26 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

• facultativos: usados pelas empresas para auxiliar a contabilização, mas não são exigidos por lei, como Livro de Contas-correntes, de Controle de Contas etc.

Os eventos que modificam o patrimônio da empresa são chamados de fatos admi-nistrativos. Justamente por esse motivo, eles precisam ser registrados nos livros de escrituração da entidade. Esses fatos podem ser agrupados em três tipos diferentes:

1. Fatos permutativos, qualitativos ou compensativos: não alteram o patrimônio lí-quido da empresa, apenas evidenciam trocas entre o ativo e o passivo.

2. Fatos modificativos ou quantitativos: surgem quando o patrimônio líquido sofre alguma alteração.

3. Fatos mistos: englobam, ao mesmo tempo, as duas situações citadas anteriormente.

Diferentemente dos fatos administrativos, existem os atos administrativos, que correspondem aos eventos que acontecem na empresa, mas não afetam seu patri-mônio. Por exemplo: contratação de funcionários, efetivação de contratos de segu-ro ou assinatura de fiança para terceiros.

Não se deve supor, então, que, por não representarem alteração no patrimônio, não precisam ser lançados nos livros de escrituração. É necessário analisar cada um dos eventos individualmente, pois alguns deles podem representar compromissos que, no futuro, vão acarretar modificações na situação financeira, como: promessa de bens como garantia de dívidas, hipoteca de imóveis, emissão de títulos de cobrança bancária, fianças ou avais a favor de terceiros etc.

Dessa forma, a contabilização é feita utilizando-se algumas provisões para fazer frente a essas possíveis obrigações futuras, como avais e garantias, conforme orien-tações dadas no Pronunciamento Técnico do CPC 25 – Provisões, Passivo Contin-gente e Ativo Contingente.

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O registro desses eventos, chamado também de “lançamento”, precisa ser feito em ordem cronológica e especificar a natureza de cada operação. Deve ser feito no Livro Diário e é imprescindível que esteja de acordo com os Princípios da Contabilidade – Código Comercial Brasileiro, Lei federal no 556/1850 – e siga as normas tributárias legais – Regulamento do Imposto de Renda (RIR), Decreto federal no 3.000/1999.

Quanto à natureza dos registros, eles podem ser classificados em:

• cronológicos: quando seguem a ordem dos acontecimentos;

• sistemáticos: quando são usados para registrar eventos similares.

Livros Natureza Finalidade Utilidade

Razão Sistemático Obrigatório Principal

Diário Cronológico Obrigatório Principal

Lalur Sistemático Obrigatório Auxiliar

Caixa Sistemático Facultativo Auxiliar

Registro de duplicatas Sistemático Obrigatório Auxiliar

Contas-correntes Sistemático Facultativo Auxiliar

Fonte: RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

Livros principais

O Livro Diário é obrigatório pela legislação tributária e também pelo Código Comercial Brasileiro. Está presente em todas as empresas e seu registro deve ser feito diariamente, pelo Método das Partidas Dobradas.

Para que sua escrituração seja fidedigna, os lançamentos devem seguir uma ordem cronológica, sendo que existem alguns itens essenciais na forma de efetuar o regis-tro, observando a seguinte ordem: local e data em que ocorreu o fato; conta a ser debitada; conta a ser creditada; histórico do acontecimento; valor.

No momento de efetuar o registro, a primeira coisa a fazer, após identificar local e data da ocorrência, é analisar os elementos envolvidos nas operações. Para cada fato administrativo, sempre ocorre uma troca:

a) se entra dinheiro em caixa ou se é feita uma venda de mercadoria à vista, a em-presa terá de entregar parte de seu estoque para um cliente em função da venda realizada;

28 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

b) se entra um bem em razão de uma compra para uso pela empresa, como máqui-na ou equipamento, sai o dinheiro do caixa da empresa, ou de empréstimo ban-cário, correspondente ao pagamento da compra desse bem, e assim por diante.

A seguir, identifica-se, para cada um dos elementos que compõem o fato, em qual tipo de conta ocorrerá o débito e em qual acontecerá o crédito.

Tendo esses dados em mãos, fica mais fácil realizar o registro no Livro Diário. Para ficar mais claro, veja o registro das operações ocorridas na empresa M, no mês de janeiro de 2000.

• No dia 5 de janeiro, depósito da quantia de R$ 23 000,00 no Banco X.

• No dia 12 de janeiro, compra de alguns produtos de almoxarifado, da loja K, no valor de R$ 580,00, conforme Nota fiscal, série A, no 3 245.

Data Título da conta / Histórico Débito (R$) Crédito (R$)

05/01/2000

Bancos C/Movimento 23 000,00

a caixa 23 000,00

Depósito no Banco X

12/01/2000

Estoque de material de consumo 580,00

a caixa 580,00

Nota fiscal, série A, no 3 245, da loja K

É essencial que toda a movimentação contábil da empresa seja registrada nesse livro, de forma clara, em nosso idioma, com valores em moeda nacional. Convém lembrar que esse registro não pode, em nenhuma hipótese, apresentar rasuras, borrões ou espaços em branco.

As folhas do livro são numeradas e ele deve conter um termo de abertura e um de encerramento, ambos assinados pelo responsável da empresa e pelo contador, a todo final de período. Nessa ocasião, o livro precisará ser autenticado na Junta Comercial da sede da empresa, não podendo sofrer atraso superior a 180 dias, segundo o Re-gulamento do Imposto de Renda (Decreto federal no 3.000/1999), o Código Comercial Brasileiro (Lei federal no 556/1850), e o Novo Código Civil (Lei federal no 10.406/2002).

O uso da preposição a antes da indicação da conta credora tem origem no raciocínio de que qualquer débito ocorrido corresponde a créditos. Atualmente, contudo, a maior parte dos sistemas contábeis suprimiu esse uso, o que não impede, logicamen-te, que a empresa em que você venha a trabalhar mantenha essa prática.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 29

Com o aumento do uso do processamento eletrônico de dados, o Livro Diário e todas as outras escri-turações contábeis estão sendo substituídos por formulários contínuos. As folhas do Livro Diário são numeradas automaticamente e, ao final do período contábil, devem ser impressas e encadernadas, com os termos de abertura e de encerramento.

No entanto, até bem pouco tempo atrás, esse livro necessitava, por força de lei, ser impresso em tipogra-fias, conter folhas numeradas sequencialmente e possuir espaço próprio para a abertura e o encerramen-to do livro. Depois de concluído esse procedimento, precisava ser autenticado no Registro do Comércio.

A imagem a seguir mostra um modelo de Livro Diário adotado atualmente:

O Livro Razão, também obrigatório pelas normas contábeis, é extremamente útil para a contabilidade da empresa, uma vez que seu registro se dá por meio de contas individualizadas, o que permite um controle mais detalhado de cada uma dessas contas.

Cada lançamento registrado no Livro Diário é transcrito para o Livro Razão, mas em contas individuais, como Caixa, Estoque, Equipamentos etc., e deve apresentar em cada uma delas o detalhamento da movimentação ocorrida no caixa da empresa: débitos, créditos e saldo final das operações feitas em determinada conta.

A escrituração manuscrita desse livro deve conter algumas informações primordiais, como: nome da conta; data do lançamento, com indicação de dia, mês e ano; histórico do lançamento, ou seja, o detalhamento do fato administrativo; débito, isto é, quanto foi debitado da conta; crédito, indicando o valor que foi creditado na conta; e, por fim, saldo, que representa a diferença entre o débito e o crédito.

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Arquivo

Livro Diário - 01/02/2015 a 31/03/2015

Relatórios Adicionais Utilitários Ajuda

Livro Diário

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,0,00 Nome: Oracle Com. de Equip. Eletrônicos Me

CNPJ: 41.585.457/0001-75Folha: 1

DATA CONTA DE DÉBITO CONTA DE CRÉDITO LANÇAMENTO HISTÓRICO VALOR DE DÉBITO VALOR DE CRÉDITO

01/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. POSTO DE GASOLINA R$ 750,00

R$ 350,00

R$ 1 200,00

R$ 2 700,00

R$ 50,00

R$ 850,00

R$ 1 500,00

R$ 2 850,00

R$ 11 550,00

R$ 950,00

R$ 2 550,00

R$ 750,00

R$ 350,00

R$ 1 200,00

R$ 2 700,00

R$ 50,00

R$ 850,00

R$ 1 500,00

R$ 2 850,00

R$ 11 550,00

R$ 950,00

R$ 2 550,00

01/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. IPTU 02/10

02/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. FORNECEDOR DE MEMÓRIAS

02/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. FORNECEDOR DE PLACAS DE VIDEO

02/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. PAPELARIA ALTA

03/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. MECÂNICA

03/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG. DUPLICATAS

05/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG ALUGUEL

05/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG SALÁRIO FUNCIONÁRIOS

05/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG CONVÊNIO ESTACIONAMENTO

05/02/2015 3.0.2.0.01.00015 (0012) 7.7.3.0.01.00024 (0214) 032 PG ANÚNCIO NA REVISTA INFORMÁTICA

LIVRO DIÁRIO

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30 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

O Livro Razão costuma apresentar uma forma mais simples de registro, utilizando um gráfico ou conta em T, também chamada de razonete.

Sua apresentação é bem didática, facilitando o registro e o entendimento da movi-mentação de cada um dos lançamentos contábeis. No lado esquerdo, aparecem os débitos e, no lado direito, os créditos; assim é fácil verificar as diminuições ou os aumentos ocorridos em cada conta.

LIVRO RAZÃO

Conta-caixa

Data Histórico

Ref. à implantação do capital disponibilizado pela união societária

Ref. à aquisição de máquinas e equipamentos

Ref. à aquisição de móveis de escritório

27/02/2015

Fábrica de Serras Jabur Ltda.

CNPJ: 75.253.125/0001-44

R$ 350.000,00

R$ 180.000,00 R$ 170.000,00

R$ 80.000,00 R$ 90.000,00

R$ 350.000,00

16/03/2015

23/04/2015

Débito(Entradas)

Crédito(Saídas) Saldo

É preciso usar um razonete para cada conta. Portanto, em cada movimentação, vão aparecer dois razonetes, um que indica em qual conta acontece o débito e outro que indica em qual conta ocorre o crédito. O registro deve seguir a mesma ordem do Livro Diário, como forma de evitar esquecimentos ou enganos.

Para ficar mais claro, veja a seguir como foi feito o registro do Livro Diário da empresa M, do dia 12 de janeiro de 2000, no Livro Razão.

Ativo

Débito

+ –Crédito

Passivo

Débito

– +Crédito

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au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 31

D – Produtos de almoxarifado: R$ 580,00.

C – Caixa: R$ 580,00.

Resumindo, tudo que foi lançado em débito no Livro Diário deverá ser lançado no lado esquerdo do razonete de uma determinada conta. Em outro gráfico (outra conta), no lado direito constará o que apareceu em crédito no Livro Diário.

Nesse exemplo, foi feito apenas um lançamento em cada conta, mas na prática, antes do lançamento do débito ou crédito, é lançado o Si = Saldo inicial, aquele apurado na ocorrência anterior; em seguida, é informado o SF = saldo final.

Além disso, no razonete, vários lançamentos são feitos na mesma conta e, como forma de identificá-los, costuma-se numerá-los de acordo com a numeração feita no Livro Diário.

Veja um exemplo de como se dá esse tipo de registro:

(1) Saldo inicial (Si), em dinheiro – R$ 56 000,00.

(2) Compra de mercadorias, à vista, do depósito G, conforme NF no 445, no valor de R$ 15 000,00.

(3) Pagamento de impostos ao Banco L, conforme guia, no valor de R$ 350,00.

