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São Paulo, UNESP, Geociências, v. 27, n. 3, p. 329-343, 2008 329 AVALIAÇÃO DA DINÂMICA DOS PROCESSOS EROSIVOS LINEARES E SUA RELAÇÃO COM A EVOLUÇÃO DO USO DA TERRA Leandro de Godoi PINTON 1 & Cenira Maria Lupinacci da CUNHA 2 (1) Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, UNESP/Campus de Rio Claro. Rua 10, 2527 – Bairro Santana. CEP 13500.230. Rio Claro, SP. Endereço eletrônico: [email protected] (2) Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista UNESP/Campus de Rio Claro. Rua 10, 2527 – Bairro Santana. CEP 13500.230. Rio Claro, SP. Endereço eletrônico: [email protected]. Introdução A Área de Estudo Materiais, Métodos e Técnicas Técnicas Cartas de Feições Erosivas Cartas de Uso da Terra Dados Geológicos e Pedológicos Resultados e Discussões Considerações Finais Referências Bibliográficas RESUMO – O desenvolvimento dos processos erosivos lineares está relacionado diretamente com as características naturais do ambiente ou com modificações ocorridas nestas pela ação antrópica. Neste contexto, o presente artigo teve como objetivo geral avaliar a dinâmica dos processos erosivos lineares e as suas relações com a evolução do uso da terra e com as características lito-pedológicas da bacia do Córrego do Cavalheiro – Analândia, SP. A fim de atender tal objetivo, foram elaboradas cartas de feições erosivas e de uso da terra de diversos cenários, além de representações cartográficas dos dados geológicos e pedológicos da área de estudo. Os dados obtidos foram analisados a partir dos princípios que concernem à Teoria Geral dos Sistemas. Tal análise evidenciou o intrínseco vínculo no desenvolvimento dos processos erosivos lineares com as mais diversas formas de uso da terra e com os atributos naturais da área de estudo. Deste modo, considera-se que o procedimento metodológico adotado nesta pesquisa constitui-se em ferramenta fundamental para compreender a dinâmica dos processos erosivos lineares, possibilitando a obtenção de dados de extrema relevância para o planejamento do uso e ocupação da terra. Palavras Chave: processos erosivos lineares; evolução do uso da terra; características lito-pedológicas. ABSTRACT – L. de G. Pinton & C.M.L. da Cunha - Evaluation of the the linear erosion processes dynamic and its relation with the evolution of the land use. The development of linear erosion processes is directly related with the environment natural characteristics or with modifications that have occurred on them by the anthropic action. In this context, the present article has as a general objective to evaluate the dynamic of the linear erosion processes and their relations with the evolution of the land use and with the lito-pedologic characteristics of the Cavalheiro hydrographic basin – Analândia, SP. In order to reach such objective, maps of erosive features and land use of several settings were elaborated, besides cartographic representations of the geological and pedological data of the study area. The obtained data were analyzed starting from the principles that concern to the General Systems Theory. Such analysis evidenced the intrinsic bond of the development of linear erosion processes with the several forms of land use and with the natural attributes of the studied area. Therefore, the methodological procedure adopted in this research has been considered as fundamental tool to understand the linear erosion processes dynamic, making it possible to take data of extreme relevance for the planning of the use and occupation of the land. Keywords: linear erosion processes; land-use evolution; lito-pedologic characteristics. INTRODUÇÃO O problema da erosão dos solos é uma questão ambiental que tem causado preocupação entre os pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, envolvendo também o poder público e a população leiga. As considerações a respeito da erosão não são recentes na bibliografia científica, haja vista a histori- cidade quanto à gênese da erosão. Para alguns autores, como Bertoni & Lombardi Neto (1990), a erosão é considerada tão antiga quanto a história deste planeta, sendo neste caso denominada erosão geológica, a qual consiste nos processos normais de modificação da crosta terrestre, sendo reconhecida somente no decorrer de longos períodos de atividade. Ademais, a partir do Período Neolítico, ocorre a

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AVALIAÇÃO DA DINÂMICA DOS PROCESSOSEROSIVOS LINEARES E SUA RELAÇÃOCOM A EVOLUÇÃO DO USO DA TERRA

Leandro de Godoi PINTON 1 & Cenira Maria Lupinacci da CUNHA 2

(1) Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, UNESP/Campus de Rio Claro.Rua 10, 2527 – Bairro Santana. CEP 13500.230. Rio Claro, SP. Endereço eletrônico: [email protected]

(2) Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento, Instituto de Geociências e Ciências Exatas,Universidade Estadual Paulista UNESP/Campus de Rio Claro. Rua 10, 2527 – Bairro Santana.

CEP 13500.230. Rio Claro, SP. Endereço eletrônico: [email protected].

IntroduçãoA Área de EstudoMateriais, Métodos e Técnicas

TécnicasCartas de Feições ErosivasCartas de Uso da TerraDados Geológicos e Pedológicos

Resultados e DiscussõesConsiderações FinaisReferências Bibliográficas

RESUMO – O desenvolvimento dos processos erosivos lineares está relacionado diretamente com as características naturais do ambienteou com modificações ocorridas nestas pela ação antrópica. Neste contexto, o presente artigo teve como objetivo geral avaliar a dinâmicados processos erosivos lineares e as suas relações com a evolução do uso da terra e com as características lito-pedológicas da bacia doCórrego do Cavalheiro – Analândia, SP. A fim de atender tal objetivo, foram elaboradas cartas de feições erosivas e de uso da terra dediversos cenários, além de representações cartográficas dos dados geológicos e pedológicos da área de estudo. Os dados obtidos foramanalisados a partir dos princípios que concernem à Teoria Geral dos Sistemas. Tal análise evidenciou o intrínseco vínculo no desenvolvimentodos processos erosivos lineares com as mais diversas formas de uso da terra e com os atributos naturais da área de estudo. Deste modo,considera-se que o procedimento metodológico adotado nesta pesquisa constitui-se em ferramenta fundamental para compreender adinâmica dos processos erosivos lineares, possibilitando a obtenção de dados de extrema relevância para o planejamento do uso eocupação da terra.Palavras Chave: processos erosivos lineares; evolução do uso da terra; características lito-pedológicas.

