AVALIAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA DE MEDICAMENTOS NO MUNICÍPIO DE … · A logística reversa de...
-
Upload
nguyenkhanh -
Category
Documents
-
view
220 -
download
0
Transcript of AVALIAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA DE MEDICAMENTOS NO MUNICÍPIO DE … · A logística reversa de...
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
AVALIAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA DE MEDICAMENTOS NO
MUNICÍPIO DE LAJEADO/RS
Carla Anete Pflugseder
Lajeado, novembro de 2015
Carla Anete Pflugseder
AVALIAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA DE MEDICAMENTOS NO
MUNICÍPIO DE LAJEADO/RS
Monografia de avaliação da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso - Etapa II apresentado ao Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas do Centro Universitário UNIVATES, como parte da exigência para a obtenção do título de bacharel em Engenharia Ambiental.
Orientador: Prof. Me. Rafael Rodrigo Eckhardt
Lajeado, novembro de 2015
Carla Anete Pflugseder
AVALIAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA DE MEDICAMENTOS NO
MUNICÍPIO DE LAJEADO/RS
A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada na disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso - Etapa II, na linha de formação específica em
Engenharia Ambiental, do Centro Universitário UNIVATES, como parte da exigência
para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental:
Prof. Me. Rafael Rodrigo Eckhardt - orientador
Centro Universitário UNIVATES
Prof. Dr. Odorico Konrad
Centro Universitário UNIVATES
Prof. Dr. Luís César de Castro
Centro Universitário UNIVATES
Lajeado, novembro de 2015
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar quero agradecer a Deus, por trilhar o meu caminho e me
proporcionar saúde e capacidade para superar todas as dificuldades que apareceram
durante a minha jornada.
Agradecer aos meus pais, pela paciência e compreensão nos meus momentos
mais difíceis.
À minha irmã Cássia e cunhado Fabiano, por sempre estender a mão quando
precisei.
Ao meu orientador Rafael Rodrigo Eckhardt, pela ajuda no desenvolvimento
deste trabalho.
Aos professores do curso, pela sabedoria e conhecimento que me transmitiram.
Aos colegas do curso, pela amizade e apoio durante a minha trajetória.
Em especial, ao meu namorado Robson Melo de Oliveira, por sempre estar ao
meu lado me apoiando tanto nos momentos fáceis quanto difíceis, e falando para eu
nunca desistir dos meus objetivos.
Enfim, quero agradecer à todas as pessoas que de uma forma ou de outra,
sempre me ajudaram para que eu pudesse alcançar os meus objetivos.
RESUMO
O Brasil está entre os maiores consumidores de medicamentos no mundo, impulsionado pelas políticas governamentais. Devido a este consumo desenfreado, medicamentos vencidos, sobras e embalagens são descartados no lixo comum, e no esgoto doméstico. A Lei Federal nº 12.305, que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, dispõe sobre as diretrizes relativas do gerenciamento de resíduos sólidos, bem como às responsabilidades dos geradores e do poder público, através da logística reversa e da responsabilidade compartilhada. O Ministério do Meio Ambiente publicou o Edital nº 02/2013, de chamamento público para a elaboração da proposta de um acordo setorial, para a implantação da logística reversa de âmbito nacional dos medicamentos, uma vez que não foram incluídos na PNRS. Este trabalho tem por objetivo diagnosticar o consumo e o descarte de medicamentos pela população e estudantes nas farmácias de Lajeado e avaliar o nível da implementação da logística Reversa de medicamentos no município de Lajeado/RS. Participaram da investigação 7 farmácias, 30 pessoas e 4 turmas de graduação da UNIVATES, sendo aplicados questionários estruturados para cada conjunto amostral. Os resultados evidenciam um elevado consumo de medicamentos pela população e pelos estudantes universitários, sem que descartem as embalagens, sobras de medicamentos e medicamentos vencidos em coletores específicos disponibilizados nas farmácias. A maioria das farmácias entrevistadas disponibilizam coletores, sendo que a cada mês são recolhidos as embalagens, sobras e medicamentos vencidos por uma empresa responsável e destinados tanto ao Aterro Classe I quanto à incineração. A logística reversa de medicamentos no município de Lajeado está longe de ser implementada, visto à falta de informação quanto ao descarte correto dos medicamentos pela população. Este problema poderia ser solucionado se fossem implementadas mais campanhas educativas quanto ao descarte correto, bem como uma maior conscientização por parte da população quanto aos riscos que os medicamentos podem causar tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana. Palavras-chave: Medicamentos. Logística reversa.
ABSTRACT
The Brazil is among the largest consumers of the drugs in the world, combined with government. Because of this rampant consumption, expired products, leftovers and packaging is discarded in the trash, and domestic sewage. The Federal Law No. 12,305, which established the National Policy of Solid Waste, sets forth the guidelines for the management of solid waste, as well as the responsibilities of producers and the government, through reverse logistics and shared responsibility. The Ministry of the Environment published the Notice No. 02/2013, the public call for the preparation of the proposal for a sectoral agreement for the implementation of reverse logistics nationwide of medicines, since they were not included in the PNRS. This study aims to diagnose the consumption and disposal of medicines for people and students in Lajeado pharmacies and assess the level of implementation of Reverse Logistics of drugs in the city of Lajeado / RS. Participated 7 pharmacies in the investigation, 30 people and four undergraduate classes of UNIVATES, structured questionnaires being applied for each sample set. The results show a high consumption of medicines by the population and the university students without discard the packaging, leftover drugs and medicines losers in specific collectors available in pharmacies. Most pharmacies provide interviewed collectors, and each month the packages are collected leftover medicines and won by a responsible company and for both the Class I landfill as incineration. Reverse Logistics drugs in Lajeado municipality is far from being implemented, given the lack of information regarding the proper disposal of medicines by the population. This problem could be solved if they were implemented more educational campaigns about the proper disposal, as well as greater awareness among the population about the risks that the drugs can cause both to the environment and to human health.
Keywords: Medicines. Reverse logistic.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Embalagem primária vítrea utilizada no armazenamento do
medicamento.............................................................................................23
Figura 2 - Embalagem primária blister utilizada no acondicionamento do
medicamento.............................................................................................23
Figura 3 - Embalagem secundária de papelão utilizada na parte externa do
medicamento.............................................................................................24
Figura 4 - Exemplo de acessório utilizado na administração dos medicamentos pelos
farmacêuticos............................................................................................24
Figura 5 - Tipos de logística reversa..........................................................................26
Figura 6 - Fluxograma geral da logística reversa pós consumo................................28
Figura 7 - Rota dos medicamentos descartados no meio ambiente..........................35
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Ordem dos medicamentos mais consumidos pelos clientes por dia.......42
Gráfico 2 – Faixa etária dos clientes que mais consomem medicamentos...............43
Gráfico 3 – Média de pessoas que compram medicamento por dia..........................44
Gráfico 4 – Percentual diário de pessoas que compram medicamentos com e sem
receita médica......................................................................................45
Gráfico 5 – Motivo pelo qual os estabelecimentos disponibilizam coletores
específicos ou outras formas de descarte/coleta de medicamentos
vencidos, sobras ou embalagens.........................................................46
Gráfico 6 – Quantidade diária de pessoas que descartam medicamentos vencidos,
sobras ou embalagens em coletores próprios para esta função..........47
Gráfico 7 – Faixa etária do consumidor que tem o hábito de levar medicamentos ou
suas embalagens para o descarte correto no estabelecimento...........48
Gráfico 8 – Forma do medicamento mais descartado pelos consumidores..............49
Gráfico 9 – Quantidade em kg de medicamentos vencidos coletados por mês........49
Gráfico 10 – Quantidade em kg de sobras de medicamentos coletados por mês.....50
Gráfico 11 - Quantidade em kg de embalagens de medicamentos coletados
por mês.................................................................................................51
Gráfico 12 – Destino dado a medicamentos e embalagens após os mesmos serem
coletados nos estabelecimentos..........................................................52
Gráfico 13 – Responsável por organizar e implementar o sistema de logística
reversa de medicamentos vencidos, sobras e embalagens................53
Gráfico 14 – Faixas etárias da população amostrada...............................................54
Gráfico 15 – Nível de escolaridade da população amostrada...................................55
Gráfico 16 – Cidade em que reside a população amostrada....................................55
Gráfico 17 – Medicamento mais consumido pela população....................................56
Gráfico 18 – Percentual de medicamentos comprados com e sem receita médica
pela população amostrada........................................................................................57
Gráfico 19 – Local de descarte das embalagens de medicamentos pela população
amostrada............................................................................................58
Gráfico 20 – Destino dado a um medicamento vencido ou que sobrou após o término
do tratamento pela população amostrada...........................................59
Gráfico 21 – Riscos causados pelo descarte incorreto de medicamentos...............60
Gráfico 22 – Principal motivo pelo descarte de medicamentos de forma incorreta..61
Gráfico 23 – Responsável por dar um destino adequado a medicamentos vencidos,
sobras ou embalagens.........................................................................62
Gráfico 24 – Estímulo que falta para que as pessoas destinem os medicamentos e
suas embalagens de forma correta......................................................63
Gráfico 25 – Faixas etárias dos estudantes amostrados...........................................64
Gráfico 26 – Medicamento mais consumido pelos estudantes entrevistados............65
Gráfico 27 – Percentual de medicamentos comprados com e sem receita médica
pelos estudantes amostrados.....................................................................................66
Gráfico 28 – Forma do descarte dos medicamentos pelos estudantes.....................67
Gráfico 29 – Local de descarte das embalagens de medicamentos pelos estudantes
amostrados...........................................................................................68
Gráfico 30 – Local de encaminhamento dos medicamentos vencidos, sobras e
embalagens de forma ambientalmente correta....................................69
Gráfico 31 – Principal motivo pelo descarte de medicamentos de forma incorreta...70
Gráfico 32 – Responsável por dar um destino adequado a medicamentos vencidos,
sobras ou embalagens..........................................................................71
Gráfico 33 – Abordagem da logística reversa de medicamentos vencidos, sobras e
embalagens pelas disciplinas no curso.................................................72
Gráfico 34 – Estímulo que falta para que as pessoas destinem os medicamentos e
suas embalagens de forma correta.......................................................73
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Setores envolvidos e atribuições quanto a PNRS...............................33
Tabela 2 - Aspectos, impactos e as soluções para o tratamento dos medicamentos
descartados...........................................................................................36
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ETE – Estação de Tratamento de Efluente
PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
RDC - Resolução da Diretoria Colegiada
RSS - Resíduos de Serviços de Saúde
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 14
1.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 17
1.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................................ 18
2.1 Panorama da produção e consumo no Brasil de medicamentos ............................. 19
2.1.1 Implicações da automedicação para a saúde ......................................................... 20
2.2 Descarte de medicamentos ................................................................................................ 21
2.2.1 Logística reversa ............................................................................................................ 25
2.3 Impactos sócio ambientais decorrentes do descarte inadequado dos
medicamentos ............................................................................................................................... 33
2.3.1 Micropoluentes ............................................................................................................... 35
2.3.2 Saúde ambiental ............................................................................................................. 37
3 METODOLOGIA ......................................................................................................................... 39
3.1 Medicamentos descartados nas farmácias .................................................................... 40
3.2 Consumo e descarte dos medicamentos pela população em geral ........................ 40
3.3 Consumo e descarte dos medicamentos pelos estudantes universitários ........... 41
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................ 42
4.1 Descarte, tratamento e destinação final dos medicamentos nas farmácias ......... 42
4.2 Consumo e descarte de medicamentos pela população em geral .......................... 53
4.3 Consumo e descarte de medicamentos pelos estudantes universitários ............. 63
5 CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 74
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 76
APÊNDICES ....................................................................................................................................... 83
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS FARMÁCIAS ............................................. 84
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO À POULAÇÃO CONSUMIDORA ................. 88
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ESTUDANTES DA UNIVATES ........... 92
14
1 INTRODUÇÃO
Dentre as maiores atividades econômicas do mundo está a indústria
farmacêutica, sendo que seu crescimento anual alcança uma taxa média de 7%, e
sua rentabilidade pode chegar a 15%, ou seja, são maiores que vários outros setores
quando comparados (RENOVATO, 2008).
O elevado consumo de medicamentos gera um grande problema, que consiste
no descarte das embalagens, sobras e medicamentos vencidos. Segundo Sotoriva
(2009), a falta de informação quanto a destinação de medicamentos resulta em um
descarte inadequado, como lixo comum ou vasos sanitários. Segundo Nascimento
(2008), devido ao descarte inadequado de medicamentos vencidos e sobras pode
haver intoxicações causadas pelos mesmos, pois no Brasil, algumas pessoas
sobrevivem a partir de restos provenientes de lixões, estando expostas assim, aos
riscos oriundos dos medicamentos. Outro risco causado à saúde humana pelo
descarte dos medicamentos em vasos sanitários, é que no Brasil os sistemas
convencionais de Tratamento para água de abastecimento não removem os princípios
ativos presentes nos medicamentos, fazendo com que os mesmos retornem às casas
das pessoas por meio de água (UEDA et al., 2009).
15
Devido ao descarte inadequado de medicamentos, tornou-se necessário a
aplicação da logística reversa sobre medicamentos em desuso, bem como o prazo de
validade excedida (BALBINO; BALBINO, 2011; FLORES et al., 2004).
Apesar dos resíduos de medicamentos não estarem especificamente previstos
na PNRS, em seu art. 33, a qual fixa a obrigatoriedade da aplicação da logística
reversa para alguns setores específicos de resíduos sólidos (pilhas e baterias, óleos
lubrificantes, agrotóxicos, pneus, produtos eletrônicos e seus componentes e
lâmpadas fluorescentes), esta lei estipula mecanismos para a extensão da logística
reversa para outros setores. Considerando o grau e a extensão do impacto de certos
resíduos dos serviços de saúde ao meio ambiente, além da viabilidade técnica e
econômica, os parágrafos 1º e 2º do art. 33, estabelecem que o sistema da logística
reversa será aplicável a embalagens e outros produtos mediante previsão em
regulamento, acordo setorial ou termo de compromisso (GRACIANI, FERREIRA,
2014).
A PNRS, descreve que a logística reversa é muito importante para o
gerenciamento dos resíduos sólidos, a qual engloba tanto a pessoa física ou jurídica,
de direito público ou privado, pela responsabilidade da produção de resíduos, seja
este responsável direto ou não. Além disso, a responsabilidade compartilhada
também é muito evidenciada na legislação, quando os geradores de resíduos, sejam
eles público ou não, são responsáveis definitivos e devem fazer com que os objetivos
da PNRS sejam atingidos (PATELA, 2011; PEREIRA, 2012). A PNRS reúne
princípios, objetivos, diretrizes, instrumentos, metas e ações para que a União as
adote individualmente ou que possam ser adotadas em conjunto com os Municípios,
Estados, Distrito Federal ou Particulares a fim de garantir uma gestão e
gerenciamento adequado dos resíduos sólidos.