Lançamentos no Livro Diário:

(1) Caixaa capital

Saldo inicial ..............................................R$ 56 000,00

(2) Estoque de mercadoriasa caixa

Compra de mercadorias ..........................R$ 15 000,00

(3) Impostos e taxasa caixa

Pagamento de impostos ................................R$ 350,00

Almoxarifado

R$ 580,00 R$ 580,00

Caixa

32 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Lançamento nos razonetes:

Caixa (R$) Estoque de mercadorias (R$)

Impostos e taxas (R$)

56 000 (Si) 15 000 (2)

350 (3)

15 000 (2) 350 (3)

15 350 (T)

Quando são usados programas computadorizados, esse tipo de lançamento fica semelhante à imagem a seguir.

Bancos5.450,00 (Si) 750,00 (2)

25,00 (3)325,00 (7)815,00 (8)

930,00 (11)

247,00 (1)415,00 (6)

Capital Social17.500,00 (Si)

750,00 (Si)

Veículos2.452,00 (Si)

750,00 (9)

Aplicações Financeiras1.450,00 (Si)

152,00 (10)

Aluguéis a Pagar750,00 (2)

895,00 (4)Receita de Vendas

895,00 (R)

325,00 (R)Despesas com Combustível

325,00 (7)

25,00 (R)Despesas com Xerox25,00 (3)

750,00 (R)Despesas com Aluguéis

750,00 (9)

30,00 (R)Despesas com Juros30,00 (11)

ARE25,00 (R) 895,00 (R)

15,00 (R)152,00 (R)

352,00 (R)325,00 (R)815,00 (R)750,00 (R)30,00 (R)

452,00 (T)

Mercadorias3.245,00 (Si) 352,00 (4)

457,00 (5)

Clientes750,00 (Si) 247,00 (1)

400,00 (6)895,00 (4)

Fornecedores900,00 (11) 5.600,00 (Si)

457,00 (5)

Lucro do Exercício3.450,00 (Si)

452,00 (T)

Juros Recebidos15,00 (6)15,00 (R)

CMV352,00 (R)352,00 (4)

Despesas com Reparos815,00 (R)815,00 (8)

Receita de Apl. Finaceiras152,00 (R)152,00 (10)

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au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 33

Livros auxiliares

O Livro Caixa serve para o registro de todo e qualquer fato administrativo que envolve dinheiro na empresa. Ele é facultativo, mas de grande utilidade, principalmente para o acompanhamento detalhado do movimento fi-nanceiro da empresa. Por esse motivo, na maior parte delas, o preenchimento desse livro fica a cargo da Tesou-raria, departamento responsável pelo recebimento e pa-gamento de cada uma das despesas ocorridas no período.

É importante ressaltar, porém, que, no caso de empresa optante pelo Simples Nacional, esse livro é obrigatório perante o fisco e deve observar as exigências e formali-dades constantes na Lei federal no 9.317/1996.

Simples Nacional: Regime compartilhado de arrecada-ção, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Mi-croempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

BRASIL. Receita Federal. O que é o Simples Nacional? Disponível

em: <http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3>.

Acesso em: 24 abr. 2015.

DEVE C A I X A HAVER

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DEVE C A I X A HAVER

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34 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

LIVRO CAIXA Período 01/03/2015 a 05/03/2015

Torres Empreendimento LTDA

Nome do Banco: Banco CredBank S/A

Data de emissão: 05/03/2015Hora: 17:59:41

Valor do mês anterior: R$ 5.000,00Valor do dia anterior: R$ 0,00

DATA

02/03/2015 2,00 R$ 50,001254 Internet

02/03/2015 4,00 R$ 750,00

R$ 200,00

R$ 800,00

1475 Aluguel

02/03/2015

Total do dia Total de Débito: Total de Crédito: R$ 6.000,00Saldo:

8,00 R$ 1.800,00

R$ 1.800,00

3221 Prestação de serviços

LANÇAMENTO CÓD. EVENTO L. ORIGEM OBSERVAÇÃO CRÉDITODÉBITO

Banco: 171 Código da agência: 015

03/03/2015 8,00 3221 Prestação de serviços

03/03/2015 7,00

R$ 200,00

4578 Venda de mercadorias

03/03/2015

Total do dia Total de Débito: Total de Crédito: R$ 7.900,00Saldo:

6,00

R$ 1.400,00

R$ 700,00

R$ 2.100,00

7665 IPTU (Parcela 02/10)

R$ 8.000,00

05/03/2015 8,00 3221 Prestação de serviços

05/03/2015 3,00

R$ 8.000,00

4578 Folha de Pagamento

Total do dia Total de Débito: Total de Crédito: R$ 1.900,00Saldo:

R$ 4.500,00

R$ 4.500,00

R$ 11.500,00TOTAL DE DÉBITO: TOTAL DE CRÉDITO: R$ 1.900,00SALDO:R$ 8.400,00

R$ 2.500,0004/03/2015 9,00 4551 Compra de 01 computador p/ expedição

R$ 2.500,00Total do dia Total de Débito: Total de Crédito: R$ 5.400,00Saldo:R$ 0,00

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Normalmente, o Livro Caixa possui as seguintes colunas: data, seguindo a ordem cronológica dos acontecimentos; histórico, que especifica cada um dos fatos administra-tivos; parcelas, que indicam os valores de débito ou crédito, se forem parcelados; débito, que representa as entradas de dinheiro; e crédito, na qual se registram as saídas de dinheiro.

A movimentação começa sempre com o saldo de débito do dia anterior e finaliza com o saldo final devedor, que é o mesmo que aparecerá no início do dia seguinte, sen-do que os saldos podem ser vistos pela movimentação diária ou mensal (total).

Esse livro serve de base para a elaboração do Livro Diá-rio e, posteriormente, do Livro Razão. Tudo que é lan-çado no Livro Caixa deve aparecer, obrigatoriamente, nos outros dois e o saldo apurado nele deve corresponder ao saldo da conta caixa do Livro Razão.

Os intocáveis (The untouchables, direção de Brian de Palma, 1987)

conta o relato autobiográfico de um agente estadunidense e seus esforços

para trazer Al Capone à justiça. O filme mostra o trabalho da

contabilidade e como a descoberta de seus Livros Caixa levou

à queda do mafioso.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 35

Como no caso dos outros livros, também o Livro Caixa costuma ser feito, atual-mente, por meio de programas computadorizados.

1

23456789

1011121314151617181920212223

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A abCalibriRecortar

PÁGINA INICIAL INSERIR FÓRMULAS DADOS REVISÃO EXIBIÇÃOLAYOUT DA PÁGINAARQUIVO

CopiarN SIColar

Área de Transferência

Quebrar Texto Automaticamente

Mesclar e Centralizar

Fonte Alinhamento

Pincel de Formatação

11

B C D E F G H

Data Descrição

TOTAL DO MÊSSALDO FINAL

Detalhes

MOVIMENTO DO CAIXAEntrada Saída Saldo

O Livro Contas-correntes é facultativo. Assim mesmo, é bastante usado nas micro e pequenas empresas. Nele são registradas, em ordem cronológica, todas as operações comerciais entre a empresa e seus clientes ou fornecedores. Dessa forma, por meio dele pode-se acompanhar todos os direitos e as obrigações da empresa, o que faci-lita bastante seu cumprimento.

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DATA

DÉBITO CRÉDITOSALDO

DC

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DATA

DÉBITO CRÉDITOSALDO

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DATA DÉBITO CRÉDITO SALDODC

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36 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

O Livro de Registro de Duplicatas é facultativo, segundo a legislação comercial, exceto nos casos de empresas que realizem vendas a prazo e emitam faturas e du-plicatas (art. 19 da Lei federal no 5.474/1968). Nesse caso, ele não só é obrigatório, como também a falta de seu preenchimento pode trazer graves consequências no caso de falência da empresa (art. 178 da Lei federal no 11.101/2005).

Ele é usado também, em muitas empresas, para fins de escrituração resumida do Livro Diário, desde que as vendas a prazo não excedam o período de trinta dias. Nesse caso, passa a ser obrigatório para a empresa perante a legislação tributária (subitem 6.1 do PN CST no 127/1975).

As regras de seu preenchimento são previstas no parágrafo 1o do art. 19 da Lei fe-deral no 5.474/1968:

• todas as duplicatas emitidas, com número de ordem, data e valor das faturas originárias e data de sua expedição;

• nome e domicílio do comprador;

• anotações das reformas;

• prorrogações de prazo e outras circunstâncias necessárias.BRASIL. Lei no 5.474, de 18 de julho de 1968. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/

ccivil_03/leis/L5474.htm>. Acesso em: 9 abr. 2015.

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Como os anteriores, ele pode ser preenchido à mão ou no computador.

CONTA

DATA DESCRIÇÃO

MOVIMENTAÇÃO CONTA RESUMO

TRANS DESTINO VALOR R$ QUIT REF PARC SALDO

BlueBankDESCRIÇÃO

Conta-corrente / Ag. 777 - C/C 01574-8

X

05/03/15 qui condomínio desp casa

diversos

casa

casa

casa

carro

casa

honorários

R$ 550,00 R$ 2 000,00

06/03/15 sex saque para R$ 80,00 R$ 1 920,00

09/03/15 seg luz desp R$ 56,00 R$ 1 864,00

09/03/15 seg financiamento apartamento desp R$ 2 000,00 - R$ 136,00

09/03/15 seg internet desp R$ 79,00 - R$ 215,00

10/03/15 ter gasolina desp R$ 120,00 - R$ 335,00

11/03/15 qua sofá desp R$ 500,00 01/06 - R$ 835,00

12/03/15 qui prestação de serviços rec R$ 3 500,00 R$ 2 665,00

juros13/03/15 sex juros limite desp R$ 45,00 R$ 2 620,00

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 37

Outro livro facultativo em empresas em geral é o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), livro fiscal que serve para registrar a escrituração comercial. Ele é muito útil às empresas, uma vez que seu registro possibilita economia de tempo e ganho de qualidade na prestação de serviços.

Serve para controlar o lucro real da empresa, por meio de adições, exclusões e compensações, registrando os valores que não aparecem na escrituração comercial.

É composto por duas partes:

• Parte A: registro dos ajustes do lucro líquido do exer-cício. Nessa parte do livro, os ajustes, como valores excluídos, despesas sem dedução etc., precisam ser discriminados e organizados por data.

• Parte B: controle de valores que constituirão ajuste do lucro líquido em períodos futuros. Como o próprio nome diz, nessa parte aparecerão os valores que pode-rão afetar o lucro real, mas em tempo futuro, como depreciação, inflação, prejuízos etc.

De acordo com o Imposto de Renda, o Lalur é um livro obrigatório para

empresas tributadas como empresas de lucro real.

REGISTRO DE DUPLICATAS

FATURA ORIGINÁRIADATA

DA EMISSÃO DE BAIXADE PAGAMENTODA EXPEDIÇÃO NOME

DATA PROTESTO

DATADE EMISSÃO OFÍCIOENDEREÇO

VALOR R$

IMPORT.IMPOSTOPAGO R$Nº DE

ORDEMNº DE

ORDEM

COMPRADOR DUPLICATASA ORDEM OBSERVAÇÕES

DATA

PR

AZ

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DE EXPEDIÇÃO

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Como todos os outros livros contábeis:

• deve conter termos de abertura e de encerramento datados e assinados por um contador habilitado pelo Conselho Regional de Contabilidade;

• deve ser mantido na empresa;

• não pode conter erros, emendas, borrões ou rasuras;

• pode ser mecanizado, desde que suas folhas sejam numeradas sequencialmente.