ABSTRACT – L. de G. Pinton & C.M.L. da Cunha - Evaluation of the the linear erosion processes dynamic and its relation with theevolution of the land use. The development of linear erosion processes is directly related with the environment natural characteristics orwith modifications that have occurred on them by the anthropic action. In this context, the present article has as a general objective toevaluate the dynamic of the linear erosion processes and their relations with the evolution of the land use and with the lito-pedologiccharacteristics of the Cavalheiro hydrographic basin – Analândia, SP. In order to reach such objective, maps of erosive features and landuse of several settings were elaborated, besides cartographic representations of the geological and pedological data of the study area. Theobtained data were analyzed starting from the principles that concern to the General Systems Theory. Such analysis evidenced theintrinsic bond of the development of linear erosion processes with the several forms of land use and with the natural attributes of the studiedarea. Therefore, the methodological procedure adopted in this research has been considered as fundamental tool to understand the linearerosion processes dynamic, making it possible to take data of extreme relevance for the planning of the use and occupation of the land.Keywords: linear erosion processes; land-use evolution; lito-pedologic characteristics.

INTRODUÇÃO

O problema da erosão dos solos é uma questãoambiental que tem causado preocupação entre ospesquisadores de diversas áreas do conhecimento,envolvendo também o poder público e a populaçãoleiga. As considerações a respeito da erosão não sãorecentes na bibliografia científica, haja vista a histori-cidade quanto à gênese da erosão.

Para alguns autores, como Bertoni & LombardiNeto (1990), a erosão é considerada tão antiga quantoa história deste planeta, sendo neste caso denominadaerosão geológica, a qual consiste nos processos normaisde modificação da crosta terrestre, sendo reconhecidasomente no decorrer de longos períodos de atividade.Ademais, a partir do Período Neolítico, ocorre a

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sedentarização do homem para o plantio e produçãode seu próprio alimento que, conseqüentemente,proporcionou um crescimento da população. Concomi-tantemente, houve o desenvolvimento de técnicas queresultaram no estabelecimento das mais diversas formasde uso e ocupação da terra, as quais deram início aoprocesso denominado de erosão acelerada. De acordocom Guerra & Guerra (1997), a erosão acelerada éaquela “realizada na superfície terrestre pela interven-ção humana e seres vivos, em geral, ocasionando umdesequilíbrio ambiental. É o aceleramento da erosãonas camadas superficiais do solo, motivado por desma-tamento, cortes de barrancos em estradas etc.”

Neste sentido, evidencia-se uma gama de estudosrealizados para a compreensão da erosão e os seusdiversos tipos. Este fato remete para uma discordânciaentre autores sobre o conceito de erosão. Assim, parao presente artigo, adotou-se a definição dada por Bertoni& Lombardi Neto (1990), os quais entendem por erosão“a realização de uma quantidade de trabalho nodesprendimento do material de solo e no seu trans-porte”. Ressalta-se ainda, a inserção da ação antrópicacomo agente erosivo, pois o homem, como parteintegrante do sistema da Terra, não deve ser isento deresponsabilidade na gênese de tais processos.

Dentre os tipos de erosão existentes, torna-serelevante entender o mecanismo relacionado à açãodas águas pluviais sobre o solo – erosão hídrica – pois,“o processo erosivo causado pela água das chuvas temabrangência em quase toda a superfície terrestre, emespecial nas áreas com clima tropical, onde os totaispluviométricos são bem mais elevados do que em outrasregiões do planeta” (Guerra, 2005).

A erosão hídrica envolve dois eventos iniciais, “porum lado o impacto das gotas de chuva no solo, sobre-tudo quando desprotegido da vegetação e, por outro, oescoamento superficial das águas, permitindo otransporte das partículas liberadas” (Salomão, 2005).

Há diversas formas de erosão hídrica, as quais sediferenciam tanto por ocorrerem em superfície comoem subsuperfície. Em superfície, as erosões laminarese lineares constituem-se em fenômenos de grande rele-vância para o planejamento e conservação dos solos.Evidencia-se ainda que estes processos erosivos devemser tratados de forma diferenciada “por se constituíremem processos erosivos que envolvem mecanismos econdicionantes diversos” (Salomão, 2005).

A erosão laminar ocorre pelo “escoamento difusodas águas de chuva, resultando na remoção progressivae relativamente uniforme dos horizontes superficiaisdo solo” (Salomão, 2005). Esta forma de erosão éconsiderada como sendo a de maior importância,contudo, “é a mais difícil de ser identificada e avaliadaem virtude da pequena diferenciação morfológica entre

os horizontes do perfil; quase sempre é difícil umaavaliação da profundidade da camada que já foiremovida pela erosão laminar” (Bertoni & LombardiNeto, 1990). Ressalta-se ainda que, devido ao fato daerosão laminar remover, primeiramente, “as partículasmais leves do solo, e considerando que a parte maisativa do solo de maior valor, é a integrada pelas menorespartículas, podem-se julgar os seus efeitos sobre afertilidade do solo” (Bertoni & Lombardi Neto, 1990),bem como, seus efeitos para o desencadeamento dosprocessos erosivos lineares.

Os processos erosivos lineares são facilmenteidentificados pelos homens devido aos seus diferentesgraus de intensidade, profundidade e vestígios deixadosnos solos. Estes processos, em algumas situações,iniciam-se com a erosão laminar, todavia, sua formagenética ocorre quando há uma concentração das linhasde fluxo das águas de escoamento superficial devidoalguma irregularidade do terreno por seus atributosnaturais ou por modificações ocorridas nestes pela açãoantrópica. Estes processos erosivos podem gerarfeições diferenciadas de acordo com seu estágio dedesenvolvimento: sulcos erosivos, passando a ravinase atingindo o seu maior estágio de degradação denomi-nado de voçorocas ou boçorocas.

Os sulcos erosivos constituem-se nas feiçõesrelacionadas ao estágio inicial dos processos erosivoslineares. Esta feição caracteriza-se por pequenoscanais nas superfícies do terreno advindos da concen-tração de linhas de fluxo de água.

