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III Congresso Brasileiro de Oceanografia – CBO’2008 I Congresso Ibero-Americano de Oceanografia – I CIAO Fortaleza (CE), 20 a 24 de maio de 2008 AOCEANO – Associação Brasileira de Oceanografia AVALIAÇÃO DA POLUIÇÃO VISUAL CAUSADA POR RESÍDUOS SÓLIDOS NA PRAIA DE PORTO DE GALINHAS, LITORAL SUL DE PERNAMBUCO, EM FUNÇÃO DO TURISMO Cocentino, C. M. Universidade Federal de Pernambuco, [email protected] RESUMO São poucos os estudos no mundo e no Brasil que se destinam a avaliar os impactos causados pelo turismo. Embora a manutenção da integridade do ambiente devesse ser prioridade por parte dessa atividade econômica, que sobrevive das belezas naturais, esta, ao contrário, vem ocasionando muitos problemas socioambientais, devido ao seu crescimento desordenado e descomprometido com o meio ambiente. Por ser Porto de Galinhas uma área de intensa sazonalidade, com um fluxo excessivo de turistas, fez-se nescessário uma avaliação da perturbação visual ocasionada pela presença de resíduos sólidos em meio aos banhistas, de modo a ressaltar que o manejo adequado, cuidadoso e respeitoso para com o meio ambiente, não diminui o valor dessas áreas como lugares de descanso e lazer, ao contrário, é fator positivo para a atividade turística assim como à proteção ao meio ambiente. Palavras chave: Atividade turística, meio ambiente, perturbação visual. INTRODUÇÃO O turismo, fenômeno econômico mais expressivo nas últimas décadas (CUNHA & GUERRA, 2005), é uma atividade crescente em todo o mundo, sobretudo em zonas costeiras (áreas suscetíveis ao acumulo de resíduos sólidos), mas seu crescimento tem provocado danos às paisagens e ao meio ambiente das regiões afetadas (BANCO DO NORDESTE, 1999), causando impactos negativos como a geração de resíduos. Embora a manutenção da integridade do ambiente devesse ser prioridade por parte dessa atividade econômica, que sobrevive das belezas naturais e tradições culturais, esta, ao contrário, vem ocasionando muitos problemas socioambientais, devido ao seu crescimento desordenado e descomprometido com o meio ambiente (CIFUENTES, 1992). Porto de Galinhas é uma praia turística localizada em Ipojuca, a 60 quilômetros de Recife, conhecida por possuir uma colônia de corais que forma um belo cenário aquático. Esse belo patrimônio Pernambucano vem sendo cada vez mais degradado pela ação do turismo desordenado, que tem ocasionado um aumento exacerbado da geração de lixo, considerado como um dos impactos ambientais negativos mais freqüentes, levando à degradação da paisagem do ambiente, que perde o seu valor natural, tão importante para a atividade turística, gerando uma grande perturbação visual em função do grande número de resíduos. Todos esses aspectos da poluição visual, embora de caráter bastante subjetivo, vem sendo levantados ultimamente e sua ocorrência, aliada a outros tipos de degradação ambiental, é apontada como a causa de tensões, angústias e efeitos correlatos sobre o homem urbano (MOTA, 1981). Este trabalho teve como objetivo avaliar a poluição visual ocasionada pelos resíduos sólidos gerados pelo turismo na praia de Porto de Galinhas. MATERIAIS E MÉTODOS Foram realizadas observações e registros fotográficos na praia, numa área de aproximadamente 50 metros, na qual foi analisada a perturbação visual ocasionada pelos resíduos sólidos. Os dados obtidos foram coletados entre os meses de janeiro e março de 2007, em diferentes dias, principalmente aos fins de semana - época em que nos deparamos com um maior fluxo de pessoas.