38 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Data

07/05/14 Multa registrada Livro Diário, fl. 95

Parte A - Registro dos ajustes do lucro líquido do exercício

4 482,00

31/10/14 Demonstrativo do lucro real

Resultado do período

São Paulo, 31 de Dezembro de 2014

ADIÇÕES

EXCLUSÕES

Total de adições

Multas

Período de 01/05/2014 a 31/12/2014

10 000,00

5 774,00

Dividendos 2 500,00

5 774,00

Total de exclusões

Lucro real antes da compensação de prejuízos:

Lucro real após a compensação de prejuízos:

2 500,00

13 244,00

6 244,00

Compensação de prejuízos:Período bases anteriores

(7 000,00)

13/06/14 Multa registrada Livro Diário, fl. 112 452,0024/06/14 Multa registrada Livro Diário, fl. 114 210,0007/07/14 Multa registrada Livro Diário, fl. 125 630,00 5 774,00

5 774,00

13/07/14 Dividendos recebidos registrados Livro Diário, fl. 115 2 500,00

pág. 05

2 500,00

Histórico

TOTAL Adições e Exclusões

NATUREZA DOS AJUSTES

Valor(R$)

Adições(R$)

Exclusões(R$)

Luiz Carlos (Sócio-gerente) Carlos Roberto (Contador)

Luiz Carlos Carlos Roberto

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au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 39

Atividade 1Retomando alguns conceitos de escRituRação

Em grupo, discutam cada uma das questões a seguir, antes de apontar a alternativa correta.

1. Atos administrativos são aqueles que:

a) provocam alteração no patrimônio da empresa.

b) não alteram o patrimônio, apesar de poderem acontecer no dia a dia da empresa.

2. Se um evento ocorrido na empresa não provocar alteração no patrimônio, mas evidenciar modificações entre o ativo e o passivo, ele deve ser considerado:

Julião Comércio de Alimentos Me.

PARTE B – Controle de valores que constituirão ajuste do lucro líquido de períodos futuros

ITEM: Prej. fiscais a compensar, atividade em geral – 2012 a 2015 (Prej. não operacional)

HISTÓRICO

Saldo acumulado períodos-base anterior

Acréscimo efetuado neste período-base R$ 12.000,00

R$ 15.000,00 C

R$ 27.000,00 C

Compensação efetuada neste período-base R$ 7.000,00 R$ 20.000,00 C

Perdas do direito por impedimentos legais R$ 3.000,00 R$ 17.000,00 C

CONTROLE DE VALORES (R$)

DÉBITO CRÉDITO SALDO

Data dos registros: 22/02/2015

Período-base: 01/01/2014 a 31/12/2014

LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL

CNPJ 21.383.777/0001-95Folha: 3

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40 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

a) um fato modificativo.

b) um ato administrativo.

c) um fato permutativo.

3. Listem pelo menos três itens essenciais na escrituração do Livro Diário.

4. Levando em conta a classificação dos livros contábeis, preencham o quadro a seguir.

Livros

Classificação quanto a

Utilidade: principal ou auxiliar

natureza: cronológico ou sistemático

Finalidade: obrigatório ou facultativo

Livro Diário

Livro Contas- -correntes

Livro Registro de Duplicatas

Livro Caixa

Livro Razão

Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur)

5. Efetuem o lançamento, no Livro Diário, dos seguintes fatos administrativos:

a) venda, à vista, de uma lancha, marca NoMar, valor R$ 135 000,00, conforme recibo;

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 41

b) compra, à vista, de um computador da marca BCD, conforme Nota fiscal no 341, no valor de R$ 2 000,00;

c) pagamento em cheque, efetuado à Transportadora Levatudo, referente ao frete de uma lancha, no valor de R$ 750,00.

Plano de contas

Para que seja possível realizar o preenchimento de todos os relatórios e livros contábeis, a empresa estabelece uma estrutura prévia de escrituração, que é o plano de contas.

O plano de contas é específico para cada empresa, sendo por esta elaborado, com base em suas peculiaridades. Para que haja conformidade nos registros contábeis, é legalmente exigido que ele esteja de acordo com os Princípios da Contabilidade e que siga a Lei federal no 6.404/1976 e suas alterações, bem como a legislação espe-cífica de seu ramo de atividade.

Esse plano tem a finalidade de orientar os procedimentos contábeis, garantindo a padronização dos procedimentos. Para isso, precisa estabelecer as condutas que serão adotadas na fase de registro dos eventos e detalhar as contas que serão utili-zadas nesses registros, de acordo com seus títulos, funções e regras de funcionamen-to, bem como a forma de seus agrupamentos. O plano necessita ser funcional, preciso e de fácil entendimento, mas, ao mesmo tempo, flexível para se adaptar a quaisquer necessidades que surjam na empresa, além de possibilitar o registro fiel de seu patrimônio.

Para que seja completo, deve possuir um elenco de contas, um manual que as descreva e explicações detalhadas para o registro de operações especiais. Logica-mente, existem empresas nas quais o plano possui outras informações, mas isso é facultativo.

42 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Elenco de contas

As contas, como vimos na Unidade 5, representam o agrupamento das ocorrências contábeis da empresa, de acordo com sua natureza. Assim, cada conta reúne fatos próprios e distintos das demais contas.

Exemplo:

Fatos Contas

Computadores e impressoras Computadores e periféricos

Vendas a prazo Duplicatas ou títulos a receber

Mesas, cadeiras, estantes, armários... Móveis e utensílios

Compras a prazo Duplicatas ou títulos a pagar

Papel, lápis, canetas... Material de consumo

Pagamento à vista em dinheiro Caixa

Dinheiro depositado em banco Bancos

O elenco de contas relaciona aquelas que serão utilizadas pela empresa, especificando seu título e código, sempre de acordo com a estrutura estabelecida pela Lei federal no 6.404/1976, posteriormente alterada pelas leis federais no 11.638/2007 e no 11.941/2009:

1. Ativo – referente a bens e direitos:

a. Ativo circulante;

b. Ativo não circulante:

i. realizável a longo prazo;

ii. investimentos;

iii. ativo imobilizado e intangível.

2. Passivo – referente a obrigações e patrimônio líquido:

a. Passivo circulante;

b. Passivo não circulante;

c. Patrimônio líquido:

i. capital social;

Na escrituração contábil, fazem parte do ativo ou passivo circulante as contas com vencimento dentro do exercício social e as contas a

vencer até o término do exercício seguinte. As contas com vencimento

posterior ao encerramento do exercício social vão constar no ativo

ou passivo não circulante.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 43

ii. reservas de capital;

iii. ajustes de avaliação patrimonial;

iv. reservas de lucros;

v. ações em tesouraria;

vi. prejuízos acumulados.Fonte: BRASIL. Lei No 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/

l6404consol.htm>. Acesso em: 9 abr. 2015.

Manual de contas

A explicação do uso correto de cada uma das contas presentes no elenco vai constar desse manual, que tem como objetivo orientar o contador em seu trabalho de registro das ocorrências diárias.

Esse manual deve conter a finalidade de cada conta, a ocasião em que ela será debitada ou creditada e, final-mente, sua natureza (devedora ou credora).

Costuma aparecer da seguinte forma:

Contas Descrição

1. Ativo Contas que indicam bens ou direitos

1.1 Circulante Contas que indicam bens ou direitos realizáveis durante o exercício social

1.1.1 Disponibilidades

Contas que registram bens que podem ser movimentados imediatamente. Sua função é apontar os valores em poder da empresa

Código das contas

No elenco de contas, os respectivos códigos aparecerão compostos por um ou mais algarismos, que serão deter-minados pelo contador, de acordo com o porte da em-presa. A quantidade de algarismos vai depender do grau de detalhamento pretendido na escrituração.

Na escrituração, o critério para relacionar as contas é sempre o

decrescente, sendo que no ativo, para esse cálculo, considera-se o grau de sua liquidez (quanto menor o prazo,

maior a liquidez), e no passivo, o grau de sua exigibilidade (quanto menor o

prazo, maior a exigibilidade).

44 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

A forma mais comum de fazer a codificação é a seguinte:

1. Ativo

2. Passivo

3. Contas de Despesa

4. Contas de Receita

5. Contas de Apuração do Resultado

O ativo, por exemplo, pode ser subdividido em:

1. Ativo

1.1 Ativo circulante (subgrupo do ativo)

1.1.1 Disponibilidades (subgrupo do ativo circulante)

1.1.1.1 Caixa Geral (subgrupo de Disponibilidades e conta em 1o grau)

1.1.1.1.1 Caixa da empresa (subgrupo de Caixa Geral e conta em 2o grau)

1.1.1.1.2 Caixa da filial (mesmo subgrupo e conta em 2o grau)

1.1.1.2 Bancos (subgrupo de Disponibilidades e conta em 1o grau)

1.1.1.2.1 Banco do Brasil (subgrupo de Bancos e conta em 2o grau)

1.1.1.2.2 Caixa Econômica (mesmo subgrupo e conta em 2o grau)

A liquidez refere-se à velocidade com que o ativo pode ser transformado em di-nheiro. Um ativo será considerado de alta liquidez se puder ser transformado, em curto período de tempo, em moeda e sem perdas do valor total no preparo de sua venda, considerando, por exemplo, custos com publicidade.

Em Contabilidade, exigibilidade significa obrigação e diz respeito às obrigações assumidas por uma empresa ou indivíduo de prestar serviços ou entregar parte de seu ativo a terceiros.

Classificação e natureza das contas

Relembrando, as contas são classificadas em:

• Contas Patrimoniais: representam os elementos que fazem parte do patrimônio da empresa, podendo constar no ativo ou no passivo, dependendo de sua condi-ção no momento (exercício social do balanço).

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 45

• Contas de Resultado: reúnem a movimentação de valores no exercício social da empresa. Elas comprovam as despesas (salários, aluguel, água, luz, telefone, ma-teriais de almoxarifado etc.) e as receitas (valores rece-bidos pela venda de produtos, descontos obtidos em negociações etc.) no período determinado.

Funcionamento das contas

Em Contabilidade, o funcionamento das contas é feito por meio de débito e crédito. Porém, esses conceitos são um pouco diferentes daqueles usados no dia a dia, como estar em débito ou em crédito com alguém; daí a impor-tância de entender a natureza das contas.

Qualquer entidade empresarial tem início com os recur-sos próprios dos sócios, que é o que se representa conta-bilmente como patrimônio líquido. À medida que se iniciam suas atividades, começam a existir movimenta-ções nesse patrimônio, surgindo o patrimônio exigível, ou seja, aquele que se origina de terceiros.

Então, se os recursos se originaram do patrimônio, ele é credor das aplicações que, ao mesmo tempo, são deve-doras a ele. Dessa forma, as contas que representam bens e direitos (ativo), como as que registram despesas e cus-tos, são de natureza devedora, isto é, débito, e as contas que indicam receitas ou obrigações (passivo) são de na-tureza credora, isto é, crédito.

No registro contábil, costumam aparecer assim:

Contas Patrimoniais

Ativo Passivo

Bens (+)

Direitos (+)

(contas de natureza devedora)

Obrigações (–)

Patrimônio líquido (+ ou –)

(contas de natureza credora)

Em O capital (Le capital, direção de Costa-Gavras, 2012) o tema é a

crise financeira de 2008, com origem na especulação imobiliária

desenfreada nos Estados Unidos. O enredo gira em torno do banqueiro

Tourneuil, que vive os perversos jogos e manipulações de poder

dentro do sistema financeiro internacional, evidenciando as consequências da globalização.

46 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Contas de Resultado

Despesas (–)

(contas de natureza devedora)

Receitas (+)

(contas de natureza credora)

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 63.

Existem ainda as Contas Retificadoras ou Redutoras, que possuem saldo contrário às outras contas do mesmo grupo. Elas evidenciam as possibilidades de alteração do fato administrativo registrado, acarretando uma redução do ativo ou do passivo. Assim, se forem retificadoras do ativo, terão saldos cre-dores (+); se forem retificadoras do passivo ou do patrimônio líquido, apre-sentarão saldos devedores (–).

Para melhor visualização do funcionamento das contas, veja o quadro a seguir.