Já as ravinas podem ser diferenciadas dos sulcoserosivos por possuírem uma maior profundidade doscanais observados na superfície do terreno; “tratar-se-ia de ravina quando o canal formado não pode serobliterado por operações normais de preparo do solo”(Soil Conservation Service, 1966, citado por Salomão2005). Esta feição erosiva ocorre quando há uma maiorconcentração no volume de água na superfície doterreno, promovendo um solapamento ou escavaçãodescendente dos sulcos erosivos devido a uma maiorprofundidade dos mesmos (Cerri, 1999).

Por fim, o estágio mais evoluído dos processoserosivos lineares dá origem às voçorocas. Estas feiçõespossuem diversas definições na literatura internacionale nacional no que se refere às suas diferenciações paraas ravinas. Desta forma, nesta pesquisa, consideraram-se como voçorocas os canais erosivos que apresen-tavam, em seu fundo, o afloramento do lençol freático.

É importante salientar que para a compreensãodo desenvolvimento tanto dos processos erosivoslaminares quanto dos processos erosivos lineares deve-se atentar para uma análise integrada dos atributosnaturais de certa área e da dinâmica do uso da terrainserida na mesma.

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Em relação aos atributos naturais evidenciam-seas condições climáticas, topográficas, geológicas epedológicas, bem como de vegetação. Enquanto que,em relação à dinâmica do uso da terra, deve-se ter emmente que os diversos processos decorrentes destaestão relacionados a vários fatores, dentre os quais,Ross (1994), aponta a crescente industrializaçãoconcentrada em cidades, a mecanização daagricultura em sistema de monocultura, a gene-ralizada implantação de pastagens, a intensaexploração de recursos energéticos e matérias-primas como o carvão mineral, petróleo, recursoshídricos, minérios, tem alterado de modoirreversível o cenário da terra e levado comfreqüência a processos degenerativos profundosda natureza.

De acordo com Lambim et al. (2003) a mudançado uso da terra é sempre causada pela múltiplainteração de fatores originados de diferentes níveisde organização mantenedores dos sistemas homem-ambiente. A mistura de forças motrizes das mudançasdo uso da terra varia no tempo e no espaço, deacordo com as condições específicas da relaçãohomem-ambiente.

Para estes autores, as mudanças são geralmenteconduzidas pela combinação de fatores que trabalhamgradualmente e de fatores que acontecem cominterrupções. Dentre esses fatores, os autores citam avariabilidade do ambiente natural, da economia e datecnologia, da demografia, das diversas instituições, dacultura e, até mesmo, do processo de globalização.Assim, estes revelam que hoje, o entendimento dascausas das mudanças do uso da terra moveu derepresentações simplistas de duas ou três forças parauma compreensão muito mais profunda que envolveinterações entre situações específicas entre umnúmero maior de fatores de diferentes escalasespaço-temporal (Lambim et al., 2003).

As mudanças do uso da terra são tão intensasque, segundo Lambim et al. (2001), estas quando sãoglobalmente agregadas, afetam significativamenteaspectos chaves do funcionamento do sistema daTerra. Estas causam impactos diretamente na diver-sidade biótica mundial (Sala et al., 2000 citado porLambim et al., 2001), contribuem para mudançasclimáticas regionais e locais, como também para oaquecimento global; são a fonte primária de degra-dação do solo; alteram o suprimento do ecossistema

e, afetam a habilidade dos sistema biológicos dedar suporte às necessidades humanas.

Considerando os pressupostos sobre a dinâmicado uso da terra e sua relação com o desenvolvimentodos processos erosivos lineares e o seu intrínsecovínculo com os atributos naturais, selecionou-se comoárea de estudo a bacia do Córrego do Cavalheiro. Aescolha desta bacia como área de estudo deve-se aobservações realizadas in loco, em que se constatarama presença de uma grande quantidade de processoserosivos lineares vinculados as mais diversas formasde uso da terra.

Assim, o objetivo geral deste artigo é avaliarqualitativamente a dinâmica dos processos erosivoslineares e as suas relações com a evolução do uso daterra, bem como com as características lito-pedológicasda área. Para atingir tal objetivo geral, foram realizadasas seguintes etapas:• Mapeamento das feições erosivas, presentes e

passadas, por meio da elaboração das cartas defeições erosivas, as quais permitiram localizar edimensionar mais claramente o desenvolvimentodos processos erosivos lineares;

• Análise do uso da terra por meio da elaboração decartas de cenários distintos, a fim de avaliar comoo homem tem utilizado este espaço;

• Levantamento de dados sobre as característicasgeológicas e pedológicas e sua distribuição espacialna área de estudo através de revisão bibliográfica,a qual possibilitou a elaboração de representaçõescartográficas destes atributos;

• Cruzamento das informações da dinâmica dasfeições erosivas com as do uso da terra e caracte-rísticas pedológicas e geológicas. Tal cruzamentovisou compreender como a dinâmica dos processoserosivos lineares se relacionam com a evoluçãodo uso da terra e com as características lito-pedológicas da área.

Dessa forma, espera-se que este artigo forneçasubsídios para a compreensão da dinâmica dosprocessos erosivos lineares e as suas relações com osatributos lito-pedológicos e com a evolução do uso daterra da área em questão, bem como, venha a seconstituir em exemplo de procedimento metodológicoa ser adotado em outras áreas de estudo com o intuitode contribuir aos processos de planejamento do uso eocupação da terra.

A ÁREA DE ESTUDO

A bacia hidrográfica do Córrego do Cavalheirolocaliza-se no setor centro-leste do Estado de São Paulo,

no município de Analândia, entre as coordenadasgeográficas de 22º05’36’’ e 22º07’58’’ de latitude Sul

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e 47º39’14’’ e 47º41’28’’ de longitude Oeste, possuindouma área de 9,9 km² (Figura 1). O Córrego do Cavalheiroé afluente da margem esquerda do rio Corumbataí e, omesmo drena, a jusante, um setor do perímetro urbanodo município de Analândia. Convêm ressaltar que a bacia

do Córrego do Cavalheiro constitui-se como uma dasáreas de nascentes do rio Corumbataí, o qual possuigrande importância regional devido ao seu potencialhídrico para abastecimento dos municípios deAnalândia, Corumbataí, Rio Claro e Piracicaba.

