AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES … · avaliaÇÃo da qualidade de vida de pacientes...

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Fisioterapia Maria Izabel dos Reis Araújo Patrícia Aline Giacon AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO SF-36 LINS - SP 2007

Transcript of AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES … · avaliaÇÃo da qualidade de vida de pacientes...

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Fisioterapia

Maria Izabel dos Reis Araújo

Patrícia Aline Giacon

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE

PACIENTES ACOMETIDOS POR ACIDENTE

VASCULAR CEREBRAL ATRAVÉS DO

QUESTIONÁRIO SF-36

LINS - SP

2007

MARIA IZABEL DOS REIS ARAÚJO

PATRÍCIA ALINE GIACON

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES ACOMETIDOS POR

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO SF-36

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia, sob a orientação da Profª Esp. Ana Cláudia de Souza Costa e orientação da Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni.

LINS - SP

2007

RESUMO

Araújo, Maria Izabel dos Reis; Giacon, Patrícia Aline Avaliação da qualidade de vida através da escala SF-36 em

pacientes acometidos por acidente vascular cerebral / Maria Izabel dos Reis Araújo; Patrícia Aline Giacon. Unisalesiano -Lins, 2007.

63p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2007

Orientadores: Ana Claudia Souza Costa; Jovira Maria Sarraceni

1. Acidente Vascular Cerebral. 2.Qualidade de Vida. 3.SF-36. I Título.

CDU 615.8

A69a

MARIA IZABEL DOS REIS ARAÚJO

PATRÍCIA ALINE GIACON

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES ACOMETIDOS POR

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ATRÁVES DO QUESTIONÁRIO SF-36

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para

obtenção do título de Fisioterapeuta.

Aprovada em: ____/____/____.

Banca Examinadora:

Profª Orientadora: Ana Cláudia de Souza Costa

Titulação: Fisioterapeuta Especialista em Fisioterapia Neurológica

Assinatura:___________________________

1º Prof (a)__________________________________________________________

Titulação:__________________________________________________________

__________________________________________________________________

Assinatura: ___________________________

2º Prof (a)__________________________________________________________

Titulação:__________________________________________________________

__________________________________________________________________

Assinatura: ___________________________

DEDICATÓRIAS

Aos meus pais Luiz e Dora Paizinho mãezinha obr igado por t udo que sempr e f izer am por mim, eu sei que f oi dif ícil, mas j unt os conseguimos chegar ao f inal de mais uma et apa. Pai você que t ant o se esforçou e lutou para que hoje eu estivesse aqui muito obrigado você é o meu herói. Mãe, que sempr e est eve pr esent e em t odos os moment os, me dando f or ças par a que eu nunca desanimasse, às vezes deixando a sua própria vida de lado para correr ao meu encontro. Você é essencial. Vocês são os melhores pais do mundo, amo vocês.

Beijos Bel

Ao meu irmãozinho Que sempre esteve ao meu lado me aj udando e t or cendo por mim, aqui est á a pr ova de que valeu a pena, muito obrigado. Você é uma gracinha de irmão, amo muito você.

Beijos Bel

A minha família Obrigado por acreditarem em mim. Vocês são muito especiais para mim.

Beijos Bel

A minha parceira e amiga Patita Flor de mar acuj á, nós conseguimos f inalizar mais uma f ase de nossas vidas. Nesses quat r o anos você se t or nou uma pessoa muit o especial na minha vida, a minha melhor amiga, sempr e pr esent e em moment os impor t ant es par a mim. For am muit as r isadas, f est as, chor os, desabaf os e muit a conver sa. Agor a cada uma de nós seguir á por um caminho dif er ent e (ou não né), mas eu vou est ar sempr e t or cendo por você. Eu não poderia ter arrumado uma parceira melhor. Amo você pra sempre.

Beijos da sua irmãzinha caçula Bel

As minhas amigas Brenda e Tati Passamos por muit as coisas j unt as, f or am moment os únicos que f icar ão guar dados no meu coração para sempre. Vocês são muito especiais. Amo vocês!

Beijos Bel

Aos meus amigos Jonas, Xicão e parceiros de estágio Carol (f lor), Dani (porta), Silmara, Evert on (t igrão), Junior (maluquinho), Mariana, Natalia, Priscilinha, Fabiana, Alessandra e Aline (poia). Cada um que passa em nossas vidas, levam um pouco de nós mesmos e nos deixa um

pouco de si . Cada um de vocês t em um espaço no meu cor ação. Obr igado por t udo. Adoro vocês.

Beijos Bel.

DEDICATÓRIAS

Aos meus pais queridos (Sonia e Odair)... Amo t ant o vocês que nem sei o que eu f ar ia se não est ivessem sempr e comigo, me incent ivando e dando t odo o apoio que pr eciso. Saibam que se hoj e eu cheguei at é aqui com cer t eza f oi por que vocês me aj udar am t or nar isso possível. Minha mãezinha linda, ai se eu não tivesse você pra me dar colo todas as vezes que precisei... Paizinho do meu cor ação, o que eu f ar ia se eu não pudesse ouvir você dizer pode f alar que eu r esolvo ... Nossa! Não posso nem imaginar . Vocês são essenciais! Amo vocês! Obr igada por tudo!!!

Beijos, Paty

Aos meus irmãos (Ricardo e Luiz Eduardo)... É bom quando a gent e t em com quem cont ar , melhor ainda é quando essas pessoas são t ão especiais quant o vocês! Realment e eu t enho muit a sor t e por t er dois ir mãos t ão maravilhosos! Amo vocês!

Beijos, Paty

À minha parceirinha Bel... Ent ão amiga, você sabe que é pr at icament e minha ir mã caçula, né?! Você mor a no meu cor ação desde quando nos conhecemos, pois logo que a vi imaginei que ser ia par a mim uma gr ande amiga! E acer t ei em cheio! At é hoj e est amos aí f ir mes e f or t es par a o que der e vier ! Foi muit o bom t er conhecido você e compar t ilhado esses quat r o anos juntas! Gr aças a Deus conseguimos chegar at é aqui, quer dizer , a Deus e a nós que nos esf or çamos bast ant e! Obr igada por f azer par t e da minha vida! Ador o você! Ador o demais! Eu não quero que acabe!!!

Beijão, Paty

A uma amiga muitíssimo especial... Mas é clar o que eu est ou f alando de você Br enda! Ser ia impossível esquecer de uma pessoa t ão companheir a e dedicada, alguém que nunca me deixou na mão, pelo cont r ár io, sempr e f ez quest ão de par t icipar . Amizade ver dadeir a como a sua est á em f alt a no mer cado ,r sr s, e é por isso que eu me agar r ei bem f or t e nela par a não deixar escapar! Agradeço você por tudo e mais um pouco! Adoro você demais!

Beijão, Paty

À turma da sala, parceiros de estágio (Line, Alê, Carol, Rê, Lê, Xico, Carol, Jú, Jonas, Júnior, Má, Fabi) e todos os meus amigos (em especial, Tathi, Lê, Japa): Cada um com uma qualidade que se dif er encia me f ez apr ender um pouquinho mais sobr e a vida. Conviver com vocês f oi uma exper iência mar avilhosa que eu nunca mais vou esquecer. Inúmeras festas, risadas e tudo mais! Valeu!

Beijãozão, Paty

AGRADECIMENTOS

A Deus... Agr adecemos por que sempr e nos deu f or ças par a enf r ent ar as bar r eir as encont r adas dur ant e a nossa caminhada, nos dando o discer niment o necessár io em t odos os moment os, pois dest a f or ma conseguimos complet ar com paciência e dedicação nosso trabalho.

Tudo posso naquele que me f or t alece. Filipenses 4,13.

À nossa orientadora Ana... Agr adecemos por você t er aceit ado ser nossa or ient ador a, pela f or ma que conduziu nossas orientações e pela disponibilidade e conf iança deposit ada em nós. Obr igada por tudo!

À prof essora Márcia, aos f uncionários da biblioteca e ao Luis Fernando (Carneiro)... Obrigada pela atenção, paciência e dedicação que sempre tiveram com a gente.

Aos nossos amigos... Ao nosso amigo Ever t on (t r igo) em especial e a t odos que nos aj udar am quando precisamos.

Aos pacientes... Obrigada por terem contribuído com o nosso trabalho.

À Jovira... Obr igada por nos most r ar o caminho que dever íamos seguir par a r ealizar nosso trabalho.