Para diminuir os impactos causados pelo descarte incorreto de medicamentos
e pela atual inexistência de uma logística reversa de medicamentos, o Ministério do
Meio Ambiente publicou o Edital nº 02/2013 no dia 10 de outubro de 2013, de
chamamento público de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de
medicamentos, para a elaboração da proposta de um acordo setorial, com foco na
16
implantação da logística reversa de âmbito nacional. Os objetos da proposta do
acordo setorial são: medicamentos domiciliares, que estejam em desuso ou vencidos
quando descartados pelo consumidor, sendo estes medicamentos de uso humano,
manipulados industrializados e suas embalagens. A meta do acordo é atingir todo o
território brasileiro após o quinto ano de sua referida aprovação (BRASIL, 2013).
Apesar da PNRS ter sido um grande avanço, a demora em firmar o acordo
setorial na área de medicamentos atrasa o estabelecimento de práticas adequadas
tanto para o descarte quanto para o tratamento de medicamentos em desuso ou
vencidos (SINIR, 2014).
17
1.1 Objetivo geral
Realizar a avaliação da logística reversa de medicamentos no município
de Lajeado/RS.
1.2 Objetivos específicos
Diagnosticar o consumo e o descarte de medicamentos vencidos, sobras
e embalagens em farmácias, pela população em geral e por estudantes
universitários;
Diagnosticar o destino final dado aos medicamentos e suas embalagens
pelas empresas responsáveis em coletar os mesmos dos coletores nas
farmácias;
Avaliar o nível de implementação da logística reversa de medicamentos
e suas embalagens.
18
2 REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com Serafim et al. (2007), um medicamento nada mais é que um
produto farmacêutico, do qual pode ser obtido ou elaborado, com a finalidade curativa,
paliativa ou até mesmo para fins de diagnóstico. O uso do medicamento tem como
objetivo a promoção de resultados como a cura da enfermidade, eliminação ou
redução de sintomas, medida de prevenção de enfermidades e até mesmo do controle
do progresso de doenças.
O consumidor, ao adquirir um medicamento de boa qualidade, deve estar ciente
sobre informações suficientes para seu adequado uso, desde as formas de aquisição,
armazenamento, consulta médica e ajuda farmacêutica. Todas essas informações são
necessárias para o uso racional de um medicamento, evitando assim seu desperdício,
custos ao bolso do consumidor e possíveis agravos à saúde (AYRES, 2007).
Para Rocha (2009), um medicamento deve estar dentro do prazo de validade e
em condições adequadas de utilização para obter o efeito desejado, sendo que um
medicamento vencido pode causar sérios problemas ao meio ambiente, caso este não
seja inutilizado e descartado de forma correta.
Os serviços de saúde são os grandes responsáveis por gerarem resíduos
perigosos após a sua utilização. Cerca de 149 mil toneladas de resíduos urbanos são
gerados no Brasil por dia, e destes, cerca de 1 a 3% são provenientes de resíduos de
saúde, nos quais estão enquadrados resto de medicamentos, agulhas, sangue entre
outros (BRASIL, 2012).
19
2.1 Panorama da produção e consumo no Brasil de medicamentos
A qualidade é um fator muito importante para a fabricação de medicamentos,
pois é a partir dele que são produzidos lotes de medicamentos que atendam as
normas estabelecidas. Para garantir o controle dessa qualidade, este deve ser
acompanhado pela fiscalização de autoridades governamentais, bem como pelos
fabricantes, para que este medicamento alcance sua eficácia. Portanto, não é um
dever apenas social, mas também ético, moral e legal (LINSBINSKI, 2008;
SANTORO, 1998).
A Resolução da Diretoria Colegiada nº 210/2003, estabelece para o Brasil o
regulamento técnico de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos. Nele estão
atribuídas normas de inspeção e auto-inspeção pela Vigilância Sanitária e pelos
fabricantes. Sobre o controle da qualidade, este é validado a partir do ensaio dos
métodos analíticos (BRASIL, 2003).
O mercado farmacêutico brasileiro conta com o apoio de aproximadamente 340
companhias, sendo que a grande maioria está localizada em São Paulo (112
empresas) (FEBRAFARMA, 2006).
Segundo Wright (2000), quanto à distribuição e produção de medicamentos,
considerando mais da metade das indústrias, estão incluídos: antifecciosos (77%);
gastroenterologia (64%); sistema respiratório (64%); antiflamatórios (61%);
analgésicos (55%) e neurológicos (50%).
Para Renovato (2008), a indústria farmacêutica é uma das maiores atividades
econômicas do mundo. Ela está em crescimento econômico há muitos anos, sendo
que este crescimento encontra-se a uma taxa média de 7% anual, e a sua
rentabilidade pode chegar a 15%, ou seja, são maiores do que alguns outros setores,
tais como: alimentação, varejista, automotivo e da construção civil.
Depois da fabricação do comprimido, este passa por vários testes para verificar
alguns parâmetros: uniformidade, cortes e ranhuras, resistência mecânica,
características organolépticas e a biodisponibilidade final do comprimido. Todas essas
20
avaliações garantem que determinado lote de medicamentos tenha uniformidade e
qualidade (SETH; BANDELIN; SHANGRAW, 1980).
Uma das características do cenário industrial farmacêutico, é que existe um
parque de laboratórios públicos, cujo objetivo é a produção de medicamentos voltados
para programas da saúde pública. Esses laboratórios podem produzir cerca de 11
bilhões de unidades farmacêuticas/ano (PINHEIRO, 1997; MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2003).
Segundo Oliveira (2012), devido à economia estável, o Brasil está entre os
maiores consumidores de medicamentos do mundo, aliadas às políticas
governamentais que impulsionam este consumo.
2.1.1 Implicações da automedicação para a saúde
Segundo Rey (1997), a prática da automedicação é muito antiga, ou seja,
desde o início da humanidade, onde as pessoas já se automedicavam para aliviarem
as suas dores ou até mesmo curar certo tipo de doença com o auxílio de recursos
terapêuticos.
Para Blank e Brauner (2009), no Brasil, cerca de 35% dos medicamentos
adquiridos são através da automedicação; devido ao fácil acesso que a população
tem de adquiri-los nas farmácias e por ter dificuldade no acesso dos serviços de
saúde.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas, na
década de 90, cerca de 80 milhões de pessoas já se automedicavam no Brasil. As
implicações relacionadas com esta prática envolviam intoxicação e as reações
alérgicas (IVANNISSEVICH, 1994).
A grande quantidade de medicamentos utilizados sem prescrição médica,
geralmente utilizados de forma que não se conhecia os efeitos colaterais que pode
causar, são responsáveis pelo grande número de intoxicações registrados no Brasil
(LESSA et al., 2008).
21
Embora a automedicação seja um hábito comum no cotidiano dos brasileiros,
esta pode provocar sérios problemas à saúde humana tais como: reações de
hipersensibilidade, resistência bacteriana, sangramentos digestivos, dependência,
intoxicação e em alguns casos pode levar à morte. Colírios e outros medicamentos de
uso coletivo podem causar contaminação cruzada (ARRAIS et al., 1997).
Várias pessoas tomam medicamentos sem nenhuma necessidade, mas o
fazem pelo simples fato de que poderão se sentir estressadas ou nervosas. As
mulheres são a grande maioria neste caso, que costumam usufruir destes
medicamentos com o intuito de perder peso ocasionados pela falta de apetite que o
mesmo causa.
Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas revelam
que os medicamentos são os grandes responsáveis pelas intoxicações no Brasil,
sendo que no ano de 2002, as intoxicações pelos medicamentos chegaram 26,6% do
total registradas no país. Entre os medicamentos mais consumidos estão
antidepressivos, benzodiazepínicos, anti-inflamatórios, e medicamentos para aliviar
os sintomas causados pela gripe (BRASIL, 2012; BRITO; NASCIMENTO JR., 2012).
2.2 Descarte de medicamentos
Entre os maiores geradores de resíduos de medicamentos estão os serviços
de saúde, seja ele humana ou animal; farmácias de manipulação, distribuidores de
produtos farmacêuticos e drogarias. A indústria farmacêutica também é uma grande
geradora de resíduos de medicamentos, seja devido à devolução e recolhimento de
medicamentos no mercado, bem como aqueles que acabam sendo rejeitados tanto
no processo de produção dos medicamentos, como aqueles que não atendem o
controle de qualidade (FALQUETO; KLINGERMAN, 2010).
Segundo Mendes et al. (2010), vários são os fatores em que resultam na
geração de resíduos de medicamentos, entre eles se destacam as propagandas na
mídia, que estimulam o consumidor a adquirir medicamentos sem necessidade, caixas
de medicamentos contendo mais do que o médico irá prescrever, autoconsumo de
22
medicamentos, e a alteração de um medicamento por outro durante o tratamento de
alguma doença.
A falta de informação quanto a destinação de medicamentos resulta em um
descarte inadequado dos mesmos, como lixo comum ou vasos sanitários. No caso
do descarte em vasos sanitários, no Brasil não existe um tratamento eficaz do esgoto
sanitário, que resulta na não remoção dos princípios ativos medicamentos
(SOTORIVA, 2009).
O órgão ambiental e de vigilância sanitária são os responsáveis por fiscalizar
as empresas geradoras de resíduos de medicamentos, para que as mesmas cumpram
com o seu dever mediante a legislação quanto a destinação correta destes produtos
(FALQUETO; KLIGERMAN; ASSUMPÇÃO, 2010).
Resíduos provenientes da produção de medicamentos podem causar sérios
problemas à saúde humana e ao meio ambiente, pois apresentam alta periculosidade.
Eles devem ser acondicionados, coletados, armazenados, transportados, destinados
e posteriormente serem tratados (GALVÃO FILHO E ASSUNÇÃO, 2007).
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2012), o
descarte de medicamentos em desuso, vencidos ou até mesmo sobras dos mesmos,
é feito por muitas pessoas que os destina tanto no lixo comum, como na rede de
esgoto. Esses resíduos acabam gerando sérios problemas ao meio ambiente, entre
eles pode se destacar a contaminação do solo e água.
Os resíduos de medicamentos estão enquadrados no grupo B, pois apresentam
substâncias químicas na sua composição que podem afetar a saúde humana e ao
meio ambiente, de acordo com o potencial inflamável, reativo, corrosivo e radiativo
(BRASIL, 2010).
Entre os resíduos de medicamentos, pode-se destacar as embalagens
utilizadas para acondicionar os medicamentos, as quais se divide em primária e
secundária e seus acessórios (BRASIL, 2011):
a) Embalagem Primária: possui contato direto com o medicamento,
destinando-se ao armazenamento, conforme Figuras 1 e 2.
23
Figura 1 - Embalagem primária vítrea utilizada no armazenamento do medicamento
Fonte: Brasil (2011).
Figura 2 - Embalagem primária blister utilizada no acondicionamento do
medicamento
Fonte: Brasil (2011).
b) Embalagem secundária: é aquela que está em contato com a embalagem
primária, ou seja, situada na parte externa do medicamento. Caixas de
papelão, bem como caixas térmicas são alguns exemplos de embalagem
secundária. A Figura 3 representa um exemplo de embalagem secundária.
24
Figura 3 - Embalagem secundária de papelão utilizada na parte externa do
medicamento
Fonte: Brasil (2011).
c) Acessório: são utensílios utilizados para auxiliar a dosagem, condução e
execução da administração dos medicamentos pelos farmacêuticos. Na
Figura 4, pode se observar um exemplo de acessório.
Figura 4 - Exemplo de acessório utilizado na administração dos medicamentos
pelos farmacêuticos
Fonte: Brasil (2011).
No que se diz respeito às embalagens secundárias, se as mesmas não tiveram
nenhum tipo de contato com os medicamentos, estas poderão ser destinadas ao lixo
25
comum, podendo até mesmo serem recicladas. Já os materiais e embalagens
contaminados devem ser destinados a um tratamento eficaz de descontaminação
(ANVISA, 2004).
Segundo Oliveira (2012), a Resolução da Diretoria Colegiada nº 80, de 11 de
maio de 2006, informa que drogarias e farmácias só podem fracionar medicamentos
em embalagens próprias para este fim, de modo que somente serão dispensados em
quantidades individualizadas para atender a necessidade do consumidor. Esta medida
tem a finalidade de reduzir o desperdício de medicamentos e a automedicação
decorrente das sobras destes produtos.
A embalagem fracionada é desenvolvida por um fabricante e posteriormente
aprovada pela ANVISA para tal finalidade. O acondicionamento da mesma se dá
através de uma embalagem externa facilmente identificada para tal uso (ANVISA,
2006).
Para Ueda et al. (2009), a sociedade não é a principal culpada pelo descarte
inadequado dos medicamentos, pois a legislação apresenta falhas quanto ao descarte
adequado dos medicamentos pelos consumidores.
2.2.1 Logística reversa
Segundo Tadeu et al. (2012), a logística reversa é um processo estratégico, a
qual favorece à empresa um diferencial competitivo. Os critérios podem ser definidos
como valor econômico agregado, retorno de produtos, aspectos ecológicos, imagem
corporativa e atendimento à legislação.
A logística reversa foi regulamentada no Brasil através da Lei nº 12.305, de 2
de agosto de 2010, intitulada de Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS
(Decreto Nº 7.404). Segundo esta Lei, a logística reversa é um instrumento de
desenvolvimento social e econômico, caracterizando-se por um conjunto de ações,
meios e procedimentos que serão destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial e/ou industrial, para que os mesmos possam
ser reaproveitados, no mesmo ciclo, em outros ciclos produtivos, ou para que tenha
uma destinação ambientalmente adequada (BRASIL, 2010).
26
A logística reversa é de suma importância, pois ela é uma ferramenta
significativa para o gerenciamento de resíduos sólidos, a qual está embasada na
responsabilidade compartilhada do ciclo de vida dos produtos. Além disso, a logística
reversa tem sido alvo de debates e estudos de viabilidade (cultural, econômica ou
técnica) (ANVISA, 2013; PATELLA, 2011; SILVA et al., 2014).
A PNRS faz uma ressalva em relação à geração dos resíduos e sua diminuição.
A Lei determina que o gerenciamento dos resíduos sólidos deve observar a seguinte
ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos
resíduos sólidos e, por último, disposição ambientalmente adequada dos rejeitos.
Também é permitida a utilização de tecnologias que visem à recuperação energética
dos resíduos sólidos urbanos, desde que comprovada a viabilidade técnica e
ambiental e implantado o programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos
aprovado pelo órgão ambiental.
Para Leite (2009), a logística reversa se divide em pós venda e pós consumo,
onde na pós venda são produtos que foram devolvidos ao fabricante por diversas
razões e o pós consumo, que são produtos que chegaram até o consumidor de uma
forma natural e depois de utilizados retornaram ao fabricante, conforme Figura 5.
Figura 5 - Tipos de logística reversa
Fonte: Leite (2009).
27
Para Leite (2002), o principal objetivo da logística reversa pós-venda é agregar
valor a um produto pelo qual foi devolvido por diversas razões comerciais, seja por
falhas ou defeitos de funcionamento do produto, garantia dada pelo fabricante, erro
no processamento dos pedidos, entre outra razões.
