avaliação

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IDENTIFICAÇÃO * Autor: NEIDE CÉLIA PERFEITO * Estabelecimento: Escola Estadual Maria Pereira Martins - EF * Ensino: Educação Profissional * Disciplina: ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO * Conteúdo Estruturante: Avaliação Escolar * Conteúdo Específico: Avaliação da Aprendizagem e Formação Continuada RECURSO DE EXPRESSÃO "AVALIAR é um ato político, pedagógico e amoroso, comprometido com o sucesso do aluno." AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO As relações sociais no capitalismo são determinadas pela divisão da sociedade em classes e grupos sociais, com interesses distintos e antagônicos e marcadas por desigualdades. A educação, parte integrante das relações sociais, econômicas, políticas e culturais, na sociedade capitalista, na maioria das vezes reproduz os interesses da classe dominante que é detentora dos meios de produção material e cultural. Na sociedade brasileira, a escola muitas vezes tem reproduzido as contradições presentes nas relações de classe, mantendo a hegemonia das classes dominantes, através de uma prática pedagógica, em suas múltiplas dimensões, articulada aos interesses capitalistas; de especial, ao abordar os conhecimentos dissociados de seus aspectos históricos e sociais, de forma fragmentada e estanque. Esta concepção de prática pedagógica prioriza a avaliação classificatória e, portanto seletiva, o que contribui para legitimar a evasão e a repetência, realizar uma qualidade de aprendizagem para poucos e tornar a educação escolar uma prática educativa excludente para a maioria da população brasileira. Contudo, as relações sociais não são estáticas. Apreender essas contradições possibilita compreender as relações de poder e escolher formas de intervenção necessárias à construção de uma escola fundamentada em princípios democráticos, com qualidade para todos. Esta construção pressupõe compreender a organização do trabalho pedagógico como prática coletiva, intencionalmente política, na qual os docentes possam redimensionar o seu saber- fazer pedagógico, numa perspectiva transformadora da escola e da sociedade. Entre os muitos desafios da escola pública, salienta-se a necessidade de superação da reprovação escolar e dos baixos níveis de qualidade de aprendizagem na educação básica, o que pressupõe a implementação de políticas públicas fundadas sobre princípios

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  • IDENTIFICAO* Autor: NEIDE CLIA PERFEITO* Estabelecimento: Escola Estadual Maria Pereira Martins - EF* Ensino: Educao Profissional* Disciplina: ORGANIZAO DO TRABALHO PEDAGGICO* Contedo Estruturante: Avaliao Escolar* Contedo Especfico: Avaliao da Aprendizagem e Formao Continuada

    RECURSO DE EXPRESSO

    "AVALIAR um ato poltico, pedaggico e amoroso, comprometidocom o sucesso do aluno."

    AVALIAO DA APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA FORMAOCONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAO

    As relaes sociais no capitalismo so determinadas peladiviso da sociedade em classes e grupos sociais, com interessesdistintos e antagnicos e marcadas por desigualdades. A educao,parte integrante das relaes sociais, econmicas, polticas eculturais, na sociedade capitalista, na maioria das vezesreproduz os interesses da classe dominante que detentora dosmeios de produo material e cultural.

    Na sociedade brasileira, a escola muitas vezes temreproduzido as contradies presentes nas relaes de classe,mantendo a hegemonia das classes dominantes, atravs de umaprtica pedaggica, em suas mltiplas dimenses, articulada aosinteresses capitalistas; de especial, ao abordar os conhecimentosdissociados de seus aspectos histricos e sociais, de formafragmentada e estanque. Esta concepo de prtica pedaggicaprioriza a avaliao classificatria e, portanto seletiva, o quecontribui para legitimar a evaso e a repetncia, realizar umaqualidade de aprendizagem para poucos e tornar a educao escolaruma prtica educativa excludente para a maioria da populaobrasileira.

    Contudo, as relaes sociais no so estticas. Apreenderessas contradies possibilita compreender as relaes de poder eescolher formas de interveno necessrias construo de umaescola fundamentada em princpios democrticos, com qualidade paratodos. Esta construo pressupe compreender a organizao dotrabalho pedaggico como prtica coletiva, intencionalmentepoltica, na qual os docentes possam redimensionar o seu saber-fazer pedaggico, numa perspectiva transformadora da escola e dasociedade. Entre os muitos desafios da escola pblica, salienta-se anecessidade de superao da reprovao escolar e dos baixos nveisde qualidade de aprendizagem na educao bsica, o que pressupe aimplementao de polticas pblicas fundadas sobre princpios

  • voltados aos interesses educacionais das camadas populares. Dentreestes destaca-se, a gesto democrtica, como condio para aelaborao, execuo e avaliao coletiva do Projeto Poltico-Pedaggico na escola pblica, o qual tem como pressuposto umaconcepo de avaliao, comprometida com a aprendizagem de todosos alunos e, portanto, diagnstica, contnua e formativa. A avaliao da aprendizagem escolar tem sido um dos pontos demaior destaque no campo educativo, tanto pelas discusses tericassobre o tema como pelas necessidades de mudana na culturaavaliativa praticada diariamente por grande parte dos docentes,acentuando o fracasso escolar. Pela categoria da contradio observa-se a avaliao numaperspectiva de movimento: ao mesmo tempo em que a concepo deavaliao presente no discurso da maior parte dos professores estvinculada avaliao diagnstica, percebe-se na prticapedaggica de muitos docentes uma avaliao classificatria. Estetipo de avaliao refora uma proposta pedaggica inoperante,destituda de significado social. Assim, a avaliao daaprendizagem tem ficado restrita a exames e provas, reproduzindoum quadro de excluso observado tambm na sociedade. Uma outra necessidade bastante anunciada no mbito do sistemaestadual de ensino do Estado do Paran a aproximao da prticaavaliativa dos profissionais da educao em relao ao enfoqueterico dado avaliao no processo de formao continuada.Conquanto nestes processos tenha predominado uma abordagem deavaliao inserida no contexto mais amplo do Projeto Poltico-Pedaggico e da Proposta Curricular, parte-se do pressuposto deque os docentes possuem um domnio terico das concepes deavaliao que referenciam sua prtica, o que, em muitos casos, noocorre e o trabalho com a avaliao permanece distante das reaisnecessidades educacionais dos estudantes. Faz-se necessria acompreenso do papel da formao continuada em servio como umadas possibilidades para a anlise e reviso crtica das prticasavaliativas recorrentes no cotidiano escolar. Ao pedagogo, como articulador do processo de ensino e deaprendizagem, tem sido atribuda a responsabilidade de execuo depropostas de formao continuada em servio aos demaisprofissionais da educao, durante as horas-atividade, reuniespedaggicas, Conselhos de Classe e dias especficos de formaocontinuada previstos em calendrio. Para exercer essa funoprecisa ter um domnio terico consistente sobre as questespedaggicas, organizando o trabalho dentro de uma concepo deeducao progressista, comprometida com as necessidades dasclasses trabalhadoras, indo alm do mero conhecimento tcnico.