Beijos, Bel e Paty

RESUMO

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença encontrada comumente em muitos indivíduos devido também ao grande número de fatores de risco que contribuem para a sua ocorrência. Dentre eles destacam-se a aterosclerose e a hipertensão arterial sistêmica (HAS). A patologia resulta de uma lesão em um dos dois hemisférios cerebrais, afetando o hemicorpo do lado oposto à lesão. Apesar de ocorrerem complicações que podem ser superadas pelos pacientes, algumas afetam significativamente o dia a dia dos mesmos, devido ao comprometimento motor, à dor e às alterações da percepção e da linguagem. De acordo com o grau de comprometimento de cada um pode haver interferências nas atividades da vida diária (AVD s), afetando a qualidade de vida (QV) dos indivíduos. Para fazer uma avaliação da QV dos pacientes que foram vitimas do AVC utilizou-se como método para análise o questionário SF-36 (Item Short Form Health Survey). Este questionário é composto por 36 questões organizadas em 8 domínios incluindo capacidade funcional, aspectos físicos, dor, aspectos sociais e emocionais. O objetivo deste estudo descritivo foi analisar a QV de 30 pacientes acometidos por AVC. As avaliações se deram no período de março a junho de 2007, no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco (CRFDB) em Lins

SP. A amostragem, aleatória, constituiu-se de 12 mulheres e 18 homens, com idade média de 64 anos. Verificou-se com a pesquisa significantes limitações nos aspectos físicos e capacidade funcional e também nos aspectos emocionais. Observou-se que o AVC prejudica a QV dos pacientes.

Palavras-chave: acidente vascular cerebral. qualidade de vida. SF-36.

ABSTRACT

The Cerebrovascular Accident (CVA) is a disease commonly identified in many individuals due to the large number of risk factors that contribute to its occurrence. Among the risk factors, the atherosclerosis and the systemic arterial hypertension (SAH) are detached. The pathology results from a lesion in one of the two cerebral hemispheres, affecting the side of the body opposite to the one of the lesion. In spite of the occurrence of many complications that may be overcome by patients, some of them may affect significantly their routine due to motor endanger, pain and alterations in perception and language. According to the degree the patient is affected, there may be interferences on the everyday life activities (ELA s), affecting the individuals quality of life (QL). In order to evaluate the quality of life from patients who were victims of CVA, a survey SF-36 (Item Short Form Health Survey) was used as method for analysis. This survey is composed by 36 questions, which are organized in 8 domains, including functional capacity, physical aspects, pain and social and emotional aspects. The objective of this descriptive study is to analyze the quality of life from 30 patients assaulted by CVA. The analyses have been carried through during the period of March to June 2007, at the Centro de Reabilitação Física Dom Bosco (CRFDB) in Lins-SP. The sampling, which is alleatory, was composed by 12 women and 18 men, with an average age of 64 years old. It was observed with the research, significant limitations in the physical aspects and functional capacity, as well as limitations in the emotional aspects. It was noted that the CVA causes damage to the quality of life from patients.

Key-Words: cerebrovascular accident, quality of Life, SF-36.

LISTA DE TABELAS

Características sócio-demográficas dos pacientes com AVC.....................

34

Média dos domínios de QV do SF-36 dos pacientes com AVC (n30)....... 35

Organização da amostra (n30) em 2 grupos de acordo com a pontuação

obtida no questionário SF-36.....................................................................

35

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AE- Aspectos Emocionais

AF- Aspectos Físicos

AIT- Ataque Isquêmico Transitório

AS- Aspectos Sociais

AVC- Acidente Vascular Cerebral

AVCH- Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico

AVCI- Acidente Vascular Cerebral Isquêmico

AVD s- Atividades de Vida Diária

AVP S- Atividades de Vida Prática

CF- Capacidade Funcional

EGS- Estado Geral de Saúde

HAS- Hipertensão Arterial Sistêmica

QV- Qualidade de Vida

SF-36- Item Short Form Health Survey

SM- Saúde Mental

TVP- Tromboembolismo Venoso Profundo

VIT- Vitalidade

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................. 12

CAPÍTULO I ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

1 CONCEITO............................................................................................ 14

1.2 Incidência e faixa etária.......................................................................... 14

1.3 Fatores de risco...................................................................................... 14

1.4 Classificação.......................................................................................... 15

1.4.1 Acidente vascular cerebral isquêmico.................................................... 15

1.4.2 Acidente vascular cerebral hemorrágico................................................ 17

1.5 Icto.......................................................................................................... 17

1.5.1 Icto transitório......................................................................................... 17

1.5.2 Pequeno icto.......................................................................................... 18

1.5.3 Icto completo.......................................................................................... 18

1.5.4 Icto em evolução.................................................................................... 18

1.6 Oclusão arterial...................................................................................... 19

1.6.1 Oclusão da artéria cerebral anterior....................................................... 19

1.6.2 Oclusão da artéria cerebral média......................................................... 19

1.6.3 Oclusão da artéria cerebral interna........................................................ 20

1.6.4 Oclusão da artéria cerebral posterior..................................................... 20

1.6.5 Oclusão da artéria vertebrobasilar......................................................... 20

1.7 Fisiopatologia......................................................................................... 21

1.8 Manifestações clínicas........................................................................... 21

1.8.1 Comprometimento motor....................................................................... 22

1.8.2 Alteração da função sensorial................................................................ 22

1.8.3 Alteração da função da linguagem......................................................... 22

1.8.4 Alteração da função perceptiva.............................................................. 23

1.8.5 Disfagia ................................................................................................. 23

1.9 Complicações ........................................................................................ 24

1.9.1 Aspectos psicossociais.......................................................................... 24

1.9.2 Dor ........................................................................................................ 24

1.9.3 Distúrbios urinários e intestinais ........................................................... 24

1.9.4 Sexualidade........................................................................................... 25

1.9.5 Tromboembolismo venoso..................................................................... 25

1.9.6 Ombro doloroso..................................................................................... 26

1.10 Prognóstico............................................................................................ 26

CAPÍTULO II QUALIDADE DE VIDA

2 CONSIDERAÇÕES GERAIS................................................................. 27

2.1 Qualidade de vida no acidente vascular cerebral.................................. 28

2.2 SF-36...................................................................................................... 30

CAPÍTULO III A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO....................................................................................... 33

3.1 Métodos.................................................................................................. 33

3.2 Técnicas................................................................................................. 33

3.3 Apresentação dos resultados................................................................. 34

3.4 Opinião dos profissionais....................................................................... 37

3.4.1 A opinião do fisioterapeuta A................................................................. 36

3.4.2 A opinião do fisioterapeuta B................................................................. 37

3.4.3 A opinião do terapeuta ocupacional....................................................... 37

3.5 Discussão............................................................................................... 38

3.6 Conclusão sobre a pesquisa.................................................................. 40

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO..................................................................... 41

CONCLUSÃO................................................................................................... 42

REFERÊNCIAS................................................................................................ 43

APÊNDICES .................................................................................................... 48

12

INTRODUÇÃO

O acidente vascular cerebral pode decorrer tanto de um processo

isquêmico devido à oclusão de uma das artérias cerebrais quanto de um

hemorrágico por ruptura de um desses vasos. Como conseqüências da lesão

podem ocorrer complicações motoras, cognitivas, sensoriais, de percepção e

comunicação (STOKES, 2000).

Segundo O´Sullivan; Schmitz (2004), pode ocorrer uma limitação funcional

após um comprometimento, ou seja, o indivíduo torna-se incapaz de realizar

atividades da mesma forma que as outras pessoas realizam. Após o acidente

vascular cerebral os pacientes podem apresentar problemas de mobilidade na

deambulação, das habilidades e das atividades da vida diária básicas, como tomar

banho, vestir-se, alimentar-se e ir ao banheiro. O desempenho funcional é

influenciado principalmente pelo comprometimento perceptivo e motor além de

perda sensorial, distúrbio de comunicação e desorientação.

Devido aos fatores acima citados e também pelo fato de o acidente vascular

cerebral ser uma patologia neurológica muito comum, surgiu a idéia de se realizar

uma pesquisa sobre a interferência da doença na qualidade de vida de um grupo

de pacientes nesta condição.

O estudo procurou responder o seguinte questionamento: É possível avaliar

a qualidade de vida dos pacientes com acidente vascular cerebral através do

questionário SF-36?

Em resposta a esta indagação surgiu o pressuposto do trabalho:

O questionário SF-36 consiste em perguntas sobre a saúde do paciente,

abrangendo a capacidade de desenvolver atividades de vida diária bem como a

percepção que o paciente tem de si em relação à sua condição. Portanto, para

avaliar a qualidade de vida de pacientes com acidente vascular cerebral este

questionário pode ser eficaz.

O trabalho está organizado desta forma:

Capítulo I: Descreve o acidente vascular cerebral.

Capítulo II: Descreve a qualidade de vida.

13

Capítulo III: A pesquisa.

Finalizando o estudo encontra-se a proposta de intervenção e a conclusão.

14

CAPÍTULO I

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

1 CONCEITO

Segundo Teixeira et al (2003) o acidente vascular cerebral (AVC) é relatado

como um déficit neurológico causado por uma alteração na circulação sanguínea.