FIGURA 1. Localização da Bacia do Córrego do Cavalheiro. Sem escala.

A área de estudo situa-se na maior unidadegeológica do Estado de São Paulo, a Bacia Sedimentardo Paraná. Este pacote vulcânico sedimentar possuicaracterísticas litoestruturais que proporcionam aformação de três compartimentos geomorfológicos doEstado de São Paulo – Depressão Periférica, CuestasAreníticas-Basálticas e o Planalto Ocidental (IPT,1981). A bacia hidrográfica do Córrego do Cavalheirodistribui-se em parte na Depressão Periférica e, emparte, nas Cuestas Areníticas-Basálticas.

Segundo Ab’Sáber (1969) a gênese de ambos oscompartimentos está relacionada com o processo decircundesnudação, de idade pós-cretácea ocorridos nasmargens da Bacia Sedimentar do Paraná. Esteprocesso está vinculado à ação erosiva das drenagens,

a qual normalmente ocorre nas bordas de baciassedimentares. Ressalta-se que o processo denudativoda circundesnudação é acelerado devido à inclinaçãodas camadas sedimentares. Essas inclinações sãodecorrentes da subsidência do pacote sedimentar naárea central desta bacia, proporcionando epirogênesenas bordas da mesma. Esta inclinação também podeestar vinculada à reativação do Planalto Atlântico.

Tendo em vista a ação da drenagem no processodenudativo da circundesnudação, surge a necessidadeda caracterização do clima da bacia do Córrego doCavalheiro, pois, este componente do sistema ambientalfísico possui influência direta no ciclo hidrológico e,conseqüentemente, na gênese de tal processo e nosprocessos erosivos lineares.

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De acordo com a classificação de Köeppen,verifica-se na área de estudo a ocorrência do tipoclimático Cwa, o qual se caracteriza por possuir atemperatura média do mês mais frio inferior a 18º C,porém superior a -3º C. Este tipo climático é definidopor Köeppen como aquele que possui no mínimo 4meses com temperaturas médias superiores a 10º C,sendo a temperatura média do mês mais quentesuperior a 22º C. O período das chuvas neste tipoclimático concentra-se no verão (Troppmair, 1975).

Com relação à dinâmica das massas de ar e tiposde tempo, a bacia do Córrego do Cavalheiro se inserena subunidade intitulada de Centro-Norte. Estasubunidade integra-se aos climas regionais tropicaisalternadamente secos e úmidos, os quais fazem partedos climas zonais controlados por massas equatoriaise tropicais (Monteiro, 1973).

Brino (1973) ao estudar a definição climática dabacia do Rio Corumbataí e adjacências, com ênfase acaracterização dos tipos de tempo acrescenta que ostipos de tempo que ocorrem na área, do ponto de

MATERIAIS, MÉTODOS E TÉCNICAS

vista genético, enquadram-se em 2 (dois) grupos:1. Anticiclônicos – que conduzem a tipos de tempo

secos – apresentando uma dependência acentuadados fatores climáticos sub-regionais.

2. Perturbados da Frente Polar Atlântica (FPA) – queorigina tipos de tempo chuvosos, apresentando, nasua definição, contribuição decisiva do dinamismoatmosférico reinante, e apenas influência secun-dária dos fatores climáticos estáticos próprios daárea (Brino, 1973).

Por fim, é de suma importância evidenciar que ocompartimento das Cuestas-Arenito-Basálticas influen-cia diretamente no quadro climático da bacia do Córregodo Cavalheiro, contribuindo para o aumento da precipi-tação na área. Boin (2000) salientou que as “correntesde leste encontram barreiras topográficas como asSerras de Botucatu, São Pedro e do Cuscuzeiro, queformam o front cuestiforme das cuestas arenito-basálticas, posicionadas a Leste e Sudeste, do PlanaltoOcidental, em cujas bordas precipitam” (Boin, 2000).

A orientação metodológica para o presente artigoteve respaldo nos princípios da Teoria Geral dosSistemas aplicados à ciência geográfica. Cowan (1936,citado por Howard, 1973) afirma que “um sistema écomposto de elementos (objetos), seu estado instan-tâneo e inter-relações, estando sujeito a modificaçõesatravés do tempo”. Com relação à composição dossistemas, deve-se levar em consideração aspectoscomo a matéria, a energia e sua estrutura.

Os sistemas podem ser classificados segundocritérios variados. Para a análise geográfica, o critériofuncional e o da complexidade estrutural são os maisimportantes (Christofoletti, 1979).

A escolha da bacia hidrográfica do Córrego doCavalheiro como área de estudo justifica o uso daabordagem sistêmica quanto ao critério funcional, poisesta se constitui em um sistema aberto que recebe(input) energia e massa na forma de água e sedimentosprovenientes, respectivamente, das precipitaçõesatmosféricas e de sedimentos das vertentes, e perdem(output) massa e energia através de água e sedimentosque são deslocados em direção a outras bacias, lagosou oceanos, ou através da transpiração e evapo-transpiração para a atmosfera.

Dessa forma, segundo Cunha (1997), a escolhada abordagem sistêmica para um estudo de processoserosivos tomando por unidade espacial básica a baciahidrográfica ocorre em função de tal enfoque “permitira clara identificação das inter-relações existentes entre

os diversos elementos e respectivos atributos douniverso ocupado”.

Quanto ao critério da complexidade estrutural, estapesquisa utilizou-se da concepção dos sistemasprocessos-respostas e dos sistemas controlados.

Os sistemas processos-respostas são formadospela combinação de sistemas morfológicos esistemas em seqüência. Os sistemas em seqüênciaindicam o processo, enquanto o morfológico repre-senta a forma, a resposta a determinado estímulo.Ao definir os sistemas de processos-respostas, aênfase maior está focalizada para identificar asrelações entre o processo e as formas que deleresultam (Christofoletti, 1979).