    Referncias bibliogrficas:

    PARO, Vitor H. Reprovao escolar: renncia educao. 2 ed. So Paulo, Xam,2001. 168 p.SAVIANI, Dermeval. A filosofia na formao do educador. In: Educao: do sensocomum conscincia filosfica. So Paulo, Cortez, 1985. p. 17-30.

  • ________. Pedagogia histrico-crtica: primeiras aproximaes. 9 ed. ColeoEducao Contempornea. Campinas, Autores Associados, 2005. 153 p.PERFEITO, Neide C. Hora-atividade: um espao de constante reflexo sobre aprtica pedaggica do docente. Monografia do Curso de Especializao emOrganizao do Trabalho Pedaggico, UFPR, Curitiba, 2006, 74 p.

    RECURSOS DE INVESTIGAO2.1 Investigao Disciplinar:

    OS DIFERENTES OLHARES QUE COMPEM A AVALIAO DA APRENDIZAGEM

    QUE CONCEPES TM ALIMENTADO O DEBATE ACERCA DAAVALIAO DA APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS PBLICAS ESTADUAISDO PARAN?

    Diferentes concepes de avaliao da aprendizagem permeiam oprocesso pedaggico, cada qual servindo a um iderio de educao ede projeto social. Diferentes nomenclaturas so utilizadas pelosautores, mas em sua essncia possuem singularidades. precisoestar atento a quais finalidades estas concepes correspondem. A avaliao da aprendizagem, enquanto fenmeno humano, deveestar comprometida com xito do aluno, com seu conhecimentoformal, seu desenvolvimento cognitivo. A avaliao enquanto processo possibilita perceber asnecessidades dos alunos e tentar super-las, contribuindo com aformao do educando. Segundo Vitor Paro:

    [...] a avaliao algo inerente prpria prtica humana, na atividadeeducativa ela ganha relevncia especial, porque a que seconsubstanciam as potencialidades de atualizao histrico-cultural doser humano, pela qual se forjam as personalidades dos indivduos, dandocondies para sua atuao cada vez mais efetiva como sujeitos.(PARO,2003, p.38)

    A anlise das diferentes correntes brasileiras de avaliaoao longo da histria permite a realizao de uma sntese dealgumas concepes. A avaliao numa concepo diagnstica compreendida como ocontnuo acompanhamento do desempenho escolar do aluno, a fim dedetectar seus avanos e suas dificuldades. Carlos Cipriano Luckesiaborda o carter diagnstico, contnuo e processual da avaliaoda aprendizagem, insistindo na necessidade de qualificar aavaliao no em funo dela mesma, mas do fim a que se destina,mostrando que esta, ao conquistar ao longo do tempo, um espao toamplo nos processos de ensino, condicionou a prtica pedaggica aoque ele chama pedagogia do exame. Discute ainda a relao entreplanejamento, avaliao e projeto pedaggico da escola,

  • ressaltando a dimenso poltica que possuem essas atividadespreconizando um trabalho coletivo. Para Luckesi:

    "a avaliao dever ser assumida como um instrumento de compreenso doestagio da aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomardecises suficientes e satisfatrias para que possa avanar no seuprocesso de aprendizagem. Se importante aprender aquilo que se ensinana escola, a funo da avaliao ser possibilitar ao educador condiesde compreenso do estgio em que o aluno se encontra, tendo em vistapoder trabalhar com ele para que saia do estgio defasado em que seencontra e possa avanar em termos de conhecimentos necessrios. Dessemodo, a avaliao no seria to-somente um instrumento para a aprovaoou reprovao dos alunos, mas sim um instrumento de diagnstico de suasituao, tendo em vista a definio de encaminhamentos adequados para asua aprendizagem. Se um aluno est defasado no h que, pura esimplesmente, reprov-lo e mant-lo nesta situao."(LUCKESI,1999,p.81)

    Para Paulo Freire, a educao deveria ser um fator delibertao, no de domesticao. Nesta perspectiva, Luckesi traz aidia de avaliao como um ato amoroso, contribuindo parahumanizar e promover, comprometendo-se, em ltima instncia, com asuperao de uma escola excludente.

    "Defino a avaliao como um ato amoroso no sentido de que a avaliao,por si, um ato acolhedor, integrativo, inclusivo. Para compreenderisso, importa distinguir avaliao de julgamento. O julgamento um atoque distingue o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo osegundo. A avaliao tem por base acolher uma situao, para, ento e sento, ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte demudana, se necessrio." (LUCKESI, 1999, p.172)

    A avaliao no pode ser excludente, mas sim democrtica,favorecer o desenvolvimento da capacidade do aluno de apropriar-sede conhecimentos cientficos, sociais, culturais e tecnolgicosproduzidos historicamente. A concepo de avaliao formativa supe uma ao doavaliador em direo ao desenvolvimento e crescimento do avaliado.Diversos autores tm enfocado a avaliao formativa comopossibilidade de melhoria do desempenho. O conceito de avaliaoformativa se ope avaliao somativa enfatizando a importnciado processo e no do produto. Perrenoud (1999) define como formativa toda prtica deavaliao contnua que pretenda contribuir para melhorar asaprendizagens em curso, qualquer que seja o quadro e qualquer queseja a extenso concreta da diferenciao do ensino.(PERRENOUD,1999, p.78). Desta forma, a avaliao deve centrar-senas aprendizagens do aluno de forma direta e imediata inserindo-seno processo de ensino e aprendizagem que acontece na escoladiariamente, e no em momentos estanques, preparadoscuidadosamente para este fim. Neste sentido, ela contnua,embora nem toda avaliao contnua seja formativa, j que nemtodas possuem a finalidade de contribuir para a progresso daaprendizagem. A avaliao mediadora, enquanto uma interveno entre

  • educadores e educandos, teorizada por Jussara Hoffmann, parte dopressuposto da necessidade da observao individual da produo decada aluno, acompanhando o processo da construo do conhecimentoe da investigao terica deste processo, no contexto dos estgiosevolutivos do pensamento e das experincias vividas pelo aluno. Alerta ainda para a possibilidade da avaliao mediadorasuperar posicionamentos radicais que venham a reforar as relaesde poder no interior da escola. Acredita que a interao entreeducador e educando quanto s possibilidades de reorganizaoconjunta do saber pode transformar o ato avaliativo em um momentoprazeroso de descoberta e troca de conhecimentos. No se trata de considerar a avaliao como uma frmulamgica, ou seja, de se imaginar a possibilidade de uma aoavaliativa mediadora por si s, impulsionadora de saltos mecnicosde um nvel de conhecimento a outro. Pelo contrrio, h de seconsiderar as relaes concretas que se travam entre os elementosda ao educativa, em nome da avaliao, e buscar uma conscinciacoletiva do significado desse processo. Para analisarmos aperspectiva da avaliao como uma ao mediadora, de fato, preciso partir da negao da prtica atual quanto ao seu carterde terminalidade, de obstruo, de constatao de erros e acertos.(HOFFMANN, 2001, p.65) A avaliao qualitativa pressupe um trabalho pedaggico dequalidade, onde todos os envolvidos no processo de ensino e deaprendizagem esto comprometidos com uma avaliao democrtica,com critrios de representatividade, participativa. Um dos autoresque desenvolve esta idia Pedro Demo, que busca caracterizar ocompromisso educativo da avaliao escolar e a define como umprocesso permanente de acompanhamento do aluno. Para ele:

    "o aluno que no aprende no pode ser empurrado, mas bem cuidado, de talforma que possa resgatar suas oportunidades. [...] Cuidar do alunosignifica cuidar que aprenda, no apenas que passe de ano. Entende-se,por certo, que este professor possa estar preocupado com o aluno, medida que j no aceite reprov-lo. Mas isto no pode ser feito scustas da aprendizagem, pois vai coincidir mais propriamente comdescuidar." (DEMO,2004,p.28)

    Pedro Demo destaca que uma avaliao qualitativa abre espaopara o aluno ser produtor de conhecimento. Nesse processo, advida estmulo e o erro ganha importncia na construo doconhecimento. O professor mediador do conhecimento acumuladohistoricamente, zelando para que os alunos cresam em autonomia. Aavaliao, assim, serve para ajudar o aluno a aprender e oprofessor a ensinar. A avaliao emancipadora surge como uma forma pedaggica efilosfica de se posicionar de forma dialtica num processocrtico e comprometido. A avaliao, assim, favorece a construode um saber comprometido com a sociedade que se est construindo.Gadotti afirma que:

    "Seria ingnuo pensar que a avaliao apenas um processo tcnico. Ela tambm uma questo poltica. Avaliar pode se constituir num exerccioautoritrio do poder de julgar ou, ao contrrio, pode se constituir num

  • processo e num projeto em que avaliador e avaliando buscam e sofrem umamudana qualitativa. nessa segunda prtica de avaliao que podemosencontrar o que uns chamam de avaliao emancipadora e que, euchamaria de concepo dialtica da avaliao."(GADOTTI,1987,p.7-8)

    Alguns autores abordam a concepo de avaliaoinstitucional, analisando a avaliao da aprendizagem num cenriomais amplo, no contexto das relaes entre a educao e asociedade. Dentre eles esto as produes de Marli Andr, MengaLdke e Ana Maria Saul. Marli Andr considera que a estrutura de poder vigente nasescolas reflete as relaes de poder dos rgos decisrios. Naescola, este poder predominantemente centralizador, exercido, viade regra, pela Direo, tende a reproduzir-se tal e qual naorganizao do ensino na sala de aula. Para que a prtica docentepossa ser redimensionada, tornando-se mais justa e maisdemocrtica. Argumenta que se implante nas escolas uma sistemticade trabalho menos hierarquizada, mediante a criao de espaoscoletivos de reflexo, onde os professores e orientadores possamanalisar conjuntamente o fazer pedaggico, espaos esses que podemser utilizados para acompanhamento, avaliao e reformulao doprocesso de ensino e de aprendizagem visando ao seu aprimoramento.(LIMA,1994). Ana Maria Saul enfoca a funo emancipatria da avaliaoinstitucional, caracteriza-se como um processo de descrio,anlise e crtica de uma dada realidade, visando transform-la.

    "Destina-se avaliao de programas educacionais ou sociais. Ela estsituada numa vertente poltico-pedaggica, cujo interesse primordial emancipador, ou seja, libertador, visando provocar a crtica, de modoa libertar o sujeito de condicionamentos deterministas. Ocompromisso principal desta avaliao o de fazer com que as pessoasdireta ou indiretamente envolvidas em uma ao educacional escrevam asua "prpria histria" e gerem as suas prprias alternativas deao." ( SAUL,2000, p. 61).

    Menga Ldke parte da discusso crtica dos modelos deavaliao comprometidos com a busca de instrumentos de medidavlidos e fidedignos, propondo uma concepo de avaliaofortemente integrada ao prprio processo de ensino e deaprendizagem, como base para o desenvolvimento de propostas quevenham ao encontro das necessidades de alunos e professores.Refere-se ainda maior confiana que deve ser atribuda auto-avaliao do aluno.(LDKE,1995) A concepo de avaliao ligada idia de fracasso escolar trabalhada por Maria Teresa Esteban, que destaca a questo do errodentro do processo de ensino e de aprendizagem, trazendo tona aquesto do fracasso escolar, propondo a construo de umaperspectiva de avaliao voltada ao sucesso escolar, que v almda constatao da no-aprendizagem.

    "A anlise da prtica pedaggica mostra claramente que a avaliao comoprtica construda a partir da classificao das respostas do aluno ealunas em erros ou acertos impede que o processo ensino-aprendizagemincorpore a riqueza presente nas propostas escolares, o que seria

  • valorizar a diversidade de conhecimentos e do processo de sua construoe socializao. A avaliao funciona como instrumento de controle e delimitao das atuaes (alunos/professores) no contextoescolar."(ESTEBAN,2003, p.16)

    Vitor Paro tambm enfoca a avaliao da aprendizagem nocontexto do fracasso escolar, questionando a prtica dareprovao, para ele legitimada pelo prprio sistema educativo.Descreve a avaliao como processo permanente e necessrio realizao da vida humana em sociedade. Abre caminho para percebero processo de avaliao e a correo de rumos dele decorrente como algo dinmico que requer uma interao dialtica permanenteentre os sujeitos nele envolvidos. Afirma que no se trata apenasde mudar a avaliao, mas de mudar a prpria concepo deeducao bancria, nos termos de Paulo Freire, vigente nasescolas brasileiras.

    "Insistir na reprovao como recurso pedaggico e abrir mo de todariqueza humana e de toda fora pedaggica e poltica que h na afirmaodo outro, no na sua negao, desprezar toda a rica teoria pedaggicadesenvolvida historicamente por seus mais qualificados intelectuais. o acervo terico e prtico que a histria pe disposio doseducadores de hoje que pode propiciar a realizao de objetivoseducativos que consubstanciem a efetividade administrativa dainstituio escolar. Na escola, ser administrativamente conseqente epedagogicamente produtivo lanar mo, com toda radicalidade, das armaspedaggicas de que se dispe para realizar um ensino de qualidade eefetivar o aprendizado de milhes de crianas que a ele tm direito."(PARO,2003,p.162)

    Nesta perspectiva, no obstante a presena do debate dessasconcepes, observa-se que a avaliao, um dos elementos chaves doprocesso de aprendizagem, distanciou-se de sua funo primordialpara ser transformada em instrumento punitivo que contribui paradesvalorizar saberes, fortalecer hierarquias, silenciar e expulsarinmeros alunos/as da escola ao rotul-los como incapazes eimprodutivos. A efetivao de uma prtica avaliativa transformadora nointerior da escola, demanda que o professor tenha o temponecessrio para pensar acerca de seu trabalho, registrar os seusavanos e dos alunos, pesquisar as causas do baixo ndice deaprendizagem, redimensionar sua prtica pedaggica, refletir sobrea intencionalidade de seu trabalho, analisar a avaliao numaperspectiva dialtica: concepo diagnstica (contedo) Xconcepo classificatria (forma). Quais so as possibilidades reais de fazer o enfrentamento aestas questes? Vrios autores tm sugerido a formao continuadacomo uma das possibilidades para a superao desse paradigma. A idia de formao continuada aparece atrelada idia devalorizao do magistrio, na LDB n. 9394/96, art. 67, inciso II,e tem sido enfatizada como uma das possibilidades para sedesenvolver a autonomia intelectual dos profissionais da educao,tendo como conseqncia a melhoria da qualidade de ensino. De acordo com Ferreira , a formao continuada hojeprecisa ser entendida como um mecanismo de permanente capacitaoreflexiva de todos os seres humanos s mltiplas