Dependendo da área afetada e sua extensão pode ocorrer problemas cognitivos e

sensoriomotor.

De acordo com O Sullivan; Schimitz (2004) o AVC decorre de uma restrição

sanguínea ou ruptura de algum vaso sanguíneo levando a uma isquemia ou a um

extravasamento de sangue na área cerebral.

1.2 Incidência e faixa etária

Para O Sullivan; Schmitz (2004) a chance de um homem comparado a uma

mulher de sofrer AVC é 19% maior, sendo mais comum em negros do que em

brancos.

A incidência relaciona-se com a idade, sendo incomum abaixo dos 50

anos, mas duplicando a cada década após 55 anos . (DELISA et al, 2002, p.1227).

1.3 Fatores de risco

De acordo com O Sullivan; Schmitz (2004) existem diversos fatores de risco

15

para as doenças cardiovasculares. Dentre eles, alguns aumentam

significativamente a chance de ocorrência de um AVC. A aterosclerose é um fator

importante para ser avaliado, pois devido ao acúmulo de gordura nas paredes das

artérias formam-se as placas de ateroma e de acordo com o tamanho das

mesmas poderá ocorrer diminuição ou impedimento da circulação sanguínea, seja

pela redução da luz dos vasos ou por obstrução, acarretando o AVC. Também se

destaca a hipertensão arterial sistêmica (HAS) que aumenta o risco do AVC.

O risco vascular está diretamente relacionado com os níveis de pressão arterial, e o controle efetivo da hipertensão arterial tem reduzido a taxa de mortalidade e incidência do AVC. Estudos demonstram que o decréscimo de 5 mmHg da pressão arterial sistólica reduz em até 30% a incidência de eventos isquêmicos na população com hipertensão arterial. (PRADO; RAMOS; VALLE, 2005, p.1033)

O Sullivan; Schmitz (2004) afirma que além da HAS e das doenças arteriais

periféricas, diabetes, doença cardíaca coronariana, insuficiência cardíaca

congestiva, problemas valvulares, endocardite, arritmias, cirurgias cardíacas e

ataques isquêmicos transitórios são fatores de risco o tabagismo, a obesidade,

hereditariedade, envelhecimento, sexo e raça, podendo assim aumentar as

possibilidades de ocorrer um AVC.

1.4 Classificação

1.4.1 Acidente vascular cerebral isquêmico

O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) é conseqüência da

obstrução de uma artéria cerebral ou de algum de seus ramos que irriga

determinada área cerebral, privando essa região de nutrientes e oxigênio.

(O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

16

Stokes (2000) relata que uma lesão encefálica pode por si só colocar a vida

do paciente em risco, e caso ele se recupere, ficará gravemente incapacitado por

paralisia dos nervos cranianos, tetraplegia espástica e perda sensorial.

O AVC é assim classificado:

a) AVC trombótico: Para Netto; Brito (2001) o AVC trombótico é uma

situação onde ocorre a formação de um coágulo de sangue no interior

das artérias cerebrais ou de seus ramos, associados à aterosclerose e

estenose. Os principais fatores de risco que favorecem a formação de

uma estenose são: HAS, diabetes, tabagismo, etilismo, idade e

hipercolesterolemia. Com os canais colaterais prejudicados os vasos

são ocluidos por placas de aterosclerose.

b) AVC embólico: Delisa et al (2002) afirma que a instalação do AVC

embólico é abrupta, pois o êmbolo caminha até se alojar em um vaso

cujo calibre seja semelhante ao seu diâmetro ou menor.

Caso o êmbolo esteja no sistema basilar, essa situação pode resultar

em coma e paralisia total. (UMPRHRED, 2004)

O Sullivan; Schmitz (2004) relata que os êmbolos originam-se de

colesterol, plaquetas, fibrinas e outros fragmentos, sejam eles sépticos,

gasosos ou gordurosos.

c) AVC lacunar: Delisa et al (2002) descreve que o AVC lacunar

caracteriza-se como pequenos infartos que se formam em artérias

perfurantes, que são encontradas nos gânglios da base, cápsula interna,

tronco encefálico e tálamo. Lesões lacunares apresentam maior grau de

recuperação neurológica.

A incidência de infartos lacunares aumenta com a idade, acometendo

principalmente indivíduos entre 58 e 72 anos, embora este dado varie

conforme o estudo . (NETTO; BRITO, 2001, p.211).

17

1.4.2 Acidente vascular cerebral hemorrágico

Para O Sullivan; Schmitz (2004) o acidente vascular cerebral hemorrágico

(AVCH) é uma situação onde ocorre um intenso sangramento devido a um

rompimento de um vaso sanguíneo. Quando este vaso se rompe e o sangue se

extravasa podemos chamar de hemorragia intracerebral. O AVCH pode ocorrer

em indivíduos cujas paredes dos vasos sanguíneos estejam fracas devido à

aterosclerose, o que provoca um aneurisma.

Chama-se hemorragia subaracnóide quando há um rompimento de um

aneurisma saculado localizado no circulo de willis ou próximo dele, com

sangramento no espaço subaracnóide. (STOKES, 2000).

O círculo arterial do cérebro ou polígono de Willis é uma anastomose arterial de forma poligonal situado na base do cérebro (...) É formado pelas porções proximais das artérias cerebrais anterior, média e posterior, pela artéria comunicante anterior e pelas artérias comunicantes posteriores, direita e esquerda. (MACHADO, 2006, p. 91).

De acordo com Delisa et al (2002) a hemorragia manifesta-se de forma

abrupta onde o paciente desenvolve dor de cabeça intensa e déficits neurológicos

em minutos.

1.5 Icto

1.5.1 Icto transitório

Segundo Nitrini; Bacheschi (2005) o ataque isquêmico transitório (AIT)

pode se originar por uma hemorragia, como no caso de ruptura de um aneurisma

ou por uma isquemia focal sendo esta mais comum e geralmente causada por

18

fenômenos tromboembólicos. Quando ocorre um AIT aparecem sinais e sintomas

semelhantes aos de uma lesão neurológica como um infarto cerebral, porém,

estes podem cessar dentro de minutos, pois a circulação logo se estabiliza no

interior das artérias. Na maioria dos casos o AIT envolve a artéria carotídea ou a

vertebrobasilar e sua característica fundamental é que os sintomas desaparecem

dentro de 24 horas, cessando sem deixar seqüelas.

AITs recorrentes podem ser benignos e cessarem espontaneamente, mas

em até 30% dos pacientes um derrame funcionalmente significativo irá se

desenvolver nos próximos 5 anos . (DELISA et al, 2002, p.1229).

1.5.2 Pequeno icto

A síndrome neurológica causada pelo pequeno icto caracteriza-se pela

recuperação funcional completa e diferencia-se do ataque isquêmico porque suas

causas são diferentes. (NITRINI; BACHESCHI, 2005).

1.5.3 Icto completo

Para Nitrini; Bacheschi (2005) o icto completo caracteriza-se por disfunção

encefálica que acarreta sinais e sintomas por um período superior a 24 horas,

sendo que na ocorrência do mesmo a recuperação funcional será comprometida e

deixará seqüelas.

1.5.4 Icto em evolução

19

Usa-se o termo AVE em evolução para designar o paciente cujo estado

neurológico está se deteriorando após a internação hospitalar . (O SULLIVAN;

SCHMITZ, 2004, p.523).

Nitrini; Bacheschi (2005) relata que a sintomatologia da doença

encefalovascular pode se agravar ou por aumento da área de infarto ou por

processo expansivo intracerebral.

1.6 Oculsão arterial

1.6.1 Oclusão da artéria cerebral anterior

Para O Sullivan; Schmitz (2004) a artéria cerebral anterior é um dos ramos

da artéria carótida interna. Irriga os lobos frontal e parietal, cápsula interna anterior

e 4/5 do corpo caloso. A oclusão dessa artéria resulta em hemiparesia

contralateral e diminui a sensibilidade da perna e pé.

Delisa et al (2002) descreve que pode ocorrer incontinência urinária, perda

da espontaneidade, distração e diminuição na habilidade de raciocínio.

1.6.2 Oclusão da artéria cerebral média

A artéria cerebral média (ACM) supre a parte lateral dos lobos frontal, parietal e temporal e a coroa radiada, estendendo-se profundamente até o putâmen e o braço posterior da cápsula interna. Seu primeiro ramo é a artéria oftálmica e então ela divide-se em artéria cerebral anterior... Na superfície lateral do hemisfério da ACM se divide em porção superior e inferior às quais irrigam a superfície lateral do hemisfério. (DELISA et al, 2002, p.1232).

20

De acordo com O Sullivan; Schmitz (2004) a oclusão dessa artéria leva à

hemiparesia contralateral espástica e perda sensorial no rosto, membro superior e

membro inferior, sendo que o comprometimento é maior no rosto e no membro

superior.