A logística pós-venda de medicamentos se dá devido a vários fatores tais como:
a interrupção do tratamento de certa doença, vencimento de medicamentos, falta de
implantação de fracionamento dos medicamentos, sobras nas embalagens, falta de
gerenciamento em estoques de indústrias ou até mesmo estabelecimentos e
distribuição de medicamentos contendo amostra grátis (ANVISA, 2013).
O principal objetivo da logística reversa pós-consumo é agregar valor a um
produto constituído por bens inservíveis ao proprietário original, ou até mesmo que
foram descartados pois atingiram a sua vida útil. Estes produtos podem se originar de
bens duráveis ou descartáveis e poderão fluir por canais reversos de reuso,
desmanche, reciclagem e até a sua disposição final (LEITE, 2002).
A logística de pós consumo, tem por objetivo não apenas administrar o
consumo final de um determinado produto pelo consumidor, mas também o seu
retorno para a indústria para que a mesma efetue o seu descarte correto ou a reutilize
(MUELLER, 2005). Após o produto ser utilizado, o mesmo pode ter um destino seguro
através da logística reversa de pós consumo, e em caso contrário o mesmo terá um
destino não seguro. A Figura 6 demonstra como funciona a logística pós consumo.
28
Figura 6 - Fluxograma geral da logística reversa pós consumo
Fonte: Leite apud Mueller (2005).
Devido ao descarte inadequado de medicamentos, os quais causam impactos
tanto para o meio ambiente quanto para a saúde pública por se tratar de um resíduo
perigoso, tornou-se necessário a aplicação da logística reversa sobre medicamentos
em desuso, bem como o prazo de validade excedida (BALBINO; BALBINO, 2011;
FLORES et al., 2004).
Apesar dos resíduos de medicamentos não estarem especificamente previstos
na PNRS art. 33, a qual fixa a obrigatoriedade da aplicação da logística reversa para
alguns setores (pilhas e baterias, óleos lubrificantes, agrotóxicos, pneus, produtos
eletrônicos e seus componentes e lâmpadas fluorescentes), esta lei estipula
mecanismos para a extensão deste setor. Considerando o grau e extensão do impacto
de certos resíduos à saúde e ao meio ambiente, além da viabilidade técnica e
econômica, os parágrafos 1º e 2º do art. 33, estabelecem que o sistema da logística
reversa será aplicável a embalagens e outros produtos mediante previsão em
regulamento, acordo setorial ou termo de compromisso (GRACIANI; FERREIRA,
2014).
O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) foi
adotado devido à sua necessidade, através da iniciativa do Ministério da Saúde em
29
publicar o Manual de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde em 2006.
Porém, não foram estabelecidas soluções corretas para o descarte final de
medicamentos, assim como na Resolução da Diretoria Colegiada, RDC 306 da
ANVISA de 2004 (EICKHOFF, HEINECK, SEIXAS, 2009).
Brasil (2006) cita que a RDC ANVISA nº 306/2004 classifica os Resíduos de
Serviços de Saúde (RSS), a qual dispõem o regulamento técnico para o
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Já a Resolução CONAMA nº
358/2005, aborda sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços
de saúde e outras providências. Os RSS são classificados em cinco grupos:
Grupo A - resíduos com a possível presença de agentes biológicos. Ex.: Carcaças,
peças anatômicas (membros), placas e lâminas de laboratório, bolsas transfusionais
contendo sangue, tecidos, entre outros;
Grupo B - resíduos químicos. Ex.: Reagentes de laboratório, medicamentos
apreendidos, resíduos contendo metais pesados, reagentes de laboratório, entre
outros;
Grupo C - rejeitos radioativos. Ex.: Radioterapia, serviços de medicina nuclear, entre
outros;
Grupo D - resíduos comuns. Ex.: Resíduos das áreas administrativas, sobras de
alimentos bem como do preparo;
Grupo E - materiais perfurocortantes. Ex.: Agulhas, lâminas de barbear, pontas
diamantadas, agulhas, lâminas de bisturi, ampolas de vidro, lancetas, espátulas e
outros similares.
A Lei nº 12.305/2010, da PNRS, descreve que a logística reversa é muito
importante para o gerenciamento dos resíduos sólidos, a qual engloba tanto a pessoa
física ou jurídica, de direito público ou privado, pela responsabilidade da produção de
resíduos, seja este responsável direto ou não. Além disso, a responsabilidade
compartilhada também é muito evidenciada na legislação, quando os geradores de
resíduos, sejam eles público ou não, são responsáveis definitivos e devem fazer com
que os objetivos da PNRS sejam atingidos (PATELA, 2011; PEREIRA, 2012). A PNRS
reúne princípios, objetivos, diretrizes, instrumentos, metas e ações para que a União
30
as adote individualmente ou que possa ser adotadas em conjuntos com os Municípios,
Estados, Distrito Federal ou Particulares a fim de garantir uma gestão e
gerenciamento adequado ambientalmente dos resíduos sólidos.
Conforme Art. 30 da PNRS é instituída a responsabilidade compartilhada pelo
ciclo de vida dos produtos, a ser implantada de forma individualizada e encadeada,
abrangendo os produtores, importadores, distribuidores e comerciantes, os
consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos. Tal política possui como instrumento o Sistema Nacional de
Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos – SINIR, sendo um sistema de
informações que atua sob a coordenação e articulação do Ministério do Meio
Ambiente, coletando e sistematizando dados relativos aos serviços públicos e
privados de gerenciamento de resíduos sólidos, assim possibilitando o monitoramento
e a fiscalização, além da avaliação da eficiência do gerenciamento dos resíduos
sólidos, dos resultados, impactos e acompanhamento das metas definidas nos planos,
informando à população sobre as atividades da PNRS. Quanto à responsabilidade do
manuseio, do acondicionamento e da disposição para tratamento, cabe ao
estabelecimento gerador. Porém, dependendo do tipo de tratamento, pode haver uma
responsabilidade compartilhada entre o poder público municipal e a instituição
geradora dos resíduos, de acordo com as condições financeiras e os interesses das
partes envolvidas. Vale ressaltar que a participação do elo consumidor é essencial
para viabilizar a logística reversa. No entanto, esta participação está vinculada à
implantação e continuidade dos Programas de Educação Ambiental que envolve a
conscientização e a sensibilização deste elo para a gestão do medicamento vencido
enquanto resíduo (GRACIANI; FERREIRA, 2014). A Tabela 1, demonstra os setores
envolvidos e suas atribuições quanto a PNRS.
31
Tabela 1 – Setores envolvidos e atribuições quanto a PNRS
Setores Obrigações
Produtores Fabricantes
Este grupo tem a responsabilidade pelos produtos citados no art. 33 da PNRS, mesmo após o final da sua vida útil preliminar, obrigando-se a: *planejar a eco-concepção do produto a fim de prevenir os perigos decorrentes da transformação do produto em resíduo e de forma a facilitar a sua reciclagem ou a reutilização; *implantar a LR e uma correta rotulagem ambiental; *arcar com obrigações financeiras para com a entidade gestora dos resíduos; *adquirir produtos ou matérias-primas provenientes da reciclagem.
Comerciantes Distribuidores Importadores
A responsabilidade se traduz no dever de devolver aos fabricantes as embalagens e produtos devolvidos pelos clientes e informar aos clientes e consumidores sobre as práticas de logística reversa e a forma pela qual esses resíduos serão valorizados.
Consumidores
Os consumidores finais assumem a obrigação de colaborar com a gestão dos resíduos sólidos, dispondo-os seletivamente, nos locais identificados pelos Fabricantes/Produtores, Comerciantes/Distribuidores/Importadores e Prefeituras/Empresas Terceirizadas.
Poder Público Municipal
As Prefeituras Municipais responsáveis pelos serviços de limpeza urbana e coleta/manejo dos resíduos sólidos urbanos devem assumir: *a articulação com os agentes econômicos e sociais de medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos; *a disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos gerados; *o estabelecimento de sistemas de coleta seletiva; *a implantação de sistemas de compostagem para os resíduos orgânicos e a definição de sua utilização; *constituição de parcerias com cooperativas ou empresas terceirizadas que realizam parte ou toda a gestão dos resíduos mediante licitação que deve estar de acordo com o inciso XXVII do art. 24 da Lei Nº 8.666/93.
Fonte: Guarnieri (2011, p. 117).
32
A Lei nº 7404/2010, a qual regulamenta a PNRS, instituiu o Comitê Orientador
(composto pelos Ministros da Saúde, meio Ambiente, Fazenda, desenvolvimento e
Agricultura) para a implantação de Sistemas de logística reversa. Os Ministros ficarão
encarregados de implementar as várias ações tendentes a facilitar a aplicação da
logística reversa, no que diz respeito à gestão de resíduos sólidos no Brasil (ANVISA,
2013).
Por meio de acordos setoriais, e visando a responsabilidade compartilhada, os
sistemas da logística reversa serão implementados através de Termos de
Compromisso ou até mesmo por regulamentações que serão expedidas pelo poder
público, através acordos firmados entre setor privado e o poder público. Porém, antes
de implementar o sistema da logística reversa, esta será avaliada pelo Comitê
Orientador, a fim de analisar a sua viabilidade no que diz respeito aos aspectos
sociais, econômicos e técnicos (BRASIL, 2010).
O Grupo Temático de Trabalho de Medicamentos criado em março de 2011 no
âmbito do Comitê Orientador, cujo objetivo é avaliar a implementação da logística
reversa de medicamentos na cadeia produtiva, a qual será administrada pelo
Ministério da Saúde e apoio da ANVISA, além da participação de representantes de
instituições públicas, das principais produtoras e distribuidoras de medicamentos em
todo o país, sociedade civil e entidades de classe. Através destes estudos, será
possível elaborar um modelo de logística reversa para os medicamentos que não
serão mais usados, e que hoje podem ser encontrados nos domicílios. Este modelo
visa a correta gestão e gerenciamento de resíduos de medicamentos, sendo que isso
será possível a partir de um acordo setorial, respeitando-se a responsabilidade
compartilhada (ANVISA, 2011).
O Instituto de Economia da UNICAMP, realizou um estudo de viabilidade
técnica e econômica para a implantação de um modelo de logística reversa de
medicamentos no país. Os resultados parciais deste estudo foram apresentados para
todo o país (HIRATUKA, 2012). Durante esta apresentação, foram citadas duas
possíveis tecnologias de destinação de medicamentos: aterro classe I (técnica de
disposição final de resíduos químicos sem causar riscos à saúde humana) e
incineração (queima do material, reduzindo assim o seu volume e destruindo
organismos patógenos e matéria orgânica) (BRASIL, 2006).
33
Segundo Hiratuka (2012), este modelo de logística prevê que tanto farmácias
quanto drogarias sejam pontos de coleta de medicamentos (sendo que esta adesão é
voluntária), e que após coletados, estes medicamentos deverão ser encaminhados
para uma unidade de tratamento. Além de disponibilizarem um espaço apropriado
para os pontos de coleta, as farmácias e drogarias devem realizar o controle dos lotes
de medicamentos (pesagem e identificação), orientar os consumidores quanto aos
procedimentos de coleta e informar (através do programa de gerenciamento
padronizado de lotes) o quanto de medicamentos foram devolvidos pelos
consumidores, bem como informar o quanto de medicamentos estão deteriorados
e/ou vencidos em seus estoques.
Para diminuir os impactos causados pelo descarte incorreto de medicamentos
e pela atual inexistência de uma logística reversa de medicamentos, o Ministério do
Meio Ambiente publicou o Edital nº 02/2013 no dia 10 de outubro de 2013, de
chamamento público de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de
medicamentos, para a elaboração da proposta de um acordo setorial, com foco na
implantação da logística reversa de âmbito nacional. Os objetos da proposta do
acordo setorial são: medicamentos domiciliares, que estejam em desuso ou vencidos
quando descartados pelo consumidor, sendo estes medicamentos de uso humano,
manipulados e industrializados e suas embalagens. A meta do acordo é atingir todo o
território brasileiro após o quinto ano de sua referida aprovação (BRASIL, 2013).
Apesar da PNRS ter sido um grande avanço, a demora em firmar o acordo
setorial atrasa o estabelecimento de práticas adequadas tanto para o descarte quanto
para o tratamento de medicamentos em desuso ou vencidos (SINIR, 2014).
2.3 Impactos sócio ambientais decorrentes do descarte inadequado dos
medicamentos
O descarte correto dos medicamentos é ação conjunta do Ministério da Saúde
e do Ministério do Meio Ambiente. Cabe à eles, o dever de fazer com que as pessoas
evolvidas na geração desses resíduos, possam dar a sua destinação correta
(FALQUETO; KLIGERMAN; ASSUMPÇÃO, 2006).
34
Devido à falta de informação quanto à destinação correta de medicamentos
vencidos ou até mesmo inutilizados, a população simplesmente destina os mesmos
no lixo comum. Estes poderão acarretar problemas à saúde pública, pois no Brasil,
algumas pessoas sobrevivem a partir de restos provenientes de lixões, estando
expostas assim, aos riscos oriundos dos medicamentos (VETTORAZZI; VENAZZI,
2008).
Na Tabela 2, estão descritos os aspectos, impactos e as soluções para o
tratamento dos medicamentos descartados (FINKLER, 2012).
Tabela 2 - Aspectos, impactos e as soluções para o tratamento dos medicamentos
descartados
Aspectos Impactos Soluções
Descarte de Embalagens primárias vítreas: ampola, frasco, frasco-ampola, frascos gotejador, frasco spray.
Contaminação do solo e recursos hídricos; Causar ferimentos provocado por corte; Poluição visual; Passivo ambiental.
Orientar a população quanto ao descarte correto das embalagens; Oferecer coleta das embalagens; Segregar as embalagens vítreas; Verificar quais podem ser recicladas após prévio tratamento de descontaminação e limpeza da embalagem; Em caso de não reciclar, destinar para local ambientalmente adequado.
Descarte de Embalagens secundárias: caixas, caixa térmica.
Contaminação do solo e recursos hídricos caso esteja contaminado com resíduo de medicamentos; Poluição visual; Desperdício de recurso natural.
Segregar as embalagens secundárias das primárias; Evitar contaminação da embalagem secundária com o medicamento; Enviar à reciclagem para o reprocessamento; Verificar o tratamento das caixas térmicas ou destinação adequada.
Descarte de Acessórios dos medicamentos: agulha, colher, conta-gotas, copo dosador, seringa, válvula indicadora de dose.
Transmissão de doenças; Caso contenha medicamentos, pode causar contaminação do solo e recurso hídrico; Poluição visual; Passivo ambiental.
As agulhas devem ser segregadas separadamente dos outros acessórios tendo um tratamento especial; Acessórios que contenham medicamentos devem ser limpos para encaminhar para a reciclagem ou destinar para local ambientalmente adequado.
Descarte de Resíduos de medicamentos Líquidos.