Tipos de contas Natureza das contas Sofrem aumento Sofrem diminuição

Que representam o ativo Devedora Ao serem debitadas Ao serem creditadas

Que representam o passivo Credora Ao serem creditadas Ao serem debitadas

Que representam o patrimônio líquido Credora Ao serem creditadas Ao serem debitadas

Indicativas de despesas Devedora Ao serem debitadas Ao serem creditadas

Indicativas de receitas Credora Ao serem creditadas Ao serem debitadas

Que promovem a redução do ativo Credora Ao serem creditadas Ao serem debitadas

Que promovem a redução do passivo Devedora Ao serem debitadas Ao serem creditadas

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 47

Atividade 2RelembRando a teoRia das contas

Em grupo, discutam e respondam às questões.

1. Em Contabilidade, as contas são classificadas em dois grandes grupos. Quais são eles? Expliquem cada um.

2. Como se dá a movimentação ou funcionamento das contas?

3. Analisem a natureza das contas e preencham o quadro marcando um “X” no local correto.

Contas Natureza devedora Natureza credora

Do ativo

Do passivo

De despesas

De receitas

Do patrimônio líquido

48 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Jakob Fugger, banqueiro alemão do século XVI (16). Ao fundo aparecem os arquivos das sucursais de seu banco, com seu principal contador, M. Schwarz.

4. Se no ativo as contas são classificadas em ordem cres-cente do grau de liquidez, como elas devem ser clas-sificadas no passivo?

a) Ordem decrescente dos prazos de exigibilidade.

b) Ordem decrescente do grau de exigibilidade.

c) Ordem crescente do grau de liquidez.

d) Ordem decrescente do grau de liquidez.

Nesta Unidade, você viu os livros utilizados para a escri-turação contábil e a forma como se deve preenchê-los. Aprendeu também o que é e para que serve o plano de contas da empresa, como se dá a codificação das contas, de que modo se classificam e como funcionam.

Em As loucuras de Dick e Jane (Fun with Dick and Jane, direção de Dean Parisot, 2005) são abordados

os escândalos ocasionados pela “contabilidade criativa” de grandes

corporações, como durante os anos 2000, quando muitas

empresas faliram por causa do boom da internet nos anos 1990.

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unida d e 7

Método de escrituraçãoO Método de escrituração é a forma utilizada para realizar o lançamento ou registro dos fatos ou atos administrativos em determinado período contábil.

Como você viu na Unidade 5, o método utilizado para o registro contábil é o Método das Partidas Dobradas, no qual a cada débito (ocorrido em uma ou várias contas) precisa corresponder um cré-dito, no mesmo valor (em uma ou mais contas). Ou seja, se há um débito, deve haver, necessariamente, um crédito correspondente.

Para utilizar esse procedimento, no entanto, é preciso entender bem o conceito de débito e crédito em Contabilidade, que é um pouco diferente do significado associado cotidianamente a esses termos.

Crédito (fontes) = Débito (aplicação)

Assim, considera-se débito toda e qualquer aplicação de recurso, isto é, todo valor que se destina a essa conta. Ao fazer isso, pode acontecer um aumento no valor da conta, se ela for uma conta do ativo (referente a bens e direitos), ou uma diminuição em seu valor, se ela for uma conta do passivo (referente a obrigações e patrimônio líquido).

Por sua vez, usa-se o termo crédito para indicar que o recurso uti-lizado em qualquer transação originou-se daquela conta, seu com-portamento será oposto ao do débito, isto é, diminui seu valor se a conta for do ativo e aumenta seu valor se ela for do passivo.

AtivoDébito aumenta

Crédito diminui

PassivoDébito diminui

Crédito aumenta

50 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

O registro dessas movimentações é feito sempre primeiramente no Livro Diário e, a partir daí, transposto para o Livro Razão, podendo ser realizado de duas formas, como você pode ver no exemplo a seguir:

A empresa Y comprou, à vista, da concessionária M, um carro no valor de R$ 30 000,00.

Lançamento, usando D (débito) e C (crédito):

D – Veículos

C – Caixa

Lançamento, usando a (que sinaliza crédito)

Veículos

a Caixa

Justificativa do lançamento:

O carro passa a ser um bem da empresa, então seu destino é na conta débito.

Ele foi pago à vista, portanto se originou do caixa da empresa – crédito.

Vale lembrar que, atualmente, em muitas empresas, não se usa mais o a. Porém, nos casos em que ele é usado, deve preceder a conta crédito.

Atividade 1exeRcitando a escRituRação

Em grupo, leiam a descrição dos lançamentos a seguir, discutam a respeito e reali-zem tais movimentações, utilizando a.

1. Venda, à vista, de um trator da marca YG, no valor de R$ 85 000,00, conforme Nota fiscal no 468.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 51

2. Compra, à vista, de materiais de escritório, no valor de R$ 795,00, conforme Nota fiscal no 90.

3. Depósito efetuado em conta-corrente no Banco ZVN, em dinheiro, conforme recibo, no valor de R$ 60 000,00.

4. Saque feito por meio de cheque do Banco ZVN, para suprir o caixa da empresa, no valor de R$ 5 000,00.

5. Pagamento das seguintes contas de consumo, realizadas no Banco ZVN:

a) conta de luz – R$ 720,00;

b) conta de água – R$ 280,00;

c) conta de telefone – R$ 520,00;

d) aluguel do imóvel – R$ 15 000,00.

52 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Lançamento contábil

Todo fato contábil precisa ser registrado no Livro Diário e no Livro Razão da empresa, de acordo com as normas técnicas existentes. Há cinco elementos que devem ser seguidos em todos os registros:

1. local e data da ocorrência;

2. conta a ser debitada;

3. conta a ser creditada;

4. histórico;

5. valor.

Assim, toda vez que for efetuar o lançamento de um fato contábil, você precisa identificar cada um desses elementos. Entretanto, nem sempre a movimentação financeira diz respeito apenas a um débito e a um crédito; ela pode envolver vários débitos ou vários cré-ditos e, por essa razão, existem quatro fórmulas de lançamento.

Fórmulas de lançamento

1. Partida simples: o lançamento resume-se a uma con-ta sendo debitada e outra sendo creditada.

Exemplo 1: Compra de mercadorias, à vista, no valor de R$ 560,00, conforme NF no 543.

Estoque de mercadorias

a Caixa ........................................... R$ 560,00

2. Partida composta:

a) no lançamento, aparece apenas uma conta sendo de-bitada e mais de uma sendo creditada;

Quando a operação envolver mais de uma conta, usa-se o termo diversos,

que indica essa situação.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 53

Exemplo 2: Compra de uma bancada, no valor de R$ 3 000,00, sendo que o pagamento foi feito em duas parcelas, a primeira, à vista, com um cheque de R$ 1 000,00 do Banco ZVN, e a segunda será paga em 30 dias, conforme Nota Promissória.

Móveis e utensílios

a bancos conta movimento ......... R$ 1 000,00

a promissória a pagar .................... R$ 2 000,00 R$ 3 000,00

b) o lançamento apresenta mais de uma conta débito e apenas uma conta crédito.

Exemplo 3: Venda de um computador, a prazo, à sra. MN, conforme NF no 356, no valor de R$ 3 500,00. No ato da compra, foi paga uma entrada de R$ 500,00, em dinheiro, e assinadas três duplicatas no valor de R$ 1 000,00 cada uma, para vencer em 30, 60 e 90 dias.

Diversos

a equipamentos

Venda de um computador, conf. NF no 356:

Caixa ................................................................................R$ 500,00

Duplicatas a receber – sra. MN

356/01 – vencimento ........................... R$ 1 000,00

356/02 – vencimento .......................... R$ 1 000,00

356/03 – vencimento .......................... R$ 1 000,00 R$ 3 000,00 R$ 3 500,00

3. Partida complexa: esse lançamento apresenta mais de uma conta sendo debitada e mais de uma sendo creditada.

Exemplo 4: Compra de uma moto no valor de R$ 15 300,00, conforme NF no 433, e de um forno elétrico no valor de R$ 3 700,00, conforme NF no 158. O pagamento foi feito com uma entrada de R$ 3 000,00, com cheque do banco JIH e duplicatas com vencimento de 30 em 30 dias no valor de R$ 4 000,00 cada uma.

Diversos

a diversos

Compras, a saber:

Veículos

NF no 433 ref. uma moto ....................... R$ 15 300,00

Móveis e utensílios

NF no 158, ref. um forno elétrico ....... R$ 3 700,00 ........... R$ 19 000,00

a bancos conta movimento ....................... R$ 3 000,00

a duplicatas a pagar

Quatro duplicatas de R$ 4 000,00 cada,

vencíveis de 30 em 30 dias ....................... R$ 16 000,00 ........ R$ 19 000,00

54 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Atividade 2exeRcitando o lançamento contábil

Em grupo, discutam cada uma das questões, identificando qual das formas de lançamento se aplica a cada uma, e, em seguida, efetuem o lançamento contábil.

1. Depósito de R$ 15 000,00, efetuado em conta-corrente no Banco ZVN.

2. Venda, a prazo, de um apartamento situado no 5o andar do no 43 da Rua VG, para o sr. Fulano de Tal, no valor de R$ 870 000,00. Forma de pagamento: entrada de R$ 270 000,00, paga em dinheiro, e assinatura de três duplicatas no valor de R$ 200 000,00 cada, a serem pagas a cada 30 dias.

3. Pagamento de R$ 720,00 ao marceneiro que instalou uma divisória na empresa.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 55

Balancete de verificação do Livro Razão

O balancete de verificação costuma ser realizado mensal-mente, com a finalidade de conferir os resultados da con-tabilidade de uma empresa, uma vez que ele reúne todos os saldos das contas movimentadas naquele período.

Esse balancete é preparado com base no Livro Razão que, como dito anteriormente, costuma ser registrado por meio de razonetes, transferindo-se os saldos de cada conta e considerando-se, para isso, a natureza da conta. Ou seja, todo o saldo devedor (lado esquerdo do razo-nete) é transferido para a coluna “Devedor” do balan-cete e todo o saldo credor (lado direito do razonete) vai para a coluna “Credor”.

O formulário no qual é realizado o balancete pode variar de acordo com a empresa, porém o mais comum é aque-le que apresenta apenas duas colunas, uma para o saldo devedor e outra para o saldo credor. No entanto, inde-pendentemente do formulário escolhido, para que a contabilidade esteja correta, é necessário que a soma dos saldos devedores seja igual à soma dos saldos credores. Se isso não ocorrer, é sinal de que foi cometido algum erro na contabilidade da empresa.

Alguns elementos mínimos são exigidos no balancete, segundo a Norma Brasileira de Contabilidade, NBC T.2.7 – Do Balancete:

1. O balancete de verificação do Razão é a relação de

contas, com seus respectivos saldos, extraídos dos

registros contábeis em determinada data.

2. O grau de detalhamento do balancete deverá ser

consentâneo com sua finalidade.

3. Os elementos mínimos que devem constar do

balancete são:

a) identificação da Entidade;

Consentâneo: Apropriado, conveniente; adequado.

© Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>

56 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

b) data a que se refere;

c) abrangência;

d) identificação das contas e respectivos grupos;

e) saldos das contas, indicando se devedores ou

credores;

f) soma dos saldos devedores e credores.

4. O balancete que se destinar a fins externos à

Entidade deverá conter nome e assinatura do con-

tabilista responsável, sua categoria profissional e

número de registro no CRC.

5. O balancete deve ser levantado, no mínimo,

mensalmente.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. NBC T.2.7.

Do Balancete. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_685.doc>.

Acesso em: 9 abr. 2015.

O preenchimento do balancete é feito com base nos razonetes, listando-se todas as contas e, na frente de cada uma, lançando-se o saldo final (devedor ou credor). Por-tanto, a primeira coisa a fazer é apurar o saldo do razo-nete, que é a diferença entre a soma dos débitos e a soma dos créditos, obtendo-se, assim, um saldo devedor ou credor.