  • exigncias/desafios que a cincia, a tecnologia e o mundo do(no) trabalho colocam. (FERREIRA,2003, p.20). A hora-atividade e as reunies pedaggicas podem ser usadaspara a formao continuada, com leitura e discusso de textossobre temas pertinentes educao, constituindo um espaoprivilegiado para o resgate do saber de mediao do professorentre os saberes das cincias de referncia da disciplina quetrabalha e os saberes pedaggicos, o saber-fazer do cotidiano dasala de aula. (VASCONCELLOS, 2006, p.124). A reflexo sobre o trabalho pedaggico durante a hora-atividade propicia uma anlise sobre a prtica avaliativa numaperspectiva problematizadora, dialgica e sistematizadora, quepode contribuir para um processo de ao - reflexo - ao acercada educao e da avaliao que se tem e daquela que se quer, etambm sobre o projeto de sociedade que est institucionalizado eaquele que precisa ser construdo, conquistado coletivamente, apartir dos interesses das classes trabalhadoras. A especificidade do trabalho docente,pressupe formaopermanente, porque no seu dia a dia na escola que novosdesafios reforam a necessidade de transformao da prticapedaggica escolar.

    Redimensionar a ao pedaggica, de acordo com a realidade decada turma, analisando avanos e dificuldades encontradas durantea efetivao do processo de ensino e de aprendizagem, podeexplicitar sugestes metodolgicas, de recursos, de materiais, queresgatem o elo entre diferentes disciplinas, na perspectiva de umplanejamento integrado, alm de propiciar uma possvel mudana nacultura avaliativa dos docentes no interior da escola.

    Referncias bibliogrficas:

    ANDR, Marli E. A. A avaliao na escola e da escola. Cadernos de Pesquisa, SoPaulo, nov, 1996, n 99, p. 16-20.DEMO, P. Ser professor cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre: Mediao, 2004.87p.ESTEBAN, Maria T. Avaliao: uma prtica em busca de novos sentidos. 5 ed. Riode Janeiro: DP&A, 2003. p.7-28.FERREIRA, Naura S. C. (org.) Formao continuada e gesto da educao. SoPaulo, Cortez, 2003. p. 17-42.FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa.1 ed. Coleo Leitura. So Paulo, Paz e Terra, 1996. 165 p.GADOTTI. M. Prefcio. In: DEMO, P. Avaliao Qualitativa. 3 ed. So Paulo : Cortez,1991.(Coleo polmicas do nosso tempo; v.25). p. 7-11.HOFFMANN, JUSSARA. Avaliao: mito e desafio: uma perspectiva construtivista.30 ed. Porto Alegre: Mediao, 2001. p. 61-75.LUCKESI, C. C. Avaliao da aprendizagem escolar: estudos e proposies. 9 ed.So Paulo, Cortez, 1999. P.180.

  • LDKE, Menga. O administrador escolar entre o mito da avaliao e os desafios desua prtica. Estudos em Avaliao Educacional, So Paulo, jul/dez,,1995. n 12. p. 51-57.PARO, Vitor H. Reprovao escolar: renncia educao. 2 ed. So Paulo, Xam,2001. 168 p.PERRENOUD, P. Avaliao: da excelncia regulao das aprendizagens. PortoAlegre: Artmed, 1999. p.9-23,78.SAUL, A. M. Avaliao Emancipatria: desafios teoria e prtica de avaliao ereformulao poltica. 3 ed. Campinas :Autores Associados. (Coleo Polmicas doNosso Tempo; v. 5). 2000. p.61.VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenao do trabalho pedaggico: do projetopoltico-pedaggico ao cotidiano da sala de aula. 6 ed. So Paulo, Libertad Editora,2006. 213 p.

    2.2 Perspectiva Interdisciplinar:

    O tema avaliao da aprendizagem no contexto da formaocontinuada dos profissionais da educao est correlacionado atodo trabalho pedaggico, de forma interdependente. Pressupe umprocesso de gesto democrtica, um Projeto Poltico Pedaggicoconstrudo coletivamente, o qual contemple uma concepo deavaliao coerente com a filosofia da escola, com as demaisconcepes presentes no marco conceitual e com os critriosavaliativos descritos na Proposta Curricular. Tambm se ressalta otrabalho do pedagogo, como articulador do trabalho pedaggico eresponsvel por realizar as mediaes entre os diferentessegmentos, alm de pensar a formao continuada em servio dosprofessores.

    A avaliao escolar constitui uma temtica que envolve todasas reas do conhecimento, uma vez que em sentido macro est ligada avaliao institucional, avaliao do processo de ensino e deaprendizagem, avaliao da organizao do trabalho pedaggico eda prtica docente. E num sentido micro, centrada na avaliao daaprendizagem, presente na Proposta Curricular, de acordo com oobjeto de estudo e as especificidades de cada disciplina,definidos em consonncia com as Diretrizes Curriculares Estaduaisdo Paran (2006). A sistematizao destes pressupostos avaliativosconcretiza-se no Plano de Trabalho Docente em forma de critriosavaliativos, ligados aos contedos curriculares.

    medida que a avaliao vai ganhando outros enfoques torna-se mais complexa, constituindo-se num instrumento de melhoria eaperfeioamento contnuo a partir do reconhecimento de seupotencial de transformar a realidade vivida. Para Paulo Freire, "educador e educandos so sujeitos de um mesmo processo, se educam,se avaliam e crescem juntos."

    A AVALIAO ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

  • Numa perspectiva interdisciplinar, o grande desafio paraconstruir uma cultura avaliativa voltada para a emancipao estem praticar uma avaliao com critrios de entendimento reflexivo,, compartilhado e comprometido com a autonomia dos sujeitosenvolvidos no processo de ensino e de aprendizagem, voltados paraa formao de cidados.

    Referncias bibliogrficas:

    SEED. CADERNO TEMTICO - AVALIAO INSTITUCIONAL, 2004.

    ARCO-VERDE, Y. F. S. Diretrizes curriculares da Educao Bsicapara a rede pblica estadual de ensino. SEED, Paran:2006.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa. 1 ed. Coleo Leitura. So Paulo, Paz e Terra,VEIGA, Ilma P. A. Ensino e avaliao: uma relao intrnseca organizao do trabalho pedaggico. In: Didtica: o ensino e suasrelaes. Campinas, Papirus, 1996. p. 149-169.

    2.3 Contextualizao:

    O Brasil vive a fragilidade do sistema capitalista, queaumentou a distncia entre os pobres e ricos; propiciou, com aforma de colonizar pela explorao, o atraso no desenvolvimentoeconmico; agravou problemas ambientais; no resolveu gravesproblemas sociais e, consequentemente, gerou uma escola voltada aalimentar o sistema de produo capitalista, transformando o alunoem mo de obra barata e pouco qualificada, uma fonte inesgotvelde proletrios.

