Auxiliar de fundição

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 2 Auxiliar de fundição

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g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o

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Auxiliar de fundição

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Auxiliar de fundição

m e t a l u r g i a

emprego

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin

Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Rodrigo Garcia

Secretário

Nelson Baeta Neves Filho

Secretário-Adjunto

Maria Cristina Lopes Victorino

Chefe de Gabinete

Ernesto Masselani Neto

Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

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Coordenação do ProjetoCETTPro/SDECT

Juan Carlos Dans SanchezFundação do Desenvolvimento

Administrativo – Fundap José Lucas Cordeiro

Apoio Técnico à CoordenaçãoFundação do Desenvolvimento

Administrativo – Fundap Laís Schalch

Apoio à ProduçãoFundação do Desenvolvimento

Administrativo – Fundap Ana Paula Alves de Lavos

Emily Hozokawa DiasIsabel da Costa M. N. de Araújo

José Lucas CordeiroKarina SatomiLaís Schalch

Maria Helena de Castro LimaSelma Venco

CETTPro/SDECT Bianca Briguglio

Cibele Rodrigues Silva

Textos de referênciaEdison Marcelo SerbinoIrineu de Souza Barros

Luiz Cláudio PaulaMarcos Antonio Batalha

FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETAPresidente

João SayadVice-Presidentes

Ronaldo BianchiFernando Vieira de Mello

Diretoria de Projetos EducacionaisDiretor

Fernando José de AlmeidaGerentes

Monica Gardelli FrancoJúlio Moreno

Coordenação técnica Maria Helena Soares de Souza

Equipe EditorialGerência editorial

Rogério Eduardo AlvesProdução editorial

Janaina Chervezan da Costa CardosoEdição de texto Lígia Marques

Marcelo AlencarRevisão

Conexão EditorialIdentidade visual

João Baptista da Costa AguiarArte e diagramação

Paola NogueiraPesquisa iconográfica

Elisa RojasEveline Duarte

Ilustrações Bira Dantas

Luiz Fernando MartiniConsultoria

Marcos Antonio Batalha

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:Carla Cruz dos Santos, Empresa Servimig, Empresa Signo Arte, Empresa Starrett, Fundição TUPY S.A., Graziele da

Silva Santos, Grupo Voith, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Neise Nogueira, Valdemar Carmelito dos Santos.

Secretaria de deSenvolvimentoeconômico, ciência e tecnologia

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Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.

Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado.

Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis-sional.

Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.

Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia

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Caro(a) Trabalhador(a)

Aqui continua o nosso caminho para um novo aprendizado.

Você já conheceu as origens do seu ofício. Observou a evolução de uma metalurgia que acompanha a evolução do mundo. Descobriu quais aspectos envolvem a rotina de uma indústria. Entendeu, por fim, como funciona o setor metalúrgico, cujos segmentos apresentam oportunidades para os novos profissionais.

A proposta, agora, é que, com o segundo volume desta coleção, você possa aprender os saberes específicos da ocupação que escolheu exercer. O objetivo do curso é formar um profissional que possua uma visão organizada daquilo que um bom auxiliar de fundição precisa.

Com esse pensamento, a primeira unidade deste volume lhe oferece a oportunidade de aprender uma atividade que estará presente em qualquer trabalho metalúrgico: a verificação de medidas. No restante do livro, temas que irão ajudá-lo no momento de buscar inserção no mercado também serão comentados, sem se esquecer de tratar de alguns fatores, como qualidade e produtividade, que influenciarão (e muito!) seu trabalho.

Por isso, aproveite esta nova etapa do curso para refletir, perguntar, discutir e interagir com colegas e professores. Agora é a sua hora de buscar uma nova carreira!

Vamos voltar aos estudos?

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Sum á ri o

Unidade 49

metrologia

Unidade 533

o caminho metalúrgico e a fundição

Unidade 677

segurança e prevenção de acidentes

Unidade 791

qualidade e produtividade

Unidade 897

ingresso no mercado de trabalho

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dados internacionais de catalogação na publicação (cip) (bibliotecária silvia marques crb 8/7377)

P964

Programa de qualificação profissional: Metalurgia / Auxiliar de fundição. -. – São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2011. v. 2, il (série: arco ocupacional)

Vários autoresPrograma de qualificação profissional da Secretaria do

Emprego e Relações do Trabalho – SERT

ISBN 978-85-61143-97-8

1. Ensino profissionalizante 2. Metalurgia-técnico I. Título II. Série

CDD 371.30281

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 9

unida d e 4

Metrologia

Em metalurgia, uma das atividades sempre presente é a de verifi-car medidas ou fazer medições de metais, antes ou depois de eles passarem por ensaios em laboratórios ou de serem transformados.

Como auxiliar de fundição, muitas vezes, você terá contato com essa atividade e, por isso, precisará ter noções básicas da chamada metrologia, a ciência que estuda as medidas e as medições.

Mas qual a diferença entre medida e medição?

Medida é um valor expresso em números (valor numérico) que representa as dimensões ou o tamanho de um determinado objeto (unidade física). Dizemos, por exemplo, que a medida de uma peça metálica é 10,01 mm (dez milímetros e um centésimo de milímetro).

Medição é o ato de medir, ou seja, a operação que realizamos para obter a medida. É comparar a grandeza a ser medida com outra adotada como padrão.

Os instrumentos

Para realizar cada medição, é preciso utilizar um instrumento. A escolha do instrumento depende da situação, pois cada um atende a determinada necessidade. Os principais instrumentos de medição com os quais o auxiliar de fundição contará são:

• escala (régua);

Grandeza física é um atributo de um corpo que pode ser percebido e quanti-ficado. Por exem-plo: o tamanho de uma pessoa, a mas-sa de um livro, o volume de um copo, a temperatura de um corpo, a veloci-dade de um carro...

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NE

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10 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

• trena;

• paquímetro;

• micrômetro;

A régua graduada e a trena são os mais simples instru-mentos de medida linear (horizontal, em linha).

Você sabia?

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T

sT

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sT

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 11

• transferidor; e

Como realizar as medições?

A escolha do instrumento que será utilizado para fazer uma medição específica dependerá do que será medido e da exatidão (precisão) desejada dessa medida.

Há instrumentos que permitem maior ou menor exatidão.

Imagine, por exemplo, uma balança. Será que um fei-rante pode pesar uma porção de bananas com o mesmo tipo de balança que um farmacêutico usa no preparo da mistura de produtos para fazer um medicamento? Qual necessita de um instrumento de medição mais preciso?

• goniômetro.O goniômetro não é utili-zado apenas na metalur-gia. Existem outras áreas que também precisam desse instrumento de medições angulares. Uma delas é a medicina. Assim como os auxiliares de fun-dição, os médicos também usam goniô metro, mas para acompanhar a recu-peração de pacientes que sofrem fraturas. Com ele, é possível verificar a evolu-ção do movimento de uma articulação, por exemplo.

Você sabia?

IvA

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IvAN CARNEIRO

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12 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Em vez de falar em exatidão, também podemos dizer que a margem de erro admissível em uma determinada medição é diferente do erro aceitável em outra. Chamamos de erro admissível o desvio máximo que se pode tolerar para mais ou para menos.

A medida (também chamada de cota) 30 + ou – 0,1, mostrada na imagem acima, indica que o desvio máximo que se pode admitir, nesse caso, é de 0,1 (um décimo de milímetro) para mais ou para menos. Isso quer dizer que, na prática, essa peça será aceita ou poderá ser utilizada se medir:

30,0 – 0,1 = 29,9 mmaté

30,0 + 0,1 = 30,1 mm

Essa indicação (30 + ou – 0,1) também informa que o instrumento que será usado para medir a peça real deverá ter uma exatidão (ou uma resolução mínima) de um décimo de milímetro.

20,0

6

Escala 1:1

24,9

9,98

2

10f7

30 0,1+_

25 0,1+_

200,

1+ _

Margem de erro: nas medições da peça acima, o desvio máximo é de 0,1 mm para mais ou para menos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Régua comum: os números indicam centímetros. A resolução mínima é de 1 milímetro.

Importante: resolução

A resolução de um instrumento é a menor medida que você pode ler nele. A régua abaixo, por exemplo, tem resolução de 1 milímetro, porque essa é a menor divisão que ela possui.

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 13

Portanto, se você precisa medir uma peça com um lado de 30 mm, para a qual se admite uma variação de 0,1 mm (de 29,9 mm a 30,1 mm), o instrumento utilizado deve ter a resolução mínima de 1 décimo de milímetro.

No entanto, se você deve medir uma peça na qual a va-riação máxima permitida é de 0,05 mm, será necessário um instrumento com resolução mínima de 5 centésimos de milímetro.

Reflita: qual dos dois instrumentos será mais exato?

Veja a seguir, em detalhes, os instrumentos de medição usados pelo auxiliar de fundição.

Escala (régua)

As escalas existem para organizar e hierarquizar valores: do menor para o maior, do menos importante para o mais importante, da menor dureza para a maior, do menor grau

Os números deci-mais servem para indicar valores que não são inteiros. Para representá--los, utilizamos a vírgula. O algaris-mo que vem antes dela é chamado de unida-de. Os que seguem a vírgula são chamados de casas decimais. A primeira casa é a dos décimos (nela, o algarismo 1 representa um décimo de uma unidade, ou um inteiro divi-dido por dez), e a segunda, dos centésimos (nela, o algarismo 5 representa cinco centé-simos de uma unidade).

0,15centésimos de milímetro

décimos de milímetro

milímetro

Antes da instituição do sis-tema métrico decimal, as unidades de medida eram definidas de maneira arbi-trária, ou seja, sem regras ou normas, variando de um país para outro. As unida-des de comprimento, por exemplo, eram, normal-mente, derivadas das par-tes do corpo do rei de cada país. Foi assim que surgi-ram medidas padrão como a polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça e o passo. O sistema inglês, inclusive, foi baseado nas medidas estabelecidas pelos reis ingleses. A tarefa de mu-dar essa situação ficou pa-ra os professores Méchian e Delambre, ambos da Academia de Ciências de Paris. Eles instituíram o sistema métrico decimal no dia 7 de abril de 1795.

Você sabia?

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14 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

para o maior etc. São muitos os instrumentos de medição que podem conter uma ou mais escalas.

Por isso, nada melhor do que começar a nossa lista com a escala, ou régua graduada, que geralmente é feita de aço inoxidável. Normalmente, na parte inferior, ela apresenta as medidas em centímetros (cm) e milímetros (mm) – conforme o sistema métrico – e, na superior, apresenta as medidas em polegadas e frações – conforme o sistema inglês.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

21 43

DICANo Brasil, adota-se o sistema

métrico decimal. Por isso, neste caderno, aprenderemos a usar os instrumentos para fazer medições

utilizando esse sistema.

Sistema Métrico 1 metro = 10 decímetros = 100 centímetros = 1.000 milímetros

Sistema Inglês1 polegada = 2,54 centímetros

Trena

A trena é constituída por uma fita de aço cujas graduações são semelhantes às da escala, isto é, obedecem ao sistema métrico e ao sistema inglês. A leitura das medições segue o mesmo procedimento da régua graduada.

Porém, diferentemente da escala, a trena possui em sua extremidade uma pequena chapa metálica, dobrada em ângulo de 90o, chamada encosto de referência ou gancho de zero absoluto.

Essa chapinha mede 1 mm de espessura. Isso tem grande utilidade: o encosto de refe-rência é usado para compensar as medições externas (deslocando o encosto de 1 mm para fora da fita) e internas (somando a espessura da medição de 1 mm do encosto).

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 15

Paquímetro

O paquímetro também é formado por uma régua graduada no sistema métrico e no sistema inglês. Sobre essa régua com encosto fixo, desliza uma régua menor chamada cursor. O cursor – a parte móvel do paquímetro – fica ajustado à régua e se movimenta livremente sobre ela com um mínimo de folga.

O cursor é dotado de uma escala auxiliar, graduada, chamada nônio ou vernier. Este permite a leitura de frações da menor divisão da escala fixa. O nônio possui uma divisão a mais que a unidade usada na escala fixa. Então, se 10 mm na escala principal estão divididos em 10 partes, 10 divisões de nônio corresponderão a 9 mm da escala principal.

Trena: fita de aço com graduações semelhantes às da escala.

encosto de referência

sT

AR

RE

T

sT

AR

RE

T

orelha fixa orelha móvel

nônio ou vernier em polegadas

parafuso de travacursor

bico fixo bico móvel

escala fixa de polegadas

escala fixa de milímetros

encosto fixoencosto móvel

nônio ou vernier em milímetros

impulsor haste de profundidade

O paquímetro e seus componentes.