Antes de lançar esse saldo no razonete, deve-se passar um traço horizontal nesse demonstrativo e, somente abaixo desse traço, lançar o saldo. Convencionou-se que, quando existir esse traço, o que está antes foi apagado e vale apenas o que vem em seguida.

Veja a seguir um exemplo que pode facilitar o entendi-mento desse assunto.

Em sistemas de contabilidade informatizados, é padrão os

balancetes apresentarem a coluna dos saldos anteriores, as

movimentações a débito e crédito em cada conta e o saldo atualizado.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 57

Razonetes da empresa CB

Caixa

20 000,00

16 000,00 saldo

1 000,00

3 000,00

Veículos

5 000,00

5 000,00 saldo

Capital Social

Máquinas Vendas Despesas c/aluguel

saldo 20 000,00

saldosaldo

saldo1 300,00

1 300,00

20 000,00

12 000,00 12 000,00

14 300,00

2 300,0012 000,00

Balancete de verificação

No de ordem Contas

Saldo (R$)

Devedor Credor

1 Caixa 16 000,00

2 Capital Social 20 000,00

3 Veículos 5 000,00

4 Máquinas 12 000,00

5 Vendas 14 300,00

6 Despesas com aluguel 1 300,00

Totais 34 300,00 34 300,00

58 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Atividade 3elaboRando um balancete de veRificação

Em grupo, discutam cada uma das questões com base no que estudaram até aqui. Depois, respondam individualmente ao que se pede.

1. O livro contábil mais importante de uma empresa é o ___________________ .

2. Para realizar o balancete de verificação, extraem-se os dados do Livro ___________________ .

3. Analisem cada um dos fatos administrativos listados a seguir, lançando-os nos razonetes correspondentes:

Capital inicial = R$ 100 000,00.

Venda, à vista, de mercadorias = R$ 60 000,00.

Compra, à vista, de um trator = R$ 75 000,00.

Compra, à vista, de dois carrinhos de transporte de mercadorias = R$ 720,00 cada.

Venda, à vista, de um automóvel = R$ 40 000,00.

Pagamento de aluguel = R$ 35 000,00; conta de luz = R$ 1 500,00; conta de água = R$ 820,00.

Pagamento de mecânico = R$ 3 700,00.

Pagamento de juros = R$ 2 540,00.

Depósito em banco conta movimento = R$ 80 000,00.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 59

4. Com base nos razonetes preenchidos na questão anterior, elaborem o balancete de verificação.

No de ordem Contas

Saldos (R$)

Devedor Credor

60 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

No de ordem Contas

Saldos (R$)

Devedor Credor

Erros de escrituração

Os livros contábeis são documentos legais e, portanto, não é aceita a ocorrência de erros. Como isso é difícil de garantir e o uso de borracha, corretivo ou rasura não é permitido na hora do registro, foram criadas algumas formas para que o profissional qualificado declare esses erros na própria escrituração.

1. Estorno: usado no caso de o funcionário responsável pelo preenchimento do livro efetuar o lançamento do fato administrativo na conta errada.

Para corrigir o erro, lança-se novamente o mesmo fato, invertendo as contas para que o valor seja anulado no final, e, após isso, efetua-se o lançamento correto.

Por exemplo: considerando que o fato administrativo lançado seja a aquisição de material de almoxarifado no valor de R$ 720,00 do fornecedor W, conforme NF no 336.

Lançamento efetuado

D (débito) – Almoxarifado – R$ 720,00.

C (crédito) – Banco – R$ 720,00.

H (histórico) – Valor referente à aquisição de material de almoxarifado do fornecedor W, conforme NF no 336.

Estorno total

D – Banco – R$ 720,00.

C – Almoxarifado – R$ 720,00.

H – Estorno do lançamento feito em __ /__ /____ , referente à aquisição de material de almoxarifado.

Lançamento correto

D – Almoxarifado – R$ 720,00.

C – Fornecedores – R$ 720,00.

H – Valor referente à aquisição de material de almoxarifado do fornecedor W, conforme NF no 336.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 61

2. Lançamento retificativo: usado para retificar o valor lançado erroneamente. Dependendo da situação, o estorno pode corresponder apenas à diferença dos valores ou, então, pode-se realizar o estorno total e, depois, o lançamento correto.

Por exemplo: compra de uma máquina no valor de R$ 2 790,00, conforme NF no 960, do fornecedor K.

Lançamento efetuado

D – Máquinas e equipamentos – R$ 7 290,00.

C – Banco – R$ 7 290,00.

H – Valor referente à compra de uma máquina, conforme NF no 960, do fornecedor K.

Lançamento retificativo

D – Banco – R$ 4 500,00.

C – Máquinas e equipamentos – R$ 4 500,00.

H – Valor referente a estorno de parte do lançamento feito a maior no dia __ /__ /____ , referente à compra de uma máquina, conforme NF no 960, do fornecedor K.

3. Lançamento complementar: usado caso o valor da transação tenha sido lança-do a menor. Pode-se realizar o estorno total e um novo lançamento ou apenas efetuar um lançamento complementar com a quantia que complementa o valor da transação.

Por exemplo: compra, a dinheiro, de um computador do fornecedor X, no valor de R$ 3 580,00.

Lançamento efetuado

D – Máquinas e equipamentos – R$ 2 580,00.

C – Caixa – R$ 2 580,00.

H – Valor referente à compra de um computador do fornecedor X.

Lançamento complementar

D – Máquinas e equipamentos – R$ 1 000,00.

C – Caixa – R$ 1 000,00.

H – Valor referente a complemento da importância lançada a menor no dia __ /__ /____ , referente à compra de um computador do fornecedor X.

4. Lançamento de transferência: no caso de ter ocorrido um engano na conta debitada ou creditada, faz-se a regularização promovendo-se a transferência da conta indevida para a correta.

Por exemplo: compra de uma máquina no valor de R$ 2 790,00, conforme NF no 960, do fornecedor K.

62 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Lançamento efetuado

D – Móveis e utensílios – R$ 2 790,00.

C – Banco – R$ 2 790,00.

H – Valor referente à compra de uma máquina do fornecedor K, conforme NF no 960.

Lançamento de transferência

D – Máquinas e equipamentos – R$ 2 790,00.

C – Móveis e utensílios – R$ 2 790,00.

H – Transferência de valores lançados erroneamente na conta móveis e utensílios no dia __ /__ /____ .

5. Ressalva: se o erro for percebido antes que se encerre o lançamento, a retificação pode ocorrer no próprio histórico, por meio de expressões como: “digo”, “ou melhor”, “aliás” etc.

Por exemplo:

H – Valor referente à aquisição de um móvel, digo, computador, conforme NF no 228.

6. Borrões e rasuras: lembrando que ressalvar significa confirmar, ratificar a correção, é necessário que a res-salva relativa ao erro seja feita ao lado da rasura ou borrão e seja assinada e datada pelo contador.

7. Saltos de linhas ou de páginas: não é permitido deixar nenhum espaço em branco nos livros contábeis. Se isso ocorrer inadvertidamente, ele deve ser preenchido com traços horizontais (no caso de linhas) ou um traço dia-gonal (quando se tratar de página), com uma ressalva datada e assinada pelo contador.

8. Omissão de lançamentos: se isso acontecer, basta lançar o registro na data em que foi percebido e men-cionar em qual data ele de fato ocorreu.

Se, no entanto, esse lançamento implicar recolhimen-to, provavelmente ele estará atrasado. Portanto, é necessário calcular o valor correto e providenciar o devido pagamento.

Se no Livro Diário acontecerem borrões, falhas de impressão ou

algum outro erro que possa comprometer sua autenticidade, uma

declaração do contador, tornando sem efeito aquela folha e

promovendo o acréscimo de outra com os lançamentos corretos, é

suficiente para resolver o problema.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 63

Atividade 4exeRcitando a coRReção de eRRos de escRituRação

Em grupo, discutam as situações apresentadas e respondam às questões com base no que viram a respeito desse assunto.

1. Ao reler os registros do dia anterior, o técnico de contabilidade percebeu que havia lançado R$ 230,00, em vez de R$ 2 300,00. Como ele pode resolver isso?

2. Ao redigir o histórico de um lançamento, o contador percebeu que havia regis-trado o número da nota fiscal incorretamente. É possível corrigir isso? Como?

3. O lançamento de uma duplicata foi feito duas vezes. Como é possível corrigir esse engano?

64 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

4. Quais tipos de erro devem ser justificados mediante ressalva no Livro Diário e assinatura do profissional habilitado? Citem pelo menos dois casos.

Nesta Unidade, você pôde ver alguns métodos de escrituração, exercitando deter-minadas formas de lançamento contábil.

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au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 65

unida d e 8

Demonstrações financeirasNas unidades anteriores, você estudou não só o conceito de Contabilidade, mas também as formas de registro e lançamen-to dos fatos administrativos, bem como os motivos e as manei-ras de fazer um balancete de verificação. Enfim, você pôde perceber que a gestão de uma empresa pode resultar em lucro ou em prejuízo, que precisa ser apurado e acompanhado.

Apuração do resultado

A apuração do resultado de uma empresa é a comparação entre suas despesas e receitas. Essa apuração é feita por um documen-to chamado Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), que deve ser preenchido segundo a Lei federal no 6.404/1976 – Lei das Sociedades por Ações, no final de cada ano.

Veja o que diz essa lei, no artigo 187, que trata da DRE:

SEÇãO V – Demonstração do Resultado do Exercício

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções

das vendas, os abatimentos e os impostos;

66 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercado-

rias e serviços vendidos e o lucro bruto;

III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, dedu-

zidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras des-

pesas operacionais;

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras

despesas; (Redação dada pela Lei no 11.941, de 2009)

V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a

provisão para o imposto;

VI – as participações de debêntures, empregados, administradores

e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros,

e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de

empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada

pela Lei no 11.941, de 2009)

VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante

por ação do capital social.

§ 1o Na determinação do resultado do exercício serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independen-

temente da sua realização em moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,

correspondentes a essas receitas e rendimentos.

BRASIL. Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm>.

Acesso em: 9 abr. 2015.

É importante lembrar que todos os fatos administrativos que aconteceram na em-presa durante o ano vigente foram registrados em Contas Patrimoniais (que repre-sentam o ativo e o passivo da empresa) ou de Resultado (que especificam as receitas e as despesas do período).

Pois bem, para realizar a apuração do resultado do exercício, são usados os saldos das Contas de Resultado, registrados de modo ordenado, ou seja, separando receitas, custos, despesas operacionais, até chegar ao resultado de cada uma delas. Se o re-sultado for positivo, houve lucro; se for negativo, houve prejuízo no ano em questão.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 67

Essas contas, após serem utilizadas para a apuração do resultado do exercício, devem ser zeradas, ou seja, elas devem ser encerradas a fim de que se inicie o próximo exer-cício com saldo zero.

A realização dessa apuração é simples, pois se baseia em todas as contas já registra-das anteriormente, sendo que o balancete de verificação é de grande auxílio nesse momento.

A seguir, basta transferir os saldos da seguinte forma:

(1) das Contas de Despesas para a Conta de Apuração de Resultado;

(2) das Contas de Receitas para a Conta de Apuração de Resultado.

Em seguida, comparar os resultados, ou seja, apurar o saldo da Conta de Resultado e transferi-lo para a Conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, que é uma Conta Patri-monial e que, posteriormente, será usada para a realização do balanço patrimonial.

Veja um exemplo:

1o) Balancete de verificação de uma empresa de prestação de serviços.

No Contas Débito (R$) Crédito (R$)

1 Caixa 8 500,00

2 Bancos conta patrimonial 38 000,00

3 Capital 35 000,00

4 Duplicatas a pagar 2 700,00

5 Promissórias a pagar 4 850,00

6 Estoque de material de consumo 790,00

7 Móveis e utensílios 6 470,00

8 Receitas de serviços 22 000,00

68 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

No Contas Débito (R$) Crédito (R$)

9 Aluguel 7 650,00

10 Luz e água 890,00

11 Telefone e internet 800,00

12 Lanches 130,00

13 Imposto Sobre Serviços 1 320,00

Totais 64 550,00 64 550,00

Fonte: RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

2o) Transferir os saldos, lembrando que, do balancete, serão consideradas apenas as Contas de Resultado.