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III Congresso Brasileiro de Oceanografia – CBO’2008I Congresso Ibero-Americano de Oceanografia – I CIAO
Fortaleza (CE), 20 a 24 de maio de 2008
AOCEANO – Associação Brasileira de Oceanografia
AVALIAÇÃO DA POLUIÇÃO VISUAL CAUSADA POR RESÍDUOS SÓLIDOS NA PRAIA DE PORTO DE GALINHAS, LITORAL SUL DE PERNAMBUCO, EM
FUNÇÃO DO TURISMO
Cocentino, C. M.
Universidade Federal de Pernambuco, [email protected]
RESUMOSão poucos os estudos no mundo e no Brasil que se destinam a avaliar os impactos causados pelo turismo. Embora a manutenção da integridade do ambiente devesse ser prioridade por parte dessa atividade econômica, que sobrevive das belezas naturais, esta, ao contrário, vem ocasionando muitos problemas socioambientais, devido ao seu crescimento desordenado e descomprometido com o meio ambiente. Por ser Porto de Galinhas uma área de intensa sazonalidade, com um fluxo excessivo de turistas, fez-se nescessário uma avaliação da perturbação visual ocasionada pela presença de resíduos sólidos em meio aos banhistas, de modo a ressaltar que o manejo adequado, cuidadoso e respeitoso para com o meio ambiente, não diminui o valor dessas áreas como lugares de descanso e lazer, ao contrário, é fator positivo para a atividade turística assim como à proteção ao meio ambiente.
Palavras chave: Atividade turística, meio ambiente, perturbação visual.
INTRODUÇÃOO turismo, fenômeno econômico mais expressivo nas últimas décadas (CUNHA &
GUERRA, 2005), é uma atividade crescente em todo o mundo, sobretudo em zonas costeiras(áreas suscetíveis ao acumulo de resíduos sólidos), mas seu crescimento tem provocado danos às paisagens e ao meio ambiente das regiões afetadas (BANCO DO NORDESTE, 1999), causando impactos negativos como a geração de resíduos. Embora a manutenção da integridade do ambiente devesse ser prioridade por parte dessa atividade econômica, que sobrevive das belezas naturais e tradições culturais, esta, ao contrário, vem ocasionando muitos problemas socioambientais, devido ao seu crescimento desordenado e descomprometido com o meio ambiente (CIFUENTES, 1992).
Porto de Galinhas é uma praia turística localizada em Ipojuca, a 60 quilômetros de Recife, conhecida por possuir uma colônia de corais que forma um belo cenário aquático. Esse belo patrimônio Pernambucano vemsendo cada vez mais degradado pela ação do turismo desordenado, que tem ocasionado um aumento exacerbado da geração de lixo, considerado como um dos impactos ambientais negativos mais freqüentes, levando à degradação da paisagem do ambiente, que perde o seu valor natural, tão importante para a atividade turística, gerando uma grande perturbação visual em função do grande número de resíduos.
Todos esses aspectos da poluição visual, embora de caráter bastante subjetivo, vem sendo levantados ultimamente e sua ocorrência, aliada a outros tipos de degradação ambiental, é apontada como a causa de tensões, angústias e efeitos correlatos sobre o homem urbano (MOTA, 1981). Este trabalho teve como objetivo avaliar a poluição visual ocasionada pelos resíduos sólidos gerados pelo turismo na praia de Porto de Galinhas.
MATERIAIS E MÉTODOSForam realizadas observações e registros fotográficos na praia, numa área de
aproximadamente 50 metros, na qual foi analisada a perturbação visual ocasionada pelos resíduos sólidos. Os dados obtidos foram coletados entre os meses de janeiro e março de 2007, em diferentes dias, principalmente aos fins de semana - época em que nos deparamos com um maior fluxo de pessoas.
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RESULTADOS E DISCUSSÃOAs observações feitas ao longo deste trabalho revelaram que o crescimento do fluxo de
pessoas, vemagredindo severamente o meio ambiente, provocando mudanças e m suas paisagens e causando uma enorme perturbação visual. (Fig. 1)
Figura 1: Aumento gradativo da quantidade de lixo na praia de acordo com o aumento do fluxo de pessoas em diferentes dias da semana. A: Terça-feira. B: Quinta-feira. C: Sábado.