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16 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Para entender melhor esse aspecto, observe abaixo como verificar a resolução do paquímetro e, em seguida, como fazer uma medição usando esse instrumento.

Como verificar a resolução do paquímetro em milímetros

• Nônio com 10 divisões – as 10 divisões do nônio equivalem a 1 mm da escala principal. Portanto, 1

10 = 0,1 mm (em outras palavras, cada divisão do nônio cor-responde a 1 décimo de milímetro).

• Nônio com 20 divisões – as 20 divisões do nônio equivalem a 1 mm da escala principal. Portanto, 1

20 = 0,05 mm (em outras palavras, cada divisão do nônio corresponde a 5 centésimos de milímetro).

• Nônio com 50 divisões – as 50 divisões do nônio equivalem a 1 mm da escala principal. Portanto, 1

50 = 0,02 mm (em outras palavras, cada divisão do nônio corresponde a 2 centésimos de milímetro).

Como fazer uma medição usando o paquímetro

O paquímetro pode ser usado para medir uma peça metálica em suas várias dimensões:

Medição interna.

Medição externa. Medição de profundidade.

Medição de ressalto.

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IvA

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Como “ler” as medidas no paquímetro

A leitura das medidas (ou seja, a medição de uma deter-minada peça metálica) é feita em duas partes: primeiro, pela escala fixa da régua e, em seguida, pela escala auxiliar do nônio.

Os dois valores devem ser considerados ao final do pro-cedimento de medição. Isso é feito da seguinte maneira:

1º passo: cálculo da resolução

2º passo: leitura

1a leitura (escala fixa): você deve considerar – ou “ler” – o número que vem antes do zero do nônio.

2a leitura (escala do nônio): você deve considerar (ler) o primeiro traço do nônio, que coincide totalmente com algum traço da escala fixa. Depois, deve contar quantos traços tem do zero até chegar nele. No caso da foto abai-xo, são 13 traços. Em seguida, é só multiplicar o número de traços medidos (13) pela resolução do paquímetro, que foi calculada anteriormente.

menor divisão da escala fixa

no de divisões do nônio

20Resolução = 1 mm = 0,05 mm

1a leitura 2a leitura

DICANesta unidade, você aprenderá a

realizar a leitura do paquímetro na versão tradicional, ou seja,

mecânica. Mas, atualmente, já é possível contar com esse

instrumento na versão eletrônica. O chamado paquímetro digital apresenta algumas vantagens:

• Simplifica a leitura, diminuindo a probabilidade de erro.

• Pode ser usado em polegadas ou milímetros, sendo preciso

apenas mudar o modo de apresentação do resultado.

IvA

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IvA

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O nônio também pode ser chamado de vernier. Sabe por quê? Esses dois nomes vêm de seus dois inventores: o português Pedro Nunes e o francês Pierre Vernier.

Você sabia?

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18 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Ou seja: 13 traços x 0,05 (resolução do paquímetro) = 0,65 mm

Portanto, a medida da peça é:

1ª leitura = 73,00 mm

2ª leitura = 0,65 mm

Leitura final = 73,65 mm

Atividade 1ExErCiTE a lEiTura Com um paquímETro no

sisTEma méTriCo Com rEsolução dE 0,05 mm

Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas a seguir e anote os resultados ao lado dos desenhos.

Compare os números que obteve com os do seu colega ao lado. Se vocês chegaram a resultados diferentes, procurem discutir a razão dessas diferenças.

Em seguida, o monitor discutirá com a classe o trabalho realizado.

1 2 320 30 40 50 60 70

10 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0 4 81/128 in.

0,05 mm

2 3 440 50 60 70 80 90 100

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0 4 81/128 in.

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a)

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 19

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0 4 81/128 in.

0,05 mm

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20 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

menor divisão da escala fixa

no de divisões do nônio

50Resolução = 1 mm = 0,02 mm

Paquímetro de resolução 0,02 mm

Há paquímetros com diferentes graus de resolução. Além do anterior (0,05 mm), é bastante comum o que tem resolução de 0,02 mm. O nônio, neste caso, tem 50 divisões.

1º passo: cálculo da resolução

2º passo: leitura

1a leitura (escala fixa) = 5,00 mm

2a leitura (escala do nônio) = 0,44 mm (22 x 0,02)

Leitura Final = 5,44 mm

A medição, ou “leitura das medidas”, é feita da mesma maneira, independen-temente da resolução do paquímetro.

IvA

N C

AR

NE

IRO

Page 22: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 21

a)

c)

b)

Atividade 2ExErCiTE a lEiTura Com um paquímETro no

sisTEma méTriCo Com rEsolução dE 0,02 mm

Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas a seguir e anote os resultados ao lado dos desenhos.

Compare os números que obteve com os do seu colega ao lado. Se vocês chegaram a resultados diferentes, procurem discutir a razão dessas diferenças.

Em seguida, o monitor discutirá com a classe o trabalho realizado.

1 22 3 4 5 6 7 8 9 21 3 4 5 6 7 8 9 21 3 4 5 6

2 35 6 7 8 9 21 3 4 5 6 7 8 9 21 3 4 5 6 7 8 9

10 20 30 40 50 60

40 50 60 70 80 90 100

10 2 3 4 5 6 7 8 9 10

10 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0 5 10 15 20 25.001 in

.001 in

0,02 mm

0,02 mm

0 5 10 15 20 25

2 3 4 5 6 87 9 21 3 4 5 6 87 9 21 3 4 5 63 460 70 80 90 100 110

10 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.001 in

0,02 mm

0 5 10 15 20 25

1 22 3 4 5 6 7 8 9 21 3 4 5 6 7 8 9 21 3 4 5 6

2 35 6 7 8 9 21 3 4 5 6 7 8 9 21 3 4 5 6 7 8 9

10 20 30 40 50 60

40 50 60 70 80 90 100

10 2 3 4 5 6 7 8 9 10

10 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0 5 10 15 20 25.001 in

.001 in

0,02 mm

0,02 mm

0 5 10 15 20 25

2 3 4 5 6 87 9 21 3 4 5 6 87 9 21 3 4 5 63 460 70 80 90 100 110

10 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.001 in

0,02 mm

0 5 10 15 20 25

1 22 3 4 5 6 7 8 9 21 3 4 5 6 7 8 9 21 3 4 5 6

2 35 6 7 8 9 21 3 4 5 6 7 8 9 21 3 4 5 6 7 8 9

10 20 30 40 50 60

40 50 60 70 80 90 100

10 2 3 4 5 6 7 8 9 10

10 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0 5 10 15 20 25.001 in

.001 in

0,02 mm

0,02 mm

0 5 10 15 20 25

2 3 4 5 6 87 9 21 3 4 5 6 87 9 21 3 4 5 63 460 70 80 90 100 110

10 2 3 4 5 6 7 8 9 10

.001 in

0,02 mm

0 5 10 15 20 25

Page 23: Auxiliar de fundição

22 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Micrômetro

É um instrumento que permite fazer medições em casos que exigem resoluções ainda menores do que as do paquímetro. Ou seja, quando o paquímetro não consegue mais alcançar exatidão para uma determinada medição, o micrômetro entra em cena.

Alguns micrômetros usam o mícron, unidade de medida que corresponde a um milésimo de milímetro. Por isso, o instrumento tem esse nome.

Micrômetro de resolução 0,01 mm (1 centésimo de milímetro)

O micrômetro tem dois importantes componentes: a bainha, que apresenta duas escalas em milímetros; e o tambor, cuja escala está dividida em centésimos de milímetros.

Considerando essas escalas, a leitura do micrômetro é feita em três partes. A pri-meira, na bainha com escala de 1 em 1 mm; a segunda, na escala dos meios; e a terceira, no tambor.

O micrômetro e seus componentes.

tambor

arco faces de medição

bainhabatente fusosT

AR

RE

T

Page 24: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 23

Exemplos de leitura

a)

O paquímetro e o micrô-metro, instrumentos bas-tante usados na indústria metalúrgica, também são muito úteis para medir a espessura de revestimen-tos na construção civil.

O micrômetro foi inven-tado, em 1848, pelo fran-cês Jean-Louis Palmer. Com o decorrer do tem-po, ele foi aperfeiçoado e possibilitou medições mais rigorosas e exatas do que aquelas obtidas pelo paquímetro.

Você sabia?

Você sabia?

15

20

10

5

0 5

3515

30

25

20

0 5 10 15 20

15

20

10

5

0 5

3515

30

25

20

0 5 10 15 20

1a leitura (bainha – escala dos milímetros) = 8,00 mm

2a leitura (bainha – escala dos meios milímetros) = 0,50 mm

3a leitura (tambor) = 0,10 mm

Leitura final = 8,60 mm

b)

1a leitura (bainha – escala dos milímetros) = 23,00 mm

2a leitura (bainha – escala dos meios milímetros) = 0,00 mm

3a leitura (tambor) = 0,28 mm

Leitura final = 23,28 mm

1a leitura 3a leitura

2a leitura

sT

AR

RE

T

Page 25: Auxiliar de fundição

24 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Atividade 3ExErCiTE a lEiTura Com um miCrômETro no sisTEma méTriCo dE rEsolução dE 0,01 mm

Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas a seguir e anote os resultados ao lado dos desenhos.

Compare os números que obteve com os do seu colega ao lado. Se vocês chegaram a resultados diferentes, procurem discutir a razão dessas diferenças.

Em seguida, o monitor discutirá com a classe o trabalho realizado.

a)

b)

0 5 10 15

0 5 10 15

20

15

10

5

0 5

0

45

40

35

0

5

0

45

40

20

20

15

10

5

35

30

2520

0 5

0 5

10 15 20

15

20

10

5

0 40

45

35

3025

Page 26: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 25

0 5 10 15

0 5 10 15

20

15

10

5

0 5

0

45

40

35

0

5

0

45

40

20

20

15

10

5

0 5 10 15

0 5 10 15

20

15

10

5

0 5

0

45

40

35

0

5

0

45

40

20

20

15

10

5

0 5 10 15

0 5 10 15

20

15

10

5

0 5

0

45

40

35

0

5

0

45

40

20

20

15

10

5

c)

d)

e)

Page 27: Auxiliar de fundição

26 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Micrômetro de resolução 0,001 mm (1 milésimo de milímetro)

Este micrômetro possui, além das escalas na bainha e tambor, uma terceira escala – chamada de nônio – na parte superior da bainha. Nela vamos ler os milésimos de milímetros.

Exemplos de leitura:

a)

80

642

0

80

642

0

50

4580

642

40

350 5

80

642

0

15

5

0

45

80

642

0

80

642

0

50

4580

642

40

350 5

80

642

0

15

5

0

45

1a leitura (bainha – escala dos milímetros) = 9,000 mm

2a leitura (bainha – escala dos meios milímetros) = 0,000 mm

3a leitura (tambor) = 0,410 mm

Leitura no nônio (primeiro traço coincidente com a escala no tambor) = 0,003 mm

Leitura final = 9,413 mm

1a leitura (bainha – escala dos milímetros) = 2,000 mm

2a leitura (bainha – escala dos meios milímetros) = 0,000 mm

3a leitura (tambor) = 0,010 mm

Leitura no nônio (primeiro traço coincidente com a escala no tambor) = 0,004 mm

Leitura final = 2,014 mm

b)

1a leitura2a leitura

3a leitura4a leitura

IvA

N C

AR

NE

IRO

Page 28: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 27

0

68

420

0 5 10

0

68

420

0 5

15

10

5

0

0

68

420

0 5

0

68

420

0 510

5

0

45

40

0

68

420

25 5 10

0

68

420

25 5 1

25

20

15

10

0

68

4

02

25 30 35

0

68

4

02

25 30

20

15

10

5

0

68

420

0 5 10

0

68

420

0 5

15

10

5

0

0

68

420

0 5

0

68

420

0 510

5

0

45

40

0

68

420

25 5 10

0

68

420

25 5 1

25

20

15

10

0

68

4

02

25 30 35

0

68

4

02

25 30

20

15

10

5

0

68

420

0 5 10

0

68

420

0 5

15

10

5

0

0

68

420

0 5

0

68

420

0 510

5

0

45

40

0

68

420

25 5 10

0

68

420

25 5 1

25

20

15

10

0

68

4

02

25 30 35

0

68

4

02

25 30

20

15

10

5

0

68

420

0 5 10

0

68

420

0 5

15

10

5

0

0

68

420

0 5

0

68

420

0 510

5

0

45

40

0

68

420

25 5 10

0

68

420

25 5 1

25

20

15

10

0

68

4

02

25 30 35

0

68

4

02

25 30

20

15

10

5

Atividade 4ExErCiTE a lEiTura Com um miCrômETro no sisTEma méTriCo dE rEsolução dE 0,001 mm

Seguindo cada um dos passos já explicados, leia as medidas a seguir e anote os resultados ao lado dos desenhos.