    A organizao poltica da sociedade brasileira tem semostrado ineficiente para gerir as polticas pblicas de acordocom a necessidade do atual contexto, prevalecendo os interessesdas classes dominantes. As relaes sociais refletem essa diviso,na qual capitalistas e trabalhadores ocupam lugares antagnicos noprocesso de produo.

    A classe social dominante proprietria dos meios deproduo e retira seus lucros da explorao do trabalho da classetrabalhadora. A alienao econmica dos meios e produtos dotrabalho determina tambm a desigualdade social, onde a classesocial dominante detem os meios de produo e difunde a cultura,colocando-a a servio de seus interesses, exercendo assim, umadominao cultural.

    A educao como parte integrante do conjunto das relaessociais e econmicas, reproduz os interesses das classesdominantes, marcada por uma organizao pedaggica hierarquizante,observando-se nas escolas a centralizao de poder, ausncia de

    A AVALIAO ESCOLAR E O ATUAL CONTEXTO EDUCACIONAL

  • autonomia, fragmentao do trabalho e dos contedos, o que sereflete na sala de aula, configurando uma prtica pedaggicapautada no individualismo, no autoritarismo, na falta decompromisso, na excluso e na avaliao classificatria.

    O papel da escola tem sido o de transmitir os conhecimentosacumulados historicamente de acordo com os interesses das classesdominantes, acabando por reproduzir a ordem social vigente. Temdemonstrado uma organizao fundamentada em relaesverticalizantes, marcada pela inexistncia de trabalhos coletivos,de reflexo conjunta e experincias de aprendizagem sem qualquerarticulao.

    Diante desse contexto, o espao escolar no desempenha papelpreponderante na transmisso e distribuio da informao, bemcomo tem demonstrado dificuldades para subsidiar os alunos noentendimento da prtica social na qual esto inseridos, acabandopor legitimar uma cultura avaliativa excludente, pautada nameritocracia, na competitividade e na individualidade.

    A utilizao da avaliao como instrumento de poder permeia oprocesso de ensino e de aprendizagem, variando de intensidade efreqncia conforme a viso de mundo, de educao, sociedade ehomem, dos envolvidos na ao docente. A avaliao, como parte fundamental do trabalho docente, acabapor tornar-se uma tarefa de extrema complexidade. Por vezes, osprofessores, a rigor, no avaliam a aprendizagem dos alunos, mascriam instrumentos para medir o que o aluno foi capaz de aprender,preocupam-se com o produto e no com o processo e, de posse dosresultados, acabam no sabendo o que fazer para superar asdificuldades encontradas. A (re)tomada da organizao do trabalho pedaggico como umprocesso, impregnado de intencionalidade poltica, medida em queos educadores (re)dimensionam a sua prtica numa perspectivadialtica, viabiliza uma nova organizao do trabalho pedaggico,fundamentado no princpio da gesto democrtica e, portanto, naautonomia para construir coletivamente o Projeto Poltico-Pedaggico da escola e na possibilidade de desenvolver uma prticaavaliativa comprometida com a formao humana.

    Referncias bibliogrficas:

    APP-SINDICATO. Caderno Pedaggico: A educao no sculo XXI.Dilogo indito entre: Dermeval Saviani, Paulo Freire e AdrianoNogueira. 2. Ed. Curitiba: Grfica Popular, 2003. 53 p.

    CARISSIMI, Aline C. V. Avaliao da aprendizagem: concepo,trabalho docente e cultura escolar. Revista Cho da Escola,Curitiba, n. , p.9-12, out.2005.

    PERFEITO, Neide C. Hora-atividade: um espao de constante reflexosobre a prtica pedaggica do docente, 2006. 74 p. Monografia (Especializao em Organizao do Trabalho Pedaggico), UFPR.Curitiba.

  • 3. RECURSOS DIDTICOS:

    3.1 Stios:

    SITE OFICIAL DO PROFESSOR CARLOS CIPRIANO LUCKESI www.luckesi.com.br

    Neste stio, do Prof. Carlos Cipriano Luckesi, doutor emEducao, podemos encontrar artigos, publicaes, entrevistas,textos para reflexo e uma sesso de perguntas e respostas acercado tema: Avaliao da Aprendizagem. O site remete ao blog doautor.

    PROF. PEDRO DEMO www.pedrodemo.blog.uol.com.br

    Neste stio Prof. Pedro Demo, disponibiliza textos eentrevistas sobre vrias temticas dentro da rea da educao,inclusive sobre a Avaliao da Aprendizagem. Seu blog possuireflexes atuais sobre o tema e ainda remete ao seu site quepossui uma lista de artigos e publicaes.

    MEDIAO - A EDITORA DO PROFESSOR www.editoramediacao.com.br

    Neste stio, a doutora em Educao e especialista emAvaliao, Jussara Hoffmann, disponibiliza uma srie depublicaes, alm de textos e entrevistas que refletemespecificamente sobre a Avaliao da Aprendizagem.

    3.2 Sons e Vdeos:

    VDEO

    Ttulo: CONFERNCIA ESTADUAL DE EDUCAO: Os desafios da construo da EscolaPblicaDireo: Secretaria Educacional da APP-SindicatoProdutora: OLHO ENFOCODurao: 69 minutosLocal de Publicao: Curitiba / PrAno: 2007Disponvel no endereo: APP-Sindicato Rua Voluntrios da Ptria, 475 - 14andar, Edifcio Asa.CEP:80.020.986 Curitiba-PR. Fone: (41)30269822 Site: www.app.com.br

    Sinopse: Fala do Professor Vitor Henrique Paro sobre o conceito deeducao e sua relao com a cultura e a prtica pedaggica.

  • Comentrio: O Prof. Paro faz toda uma anlise sobre os desafiosencontrados na construo de uma Escola Pblica de Qualidade, tomaa concepo de educao como eixo norteador, relacionando-a comoutras concepes: sociedade, Homem, conhecimento e cultura.

    3.3 Proposta de Atividades:

    DISCUTINDO A AVALIAO ESCOLAR

    Esta atividade pode ser realizada por pedagogos junto aosprofessores durante hora-atividade ou com alunos do segundociclo do Ensino Fundamental e do Ensino Mdio, com o objetivo deviabilizar a reflexo sobre as diferentes concepes de avaliaoescolar e sua relao com a prtica avaliativa. A proposta destacar e desenvolver de forma escrita uma das citaes dosdiferentes autores que mais se aproxime da cultura avaliativa quevivencia. A atividade pode ser encaminhada da seguinte forma:

    Prezado/a professor/a: A equipe pedaggica est oportunizando a discusso do temaAvaliao Escolar e gostaria de sua colaborao no sentido deescolher UMA das seguintes citaes, destac-la e escrever suasconsideraes acerca da mesma.

    Caros/as alunos/as: A equipe pedaggica est oportunizando a discusso do temaAvaliao Escolar e gostaria de sua colaborao no sentido deescolher UMA das seguintes citaes, destac-la, discuti-la emgrupos e escrever suas concluses acerca da mesma.