Ocorre uma enorme quantidade de material sendo descartada aleatoriamente. Dentre os diversos materiais que podem ser encontrados, os plásticos constituem a grande maioria (Fig. 2), causando enorme preocupação por possuirem duas características: flutuam muito fácil devido à sua baixa densidade, podendo se dispersar para outras áreas de praias desprovidas de poluição e apresentam um tempo de vida muito longo.
Figura 2: Detalhe da presença de plásticos em meio aos resíduos sólidos.
Independentemente dos impactos positivos advindos do turismo, problemas socioambientais se ampliam, comprometendo a qualidade de vida e do ambiente, como é o caso da Praia de Porto de Galinhas.
Por muito tempo o turismo levou o rótulo de “indústria sem chaminés”, uma alusão à inexistência de qualquer tipo de poluição ou degradação ambiental decorrente da atividade (CUNHA & GUERRA 2005). A “indústria sem chaminés” há algum tempo demonstra seu poder de degradação, seja do meio ambiente natural ou antrópico. Acompanhando o rastro dos impactos socioambientais, propostas alternativas de um turismo mais respeitoso com o meio ambiente, com as comunidades locais e com a satisfação do turista deveriam ser postas em prática, tendo em vista que o acúmulo dos resíduos ocasionados por ele causam perdas para o próprio turismo e perdas economicas para a região.
O problema dos resíduos sólidos ocasionados pelo turismo pode ser tratado de diversas maneiras. Considerando a influência dos mesmos na qualidade de vida do homem e nas condições de qualidade do meio ambiente, vemos que algumas questões poderiam ser levadas em conta, como: promover campanha de educação ambiental no campo dos resíduos sólidos, destinada não só à população que trabalha no setor, bem como à população em geral e aos turistas e, dentre outros, implantar soluções adequadas para manipulação dos resíduos sólidos em geral, nas suas diversas fases: acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e/ou disposição final, inclusive aumentando a área de coleta.
CONCLUSÕESTendo em vista que meio ambiente e desenvolvimento são inseparáveis, é fundamental
conciliar as atividades humanas com a proteção ambiental. Com base nos resultados, pode-se
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concluir que o forte crescimento da atividade turística, como um todo, vem causando sérios impactos socioambientais na Praia de Porto de Galinhas.
REFERÊNCIASBANCO DO NORDESTE. 1999. Manual de impactos ambientais: orientações básicas sobre aspectos ambientais de atividades produtivas/ Banco do Nordeste ; equipe de elaboração Marilza do Carmo Oliveira Dias (coordenadora), Mauri César Barbosa Pereira, Pedro Luiz Fuentes Dias, Jair Fernandes Virgílio. Fortaleza: Banco do Nordeste. 297 p.
BRITO, F. A.; CÂMARA, J. B. D. 1998. Democratização e Gestão Ambiental: em busca do Desenvolvimento Sustentável. Petrópolis, RJ: Vozes. 332 p.
CUNHA, S. B. DA; GUERRA, A. J. T. 2005. A Questão Ambiental: Diferentes Abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 248 p. CIFUENTES, M. 1992. Determinación da Capacidad de Carga Turística em Areas Protegidas. Publicação Patrocinada pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Turrialba, Costa Rica. 29 p.
MOTA, S. 1981. Planejamento Urbano e Preservação ambiental. Fortaleza: UFC.
http://www2.uol.com.br/portodegalinhas/portodegalinhas.htm, acessado em 30 de janeiro de 2007
ARAÚJO, M. C. B. 2003. Resíduos sólidos em praias do litoral sul de Pernambuco: Origens e consequências. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Tecnologia e Geociências. Programa de Pós-graduação em Oceanografia. Recife-PE. 104 p.