1.6.3 Oclusão da artéria carótida interna

O Sullivan; Schmitz (2004) afirma que há a possibilidade de uma oclusão

completa da artéria carótida interna resultar em um grande edema, podendo levar

ao coma ou até à morte. Quando a lesão for incompleta os sintomas serão

combinações dos sintomas das oclusões da artéria cerebral média e da artéria

cerebral anterior.

Umphred (2004) descreve que os sinais são variáveis de acordo com o grau

e a área da lesão.

Se existir um fluxo colateral inadequado por meio da órbita da artéria

carótida interna, pode haver cegueira ipsilateral ou isquemia retinal no lado da

lesão, associada com hemiplegia contralateral . (DELISA et al, 2002, p.1232).

1.6.4 Oclusão da artéria cerebral posterior

Para O Sullivan; Schmitz (2004) as artérias cerebrais posteriores irrigam o

lobo occipital correspondente e as partes medial e inferior do lobo temporal. Sua

oclusão resulta em hemiplegia contralateral, hemianopsia homônima, agnosia

visual, prosopagnosia e síndrome amnésica com perda de memória.

1.6.5 Oclusão da artéria vertebrobasilar

21

O Sullivan; Schmitz (2004) afirma que a artéria vertebrobasilar irriga as

pontes, o ouvido interno e o cerebelo. Uma oclusão completa dessa artéria é

grave e pode levar ao coma ou até à morte, permanecendo apenas o movimento

de olhar vertical.

Oclusões do sistema vertebrobasilar podem provocar uma ampla variedade de sintomas, com sinais ipsilaterais e contralaterais, já que alguns dos tratos do tronco cerebral terão se cruzado e outros não. (O SULLIVAN; SCHMITZ, 2004, p.526).

1.7 Fisiopatologia

Segundo O Sullivan; Schmitz (2004) o AVC pode ser causado por trombos,

embolismo e hemorragias, além de tumores, abcessos, traumatismos e processos

inflamatórios. A ruptura de um vaso cerebral leva à hemorragia, a qual faz com

que aumente a pressão intracraniana e resulte em morte tissular. Trombos ou

coágulos nas paredes das artérias cerebrais geram a oclusão das mesmas

resultando em infarto. O deslocamento dessas estruturas pelo fluxo sanguíneo

dará origem ao êmbolo que também pode levar à oclusão de uma artéria cerebral,

gerando isquemia cerebral.

Quando por qualquer desses fatores ocorre uma lesão encefálica devido à

isquemia há a liberação de glutamato, o qual, em excesso, pode gerar a excito-

toxidade. Neste caso, os neurônios lesados levam à morte dos adjacentes porque

o excesso de glutamato provoca uma excitação excessiva, aumentando a

concentração de cálcio intracelular que por sua vez provoca a destruição celular.

(EKMAN, 2000).

1.8 Manifestações clínicas

22

1.8.1 Comprometimento motor

O Sullivan; Schmitz (2004) relata que o estágio inicial do AVC é a flacidez

onde não é possível realizar nenhum tipo de movimento voluntário. Após essa

fase o paciente entra em um estágio espástico, onde os movimentos vão ocorrer

em massa, chamados também de movimentos sinérgicos. A espasticidade

predomina nos músculos antigravitacionais, ocorrendo no lado oposto da lesão.

Assim sendo esses pacientes estão mais susceptíveis a quedas por

desalinhamentos posturais e dificuldade de equilíbrio. O estágio final é onde

ocorre a diminuição da espasticidade e a recuperação relativa dos movimentos, já

que a menor parte dos pacientes tem recuperação completa e a maior parte fica

com alguma seqüela.

1.8.2 Alteração da função sensorial

Delisa et al (2002) afirma que quando há déficits sensoriais após um AVC,

freqüentemente vêm acompanhados de déficit motor e manifesta-se de acordo

com a localização da lesão: no córtex a sensação será preservada, porém

diminuída nos aspectos qualitativos e quantitativos; no lobo parietal pode ser que

as modalidades primárias de sensação estejam intactas; e no tálamo poderá

acarretar grave perda sensorial contralateral.

1.8.3 Alteração da função da linguagem

O Sullivan; Schmitz (2004) descreve que para designar um distúrbio de

comunicação causado por uma lesão cerebral utiliza-se o termo afasia. Quando

23

ocorre uma lesão no córtex de associação auditiva e no lobo temporal esquerdo, o

paciente terá dificuldade para entender a linguagem falada e seguir comandos,

mas a construção de frases será preservada. Essa situação é classificada como

afasia de Wernicke. Há também a afasia de Broca, onde o paciente entende o que

é falado a ele, porém, a produção da sua fala é trabalhosa e talvez nem ocorra. A

área lesada neste caso é a área pré-motora do lobo frontal esquerdo. Quando

ocorre uma lesão cerebral extensa o paciente não consegue compreender, nem

falar e é chamado de afasia global.

1.8.4 Alteração da função perceptiva

De acordo com O Sullivan; Schmitz (2004) as lesões corticais podem levar

à alterações visuo-perceptivas envolvendo distúrbios de esquema corporal ou

imagem corporal, agnosias, apraxia, relações espaciais e negligência unilateral.

Ocorrem com maior freqüência na hemiparesia esquerda e contribui para a

condição de inclinação ipsilateral, caracterizada pela inclinação do paciente para o

lado afetado em todas as posições.

1.8.5 Disfagia

Para O Sullivan; Schmitz (2004), como conseqüência do AVC pode surgir

dificuldade de engolir, sendo que esta geralmente é causada por atraso do reflexo

de deglutição, seguida de redução do peristaltismo da faringe e do controle da

língua. Alterações do controle cervical, da sensibilidade e do estado mental, além

de má postura, contribuem para a disfagia. Nestas condições o paciente com AVC

fica susceptível à aspiração a qual leva à complicações como desconforto

respiratório agudo e pneumonia aspirativa.

24

1.9 Complicações

1.9.1 Aspectos psicossociais

De acordo com Delisa et al (2002) o indivíduo que sofreu um AVC passa

por uma mudança rápida em sua vida. O paciente tem medo de perder a

capacidade de realizar suas atividades e sua independência e ficam preocupados

em saber se a família terá condições de cuidar dele.

A reposta de alguns pacientes ao derrame pode ser catastrófica com má

adaptação de comportamento subseqüente . (DELISA et al, 2002, p. 1251).

1.9.2 Dor

O AVE hemorrágico ou isquêmico pode ter como resultado uma forte dor de cabeça, dor no pescoço ou no rosto. As lesões da artéria cerebral posterior envolvendo a parta ventral póstero-lateral do tálamo podem provocar a síndrome talâmica sensorial

problema neurogênico que afeta as sensações superficiais (toque, dor e temperatura). (O SULLIVAN; SCHMITZ, 2004, p.530)

O Sullivan; Schmitz (2004) descreve que a síndrome talâmica aparece após

alguns meses que o AVC tenha ocorrido. Um simples afagar de pele, ou algum

tipo de contato com calor ou frio, ruídos altos e luzes brilhantes desencadeiam ou

até exacerbam a dor.

Umphred (2004) relata que durante o processo de neuroreabilitação não é

indicado à presença de dor.

1.9.3 Distúrbios urinários e intestinais

25

Segundo Delisa et al (2002) após o AVC os reflexos sacrais ficam

deprimidos. A bexiga vai se dilatando e não ocorre a micção voluntária, sendo que

a bexiga se esvazia por incontinência paradoxal.

Os problemas intestinais podem envolver constipação e diarréia. Esse

problema pode exigir ingestão de mais líquidos, amolecedores fecais e realização

de atividades físicas. (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

1.9.4 Sexualidade

De acordo com Umphred (2004) existe uma diminuição na freqüência das

relações sexuais, porém não há uma diminuição no desejo. Quando esses

pacientes retornam ao seu cotidiano eles ficam com medo de falhar. Pode ocorrer

uma diminuição na lubrificação na mulher, e no homem pode surgir uma

dificuldade para alcançar a ereção.

Esses e muitos outros problemas sexuais pós derrame são relativos a fatores emocionais, como medo, ansiedade ou culpa em relação ao derrame por si só. Os pacientes têm uma perda da auto-estima e eles podem temer rejeição ou abandono por seus parceiros. (DELISA et al, 2002, p.1215).

1.9.5 Tromboembolismo venoso

Delisa et al (2002) relata que todos os pacientes que sofreram AVC correm

riscos de tromboembolismo venoso profundo (TVP). Esse risco se torna maior

quando a perna do paciente está paralisada.

Os marcos que servem como sinais clínicos da TVP envolvem surgimento rápido de um inchaço unilateral na perna, com edema dependente. O paciente pode relatar sensibilidade, dor contínua ou sensação de rigidez na panturrilha. De modo geral a dor não é forte. (O SULLIVAN; SCHMITZ, 2004, p. 537).