Contaminação do solo e recurso hídrico; Causar doenças; Passivo ambiental.
Verificar a possíveis tratamentos para a inibição do fármaco; Destinar para local ambientalmente adequado.
Fonte: Finkler (2012).
35
2.3.1 Micropoluentes
Os medicamentos descartados podem entrar no ambiente através de uma série
de fontes e mecanismos. As principais entradas dos mesmos são de modo intencional,
sendo eliminados através da excreção após serem ingeridos, infusão ou injeção; além
de serem destinados tanto para o lixo comum, bem como no esgoto sanitário
(CARVALHO, 2009). A Figura 7 representa um possível esquema dessa rota no meio
ambiente.
Figura 7 - Rota dos medicamentos descartados no meio ambiente
Fonte: Bila et al. (2003).
Para Melo et al. (2009), a maior rota de entrada de medicamentos é através do
esgoto doméstico, tratado ou não, o qual acaba contaminando a água. O esgoto
proveniente de áreas rurais também deve ser levado em consideração, pois são
encontrados fármacos oriundos do esterco animal que são utilizados para adubar o
solo.
36
O descarte inadequado dos medicamentos pode afetar as águas de lençóis
freáticos, águas oceânicas, águas de rios, sedimentos e solo. O resíduo de cada tipo
de medicamento pode afetar cada local de uma forma diferente, seja por alteração do
desenvolvimento de plantas, contaminação do ambiente em que se encontra ou até
mesmo metabolização e incorporação pelos animais (UEDA et al., 2009).
Os principais fármacos que causam maiores problemas em relação ao meio
ambiente são os antibióticos (76,6%), hormônios (73,6%), e antidepressivos (69,4%).
O percentual de cada fármaco está relacionado com o inerente risco ambiental
(BOUND et al., 2005).
Para Gil e Mathias (2005), um dos impactos ambientais de grande preocupação
que estão associados aos resíduos de medicamentos está a genotoxicidade, pois ela
pode causar mutações genéticas em seres que estão expostos a ela.
Os perturbadores endócrinos são compostos químicos responsáveis por
perturbar o sistema endócrino hormonal de seres humanos bem como dos animais.
Dentre estes compostos estão os estrogênios naturais e os contraceptivos (TERNES
et al.,1999.).
Apesar de ser um analgésico muito conhecido no mundo todo, o ibuprofeno
pode causar danos para o meio em que se encontra, o qual pode provocar a mutação
de microorganismos que estão expostos a ele, já que foi apresentado alguma ação
antimicrobiana (BERGER et al., 1986).
Certos antibióticos como: estreptomicina, penicilina e alguns antiparasitários,
podem interferir no ciclo biológico de determinado meio, inibindo o crescimento em
um primeiro instante, mas após eles podem causar efeitos genotóxicos, causando
danos ao DNA, bem como interferindo nos mecanismos de transdução (KLEINJANS;
SCHOOTEN, 2002; WATERS et al., 2003 apud GIL; MATHIAS, 2005).
Dependendo do tempo e da dose em que pessoas ficam expostos aos
estrogênios naturais e contraceptivos, doenças como câncer de mama, testicular e de
próstata, redução da fertilidade masculina e ovários policísticos podem estar
relacionadas com este contato (FOLMAR et al., 2000).
37
De acordo com Rodrigues (2009), quando os resíduos de medicamentos
acabam chegando em uma Estação de Tratamento de Efluentes, os mesmos são
submetidos a processos de tratamentos convencionais, onde na maioria das vezes,
estes resíduos não são removidos totalmente. Esta falta de eficiência na remoção
destes componentes é devido a estes medicamentos possuírem ação biocida ou
estruturas químicas complexas que não são passíveis para a biodegradação, fazendo
com que estes resíduos estejam presentes em ETE.
2.3.2 Saúde ambiental
A saúde ambiental se restringe a ocupação da saúde pública no que diz
respeito as formas de vida, substâncias e condições em torno do ser humano, que
podem trazer qualquer tipo de problema para a saúde humana ou para o seu bem
estar (BRASIL, 1999).
Segundo Harpham et al. (1998), a população mais carente, que reside nas
partes mais pobres de determinada cidade, ou até mesmo em periferias dos centros
urbanos, acabam vivendo em condições precárias de moradia, ficando assim, sem
acesso a serviços básicos de água e saneamento. Além disso, essas pessoas ficam
expostas aos problemas ambientais, tais como a poluição atmosférica, poluição
oriunda de produtos químicos, moradia e resíduos sólidos.
Os fatores ambientas estão ligados a vários problemas relacionados com
doenças infectocontagiosas e crônicas degenerativas, sendo as infectocontagiosas
ligadas a contaminações de corpos hídricos e à presença de vetores. Já para as
doenças crônicas estão ligadas o estresse, poluição ambiental e a má qualidade em
que os alimentos chegam na mesa do consumidor (BRASIL, 1999).
Para WRI (1996), uma moradia com presença de mofo, umidade, presença de
roedores e insetos, ruído, falta de ventilação e grande número de pessoas habitando
um mesmo ambiente, são considerados grandes problemas para a saúde da
população.
A poluição do ar é outro fator que deve ser considerado quando se trata de
problemas para o ser humano. Muitas pessoas que moram nas grandes cidades estão
38
seriamente expostas a ela e em níveis acima do que é permitido, embora haja um
maior controle nas emissões de poluentes atmosféricos por parte das regiões
desenvolvidas (WHO, 1996).
Segundo Gouveia (1998), a poluição atmosférica está diretamente relacionada
com doenças respiratórias, o que vem aumentando a cada ano o número de mortes
em todo o mundo, bem como o prejuízo da função pulmonar.
Os resíduos sólidos também são um grande problema para a saúde humana,
provocados pela destinação inadequada em córregos, ruas, terrenos vazios e até
mesmo em rios. Além de provocar entupimento de bueiros que consequentemente
agravam a situação das enchentes, causam assoreamento de rios, mau cheiro,
proliferação de vetores como baratas, ratos e moscas aumentando assim, o número
de casos de doenças provocados pelos mesmos (GOUVEIA, 1999).
Uma das principais causas da contaminação ambiental está ligada ao descarte
de medicamentos no meio ambiente de forma incorreta. Esta contaminação ocorre de
forma muito silenciosa, pois muitas pessoas não se dão conta que ao tomar um
determinado medicamento, este pode ficar no organismo durante dias ou até mesmo
horas, e que depois serão eliminados através da urina que posteriormente acabarão
atingindo o corpo hídrico. Devido à falta de um sistema de tratamento de efluentes
eficaz no Brasil, os componentes presentes nos medicamentos não são removidos,
os quais causam impactos no meio ambiente, bem como para a saúde humana.
Pensando em todos os problemas relacionados com o descarte incorreto de
medicamentos, a PNRS institui que a logística reversa é um importante instrumento
para tentar mudar esta situação e fazer com que se possa diminuir os impactos
causados por medicamentos no meio ambiente, bem como para a saúde humana.
39
3 METODOLOGIA
O trabalho consiste em uma pesquisa quantitativa e qualitativa, a qual teve
como método o estudo de múltiplos casos, conforme Yin (2001). Esta escolha foi
adotada em função do assunto do trabalho ser amplo e pouco conhecido, o qual tratou
da logística reversa de medicamentos, apresentando o consumo e descarte feitos em
farmácias, população consumidora e por estudantes universitários.
O município escolhido para desenvolver o estudo foi a cidade de Lajeado/RS,
pois ele é o maior centro urbano do Vale do Taquari, além de concentrar o maior
número de pessoas residentes desta região, sendo 71.745 habitantes segundo Censo
do IBGE de 2010.
Neste trabalho a pesquisa exploratória foi utilizada para aumentar o
conhecimento sobre a logística reversa de medicamentos, além de gerar atributos que
foram utilizados para elaborar instrumentos de coleta e informações.
A avaliação da logística reversa no município de Lajeado foi realizada através
da aplicação de questionários estruturados em farmácias, população consumidora e
por estudantes universitários da UNIVATES.
40
3.1 Medicamentos descartados nas farmácias
Para a aplicação do questionário estruturado, foram selecionadas 7 farmácias,
levadas como critério de escolha que as mesmas funcionam através de uma rede de
serviços, e que a gestão no que diz respeito ao descarte de medicamentos ocorre da
mesma forma nesses estabelecimentos. Outro fator relevante que contribuiu para a
escolha das 7 farmácias, é de que vários desses estabelecimentos estão presentes
nas principais ruas do centro da cidade, aspecto que facilita a compra e,
consequentemente, o descarte dos medicamentos.
Foi aplicado um questionário estruturado para o gerente e/ou farmacêutico de
cada estabelecimento responder, a fim de diagnosticar o consumo e o descarte de
medicamentos e embalagens. Também foi diagnosticado o tratamento e o destino final
dado aos medicamentos descartados em coletores das farmácias pelas empresas
responsáveis em coletar os mesmos nas farmácias. A partir destes dados foi possível
avaliar o nível de implementação da logística reversa dos medicamentos nestes
estabelecimentos.
O modelo de questionário que foi aplicado às farmácias se encontra no
Apêndice A.
3.2 Consumo e descarte dos medicamentos pela população em geral
Foi aplicado à população em geral um questionário estruturado contendo
perguntas pertinentes ao consumo e o descarte de medicamentos pelos mesmos,
ficando definido pela autora um único ponto para a coleta destas informações. O local
escolhido foi em frente ao Hospital Bruno Born, localizado na rua Júlio de Castilhos,
centro da cidade, pois neste local um grande número de pessoas circulam
diariamente.
O questionário foi aplicado para 30 pessoas, sendo estas abordadas de forma
aleatória, além de não ser direcionado apenas para uma faixa etária ou gênero. O
modelo de questionário se encontra no Apêndice B.
41
3.3 Consumo e descarte dos medicamentos pelos estudantes universitários
Foi aplicado um questionário estruturado aos estudantes de uma disciplina de
cada um dos Centros (CETEC, CCHS, CCBS e CGO) da UNIVATES, contendo
perguntas pertinentes ao consumo e descarte de medicamentos.
As turmas participantes do estudo foram indicadas pela coordenação da
Engenharia Ambiental, após contato com os professores responsáveis. No total,
responderam ao questionário 114 estudantes, sendo destes 42 da disciplina de
Cálculo Atuarial; 23 de Análises de Águas e Efluentes; 28 de Direito Ambiental e 21
de Microbiologia Ambiental.
A partir destes dados, foi possível avaliar o comportamento dos estudantes
universitários quanto ao consumo e o descarte de medicamentos e embalagens. O
modelo de questionário que foi aplicado aos estudantes se encontra no Apêndice C.
Após coletadas as informações dos questionários estruturados, os dados foram
avaliados estatisticamente, organizados e passaram a ser sintetizadas as informações
coletadas. Posteriormente, os dados passaram a ser expressados através de tabelas,
gráficos e descrição qualitativa, a fim de avaliar o nível de implementação da Logística
reversa de medicamentos e embalagens no município de Lajeado/RS.
42
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo serão apresentados os resultados e as análises adquiridas ao
longo da pesquisa sobre o consumo e o descarte de medicamentos pela população
em geral e estudantes, bem como a atual situação da logística reversa de
medicamentos no município de Lajeado.
4.1 Descarte, tratamento e destinação final dos medicamentos nas farmácias
O Gráfico 1 apresenta a ordem dos medicamentos mais consumidos pelos
clientes por dia.
Gráfico 1 – Ordem dos medicamentos mais consumidos pelos clientes por dia
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
0
1
2
3
4
5
6
3
12
45
6
Ord
em
pri
ori
tári
a d
o c
on
su
mo
de
me
dic
am
en
tos
Medicamentos mais consumidos
43
A análise do Gráfico 1 permite constatar que o medicamento mais consumido
pelos clientes por dia foi o anti-inflamatótio, sendo este evidenciado em três das sete
farmácias entrevistadas. Em seguida, o analgésico foi o segundo medicamento mais
consumido, seguido pelos antibióticos, antidepressivos, hormonal e pressão arterial.
Estes resultados confirmam a citação de BRASIL, (2012) e; BRITO e; NASCIMENTO
JR., (2012), de que um dos medicamentos mais consumidos pela população são os
ainti-inflamatórios. Dados da pesquisa revelam que as mulheres possuem o hábito de
consumir mais medicamentos que os homens, devido à maior ocorrência de
problemas físicos, maior preocupação com doenças crônicas e depressão, além de
um maior número de consultas médicas.
O Gráfico 2 expressa a faixa etária dos clientes em relação ao percentual de
consumo de medicamentos.
Gráfico 2 – Faixa etária dos clientes que mais consomem medicamentos
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 2 revela que o maior percentual do consumo de
medicamentos está entre pessoas da faixa etária de 40 a 49 anos, representados por
57,14% dos consumidores. As demais faixas etárias alcançam 14,29%.
O Gráfico 3 apresenta quantas pessoas em média compram medicamento por
dia nos estabelecimentos.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
18 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos Acima dos50 anos
14,29% 14,29%
57,14%
14,29%
Perc
en
tual
de c
on
su
mid
ore
s
Faixas etárias dos consumidores de medicamentos
44
Gráfico 3 – Média de pessoas que compram medicamento por dia
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
No Gráfico 3 pode-se verificar que em três farmácias entrevistadas, a média foi
de 400 pessoas que compram medicamento por dia. Nas demais farmácias, a média
de pessoas que compram medicamento por dia foi de 500, 200, 150 e 100 em cada
estabelecimento por dia. Estes resultados indicam um dado alarmante, pois em
nenhuma das farmácias entrevistadas o número de consumidores foi pequeno,
resultando assim em uma maior prática de consumo.
O Gráfico 4 apresenta o percentual de compra de medicamentos com e sem
receita médica pelas pessoas por dia.
0
1
2
3
500pessoas
400pessoas
200pessoas
150pessoas
100pessoas
1
3
1 1 1
Nú
mero
de e
sta
bele
cim
en
tos
Média de pessoas que compram medicamento por dia
45
Gráfico 4 – Percentual diário de pessoas que compram medicamentos com e sem
receita médica
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 4 permite identificar que 42,86% das pessoas compram
mais da metade dos medicamentos com receita médica, sendo este mesmo
percentual identificado por pessoas que compram 50% dos medicamentos com
receita médica e 50% sem receita médica. Já o percentual diário de pessoas que
compram mais da metade dos medicamentos sem receita médica foi 14,28%. Estes
dados revelam que o consumo de medicamentos sem receita médica está diminuindo,
e com isso problemas provocados pela automedicação tais como: reações de
hipersensibilidade, resistência bacteriana, sangramentos digestivos, dependência e
intoxicação, consequentemente tendem a diminuir.
Outro ponto relevante da pesquisa foi que das 7 farmácias entrevistadas,
apenas 4 disponibilizam de coletores para o descarte de embalagens, sobras e
medicamentos vencidos, e que em somente 2 farmácias existe algum tipo de
informação quanto ao descarte correto dos medicamentos.