Compare os números que obteve com os do seu colega ao lado. Se vocês chegaram a resultados diferentes, procurem discutir a razão dessas diferenças.

Em seguida, o monitor discutirá com a classe o trabalho realizado.

a)

c)

b)

d)

Page 29: Auxiliar de fundição

28 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Transferidor

As medidas angulares são feitas com a ajuda desse instrumento. Por isso, antes de tudo, é importante entender como é medido um ângulo.

Um ângulo é a medida – em graus – formada pelo encontro entre dois segmentos de reta.

Todo ângulo está dividido em minuto ( ’ ) e segundo ( ” ), sendo que um grau tem 60 minutos e um minuto, 60 segundos. Usando os sím-bolos dessas medidas, temos:

1o = 60’ e 1’ = 60”

Você provavelmente se lembra do transferidor, que fez parte do seu material escolar. Ele é composto, basicamente, por uma escala circular dividida e marcada em ângulos espaçados regularmente, tal qual uma régua.

O transferidor pode ser usado nas aulas de Matemática, Engenharia, Topografia ou em qualquer outra atividade que exija a medição precisa de ângulos.

escala graduada

articulação

lâmina

corpo

IvA

N C

AR

NE

IRO

O transferidor e seus componentes.

Page 30: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 29

Goniômetro

Outro instrumento de medição muito utilizado nos setores de fundição é o goniô-metro. Assim como o transferidor, ele é utilizado para medições angulares, ou seja, para medir ângulos.

Na prática, trata-se de um transferidor com uma resolução melhor. Por isso, pode ser usado para qualquer atividade que exija uma medição mais precisa. Ele também contém, basicamente, uma escala circular dividida e marcada em ângulos regulares, tal qual numa régua.

Como usar o goniômetro

Para se chegar à medida de um ângulo usando esse instrumento, duas leituras devem ser feitas.

Na primeira, o grau inteiro, que pode ser observado na graduação superior do disco, deve coincidir com o traço zero da escala inferior (o nônio). Essa leitura pode ser feita tanto no sentido horário quanto no anti-horário, dependendo do posicionamento da peça medida.

A segunda leitura é a dos minutos, que, por sua vez, pode ser realizada a partir do zero nônio, seguindo a mesma direção escolhida na leitura dos graus.

IvA

N C

AR

NE

IRO

1a leitura

2a leitura

disco graduado régua

articulador

esquadro

disco vernier (nônio)

O goniômetro e seus componentes.

Page 31: Auxiliar de fundição

30 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Exemplos de leitura

a)

1a leitura (escala superior) = 24o

2a leitura (escala inferior) = 10’

Resultado final = 24o 10’

b)

302010 40

3015

3015

45060

45

Sentido de leitura

6050

3040

70

3015

3015

450

6045

Sentido de leitura

302010 40

3015

3015

45060

45

Sentido de leitura

6050

3040

70

3015

3015

450

6045

Sentido de leitura

1a leitura (escala superior) = 50o

2a leitura (escala inferior) = 15’

Resultado final = 50o 15’

Page 32: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 31

Atividade 5 praTiquE o uso do goniômETro

Com base no que você aprendeu, faça a leitura nos goniômetros a seguir. O zero corresponde à medida em grau e o traço mais escuro corresponde ao complemento do ângulo em minutos.

a)

b)

c)

101020

020

10010

2030

01020

1020

30 3060

060

30 3060

060

30 3006060

101020

020

10010

2030

01020

1020

30 3060

060

30 3060

060

30 3006060

101020

020

10010

2030

01020

1020

30 3060

060

30 3060

060

30 3006060

Page 33: Auxiliar de fundição

32 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

d)

e)

f)

g)

102030

400

10

102030

010

203040

100

102030

010

30 3060

060

30 3060

060

30 3006060

30 3060

0 151545 45

102030

400

10

102030

010

203040

100

102030

010

30 3060

060

30 3060

060

30 3006060

30 3060

0 151545 45

102030

400

10

102030

010

203040

100

102030

010

30 3060

060

30 3060

060

30 3006060

30 3060

0 151545 45

102030

400

10

102030

010

203040

100

102030

010

30 3060

060

30 3060

060

30 3006060

30 3060

0 151545 45

Page 34: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 33

unida d e 5

O caminho metalúrgico e a fundiçãoNo caderno 1, você aprendeu que a metalurgia estuda e geren-cia os metais desde a sua extração até a sua transformação em produtos adequados ao uso. Por isso, ela pode ser dividida em:

• metalurgia extrativa;

• metalurgia de transformação;

• beneficiamento;

• montagem ou aplicação;

• ensino e pesquisa.

Esses segmentos são as etapas que estruturam o trabalho me-talúrgico. Juntos, eles formam o que poderíamos chamar de “caminho metalúrgico”:

Page 35: Auxiliar de fundição

34 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Page 36: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 35

Nesta unidade, vamos aprender em que lugar desse caminho você, futuro auxiliar de fundição, se encontra. Antes de mais nada, já é possível afirmar: o auxiliar faz parte do caminho metalúrgico antes mesmo de ele começar. Desde o projeto de uma peça, ou seja, desde o momento em que decidimos fabricar uma peça ou produto, a primeira pergunta a se fazer é: qual processo metalúrgico deve ser utilizado? E a resposta, geralmente, é: o processo metalúrgico de fundição.

Isso acontece pois a fundição é o caminho mais curto para se obter um produto final. Ou seja, um produto fundido, geralmente, não precisa passar por outros processos de fabricação. Isso porque a obtenção de uma peça fundida ocorre a partir do metal em estado líquido, sem necessidade de processos secundários de conformação.

As vantagens da fundição não param por aí:

• Com ela, é possível reproduzir peças com formas internas e externas que, dificil-mente, poderiam ser fabricadas por outro processo.

• A fundição permite que as paredes das peças sejam fabricadas com espessura bem fina. Isso, que seria impossível com outros processos de fabricação, traz uma vantagem muito grande para a peça: a diminuição do seu peso.

Fundição: o caminho mais curto até o produto final.

IvA

N C

AR

NE

IRO

Page 37: Auxiliar de fundição

36 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Etapas da fabricação

Alguns produtos, até chegarem ao consumidor final, passam por vários processos de fabricação. Um exemplo é a panela que utilizamos em casa. Antes de ser panela, ela foi uma chapa de aço ou alumínio e passou por diversas etapas, tais como:

• lingotamento: o aço em estado líquido é transformado em placas;

• laminação: a placa é transformada em chapa; e

• estampagem: a chapa é estampada na forma final da panela.

Dependendo da aplicação e do acabamento do produto, pode-se afirmar que o processo de fundição representa um processo único de fabricação. Isso quer dizer que é possível se produzir, apenas com a fundição, uma panela, por exemplo. As três etapas vistas acima, portanto, poderiam ser resolvidas com apenas uma. Gerada no pro-cesso de fundição, a panela estará pronta para outros processos da indústria, como a rebitagem (fixação de seu cabo) e a pintura.

Uma panela como esta pode ser produzida de uma só vez com o processo de fundição.

• O processo de fabricação por fundição é facilmente automatizável, ou seja, pode ser inteiramente feito com o auxílio de máquinas; e, por isso, possibilita uma produção de peças em série.

sk

yl

INE

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HU

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Page 38: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 37

A fundição e tudo o mais

Você se lembra do diagrama da fundição?

Peça fundidaMetal sendovazado em um molde

Metal atingindotemperatura de fusão

Metal sólido

Peça fundidaMetal sendovazado em um molde

Metal atingindotemperatura de fusão

Metal sólido

Peça fundida

Metal sendo

vazado em um molde

Metal atingindo

temperatura de fusão

Metal sólidoPeça fundidaMetal sendo

vazado em um moldeMetal atingindo

temperatura de fusãoMetal sólido

Peça fundidaMetal sendovazado em um molde

Metal atingindotemperatura de fusão

Metal sólido

Peça fundidaMetal sendovazado em um molde

Metal atingindotemperatura de fusão

Metal sólido

Peça fundidaMetal sendovazado em um molde

Metal atingindotemperatura de fusão

Metal sólido

Diagrama da fundição

1. A fundição é um processo pelo qual um metal sólido passa ao estado líquido e, depois, transforma-se em peça fundida.

2. No processo metalúrgico de fundição, o metal atinge a temperatura de fusão.

3. Logo após, já no estado líquido, o metal é vazado em um molde que tem um formato aproximado ao da peça que se quer produzir.

4. Após desenformada, a peça fundida está pronta!

No Caderno 1, com esse esquema, você entendeu o que é o processo metalúrgico conhecido como fundição. Nesta unidade, vamos ver, em detalhes, o que acontece em cada fase dessa transformação do metal sólido em peça fundida. Vamos come-çar com as diferentes maneiras de se fundir um metal, ou seja, com os diferentes processos de fundição.

Os diferentes processos de fundição

A fundição pode ser executada de várias maneiras, ou seja, possui diferentes processos:

Page 39: Auxiliar de fundição

38 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

• fundição em areia verde;

• fundição shell molding;

• fundição cura a frio;

• fundição cura a quente;

• fundição em molde permanente ou coquilha;

• fundição em cera perdida ou de precisão; e

• fundição em moldes permanentes sob pressão.

Esses processos podem ser divididos em função de dois critérios:

1. O tipo de vazamento do metal

Há duas maneiras de despejar o metal em um molde: por gravidade ou sob pressão. Na maioria dos processos que vimos anteriormente, o vazamento ocorre por gravidade:

• fundição em areia verde;

• fundição shell molding;

• fundição cura a frio;

• fundição cura a quente;

• fundição em molde permanente ou coquilha; e

• fundição em cera perdida ou de precisão.

Na fundição em moldes permanentes sob pressão, ocorre o vazamento sob pressão.

2. O molde utilizado

Considerando todos esses processos de fundição, existem duas possibilidades de moldes: os permanentes e os descartáveis. Eles se diferenciam de acordo com a quantidade de vezes que podem ser utilizados.

Moldes permanentes – um molde permanente, como o próprio nome indica, pode ser utilizado várias vezes. A sua vida útil depende apenas de sua manutenção, que manterá as características com as quais foi criado: geometria (forma), dimensão e acabamento.

Moldes não permanentes ou descartáveis – um molde descartável pode ser utilizado uma única vez. Após a fabricação da peça desejada, ele é descartado.

Page 40: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 39

DICANesta unidade, você terá

a oportunidade de aprender com quatro diferentes processos

de fundição:• fundição em areia verde;• fundição shell molding;

• fundição em cera perdida ou de precisão; e

• fundição em moldes permanentes sob pressão.

A escolha do processo de fundição

Vários fatores devem ser considerados para que a escolha do processo de fundição seja feita. Entre eles, podemos destacar:

• a quantidade de peças a serem produzidas;

• o prazo de entrega;

• o investimento necessário;

• a complexidade da peça; e

• o acabamento desejado.

A indústria metalúrgica e, particularmente, os setores destinados à fundição não deixam de fazer essa análise. Atentos a todos os fatores listados, eles têm apresentado uma preferência pela fundição em areia verde. Essa esco-lha tem os seus motivos, pois a fundição em areia verde:

• permite a fabricação de peças em tamanhos variados;

• é um processo de baixo custo operacional; e

• utiliza moldes descartáveis, mas, ao mesmo tempo, o faz com areia verde, que pode ser reaproveitada.

Fundição em areia verde

Esse processo de fundição utiliza a areia retirada da natu-reza com a sua umidade natural, ou seja, sem ter passado por processos de secagem.

DICANa prática, não é comum uma

fábrica ter todos os processos em sua linha de produção.

Normalmente, cada fundição é especializada em um determinado processo. Quem determina qual o processo de fabricação que será

utilizado é o projetista.

Macho de areia verde.

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40 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

A escolha dessa areia representa algo a mais: uma preocupação com o meio ambiente. Isso porque ela pode ser quase totalmente (acima de 90%) reutilizada, exigindo, para isso, apenas cuidados básicos.