26

Segundo Delisa et al (2002) é muito importante um diagnóstico e um

tratamento rápido para TVP para que assim diminua os riscos de embolia grave.

Cerca de 10% das mortes hospitalares após o AVC são causadas por

embolia pulmonar aguda (EPA), nem sempre reconhecida . (ANDRÉ, 1999, p.47)

1.9.6 Ombro doloroso

De acordo com O Sullivan; Schmitiz (2004) logo após o AVC, no estágio

flácido, a cápsula e os ligamentos são as únicas sustentações do ombro, pois há

falta de tônus, paralisia muscular e comprometimento proprioceptivo. Sendo

assim, a cápsula permanece esticada para estabilizar a articulação e com

qualquer movimento como flexão ou abdução provoca subluxação, a qual não é

dolorida no início, mas com o tempo ocorre desgaste mecânico, desalinhamento e

dor. No estágio espástico piora o posicionamento do ombro, agravando a

subluxação e restringindo o movimento. Então, desenvolve-se a rigidez e a

capsulite adesiva.

A dor no ombro é extremamente comum após o AVE, ocorrendo em 70 a

84% dos casos . (O SULLIVAN; SCHMITZ, 2004, p.538).

1.10 Prognóstico

Para Umphred (2004) um retorno na movimentação dentro dos primeiros

15 dias indica que há grandes possibilidades de recuperação total desse membro.

A grande maioria dos pacientes que entram em coma morre. Alguns

achados, como o encontro de transtornos pupilares, alterações respiratórias e

alterações do padrão de resposta motora aumentam as chances de mortalidade

imediata. (NITRINI; BACHESCHI, 2005).

27

CAPÍTULO II

QUALIDADE DE VIDA

2 CONSIDERAÇÕES GERAIS

A qualidade de vida (QV) pode ser definida como a forma subjetiva de cada

indivíduo avaliar seu bem estar físico, emocional, funcional e social. Engloba a

capacidade de alcançar satisfação psicológica, comportamental, física e social. E

ainda relaciona-se com o custo e gravidade da doença, tendo desta forma,

interferência econômica. (MEYERS et al apud CAMARGOS et al, 2004).

Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estática existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. (MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000, p.8).

Para Pires et al apud Gonçalves; Vilarta (2004), QV pode ter vários

significados. Está relacionada ao modo que as pessoas vivem, sentem e

compreendem seu cotidiano, abrangendo saúde, educação, transporte, moradia,

trabalho e participação nas atividades que lhe dizem respeito, envolvendo, então,

situações muito variadas. Pode indicar bem-estar pessoal, posse de bens

materiais, participação em decisões coletivas e atendimento digno em caso de

acidentes e doenças.

Segundo Forattini (1991) a QV é o resultado da interação da sociedade com

o ambiente, referindo-se às necessidades psíquicas e biológicas, sendo

determinantes da mesma os níveis orgânico, social, psicológico, comportamental,

estrutural e material.

28

Minayo et al apud Gonçalves; Vilarta (2004) relatam que a expressão QV

pode ser de difícil interpretação por ter tantos significados.

São tão numerosos os sentidos possíveis que já se afirmou que qualidade

de vida é daquelas palavras que, querendo dizer muito, acabam por pouco

significar (MINAYO et al apud GONÇALVES; VILARTA, 2004, p.4).

No entanto, Jenney; Campbell (1997) criticam o fato de os autores que

estudam a QV não apresentarem uma definição do termo. Contudo, Kimura (1999)

afirma que apesar das controvérsias entre os estudiosos há concordância quanto

à capacidade funcional, funções afetivas, emocionais e fisiológicas, trabalho,

situação econômica e interações sociais.

De acordo com Paschoal (2000), a QV para as pessoas pode variar com o

passar do tempo: o que hoje, para mim, é uma boa qualidade de vida, pode não

ter sido há algum tempo atrás; poderá não ser amanhã, ou daqui a algum tempo,

talvez possa variar, mesmo de acordo com o meu estado de espírito, ou de

humor .

A expressão QV é carregada de subjetividade e é multidimensional,

portanto, a avaliação da mesma é feita de forma relativa. Há indivíduos que têm

muitos recursos para viver bem, porém demonstram tristeza, sendo que outros

convivem com uma extrema pobreza, mas são positivos e alegres. Assim, a

avaliação da QV pode ser um desafio para o profissional que deseja contribuir

para a melhora da saúde humana. (MARQUES; ASSUMPÇÃO; MATSUTANI,

2007, p.VII).

2.1 Qualidade de vida no acidente vascular cerebral

Lucareli et al (2005) relata que o AVC é uma das causas mais freqüentes

de incapacidades que afetam atividades de vida diária (AVD s).

29

A função vital alterada que todos os pacientes de AVC experimentam é a perda do tônus muscular normal do lado afetado. Quando o tônus muscular é alterado, o paciente não pode realizar movimentos controlados normais. O tônus muscular pode ser aumentado, diminuído ou ambos (...) A ausência de movimento voluntário limita a capacidade para a realização das tarefas de vida diária. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2003, p.13 14).

Segundo Lianza; Baron (2004) a qualidade de vida abrange componentes

pessoais como o estado físico, social e mental. Este autor descreve que a

espasticidade encontrada em pacientes vítimas de AVC é um fator incapacitante

que prejudica as AVD´S.

O conceito qualidade de vida está relacionado à auto-estima e ao bem estar pessoal e abrange uma série de aspectos como a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o auto cuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores culturais, éticos e a religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou com atividades diárias e o ambiente em que se vive (VECCHIA et al, 2005, p.2).

Cordini; Oda; Furlanetto, (2005) afirma que pacientes vítimas de AVC

sofrem conseqüências negativas, pois eles se tornam dependentes de outras

pessoas para realizar as AVD´S. Ocorrem alterações no humor, diminuição na

interação social com família e com amigos acarretando um rebaixamento na

qualidade de vida. O que mais afeta a QV de um indivíduo vítima de AVC é a

capacidade física, a qual pode melhorar, porém causa uma deterioração

psicossocial.

Um indivíduo terá boa qualidade de vida se tiver boas condições de efetivar as atividades físicas necessárias para o bom funcionamento da vida diária; se suas funções vitais estiverem preservadas; se for capaz de manter um estado psicológico/emocional adequado para o enfrentamento das situações da vida; e finalmente, se puder desenvolver adequadamente sua vida íntima e suas relações sociais (CAROD-ARTAL; DE HAAN et al apud CORDINI; ODA; FURLANETTO, 2005, p. 313).

30

2.2 SF 36

Há diversos questionários para avaliação da QV e estes podem ser

genéricos ou específicos.

Os questionários específicos são capazes de avaliar, de forma particular, certos aspectos da qualidade de vida próprios de uma população com uma determinada doença (...) Questionários genéricos foram desenvolvidos com o objetivo de estudar a qualidade de vida de pessoas com mais de uma condição ou refletir o impacto de uma doença sobre a vida de pacientes em diversas populações. Dentre eles, há o Medical Outcomes Study 36

Item Short

Form Health Survey (MARQUES; ASSUMPÇÃO; MATSUTANI, 2007, p. 27).

Segundo O´Sullivan; Schmitz (2004) o SF

36 é um instrumento científico

que demonstrou alta confiabilidade para se avaliar a QV. O SF

36 é composto

de 36 itens, os quais foram retirados do questionário utilizado por RAND no

Estudo de Resultados Médicos (MOS

Medical Outcomes Study) originalmente

composto de 113 questões.

Todas as questões do SF

36, exceto uma, são usadas na formação de oito escalas diferentes: função física, função social, função dos papéis, saúde mental, energia/fadiga, dor e percepção geral da saúde. A pergunta final considera a mudança alto-percebida na saúde durante o último ano (O´SULLIVAN, SCHMITZ, 2004, p.325).

Ciconelli et al (1999) descreve que o questionário SF

36 é um método de

avaliação genérica para QV e está dividido em 8 domínios, sendo eles:

capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de saúde,

vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental.

O SF

36 tem sido usado em muitos estudos que descrevem o estado de

saúde e o desempenho físico de pacientes com comprometimentos diversos,

recebendo serviços de fisioterapia . (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2004, p. 325).

O domínio 1 é composto de 10 itens que tendem a avaliar as atividades

vigorosas, as moderadas e as AVD´S. Apresentam três níveis de reposta: sim,

dificulta muito, sim dificulta pouco e não, não dificulta de modo algum.

31

Com relação ao domínio 2 que se refere à limitação por aspectos físicos

questiona-se se o paciente diminuiu o tempo que se dedicava ao seu trabalho, se

está limitado e realiza menos tarefas do que gostaria ou se precisa de ajuda para

conseguir realizar seu trabalho.