(1) Saldo das Contas de Despesas (aluguel + luz e água + telefone e internet + lanches + Imposto Sobre Serviços) para diversos (Conta Apuração de Resul-tado) = R$ 10 790,00.

(2) Saldo das Contas de Receitas (receitas de serviços) para a Conta de Apuração de Resultado = R$ 22 000,00.

3o) Comparar os resultados.

R$ 22 000,00 (crédito) – R$ 10 790,00 (débito) = R$ 11 210,00 (credor)

4o) Transferir para:

Resultado do exercício

a lucros ou prejuízos acumulados

Lucro líquido do exercício .......................... R$ 11 210,00

Observação: se o resultado apresentasse saldo devedor, a transferência seria assim:

Lucros ou prejuízos acumulados a resultado do exercício

Prejuízo líquido apurado ...............................

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 69

Balanço patrimonial

Como vimos na Unidade 5, o balanço patrimonial é uma demonstração momen-tânea do patrimônio da empresa e permite evidenciar, em determinada data, sua situação financeira e patrimonial de forma quantitativa e qualitativa. Além de de-monstrar seu lucro ou prejuízo, ele apresenta estimativas de depreciações e provisionamento. Esse documento é exigido e regulamentado pelo art. 176 da Lei federal no 6.404/1976 e baseia-se nos saldos das Contas Patrimoniais.

Relembrando o que foi visto no tópico anterior, sobre apuração de resultado, para elaborar a DRE consideram-se as Contas de Resultado, que, após seu lan-çamento, têm seus saldos zerados no Livro Razão. Sendo assim, apenas as Con-tas Patrimoniais, nesse mesmo momento, apresentam saldo e são exatamente estas que serão usadas para a elaboração do balanço.

É importante considerar, no entanto, que o movimento financeiro representado pelas Contas de Resultado não desapareceu. Ele foi registrado no Livro Razão na Conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, que apresenta um saldo e passou a fazer parte do passivo líquido da empresa.

Retomando o que vimos em unidades anteriores, as contas integram dois grandes grupos no balanço patrimonial, o ativo e o passivo, lembrando que o patrimônio líquido está junto com o passivo. Para que a entidade possa ser considerada viável, ela precisa demonstrar equilíbrio entre esses dois grupos, ou seja, o resultado final de um precisa ser igual ao do outro.

O ativo representa bens e direitos da entidade e suas contas aparecem classificadas em ativo circulante e ativo não circulante. Já o passivo, que representa as obrigações de curto e longo prazos, tem suas contas classificadas em passivo circulante e pas-sivo não circulante. Por sua vez, o patrimônio líquido representa o capital inicial investido pelos sócios, ajustado pelos lucros e/ou prejuízos acumulados em forma de reservas.

O procedimento para realizar o balanço é semelhante ao seguido para a elaboração da DRE, pois nesse caso também são transferidos apenas os resultados das contas. Só que, aqui, isso ocorrerá com as Contas Patrimoniais. Então, uma forma de faci-litar sua elaboração é basear-se no balancete de verificação.

70 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Veja como fica o balanço patrimonial da mesma em-presa de prestação de serviços usada no exemplo anterior:

Ativo (R$) Passivo (R$)

Ativo circulante

- Caixa 8 500,00

- Bancos conta patrimonial 38 000,00

- Estoque de material de consumo 790,00

Ativo permanente

- Móveis e utensílios 6 470,00

Passivo circulante

- Duplicatas a pagar 2 700,00

- Promissórias a pagar 4 850,00

Patrimônio líquido

- Capital 35 000,00

- Lucros ou prejuízos acumulados 11 210,00

Total ativo = 53 760,00

Total passivo = 53 760,00

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 140.

Atividade 1exeRcitando a apuRação de Resultado

e o balanço patRimonial

1. Em grupo, leiam e analisem a relação de contas regis-tradas no Livro Razão da empresa XPTO para, a seguir, resolver cada uma das questões propostas.

Os dados usados para o preenchimento desse balanço basearam-se no balancete de

verificação, visto nesta Unidade.

• Bancos conta movimento

• Veículos

• Fretes e carretos

• Duplicatas a pagar

R$ 1 000,00

R$ 4 000,00

R$ 40,00

R$ 1 260,00

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 71

• Café e lanches

• Luz e telefone

• Impostos e taxas

• Receitas de serviços

• Móveis e utensílios

• Capital

TOTAL

R$ 100,00

R$ 160,00

R$ 200,00

R$ 240,00

R$ 2 000,00

R$ 6 000,00

R$ 15 000,00

a) Transcrevam as contas para os razonetes.

b) Realizem o balancete de verificação da empresa.

No de ordem Contas (R$)

Saldos (R$)

Devedor Credor

72 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

No de ordem Contas (R$)

Saldos (R$)

Devedor Credor

c) Com base nos dados anteriores, façam a apuração de resultado da empresa XPTO.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 73

d) Elaborem o balanço patrimonial da mesma empresa.

Ativo (R$) Passivo (R$)

Total ativo = Total passivo =

2. Assinale as contas que constituem elementos negativos do patrimônio.

a) Bens e direitos. c) Direitos.

b) Obrigações. d) Bens.

Nesta Unidade, você viu algumas demonstrações financeiras, assim como exercitou a análise de contas e de apuração de resultado e o balanço contábil. Com esses re-cursos, é possível verificar se a pessoa física ou a empresa em questão teve lucro ou prejuízo em determinado período.

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74 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 75

unida d e 9

Documentos contábeisAo realizar a contabilização de uma empresa, vários documen-tos são relacionados aos fatos contábeis no instante em que são registrados nos Livros Diário e Razão.

Cada um desses documentos é muito importante e precisa ser arquivado em ordem cronológica de ocorrência. A periodici- dade de arquivamento é mensal, de acordo com o calendário civil; ao se encerrarem os 12 meses, inicia-se um novo exercício.

Os principais documentos contábeis são:

• notas fiscais – de compra ou de venda de produtos ou serviços;

• extratos, comprovantes de débitos ou créditos bancários, além de cópias dos cheques emitidos;

• comprovantes de despesas ou custos;

• faturas;

• duplicatas;

• notas promissórias.

Notas fiscais

A nota fiscal serve para indicar que um bem ou serviço foi transferido de uma entidade para outra e deve ser emitida sempre que houver circulação de mercadorias ou de prestação de serviços. Seu uso é permitido em peque-nos comércios quando o pagamento é efetuado no ato. Porém, hoje em dia, a emissão do cupom fiscal eletrôni-co predomina nas vendas ao consumidor final.

As demais transações comerciais, havendo ou não li-quidação financeira, devem ser formalizadas por meio de documento fiscal.

A circulação de mercadorias sem emissão de documento fiscal que identifique o destinatário configura infração fiscal e é passível de multa.

76 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Atualmente, existem os seguintes tipos de notas fiscais:

Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A

Vem sendo substituída pela Nota Fiscal Eletrônica, mas, até pouco tempo, era usada quando a empresa precisava entregar a compra na residência do cliente ou em outra empresa. Nela são detalhados todos os componentes da compra e também os dados do comprador.

NOTA FISCALSAÍDA

CNPJ

NATUREZA DA OPERAÇÃO

NOME/RAZÃO SOCIAL

DESTINATÁRIO/REMETENTE

FATURA

DADOS DO PRODUTO

CÁLCULO DO IMPOSTO

TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTADOS

DADOS ADICIONAIS

RESERVADO AO FISCO

NOTA FISCAL

Nº DE CONTROLEDO FORMULÁRIO

DADOS DA AIDF E DO IMPRESSOR

RECEBEMOS DE ____________________________________________________ (RAZÃO SOCIAL DO EMITENTE) OS PRODUTOS CONSTANTES DA NOTA FISCAL INDICADA AO LADO

DATA DO RECEBIMENTO IDENTIFICAÇÃO E ASSINATURA DO RECEBEDOR

ENDEREÇO

MUNICÍPIO

BASE DE CALCULO DO ICMS

VALOR DO FRETE

NOME/RAZÃO SOCIAL

ENDEREÇO

QUANTIDADE ESPÉCIE MARCA NÚMERO PESO BRUTO PESO LÍQUIDO

MUNICÍPIO

FRETE POR CONTA

1 EMITENTE2 DESTINATÁRIO

PLACA DO VEÍCULO UF

UF

CNPJ/CPF

INSCRIÇÃO ESTADUAL

VALOR DO SEGURO OUTRAS DESPESAS ACESSÓRIAS VALOR TOTAL DO IPI VALOR TOTAL DA NOTA

VALOR DO ICMS BASE DE CÁLCULO ICMS SUBSTIT. VALOR DO ICMS SUBSTITUIÇÃO VALOR TOTAL PRODUTOS

DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS CF UNID. QUANTIDADEALÍQUOTAS

VALOR DO IPIICMS IPI

SIT.TRIB.

VALORUNITÁRIO

VALORTOTAL

CÓDIGOPRODUTO

FONE/FAX UF INSCRIÇÃO ESTADUAL HORA DA SAÍDA

BAIRRO/DISTRITO CEP DATA SAÍDA/ENTRADA

CNPJ/CPF DATA DA EMISSÃO

CFOP INSC. ESTADUAL DO SUBST TRIBUTÁRIO INSCRIÇÃO ESTADUAL

ENTRADA

1ª VIA

00.00.00

DATA LIMITEPARA EMISSÃO

DESTINATÁRIO/REMETENTE

Nº 001.457

Nº 001.457

Rua da Castanha, 277São Paulo - SPCEP 03742-019SAC (11) 0800-2323233

Venda

Joselito Pintor 413.809.989-75 15/02/2015

15/02/2015Rua Belas Artes, 357 AP 42

Monte Alto

001448

SP(19) 91234-5678

Vila Jurema 01536-002

12:54:03

5.405

22.123.456/0001-99

235.469.874.578

X

Cx. lápis de cor aquarelável 48 cores

Nota Fiscal com dados e valores fictícios

1 1009 Unid 57,00 57,00

64,00

Transportadora Vaivém 75.453.858/0001-45

658.974.517.548Rua das Encomendas, 745 São Paulo SP

SPDAN 2302

1

64,00

64,00

1

0,00 0,00 0,00

0,00

0,00 0,00 0,00747545 Pincel 15 mm p/ aquarela 1 1007 Unid 7,00 7,00 0,00 0,00 0,00

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au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 77

Em geral, a nota fiscal já vem com os dados impressos do emitente (quem está emitindo a NF – no caso, a empresa), só restando preencher os dados do destina-tário (a quem se destina a mercadoria – no caso, o comprador) e a especificação da mercadoria, o que é feito por ocasião do fechamento da compra.

Recentemente, a maior parte das empresas vem adotando o modelo de nota infor-matizado. Com isso, os dados são inseridos no computador e a NF é impressa já com todas as informações registradas.

Nota Fiscal Eletrônica

A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) faz parte do projeto do Sistema Público de Escri-turação Digital (Sped), que foi instituído pelo governo federal por um decreto firmado em janeiro de 2007. A intenção era substituir os documentos fiscais preen-chidos em papel, ao mesmo tempo que se implantava um modelo único nacional de documento fiscal eletrônico.

Essa nova sistemática reduz custos, simplifica obrigações dos contribuintes e per-mite ao Fisco um acompanhamento em tempo real das operações comerciais.