Que cuidados são esses? Após a produção de uma peça, é preciso retirar os torrões que ficam incrustados na areia. Mesmo com o passar do tempo, após diversas utilizações, são necessários apenas alguns aditivos a fim de melhorar e corrigir as características do material.

Aditivo

Aditivo é um elemento que se utiliza para melhorar ou restaurar as características de um dado produto.

Na areia verde, os aditivos mais utilizados são:

• Pó de carvão – evita a aderência da areia na peça fundida, melho-rando o acabamento superficial da peça e facilitando a sua limpeza.

• Pó de madeira – por consumir oxigênio, proporciona uma atmosfera redutora ao molde e contribui para controlar a expansão térmica da sílica.

• Amidos e dextrinas – aumentam a plasticidade da areia.

Pó de carvão.

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Considerando as vantagens que a fundição em areia verde oferece, vamos escolhê-la também para começar o nosso estudo. Você já sabe que ela é a mais utilizada pelas indús-trias metalúrgicas. Então, seguiremos o mesmo caminho.

Como auxiliar de fundição, você perceberá que as etapas de produção são as mesmas em praticamente todos os processos. Por isso, a escolha desse processo de fundição específico não prejudicará o seu aprendizado.

1ª etapa: o projeto da peça

A primeira etapa de fabricação de qualquer produto é o projeto da peça, executado por um profissional conhe-cido como projetista. Nessa etapa, todos os fatores que podem influenciar na qualidade do produto devem ser considerados. Por isso:

• A peça deve ser projetada de maneira que não haja uma variação brusca entre as secções de forma, o que pode dificultar a fluidez do metal.

DICAO metal, após ser fundido, deve apresentar uma propriedade: a fluidez, que é a capacidade de

escoar pelas cavidades com rapidez. Essa propriedade é muito

importante, principalmente quando é preciso produzir uma

peça com geometria complicada.

Page 43: Auxiliar de fundição

42 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

• Devem-se evitar, ao máximo, cantos “vivos”, que provocam concentração de tensões e de impurezas do metal, fragilizando a peça.

Incorreto Correto

Canto vivo

Canto vivo

Mau projeto

Ainda não recomendado

Bom projeto

Canto vivo

Canto vivo

Mau projeto

Ainda não recomendado

Bom projeto

Os chamados cantos vivos fragilizam regiões da peça.

Note que a secção B é bem menor que as secções A e C. Esse é um exemplo de como uma variação brusca entra as secções de forma pode dificultar a passagem do metal.

MC

B

A

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 43

• Devem-se evitar as espessuras muito finas de paredes. Na tabela abaixo, você pode ver os valores recomendados de espessura.

Secções mínimas recomendadas em peças fundidas

Liga

Secção mínima, em mm

Fundição em areia

Fundição em molde metálico

Fundição sob pressão

Grandes áreas

Pequenas áreas

De alumínio 3,175 a 4,76 3,175 em áreas pequenas 1,905 1,143

De cobre 2,38 3,175 em áreas pequenas 2,54 1,524

De ferros fundidos cinzentos 3,175 a 6,35 4,76 em áreas pequenas – –

De chumbo – – 1,905 1,016

De magnésio 4,00 4,00 a 4,176 2,032 1,27

De ferro maleável 3,175 – – –

De aço 4,76 – – –

De estanho – – 1,524 0,762

De ferro fundido branco 3,175 – – –

De zinco – – 1,143 0,38

Na Unidade 7 deste Caderno – Qualidade e Produtividade – você entenderá por que a qualidade é tão importante a ponto de ser considerada já na primeira etapa de um processo de fundição.

Fonte: ChIAvErInI, vicente. Tecnologia Mecânica. 2. ed. São Paulo: Ed. Makron Book, 1986. v. I.

Na tabela, estão relacionados a espessura mínima de secção, o metal a ser fundido e o processo de fundição. Por exemplo, se o auxiliar de fundição escolher fundir alumínio no processo de areia verde, a espessura mínima de secção deve variar entre 3,175 mm a 4,76 mm.

Page 45: Auxiliar de fundição

44 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

2ª etapa: Fabricação do modelo

Modelo de metal.

Feito o projeto, mas ainda antes da fabricação de uma peça ou produto, é preciso confeccionar um modelo. Esse modelo, por sua vez, será utilizado na fabricação de um molde. O modelo é uma réplica, um pouco maior, da peça. É essencial que as dimensões da réplica sejam maiores que as da peça pelos seguintes motivos:

• para compensar um fenômeno físico que ocorre quando o metal resfria: a contração (o metal se encolhe);

1353,4

140

141,4

1340

Dimensões do modelo acrescido da contração linear.Dimensões da peça.

303

300

320

323,

2

140

320

1340

300 120121,2

120

1353,4

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1340

Dimensões do modelo acrescido da contração linear.Dimensões da peça.

303

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120

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 45

• para permitir uma usinagem posterior; e

35

45 58

48

38

Peça acabada

Peça com sobrematerial

6 25 38

DICAVocê já aprendeu que a fundição pode ser um processo único ou

não, dependendo da aplicação do produto e do grau de acabamento

que se deseja para a peça. É chamado de usinagem o

processo que ocorre quando há necessidade de o produto fundido passar por mais de uma etapa de fabricação, além da fundição. A

usinagem é, justamente, um processo de fabricação que visa a

dar uma nova forma ao metal, utilizando ferramentas cortantes

e equipamentos específicos.

• para criar uma inclinação no modelo, de modo a pos-sibilitar a retirada do molde.

Ângulos de saída

CorretoIncorreto

Ângulos de saída

CorretoIncorreto

O modelo pode ser feito com diversos materiais: madeira, isopor, metal, resina etc. Mas dois fatores devem ser consi-derados na hora de escolher o material que será utilizado:

• Vida útil – pensar na vida útil do modelo é escolhê-lo pelo tanto de vezes que poderá ser utilizado. Assim, se quisermos utilizar um modelo diversas vezes, o isopor não deverá ser escolhido, pois, após a primeira mol-dagem, ele já precisa ser descartado em razão de sua fragilidade. A madeira, por sua vez, tem uma vida útil longa, mas requer cuidados e manutenção para que as suas dimensões não sofram alterações.

• Custo – é um fator muito importante para as esco-lhas tomadas não só na indústria metalúrgica, mas em qualquer indústria. Afinal, é muito importante saber o

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46 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

quanto se pode e se quer gastar. Porém, não é possível pensar no custo isoladamente. É preciso equilibrar o custo do material e o benefício que ele irá proporcionar.

O modelo de metal, por exemplo, tem um custo eleva-do, pois requer operações de usinagem que garantam a precisão de suas dimensões. No entanto, é o modelo que possui a maior vida útil.

3ª etapa: Moldagem

Para entender como a moldagem ocorre na fundição em areia verde, é preciso conhecer três elementos essenciais para o processo:

• a areia de fundição;

Existe um profissional na indústria metalúrgica, o modelador de metais, que é responsável apenas pela fabricação de mode-los. Essa fabricação pode ser manual ou automáti-ca (com a ajuda de má-quinas operatrizes).

Você sabia?

• o macho; e

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 47

Existem vários tipos de aglomerantes argilosos que podem ser utilizados no processo de fundição em areia verde. As argi-las montmoriloníticas e as argilas bentonitas são as mais utilizadas.

Você sabia?

• o sistema de alimentação.

A areia de fundição

A areia de fundição é composta por aglomerante e areia-base.

Areia de fundição = aglomerante + areia-base

Aglomerante

A areia possui propriedades, ou seja, ela possui qualidades, características próprias. A refratariedade é uma delas: a capacidade de resistir a altas temperaturas.

O aglomerante tem muita relação com essa capacidade es-pecial. Ele serve, justamente, para aglomerar a areia, ou seja, juntar os grãos de areia, e formar uma massa refratária. Para que isso ocorra, é adicionado um elemento aglomerante que, no caso da areia verde, é um composto de argila e água.

Aglomerante da areia verde = argila + água

A argila (7%) absorve a água (3%) provocan-do a aglutinação dos grãos de areia (90%) e formando uma massa plástica, isto é, uma massa com a capacidade de apresentar uma deformação definitiva.

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48 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Areia-base:

A areia-base pode ter diversos nomes, entre eles, o de areia sílica, cromita, zirconita, olivina. E não é nomeada à toa, mas em função dos óxidos pelos quais é composta. Uma das mais utilizadas, por exemplo, a areia sílica, é composta de óxido de silício (SiO2).

É a combinação do aglomerante com a areia-base que resulta na areia que será utilizada na fundição. Como vimos, na proporção entre esses elementos, há muito mais areia-base do que aglomerante (água + argila).

Além da refratariedade, a areia também apresenta várias outras propriedades:

• moldabilidade: é a capacidade de reproduzir as diversas formas de modelo, ou seja, a capacidade de ser facilmente moldada em relação a um modelo;

• permeabilidade: é a capacidade de permitir a saída dos gases contidos no molde; e

• resistência mecânica: é a capacidade de resistir aos esforços provocados pela retirada do modelo da cavi-dade, pelos movimentos provocados na manipulação do molde, pela colocação dos machos e pelos impactos causados pelo fluxo de metal na cavidade.

Óxidos são compostos formados por dois ele-mentos (compostos biná-rios), sendo um deles o oxigênio. A sílica (SiO

2),

também conhecida como óxido de silício, é forma-da pela combinação de oxigênio com silício.

Você sabia?

Porém, a areia de fundição não é analisada apenas por suas propriedades. É muito impor-tante levar em consideração os grãos que a compõem. Esses grãos são analisados e dife-renciados de acordo com:

• a forma;

• a estrutura; e

• o tamanho.

A forma e a estrutura são analisadas com ajuda de um microscópio.

Page 50: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 49

Quanto à forma, podemos ter grãos arredondados, subangulares ou angulares, conforme se pode ver a seguir:

Agitador de peneiras: equipamento utilizado para determinar o módulo de finura.

Grãos arredondados Grãos subangulares Grãos regulares

Grãos compactos Grãos aglomerados Grãos fissurados

Grãos arredondados. Grãos subangulares.

Já quanto à estrutura, os grãos podem ser compactos, aglomerados ou fissurados. Veja abaixo:

O tamanho do grão só pode ser determinado por meio de um ensaio, realizado em laboratório, no qual uma amostra da areia é retirada e peneirada em um equipamento chamado de agitador de peneiras. Esse equipamento é composto por um conjunto de peneiras de diferentes malhas (aberturas), dispostas (organizadas) da mais grossa (maior abertura) para a mais fina (menor abertura). Após o peneiramento, é feito um cálculo para determinar o tamanho de grão, ou seja, o módulo de finura, con-siderando a quantidade de areia retida em cada peneira.

Grãos arredondados Grãos subangulares Grãos regulares

Grãos compactos Grãos aglomerados Grãos fissuradosGrãos compactos. Grãos aglomerados. Grãos fissurados.

Grãos angulares.

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Saber analisar e diferenciar os grãos de areia é essencial para a realização do processo de fundição em areia verde. Isso porque a influência que o módulo de finura, a forma e a estrutura dos grãos têm na qualidade da peça fundida é muito grande. Essas três características irão influenciar:

• o acabamento da peça (qualidade da superfície, mais lisa ou mais porosa);

• a permeabilidade do molde;

• a moldabilidade; e

• a resistência do molde.

Você percebeu o quanto os grãos podem influenciar as propriedades da areia? Eles podem melhorar a moldabi-lidade, a permeabilidade e a resistência.

Por isso, a análise dos grãos de areia se torna tão essencial para o processo de fundição e para você! Por quê? Esse tipo de análise abre um novo campo de trabalho para o auxiliar de fundição. Junto a um outro conhecido profissional da metalurgia, o auxiliar de laboratório metalúrgico, você poderá exercer suas atividades em um Laboratório de Análises de Areias.

O Macho

A metalurgia parece muito distante da gastronomia. No entanto, podemos aproximá-las. Imagine que você, um futuro profissional da fundição, decida fazer um delicioso pudim de leite, mas encontre um problema: na sua co-zinha, não consegue encontrar aquela forma clássica de pudim, que tem um furo no meio.

Para criar esse furo em uma forma comum, você poderá utilizar uma lata de leite condensado, um dos ingredientes da receita. Você colocará a lata no centro da forma redonda e, dessa forma, o pudim, ainda líquido, não entrará na-quele espaço. O pudim com o furo no meio estará pronto!