O Gráfico 5 expressa o motivo que levou os estabelecimentos a adotarem a
utilização de coletores.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
Mais da metadecom receita
médica
50% com receitae 50% sem
receita médica
Mais da metadesem receita
médica
42,86% 42,86%
14,28%
Perc
en
tual
diá
rio
de p
esso
as
Percentual de medicamentos adquiridos com e sem receita médica
46
Gráfico 5 – Motivo pelo qual os estabelecimentos disponibilizam coletores específicos
ou outras formas de descarte/coleta de medicamentos vencidos, sobras ou
embalagens
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 5 revela que das 4 farmácias que disponibilizam de coletor
específico ou outra forma de coleta para descarte/coleta de medicamentos vencidos,
sobras ou embalagens, 3 adotaram este procedimento devido à preocupação que as
mesmas têm em relação ao meio ambiente e que apenas 1 farmácia adotou este
procedimento com o intuito de estimular as pessoas a não reutilizarem os
medicamentos. Nenhum estabelecimento respondeu que adotou este procedimento
devido ao marketing ou que é uma política adotada pela rede.
O Gráfico 6 apresenta a quantidade de pessoas que descartam medicamentos
nos coletores por dia.
0
1
2
3
Preocupaçãocom o meioambiente
Marketing Políticaadotada pela
rede
Outro
3
0 0
1
Nú
mero
de e
sta
bele
cim
en
tos
Motivos que levaram os estabelecimentos a adotarem formas de coleta de medicamentos e suas embalagens
47
Gráfico 6 – Quantidade diária de pessoas que descartam medicamentos em
coletores próprios para esta função
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
O Gráfico 6 aponta que em 1 farmácia, o número de pessoas que descartam
diariamente medicamentos vencidos, sobras e suas embalagens foi de 5 pessoas. Em
outras 3 farmácias esse número foi de 3, 2 e 1 pessoa respectivamente em cada
estabelecimento, somando assim, as 4 farmácias que disponibilizam de coletores para
o descarte correto dos medicamentos. Comparando o Gráfico 6 com o Gráfico 3, há
uma enorme diferença de pessoas que compram medicamentos por dia e aquelas que
descartam os mesmos em coletores próprios para esta função nas farmácias, o que
demostra que a maioria das pessoas não tem o hábito de destinar estes
medicamentos de forma ambientalmente correta.
O Gráfico 7 apresenta a faixa etária do consumidor que descarta os
medicamentos nos coletores dos estabelecimentos.
0
1
2
3
4
5
Farmácia E Farmácia C Farmácia B Farmácia F
5
3
2
1
Nú
meo
de p
esso
as q
ue d
escata
m
med
icam
en
tos p
or
dia
Quantidade de estabelecimentos
48
Gráfico 7 – Faixa etária do consumidor que descarta os medicamentos nos coletores
dos estabelecimentos
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 7 permite constatar que 75% dos consumidores que tem
o hábito de levar medicamentos ou suas embalagens para o descarte correto no
estabelecimento tem entre 40 a 49 anos, e que 25% dos consumidores tem idade
entre 30 a 39 anos; já a faixa etária de 18 a 29 anos e acima dos 50 anos, não foram
citados por nenhuma farmácia, ou seja, não tem o hábito de levar os medicamentos e
suas embalagens nestes estabelecimentos. Com base nestes dados, percebe-se que
pessoas com idade entre 40 a 49 anos estão mais cientes com relação aos descarte
correto dos medicamentos.
O Gráfico 8 apresenta o medicamento mais descartado pelos consumidores.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
18 a 29anos
30 a 39anos
40 a 49anos
Acima dos50 anos
0%
25%
75%
0%
Perc
en
tua
l d
e c
on
su
mid
ore
s
Faixas etárias dos consumidores que tem o hábito de levar medicamentos ou suas embalagens para o descarte no
estabelecimento
49
Gráfico 8 – Medicamento mais descartado pelos consumidores
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 8 revela que a forma de medicamento mais descartado em
3 das 4 farmácias que disponibilizam de coletores para o descarte são medicamentos
vencidos, representando assim, 75% da forma de descarte de medicamento mais
descartado pelos consumidor. Em 1 farmácia, a embalagem é a forma de
medicamento mais descartada pelos consumidores, representando 25% das formas
de descarte. No entanto, as sobras de medicamentos não foram citadas em nenhuma
farmácia como sendo a mais descartada.
O Gráfico 9 permite constatar quantos kg de medicamentos vencidos são
coletados por mês nas farmácias.
Gráfico 9 – Quantidade em kg de medicamentos vencidos coletados por mês
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
0
1
2
3
4
Embalagens Sobras demedicamentos
Medicamentosvencidos
1
0
3
Nú
mero
de e
sta
bele
cim
en
tos
Formas do medicamento mais descartado
0
1
2
3
0 a 1kg 1 a 3kg 3 a 5kg Acima de5kg
10
21
Nú
mero
de
esta
bele
cim
en
tos
Quilos de medicamentos vencidos coletados por mês
50
No Gráfico 9 pode-se constatar que em 2 farmácias entrevistadas, a quantidade
de medicamentos vencidos coletados foi de 3 a 5kg por mês. Em outras duas
farmácias, esse valor foi de 0 a 1kg e acima de 5kg respectivamente em cada
farmácia. Em nenhuma das farmácias entrevistadas, a opção de 1 a 3kg de
medicamentos vencidos coletados por mês foi citada.
O Gráfico 10 apresenta quantos kg de sobras de medicamentos são coletados
por mês nas farmácias.
Gráfico 10 – Quantidade em kg de sobras de medicamentos coletados por mês
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 10 permite constatar que em todas as farmácias
entrevistadas a quantidade de sobras de medicamentos que são coletados por mês
foi de 0 a 1kg, ou seja, 100% dos estabelecimentos coletam esse valor mensalmente.
A análise do Gráfico 11 expressa quantos kg de embalagens de medicamentos
são coletados por mês nas farmácias.
0
1
2
3
4
0 a 1kg 1 a 3kg 3 a 5kg Acima de 5kg
4
0 0 0Nú
mero
de e
sta
bele
cim
en
tos
Quilos de sobras de medicamentos coletados por mês
51
Gráfico 11 - Quantidade em kg de embalagens de medicamentos coletados por mês
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
O Gráfico 11 apontou que em 3 das 4 farmácias entrevistadas a quantidade de
embalagens de medicamentos coletados foi de 0 a 1kg por mês. Em 1 farmácia, esse
valor foi de 1 a 3kg de embalagens coletadas por mês. Em nenhuma das farmácias
entrevistadas, as opções de 3 a 5kg e acima de 5kg de embalagens de medicamentos
coletados por mês foram citadas.
O Gráfico 12 permite constatar qual é o destino final dado a medicamentos e
suas embalagens.
0
1
2
3
0 a 1kg 1 a 3kg 3 a 5kg Acima de 5kg
3
1
0 0
Nú
mero
de e
sta
bele
cim
en
tos
Quilos de embalagens de medicamentos coletados por mês
52
Gráfico 12 – Destino dado a medicamentos e embalagens após os mesmos serem
coletados nos estabelecimentos
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 12 demonstra que das 4 farmácias que possuem coletores,
2 delas destinam os medicamentos e suas embalagens ao Aterro Classe I após os
mesmos serem coletados nestes estabelecimentos a cada mês. Nas outras duas
farmácias, o destino final dado é a incineração. Nenhuma das farmácias entrevistadas
citou outro tipo de destino dado a estes resíduos. Essas alternativas são duas
tecnologias de destinação de medicamentos: aterro classe I (técnica de disposição
final de resíduos químicos sem causar riscos à saúde humana) e incineração (queima
do material, reduzindo assim o seu volume e destruindo organismos patógenos e
matéria orgânica).
A análise do Gráfico 13 revela quem deveria ser o responsável em implementar
e organizar a logística reversa dos medicamentos.
0
0,5
1
1,5
2
Aterro Classe I Incineração Outro
2 2
0Núm
ero
de e
sta
bele
cim
ento
s
Destinos dado a medicamentos e suas embalagens
53
Gráfico 13 – Responsável por organizar e implementar o sistema de logística
reversa de medicamentos
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 13 aponta que das 7 farmácias entrevistadas, 4 entendem
que o responsável em organizar e implementar a logística reversa de medicamentos
e suas embalagens é a indústria, representando assim, 57,14% das opiniões. Outras
2 farmácias entendem que o responsável é o município (28,57%), e que para 1
farmácia esse responsável é a rede farmacêutica (14,29%). Os produtores/fabricantes
tem a responsabilidade pelos produtos citados no art. 33 da PNRS, mesmo após o
final da sua vida útil preliminar, obrigando-se a implantar a LR e uma correta rotulagem
ambiental.
4.2 Consumo e descarte de medicamentos pela população em geral
Em relação aos aspectos sociodemográficos, dos 30 entrevistados, os
resultados permitiram a identificação de que 70% destes são do sexo feminino e 30%
do sexo masculino.
0
1
2
3
4
5
4
01
0
2
Nú
mero
de e
sta
bele
cim
en
tos
Resposáveis em organizar e implementar a logística reversa de medicamentos e suas embalagens
54
A análise do Gráfico 14 expressa o número de entrevistados de acordo com a
faixa etária dos mesmos.
Gráfico 14 – Faixas etárias da população amostrada
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 14 permitiu observar que 43,33% dos entrevistados estão
na faixa etária de 18 a 29 anos, enquanto que 33,33% encontram-se com idade de 30
a 39 anos, 6,67% entre 40 a 49 anos e 16,67% com idade superior a 50 anos. A
amostra definida no presente estudo é compatível com o perfil etário da cidade de
Lajeado/RS, local de aplicação dos questionários, conforme dados do Censo
Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Estatísticas e Geografia – IBGE, onde foi
apresentado que o maior número de habitantes da população está entre 25 a 29 anos,
com 3.637 pessoas, seguido da faixa etária de 20 a 24 anos, com 3.166 moradores.
O Gráfico 15 demonstra o nível de escolaridade amostrada.
0
5
10
15
18 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos Acima dos 50anos
13
10
2
5Nú
mero
de e
ntr
ev
ista
do
s
Faixa etária
55
Gráfico 15 – Nível de escolaridade da população amostrada
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 15 revela a predominância da escolaridade dos
entrevistados como o de Fundamental Incompleto, com um percentual de 30%. Em
seguida, destaca-se o Superior Incompleto com 26,67%, Ensino Médio Completo com
23,33%, Superior Completo igualado ao Fundamental Completo com 10%, e Ensino
Médio Incompleto com 0% dos entrevistados.
O Gráfico 16 expressa as cidades em que residem a população.
Gráfico 16 – Cidade em que reside a população amostrada
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
0
2
4
6
8
10
9
3
0
7 8
3
Nú
mero
de e
ntr
ev
ista
do
s
Níveis de escolaridade
0
5
10
15
20
19
0 2 2 2 05
Núm
ero
de e
ntr
evis
tados
Cidades em que residem
56
Com base na análise do Gráfico 16, pode-se constatar que 63,33% da
população entrevistada reside na cidade de Lajeado. O item outra aparece em
seguida, com 16,66% dos entrevistados, sendo as cidades citadas Uruguaiana,
Marques de Souza, Sério e Bom Retiro do Sul. Estrela, Arroio do Meio e Santa Clara
do Sul igualam-se com 6,67% dos entrevistados. As cidades de Cruzeiro do Sul e
Encantado não foram citadas na entrevista.
Outro ponto relevante da pesquisa foi que todas as pessoas entrevistadas
confirmaram que possuem o hábito de comprar e consumir medicamentos, e que a
maioria dos entrevistados foi do sexo feminino, que recorrem à eles devido à
problemas físicos, maior preocupação com doenças crônicas e depressão, além de
um maior número de consultas médicas.
A análise do Gráfico 17 descreve qual é o medicamento mais consumido pela
população amostrada.
Gráfico 17 – Medicamento mais consumido pela população
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 17 permitiu concluir que o analgésico é o medicamento
mais utilizado, sendo adquirido por 30% das pessoas entrevistadas. Logo após,
destaca-se o hormonal, sendo consumido por 26,67% das pessoas, anti-inflamatório
com 13,33%, antibiótico igualado com o antidepressivo e outro (pressão arterial) com
0
2
4
6
8
10
34
9
3
8
3
Núm
ero
de e
ntr
evis
tados
Medicamentos mais consumidos
57
10% das pessoas entrevistadas. Comparando o gráfico 17 com o gráfico 1, os dados
estão coerentes, pois nas farmácias, o analgésico foi o segundo medicamento que
teve a maior compra pelos consumidores.
O Gráfico 18 indica qual é o percentual de medicamentos comprados com e
sem receita médica pela população.
Gráfico 18 – Percentual de medicamentos comprados com e sem receita médica
pela população amostrada
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
O Gráfico 18 permitiu constatar que 30% das pessoas entrevistadas compram
100% dos medicamentos com receita médica, seguido por 23,33% das pessoas que
compram mais da metade dos medicamentos com receita médica. Pessoas que
compram 100% dos medicamentos sem receita e mais da metade sem a mesma estão
igualadas com 20% dos entrevistados. Já o percentual de entrevistados que compram
50% dos medicamentos com receita e 50% sem receita médica foi de 6,67%. Estes
dados revelam que o consumo de medicamentos sem receita médica está diminuindo,
e com isso problemas provocados pela automedicação tais como: reações de
hipersensibilidade, resistência bacteriana, sangramentos digestivos, dependência e
intoxicação, consequentemente tendem a diminuir.
0
2
4
6
8
10
100% comreceitamédica
Mais dametade
comreceitamédica
50% comreceita e50% sem
receitamédica
100% semreceitamédica
Mais dametade
semreceitamédica
97
2
6 6
Nú
mero
de e
ntr
ev
ista
do
s
Percentual de medicamentos adquiridos com e sem receita médica
58
O Gráfico 19 informa qual é o local de descarte das embalagens dos
medicamentos pela população.
Gráfico 19 – Local de descarte das embalagens de medicamentos pela população
amostrada
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 19 aponta que 93,33% das pessoas entrevistadas
descartam as embalagens dos medicamentos no lixo doméstico, e que 6,67% dos
entrevistados descartam as mesmas em coletores próprios para esta finalidade. No
que diz respeito às embalagens secundárias, se as mesmas não tiveram nenhum tipo
de contato com os medicamentos, estas poderão ser destinadas ao lixo comum,
podendo até mesmo serem recicladas. Já os materiais e embalagens contaminados
devem ser destinados a um tratamento eficaz de descontaminação (ANVISA, 2004).
O Gráfico 20 aponta qual é o destino dado a medicamentos vencidos ou que
sobraram pela população.