    Citaes:

    1. "Seria ingnuo pensar que a avaliao apenas umprocesso tcnico. Ela tambm uma questo poltica.Avaliar pode se constituir num exerccio autoritrio dopoder de julgar ou, ao contrrio, pode se constituir numprocesso e num projeto em que avaliador e avaliandobuscam e sofrem uma mudana qualitativa..1

    2. "Demo valoriza na avaliao, os critrios derepresentatividade, de legitimidade, de participao dabase, de planejamento participativo, de convivncia, deconscincia poltica, de solidariedade comunitria, decapacidade de crtica e autocrtica, de autogesto e de

    1GADOTTI, Moacir. Prefcio de DEMO, Pedro. AVALIAO QUALITATIVA. SP, Cortez,1987

  • outros elementos que, em ltima instncia, serviriam paradesenvolver a cidadania.2

    3. "Defino a avaliao como um ato amoroso no sentido de quea avaliao, por si, um ato acolhedor, integrativo(...)inclusivo.Para compreender isso, importa distinguiravaliao de julgamento. O julgamento um ato quedistingue o certo do errado, incluindo o primeiro eexcluindo o segundo. A avaliao tem por base acolher umasituao, para, ento e s ento, ajuizar a suaqualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudana, senecessrio.3.

    4. "... para servir sociedade burguesa como servem, (osatos de provas e exames) deveriam ser, como tm sido,atos antagnicos, autoritrios, seletivos e, por vezes,rancorosos.4

    5. "A avaliao, por si, acolhedora e harmnica, como ocrculo acolhedor e harmnico (...). Avaliar um alunocom dificuldades criar a base (...) de como inclu-lodentro do crculo da aprendizagem; o diagnstico permitea deciso de direcionar ou redirecionar aquilo ou aqueleque est precisando de ajuda.5

    6. "Refletir tambm avaliar, e avaliar tambm planejar,estabelecer objetivos... Da que os critrios deavaliao que condicionam seus resultados, estejamsubordinados s finalidades e objetivos previamenteestabelecidos para qualquer prtica, seja ela educativa,social, poltica ou outra".6

    7. "O aluno que no aprende no pode ser empurrado, mas bemcuidado, de tal forma que possa resgatar suasoportunidades. [...] Cuidar do aluno significa cuidar queaprenda, no apenas que passe de ano. Entende-se, porcerto, que este professor possa estar preocupado com oaluno, medida que j no aceite reprov-lo. Mas istono pode ser feito s custas da aprendizagem, pois vaicoincidir mais propriamente com descuidar".7

    8. "A avaliao, que impede a expresso de determinadasvozes, uma prtica de excluso na medida em que vaiselecionando o que pode e deve ser aceito na escola. Aanlise da prtica pedaggica mostra claramente que aavaliao como prtica construda a partir da

    2 Idem

    3 LUCKESI, Cipriano C. Avaliao da Aprendizagem Escolar: um ato amoroso. In: Avaliao da aprendizagem escolar: estudose proposies. 4 ed. So Paulo: Cortez, 1996. p. 168-1804 Idem

    5 Idem

    6 GADOTTI, Moacir. Prefcio de DEMO, Pedro. Avaliao Qualitativa. SP, Cortez,1987.

    7 DEMO, Pedro. Ser professor cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre: Mediao, 2004. p. 28.

  • classificao das respostas dos(as) alunos(as) em errosou acertos impede que o processo ensino/aprendizagemincorpore a riqueza presente nas propostas escolares, oque seria valorizar a diversidade de conhecimentos e doprocesso de sua construo e socializao. A avaliaofunciona como instrumento de controle e de limitao dasatuaes (alunos/professores) no contexto escolar."8

    9. "A avaliao mediadora exige a observao individual decada aluno, atenta ao seu momento no processo deconstruo do conhecimento. O que exige uma relaodireta com ele a partir de muitas tarefas (orais ouescritas), interpretando-as (um respeito a talsubjetividade), refletindo e investigando teoricamenterazes para solues apresentadas, em termos de estgiosevolutivos do pensamento, da rea de conhecimento emquesto, das experincias de vida do aluno".9

    10. "Na sala de aula cabe a avaliao, que construtiva, namedida em que o estudante vem para a sala de aula paraaprender e no para ser selecionado; fora da sala deaula, cabe o exame, que seletivo, na medida em que ocandidato se submete a ele para demonstrar que j sabe eno para aprender alguma coisa. A troca desses recursosna sala de aula contraditria com a prtica pedaggicaque , e deve ser, construtiva."10

    3.4 Imagens:

    Comentrio: A questo da avaliao escolar pode ser ilustrada com aimagem de um quebra-cabea onde cada pea representa a viso demundo e de educao de cada um dos envolvidos no processo deensino e de aprendizagem, compondo assim a cultura avaliativapresente na escola.

    8 ESTEBAN, M. T. Avaliao: uma prtica em busca de novos sentidos. 5 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. p. 169 HOFFMANN, Jussara. Avaliao mediadora: uma prtica de pr-escola universidade. 20 ed. Porto Alegre: Mediao, 2003. p. 60.10 LUCKESI, C. C. Avaliao da aprendizagem na escola hoje. www.luckesi.com.br , blog acessado em 10.06.07

  • 4. RECURSOS DE INFORMAO

    4.1. Sugestes de leitura:

    REVISTA CIENTFICA

    Ttulo do Artigo: Prticas de Avaliao da Aprendizagem e suaRelao com a Formao Continuada de Professores no Cotidiano doTrabalho EscolarReferncia: GOMES, Suzana. S. Prticas de Avaliao daAprendizagem e sua Relao com a Formao Continuada deProfessores no Cotidiano do Trabalho Escolar. Estudos Em AvaliaoEducacional, So Paulo, v. 16, n. 32, p. 11-144 , jul/dez. 2005.Comentrios: Este texto apresenta alguns resultados obtidos em umapesquisa que objetivou identificar a relao existente entre aimplementao de prticas de avaliao formativa e a formaocontinuada dos professores no cotidiano do trabalho escolar.

    PERIDICO

    Ttulo do Artigo: Relaes de Poder na Escola: (In)Disciplina eAvaliao - Interfaces DelicadasReferncia: VASCONCELOS, Celso dos S. Relaes de Poder na Escola: (In)Disciplina e Avaliao - Interfaces Delicadas. Revista deEducao AEC, Braslia, v. 31, n. 124, p. 73 -81, set., 2002.Comentrios: O artigo trata das relaes de poder no interior daescola a partir da anlise da avaliao scio-afetiva, dapreocupao de avaliar o aluno como um todo, desvinculando-a dalgica classificatria e excludente, possibilitando uma nova formade exerccio de poder.

    LIVRO

    Ttulo do livro: Reprovao escolar: renncia educao.Referncia: PARO, Vitor H. Reprovao escolar: renncia educao. 2. ed. So Paulo: Xam, 2001. 168pComentrios: O autor procura estabelecer quais os fatores queinfluenciam a resistncia aprovao, abre caminho para percebero processo de avaliao como algo dinmico, que requer umainterao dialtica permanente entre os sujeitos nele envolvidos.