Você pode procurar sa-ber um pouco mais sobre a ocupação do auxiliar de laboratório, nos cadernos Auxiliar de Laboratório Metalúrgico 1 e 2, desta mesma coleção.

Você sabia?

Page 52: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 51

A maioria das peças fundidas também precisa apresentar “furinhos” e reentrâncias. E, para que isso aconteça, o auxiliar de fundição utiliza uma peça que cumpre a mesma função da lata na forma redonda. Essa peça é chamada de macho. Ela irá preencher as regiões vazias do modelo e impedir a entrada do metal em estado líquido. Ou seja, no espaço que o macho ocupa, o metal não consegue penetrar.

O sistema de alimentação

Há uma etapa do processo de moldagem em que o sistema de alimentação – canais de alimentação e massalote – é construído. Esse sistema é muito importante para o processo de fundição. Cuidar para que ele seja bem executado é garantir a obtenção de peças sem defeitos.

Macho. Peça final com “furinhos” e reentrâncias.

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O primeiro cuidado deve ser com os canais de alimentação, pelos quais o metal é colo-cado no molde. Esses canais devem ser dispostos (organizados) de maneira a evitar que o metal caia diretamente sobre a peça. Para isso, devem possuir dimensões exatas. Dessa forma, o escoamento do metal em estado líquido ocorrerá na velocidade adequada, não permitindo que ele resfrie antes que se complete o enchimento da cavidade do molde.

O massalote é um tipo de reservatório de metal cuja função é evitar um defeito conhecido como rechupe ou vazios de retração na peça. Essa reserva de metal compensa a contração natural do material em estado líquido que vai se resfriando. Enquanto o líquido se contrai, os espaços vazios vão sendo preenchidos pelo metal armazenado no massalote, evitando que a peça fique menor do que o planejado.

Para que isso aconteça sem problemas, o massalote deve ser posicionado na região da peça em que houver o maior volume de metal, pois essa região será a última a se solidificar.

massalote

canais de alimentação

Agora que você já sabe um pouco mais sobre a areia de fundição, o macho e o sistema de alimentação, que tal voltarmos às etapas da moldagem?

Page 54: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 53

Etapas da moldagem

Peça

• A peça possui um furo em toda a sua extensão.

Por isso, para ser fabricada, precisará do macho.

Modelo bipartido

• Após verificar a necessidade do macho, é preciso

fabricar um modelo bipartido. na figura ao lado,

podemos observar um modelo feito em duas

partes para que o macho seja colocado na

região que será vazia.

Suporte de macho

• na figura ao lado, podemos observar, em azul,

o “suporte de macho” que, como o próprio nome

indica, tem a função de suportar/sustentar o macho

de areia colocado sobre ele.

Caixa de moldagem inferior

• Para os modelos bipartidos, duas caixas são

utilizadas: uma inferior e outra superior.

• Uma das duas partes do modelo é colocada na

caixa de moldagem inferior.

• O modelo deve ser posicionado no centro da caixa.

modelo bipartido

suporte de macho

caixa de moldagem

inferior

Page 55: Auxiliar de fundição

54 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Enchimento e compactação

• A areia é despejada sobre o modelo. É importante

colocar areia nas extremidades da caixa para evitar

que o modelo fique descentralizado.

• A areia é comprimida sobre o modelo com a ajuda

de um objeto socador.

Caixa de moldagem superior

• São repetidas as mesmas operações da caixa inferior.

• É essencial respeitar as marcações do macho para

que não haja um desencontro entre a metade

superior e a metade inferior.

• O canal de alimentação e o massalote são moldados.

O objetivo é deixar um vazio entre a superfície

superior e a cavidade que será preenchida.

Retirada do modelo da caixa superior

• Por fim, a caixa de moldagem superior é retirada

e virada. O modelo é retirado do molde com auxílio

de um dispositivo.

Retirada do modelo da caixa inferior

• Assim como na caixa superior, o modelo é retirado

do molde da caixa inferior com auxílio de um

dispositivo.

objeto socador

massalote

Page 56: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 55

Posicionamento do macho na caixa inferior

• nesta etapa, é necessário observar a marcação do

macho (suporte).

Posicionamento da caixa superior sobre a inferior

• nesta etapa, é preciso prestar muita atenção no

alinhamento entre as caixas.

Fechamento das caixas

• A moldagem está concluída! Está criado o

“negativo da peça”, que é o vazio com a forma

da peça impressa.

caixa de moldagem

superior

caixa de moldagem

inferior

Page 57: Auxiliar de fundição

56 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

O modelo, no entanto, nem sempre possui duas partes. A seguir, será possível observar um exemplo de moldagem na qual a peça não é criada a partir de um modelo bipartido.

Areia demoldagem

Areia demoldagem

Caixainferior

Solo

Modelo demadeira

Modelo demassalote Modelo do canal

de alimentação

Canal dealimentação

Dispositivo pararetirada do modelo

Vazio do canalde alimentação

Caixasuperior

Caixasuperior

Vazio domassalote

Estrado de madeira

Solo

Solo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

Massalote

Metal líquido

Peça

• Como esta peça não possui furos ou vazios internos,

ela não necessita de macho.

Areia demoldagem

Areia demoldagem

Caixainferior

Solo

Modelo demadeira

Modelo demassalote Modelo do canal

de alimentação

Canal dealimentação

Dispositivo pararetirada do modelo

Vazio do canalde alimentação

Caixasuperior

Caixasuperior

Vazio domassalote

Estrado de madeira

Solo

Solo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

Massalote

Metal líquido

Caixa de moldagem inferior

• O modelo é posicionado no fundo da caixa inferior.

• A areia é compactada sobre o modelo.

Areia demoldagem

Areia demoldagem

Caixainferior

Solo

Modelo demadeira

Modelo demassalote Modelo do canal

de alimentação

Canal dealimentação

Dispositivo pararetirada do modelo

Vazio do canalde alimentação

Caixasuperior

Caixasuperior

Vazio domassalote

Estrado de madeira

Solo

Solo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

Massalote

Metal líquido

Virada da caixa

• A caixa inferior é virada e preparada para receber

a caixa superior.

Areia demoldagem

Areia demoldagem

Caixainferior

Solo

Modelo demadeira

Modelo demassalote Modelo do canal

de alimentação

Canal dealimentação

Dispositivo pararetirada do modelo

Vazio do canalde alimentação

Caixasuperior

Caixasuperior

Vazio domassalote

Estrado de madeira

Solo

Solo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

Massalote

Metal líquido

Caixa de moldagem superior

• Os canais de alimentação e o massalote são

moldados na caixa superior.

Areia demoldagem

Areia demoldagem

Caixainferior

Solo

Modelo demadeira

Modelo demassalote Modelo do canal

de alimentação

Canal dealimentação

Dispositivo pararetirada do modelo

Vazio do canalde alimentação

Caixasuperior

Caixasuperior

Vazio domassalote

Estrado de madeira

Solo

Solo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

Massalote

Metal líquido

Retirada do sistema de alimentação da caixa

superior

• Os canais de alimentação e massalote são retirados

da caixa superior.

Page 58: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 57

Areia demoldagem

Areia demoldagem

Caixainferior

Solo

Modelo demadeira

Modelo demassalote Modelo do canal

de alimentação

Canal dealimentação

Dispositivo pararetirada do modelo

Vazio do canalde alimentação

Caixasuperior

Caixasuperior

Vazio domassalote

Estrado de madeira

Solo

Solo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

Massalote

Metal líquido

Retirada da caixa superior

• A caixa superior é retirada para que, depois, o modelo

que está na caixa inferior também possa ser removido.

• A abertura do canal de alimentação é alargada.

Areia demoldagem

Areia demoldagem

Caixainferior

Solo

Modelo demadeira

Modelo demassalote Modelo do canal

de alimentação

Canal dealimentação

Dispositivo pararetirada do modelo

Vazio do canalde alimentação

Caixasuperior

Caixasuperior

Vazio domassalote

Estrado de madeira

Solo

Solo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

Massalote

Metal líquido

Retirada do modelo da caixa de moldagem

• O modelo é retirado da caixa de moldagem com a

ajuda de um dispositivo.

Areia demoldagem

Areia demoldagem

Caixainferior

Solo

Modelo demadeira

Modelo demassalote Modelo do canal

de alimentação

Canal dealimentação

Dispositivo pararetirada do modelo

Vazio do canalde alimentação

Caixasuperior

Caixasuperior

Vazio domassalote

Estrado de madeira

Solo

Solo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

SoloSolo

Massalote

Metal líquido União

• As duas caixas são, novamente, unidas para que

o molde preparado possa receber o metal em

estado líquido.

• A moldagem está concluída!

4ª etapa: Fusão

Você sabe quais são os estados físicos da matéria? Provavelmente, deve se lembrar de três: do sólido, do líquido e do gasoso. Estados físicos da matéria, ou fases, são as diferentes formas como uma substância pode se apresentar no espaço. Essas mudanças de forma ocorrem em virtude do estado de agregação das moléculas que compõem a matéria. O nome pode parecer difícil, mas a ideia é muito simples.

A matéria é formada por partículas menores, os átomos, que, por sua vez, não estão posicionados de qualquer maneira. Eles estão arranjados em grupos que chamamos de moléculas. A maneira como essas moléculas se organizam influencia, e muito, o estado físico do material.

No estado sólido, as moléculas estão fortemente ligadas e, por isso, não conseguem se movimentar com muita liberdade.

No estado líquido, as moléculas já não estão tão ligadas e, portanto, possuem uma liberdade de movimentação maior.

No estado gasoso, as moléculas estão separadas (a força de união entre elas pode ser considerada desprezível) e, portanto, possuem uma total liberdade de movimentação.

Page 59: Auxiliar de fundição

58 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Uma das maneiras mais comuns de modificar o estado físico de uma substância é aquecê-la, ou seja, o calor dessa substância ser trocado com alguma fonte térmica. A fusão, quarta etapa da fundição, é um exemplo disso. Nela, ocorre a passagem do metal no estado sólido para o estado líquido com a ajuda de fornos que fazem uso de várias fontes de energia:

• fornos a óleo;

• fornos a gás;

• fornos elétricos; e

• fornos a carvão vegetal ou mineral.

Sólido Líquido GasosoososGasoLíLLSólido qqqqqqqu dquidodododod

Forno a arco voltaico: um tipo de forno elétrico.

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 59

O cadinho é removido do forno elétrico com a ajuda da tenaz.

Cadinho.

Quando uma substância se encontra no estado sólido e começa a receber calor, não é só a temperatura que au-menta, mas também a agitação das moléculas, até que a ligação que as une seja rompida. Com isso, a liberdade de movimento ficará ainda maior. Assim se caracteriza a fusão, ou seja, a passagem do estado sólido para o estado líquido.

Além do seu sistema de aquecimento, os fornos também possuem um recipiente no qual ocorre a fusão do metal: o cadinho.

Os fornos utilizados na fundição não servem ape-nas para aquecer, mas também para fazer ajus-tes na composição quími-ca dos metais, quando necessário.

Você sabia?

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60 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Cabe ao auxiliar de fundição acompanhar a fusão do metal e a utilização do cadinho.

O cadinho, que se parece muito com uma panela, pode ser fixo ou removível. Quando é fixo, ele faz parte do forno basculável, que gira em torno do seu eixo para despejar o metal no molde. Quando removível, ele pode ser retirado do forno com a ajuda de um instrumento chamado tenaz.

5ª etapa: vazamento

O metal é vazado da panela para o molde.

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 61

Pelo nome, já podemos ter ideia do que acontece nessa etapa. Nela, o metal fundido é vazado, ou seja, despejado no molde. Durante o processo, é preciso ficar muito atento para que a velocidade de escoamento seja uniforme, impedindo que molde sofra um rompimento.

vazamento do metal

Page 63: Auxiliar de fundição

62 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

6ª etapa: Desmoldagem

É a retirada da peça do molde. Primeiro, retira-se a caixa superior e, em seguida, a peça de dentro do molde.

7ª etapa: retirada dos canais de alimentação e do massalote

Os canais de alimentação e o massalote são retirados, com a ajuda de uma esmerilhadeira.

A esmerilhadeira é sempre utilizada no acabamento das peças fundidas.

DICAComo você já sabe, a areia verde pode ser sempre reaproveitada. Por isso, na desmoldagem, além

do cuidado com a peça, é necessário ter muito cuidado com a areia utilizada no processo.Se não tiver sido contaminada por determinados materiais, essa

areia retirada dos machos e da peça poderá ser reaproveitada em

outros moldes de fundição.

