Avaliação da redução da FC durante a fase de recuperação ... · Desenho do Estudo...
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Avaliação da redução da FC durante a
fase de recuperação de PE numa
população de doentes diabéticos
Cátia Costa Interna 2º Ano Formação Específica Cardiologia
XIX Jornadas de Cardiologia do Hospital Santarém
Serviço de Cardiologia
Novembro 2013
Introdução
A rápida desaceleração da frequência cardíaca (FC) imediatamente
após o exercício depende de um processo complexo entre fatores
intrínsecos e neurohumorais.
Contudo o SN autónomo, em particular a reativação parasimpática
parece ter um papel preponderante. Assim, uma menor desaceleração
da frequência cardíaca pode surgir de uma menor reativação deste
sistema.
Introdução (2)
A DM é uma condição médica com elevada morbilidade e mortalidade.
Tem diversas complicações macro e microvasculares, com o
desenvolvimento de insuficiência renal (25% DM 1; 5-10% DM 2) e
neuropatia autonómica.
Uma menor desaceleração da FC após o exercício pode ser uma
manifestação de neuropatia diabética.
Objetivo do Estudo
Estudo retrospetivo, observacional.
OBJETIVO
TIPO DE ESTUDO
Avaliar a % de redução da frequência cardíaca (FC) durante a
fase de recuperação da prova de esforço (ao 1º e 2º minutos),
numa população de doentes diabéticos
Perceber se existe relação entre o decréscimo da FC e 1) o grau
de controlo metabólico e 2) a presença de disfunção renal.
Desenho do Estudo
Selecionados doentes que realizaram prova de esforço no Laboratório de
Provas de Esforço do HDS entre Maio de 2012 e Setembro de 2013;
Idades compreendidas entre os 40 e os 85 anos;
Diagnóstico de Diabetes há pelo menos um ano (1 ou 2);
Com dados antropométricos e analíticos;
Incluidos doentes sem e sob terapêutica beta-bloqueante;
Com atingimento de pelo menos 75% da FCMT e com pelos menos 6 METS
(Protocolo de Bruce convencional).
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DE DOENTES
Desenho do Estudo
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO DE DOENTES
Insuficiência cardíaca classes III-IV;
SCA ou cirurgia revascularização há menos de um mês;
Outra medicação antiarrítmica para além de beta-bloqueante;
Doente sem os critérios de inclusão mencionados.
Desenho do Estudo
ANÁLISE DE DADOS
Disfunção renal avaliada pela Clearance Creatinina (Cockcroft-Gault).
Controlo metabólico da Diabetes avaliada pela HbA1C.
FC avaliada de forma seriada durante PE, com cálculo da % redução FC 1º e
2º minutos da recuperação.
Análise estatística efetuada pelo SPSS versão 20
Análise descritiva simples, Teste de normalidade, Testes não paramétricos
Resultados Caracterização da amostra
43 82.7%
9 17.3%
Distribuição por género
Homens
Mulheres
Idade mínima 41
Idade máxima 81
Média das idades 62.69
Desvio-padrão 9.831
Faixa etária
Amostra = 52 doentes
Resultados Caracterização da amostra
Mínimo 44
Máximo 189
Média 93.54
Desvio-padrão 30.887
Clearance creatinina (ml/min)
HbA1C (%)
Mínima 5.2
Máxima 13.2
Média 7.523
Desvio-padrão 1.8465
Resultados Caracterização da amostra
42
80.8%
10
19.2%
Medicação
Com beta
bloqueante
Sem beta-
bloqueante
Prova positiva Apenas critérios ECG
13 doentes (25% amostra)
Resultados Caracterização da prova
Mínimo 4m49seg
Máximo 16m7seg
Média 7m40seg
Desvio-padrão 2m12seg
Tempo de prova METS
Mínima 6.1
Máxima 15.7
Média 8.729
Desvio-padrão 1.9102
% FCMT atingida Mínima 75
Máxima 100
Média 86.65
Desvio-padrão 8.348
Resultados Caracterização da prova
Mínimo 5
Máximo 35.2
Média 17.394
Desvio-padrão 6.7129
% Redução FC 1º min
Mínima 12.5
Máxima 45.8
Média 30.135
Desvio-padrão 7.1501
% Redução FC 2º min
Não houve diferença significativa entre o grupo de doentes beta-bloqueado
e não beta-bloqueado, no que respeita à redução da FC.
Redução da FC ao 2º
minuto recuperação
Redução da FC ao 1º
minuto recuperação
Test
e d
e Q
ui-Q
uadra
do
Resultados
Resultados
Não se verificou relação
estatisticamente significativa
entre o estadio de IR e a %
redução da FC no 1º e 2º min
Resultados
Contudo, quando se considerou o estadio 2 vs outros estadios...
Sem diferenças significativas:
Média idades, Controlo metabólico
Género (Fisher 1.0)
Medicação beta-bloqueante (Fisher 0.705)
Positividade prova (Fisher 0.73)
Verificou-se relação
estatisticamente significativa
entre o grau de insuficiência
renal e o valor de HbA1C.
Resultados
Resultados
Não se verificou relação
estatisticamente significativa
entre o grau de controlo
metabólico da Diabetes e a %
redução da FC no 1º e 2º min
Discussão/ Conclusões
Estudo de pequena dimensão, com predomínio do género masculino;
Valores de clearance creatinina e de HbA1c muito variáveis, traduzindo a
variabilidade clínica da população de diabéticos;
Positividade da prova frequente em doentes diabéticos (apenas por
critérios eletrocardiográficos) --» doentes pouco sintomáticos;
A seleção de doentes com valores mínimos %FCMT e METS atingidos teve
como objetivo uma maior uniformização da amostra;
Verificaram-se variações grandes nas % de redução da FC no 1º e 2º min de
recuperação da prova de esforço;
Discussão/ Conclusões
Contudo, sem significado estatístico com o grau de disfunção renal e o grau
de controlo metabólico;
No caso do controlo metabólico faz sentido pensar que possa não ser fator
preponderante, uma vez que traduz o controlo metabólico do doente apenas
nos 3 meses anteriores;
Apenas os doentes com estadio 2 de IR evidenciaram uma menor % redução
da FC no 1º min com significado estatístico (p=0.032), mas por fatores que não
se conseguem explicar pelos parâmetros analisados neste estudo.
Discussão/ Conclusões
A maioria sob terapêutica betabloqueante:
Outros estudos também consideram doentes betabloqueados por se
tratar de uma população maioritária
Seria anti-ético retirar a medicação da população para efeitos estudo
Não se verificaram diferenças significativas na % redução da FC
A destacar como relações com significado estatístico encontradas:
O grau de insuficiência renal e a idade (p=0.000)
O grau de insuficiência renal e o valor de HbA1C (p=0.039)
O valor de HbA1C e a idade (p=0.001)
Fica a necessidade de se continuarem a efetuar mais estudos (e
se possível de maiores dimensões) para perceber se de fato estes
fatores podem ser preponderantes na menor redução da FC após
esforço e analisar outros fatores (p.e. outros componentes do
síndrome metabólico) que também possam ser preponderantes.