AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE DEPRESSÃO EM PUÉRPERAS ... · Escolhi estar presente na dor porque já...
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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIA DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
CURSO DE ENFERMAGEM
ULLY HELLEN SANTANA VALONI ROCHA
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE DEPRESSÃO EM PUÉRPERAS
ATENDIDAS EM UMA MATERNIDADE FILANTRÓPICA DO
MUNICÍPIO DE VITÓRIA
VITÓRIA
2018
2
ULLY HELLEN SANTANA VALONI ROCHA
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE DEPRESSÃO EM PUÉRPERAS
ATENDIDAS EM UMA MATERNIDADE FILANTRÓPICA DO
MUNICÍPIO DE VITÓRIA
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel do curso de graduação em Enfermagem.
Orientador: Profº. Ms. Rubens José Loureiro
VITÓRIA
2018
4
AGRADECIMENTOS
Inicialmente agradeço a Deus pela permissão concedida para concluir essa
graduação diante das dificuldades. Pelos dias difíceis que o Senhor esteve ao meu
lado guiando e confortando meu coração para que não perdesse o foco do meu
objetivo único. Obrigada Senhor Deus, pois sei que sempre encontrarei refúgio em ti.
Tu és essencial em minha vida e autor de todo destinos!
Agradeço em especial a minha mãe Jakeline Santana Cazula por todo incentivo, e
admiração do curso que escolhi e tenho orgulho em concluir. Emociono-me ao saber
de conhecidos que seus olhos brilham ao falar da minha trajetória acadêmica. É com
imenso prazer que dedico meu diploma acadêmico à minha mãe. Não vou deixar de
agradecer a compreensão de pessoas especiais, quando minha presença não foi
possível e quando minha preocupação e atenção pareciam se voltar exclusivamente
para este trabalho: obrigada, Márcio Henrique Valoni Rocha, meu pai; Léa Rocha
Santana, Elisabete Valoni Rocha e Marli Barreto da Silva Machado, minhas avós;
Gilberto Santana e Clemir Vicente Meireles Rocha, meus avôs; e aos meus tios e
tias, que sempre me incentivaram; Aos meus irmãos Karoliny, Gabriel e Benício, por
todo carinho; Alexsandro Fernades Cazula, meu padrasto, por toda compreensão e
cuidado; Priscila Montania Balan, minha amiga/irmã, por não me deixar desistir do
meu sonho e sempre me apoiar em momentos de fraqueza; Aos amigos e familiares
que sempre estiveram ao meu lado direta ou indiretamente contribuindo para meu
crescimento pessoal e profissional.
Em especial meu orientador Rubens José Loureiro, que sempre mostrou
companheirismo e paciência. Obrigada por todo suporte científico, confiança e por
acreditar em meu potencial mesmo diante das dificuldades. À EMESCAM, excelente
instituição!
Ao seu corpo docente e à direção da escola, agradeço à confiança dos que
acreditaram e reconheço o mérito e a ética aqui presente.
5
Escolhi os plantões, porque sei que o
escuro da noite amedronta os enfermos.
Escolhi estar presente na dor porque já
estive muito perto do sofrimento.
Escolhi servir ao próximo porque sei que
todos nós um dia precisamos de ajuda.
Escolhi o branco porque quero transmitir
paz.
Escolhi estudar métodos de trabalho
porque os livros são fonte saber.
Escolhi ser Enfermeira porque amo e
respeito à vida!
Florence Nightingale
6
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo avaliar o nível de depressão pós-parto em
puérperas de uma maternidade filantrópica do município de Vitória-ES. O método
utilizado foi descritivo, analítico e transversal de natureza quantitativa. Os dados
foram coletados de novembro de 2017 a fevereiro de 2018, através do Inventário de
Depressão da escala de Becker, que é um formulário sobre depressão validado no
Brasil. Participaram da pesquisa 191 puérperas, todas maiores de 18 anos, com
permanência mínima de 48hs na maternidade, que não tenham bebê natimorto ou
neomorto na gestação. Para a realização da coleta de dados o projeto precisou ser
validado pelo comitê de ética e pesquisa da instituição por meio da Plataforma
Brasil, conforme Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os
resultados foram analisados de acordo com a somatória das respostas, que
correspondem a uma pontuação final, classificando assim o nível de depressão da
puérpera. A análise das entrevistas apresenta que 57,1% das puérperas apresentam
algum nível de depressãopós-parto. Conclui-se com esse trabalho que a depressão
pós-parto existe e precisa ser acompanhada, para que não chegue ao nível mais
grave.