IvA

N C

AR

NE

IRO

Page 64: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 63

8ª etapa: Limpeza e rebarbação

Na fundição, a rebarba significa um excesso de material que fica associado à peça metálica fundida e que deve ser retirado. São lascas, pontas etc. Por isso, durante a limpeza e rebarbação, as peças de metal são raspadas com a ajuda de uma lixadeira, e os excessos resultantes de uma máquina ou processo de fabricação são retirados.

A lixadeira é utilizada para que excessos da peça, como lascas e pontas, sejam retirados.

O jateamento com granalha de aço é um dos mais utilizados nas indústrias de fundição.

Depois da retirada das rebarbas, ainda há necessidade de fazer uma limpeza na peça, que pode apresentar im-perfeições, reentrâncias, saliências. Para essa limpeza, é utilizado um jato de ar ou de granalha, dependendo do grau de exigência e da condição da peça.

Utilizadas como insumo indus-trial, granalhas são partículas de ferro cinzento ou aço utili-zadas como abrasivos, ou seja, para o desgaste ou raspagem de peças. Dessa maneira, elas se destinam à alimentação das máquinas de jateamento para limpeza de rebarbas.

IvA

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IvA

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Page 65: Auxiliar de fundição

64 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Atividade 1modElo E moldE

Ao fabricar uma peça por meio do processo metalúrgico de fundição, o auxiliar deve prestar muita atenção para que o modelo seja maior do que a peça. Explique, com suas palavras, porque as dimensões do modelo devem ser superiores às da peça que será fabricada.

Atividade 2Vamos rEVisar?

Descreva, com suas palavras, quais as etapas de fabricação de uma peça fundida pelo processo areia verde.

Aproveite para verificar os aspectos desse processo que não ficaram claros e tire as suas dúvidas com o monitor.

Page 66: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 65

Outros processos de fundição

Agora que já vimos em detalhe as etapas do processo de fundição em areia verde, vamos apresentar outros dois processos de fundição com vazamento por gravidade:

• fundição shell molding; e

• fundição em cera perdida ou de precisão.

E um processo de vazamento sob pressão:

• fundição em moldes permanentes sob pressão.

Fundição shell molding

Já vimos, anteriormente, que a areia de fundição é composta por um aglomerante e por uma areia-base.

Areia de fundição = aglomerante + areia-base

No processo de fundição em areia verde, o aglomerante é um composto de água e argila. No entanto, existem outras formas de aglomerar e moldar a areia. Podemos utilizar resina, por exemplo. Para que a resina aglomere (una) a areia e forme uma massa refratária é necessário que ocorra uma reação química a quente ou a frio.

Quando esse processo de aglomeração acontece por uma reação química a quente, ele é conhecido como shell molding ou moldagem em casca.

Na tabela, a seguir, veja as etapas do processo de fundição shell molding:

Etapas do processo shell molding

Placa

Placa

Placa

Placa

Placa aquecida

Revestimento

Areia + resina

Modelo

Modelo

Modelo

Sistema de aquecimento

Modelo

Areia + resina

Areia + resina

Reservatório

Modelo

• O modelo de metal é fabricado e

fixado em uma placa. na mesma

placa, todo sistema de alimentação

também é fixado.

Page 67: Auxiliar de fundição

66 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Placa

Placa

Placa

Placa

Placa aquecida

Revestimento

Areia + resina

Modelo

Modelo

Modelo

Sistema de aquecimento

Modelo

Areia + resina

Areia + resina

Reservatório

Placa fixada

• A placa, já com o modelo, é fixada

em uma máquina giratória composta

por um sistema de aquecimento e por

um reservatório, no qual são colocadas

a areia e a resina.

Placa

Placa

Placa

Placa

Placa aquecida

Revestimento

Areia + resina

Modelo

Modelo

Modelo

Tubo de gás

Bico de gás

Modelo

Areia + resina

Areia + resina

Reservatório

Máquina giratória

• A placa fixada é girada contra o

reservatório que contém a mistura de

areia e resina. Com esse movimento

giratório, a mistura cobre todo o

modelo metálico.

Placa

Placa

Placa

Placa

Placa aquecida

Revestimento

Areia + resina

Modelo

Modelo

Modelo

Tubo de gás

Bico de gás

Modelo

Areia + resina

Areia + resina

Reservatório

Fusão

• A placa fixada é, então, aquecida até

atingir a temperatura de trabalho (entre

150 e 250 oC), na qual é provocada a

fusão da resina que irá aglomerar os

grãos de areia e formar, assim, uma

casca (shell) sobre o modelo metálico.

Elementoaquecedor

Excesso de areia+ resina

Revestimento

Revestimento

Placa

Pontos de injeção

Modelo

Estufa

Isolaçãotérmica

Revestimentodo molde

Retirada

• A placa fixada pode ser, enfim, retirada

da máquina giratória. O excesso de

areia (a areia que não foi utilizada) fica

depositado no fundo da caixa.

Page 68: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 67

Elementoaquecedor

Excesso de areia+ resina

Revestimento

Revestimento

Placa

Pontos de injeção

Modelo

Estufa

Isolaçãotérmica

Revestimentodo molde

Estufa

• A placa fixada, após ser retirada da

máquina giratória, é enviada para

uma estufa. O endurecimento da

resina só será completo quando a

placa for colocada nessa estufa com

temperatura entre 350 e 450 oC.

Placa

Placa

Placa

Placa

Placa aquecida

Revestimento

Areia + resina

Modelo

Modelo

Modelo

Tubo de gás

Bico de gás

Modelo

Areia + resina

Areia + resina

Reservatório

Outra metade

• A primeira metade do molde já

pode ser retirada da placa. Todas

as operações serão repetidas com

a outra metade.

Vantagens:

• permite a fabricação de peças com melhor acabamento superficial;

• permite a fabricação de peças com tolerâncias dimensionais mais es-treitas, ou seja, peças que requerem uma precisão dimensional maior;

• permite a confecção de peças com formato complexo; e

• pode ser totalmente automatizado.

Desvantagens:

• possui um custo mais elevado, se comparado à areia verde; e

• possui restrições quanto ao tamanho das peças fundidas em razão do custo da produção.

Page 69: Auxiliar de fundição

68 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Fundição em cera perdida ou de precisão

A fundição em cera perdida ou de precisão não é apenas uma nova opção de processo, é também uma outra faceta da fundição. Acostumados com os produtos destinados à indústria metalúrgica, com ela temos a oportunidade de conhecer um processo muito utilizado na fabricação de joias, de peças pequenas ou, enfim, de produtos com detalhes que não poderiam ser produzidos por outro processo metalúrgico.

Na tabela, a seguir, veja as etapas da fundição em cera perdida ou de precisão:

Etapas da fundição em cera perdida ou de precisão

Fabricação do modelo

• neste processo, o modelo é de cera e

é confeccionado numa matriz metálica.

Para fabricá-lo é necessário injetar a

cera na matriz, que deve ter o formato

da peça.

Modelos fixados

• Após serem fabricados, os modelos

devem ser fixados numa haste (canal

central de alimentação), pelo qual será

vazado o metal. na fundição, essa

união da haste com os modelos é

conhecida como árvore.

Page 70: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 69

Árvore

• A árvore, com os modelos fixados, é,

por fim, introduzida em um recipiente

que contém uma mistura refratária.

Essa mistura, também conhecida

como lama refratária, é formada por

areia de sílica, água, aglomerante e

silicato de sódio.

Lama refratária

• A árvore revestida pela lama refratária

é retirada do recipiente e, em contato

com o ar atmosférico, endurece e

envolve o modelo de cera.

Page 71: Auxiliar de fundição

70 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Modelo

• O conjunto é, então, aquecido, fazendo

com que a cera derreta e escorra de

dentro do molde.

Vazamento no molde

• O metal em estado líquido é vazado

(despejado) no canal central de

alimentação e preenche os moldes.

Page 72: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 71

Quebra dos moldes

• Os moldes, já resfriados, são retirados

e quebrados.

• nos outros processos que utilizam

areia, apenas o molde é destruído,

mas, na fundição em cera perdida, o

modelo também é descartado. A cera

utilizada na sua fabricação, no entanto,

é reaproveitada.

• A casca de lama refratária (molde)

também é descartada.

Rebarbação

• Assim como na fundição em areia

verde, esta etapa consiste na retirada

do excesso de material (rebarba) que

fica associado à peça metálica fundida.

Page 73: Auxiliar de fundição

72 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Processo de fundição em moldes permanentes sob pressão

Antes de explicar o que é a fundição em moldes permanentes sob pressão, preste aten-ção no nome desse processo. Você enxerga alguma diferença em relação aos demais?

Vantagens:

• possui alta produtividade na fabricação de peças com geometria (formato) complexa;

• a reprodução dos detalhes é mais perfeita, mais fiel ao modelo;

• possibilita a fabricação de peças com cantos vivos;

• possibilita a fabricação de peças com espessuras de paredes pequenas;

• apresenta excelente precisão dimensional;

• apresenta excelente acabamento; e

• possibilita a fusão de diversos metais.

Desvantagens:

• o peso da peça é limitado ao máximo de 5kg; e

• as dimensões das peças, por conta da limitação do peso, também são limitadas.

Fundição em moldes permanentes sob pressão

Na verdade, existem duas diferenças. Os processos que estudamos até agora, normal-mente, utilizam moldes descartáveis. Além disso, são processos de fundição nos quais o metal é vazado por gravidade, ou seja, escorre sozinho para os moldes. Neste caso:

• os moldes, conhecidos como matrizes, são permanentes, isto é, podem ser utilizados inúmeras vezes; e

• o metal não é mais vazado por gravidade, mas sob pressão.

O metal em estado líquido, que está contido em um reservatório, é forçado a penetrar na cavidade do molde por meio da aplicação de uma pressão. Essa força é provocada por um instrumento conhecido como pistão.

Page 74: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 73

Vantagens:

• permite a fabricação de peças com geometria complexa;

• permite a fabricação de peças com paredes bem finas; e

• possibilita alta produtividade e ótimo acaba-mento.

Desvantagens:

• o peso da peça é limitado, assim como as dimensões da peça;

• necessita de equipamentos com um alto custo; e

• não permite a fundição do aço.

Canal

A B

Moldemetálicoou matriz

Jato de metallíquido

Metallíquido

Pistão(posição inicial)

O processo de fundição em moldes permanentes sob pressão só pode uti-lizar metais com o ponto de fusão menor que o do aço. Isso ocorre porque o molde utilizado no pro-cesso é feito de aço. Caso o metal utilizado tivesse o mesmo ou maior ponto de fusão, tudo derreteria: molde e metal.

Você sabia?

Page 75: Auxiliar de fundição

74 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Atividade 3TEsTE os sEus ConhECimEnTos

Agora que já vimos o que acontece no processo metalúrgico conhecido como fundição, responda às seguintes perguntas.

1. Qual o processo de fundição mais indicado para fabricação de joias?

2. Em qual processo de fundição o molde e o modelo são inutilizados após a fabri-cação da peça?

3. É possível fundir uma peça em aço pelo processo de fundição sob pressão? Justifique.

4. Qual o processo de fundição mais indicado para a fabricação de uma única peça, de tamanho grande e geometria simples?

Page 76: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 75

Atividade 4

1. Liste três propriedades necessárias em um molde de areia verde.

2. Complete as lacunas.

a) No processo de fundição por cera perdida, o modelo é fabricado com e o molde é fabricado com .

b) No processo de fundição sob pressão, o molde é chamado de .

c) A contração do metal, quando se solidifica no interior do molde, pode provocar um vazio na peça. Esse defeito é conhecido como .

Page 77: Auxiliar de fundição
Page 78: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 77

unida d e 6

segurança e prevenção de acidentesA todo o momento, passamos por situações de risco: podemos pisar num buraco e levar um tombo na calçada ou ser atropelados por um motorista que atravessa um sinal vermelho, por exemplo.

Se todos os pedestres, ciclistas, condutores de carros, ônibus, motos etc. observarem as regras de trânsito, o risco de acidente será bem menor, não é mesmo? Porém, se ninguém tomar co-nhecimento da sinalização, esse risco se torna provável.

No trabalho, os riscos de acidentes também estão presentes em maior ou menor grau, dependendo da atividade que iremos desempenhar.

Por isso, é fundamental que se faça uma análise dos riscos que ela oferece.