Ela é usada tanto para circulação de mercadorias como para prestação de serviços e tem validade em todos os Estados da Federação, constando na legislação nacional desde outubro de 2005. Entretanto, ainda há certas restrições em sua utilização, pois ela só pode substituir a Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A, dependendo do porte do estabelecimento. Dessa forma, a NF-e não substitui ainda a Nota Fiscal de venda a Consumidor (modelo 2) ou o Cupom Fiscal, que continuam em uso de acordo com a legislação em vigor.

No caso de prestação de serviços, a nota a ser emitida deve ser a Nota Fiscal Eletrô-nica de Serviços, pois nela incide o Imposto Sobre Serviços (ISS). No caso de cir-culação de mercadoria, em que incide o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), usa-se a Nota Fiscal Eletrônica. Como o ISS é um imposto de cunho municipal, várias prefeituras já dispõem de modelo próprio de Nota Fiscal Eletrônica de Serviços.

78 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

NATUREZA DA OPERAÇÃO

RECEBEMOS OS PRODUTOS/SERVIÇOS CONSTANTES NA NF INDICADA AO LADO

DATA DE RECEBIMENTO IDENTIFICAÇÃO E ASSINATURA DO RECEBEDOR

NF-e

SÉRIE: 1

CONTROLE DO FISCODANFE

Documento Auxiliar da Nota Fiscal EletrônicaSaída: 1 1Entrada: 2Nº: 502

SÉRIE: 1

FL 1

INSCRIÇÃO ESTADUAL

DESTINATÁRIO / REMETENTE

FATURA

CÁLCULO DO IMPOSTO

TRANSPORTADOR / VOLUMES TRANSPORTADOS

DADOS DO PRODUTO / SERVIÇO

CÁLCULO DO ISSQN

DADOS ADICIONAIS

NOME (RAZÃO SOCIAL) C.N.P.J. / CPF DATA DA EMISSÃO

ENDEREÇO BAIRRO / DISTRITO CEP DATA SAÍDA / ENTRADA

HORA DA SAÍDAMUNICÍPIO

NÚMERO

BASE DE CÁLCULO DO ICMS

VALOR DO FRETE

RAZÃO SOCIAL

ENDEREÇO

QUANTIDADE ESPÉCIE

CÓD. PROD.

INSCRIÇÃO MUNICIPAL

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES RESERVADO AO FISCO

VALOR TOTAL DOS SERVIÇOS BASE DE CÁLCULO DO ISSQN VALOR DO ISSQN

DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS NCM/SH CST CFOP UN. QUANT. VL. UNITÁRIO VL. TOTAL V. CÁLC. ICMS VL. ICMS VL. IPIALÍQUOTA

ICMS IPI

MARCA NÚMERO PESO BRUTO PESO LÍQUIDO

MUNICÍPIO U.F. INSCRIÇÃO ESTADUAL

FRETE POR CONTA1 - EMITENTE2 - DESTINATÁRIO

CÓDIGO ANTT PLACA DO VEÍCULO U.F. C.N.P.J. / CPF

VALOR DO SEGURO DESCONTO OUTRAS DESPESAS ACESSÓRIOS VALOR DO IPI VALOR TOTAL DA NOTA

BASE DE CÁLCULO ICMS SUBSTITUIÇÃO VALOR DO ICMS SUBSTITUIÇÃO VALOR TOTAL DOS PRODUTOSVALOR DO ICMS

DATA VENC. VALOR

FONE / FAX U.F. INSCRIÇÃO ESTADUAL

INSCR. EST. DO SUBST. TRIBUTÁRIO C.N.P.J. CHAVE DE ACESSO DA NF E CONSULTA NO SITE WWW.NFEFAZENDA.GOV.BR

Giga Equipamentos e Suprimentos p/ Informática Me.

Rua do Gráfite nº 02 - Loja 2B - São Paulo/SP - CEP 02555-140Fone: (11) 5557-8555

Venda de equipamentoss e suprimentos para informática

Jucleide da Cunha

Rua das Cachoeiras nº 752

São Paulo

052171

Transportadora Vaievem 1 012345 DED 2310 SP

R$ 720,00

R$ 720,00

R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 720,00R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 720,00

Nº: 271

25/03/2015

(11) 7758-8897 13:25:43SP

Vila Tupira 05862-012

318.852.758-99 23/02/2015

23/02/2015

123.325.564.789 32.858.475/0001-85 0116546485497865456524646615441111153454004546

Rua das Encomendas, 745 - São Paulo/SP

1

015247 Geladeira Branca

NF-e com Informações e valores fantasia

Cx 1 R$ 720,00 R$ 720,00

1 180kg 180kgCaixa

São Paulo SP

75.453.858/0001-45

658974517548

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au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 79

Nota Fiscal de Venda a Consumidor – modelo 2

É uma nota mais simplificada, que não precisa apresentar todos os dados do com-prador, mas que também detalha todos os produtos adquiridos. É bastante usada em pequenos comércios, nos quais o comprador escolhe e leva, ele próprio, sua mercadoria.

Nas pequenas lojas comerciais, é mais comum o preenchimento manual desse tipo de nota. Em boa parte dos estabelecimentos, a pessoa que está emitindo a nota não preenche os campos nome, endereço e CPF, ou, então, registra apenas o primeiro nome do comprador e um telefone para contato.

Data de Emissão: / /

Ilmo. (a) Sr. (a):

Endereço:

CNPJ/CPF:

QUANT.

NÃO VALE COMO RECIBO

JOSELITO ARTES GRÁFICAS LTDA – Rua das Neves nº 25 - Vila Isabel - São Paulo / SPCNPJ: 75.252.353/0001-56 - Ins. Est.: 256.457.052.114

O ICMS será pago de acordo com a lei

DISCRIMINAÇÃO DAS MERCADORIAS PREÇO UNIT. PREÇO TOTAL

TOTAL R$

22Maurilio

2 3,50 7,00caneta esferográfica2 4,50 9,00

16,00

marcador p/ quadro

02 15PROCON: 151

NOTA FISCAL DE VENDA AO CONSUMIDOR

Modelo 002 Série D

1ª Via – Destinatário2ª Via – Contabilidade3ª Via – Fixa no Talão

Data limitepara emissão 31/12/2017CF/DF: 33.455.788/001-12 – CNPJ: 22.123.456/0001-99

AIDF AUTORIZADA PARA ME OU EPP OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL

Rua da Castanha nº 277 - São Paulo/SP - CEP 03742-019

Fone: (11) 2524-2323

4578

Cupom Fiscal

Registra os valores pagos e detalha os produtos, por meio da leitura ótica do código de barras de cada mercadoria. Hoje em dia, é o tipo mais usado em vendas a vare-jo. Porém, se a compra incluir algum item que possui garantia, é preciso dirigir-se ao Atendimento ao Cliente e solicitar uma NF do produto, uma vez que, para fazer

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80 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

uso da garantia, ela é necessária. Além disso, a impressão do cupom fiscal pode se apagar com o tempo, perdendo a sua utilidade.

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PÃO DE MEL COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA - EPPRUA DO BURITI, 328 - BOM RETIRO

SÃO PAULO - SP CEP 01130-012

CNPJ: 03.982.45./0001-55IE: 128.133.113.173

23/02/2015

ITEM CÓDIGOQTD.

1 000000000170 PÃO FRANCÊS KG / 001

CARTÃO

5HHGF84Y5UHF8RER9URHE9R873984YH FBIURYFG98RYHF97SWEGA IF ST 113ECF - IF VERSÃO 01.00.05 ECF: 001=EGHIGK#23/02/2015 07:56:47VFAB: SW000000000008520

0,251 x 8,98 F1 2,25G

2 047814521141 OVOS DZ C/121,00 x 3,98 F1 3,98G

3 457244214175 REFRIGERANTE L 2,00 x 4,50 F1 9,00G

15,23R$ 15,23

UN. VL. ST VL.ITEM (R$) UNIT(R$) DESCRIÇÃO

07:56:29V CCF:541987

CUPOM FISCAL

TOTAL R$

COO:354214

Extratos, comprovantes de débitos ou créditos bancários

O extrato é um documento de controle e registro sobre a movimentação e saldo de uma conta bancária. Ele permite que se realize a conferência dos lançamentos, além de evitar falhas na contabilização, de modo a garantir a segurança no fornecimento de informações.

Comprovante de débito ou crédito é um documento que formaliza o pagamento de aquisição de mercadorias ou serviços por meio de cartão de crédito ou de débito em conta, ou seja, pagamentos realizados por via eletrônica, com uso do cartão mag-nético do banco. Esse comprovante é emitido somente pela Escrituração Contábil Fiscal (ECF) e após a totalização do cupom fiscal ao qual ele está vinculado.

TENA COM. DE MÓVEIS E ART. PARA DECORAÇÃO LTDA RUA DAS COMPRAS, 838 PERDIZES - SÃO PAULO - SPCNPJ: 21.585.421/0001-96IE: 146.346.196.452IM: 3.421.845-0

16/02/2015

COO do documento vinculado: 124874Valor da compra R$ 159,89Valor do pagamento R$

COMPR: 522151223 VALOR: R$ 159,89ESTAB: 074575302 TENA COM. DE MÓVEIS16/02/15 – 13:43:02 TERM: PV 321336/654245NÚMERO PARCELAS: 05CARTÃO: xxxx.xxxx.xxxx.7451AUTORIZAÇÃO: 154095ARQC: 07BF9DC6540G9E5 TRANSAÇÃO AUTORIZADA MEDIANTE USO DE SENHA PESSOAL.

(SiTef )

159,89

CDC: 003513:43:02V DNF: 087457

REDEULTRACARD

NÃO É DOCUMENTO FISCAL

CARTÃO DE CRÉDITO1ª VIA

COMPROVANTE CRÉDITO OU DÉBITO

COO: 124357

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 81

Fatura

A fatura é um documento comercial usado em transações em que o pagamento não é efetuado no momento da compra. Assim, se a mercadoria vendida for paga apenas na entrega ou em parcelas superiores a 30 dias, emite-se a fatura. Além de detalhar os itens comprados, ela determina a data de seu vencimento, isto é, quando deve ser paga.

Seu preenchimento é razoavelmente fácil, devendo-se apenas completar os itens já impressos no formulário. Porém, é importante observar que, para efeito tributário (apuração de impostos), a fatura não tem valor fiscal.

As empresas prestadoras de serviços, como luz, água, telefone, internet etc., emitem faturas com a discriminação do gasto mensal de cada residência e a data em que devem ser pagas.

Vencimento da Fatura: 10/03/15

475,00

Demonstrativo

Encargos

Linha de Crédito

Importante

Cotação do dólar em 02/03/15 - R$ 2,83

Próximo corte da fatura (Melhor dia da compra) = 27/03/15

Fatura MensalNúmero do cartãoxxxxxxxxxxxxxx4787

100,00R$ 50,00R$ R$005x

Total da Fatura

Data

Subtotal Nacional 0,00 –

Movimentações nacionais

José Gastão Vidigal

Nome: José Gastão VidigalEndereço: Rua Leonora de Souza, nº 412CEP 03515-000São Paulo/SP

www.bancoazul.com.br

Nº xxxxxxxxxxxxxx4787

Total de compras parceladas a vencer

Sobre o saldo financiado 14,00 % ao mêsMáximo financiamento próximo período e atraso

IOF adicionalCusto efetivo total (CET) para financiamento 396,54 % ao anoCusto efetivo total (CET) para saques 452,02 % ao ano

0,47 %

Para saques efetuados 15,00 % ao mêsMáximo para saques efetuados no próximo período

12/02 Saldo anterior 350,00 –

09/02 Mercado Jolimar São Paulo 210,00 –12/02 Posto de gasolina São Paulo 130,00 –15/02 Padaria Feliz São Paulo 25,00 –17/02 Farmácia Nova São Paulo 75,00 –

17/02 Paymay*Chingling China 35,00 –

35,00 –

440,00 –

12/02 Pagamento efetuado 350,00 +

Linha de Crédito Total

Se a cotação do dólar acima, for diferente da cotação na tabela do pagamento, os ajustes (crédito ou débito), serão feitos na sua próxima fatura sem encargos.