0
5
10
15
20
25
30
Lixo doméstico Coletores próprios paraesta finalidade
28
2
Núm
ero
de e
ntr
evis
tados
Descarte das embalagens de medicamentos
59
Gráfico 20 – Destino dado a um medicamento vencido ou que sobrou após o
término do tratamento pela população amostrada
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 20 revela que 50% das pessoas entrevistadas descartam
os medicamentos vencidos ou que sobraram após o término do tratamento no lixo
doméstico. Já o descarte dos medicamentos em coletores próprios para essa
finalidade, armazenamento dos mesmos em casa ou que não sobraram se igualaram
em 16,67% dos entrevistados. A opção do descarte em vaso sanitário não foi
mencionada pelos entrevistados. Segundo a ANVISA (2012), o descarte de
medicamentos no Brasil em desuso, vencidos ou até mesmo sobras dos mesmos, é
feito por muitas pessoas que os destina tanto no lixo comum, como na rede de esgoto.
O Gráfico 21 expressa os riscos causados pelo descarte incorreto de
medicamentos.
0
5
10
15
20
Lixo doméstico Vaso sanitário Armazenar omedicamento em
casa
Coletorespróprios para esta
finalidade
Não sobrammedicamentos
15
0
5 5 5
Nú
mero
de e
ntr
ev
ista
do
s
Destino dos medicamentos vencidos e/ou sobras
60
Gráfico 21 – Riscos causados pelo descarte incorreto de medicamentos
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
O Gráfico 21 permitiu constatar que 63,33% das pessoas entrevistadas afirmam
que o descarte inadequado dos medicamentos causam riscos tanto para o meio
ambiente quanto à saúde humana; 26,67% dos entrevistados acreditam que o
descarte dos medicamentos nestes locais somente causam riscos ao meio ambiente,
6,67% afirmam que causam risco somente à saúde humana e 3,33% acreditam que o
descarte em vasos sanitários e em lixos domésticos não causam riscos. Segundo
Nascimento (2008), devido ao descarte inadequado de medicamentos vencidos e
sobras podem haver intoxicações causadas pelos mesmos, pois no Brasil, algumas
pessoas sobrevivem a partir de restos provenientes de lixões, estando expostas
assim, aos riscos oriundos dos medicamentos. Outro risco causado à saúde humana
pelo descarte dos medicamentos em vasos sanitários, é que no Brasil os sistemas
convencionais das Estações de Tratamento não removem os componentes presentes
nos medicamentos, fazendo com que os mesmos retornem às casas das pessoas por
meio de água. Além disso, o descarte inadequado dos medicamentos pode afetar as
águas de lençóis freáticos, águas oceânicas, águas de rios, sedimentos e solo. O
resíduo de cada tipo de medicamento pode afetar cada local de uma forma diferente,
seja por alteração do desenvolvimento de plantas, contaminação do ambiente em que
se encontra ou até mesmo metabolização e incorporação pelos animais (UEDA et al.,
2009).
0
5
10
15
20
Somente aomeio
ambiente
Somente àsaúde
humana
Ao meioambiente e
saúdehumana
Não causamrscos
8
2
19
1Nú
mero
de e
ntr
ev
ista
do
s
Riscos causados pelo descarte de medicamentos em vasos sanitários ou lixos domésticos
61
O Gráfico 22 indica qual é o principal motivo pelo descarte incorreto de
medicamentos.
Gráfico 22 – Principal motivo pelo descarte de medicamentos de forma incorreta
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 22 permitiu identificar que a falta de informação quanto ao
descarte correto de medicamentos bem como a ausência/poucos pontos de coleta
igualam-se com 30% dos entrevistados como os principais motivos pelo descarte
incorreto de medicamentos. Logo após, destaca-se por não saberem os efeitos que
os medicamentos causam ao meio ambiente e à saúde humana, com 23,33% dos
entrevistados, e poucas campanhas educativas sobre o consumo e descarte
consciente, informado por 16,67% das pessoas entrevistadas.
O Gráfico 23 revela quem seria o responsável por dar um destino adequado
aos medicamentos.
0
2
4
6
8
10
Falta de informaçãoquanto ao descarte
correto
Ausência/poucospontos de coleta
Poucas campanhaseducativas sobre o
consumo e descarteconsciente
Por não saberem osefeitos que osmedicamentos
causam ao meioambiente e à saúde
humana
9 9
5
7
Nú
mero
de e
ntr
ev
ista
do
s
Motivo do descarte incorreto de medicamentos
62
Gráfico 23 – Responsável por dar um destino adequado a medicamentos vencidos,
sobras ou embalagens
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 23 permitiu concluir que 40% dos entrevistados acreditam
que o município é o responsável por dar um destino adequado aos medicamentos
descartados, seguido pela farmácia, com 26,67% dos entrevistados, a indústria com
16,66%, distribuidor com 10% e a rede farmacêutica com 6,67% dos entrevistados. A
opção outro não foi mencionado. Os produtores/fabricantes tem a responsabilidade
pelos produtos comercializados, conforme redação do art. 33 da PNRS, após o final
da sua vida útil, obrigando-se a implantar um sistema de logística reversa. Já as
Prefeituras Municipais são responsáveis pelos serviços de limpeza urbana e
coleta/manejo dos resíduos sólidos urbanos.
O Gráfico 24 informa qual é o estímulo que falta para que as pessoas destinem
corretamente os medicamentos e suas embalagens.
0
5
10
15
53
2
8
12
0
Nú
me
ro d
e e
ntr
av
ista
do
s
Responsável pelo destino adequado de medicamentos e suas embalagens
63
Gráfico 24 – Estímulo para descartar os medicamentos de forma adequada
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
O Gráfico 24 revelou que mais campanhas educativas e maior conscientização
por parte da população quanto aos riscos que os medicamentos podem causar tanto
para o meio ambiente quanto para a saúde igualam-se com 43,33% dos entrevistados
como os estímulos que faltam para o descarte correto de medicamentos e suas
embalagens. Após destaca-se mais pontos de coleta com 13,34% dos entrevistados.
4.3 Consumo e descarte de medicamentos pelos estudantes universitários
Esta parte do trabalho irá apontar o comportamento dos estudantes quanto ao
consumo e descarte dos medicamentos, bem como se existe alguma abordagem
sobre a logística reversa de medicamentos pelas disciplinas oferecidas no curso. Além
disso, outro ponto que será abordado, será o estímulo que falta para que as pessoas
destinem os medicamentos e suas embalagens de forma correta, segundo a opinião
dos estudantes.
Quanto à classificação do gênero feminino e masculino dos estudantes
entrevistados, os resultados permitiram a identificação que dos 114 estudantes,
69,30% são do sexo feminino e 30,70% do sexo masculino. Além disso, 70,18% dos
0
2
4
6
8
10
12
14
Mais campanhaseducativas quanto ao
descarte
Maior conscientizaçãopor parte da populaçãoquanto aos riscos que
os medicamentospodem causar tanto
para o meio ambientequanto para a asaúde
humana
Mais pontos de coleta
13 13
4
Nú
me
ro d
e e
ntr
ev
ista
do
s
Estímulo que falta para o descarte correto de medicamentos e suas embalagens
64
estudantes possuem o hábito de comprar e consumir medicamentos, já 29,82% não
possuem este hábito.
A análise do Gráfico 25 expressa o número de estudantes de acordo com a
faixa etária dos mesmos.
Gráfico 25 – Faixas etárias dos estudantes amostrados
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 25 permitiu observar que 86,84% dos estudantes estão na
faixa etária de 18 a 29 anos, enquanto que 10,53% encontram-se com idade de 30 a
39 anos e 2,63% entre 40 a 49 anos. A faixa etária acima dos 50 anos não foi
mencionada.
O Gráfico 26 descreve o medicamento mais consumido pelos estudantes.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
18 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos Acima dos 50anos
99
123 0
Nú
mero
de e
stu
dan
tes
Faixa etária
65
Gráfico 26 – Medicamento mais consumido pelos estudantes entrevistados
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 26 permitiu concluir que o analgésico é o medicamento
mais utilizado, sendo consumido por 40% dos estudantes entrevistadas. Logo após,
destaca-se o hormonal, sendo consumido por 30% dos estudantes, anti-inflamatório
com 18,75%, antibiótico com 6,25% e antidepressivo igualado com outro (pressão
arterial e anticonvulsivo) com 2,5% dos estudantes entrevistados. Os principais
fármacos que causam maiores problemas em relação ao meio ambiente são os
antibióticos (76,6%), hormônios (73,6%), e antidepressivos (69,4%). O percentual de
cada fármaco está relacionado com o inerente risco ambiental (BOUND et al., 2005).
O Gráfico 27 indica qual é o percentual de medicamentos comprados com e
sem receita médica pelos estudantes.
0
5
10
15
20
25
30
35
5
15
32
2
24
2
Nú
mero
de e
stu
dan
tes
Medicamentos mais consumidos
66
Gráfico 27 – Percentual de medicamentos comprados com e sem receita médica
pelos estudantes amostrados
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
O Gráfico 27 permitiu constatar que 45% dos estudantes entrevistados
compram mais da metade dos medicamentos sem receita médica, seguido por
28,75% dos estudantes que compram mais da metade dos medicamentos com receita
médica. Estudantes que compram 100% dos medicamentos sem receita e 50% dos
medicamentos com receita e 50% sem receita médica ficaram igualadas com 10% dos
entrevistados. Já o percentual de entrevistados que compram 100% dos
medicamentos com receita médica foi de 6,25%. Estes dados revelam que o consumo
de medicamentos sem receita médica é de certa forma elevado, e com isso problemas
provocados pela automedicação tais como: reações de hipersensibilidade, resistência
bacteriana, sangramentos digestivos, dependência e intoxicação, consequentemente
tendem aumentar.
O Gráfico 28 aponta a forma do descarte dos medicamentos pelos estudantes.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
100% comreceitamédica
Mais dametade
comreceitamédica
50% comreceita e50% sem
receitamédica
100% semreceitamédica
Mais dametade
semreceitamédica
5
23
8 8
36
Nú
mero
de e
stu
dan
tes
Percentual de medicamentos adquiridos com e sem receita médica
67
Gráfico 28 – Forma do descarte dos medicamentos pelos estudantes
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 28 revela que 41,25% dos estudantes entrevistados que
consomem medicamentos, descartam os mesmos quando vencidos ou que sobraram
após o término do tratamento no lixo doméstico, sendo que para 22,5% dos
entrevistados não sobram medicamentos. O descarte dos medicamentos em coletores
próprios para essa finalidade e armazenamento dos mesmos em casa se igualaram
em 17,5%, além do descarte em vaso sanitário, que foi de 1,25% dos entrevistados.
Segundo a ANVISA (2012), o descarte de medicamentos no Brasil em desuso,
vencidos ou até mesmo sobras, é feito por muitas pessoas que os destina tanto no
lixo comum, como na rede de esgoto. Este descarte inadequado causa problemas
tanto para a saúde pública quanto ao meio ambiente.
O Gráfico 29 informa qual é o local de descarte das embalagens dos
medicamentos pelos estudantes.
0
5
10
15
20
25
30
35
Lixo doméstico Vaso sanitário Armazenar omedicamento
em casa
Descartar emcoletores
próprios paraesta finalidade
Não sobrammedicamentos
33
1
14 1418
Nú
mero
de e
stu
dan
tes
Formas do descarte de medicamentos
68
Gráfico 29 – Local de descarte das embalagens de medicamentos pelos estudantes
amostrados
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 29 aponta que 83,75% dos estudantes entrevistados que
consomem medicamentos descartam as embalagens no lixo doméstico, e que 16,25%
dos entrevistados descartam as mesmas em coletores próprios para esta finalidade.
No que diz respeito às embalagens secundárias, se as mesmas não tiveram nenhum
tipo de contato com os medicamentos, estas poderão ser destinadas ao lixo comum,
podendo até mesmo serem recicladas. Já os materiais e embalagens contaminados
devem ser destinados a um tratamento eficaz de descontaminação (ANVISA, 2004).
O Gráfico 30 informa o local de encaminhamento dos medicamentos de forma
ambientalmente correta segundo a opinião dos estudantes.
0
10
20
30
40
50
60
70
Lixo doméstico Coletores próprios paraesta finalidade
67
13
Nú
mero
de e
stu
dan
tes
Descarte das embalagens de medicamentos
69
Gráfico 30 – Local de encaminhamento dos medicamentos vencidos, sobras e
embalagens de forma ambientalmente correta
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 30 expressa que 50% dos estudantes entrevistados afirma
que o local de descarte dos medicamentos vencidos, sobras e embalagens de forma
ambientalmente correta seria retornar ao local onde os mesmos foram adquiridos,
37,72% acreditam que o local seria as farmácias e para 12,28% dos entrevistados
seria os postos de saúde.
O Gráfico 31 indica qual é o principal motivo pelo descarte incorreto de
medicamentos.
0
10
20
30
40
50
60
Farmácias Retornar ao localonde os mesmosforam adquiridos
Postos de saúde
43
57
14
Nú
mero
de e
stu
dan
tes
Locais de descarte ambientalmente correto de medicamentos vencidos, sobras e embalagens
70
Gráfico 31 – Principal motivo pelo descarte de medicamentos de forma
incorreta
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 31 permitiu identificar que a falta de informação quanto ao
descarte correto de medicamentos foi apontada como o principal motivo pelo descarte
incorreto dos mesmos, sendo eleita por 35,96% dos estudantes. Logo após, destaca-
se a ausência/poucos pontos de coleta com 29,82% dos entrevistados, poucas
campanhas educativas para o consumo e descarte consciente com 20,18% e por não
saberem os efeitos que os medicamentos causam ao meio ambiente e à saúde
humana, com 14,04% dos entrevistados. Comparando o gráfico 31 com o gráfico 22,
os resultados mostraram-se muito semelhantes, pois no gráfico 22, a falta de
informação quanto o descarte correto, bem como ausência/poucos pontos de coleta
também foram os motivos mais apontados pela população em geral, assim como
pelos estudantes.
Outro ponto relevante da pesquisa, foi que 97,37% dos estudantes
entrevistados acreditam que o descarte de forma incorreta dos medicamentos causam
danos ao meio ambiente e à saúde humana, e que 2,63% dos estudantes acreditam
que o descarte incorreto dos medicamentos não causam nenhum dano.
O Gráfico 32 revela quem é o responsável em dar um destino adequado aos
medicamentos, segundo a opinião dos estudantes.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Falta de informaçãoquanto ao descarte
correto
Ausência/poucospontos de coleta
Poucas campanhaseducativas para o
consumo e descarteconsciente
Por não saberem osefeitos que osmedicamentos
causam ao meioambiente e à saúde
humana
4134
2316
Nú
mero
de e
stu
dan
tes
Motivo do descarte incorreto de medicamentos
71
Gráfico 32 – Responsável por dar um destino adequado a medicamentos vencidos,
sobras ou embalagens
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 32 aponta que a indústria é a responsável pelo destino
adequado dos medicamentos vencidos, sobras e embalagens, sendo apontada por
37,72% dos estudantes entrevistados, após destaca-se o município com 21,93% dos
entrevistados, distribuidor e rede farmacêutica igualados com 15,79% e a farmácia
com 8,77% dos entrevistados. A opção outro não foi escolhido por nenhum estudante.