Usar equipamentos de proteção individual (EPIs) e verificar se todos os alarmes de segurança estão funcionando adequadamente também são passos essenciais para um trabalho mais seguro.

Page 79: Auxiliar de fundição

78 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

A prevenção de acidentes

Vamos ver agora alguns dos riscos a que você, como auxiliar de fundição, estará exposto no seu trabalho cotidiano.

A primeira impressão que se tem ao conhecer a instalação de uma fundição é a de que se trata de um ambiente altamente perigoso. Tal impressão não é errada. O setor de fundição oferece muitos perigos ao trabalhador. Só de repararmos no metal em estado líquido sendo despejado nas caixas de areia já podemos ter uma noção dos cuidados que o auxiliar de fundição terá que tomar no seu dia a dia.

A responsabilidade pela garantia de segurança nos locais de trabalho cabe, em primeiro lugar, à empresa e aos empregadores. Há ainda as CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes) que cuidam dessa questão nas empresas. No entanto, cada trabalhador também deve ter sua atenção voltada para essa questão.

Assim, é importante estar atento a três áreas:

• local de trabalho;

• equipamentos; e

• pessoas.

O metal fundido é um perigo constante para os profissionais que trabalham em setores de fundição.

IvA

N C

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NE

IRO

Page 80: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 79

O local de trabalho

Dentro de um setor destinado à fundição, os auxiliares estão sujeitos a vários tipos de riscos de acidente, que podem ocorrer desde o momento de confecção do modelo até a limpeza e pintura das peças.

Por isso, assim como os profissionais devem observar procedimentos que minimizem esses riscos, as fábricas devem ter equipamentos de proteção coletiva (EPCs) e seguir procedimentos que zelem pela segurança. Dois deles são essenciais:

• Possuir extintores de incêndio identificados com placas informativas.

IvA

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AR

NE

IRO

DICAToda empresa com mais de

20 empregados deve ter uma CIPA, formada por trabalhadores eleitos pelos colegas. Você pode

se aprofundar no assunto consultando a unidade “Saúde e

segurança no trabalho”, no Caderno do Trabalhador 5 –

Conteúdos Gerais.

• Ter rotas de fuga sinalizadas, para minimizar as conse-quências no caso de incêndio ou de explosões.

Isso porque um dos maiores riscos que o processo de fun-dição oferece é o de incêndio e de explosões, que podem ser provocados pelo uso incorreto de equipamentos como o forno de fusão e a panela de metal em estado líquido.

A sinalização para risco de incêndio, explosões, choques elétricos, entre outros, é composta, basicamente, por infor-mações de proibição, de alerta e de orientação e salvamento. Conheça, nas próximas páginas, alguns símbolos que você poderá encontrar no seu ambiente de trabalho.

Page 81: Auxiliar de fundição

80 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

1. Informações de proibição

Código Símbolo Significado

1 Proibido fumar

2 Proibido produzir chama

3Proibido utilizar água para apagar o fogo

4Proibido utilizar elevador em caso de incêndio

Fonte: ABnT nBr 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

Page 82: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 81

2. Informações de alerta

Código Símbolo Significado

5 Alerta geral

6 Cuidado, risco de incêndio

7 Cuidado, risco de explosão

8 Cuidado, risco de corrosão

9 Cuidado, risco de choque elétrico

Fonte: ABnT nBr 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

Page 83: Auxiliar de fundição

82 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

3. Informações de orientação e salvamento

Código Símbolo Significado

12

Saída de emergência13

14

15 Saída de emergência

16 Escada de emergência

Fonte: ABnT nBr 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

Page 84: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 83

Código Símbolo Significado

22

H

Telefone ou interfone de emergência

23

H

Extintor de incêndio

24

H

Mangotinho

25

H

Abrigo de mangueira e hidrante

26 H hidrante de incêndio

Fonte: ABnT nBr 13434-2: 2004. Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico.

Page 85: Auxiliar de fundição

84 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Equipamentos

Uma das preocupações básicas que todos devem ter é com as instruções do fabricante nos momentos de instalação ou operação de máquinas e equipamentos. O manual de instruções que acompanha as máquinas e equipamentos deve sempre ser seguido.

O aterramento elétrico também merece atenção especial, pois sua função é, justamente, proteger das descargas atmosféricas o usuário dos equipamentos. Embora im-portantes, as normas e os procedimentos relacionados a esse processo costumam gerar dúvidas.

Se for o caso, a CIPA deve ser alertada para verificar se os aterramentos elétricos de máquinas e equipamentos foram realizados corretamente, pois o desconhecimento dessas técnicas pode ocasionar a queima do equipamento ou, pior, um choque elétrico no operador. Enfim, o ater-ramento elétrico eficiente constitui uma proteção tanto para o equipamento quanto para quem o manuseia.

Por fim, como já foi dito, existem dois equipamentos com os quais o auxiliar de fundição deve ter o maior cuidado: o forno de fusão e a panela de metal em estado líquido. Esses equipamentos, além de envolverem o emprego de altas temperaturas, geram gases, vapores e fumos.

DICADesligar os equipamentos após a

utilização é uma ação de segurança.

IvA

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Page 86: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 85

Panela de metal em estado líquido.

Forno de fusão.

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Page 87: Auxiliar de fundição

86 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Os gases, vapores e fumos gerados pelo processo de fun-dição são prejudiciais à saúde dos trabalhadores e de todos que transitam nessa área. Para eliminá-los, o local deve apresentar uma ventilação adequada. Um bom método de ventilação e auxílio à respiração é o uso de exaustores, responsáveis por captar os fumos metálicos provenientes do metal fundido e das partículas metálicas.

Pessoas

Para prevenir acidentes, os auxiliares de fundição devem utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados. Mas... quais são eles?

Os equipamentos de proteção individual do auxiliar de fundição são:

• Capacete e protetor facial.

• Aventais e vestimentas especiais, adequados à proteção do tronco.

• Óculos de proteção, para evitar que poeira, fagulhas ou reagentes químicos entrem em contato com os olhos. Caso isso ocorra, deve-se lavar os olhos com muita água no lavador de olhos e, logo em seguida, procurar um médico (na empresa ou fora dela), além de um membro da CIPA para acompanhar a ocorrência.

• Protetor auricular para minimizar a agressão que ruídos intensos podem causar aos ouvidos.

• Máscara respiratória.

• Luvas resistentes, adequadas ao produto que está sendo manipulado.

• Sapatos de couro.

• Cinto de segurança, no caso do trabalho ser realizado em grandes alturas.

O anexo 1 da Norma Re-gulamentadora nº 15 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que dis-põe sobre atividades e operações insalubres, es-tabelece os limites máxi-mos de ruído a que os profissionais podem ficar expostos e por quanto tempo em sua jornada diária. Você pode consul-tar esses dados no site http://portal.mte.gov.br

A Norma Regulamenta-dora nº 7, igualmente do MTE, que trata do contro-le médico de saúde ocu-pacional, exige exames médicos periódicos para quem trabalha em condi-ções insalubres. O texto integral dessa norma tam-bém pode ser lido no site do Ministério do Trabalho e Emprego.

Você sabia?

Page 88: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 87

Capacete e protetor facial

Vestimenta especial

Luvas

Sapatos de couro

DICACada EPI deve ter o respectivo Certificado de Aprovação (CA),

fornecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

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Page 89: Auxiliar de fundição

88 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Além de utilizar os equipamentos de proteção necessários, o auxiliar de fundição (assim como todos os que trabalham no local) deve tomar mais alguns cuidados:

• Trabalhar na fundição sempre com a orientação e presença de um técnico responsável.

• Conversar com os profissionais mais experientes sempre que observar alguma condição de risco.

• Comunicar o superior em caso de acidente, mesmo que não ocorram lesões.

Atividade 1análisE dE risCo da TarEfa

O processo de fusão de ligas metálicas para a obtenção de uma peça fundida com-preende as seguintes etapas: colocação do cadinho no forno, carregamento do ca-dinho com metal sólido, ligação do forno, ajuste das temperaturas de aquecimento, manutenção da fusão, inspeção da carga aquecida, verificação da temperatura a cada 15 minutos, retirada da escória e vazamento do metal em estado líquido no molde.

Levante os riscos de possíveis acidentes na realização dessas atividades e como evitá-los. Lembre-se de que o uso de Equipamentos de Proteção, por si só, não impede a ocorrência de acidentes.

Page 90: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 89

Atividade 2EquipamEnTos dE proTEção indiVidual

Uma vez realizada a análise de risco relacionada às atividades do item anterior, espe-cifique os Equipamentos de Proteção Individual que devem ser usados neste trabalho.

Page 91: Auxiliar de fundição
Page 92: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 91

unida d e 7

Qualidade e produtividade

A qualidade

Qualidade é uma característica difícil de ser definida. Para você, esse conceito pode ser diferente daquele usado pelo seu colega do lado. E pode ser difícil vocês chegarem a uma mesma opinião. De qualquer forma, vamos buscar entender o que qualidade significa no dia a dia de um auxiliar de fundição.

A ideia de qualidade para os profissionais que atuam em uma fundição está relacionada à necessidade de o produto atender ao que a indústria requer dele. Assim, a qualidade compreende um conjunto de requisitos e características com vistas a satisfazer certas necessidades.

Se nos lembrarmos do Caderno 1, veremos a palavra “qualidade” presente em toda a história do trabalho e da metalurgia. Os arte-sãos e negociantes do século 13 (XIII) trabalhavam em contato direto com os compradores. E seu retorno em relação à qualidade dos produtos que produziam era, provavelmente, retorno imediato. Os produtos defeituosos eram jogados fora.

Com a divisão do trabalho por especialização e as mudanças ocorridas na forma de produção no capitalismo, não foi só o dia a dia do profissional de metalurgia que mudou bastante. O mesmo se deu com o controle de qualidade.

Page 93: Auxiliar de fundição

92 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Novos desafios seriam colocados àque-les que fabricavam e testavam os pro-dutos fabricados com metal. Agora, para garantir a qualidade, era neces-sário especializar-se na verificação da existência de defeitos no produto.

A produtividade

Produtividade é um conceito que inte-ressa aos empresários – aqueles que de-têm e controlam os meios de produção e lucram com o capitalismo. Isso porque significa a associação de três coisas:

• aumento da produção de bens ou produtos elaborados;

• manutenção ou melhoria dos níveis de qualidade; e

• manutenção (ou melhor, não expan-são) do número de trabalhadores e dos recursos usados na fabricação desses bens ou produtos.

Ou seja, a produtividade é alcançada quando se consegue fazer crescer o volume de produtos sem aumentar o quadro de empregados, sem aumentar os gastos e sem descuidar da qualidade.

Se há um aumento da produção e o capitalista mantém os mesmos gastos (mesmo número de funcionários e a mesma folha salarial), é fácil perceber que há um aumento de seu lucro, não?

Uma das formas de obter aumento da produtividade é a institucionalização da distri-buição de lucros entre funcionários. Ou seja, empresas dividem com os empregados (de tempos em tempos) os lucros resultantes de ganhos de produtividade. Essa é uma forma de motivar os trabalhadores para que os empresários aumentem seus lucros.

Outra forma de elevar a produtividade é chamar os trabalhadores para opinar sobre como melhorar processos e/ou participar de cursos de capacitação. Fazer cursos e discutir processos podem ser experiências importantes para você e também podem ajudá-lo a progredir na carreira.

Artesão medieval: responsável pelo controle de qualidade.

Al

AM

y/O

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IMA

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Page 94: Auxiliar de fundição

Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 93

Ouvir a opinião dos trabalhadores é uma maneira de aumentar a produtividade.

Quando chega à fundição o pedido para que que alguma peça seja feita, esse pedido pode vir de diferentes áreas: da área de manutenção de máqui-nas da empresa, por exemplo, ou de um determinado departamento que necessita de um material específico, ou mesmo de uma outra indústria à procura de um serviço oferecido.

CO

Rb

Is/C

OR

bIs

(RF

)/l

AT

INs

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Ck

Quaisquer que sejam os solicitantes, todos esperam que o trabalho seja feito com responsabilidade e que haja preocupação com a sua qualidade. Só assim terão garantia de que os produtos fabricados não irão apresentar falhas no futuro.

Essa preocupação com a qualidade também responde a expectativas e exigências das pessoas que irão, mais adiante, comprar e fazer uso daqueles produtos. E tais exigências foram crescendo com a evolução tecnológica e com a possibilidade de os consumidores compararem produtos de origens e fabricantes diferentes.