Estabelece-se assim, um equilíbrio entre oprocesso e a forma, evidenciando que qualquer altera-ção no sistema em seqüência terá reflexos de alteraçãona forma. Assim, a avaliação deste aspecto foi possívelpor meio da análise das cartas de feições erosivas,cujo documento cartográfico proporcionou respaldo àsinferências dos processos que dão origem às feiçõeserosivas lineares da área de estudo. Desta forma, pormeio dos dados adquiridos desta carta, os processosrelacionados aos sistemas em seqüência foramdeduzidos a partir do mapeamento das feições erosivasreferentes aos três estágios de desenvolvimento dosprocessos erosivos lineares. Entende-se que tais formasse constituem na resposta aos processos erosivoslineares atuantes sobre a área.

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Já os sistemas controlados “são aqueles queapresentam a atuação do homem sobre os sistemas deprocessos-respostas”, visto que “o homem pode intervirpara produzir modificações na distribuição de matériae energia dentro dos sistemas em seqüência e, conse-qüentemente, influenciar nas formas que com ele estãorelacionadas” (Christofoletti, 1979).

Este aspecto do sistema foi avaliado por meio daanálise de cartas de uso da terra, presente e passadas,da bacia do Córrego do Cavalheiro. Estas possibilitaramuma avaliação da ação antrópica através do conhe-cimento da evolução das diversas formas de uso daterra, cujas práticas conduzem a implicações sobre adistribuição de energia e matéria, influenciandodiretamente na gênese dos processos erosivos lineares.

TÉCNICAS

As cartas de feições erosivas, de uso da terra eainda, as representações cartográficas dos dadosgeológicos e pedológicos da área de estudo constituíram-se em ferramenta fundamental para se alcançar opropósito deste artigo. Desta forma, apresenta-se a seguiras técnicas utilizadas na elaboração destes documentoscartográficos.

Cartas de Feições ErosivasAs cartas de feições erosivas, além de possibilitar

a identificação da localização e dimensão destefenômeno, permitem também a avaliação da dinâmicadestas feições em determinado período. Ademais, aanálise integrada destas cartas com os dados de usoda terra e características lito-pedológicas permite inferira gênese dos processos erosivos lineares existentesem determinada área de estudo, assim como identificaras áreas de fragilidade deste espaço.

A elaboração destas cartas para a bacia doCórrego do Cavalheiro compreendeu os cenários dosanos de 1988, 2000 e 2007. A constituição das cartasdos cenários de 1988 e 2000 foi realizada por meio dafotointerpretação de pares estereoscópicos de fotogra-fias aéreas dos respectivos anos, utilizando-se de umestereoscópio de bolso. Nesta fotointerpretação forammapeadas as feições condizentes aos processos ero-sivos lineares (sulcos erosivos, ravinas e voçorocas)existentes nos distintos cenários.

Com relação às feições erosivas do ano de 2007,realizou-se um trabalho de campo tendo como base dedados às feições erosivas mapeadas no cenário do anode 2000. Estas feições foram verificadas em campo eatualizadas de acordo com as condições deparadas nocenário de 2007. A atualização foi efetuada tendo-se ocuidado de investigar as feições erosivas do ano de2000 que foram controladas por ações conserva-cionistas, as que se desenvolveram, as que evoluírame, ainda, as que se mantiveram.

Dessa forma, salienta-se que o uso das técnicasde fotointerpretação de pares estereocópicos de foto-grafias aéreas e a realização de trabalhos de campopara a atualização dos dados mostraram-se satisfatóriosna elaboração das cartas de feições erosivas.

Cartas de Uso da TerraA elaboração destes documentos cartográficos

justifica-se por meio de sua importância para o objetivogeral deste artigo. Através destas cartas foi possívelanalisar o modo como o homem tem utilizado as terrasda bacia do Córrego do Cavalheiro. Neste sentido,foram elaboradas cartas de uso da terra dos respectivoscenários – 1988, 2000 e 2007. Este procedimentopermitiu uma avaliação da evolução do uso da terra,auxiliando na análise das correlações existentes entreo desenvolvimento dos processos erosivos lineares eas diversas formas de uso e ocupação da terra reali-zadas pelo homem.

A constituição destas cartas teve como base dedados as mesmas fotografias aéreas utilizadas naconfecção das cartas de feições erosivas e ainda, oacréscimo de dados adquiridos em trabalho de campopara a elaboração da carta de uso da terra do cenáriode 2007. A elaboração das cartas de uso da terrareferente aos cenários de 1988 e 2000 foi efetuada emmeio digital através do software AutoDesk Map 2004.Evidencia-se que a delimitação dos polígonos referentesa cada uso da terra não foi realizada automaticamente,mas sim, por meio da interpretação visual da fotografiaaérea e, quando necessário, através de métodos tradi-cionais com o estereoscópio de bolso, seguindo osprincípios colocados por Ceron & Diniz (1966).

Já a elaboração da carta de uso da terra do cenáriode 2007 da bacia do Córrego do Cavalheiro foi reali-zada através da atualização dos dados obtidos com ainterpretação da fotografia aérea do ano de 2000. Comoa área de pesquisa totaliza somente 9,9 km2 e apresentaum conjunto amplo de estradas, foi possível percorrê-la com facilidade. A atualização destes dados foirealizada por meio das informações obtidas pelo usode um GPS, em que os pontos, em coordenadas UTM,obtidos em trabalhos de campo por este aparelho foramtranspostos para o arquivo georreferenciado emambiente digital do software utilizado na elaboraçãodesta carta. Assim, foi possível a realização de umanova delimitação dos polígonos das classes de uso daterra estabelecidas no cenário de 2000, os quaispossibilitaram a constituição da carta de uso da terrado cenário de 2007 da bacia do Córrego do Cavalheiro.

Dados Geológicos e PedológicosOs dados geológicos e pedológicos são atributos

naturais de extrema relevância já que interferemdiretamente no desenvolvimento dos processos erosivos

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lineares de determinado ambiente. As propriedadesdestes atributos influenciam na ocorrência dos proces-sos erosivos lineares, seja por facilitar ou por dificultara constituição destes processos. Deste modo, torna-sede grande importância a visualização da distribuiçãoespacial dos dados litológicos e pedológicos encontradosna área de interesse para auxiliar na compreensão daexistência ou não dos processos erosivos lineares.