    INTERNET

    Ttulo: Avaliao InternaDisponvel em: www.crmariocovas.sp.gov.br ; acessado em 04/2008.Comentrios: Como avaliar? Essa a principal questo discutidanos artigos disponveis, nesta seo que enfocam a AvaliaoInterna. Este tipo de procedimento de responsabilidade da escolae visa a obter um diagnstico do processo de ensino e aprendizagemdos alunos, em relao programao curricular prevista.

  • OUTROS

    Captulo de livro: Avaliao escolar: reviso crtica daliteratura.Referncia: LIMA, Adriana de O.Avaliao escolar: julgamento ouconstruo? Petrpolis: Vozes, 1994, p.67-111.Comentrios: A autora faz uma reviso da literatura acerca daavaliao escolar no Brasil, tomando como eixo a questo do poderna relao professor/aluno. O foco sobre a avaliao liga-se aopressuposto de que um dos principais elementos do trabalhopedaggico em que a questo do poder docente se evidencia.

    4.2 Notcias:

    JORNAL

    Ttulo da notcia: UTFPR tricampe do Enem no ParanReferncia: Gazeta do Povo, 10/04/2008, Ivonaldo AlexandreTexto: Alunos da Universidade Tecnolgica Federal do Parancomemoram o bom desempenho obtido no Exame Nacional do EnsinoMdio. Mdia obtida pelos estudantes do ensino mdio no cmpus deCuritiba fica entre as 20 melhores do pas. Pelo terceiro ano consecutivo, os estudantes do ensino mdiodo cmpus Curitiba da Universidade Tecnolgica Federal do Paran(UTFPR) antigo Centro Federal de Educao Tecnolgica (Cefet) obtiveram o melhor desempenho entre as instituies paranaenses noExame Nacional do Ensino Mdio (Enem). A mdia da prova objetivacom correo de participao atingida ficou em 86,53, contra 91,18obtidos pelos campees no desempenho do Enem 2007, do Colgio SoBento, no Rio. A nota ps a instituio paranaense entre as 20 commelhores mdias do pas. Se consideradas apenas as mdias da redepblica, a UTFPR de Curitiba ficou na quarta posio nacional. O resultado por escolas e municpios foi divulgado ontem tarde pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas EducacionaisAnsio Teixeira (Inep), do Ministrio da Educao (MEC), e estdisponvel no site da instituio (www.inep.gov.br). A avaliao do ensino mdio nacional completa dez anos. Nosltimos trs, a sociedade teve a oportunidade de acompanhar adesempenho de cada escola participante, por municpios e unidadesda federao. O diretor de avaliao da educao bsica do MEC,Amaury Gremaud, ressalta que preciso ter cuidado quando secompara os resultados. O grau de dificuldade das provas muda deum ano para o outro e a gente no est dizendo quais so asmelhores, mas sim quem foi bem na prova, afirma.Comentrios: O Paran destacou-se nos resultados do Exame Nacionaldo Ensino Mdio (Enem), sendo que os alunos que fizeram a maiorparte de sua formao em escola pblica obteve mdia 56,88. Entreos que estudaram somente em escola pblica, o Estado ficou com o

  • 5. lugar. Cerca de 150 mil alunos paranaenses participaram doENEM em 2007.

    Revista de Circulao

    Ttulo da Notcia: "O objetivo da avaliao intervir paramelhorar" Cipriano Carlos LuckesiFonte: Nova Escola, n.191, abr/2006Texto:

    Provas e exames, segundo o educador, so apenas instrumentos de classificao e seleo, que nocontribuem para a qualidade do aprendizado nem para o acesso de todos ao sistema de ensino.

    Cipriano Carlos Luckesi um dos nomes de referncia emavaliao da aprendizagem escolar, assunto no qual se especializouao longo de quatro dcadas. Nessa trajetria, que comeou peloconhecimento tcnico dos instrumentos de medio deaproveitamento, o educador avanou para o aprofundamento dasquestes tericas, chegando seguinte definio de avaliaoescolar: "Um juzo de qualidade sobre dados relevantes para umatomada de deciso". Portanto, segundo essa concepo, no havaliao se ela no trouxer um diagnstico que contribua paramelhorar a aprendizagem. Atingido esse ponto, Luckesi passou aestudar as implicaes polticas da avaliao, suas relaes com oplanejamento e a prtica de ensino e, finalmente, seus aspectospsicolgicos. As concluses do professor paulista, que vive desde1970 em Salvador, apontam para a superao de toda uma culturaescolar que ainda relaciona avaliao com exames e reprovao."Estamos trilhando um novo caminho, que precisa de tempo para sersedimentado", diz.Comentrios: O Prof. Luckesi concedeu uma entrevista Nova Escoladetalhando vrios pontos da avaliao, estudioso renomado nesteassunto, apresenta a avaliao diagnstica como um dos elementoschaves no processo de ensino e de aprendizagem. Imperdvel!Consulte o site www.novaescola.com.br

    REVISTA ON-LINE

    Ttulo da Notcia: Docentes na BerlindaReferncia: http://revistaeducacao.uol.com.brTexto:

    De avaliador do processo educativo, o professor passa a serobjeto de avaliao, cujo principal ndice o desempenho de seusalunos; tendncia internacional comea a tomar corpo em diversosEstados e vista com desconfiana por especialistas.

    Vem a uma nova onda na educao brasileira. Com o annciofeito no ano passado pelas secretarias estaduais de educao deSo Paulo e de Pernambuco de que vo aderir ao modelo deremunerao por desempenho, j adotado em outros moldes por outrosEstados brasileiros, ganha corpo entre os gestores pblicos aidia de que preciso criar instrumentos de reconhecimento demrito como forma de melhorar a qualidade do ensino. A proposta,

  • bastante controversa, embute discusses e matizes tcnicos eideolgicos refletidos no mbito da educao.

    Desde o incio dos anos 2000, alguns Estados brasileiros,como Cear, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paran, vm fazendotentativas de introduzir a remunerao por desempenho. Mas, almde forte resistncia dos professores, as experincias nacionais -que vm mudando muito desde sua implantao - no atestam de formadefinitiva a eficincia da soluo, como mostra o estudo "O futurodas polticas de responsabilizao educacional no Brasil", deNigel Brooke, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

    "A avaliao por si prpria no produz melhorias. Entreavaliao e melhoria da qualidade no h um vnculo simples,linear. A avaliao uma condio necessria, mas no suficientepara melhorar a educao. Para que isso ocorra preciso concebera avaliao como um elemento mais amplo dentro de um conjunto deaes e polticas educacionais, como apoio a escolas, formaodocente, condies institucionais e melhora da gesto, entreoutras", escreve Poggi.Comentrios: A matria trata a questo da avaliao de desempenhodo professor, onde de avaliador do processo educativo, o professorpassa a ser objeto de avaliao, cujo principal ndice odesempenho de seus alunos.

    JORNAL ON-LINE:

    Ttulo da Notcia: Desigualdade educacional no Brasil aindamaior que a de rendaReferncia: www.folha.com.br , 24/12/2007, 8h41Texto: Reportagem da Folha desta segunda-feira mostra que o abismoentre pobres e ricos no pas em termos de educao ainda maiordo que o verificado na desigualdade de renda, rea em que o pasainda figura como uma das naes mais desiguais.