Page 95: Auxiliar de fundição

94 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

O auxiliar de fundição e a qualidade

A ocupação de auxiliar de fundição está ligada ao conceito de qualidade, uma vez que a realização adequada de suas atividades levará à produção de bens com maior qualidade e à redução de eventuais problemas ou defeitos.

Existem algumas atividades que impactam mais diretamente na obtenção de qua-lidade e, por vezes, também na segurança dos trabalhadores. Por isso, é bom estar atento a elas no dia a dia.

1. Conferir os resultados do processo de fundição executado para verificar se não há erros, checando se estão de acordo com a solicitação de quem o pediu.

Após a fabricação das peças, existe a necessidade de examiná-las a fim de garantir a qualidade do produto. Esse exame pode ser feito de diversas formas.

• Com auxílio de uma lupa (visual) – para defeitos na superfície tais como: rebarbas, porosidade, ressaltos e peças incompletas.

• Com instrumentos de medição – para verificar desvios de medidas.

• Por meio de ensaios destrutivos e não destrutivos – os ensaios destrutivos, como o próprio nome indica, inutilizam a peça ou corpo de prova após a sua realização. Neles, podemos avaliar as proprie-dades mecânicas do produto, como a resistência e a dureza.

Ensaios não destrutivos, por sua vez, avaliam defeitos internos e externos que não podem ser vistos mesmo com ajuda de uma lupa.

• Por meio de análise metalográfica – o exame avalia a estrutura cristalina do metal, a sua constituição, o tamanho de grão, enfim, as informações que nos permitem prever o comportamento mecâ-nico do produto.

2. Buscar sempre cumprir os prazos combinados.

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 95

Atividade 1EnConTrando soluçõEs

Imagine que você fez o molde em areia para uma peça fun-dida que está apresentando um aspecto superficial bastante rugoso. O seu colega, responsável pela limpeza da peça, está gastando muito tempo para melhorar o seu aspecto superficial e deixá-la adequada à solicitação do cliente.

Baseando-se no que vimos nesse curso, busque responder às duas perguntas:

a) Quais as possíveis causas do aspecto rugoso que a peça apresenta?

b) É possível reduzir o tempo gasto na limpeza para di-minuir a rugosidade superficial da peça? Como seria possível ajudar o seu colega a melhorar o aspecto da peça em menos tempo?

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unida d e 8

Ingresso no mercado de trabalho Agora que você já conhece as bases da ocupação de auxiliar de fundição, chegou a hora de se preparar para buscar seu emprego.

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Atualmente, o mercado de trabalho está bastante promis-sor. Na primeira década do século 21 (XXI) – isto é, de 2001 a 2010 –, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro aumentou, em média, 2,2% por ano. A indústria foi res-ponsável por aproximadamente 29% desse crescimento.

No início de 2011, o IBGE divulgou uma pesquisa segundo a qual o emprego industrial cresceu em 13 de 14 regiões estudadas (“IBGE: emprego industrial cresce em 13 de 14 regiões”, O Estado de S. Paulo, 08 de abril de 2011). A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) apontou, portanto, que a quantidade de trabalhadores na indústria teve crescimento em 13 dos 14 locais pesquisados. Neste cenário animador, está a indústria metalúrgica.

Outro importante aspecto desse mercado de trabalho é a diversidade de oportunidades. Como auxiliar de fundição, você será solicitado não só nas indústrias, mas também em outros setores, como o de ensino e o de pesquisa. Até mesmo os laboratórios prestadores de serviço contratam profissionais para executar essa função.

Observe o gráfico abaixo. Ele mostra como a indústria de transformação – que é apenas um dos componentes do ramo metalúrgico – responde por uma fatia significativa da ocupação dos trabalhadores.

O Produto Interno Bruto é a soma de toda a rique-za produzida em um país.

Você sabia?

DICAÉ muito importante que você não

pare de pesquisar sobre o seu mercado de trabalho. Instituições como o Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) e o

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) podem auxiliá-lo nessa tarefa. Acesse os sites: www.seade.gov.br e www.ibge.gov.br e encontre

pesquisas que irão ajudá-lo na hora de escolher o melhor

caminho para a sua carreira.

Emprego mais aquecidoGeração de vagas formais em janeiro

Extrativamineral

Indústria detransformação

Serviços industriaisde utilidade pública

Construçãocivil

Comércio ServiçosAdministração

públicaAgropecuária

100.000

33.358

73.231

−18.130

−1.042

8.324

Total: 152.091

53.207

1.571 1.572

80.000

60.000

40.000

20.000

0

−20.000

−40.000

Saldo em janeiro 2011

Fonte: valor Online. Disponível em: http://static.valoronline.com.br/sites/default/files/imagecache/media_library_bigimage//gn/11/02/arte25bra-101-emrpego-a3.jpg. Acesso em: 10 out. 2011.

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 99

A expressão curriculum vitae é de origem latina e significa “currículo da vida”. Ele é um documen-to no qual constam seus principais dados pessoais, sua escolaridade, seu his-tórico profissional e seus saberes informais. Suas expectativas e seus de-sejos em relação a uma colocação no mercado de trabalho também podem ser incluídos.

Você sabia?

Esses números se refletem em oportunidades de trabalho para muitas ocupações na indústria e, portanto, significam boas novas para quem está em início de carreira.

A inserção no mercado de trabalho tem relação com vários fatores. O crescimento da economia é um deles. No entanto, escolaridade formal, cursos de qualificação e experiência também interferem, abrindo ou fechando portas.

Há, ainda, ações que podem ajudá-lo: inscrever-se no sistema de intermediação do Governo do Estado de São Paulo – Programa Emprega SP, preparar-se para uma entrevista de emprego, organizar os seus conhecimentos e saberes na forma de um currículo, procurar dicas de locais com amigos e vizinhos. As relações pessoais, em geral, são importantes no momento de arrumar trabalho.

Fazer um currículo pessoal, no qual constem os seus co-nhecimentos, saberes, experiências, é uma forma de você se apresentar ao mercado de trabalho.

Atualmente, existem locais na internet que auxiliam os trabalhadores a formularem seus currículos. Há inclu-sive alguns bancos de dados especializados, nos quais o candidato pode elaborar seu currículo para determinada empresa ou para certa função. Da mesma forma, existe uma tendência, principalmente nas grandes indústrias, de criar seu próprio banco de dados, guardando informações sobre trabalhadores para futuras contratações.

As atividades, ao final desta unidade, poderão ajudá-lo a montar seu currículo.

Salário

A remuneração é uma das principais preocupações no mo-mento de definir o tipo de ocupação ou emprego que bus-camos. Uma das primeiras perguntas que nos fazemos é: “Qual vai ser o meu salário?” Considere essa informação no momento de decidir se o emprego lhe interessa ou não.

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Atividade 1dEpoimEnTo

Leia os depoimentos a seguir e discuta com seus colegas e com o monitor como alguns auxiliares de fundição ingressaram no mercado de trabalho.

Diego Antonio dos Santos

Líder de fundição/produção

há dez anos, eu trabalho na mesma indústria de fundição. Eu comecei com uma função bem braçal, retirando peças que já estavam fundidas. Em seis meses, consegui me tornar operador técnico. Depois de sete anos como operador, fui promovido a líder, o cargo que, atualmente, ocupo. Liderando uma equipe de 25 pessoas, eu sou o responsável pelo controle desses tra-balhadores e do processo de moldagem.

não sou eu quem escolhe os auxiliares de fundição, essa é uma função que cabe apenas ao setor de recursos humanos (rh) da empresa. Só nesta indústria temos, aproximadamen-te, 1.000 auxiliares. Depois de passarem pelo rh, esses traba-lhadores enfrentaram outra avaliação: a do líder do setor no qual irão trabalhar. Como líder, eu posso dizer que procuro um auxiliar comprometido. Acho que essa é a principal característica que uma pessoa deve ter para trabalhar em qualquer empresa; afinal, é do trabalho que sai o seu sustento. Os profissionais que lidero, no entanto, não devem ser comprometidos apenas com a empresa, mas também com as pessoas com as quais trabalham. nós somos uma equipe que precisa da boa vontade de todos para dar certo.

MIR

ÃO

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Maurício da Silva Santos

Auxiliar de fundição

Eu tenho 20 anos, moro no Jardim Miranda, em Mauá, e o meu trabalho é muito importante para mim. Quando eu tinha sete anos, eu trabalhava com o meu pai catando papelão na rua. Esse foi o meu emprego até os treze anos de idade. Foi quando consegui uma vaga em um projeto assistencial que promovia programas contra a exploração do trabalho infantil. Eu saí da rua e comecei a fazer um curso de costura que me rendeu o meu primeiro emprego de verdade em uma oficina de costura. Depois de trabalhar em indústria automobilística, em padaria e até em restaurante fast-food, o meu primo, que já trabalhava nesta indústria de fundição há oito anos, trouxe o meu currículo para cá. Duas semanas depois eu já estava trabalhando. Isso já vai fazer um ano e cinco meses e, com o meu salário, sustento meus pais, meu irmão e minha avó.

O mesmo comprometimento que tenho com o trabalho, eu sinto que o pessoal daqui tem comigo. Uma vez eu fui pegar uma peça para colocar no dispositivo e outra peça, que veio na esteira, rolou e acabou me prensando entre o dispositivo e a esteira. O que mais me marcou foi que o líder do meu setor foi o primei-ro a subir na esteira para tirar a peça de cima de mim. Se não fosse por ele, eu poderia ter perdido os movimentos da perna. Por essas e outras, não me arrependo nem um minuto de estar aqui e sei que, aos poucos, eu vou conseguir tirar o meu pai da rua.

Atividade 2hisTória dE Vida

1. Para a busca do emprego, é necessário elaborar um documento com algumas informações fundamentais sobre você: seu perfil, seus conhecimentos e o que você pretende profissionalmente. Esse documento se chama currículo. No tema “Como se preparar para o mercado de trabalho”, publicado no Caderno do Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais, você encontra dicas preciosas para criar o seu. Depois de consultar esses conteúdos, você e seus colegas vão exercitar a elaboração de seu currículo com o auxílio do monitor.

2. Com base no que aprendeu neste curso, o que você considera necessário saber para ser um auxiliar de fundição? Procure organizar suas ideias começando pelas frases a seguir.

a) Um auxiliar de fundição deve saber:

MIR

ÃO

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102 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

b) Um auxiliar de fundição usa em suas atividades:

c) Um auxiliar de fundição necessita cuidar de:

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Auxiliar de fundição 2 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a 103

d) Um auxiliar de fundição deve também:

Das frases citadas na atividade anterior, procure destacar aquilo que você faz bem. Tais informações poderão fazer parte do seu currículo.

Boa sorte!

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104 Arco Ocupacional Me ta lu rg i a Auxiliar de fundição 2

Referências bibliográficas

BARBOSA, E. F. Gerência da Qualidade Total na Educação. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni/UFMG, 1993.

CALLISTER JR, W. D. Fundamentals of Materials Science and Engineering. 7th ed. Nova York: John Wiley and Sons Inc, 2007.

DIETER, E. G. Metalurgia Mecânica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1988.

MANUAL do Programa de Gestão da Qualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ferramentas da Qualidade.

METALS Handbook. Metallography and Microstructures. Ohio: ASM Interna-tional, 1992. v. 9.

MOREJÓN, M. A. G. A Implantação do Processo de Qualidade ISO 9000 em Empresas Educacionais. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. 330 p.

Sites

American Society for Quality. Disponível em: <www.asq.org>. Acesso em: 3 abr. 2011.

Banas Qualidade. Definindo a qualidade. Disponível em: <http://www.banas-qualidade.com.br/qualidade.asp>. Acesso em: 3 abr. 2011.

Cartilha da Qualidade e Produtividade. Disponível em: <http://www.multidata.com.br/qualidade/Cartilha%20da%20Qualidade%20e%20Produtividade.pdf>. Acesso em: 3 abr. 2011.

O Estado de S. Paulo. “IBGE: emprego industrial cresce em 13 de 14 regiões”. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+geral,ibge-emprego-industrial--cresce-em-13-de-14-regioes,62033,0.htm>. Acesso em: 8 abr. 2011.

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v i a r á p i d a e m p r e g o

Metrologia

O caminho metalúrgico e a fundição

Segurança e prevenção de acidentes

Qualidade e produtividade

Ingresso no mercado de trabalho

www.viarapida.sp.gov.br