O Gráfico 33 avalia se existe uma abordagem da logística reversa dos
medicamentos nas disciplinas ofertadas pelo curso.
0
10
20
30
40
50
43
18 1810
25
0Nú
mero
de e
stu
dan
tes
Responsável pelo destino adequado de medicamentos e suas embalagens
72
Gráfico 33 – Abordagem da logística reversa de medicamentos vencidos, sobras e
embalagens pelas disciplinas no curso
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
A análise do Gráfico 33 revela que 62,28% dos estudantes entrevistados
afirmam que as disciplinas ofertadas pelo curso não abordam a logística reversa de
medicamentos vencidos, sobras e embalagens. Após, destaca-se muito pouco com
23,69% e que abordam a logística reversa com 14,03% dos entrevistados.
O Gráfico 34 informa qual é o estímulo que falta para que as pessoas destinem
corretamente os medicamentos e suas embalagens.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Sim Não Muito pouco
16
71
27
Nú
mero
de e
stu
dan
tes
Abordagem da logística reversa de medicamentos pelas disciplinas do curso
73
Gráfico 34 – Estímulo que falta para que as pessoas destinem os medicamentos e
suas embalagens de forma correta
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados da pesquisa.
O Gráfico 34 revelou que maior conscientização por parte da população quanto
aos riscos que os medicamentos podem causar tanto para o meio ambiente quanto
para a saúde ficou com 43,33% dos entrevistados como o estímulo que falta para o
descarte correto de medicamentos e suas embalagens. Após destaca-se mais
campanhas educativas quanto ao descarte com 30,70% e mais pontos de coleta com
13,34% dos entrevistados.
0
10
20
30
40
50
Mais campanhaseducativas quanto ao
descarte
Maior conscientização porparte da população quanto
aos riscos que osmedicamentos podem
causar tanto para o meioambiente quanto para a
asaúde humana
Mais pontos de coleta
35
47
32
Nú
mero
de e
stu
dan
tes
Estímulo que falta para o descarte correto de medicamentos e suas embalagens
74
5 CONCLUSÕES
O consumo de medicamentos pela população e estudantes é grande, visto a
vários fatores que desencadeiam este hábito. Isto pode acabar gerando em um
aumento no descarte de medicamentos vencidos, sobras e embalagens de forma
incorreta, principalmente no lixo doméstico, ocasionadas pela falta de informação
quanto o descarte correto.
O descarte incorreto de medicamentos acaba desencadeando sérios
problemas tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana, devido aos resíduos dos
medicamentos estarem enquadrados no grupo B, que apresentam substâncias
químicas na sua composição, de acordo com o potencial inflamável, reativo, corrosivo
e radiativo.
Preocupadas com a questão ambiental, mais da metade das farmácias
amostradas disponibilizam aos seus clientes, coletores específicos para o descarte de
medicamentos vencidos, sobras e embalagens, sendo que a quantidade diária de
pessoas que compram medicamentos em relação aos que descartam é relativamente
baixo, ou seja, a cada 100 pessoas que compram medicamentos, apenas 1 descarta
o mesmo em coletores, e que os medicamentos vencidos são os mais descartados.
Após, as farmácias pagam um valor, o qual não fora informado, a uma empresa
especializada para fazer o recolhimento, tratamento e destinação final dos
medicamentos coletados nestes estabelecimentos.
75
Apesar das farmácias se preocuparem com a questão ambiental no que diz
respeito a destinação adequada de medicamentos, a logística reversa, está longe de
ser implementada no município de Lajeado, visto ao fato de que a população não tem
conhecimento ou a cultura de descartar os medicamentos vencidos ou sobras em
coletores específicos. Segundo a PNRS, os consumidores finais devem assumir a
obrigação de colaborar com a gestão dos resíduos sólidos, dispondo-os
seletivamente, nos locais identificados.
Dois pontos importantes que poderiam estimular as pessoas a destinarem os
medicamentos de forma correta, e consequentemente, fazer com que a logística
reversa pudesse ser mais efetiva: realizar mais campanhas educativas quanto ao
descarte, bem como uma maior conscientização por parte da população quanto aos
riscos que os medicamentos podem causar tanto para o meio ambiente quanto à
saúde humana.
Além disso, a logística reversa de medicamentos deveria ser abordada pelas
disciplinas dos cursos de graduação das instituições de ensino superior, bem como
orientar os estudantes sobre a Política Nacional dos Resíduos Sólidos.
Desse modo, para trabalhos futuros, recomenda-se a ampliação desse estudo
para uma gama maior de cidades, a fim de investigar se existe alguma preocupação
quanto ao descarte correto de medicamentos por parte das farmácias e população,
bem como a questão da logística reversa. Outro ponto interessante, seria verificar
como funciona o descarte de medicamentos em Unidades Básicas de Saúde e o que
é feito com os medicamentos vencidos ou sobras que são descartados pela população
nesse local.
76
REFERÊNCIAS
Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil. Os laboratórios farmacêuticos oficiais: diagnóstico preliminar de situação sob duas percepções. Seminário "Produção Oficial de Medicamentos: Diagnóstico, Limitações e Perspectivas". Brasília: Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil/Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde; 2005. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Descarte de medicamentos: responsabilidade compartilhada. Disponível em: <http://189.28.128.179:8080/ descartemedicamentos/apresentacao-1> Acesso em: 23 mar. 2015. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. República Federativa do Brasil. Logística Reversa para o descarte de medicamentos. Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Brasília, 2013. 138p. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medicamentos fracionados: guia para farmacêuticos. SEPN 515 - Bloco B - Ed. Ômega Brasília – DF. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/hotsite/fraciona/guias/farmaceuticos.pdf>. Acesso em: 27 maio 2015. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 306. Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde a ser observado em todo o território nacional, seja na área pública, seja na privada. Diário Oficial da União 2004; 7 dez. ARRAIS, Paulo S. D. et al. Perfil da automedicação no Brasil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 71-77, Fev., 1997. AYRES, Manuel; AYRES JR., Manuel; AYRES Daniel L.; SANTOS, Alex A.S. BioEstat 5.0: Aplicações estatísticas nas área de Ciências Biológicas e Médicas. Belém: Sociedade Civil Mamirauá, MCT – CNPq, Conservation International, 2007.
77
AYRES, Manuel; AYRES JR., Manuel; AYRES Daniel L.; SANTOS, Alex A.S. BioEstat 5.0: Aplicações estatísticas nas área de Ciências Biológicas e Médicas. Belém: Sociedade Civil Mamirauá, MCT – CNPq, Conservation International, 2007. BALBINO, Estefane. C.; BALBINO, Michele L. C. O descarte de medicamentos no Brasil: Um olhar socioeconômico e ambiental do lixo farmacêutico. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 86, mar 2011. BERGER, K.; PETERSEN, B.; BUENING-PFAUE, H.; Persistence of drugs ocurring in liquid manure in the food chain. Archiv. Fuer Lenbensmittelhygiene, v. 37, n 4, p. 99-102, 1986. BILA, Daniele M.; DEZOTTI, Márcia. Fármacos no meio ambiente. Quím. Nova, São Paulo, v. 26, n. 4, p. 523-530, Ago. 2003. BLANK, Dionis M. P.; BRAUNER, Maria C. C. A saúde como objeto de consumo. In: XVIII Congresso de Iniciação Científica e I Mostra Científica. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), 2009. p.5. Disponível em: <http://www.ufpel.edu.br/cic/2009/cd/pdf/SA/SA_01686.pdf >. Acesso em: 19 mar. 2015. BOUND, Jonathan P.; KITSOU, Katerina; VOULVOULIS, Nikolaos. Household disposal of pharmaceuticals and perception of risk to the environment. Environmental Toxicology and Pharmacology. v. 21, n. 3, may, p. 301-307, 2006. Disponível em: <http://www.ttl.fi/NR/rdonlyres/FD674161-CB79-4584-939A D2416FF46494/0/Definition_of_agents_and_exposures.pdf>. Acesso em: 01 abr. 2015. BRASIL. Decreto Nº 5.775, de 10 de maio de 2006. Dispõe sobre o fracionamento de medicamentos, dá nova redação aos arts 2º e 9º do Decreto nº 74.170, de 10 julho de 1974. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5775.htm>. Acesso: 30 ago. 2015. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 ago. 2010. BRASIL. Resolução nº 210 de 14 de agosto de 2003. Determinar a todos os estabelecimentos fabricantes de medicamentos, o cumprimento das diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico das Boas Práticas para a Fabricação de Medicamentos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DOU de 14/08/03. Seção 1. Disponível em: <http://dre.pt/sug/digesto/index.html >. Acesso em: 14 mar. 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Automedicação traz sérios riscos à saúde. Disponível em: Acesso em: 20 de março de 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de saúde ambiental para o setor saúde. Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde,1999.
78
BRASIL. Ministério da Saúde. Tratamento Inadequado de Resíduos de Serviços de Saúde Põe em Risco os Brasileiros e o Meio Ambiente. 2012. Disponível em: <http://www.portal.saude.gov.br/portal/saúde/visualizar_texto. cfm?idtxt=23966> Acesso em: 28 mar. 15. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde. Brasília, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Vocabulário Controlado de formas farmacêuticas, vias de administração e embalagens de medicamentos. 1. ed. Brasília 2011 Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/ wps/wcm/connect/497d908047458b5f952bd53fbc4c6735/vocabulario_ controlado_ medicamentos_Anvisa.pdf?MOD=AJPERES >. Acesso em: 11 mar. 2015. BRITO, Natália V. S.; NASCIMENTO JR., Elias B. Farmácias comunitárias e o atendimento aos casos de gripe: medicamentos de venda livre e o uso racional. Pós em Revista, Caiçara, n. 5, 2012. CARVALHO, Eduardo V. et al. Aspectos Legais e Toxicológicos do Descarte de Medicamento. Revista Brasileira de Toxicologia, v. 22, n. 1-2, p. 1-8, 2009. EGGEN, A. E. Pattern of drug use in a general population-prevalence and predicting factors: the Tromso study. Int J Epidemiol, v. 23, n. 6, p. 1262-72, Dec., 1994. EICKHOFF, Patrícia; HEINECK, Isabela; SEIXAS, Louise J. Gerenciamento e destinação final de medicamentos: uma discussão sobre o problema. Rev Bras Farm, v. 90, n. 1, 2009. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/142745549/ Gerenciamento-e-destinacao-final-de-medicamentos-uma-discussao-sobre-o-problema>. Acesso: 30 ago. 2015. FALQUETO, Elda; KLIGERMAN, Débora C.; ASSUMPCAO, Rafaela F. Como realizar o correto descarte de resíduos de medicamentos? Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, supl. 2, p. 3283-3293, Oct. 2010. Disponível em: <redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=63019111031>. Acesso em: 27 mar. 15. FEBRAFARMA – Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica. Setor da economia. Disponível em: <http://www.febrafarma.com.br>. Acesso em: 16 mar. 2015. FINKLER, Miguel A. Estudo da logística reversa de embalagens vítreas de medicamentos farmacêuticos e sua reciclagem. Monografia (Graduação) – Curso de Engenharia Ambiental. Universidade Luterana do Brasil. Canoas, 2012. FLORES, Araceli V. et al. Organoclorados: um problema de saúde pública. Ambiente & Sociedade, v. 7, n. 2, p. 111-24, 2004. FOLMAR, L. C. et al. A comparison of the estrogenic potencies of estradiol, ethynylestradiol, diethylstilbestrol, nonylphenol and methoxychlor in vivo and in vitro. Aquatic Toxicology, v. 60, n. 1-2, p. 101-110, 2002.
79
GALVÃO FILHO, J. B.; ASSUNÇÃO, J. V. de. Gerenciamento de resíduos industriais e a técnica de waste minimization. Revista Gerência de Riscos, v. 22, 1991. Disponível em: <http://www.auditoriaambiental.com.br/artigos/18.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2015. GIL, Eric de S.; MATHIAS, Ricardo O. Classificação e riscos associados aos resíduos químico-farmacêuticos. Rev. Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, p. 87-93, 2005. GOUVEIA, Nelson. Saúde e meio ambiente nas cidades: os desafios da saúde ambiental. Saúde e Sociedade, v. 8, n. 1, p. 49-61, 1999. GOUVEIA, Nelson da C. Air pollution and health effects in São Paulo, Brazil: a time-series analysis. London School of Hygiene & Tropical Medicine, 1998. GRACIANI, Fernanda S.; FERREIRA, Gabriel L. B. V. Descarte de medicamentos: Panorama da logística reversa no Brasil. Espacios. v. 35, n. 5, p. 11, 2014. Disponível em: <http://www.revistaespacios.com/a14v35n05/14350411.html>. Acesso em: 06 out. 2015. GUARNIERI, Patrícia. Logística Reversa: Em busca do equilíbrio econômico e ambiental. Recife: Clube de Autores, 2011. HARPHAM, Trudy; LUSTY, Tim; VAUGHAN, Patrick. In the shadown of the city: community health and the urban poor. Oxford University Press, 1998. HIRATUKA, Celio. Aspectos relevantes para análise da viabilidade técnica e econômica de logística reversa de medicamentos no Brasil. In: Seminário resíduos de medicamentos: oportunidades e parcerias. São Paulo, 2012. IVANNISSEVICH, A. Os perigos da automedicação. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 1994. LEITE, Paulo R. Logística reversa: nova área da logística empresarial. Revista Tecnologística, Ano VII, n. 78, p. 102-108, 2002. LEITE, Paulo R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Perason Prentice Hall, 2009. LESSA, Marise de A.; BOCHNER, Rosany. Análise das internações hospitalares de crianças menores de um ano relacionadas a intoxicações e efeitos adversos de medicamentos no Brasil. Rev. bras. epidemiol, São Paulo, v. 11, n. 4, p. 660-674, Dec. 2008. LINSBINSKI, Leda M.; MUSSIS, Carlo R.; MACHADO, Silvia R.P. Avaliação da equivalência farmacêutica de comprimidos de captopril. Revista Brasileira de Farmácia, v. 89, n. 3, p. 214-219, 2008. MELO, Silene A. S. et al. Degradação de fármacos residuais por processos oxidativos avançados. Quím. Nova, São Paulo, v. 32, n. 1, p. 188-197, 2009.