No domínio 3, composto por dois itens relacionados à dor observa-se a

presença de dores em todo o corpo, avaliando intensidade e possíveis

interferências no trabalho.

Já no domínio 4 que se refere ao estado geral de saúde analisa-se o bem

estar geral do individuo avaliando como ele classifica sua saúde: se considera

excelente, se acha que vai piorar, se costuma adoecer mais do que outras

pessoas e se é tão saudável quanto qualquer pessoa. No segundo item se

questiona a auto-avaliação da saúde geral do paciente podendo variar de

excelente até muito ruim.

O domínio 5, referente à vitalidade, é composto por 4 questões que

analisam vigor, vontade, energia, cansaço, sendo que há 6 tipos de resposta

variando de ter se sentido de determinada maneira por todo tempo até nunca.

Com relação ao domínio 6 referente aos aspectos sociais, é composto por 2

itens que questionam a interferência da saúde física ou problemas emocionais em

suas atividades sociais, sendo que no primeiro a resposta varia de interferir o

tempo todo até nenhuma parte do tempo e no segundo que não interferiu de forma

nenhuma até extremamente.

No domínio 7 é avaliado os aspectos emocionais de acordo com 3 questões

que analisam se os problemas emocionais geram limitações das atividades e do

tempo dedicado às mesmas.

O último domínio, sobre saúde mental, é composto por 5 questões que

avaliam o bem estar do paciente em relação ao nervosismo, desânimo,

tranqüilidade e felicidade, podendo a resposta variar de se encontrar de

determinada forma o tempo inteiro até nunca.

Finalizando questiona-se o paciente sobre como o mesmo classifica sua

saúde geral em relação há um ano atrás, podendo variar de muito melhor agora

até muito pior agora.

32

De acordo com as respostas dadas pelo paciente obtêm-se a pontuação, a

qual varia de 0 a 100 pontos, sendo que 100 é pontuação máxima, e 0 a mínima.

As medidas de avaliação genérica de saúde disponíveis não são capazes de dizer exatamente para o profissional de saúde, o que fazer; entretanto, são capazes de demonstrar se os pacientes conseguem executar determinadas atividades que normalmente fazem e como se sentem quando estão praticando. (CICONELLI et al, 1999, p.149).

Cabe ao profissional interpretar as respostas obtidas através do

questionário e elaborar um plano de tratamento.

33

CAPÍTULO III

A PESQUISA

3 Introdução

Para avaliar a QV de pacientes vítimas de AVC através do questionário de

avaliação SF-36, foi realizada uma pesquisa no Centro de Reabilitação Física

Dom Bosco, localizado na Rua Nove de Julho 1010 na cidade de Lins, SP, no

período de março a junho de 2007.

3.1 Métodos

Foi realizado o método estudo de caso em 30 pacientes vítimas de AVC

entre 25 e 95 anos de ambos os sexos. Todos foram submetidos ao questionário

de avaliação SF-36.

O SF-36 é um instrumento científico utilizado para avaliar a Q.V.

3.2 Técnicas

3.2.1 Roteiro de estudo de caso (APÊNDICE A)

3.2.2 Questionário de qualidade de vida (APÊNDICE B)

3.2.3 Roteiro de entrevista para o Fisioterapeuta A (APÊNDICE C)

3.2.4 Roteiro de entrevista para o Fisioterapeuta B (APÊNDICE D)

3.2.5 Roteiro de entrevista para o Terapeuta Ocupacional (APÊNDICE E)

34

3.2.6 Termo de consentimento livre e informado (APÊNDICE F)

3.3 Apresentação dos Resultados

Foi aplicado o questionário SF-36 para avaliar a QV de um grupo de

pacientes com AVC.

Optou-se por fazer apenas uma avaliação, ao invés de repetí-la após

alguns meses de tratamento, porque a maioria dos componentes do grupo

avaliado são pacientes crônicos e desta forma acreditamos que não iríamos obter

alterações significativas nas respostas do questionário.

Os resultados obtidos na pesquisa foram organizados nas tabelas abaixo:

Tabela 1 Características sócio-demográficas dos pacientes com AVC.

Características N (30) %

Sexo

Masculino 18 60

feminino 12 40

Idade (anos)

25 a 60 11 36,7

> 60 19 63,3

Raça

Branca 21

Negra 5

Amarela 4

Fonte: elaborada pelas autoras

Na pesquisa foram avaliados 30 pacientes, sendo 18 do sexo masculino e

12 do sexo feminino. Em relação às idades da amostra houve variação desde 25

anos - idade mínima - à 95 anos

idade máxima, notando-se um predomínio de

35

indivíduos com idade superior a 60 anos. Com relação à raça houve maior

predomínio da raça branca.

Tabela 2 Média dos domínios de QV do SF-36 dos pacientes com AVC (n 30)

Domínios do SF-36 Resultados

CF 34,5

AF 34,1

Dor 66,4

EGS 72,2

VIT 71,7

AS 65,0

AE 46,5

SM 79,3

Fonte: elaborada pelas autoras

De acordo com as médias dos resultados obtidos através da escala SF-36,

o domínio que compreende SM foi o que apresentou o melhor resultado, atingindo

o valor de 79.3% da pontuação. A porcentagem menor foi de 34,1% no domínio

referente aos AF, demonstrando aí o maior prejuízo dos pacientes que sofreram o

AVC.

Tabela 3

Organização da amostra (n=30) em 2 grupos de acordo com a

pontuação obtida no questionário SF-36

CF AF DOR EGS VIT AS AE SM

0-50

pontos

20 22 8 7 7 14 16 2

51-100

pontos

10 8 22 23 23 16 14 28

Fonte: elaborada pelas autoras

36

Observou-se no estudo realizado que os pacientes com AVC foram mais

prejudicados nos domínios referentes aos AF e CF, demonstrando que as

limitações físicas provocadas pelo AVC interferem diretamente na QV desses

pacientes.

3.4 Opiniões dos Profissionais

Foram entrevistados 3 profissionais, sendo 2 fisioterapeutas e uma

terapeuta ocupacional, que por motivos éticos, não serão divulgados os nomes.

3.4.1 Opinião do Fisioterapeuta A

Fisioterapeuta especialista, 32 anos, do gênero feminino, atua como

supervisora do Centro Universitário Salesiano Auxilium. Eis o seu depoimento:

As únicas experiências que tive com a

escala, foi em um evento, no qual a

utilizamos para questionar a QV de alguns

caminhoneiros e examinei um trabalho a

respeito. Uma boa Q.V.é ter condições de

realizar as AVD s e AVP s, ter assistência

médica e de uma equipe profissional e estar

incluído na sociedade. O paciente com AVC

que tem oportunidade de tratamento e apoio

familiar adequados tem maior chance de ter

um prognóstico melhor. (FISIOTERAPEUTA

A, 32 anos).

37

3.4.2 Opinião do Fisioterapeuta B

Fisioterapeuta, 30 anos, atua como supervisora do Centro Universitário

Salesiano Auxilium, e é do gênero feminino. Seu depoimento:

A qualidade de vida está relacionada com a

percepção de cada indivíduo de sua posição

na vida, no contexto da cultura e sistema de

valores nos quais ele vive e em relação aos

seus objetivos, expectativas, padrões e

preocupações. Com a rápida aplicação de

um instrumento, com os resultados obtidos

pela avaliação poderemos direcionar o

tratamento fisioterapêutico. Direcionando o

tratamento fisioterapêutico obteremos um

melhor resultado. (FISIOTERAPEUTA B, 30

anos).

3.4.3 Opinião do Terapeuta Ocupacional

A TO é do gênero feminino, com 38 anos, trabalha como supervisora de

estágio na clínica de TO no Centro Universitário Salesiano Auxilium. Eis seu

depoimento.

Uma boa QV é muito pessoal. Diria que QV é

ser independente nas AVD s

(alimentação,

higiene, vestuário e locomoção) como

também lazer e trabalho. Não tenho

38

conhecimentos sobre questionários

específicos para a avaliação da QV. Se o

paciente entender e aceitar a sua

patologia/quadro e quiser tratar-se ajudará e

muito no seu tratamento. Quanto ao

prognóstico isto dependerá também da área

da lesão e da extensão da mesma. É

impossível prever um prognóstico.

(TERAPEUTA OCUPACIONAL, 38 anos).

3.5 Discussão

Para O Sullivan; Schimitz (2004) o AVC é uma disfunção neurológica

resultante de uma anormalidade na circulação sanguínea.

Delisa et al (2002) descreve que a incidência está relacionada com a idade,

ocorrendo raramente abaixo dos 50 anos e duplicando a cada década após os 55

anos.

Segundo Bennett et al (2001) a incidência de uma pessoa sofrer AVC

duplica aproximadamente a cada década entre as idades de 45 e 85 anos.