    De acordo com a Folha, o diagnstico foi apontado por umestudo do pesquisador Jos Francisco Soares, coordenador do Grupode Avaliao e Medidas Educacionais da Universidade Federal deMinas Gerais, publicado no jornal cientfico "InternationalJournal of Educational Research" (Jornal Internacional de PesquisaEducacional).

    O estudo estimou a desigualdade na educao brasileira usandoa mesma frmula aplicada pelos economistas para avaliar o grau dedesigualdade na renda de um pas. Esse ndice varia de zero a um,sendo um o mximo de desigualdade, segundo a reportagem.

    Soares usou essa escala e calculou a desigualdade deaprendizado de alunos brasileiros a partir das notas dosestudantes de oitava srie nas provas de matemtica do Saeb (examefederal de avaliao de aprendizagem) em 2003 (exame do MEC queavalia a qualidade da educao) e chegou ao ndice de 0,635.Comentrio: Esta notcia traz sob um outro enfoque o que se temdiscutido no interior das escolas, a desigualdade social determinaa desigualdade educacional e dialeticamente, por ela tambm condicionada. preciso de um novo olhar na escola paratransformar a sociedade que a esta.

  • 4.3. Destaques:

    Ttulo: Avaliar para melhorar a qualidade de ensinoReferncias: www.rs.gov.br Site do Governo do Rio Grande do Sul,artigo escrito pela Secretria de Educao, Mariza Abreu,publicado em 02.03.2007.Texto:

    O Brasil construiu um competente sistema nacional deavaliao externa da aprendizagem, constitudo pelo SistemaNacional de Avaliao Bsica SAEB, realizado a cada dois anosdesde o incio dos anos 90 numa amostra de alunos da 4 e 8sries do ensino fundamental e 3 ano do mdio, pelo ExameNacional de Ensino Mdio ENEM, aplicado anualmente desde 1998 emcarter voluntrio a concluintes e egressos do ensino mdio, epela Prova Brasil, aplicada pela primeira vez em 2005 a todos osalunos da 4 e 8 sries do ensino fundamental de escolas pblicasurbanas com mais de 30 alunos matriculados na srie avaliada. Apesar dessas avaliaes sistemticas, os nveis dedesempenho dos alunos na educao bsica caram nos ltimos dezanos. Como essas avaliaes podem contribuir para melhorar aaprendizagem? At agora, esses resultados tm sido utilizadospelos gestores da educao no planejamento e na implementao depolticas educacionais mas quase no tm influenciado a sala deaula. Primeiro, porque escolas e professores no se reconhecem nosresultados de uma avaliao por amostra como o SAEB. Segundo,porque os testes do SAEB e da Prova Brasil no so divulgados.Terceiro, porque no se tem discutido suficientemente com escolase professores a inovadora concepo de aprendizagem das matrizesde referncia e escala de proficincia do SAEB e da Prova Brasil,com a descrio das competncias e habilidades a seremdesenvolvidas pelos alunos no ensino fundamental e mdio, emLngua Portuguesa e Matemtica, e tambm avanada concepopedaggica das matrizes de referncia do ENEM que rompem com oensino por disciplina. Quarto, porque mesmo a apresentao deresultados por escola da Prova Brasil realizada em 2005 no pareceainda suficiente.

    O que fazer? Primeiro, as provas em avaliaes maisabrangentes ou universais precisam ser conhecidas, como so as doENEM e do vestibular. Segundo, as matrizes de referncia, escalasde proficincia e itens dos testes com suas estatsticas ecomentrios pedaggicos devem ser interpretados com as escolas eprofessores, nos cursos de magistrio e licenciaturas, emseminrios nas instituies de ensino superior e atividades decapacitao de professores. Terceiro, as polticas de educaodevem fixar metas de melhoria do rendimento escolar auferido poressas avaliaes. Quarto, os resultados das avaliaes externas,combinados com indicadores de fluxo escolar e outros dados daavaliao institucional das escolas, devem orientar polticas demelhoria da qualidade do ensino, por meio de incentivos aos que

  • obtm melhores resultados e de apoio do poder pblico ecompromisso das escolas e professores que precisam melhor-los.No basta avaliar para saber que a aprendizagem na escolabrasileira insuficiente e no tem melhorado. Essas avaliaesprecisam iluminar a sala de aula, contribuindo para renovao daprtica pedaggica dos docentes e melhoria do desempenho dosalunos.Comentrio: Com muita propriedade a Prof. Mariza Abreu enfoca umdos pontos mais controversos na questo da avaliao escolar. Osresultados obtidos nos programas de avaliao externa deveriamcontribuir para pensar em polticas pblicas compatveis com asatuais necessidades educacionais.

    4.4 Paran

    Ttulo: PR tem 5 exemplos em educaoReferncia: Gazeta do Povo, 26.03.2008Texto: Jesutas, Marilena, Pinhais, Realeza e So Jorge DOestesuperam mdia nacional Paran, Minas e Gois so os estados com omaior nmero de redes municipais de ensino consideradas exemplos aserem seguidos. o que mostra a pesquisa Redes de Aprendizagem Boas Prticas de Municpios que Garantem o Direito de Aprenderdivulgada ontem no 3. Frum Extraordinrio dos DirigentesMunicipais de Educao, em Braslia. Ao todo, 37 redes municipaisem 15 unidades da federao foram consideradas casos de sucesso,com ndice de Desenvolvimento de Educao Bsica (Ideb) acima demdia nacional (3,8). Elas so campes de aprendizagem, apesar dasadversidades. A Regio Sul tem dez redes na lista, metade delas sno Paran: Jesutas (Oeste), Marilena (Noroeste), Pinhais (regiometropolitana de Curitiba), Realeza (Sudoeste) e So Jorge dOeste(Sudoeste). A pesquisa foi elaborada entre outubro e novembro de 2007pelo Fundo das Naes Unidas para a Infncia (Unicef), Ministrioda Educao (MEC) e Unio Nacional dos Dirigentes Municipais deEducao (Undime). Sem fazer um ranqueamento, o objetivo doestudo foi identificar boas prticas de redes municipais de ensinoespalhadas em todo o territrio nacional. O achado mais interessante que no h nenhuma enormenovidade, afirma a oficial de projetos de educao da UnicefBrasil, Salete Silva. O que ficou demonstrado, segundo ospesquisadores, que para garantir a aprendizagem de todos, preciso considerar o direito de aprender de cada um.

    Apesar de no haver uma receita nica, a partir de visitas decampo s redes bem-sucedidas, os pesquisadores descobriram dezprticas que, articuladas, garantiram o bom resultado: aes queprivilegiam o foco na aprendizagem (organizar as escolas para sechegar a um ensino de resultados), conscincia e prticas derede (integrao das escolas da rede em um mesmo mtodo detrabalho), planejamento, avaliao como ferramenta deaprendizagem, valorizao do professor, formao do corpo docente,valorizao da leitura, ateno individual ao aluno, atividadescomplementares e parcerias externas.