Assim, por meio de uma pesquisa bibliográficaforam desenvolvidas duas representações cartográficas

contendo os respectivos dados encontrados na baciado Córrego do Cavalheiro.

Os dados litológicos foram obtidos através daFolha Geológica de Corumbataí (Folha SF-23-Y-A-I-2),desenvolvida por São Paulo (1984), na escala 1:50.000,e os dados pedológicos, com base no mapa de solos dabacia do Rio Corumbataí, desenvolvido por Koffler etal. (1992), na escala 1:50.000. Tais dados ainda foramreambulados em campo a fim de adequar os detalhesnecessários à escala adotada nesta pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A análise e o posterior cruzamento dos dadosobtidos nas cartas de feições erosivas, nas cartas deuso da terra dos cenários de 1988, 2000 e 2007 e nasrepresentações cartográficas dos dados geológicos epedológicos subsidiaram a avaliação da dinâmica dosprocessos erosivos lineares e as suas relações com aevolução do uso da terra, bem como com as caracte-rísticas lito-pedológicas da bacia do Córrego doCavalheiro. Para que essa avaliação fosse realizadade forma inteligível, apresenta-se, em um primeiromomento, uma breve apreciação das informaçõesadquiridas nos respectivos documentos cartográficosproduzidos. Em seguida, apresentam-se as conside-rações relevantes do cruzamento entre estas informa-ções para o objetivo deste artigo.

A análise das cartas de feições erosivas(Prancha 1) indica uma dinâmica ativa dos processoserosivos lineares na bacia do Córrego do Cavalheiro,sendo possível constatar tanto o aumento destasfeições quanto a manutenção e contenção das mesmas(Figura 2). O aumento no número dessas feições podeser evidenciado em toda a área da bacia no ano de2000 em relação ao cenário de 1988. Nota-se também,que as feições erosivas localizadas a oeste e a noroesteda bacia se mantiveram neste período (Prancha 1). Asfeições erosivas lineares identificadas no ano de 2007evidenciam a manutenção destas no setor centro-norte,leste e oeste da bacia em relação ao cenário de 2000.Todavia, é também no ano de 2007 que se relata acontenção de um considerável número de feiçõeserosivas no setor sul da bacia quando este é comparadocom o cenário de 2000.

Já em relação à análise das cartas de uso da terrados anos de 1988, 2000 e 2007 (Prancha 2) cabe exporas classes de uso da terra identificadas em cadacenário. Evidencia-se que as classes de uso da terraidentificadas nestes cenários da bacia do Córrego doCavalheiro foram praticamente as mesmas – mata,pasto limpo, pasto sujo, silvicultura, cultura anual, áreaurbanizada e área construída (propriedades rurais) –

com apenas uma exceção na carta de uso da terrareferente ao ano de 2007 em que se constatou apresença de cana-de-açúcar. A análise da evoluçãodo uso da terra neste período manifesta uma diminuiçãodas classes mata e pasto limpo em toda a área da bacia;uma redução, no setor sul, da classe pasto sujo, masao mesmo tempo, um aumento dessa classe no setornorte; um aumento da silvicultura, da área urbanizadae das áreas construídas (propriedades rurais) no setorsul e, por fim, relativa estabilidade quanto à evoluçãodas áreas identificadas como culturas anuais.

O substrato geológico existente na bacia doCórrego do Cavalheiro que sustenta as classes de usoda terra acima citadas possui datação que vai doperíodo Mesozóico ao Cenozóico. De acordo com SãoPaulo (1984), as litologias encontradas ao longo daextensão da área de estudo concernem a: FormaçãoPirambóia, Formação Botucatu e Formação Serra Geral– pertencentes ao Grupo São Bento; Formação Itaquerie, ainda, a Formação Santa Rita do Passa Quatro

FIGURA 2. Evolução do número de feiçõeserosivas lineares (1988; 2007).

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PRANCHA 1. Cartas de feições erosivas da bacia do Córrego do Cavalheiro. Fonte: Terra Foto S.A.Obra 584: foto aérea. São Paulo, 1988. 2 fotografias aéreas. Escala 1:40.000. Base Aerofotogrametria e Projetos S/A.

Obra 719: foto aérea. São Paulo, 2000. 2 fotografias aéreas. Escala 1:30.000.

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PRANCHA 2. Cartas de uso da terra da bacia do Córrego do Cavalheiro. Fonte: Terra Foto S.A.Obra 584: foto aérea. São Paulo, 1988. 2 fotografias aéreas. Escala 1:40.000. Base Aerofotogrametria e Projetos S/A.

Obra 719: foto aérea. São Paulo, 2000. 2 fotografias aéreas. Escala 1:30.000.

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(Figura 3). Este pacote litológico caracteriza-se pelapresença de derrames basálticos, pertencentes àFormação Serra Geral, e um conjunto de sedimentos,predominantemente areníticos, vinculados às outrasformações. Estas características litológicas conferemà área considerável fragilidade erosiva.

Sobre estas condições geológicas apresentadaspela bacia do Córrego do Cavalheiro se desenvolvemas seguintes classes de solos (Figura 4): NeossolosQuartzarênicos, Neossolos Litólicos associados aNitossolos, Latossolos Vermelho-Amarelo e ArgissolosVermelho-Amarelo (Koffler et al., 1992). A fragilidade

FIGURA 3. A geologia da bacia do Córrego do Cavalheiro. (Adaptado de São Paulo, 1984).

erosiva das formações geológicas se reflete tambémnas características pedológicas. Assim, os NeossolosQuartzarênicos e Litólicos, bem como os Argissolos,apresentam elevada erodibilidade, conferindo a áreaconsiderável suscetibilidade ao desenvolvimento dosprocessos erosivos. Na área vinculada ao frontcuestiforme, onde aflora a Formação Serra Geral, tem-se, para esta escala de trabalho, a associação dosNeossolos Litólicos, vinculados ao intenso declive dacornija cuestiforme, com os Nitossolos, diretamentederivados do intemperismo da referida formaçãogeológica.