Netto; Brito (2001) relataram que a incidência é de 5 a 8 casos de AVC por

1000 habitantes acima de 25 anos de idade, sendo maior em idosos.

De acordo com Teixeira et al (2003) a incidência é de 200.000 casos por

ano, e a faixa etária mais acometida é de 65 anos.

No estudo realizado foi observado que 11 pacientes encontram-se entre 25

a 60 anos e 19 pacientes têm mais que 60 anos.

Bennet et al (2001) relata que as chances de um homem sofrer AVC é 1,3

vezes maior ao ser comparado a uma mulher, sendo mais comum em brancos que

em negros. Relata também uma alta incidência de AVC nos japoneses.

39

Umphred (2004) descreve que nos EUA as chances de uma pessoa ser

vítima de AVC é maior em homens e negros.

Na pesquisa realizada, dentre os 30 pacientes avaliados foram encontrados

21 pacientes brancos, 5 negros e 4 amarelos.

Teixeira et al (2003) afirma que apesar da variedade de causas do AVC

criarem quadros clínicos bem diversificados, o básico que deve ser observado é o

grau de incapacidade do paciente.

De acordo com a OMS (2003) se houver um dano a um lado do cérebro

ocorrerá uma incapacidade do lado oposto, ou seja, um AVC no hemisfério

cerebral esquerdo afeta o lado direito do corpo.

Para Yudofsky apud Reichelt; Fraga (2007) o AVC pode desencadear

diversos sintomas emocionais, incluindo ansiedade, inquietação, desesperança,

preocupação e isolamento social, sendo que o transtorno afetivo mais comum é a

depressão pós-AVC que ocorre entre 30 a 50% dos pacientes.

Neste estudo foi observado que os aspectos emocionais dos pacientes foi o

terceiro item mais prejudicado.

Segundo Karsch (2003) a doença que mais incapacita no mundo é o AVC,

causando um impacto desfavorável na QV dos pacientes e familiares.

Makiyama et al (2004) evidenciou que a QV de indivíduos com seqüelas de

AVC e de seus cuidadores é prejudicada havendo um decréscimo em relação à de

outras pessoas que vivem nas mesmas condições e têm idades semelhantes.

Santos et al (2002) afirma que QV pode relacionar-se com capacidade

física, estado emocional, capacidade funcional, atividade intelectual e satisfação.

Porém, varia de acordo com a percepção de cada pessoa, assim a QV assume

um caráter subjetivo de acordo com a realidade individual.

Betolini (2001) relata que a QV pode ser definida como a diferença entre o

que o paciente pretende alcançar e o que ele consegue realizar.

Para Anderson (1998) os questionários de QV abordam diferentes aspectos

para se obter uma visão ampla da pessoa e do meio em que ela vive.

De acordo com Ciconelli et al (1999) o SF-36 é um instrumento fácil de ser

aplicado e compreendido para avaliar a QV.

40

Segundo Santiago et al (2004) o SF-36 é um instrumento multidimensional

de avaliação indireta e se faz através do relato do paciente.

O Sullivan;Schmitz (2004) afirma que o SF-36 é um instrumento confiável

para se avaliar a QV.

Levando em consideração esses fatores nossa pesquisa foi realizada com a

utilização do SF-36 para avaliar a QV dos pacientes com AVC. Foi observado que

em decorrência da patologia os pacientes realmente enfrentam limitações nos

aspectos físicos e capacidade funcional. Além disso, o estudo revelou que a

percepção do paciente sobre a sua condição influencia na pontuação das

questões aplicadas, já que indivíduos com o mesmo grau de incapacidade

funcional obtiveram pontuações diferentes no domínio referente ao estado geral

de saúde.

3.6 Conclusão sobre a pesquisa

A pesquisa realizada demonstrou as pontuações obtidas pelos pacientes

acometidos por AVC nos diferentes domínios do questionário SF-36. As maiores

pontuações obtidas são referentes ao domínio saúde mental, estado geral de

saúde e vitalidade. As menores pontuações foram inferiores a 35 e são referentes

aos aspectos físicos e capacidade funcional.

Sendo assim pode-se concluir que ao avaliar a QV dos pacientes com o

questionário SF-36 observa-se que o AVC interfere na QV dos mesmos. Porém, é

importante ressaltar que o fator emocional é um dos determinantes dos resultados

obtidos na pesquisa. Isso porque de acordo com a interpretação que o indivíduo

tem de sua realidade ele considera que sua saúde é boa ou ruim , ou seja, as

pontuações alcançadas com as respostas dependem de como ele enfrenta o AVC.

Pacientes com histórico de depressão ou que se abalam emocionalmente

de forma freqüente obtiveram pontuações inferiores aos pacientes otimistas que

não vêem o AVC como um obstáculo, mas como algo que pode ser superado.

41

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Com o objetivo de demonstrar os benefícios de se avaliar a QV dos

pacientes acometidos por AVC, propõe-se o seguinte plano de intervenção:

Que além da QV seja avaliado também o grau de independência funcional

de cada paciente, com o Índice de Barthel, por exemplo, que avalia a capacidade

física para a realização das AVD s e assim se fazer uma análise comparativa.

Observar os domínios onde os pacientes se encontram mais prejudicados e

encontrar uma intervenção terapêutica que tente melhorar a QV.

Em trabalhos futuros pode-se avaliar a QV através do SF-36 comparando

indivíduos acometidos por AVC com outro grupo que além do AVC possua alguma

outra patologia, ou ainda realizar uma análise comparativa em relação ao sexo e a

idade.

42

CONCLUSÃO

Através da teoria foi demonstrado que o AVC pode trazer várias

complicações para o indivíduo acometido pelo mesmo e, desta forma, surgem

dificuldades ou limitações para a realização das AVD s. Assim, tanto devido aos

déficits motores quanto aos comprometimentos cognitivos ou sensoriais poderá

ocorrer uma queda da QV dos pacientes.

Com o intuito de avaliar a QV foram selecionados 30 pacientes vítimas de

AVC, os quais responderam ao questionário SF-36.

A análise dos resultados da pesquisa demonstrou que o AVC interfere na

QV das pessoas. Porém, a QV não é alterada apenas por condições patológicas,

mas também por fatores psicológicos e relacionamento social.

Para usufruir da QV após um AVC é essencial que o paciente passe por um

processo de reabilitação, envolvendo profissionais capacitados para isso. Dessa

forma a fisioterapia se torna importante para a recuperação e manutenção das

AVD s do paciente para que este obtenha melhora da sua QV.

Novos estudos podem ser dirigidos com o objetivo de analisar outros

aspectos do AVC e podem ser elaborados tratamentos específicos para a melhora

da QV dessas pessoas.

43

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48

APÊNDICES

49

APÊNDICE A

ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO

1 INTRODUÇÃO

Através do questionário SF-36 pretende-se avaliar a qualidade de vida de

30 pacientes acometidos por AVC. O estudo será realizado no setor de neurologia

do CRFDB, situado na Rua Nove de Julho, 1010, centro, Lins-SP.

2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO

ESTUDADO.

a) Método: Questionário SF-36.

b) Depoimentos dos profissionais (Fisioterapeutas e Terapeuta

Ocupacional).

3 DISCUSSÃO

Confronto entre teoria e prática utilizada no presente estudo.

4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE

MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS.

50

APÊNDICE B

QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF-36

Paciente: ______________Idade: ________ Sexo: ( )Feminino ( )Masculino

Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações

nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz em

suas atividades de vida diária. Responda cada questão marcando a resposta

como indicado. Caso você esteja inseguro de como responder, tente fazer o

melhor que puder.

[Domínio 1: Capacidade Funcional]

1. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente

durante um dia comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldade para fazer

essas atividades? Nesse caso, quanto?

Atividades

Sim,

dificulta

muito

Sim,

dificulta

pouco

Não,

não

dificulta

de modo

algum

A. atividades vigorosas, que exigem muito

esforço, tais como correr, levantar objetos

pesados, participar de esportes árduos...

1 2 3

B. atividades moderadas, tais como mover uma

mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a

casa...

1 2 3

C. levantar ou carregar mantimentos 1 2 3

D. subir vários lances de escadas 1 2 3

E. subir um lance de escada 1 2 3

F. curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

51

G. andar mais que um quilômetro 1 2 3

H. andar vários quarteirões 1 2 3

I. andar um quarteirão 1 2 3

J. tomar banho ou vestir-se 1 2 3

[Domínio 2: Limitação por aspectos físicos]

2. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade diária regular, como

conseqüência de sua saúde física?

Sim não

A. Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu

trabalho ou a outras atividades? 1 2

B. Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2

C. Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras atividades? 1 2

D. Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex.

necessitou de um esforço extra?) 1 2

[Domínio 3: Dor]

3. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas quatro semanas?