R$R$ 405,00

2.500,00Linha de Crédito para Saques Cash no Brasil

15,00 % ao mês

17,00 % ao mês

R$ 780,00

Movimentações Internacionais

Subtotal Inernacional

440,00 –Subtotal Nacional

Total Nacional35,00 –Total Internacional

475,00 –Total Fatura

Descrição Cidade/País Valor USS Crédito/Débito R$

CAPITAIS 5001 0002

0800 333333211DEMAIS LOCALIDADES

(A) Pagamento Mínimo (B) Parcelamento

Atenção: Em caso de pagamento inferior ao valor total, o consumidor deverá arcar com as taxas e encargos apontados nesta fatura, incidentes sobre diferença entre o valor total e o valor pago. Valor máximo dos encargos em caso de pagamento mínimo até o vencimento: R$ 145,00

INFORMAMOS QUE TODAS AS INFORMAÇÕES E VALORES CONTIDOS NESTA FATURA SÃO FICTÍCIOS.

BancoAzul

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82 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Duplicata

A duplicata é um título de crédito, regulamentado pela Lei federal no 5.474/1968 – Lei das Duplicatas, e se origina de uma fatura. É usada sempre que houver a prestação de um serviço ou a venda de uma mercadoria em que o pagamento não é efetuado à vista, constituindo, portanto, uma promessa de pagamento.

É importante atentar para o fato de que uma duplicata nunca pode englobar mais de uma fatura. O contrário, contudo, é possível: uma fatura pode dar origem a várias duplicatas. Isso é possível, por exemplo, nas vendas em que o pagamento será feito em parcelas.

Ela constitui um documento financeiro que precisa ser apresentado ao devedor no prazo máximo de 30 dias após sua emissão, para que ele a assine, aceitando a dívi-da, ou faça uma declaração por escrito, justificando o motivo da não aceitação. Para isso, o devedor tem o prazo máximo de dez dias a partir do recebimento da fatura. Por ser um título de crédito, ela pode ser negociada. O comerciante pode transferir essa dívida a outra entidade, mediante seu endosso (sua assinatura).

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Damaceno Papelaria ME.

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CNP J (MF): 51.858.421/0001-99CCM: 22.455-2Mun.: São Paulo - SPDATA DA EMISSÃO:

NF FATURA Nº

NOME DO SACADO:ENDEREÇO:CEP: MUNICÍPIO: ESTADO: SP

Reconhecemos a exatidão desta Duplicata de Venda Mercantil na importância acima, que pagaremos à Damaceno Papelaria ME. ou a sua ordem na praça e vencimentos indicados.

REP:M

PRAÇA DE PAGAMENTO:CNPJ/CPF (MF):

Em / /(Data do aceite) Assinatura

NÃO SENDO PAGA NO VENCIMENTO, COBRAR JUROS DE MORA E

DESPESAS FINANCEIRAS, NÃO CONCEDER DESCONTOS MESMO

CONDICIONALMENTE

Insc. Estadual:

Valor porextenso

NF FATF/Duplicata - Valor Duplicata nº de Ordem Vencimento PARA USO DAINSTITUIÇÃO FINANCEIRA

DUPLICATARua das Amácias nº 25Vila Jureia - São Paulo - SP

DESCONTO DECONDIÇÕES ESPECIAIS

% SOBRE ATÉ

Como todos os outros documentos contábeis, já é possível emitir a duplicata de maneira informatizada. Mesmo assim, ainda é possível encontrá-la em vários es-tabelecimentos na forma de formulários impressos, a serem preenchidos manual-mente ou em máquinas de escrever.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 83

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Nota promissória

A nota promissória é uma promessa de pagamento, mas não se origina da fatura, como a duplicata. Ela é usada em operações financeiras que envolvem empresas e empresas, empresas e clientes ou, ainda, particulares entre si.

Ela constitui um título de crédito emitido pelo devedor a favor do credor, como promessa de pagamento da dívida contraída, e é regulamentada pelo art. 54 do Decreto federal no 2.044, de 31 de dezembro de 1908. Geralmente, está vinculada a um contrato e, após assinada pelo devedor, fica em poder do credor, que só a devolve, como recibo, ao receber o respectivo pagamento.

A maior parte das notas promissórias possui, no verso, a assinatura de um avalista, que se compromete a pagar a dívida caso o devedor não o faça.

Exemplo de duplicata impressa e preenchida a máquina, sendo quase um documento histórico, dada a informatização cada vez mais frequente do documento.

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Nº:

Apagar por esta

Pagável emEmitenteCPF / CGC:Endereço:

ou a sua ordem aquantia de

em moeda correntedeste país

única via de Nota Promissória

CPF / CGC

Vencimento de de

R$

01/01 27 J��h� 2015

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387.829.874-86

C�nc� ��� � �e�e��nto� � ��n���nt� �

Sã� P��l�/�PSã� P��l�, 23 �� m�i� �� 2015C��lo� D����

C��lo� D����548.458.758-87Ru� T����, �º 2

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84 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Atividade 1exeRcitando conhecimentos sobRe documentos contábeis

Em grupo, analisem cada uma das questões e escolham a resposta adequada, com base no que estudaram até o momento.

1. O documento emitido em uma venda, à vista, de cinco metros de tecido é:

a) duplicata. c) nota fiscal modelo 1.

b) nota promissória. d) nota fiscal modelo 2.

2. A nota promissória:

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3RF

a) é feita sempre com base em uma fatura.

b) não precisa ser assinada pelo devedor.

c) é uma promessa de pagamento.

d) é um documento essencialmente comercial.

Nesta Unidade, você viu alguns documentos importantes, suas funções e o que deve ser feito com eles depois de contabilizados nos livros contábeis.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 85

unida d e 10

Ingresso no mercado de trabalhoVocê viu, nas unidades anteriores, alguns aspectos da ocupação de auxiliar de contabilidade. Pode-se dizer que, agora, você tem uma base mais sólida de conhecimentos que lhe confere condições para enfrentar esse competitivo, mas promissor, mercado de trabalho.

Para auxiliá-lo nessa trajetória, consulte o Caderno do Trabalhador 1

– Conteúdos Gerais – “Como se Preparar para o Mercado

de Trabalho”. Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.

br>. Acesso em: 9 abr. 2015.

O primeiro passo na busca de uma vaga é a elaboração de seu currículo, que deve conter seus dados pessoais, objetivos, experiências, conhecimentos e perfil profissio-nal. Para isso, você precisa relembrar sua história.

É importante que o currículo seja claro, objetivo e con-tenha informações verdadeiras. Nele devem constar, além de sua identificação na primeira página, algumas infor-mações importantes, como:

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86 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

• falar um pouco de seu objetivo profissional;

• citar empresas nas quais trabalhou, enfatizando suas atividades e promoções;

• além de sua escolaridade, citar outros cursos que rea-lizou;

• incluir idiomas que fala e escreve, bem como conhe-cimentos de informática.

Não se deve colocar no currículo:

• números de documentos pessoais;

• pretensão salarial, a não ser que naquele anúncio isso tenha sido requisitado;

• raça, religião e posicionamento político;

• as razões de seu desligamento das empresas nas quais trabalhou;

• referências pessoais;

• escrita incorreta, com erros de ortografia;

• data e assinatura na última folha.

Quando for contatado para uma entrevista, atenda à solicitação com um sorriso, pois mesmo em uma ligação telefônica isso será transmitido por seu tom de voz. Procure utilizar uma dicção clara e esteja disponível para o dia e o horário propostos, não crian-do empecilhos.

Também vale dizer que, apesar da boa fase do mer-cado de trabalho, é grande o número de jovens que busca uma colocação. Terá mais chance quem mostrar não só conhecimento, mas também boa vontade, boa apresentação pessoal e entusiasmo em fazer parte de uma equipe.

Ao se apresentar para a entrevista, é imprescindível ser pontual e estar vestido adequadamente, isto é, nem muito social, nem muito esportivo

– um meio-termo é sempre melhor. Deve-se ficar atento ao comprimento

da roupa, ao uso de perfumes ou muitos acessórios. Também é importante estar em dia com a

higiene pessoal.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 87

Atividade 1sabeRes de um auxiliaR de contabilidade

Procure relembrar o que viu durante o curso e complete as frases a seguir, levando o bom senso em consideração, com sua opinião a respeito do assunto.

1. Para ser um bom auxiliar de contabilidade, é necessário saber:

2. Um auxiliar de contabilidade, em suas atividades, usa:

3. O bom auxiliar de contabilidade precisa cuidar de:

88 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

4. O auxiliar de contabilidade deve, também:

Releia o que escreveu, analisando nas frases aquilo que você considera que faz bem. Utilize essas informações para enriquecer seu currículo.

Dados pessoais

CURRÍCULO

Formação

Experiências

Atividades adicionais

Idiomas / Informática

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au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 89

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Revendo seus conhecimentosEstamos chegando à reta final da primeira etapa na construção de sua nova ocupação. Este é um momento de balanço, de rever e reavaliar os conhecimentos que você elencou na Unidade 3 do Caderno 1.

Atividade 1balanço dos conhecimentos adquiRidos

Você vai retomar o quadro de saberes necessários ao auxiliar de contabilidade, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Marque um “X” na coluna que cor-responde a sua escolha.

Escolarização e formação/experiência profissional Sim Não Cursando

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Curso de qualificação profissional

Outras exigências da ocupação de auxiliar de contabilidade

Já domino

Em processo

Preciso aprimorar

Preciso aprender

Buscar autodesenvolvimento

Desenvolver raciocínio lógico e habilidade em cálculos

Saber consultar normas e procedimentos

90 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

Outras exigências da ocupação de auxiliar de contabilidade

Já domino

Em processo

Preciso aprimorar

Preciso aprender

Conhecer a legislação trabalhista

Utilizar recursos de informática

Saber utilizar telefone, fax, email e intranet

Demonstrar capacidade de participação

Saber trabalhar em equipe

Falar de maneira clara, ágil e objetiva

Expressar-se de forma oral e escrita

Demonstrar autonomia e iniciativa

Ser ético e respeitoso

Relembre, agora, a descrição das atividades dos auxilia-res de contabilidade feita pela CBO:

Organizam documentos e efetuam sua classificação

contábil; geram lançamentos contábeis, auxiliam na

apuração dos impostos, conciliam contas e preenchi-

mento de guias de recolhimento e de solicitações, junto

a órgãos do governo. Emitem notas de venda e de trans-

ferência entre outras; realizam o arquivo de documentos.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classifi-cação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em: 9 abr. 2015.

A CBo é o documento oficial que informa os empregados e empregadores sobre os

conhecimentos que cada profissional deve ter.

au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 91

Embora não haja exigência legal, requer-se escolaridade de nível médio, preferencial-mente com curso técnico ou superior incompleto. Não há exigência de experiência anterior. Exercem suas funções em atividades empresariais como empregados formais, trabalham com supervisão permanente em ambientes fechados e em horário diurno. Podem trabalhar sob pressão, o que pode levar à situação de estresse.

Verifique o que aprendeu durante o curso e o que precisará retomar, seja na internet, em livros especializados ou fazendo cursos mais avançados, e complete o quadro a seguir.

O que fazer? Por quê? Como? Quando?

Esta foi a última Unidade do Caderno de auxiliar de contabilidade. Nela, você pôde relembrar as exigências dessa ocupação, ao mesmo tempo que comparou os conheci-mentos obtidos no início do curso com aqueles que adquiriu ao longo desse período.

Esperamos que esses momentos de estudo tenham sido úteis para você e que possa aproveitar bem esses conhecimentos para seu futuro profissional.

Boa sorte!

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92 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão au x i l i a r d e co N t a b i l i d a d e 2

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v i a r á p i d a e m p r e g o

Noções básicas de Contabilidade

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