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FIGURA 4. Os solos da bacia do Córrego do Cavalheiro.

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Após o cruzamento dos dados apresentados até orespectivo momento foi possível verificar um estreitovínculo entre o desenvolvimento dos processos erosivoslineares com os tipos de uso da terra e com ascaracterísticas lito-pedológicas.

A elevada quantidade de feições erosivas linearesidentificadas na bacia do Córrego do Cavalheiro, deum modo geral, mantém estreita relação com ascaracterísticas geológicas e pedológicas da área. Estascaracterísticas fornecem a esta área de estudo umgrande potencial para o desenvolvimento destesprocessos erosivos. Exemplo disso são as feiçõeserosivas encontradas na área noroeste (Foto 1) do setorcentro-norte da bacia, as quais se mantiveram em todosos cenários estudados. Ressalta-se a discordânciaerosiva existente nesta área pelo contato das formaçõesSerra Geral e Botucatu.

Além disso, destaca-se também o impacto dasatividades antrópicas na dinâmica dos processoserosivos lineares neste setor. Tais atividades seencontram vinculadas à introdução do cultivo da cana-de-açúcar, a qual vem a dinamizar e a aumentar asfeições erosivas encontradas, de modo geral, em todoeste setor (Foto 2). A evolução do uso da terraverificada neste setor por meio da análise das cartasde uso da terra dos cenários de 1988, 2000 e 2007evidenciou uma diminuição da classe de uso da terramata com um respectivo aumento da classe de uso daterra pasto sujo e, o surgimento de uma área deplantação de cana-de-açúcar.

O setor oeste da bacia do Córrego do Cavalheiropossui uma grande similaridade com o fato relatadoacima para o setor centro-norte. Este setor também émarcado por discordância erosiva no contato entre aFormação Serra Geral – mais compacta –, com aFormação Santa Rita do Passa Quatro – menoscompacta –, bem como possui uma possível dinami-zação dos processos erosivos lineares devido à introdu-ção do cultivo da cana-de-açúcar.

A análise das cartas de feições erosivas(Prancha 1), associada à análise das cartas de usosda terra dos cenários de 1988, 2000 e 2007 (Prancha2), aponta que os processos erosivos no setor oeste jáexistiam mesmo em um cenário marcado pela presençada classe de uso da terra pasto limpo, como nos anosde 1988 e 2000. Assim, constata-se a importância dascaracterísticas naturais deste setor para a gênese dosprocessos erosivos. Contudo, pode-se atribuir umadinamização dos processos erosivos devido à introduçãodo cultivo da cana-de-açúcar, já que, através da cartade feições erosivas do ano de 2007 (Prancha 1),constatou-se uma evolução dos processos próximosda voçoroca existente neste setor (Foto 3). Destaforma, verifica-se que, mesmo adotando medidas

conservacionistas para a realização deste cultivo nestaárea, como a técnica de terraceamento, são encon-tradas feições erosivas, provavelmente vinculadastambém às características naturais do terreno (Foto 4).

A análise das cartas de feições erosivas da baciado Córrego do Cavalheiro (Prancha 1) em seu setorleste indicou o surgimento de feições erosivas linearesneste local durante o mesmo período em que seconstatou uma expansão da área urbana e, ainda, umaumento da classe de pasto limpo e diminuição daclasse de pasto sujo, evidenciadas pela evolução douso da terra no período de 1988 a 2007 (Prancha 2).Desta forma, se pode atrelar a hipótese da gênesedesses processos erosivos correlacionarem-se àsmodificações causadas pela ação antrópica em suasdiversas formas de uso da terra. Além disso, ressalta-se ainda a presença neste setor dos NeossolosQuartzarênicos, os quais se caracterizam por elevadaerodibilidade (Figura 4). Este setor encontra-se próximoda área urbana do município de Analândia, criando anecessidade de um cuidado especial por parte dosórgãos de planejamento público a fim de evitar futurosproblemas no trecho urbano.

Ainda, os dados adquiridos pela análise das cartasde feições erosivas (Prancha 1), combinadas com osdados das cartas de uso da terra dos cenários de 1988,2000 e de 2007 (Prancha 2), possibilitaram obternotáveis informações do setor centro-sul sobre asrelações da dinâmica dos processos erosivos linearescom a evolução das formas de uso da terra da baciado Córrego do Cavalheiro. Ademais, verifica-se narepresentação cartográfica dos dados geológicos dabacia do Córrego do Cavalheiro (Figura 3) que estesetor caracteriza-se por litologias de menorcompactação, Formação Pirambóia e Formação SantaRita do Passa Quatro, facilitando o desenvolvimentode processos erosivos lineares.

A área localizada no extremo sul deste setorapresenta uma peculiaridade. A análise temporal dascartas de uso da terra do cenário de 1988, em relaçãoao cenário de 2000 (Prancha 2), evidencia umprogressivo aumento da urbanização e uma diminuiçãosignificativa da classe de uso da terra mata nesta área.A constatação do aumento da área urbana foiacompanhada pela contenção de algumas feiçõeserosivas existentes no ano de 1988, as quais seencontravam inseridas e próximas da mancha urbanado município de Analândia. Esse fato justifica, porexemplo, a diminuição no número de ravinas queocorreu do ano de 1988 para o ano de 2000 (Figura 2).Concomitantemente, ocorreu o surgimento de outrasfeições erosivas, caracterizadas como sulcos erosivos,inseridos na área urbana, como demonstrado na cartade feições erosivas da bacia do Córrego do Cavalheiro

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FOTO 1. Feições erosivas localizadas na área noroestedo setor centro-norte da bacia do Córrego do Cavalheiro.

FOTO 5. Uso da técnica de terraceamento no plantioda silvicultura no setor centro-sul da bacia

do Córrego do Cavalheiro.

FOTO 6. Plantio de silvicultura e obras de contençãopara os processos erosivos existentes no cenário do anode 1988 e no cenário do ano de 2000, próximos à estrada

não-pavimentada sem denominação no extremo sudoesteda bacia do Córrego do Cavalheiro.