Nenhuma(1) muito leve(2) leve(3) moderada(4) grave(5)

muito grave(6)

4. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu em seu trabalho normal

(incluindo o trabalho fora e dentro de casa)?

De maneira alguma (1) um pouco (2) moderadamente (3) bastante (4)

extremamente (5)

52

[Domínio 4: Estado Geral de Saúde]

5. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

6. Em geral, você diria que sua saúde é:

Excelente (1) muito boa (2) boa (3) ruim (4) muito ruim (5)

Definitivamente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Não sei

A

maioria

das

vezes

falsa

Definitiva

mente

falsa

A. Eu costumo

adoecer um

pouco mais

facilmente que

as outras

pessoas

1 2 3 4 5

B. Eu sou tão

saudável

quanto

qualquer

pessoa que eu

conheço

1 2 3 4 5

C. Eu acho que

a minha saúde

vai piorar 1 2 3 4 5

D. Minha saúde

é excelente 1 2 3 4 5

53

[Domínio 5: Vitalidade]

7. Essas questões são como você se sente e como tudo tem acontecido com

você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, dê uma resposta que

mais se aproxime da maneira como você se sente.

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte

do

tempo

Alguma

parte

do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

nunca

A. Quanto tempo você

tem se sentido cheio de

vigor, de vontade e de

força?

1 2 3 4 5 6

B. Quanto tempo você

tem se sentido com

muita energia?

1 2 3 4 5 6

C. Quanto tempo você

tem se sentido

esgotado?

1 2 3 4 5 6

D. Quanto tempo você

tem se sentido

cansado?

1 2 3 4 5 6

[Domínio 6 : Aspectos Sociais]

8. Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram em suas atividades sociais (como visitar

amigos, parentes, etc.)?

Todo o tempo (1) a maior parte do tempo (2) alguma parte do tempo(3)

54

uma pequena parte do tempo (4) nenhuma parte do tempo (5)

9. Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas

emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à

família, vizinhos, amigos ou em grupo?

De forma nenhuma (1) ligeiramente (2) moderadamente (3) bastante (4)

extremamente (5)

[Domínio 7: Aspectos emocionais]

10. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com

o seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum

problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso)?

Sim Não

A. Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu

trabalho ou a outras atividades? 1 2

B. Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2

C. Não trabalhou ou não fez qualquer atividade com tanto cuidado

como geralmente faz? 1 2

[Domínio 8: Saúde Mental]

11. Essas questões são como você se sente e como tudo tem acontecido com

você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, dê uma resposta que

mais se aproxime da maneira como você se sente.

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte

do

tempo

Alguma

parte

do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

nunca

A. Quanto tempo você

tem se sentido uma

pessoa muito nervosa?

1 2 3 4 5 6

55

B. Quanto tempo você

tem se sentido tão

deprimido que nada

pode animá-lo?

1 2 3 4 5 6

C. Quanto tempo você

tem se sentido calmo e

tranqüilo?

1 2 3 4 5 6

D. Quanto tempo você

tem se sentido

desanimado e abatido?

1 2 3 4 5 6

E. Quanto tempo você

tem se sentido uma

pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

[Reported Change]

12. Comparada a um ano atrás, como você classificaria a sua saúde em geral,

agora?

Muito melhor agora (1) um pouco melhor agora (2) quase a mesma (3) um

pouco pior agora (4) muito pior agora (5)

Fonte : CICONELLI et al, 1999, p.149.

Cálculo do Escore do Questionário SF-36

FASE 1: Ponderação dos dados

Questão Pontuação 1 Soma de todos os valores 2 Soma de todos os valores 3 Se a resposta for:

1 2 3 4 5 6

A pontuação será: 6,0 5,4 4,2 3,1 2,2 1,0

56

A resposta da questão 4 depende da nota da questão 3

4 Se 3=1 e se 4=1 Se 3=2 a 6 e se 4=1 Se 3=2 a 6 e se 4=2 Se 3=2 a 6 e se 4=3 Se 3=2 a 6 e se 4=4 Se 3=2 a 6 e se 4=5

6 5 4 3 2 1

Se a questão 3 não for respondida, o escore da questão 4 passa a ser a seguinte:

Se a resposta for: 1 2 3 4 5

A pontuação será: 6

4,75 3,5

2,25 1,0

5 Nesta questão os itens deverão ser somados, porém os itens b e d deve-se seguir a seguinte pontuação:

Se a resposta for: 1 2 3 4 5

A pontuação será: 5 4 3 2 1

6 Se a resposta for: 1 2 3 4 5

A pontuação será: 5,0 4,4 3,4 2,0 1,0

7 Nesta questão a pontuação para os itens a e b segue a seguinte orientação ( Para os itens c e d o valor será mantido o mesmo)

Se a resposta for: 1 2 3 4 5 6

A pontuação será: 6 5 4 3 2 1

8 Considerar o mesmo valor 9 Se a resposta for:

1 2 3 4 5

A pontuação será: 5 4 3 2 1

57

10 Soma de todos os valores 11 Nesta questão a pontuação para os itens c e e segue a seguinte

orientação ( Para os itens a, b e d o valor será mantido o mesmo)

Se a resposta for:

1 2 3 4 5 6

A pontuação será: 6 5 4 3 2 1

12 Manter o mesmo valor (não é domínio)

FASE 2: Cálculo do Raw Scale

Limite inferior e Variação (Score Range)

Domínio Limite Inferior

Variação (Score Range)

1. Capacidade funcional 10 20 2. Limitação por aspectos físicos 4 4 3. Dor 2 10 4. Estado geral da saúde 5 20 5. Vitalidade 4 20 6. Aspectos sociais 2 8 7. Limitação por aspectos emocionais 3 3 8. Saúde mental 5 25

58

APÊNDICE C

ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O FISIOTERAPEUTA

I) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Profissão:__________________________________________________________

Sexo:____________________ Idade:_________________

Escolaridade:_______________________________________________________

Experiências Profissionais:____________________________________________

Residência:________________________________________________________

II) Perguntas

Que conhecimentos você tem sobre trabalhos realizados com a escala SF-36?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

O que seria uma boa qualidade de vida para você?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

De que forma a percepção do paciente acometido por acidente vascular cerebral

sobre sua qualidade de vida pode influenciar no seu prognóstico?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

59

APÊNDICE D

ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O FISIOTERAPEUTA

I) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Profissão:__________________________________________________________

Sexo:____________________ Idade:_________________

Escolaridade:_______________________________________________________

Experiências Profissionais:____________________________________________

Residência:________________________________________________________

II) Perguntas

O que você entende por qualidade de vida?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Qual a importância da avaliação da qualidade de vida do paciente acometido por

acidente vascular cerebral para elaboração do tratamento?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

De que forma a percepção do paciente com acidente vascular cerebral sobre sua

qualidade de vida pode influenciar no seu prognóstico?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

60

APÊNDICE E

ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O TERAPEUTA OCUPACIONAL

I) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Profissão:__________________________________________________________

Sexo:____________________ Idade:_________________

Escolaridade:_______________________________________________________

Experiências Profissionais:____________________________________________

Residência:________________________________________________________

II) Perguntas

O que seria uma boa qualidade de vida para você?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Qual a importância da avaliação da qualidade de vida do paciente acometido por

acidente vascular cerebral para elaboração do tratamento?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

De que forma a percepção do paciente acometido por acidente vascular cerebral

sobre sua qualidade de vida pode influenciar no seu prognóstico?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

61

APÊNDICE F

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E INFORMADO

Estudo: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA ATRÁVES DO QUESTIONÁRIO

SF-36 EM PACIENTES ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR

ENCEFÁLICO .

Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima

citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a

pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita

importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará

nenhum prejuízo a você.

Eu, ....................................................................................................

residente e domiciliado(a)........................................................portador(a) da Cédula

de Identidade, RG................................................e inscrito(a) no

CPFR/MF...................................................nascido(a) em _____/_____/_____

abaixo assinado, concordo e autorizo de livre e espontânea vontade a minha

participação como voluntário(a) do estudo AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE

VIDA ATRÁVES DO QUESTIONÁRIO SF-36 EM PACIENTES ACOMETIDOS

POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os

eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.

Estou ciente que:

I) A participação neste projeto tem o objetivo de me submeter a uma

pesquisa, porém não me acarretará qualquer ônus pecuniário com

relação aos procedimentos médico-clínico-terâpeuticos efetuados

com o estudo;

II) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste

estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer

explicação;

62

III) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem

estar físico;

IV) Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo,

mas concordo que sejam divulgados em publicações. científicas,

desde que meus dados pessoais não sejam mencionados;

V) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos

resultados, ao final da pesquisa.

( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.

( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa

Lins, _________de_______________de 2007

Responsável

Orientadora: Profª. Ana Cláudia de Souza Costa

RG: 25.192.642-4

Telefone: (14) 3523-4603 ou (14) 9125-2231

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