80
MENDES, Zilda et al. Desperdício de medicamentos no ambulatório em Portugal. Rev Port Clin Geral. v. 26, p. 12-20, 2010. Ministério da Saúde. Produção oficial de medicamentos: diagnóstico, limitações e perspectivas. Brasília: Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde; 2003. MUELLER, Carla F. Logística Reversa Meio-ambiente e Produtividade. Estudos realizados - GELOG-UFSC, 2005. Disponível em: <http://www.tecspace.com.br/paginas/aula/faccamp/Rev/Artigo01.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2015. NASCIMENTO, C. E.; Descarte de Remédios: uma questão muito grave. 2008. Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/conteudo_ 296191.shtml>. Acesso em: 30 mar. 2015. OLIVEIRA, Betania M. A de. Logística Reversa de Medicamentos Domésticos. Monografia (Especialização) – Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro 2012. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/ T207882.pdf >. Acesso em: 07 mar. 2015. Organização Mundial de Saúde (OMS). Of Essential drugs and other medicines. The role of pharmacist in self care medication. Disponível em: <http://www.who.int/medicines/libary/docseng_from_a_to_z.shtml>. Acesso em: 19 mar. 2015. PATELA, Luciana. Responsabilidade compartilhada, acordos setoriais e logística reversa: a PNRS na prática. Revista do Crea-RS, v. 7, n. 85, p. 16-18, 2011. PEREIRA, Suellen S.; CURI, R. C. Modelos de gestão integrada dos resíduos sólidos urbanos: a importância dos catadores de materiais recicláveis no processo de gestão ambiental. Revista Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia, v. 9, n. 4, p. 118-138, 2012. PINHEIRO, E.S. Laboratórios farmacêuticos governamentais e o Sistema Único de Saúde. In: Bonfim JR, Mercucci VL, organizadores. A construção da política nacional de medicamentos. São Paulo: Editora Hucitec/Rio de Janeiro: ABRASCO; 1997. RENOVATO, Rogério D. O uso de medicamentos no Brasil: uma revisão crítica. Rev. Bras. Farm., v. 89, n. 1, p. 64-69, 2008. REY, L. Dicionário de termos técnicos de medicamentos de medicina e saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 1997. ROCHA, Bruno S. Caracterização dos Medicamentos Descartados por Usuários da Farmácia Popular do Brasil/Farmácia Escola da UFRGS. In: 9º Salão de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre 2009. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/premio_medica/pdfs/trabalhos/ mencoes/bruno_simas_trabalho_completo.pdf >. Acesso em: 10 mar. 2015.
81
RODRIGUES, Carla R. B. Aspectos Legais e Ambientais do Descarte de Resíduos de Medicamentos. Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica do Paraná, Ponta Grossa, 2009. Disponível em: <http://www.pg.utfpr.edu.br/dirppg/ ppgep/dissertacoes/arquivos/121/Dissertacao.pdf >. Acesso em: 04 abr. 2015. SANTORO, Maria I. R. M. Introdução ao Controle de Qualidade de Medicamentos. São Paulo: Atheneu, 1998. SERAFIM, Eliana O. P. et al. Qualidade dos medicamentos contendo dipirona encontrados nas residências de Araraquara e sua relação com a atenção farmacêutica. Rev. Bras. Cienc. Farm., São Paulo, v. 43, n. 1, p. 127-135, Mar. 2007. SETH, B. B.; BANDELIN, F. S.; SHANGRAW, R. F. Compressed tablets. In Pharmaceutical Dosage Forms: Tablets. Vol.1 Edited by H. Lieberman and L. Lachman. Marcel Dekker, New York, 1980. SILVA, André L. E. et al. Posicionamento das farmácias e a logística reversa no controle dos medicamentos em desuso. REGET, v. 18, n. 1, p. 57-65, 2014. SINIR. Sistema nacional de informações sobre a gestão dos resíduos sólidos. Acordos setoriais firmados. 2014. Disponível em: <http://www.sinir.gov.br/>. Acesso em: 31 ago. 2015. SOTORIVA, Patricia. Descarte Incorreto de Medicamentos Ameaça o meio Ambiente. Disponível em: <http://www.medicsupply.com.br/pacientes/blog/descarte-incorreto-de medicamentosameaca-meio-ambiente/>. Acesso em: 21 mar. 2015. TADEU, Hugo F. B. et al. Logística Reversa e Sustentabilidade. São Paulo: Cengage Learning, 2012. TERNES, T. A. et al. Behavior and occurrence of estrogens in municipal sewage treatment plants--I. Investigations in Germany, Canada and Brazil. Sci. Total Environ. v. 225, n. 1-2, 1999. UEDA, Joe et al. Impacto ambiental do descarte de fármacos e estudo da conscientização da população a respeito do problema. Revista Ciências do Ambiente On-line, Campinas, v. 5, n. 1, p.1-6, jul. 2009. VETTORAZZI, K. M.; VENAZZI, K. F. Responsabilidade socioambiental dos produtores de medicamentos e farmácias sobre os resíduos sólidos de saúde: a logística reversa como possibilidade de coleta e correta destinação. 2008. Disponível em: <http://www.fae.edu/seminario_sustentabilidade/etica_meioambiente/ Karlo%20Vettorazzi%20e%20Karen%20Venaz zi.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2015. YIN, Robert K. Estudo de caso – planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
82
WORLD RESOURCES INSTITUTE. The urban environment: world resources: a guide to the global environment. New York, Oxford University Press, 1996. WRIGHT, J. A. Indústria Farmacêutica Brasileira e a Globalização. A Indústria Farmacêutica. Sinduscom, 2000.
83
APÊNDICES
84
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS FARMÁCIAS
Centro Universitário UNIVATES
Lajeado/RS
Este questionário faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Carla
Anete Pflugseder, do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário da
UNIVATES/ Lajeado – RS. O objetivo deste questionário será avaliar o consumo e o
descarte de medicamentos e suas embalagens, bem como a situação atual da
logística reversa no estabelecimento.
Todas as informações presentes neste questionário serão utilizados de forma
sigilosa, bem como a identidade dos estabelecimentos.
Desde já agradeço a vossa disponibilidade e atenção, pois todas as
informações serão utilizadas de forma muito construtiva para a elaboração do
presente trabalho.
O questionário aplicado nas farmácias contará com as seguintes questões:
85
1) Ordene de forma prioritária os medicamentos mais consumidos pelos clientes
por dia.
( ) Antibiótico
( ) Anti-inflamatório
( ) Analgésico
( ) Antidepressivo
( ) Hormonal
( ) Outro
2) Quem tem o hábito de consumir mais medicamentos?
( ) Mulher ( ) Homem
3) Defina a faixa etária dos clientes que mais consomem medicamentos.
( ) 18 – 29 anos
( ) 30 – 39 anos
( ) 40 – 49 anos
( ) Acima dos 50 anos
4) Em média, quantas pessoas compram medicamento por dia?
___________________
5) Qual é o percentual diário de pessoas que compram um medicamento:
com receita médica _________%
sem receita médica _________%
6) Ao venderem medicamentos aos clientes, os mesmos são informados de como
descartar corretamente medicamentos vencidos, sobras e embalagens?
( ) Sim ( ) Não
7) O estabelecimento oferece um coletor específico ou outra forma de coleta para
descarte/coleta de medicamentos vencidos, sobras ou embalagens ao
consumidor ou população em geral?
( ) Sim ( ) Não
86
8) Em caso positivo, o que levou o estabelecimento a adotar este procedimento?
( ) Preocupação com o meio ambiente
( ) Marketing
( ) Política adotada pela rede
( ) Outro ________________
9) Quantas pessoas por dia descartam medicamentos vencidos, sobras ou
embalagens nos coletores próprios para esta função? ______
10) Qual é a faixa etária do consumidor que tem o hábito de levar estes
medicamentos ou embalagens para o descarte correto no estabelecimento?
( ) 18 - 29
( ) 30 - 39
( ) 40 – 49
( ) Acima dos 50
11) Qual é a forma do medicamento mais descartado pelos consumidores?
( ) Embalagens
( ) Sobras de medicamentos
( ) Medicamentos vencidos
12) Quantos quilos de medicamentos vencidos são coletados por mês?
( ) 0 a 1kg
( ) 1 a 3kg
( ) 3 a 5kg
( ) Acima de 5kg
13) Quantos quilos de sobras de medicamentos são coletados por mês?
( ) 0 a 1kg
( ) 1 a 3kg
( ) 3 a 5kg
( ) Acima de 5kg
14) Quantos quilos de embalagens de medicamentos são coletados por mês?
87
( ) 0 a 1kg
( ) 1 a 3kg
( ) 3 a 5kg
( ) Acima de 5kg
15) Após serem coletados os medicamentos e embalagens descartados pelos
consumidores nos estabelecimentos, qual é o destino dado à eles?
( ) Aterro Classe I
( ) Incineração
( ) Outro _________________
16) Quem é o responsável por organizar e implementar o sistema de logística
reversa de medicamentos vencidos, sobras e embalagens?
( ) Indústria
( ) Distribuidor
( ) Rede farmacêutica
( ) Farmácia
( ) Município
( ) Outro _________________
88
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO À POULAÇÃO CONSUMIDORA
Centro Universitário UNIVATES
Lajeado/RS
Este questionário faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Carla
Anete Pflugseder, do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário da
UNIVATES/ Lajeado – RS. O objetivo deste questionário será avaliar o consumo e o
descarte de medicamentos e suas embalagens pela população.
Todas as informações presentes neste questionário serão utilizados de forma
sigilosa, bem como a identidade das pessoas.
Desde já agradeço a vossa disponibilidade e atenção, pois todas as
informações serão utilizadas de forma muito construtiva para a elaboração do
presente trabalho.
O questionário aplicado à população contará com as seguintes questões:
89
Perfil do entrevistado
Sexo Faixa etária em anos Escolaridade
( ) Masculino ( ) 18 - 29 ( ) Fundamental Incompleto ( ) Feminino ( ) 30 - 39 ( ) Fundamental Completo ( ) 40 – 49
( ) Acima dos 50 ( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo
( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo
Cidade em que reside
( ) Lajeado ( ) Cruzeiro do Sul ( ) Estrela ( ) Arroio do Meio ( ) Santa Clara do Sul ( ) Encantado ( ) Outra __________________
1) Você tem o hábito de comprar e consumir medicamentos?
( ) Sim ( ) Não
2) Em caso positivo, qual é o medicamento que você mais consome?
( ) Antibiótico
( ) Anti-inflamatório
( ) Analgésico
( ) Antidepressivo
( ) Hormonal
( ) Outro __________________
3) Qual é o percentual de medicamentos que você compra:
com receita médica _________%
sem receita médica _________%
4) Quanto as embalagens dos medicamentos, em que local você tem o costume
de descartar?
( ) Lixo doméstico
( ) Coletores próprios para esta finalidade
5) Qual o destino que você costuma dar a um medicamento que venceu ou que
sobrou após o término de um tratamento?
90
( ) Lixo doméstico
( ) Vaso sanitário
( ) Armazenar o medicamento em casa
( ) Descartar em coletores próprios para esta finalidade
( ) Não sobram medicamentos
6) Pelos seus conhecimentos, o descarte de medicamentos em vasos sanitários
ou lixos domésticos pode causar riscos:
( ) Somente ao meio ambiente
( ) Somente à saúde humana
( ) Ao meio ambiente e saúde humana
( ) Não causam riscos
7) Qual é o principal motivo pelo qual as pessoas descartam medicamentos de
forma incorreta?
( ) Falta de informação quanto ao descarte correto
( ) Ausência/poucos pontos de coleta
( ) Poucas campanhas educativas sobre o consumo e descarte consciente
( ) Por não saberem os efeitos que os medicamentos causam ao meio ambiente
e à saúde humana
8) Na sua opinião, quem seria o responsável por dar um destino adequado a
medicamentos vencidos, sobras ou embalagens?
( ) Indústria
( ) Distribuidor
( ) Rede farmacêutica
( ) Farmácia
( ) Município
( ) Outro _________________
9) Qual é o estímulo que falta para que as pessoas destinem os medicamentos,
bem como suas embalagens de forma ambientalmente correta?
( ) Mais campanhas educativas quanto ao descarte
91
( ) Maior conscientização por parte da população quanto aos riscos que os
medicamentos podem causar tanto para o meio ambiente quanto para a saúde
humana
( ) Mais pontos de coleta
92
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ESTUDANTES DA UNIVATES
Centro Universitário UNIVATES
Lajeado/RS
Este questionário faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Carla
Anete Pflugseder, do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário da
UNIVATES/ Lajeado – RS. O objetivo deste questionário será avaliar o consumo e o
descarte de medicamentos e suas embalagens pelos estudantes das áreas das
exatas, humanas e saúde da UNIVATES.
Todas as informações presentes neste questionário serão utilizados de forma
sigilosa, bem como a identidade das pessoas.
Desde já agradeço a vossa disponibilidade e atenção, pois todas as
informações serão utilizadas de forma muito construtiva para a elaboração do
presente trabalho.
O questionário aplicado aos estudantes contará com as seguintes questões:
93
Perfil do entrevistado
Sexo Faixa etária em anos Área de abrangência do curso
( ) Masculino ( ) 18 - 29 ( ) CETEC ( ) Feminino ( ) 30 - 39 ( ) CGO ( ) 40 – 49
( ) Acima dos 50 ( ) CCBS ( ) CCHS
1) Você tem o hábito de comprar e consumir medicamentos?
( ) Sim ( ) Não
2) Em caso positivo, qual é o medicamento que você mais consome?
( ) Antibiótico
( ) Anti-inflamatório
( ) Analgésico
( ) Antidepressivo
( ) Hormonal
( ) Outro __________________
3) Qual é o percentual de medicamentos que você compra:
com receita médica _________%
sem receita médica _________%
4) Qual o destino que você costuma dar a um medicamento que venceu ou que
sobrou após o término de um tratamento?
( ) Lixo doméstico
( ) Vaso sanitário
( ) Armazenar o medicamento em casa
( ) Descartar em coletores próprios para esta finalidade
( ) Não sobram medicamentos
5) Quanto as embalagens dos medicamentos, em que local você tem o costume
de descartar?
( ) Lixo doméstico
( ) Coletores próprios para esta finalidade
94
6) Na sua opinião, para onde deveriam ser encaminhados os medicamentos
vencidos, sobras e embalagens de forma ambientalmente correta?
( ) Farmácias
( ) Retornar ao local onde os mesmos foram adquiridos
( ) Postos de saúde
7) Qual é o principal motivo pelo qual as pessoas descartam medicamentos de
forma incorreta?
( ) Falta de informação quanto ao descarte correto
( ) Ausência/poucos pontos de coleta
( ) Poucas campanhas educativas para o consumo e descarte consciente
( ) Por não saberem os efeitos que os medicamentos causam ao meio ambiente
e à saúde humana
8) Na sua opinião, o descarte de forma incorreta de medicamentos causa danos
ao meio ambiente e à saúde humana?
( ) Sim ( ) Não
9) Pelos seus conhecimentos, quem seria o responsável por dar um destino
adequado a medicamentos vencidos, sobras ou embalagens?
( ) Indústria
( ) Distribuidor
( ) Rede farmacêutica
( ) Farmácia
( ) Município
( ) Outro _________________
10) As disciplinas oferecidas no curso, abordam a questão da logística reversa de
medicamentos vencidos, sobras e embalagens?
( ) Sim
( ) Não
( ) Muito pouco
95
11) Qual é o estímulo que falta para que as pessoas destinem os medicamentos,
bem como suas embalagens de forma ambientalmente correta?
( ) Mais campanhas educativas quanto ao descarte
( ) Maior conscientização por parte da população quanto aos riscos que os
medicamentos podem causar tanto para o meio ambiente quanto para a saúde
humana
( ) Mais pontos de coleta