FOTO 4. Cultivo da cana-de-açúcar no setor oesteda bacia do Córrego do Cavalheiro por meio

da técnica de terraceamento para evitara ocorrência de processos erosivos.

FOTO 2. Dinamização dos processos erosivos linearesno setor centro-norte da bacia do Córrego do Cavalheiro,

devido a introdução do cultivo da cana-de-açúcar.

FOTO 3. Voçorocamento existente no setor oesteda bacia do Córrego do Cavalheiro.

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do cenário de 2000. Evidencia-se a manutenção de talrelato ao ano de 2007, tanto para o uso da terra quantopara as feições erosivas lineares.

Em relação ainda ao setor centro-sul, a carta defeições erosivas da bacia do Córrego do Cavalheiro doano de 1988 (Prancha 1) indica a presença de doisravinamentos de grande extensão, localizados próximosdo término da estrada não-pavimentada denominada deRua “A”. Estes ravinamentos, no cenário do ano de2000, já não estavam mais presentes. Em sobreposiçãoa estes foram identificados sulcos erosivos, os quaisdenotam uma regressão dos ravinamentos, supondo umatentativa de contenção dos processos erosivos existentesneste local, os quais vieram a desaparecer no cenáriode 2007 (Figura 2). A contenção dos processos erosivosidentificados neste local no ano de 2007 está diretamenterelacionada com a introdução da silvicultura. O plantiodesta cultura foi realizado pela técnica de terraceamento(Foto 5), que combinada com outras práticasconservacionistas, como o próprio uso da silvicultura,reduz os impactos dos processos gravitacionais advin-dos de uma dinâmica natural pluvio-erosiva, diminuindoas perdas de solo por erosão no local.

Ressalta-se ainda, uma situação relativamentesemelhante com a mencionada acima. No extremosudoeste do setor centro-sul, próximo à estrada que sedireciona para o morro testemunho Pedra do Camelo,no ano de 1988, constatou-se a existência de quatroravinamentos, segundo a carta de feições erosivas do

respectivo cenário (Prancha 1). Um destes processoserosivos possuía uma considerável extensão eencontrava-se bem próximo à referida estrada. Nocenário do ano de 2000, constatou-se o desapareci-mento de dois destes ravinamentos. Além da perma-nência de dois ravinamentos localizados próximos àestrada não-pavimentada no extremo sudoeste, noreferido cenário, verificou-se ainda o surgimento deuma grande quantidade de sulcos erosivos próximos atal estrada. Nota-se que, no cenário de 2007, houve odesaparecimento destes processos erosivos mencio-nados, assim como na situação referente aos processosencontrados próximos do término da estrada não-pavimentada denominada de Rua “A”.

A contenção destes processos erosivos no extremosudoeste também está diretamente relacionada com aintrodução de silvicultura neste local, como pode serevidenciado na carta de uso da terra do ano de 2007(Prancha 2). No entanto, deve-se acrescentar aindaque, além da silvicultura, foram encontradas obras decontenção para estes processos erosivos, durante ostrabalhos de campo para a reambulação dos dadosobtidos em gabinete (Foto 6). As obras de contençãoverificadas no local consistem no soterramento dasfeições erosivas, introdução de vegetação e na cons-trução de barragens de terra à frente das áreas emque se encontravam as feições erosivas. Estas obraspermitem a retenção e a infiltração da água, amenizandoa ação do escoamento superficial.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O procedimento metodológico adotado nestapesquisa foi de grande valia e eficácia para a compre-ensão da dinâmica dos processos erosivos lineares eas suas relações com a evolução do uso da terra, bemcomo com as características lito-pedológicas da baciado Córrego do Cavalheiro.

Os dados obtidos com os documentos carto-gráficos produzidos – cartas de feições erosivas, cartasde uso da terra dos cenários de 1988, 2000 e 2007 e asrepresentações cartográficas dos dados geológicos epedológicos –, bem como a análise minuciosa e ocruzamento dos mesmos, forneceram subsídios paraum futuro planejamento de uso e ocupação do solo dabacia em questão, sobretudo, identificando a distribuiçãoespacial das feições erosivas lineares, assim como ointrínseco vinculo no desenvolvimento destas feiçõescom as mais diversas formas de uso da terra e com osatributos lito-pedológicos da área de estudo.

A área da bacia do Córrego do Cavalheiroapresenta, de modo geral, em razão de seus atributosgeológicos e pedológicos, um grande potencial natural

para o desenvolvimento dos processos erosivoslineares. Exemplo disso são as discordâncias erosivasexistentes nos setores centro-norte, centro-sul e oestedevido ao contato entre formações geológicas deresistências diferentes. Além disso, verifica-se no setorleste, a presença de Neossolos Quatzarênicos, cujaspropriedades geram uma elevada erodibilidade. Omanejo inadequado deste setor propicia à gênese defeições erosivas lineares. Tal consideração é compro-vada pelo surgimento de feições erosivas lineares nestesetor concomitantemente a expansão da área urbanado município de Analândia.

Neste sentido, nota-se a relação existente entre adinâmica dos processos erosivos lineares e a evoluçãodo uso da terra. Esta relação foi observada em todosos setores da bacia do Córrego do Cavalheiro, seja nadinamização das feições erosivas lineares, comoverificada nos setores centro-norte, centro-sul e oestecom a introdução do cultivo da cana-de-açúcar, ou nacontenção destas feições, no setor centro-sul atravésdo plantio da silvicultura.

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Desta forma, considera-se que a pesquisa reali-zada contribuiu para a compreensão da dinâmica dosprocessos erosivos lineares, sobretudo, na relação exis-tente entre estes processos com o modo que o homemtem se utilizado da terra em determinado período e

com as próprias características naturais do ambiente.Assim, espera-se que esta pesquisa forneça dados queauxiliem o desenvolvimento de um planejamento do usoe ocupação da terra coerente com o ambiente físicoexistente na área pesquisada.

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Manuscrito Recebido em: 10 de dezembro de 2008Revisado e Aceito em: 8 de março de 2009

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