Palavras-chave: Depressão. Pós-Parto. Puérpera. Escala de Becker
7
ABSTRACT
This study aims to evaluate the level of postpartum depression in puerperal women
of a philanthropic maternity in the city of Vitória-ES. The method used was
descriptive, analytical and transversal of a quantitative nature. Data were collected
from November 2017 to February 2018 through the Becker Depression Inventory,
which is a form on depression validated in Brazil. 191 postpartum women, all over 18
years of age, with a minimum stay of 48 hours in the maternity ward, who did not
have a stillbirth or neonatal gestation participated in the study. In order to carry out
the data collection, the project had to be validated by the institution's ethics and
research committee through the Brazilian Platform, according to Resolution No.
466/2012 of the National Health Council. The results were analyzed according to the
sum of the answers, which correspond to a final score, thus classifying the woman's
level of depression. The analysis of the interviews shows that 57.1% of postpartum
women present some level of postpartum depression. It concludes with this work that
postpartum depression exists and needs to be monitored, so that it does not reach
the most serious level.
Keywords: Depression. Post childbirth. Puerpera. Becker Scale
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 11
3 HIPÓTESES ........................................................................................................... 12
4 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13
4.1 OBJETIVOS GERAIS ...................................................................................... 13
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 13
5 MÉTODO ................................................................................................................ 14
5.1 TIPO DE ESTUDO ........................................................................................... 14
5.2 CENÁRIO DE ESTUDO ................................................................................... 14
5.3 SUJEITO DA AMOSTRA E CÁLCULO AMOSTRAL ....................................... 14
5.4 INSTRUMENTOS DE COLETA ....................................................................... 15
5.5 COLETAS DE DADOS ..................................................................................... 15
5.6 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO .................................................... 16
5.7 COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA ................................................................... 16
5.8 RISCOS E BENEFÍCIOS DA PESQUISA ........................................................ 17
5.8.1 Riscos .......................................................................................................... 17
5.8.2 Benefícios .................................................................................................... 17
5.9 ANÁLISES DE DADOS .................................................................................... 17
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 18
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 22
8 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 24
9 APÊNDICE ............................................................................................................. 27
10 ANEXOS .............................................................................................................. 30
9
1 INTRODUÇÃO
A palavra depressão no seu uso habitual pode significar tanto um estado afetivo
normal, quanto um sintoma, uma síndrome e uma (ou várias) doença(s). É
frequentemente, é associada a reações normais diante de determinados sofrimentos
e sentimentos de perda. Como síndrome ou doença, a depressão inclui alterações
de humor, cognitivas, psicomotoras e vegetativas. Em face de sua alta prevalência e
dos custos sociais, nos dias atuais, é importante problema para a saúde pública
(OMS, 2001).
A saúde mental pode melhorar com ações coletivas realizadas na sociedade,
entretanto, requerem políticas e programas por parte dos setores governamentais e
comerciais que integrem os serviços de educação, trabalho, justiça, ambientais,
habitacionais e de assistência social, bem como atividades específicas no campo da
saúde vinculadas à prevenção e ao tratamento dos problemas de saúde
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2001).
Ao contrário do que se imagina o período de gestação nem sempre é marcado por
alegrias e realizações. Muitas mulheres experimentam tristeza ou ansiedade nessa
fase de suas vidas. A gestação e o puerpério são períodos da vida da mulher que
envolvem inúmeras alterações físicas, hormonais, psíquicas e de inserção social,
que podem refletir diretamente em sua saúde mental. (CAMACHO et al, 2006).
Após o parto, ocorrem reações conscientes e inconscientes na puérpera, dentro de
seu ambiente familiar e social imediato, ativando profundas ansiedades. Uma das
mais importantes é a vivência inconsciente da angústia do trauma do próprio
nascimento: a passagem pelo canal do parto, que inviabiliza para sempre o retorno
ao útero e empurra o bebê para um mundo totalmente novo e, portanto, temido. Isto
inclui a perda repentina de percepções conhecidas, como os sons internos da mãe,
o calor do aconchego, o sentido total de proteção, gerando o surgimento de
percepções novas e assustadoras (COX; CONNOR; KENDELL, 1982; COX;
HALDIN; SAGOVSKY, 1987).
No puerpério a mulher sofre diversas mudanças, dentre elas as mudanças físicas e
emocionais. Este é o momento oportuno para a equipe de enfermagem captar
precocemente estes problemas. Os Enfermeiros desempenham um papel muito
10
importante nesta etapa, com intuito de desenvolver e orientar esta puérpera, a fim de
prevenir complicações futuras.
Na décima edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), o termo
depressão pós-parto é encontrado sob o código F53, na parte “Transtornos Mentais
e Comportamentais Associados ao Puerpério”. Para que o quadro seja denominado
como tal, os sintomas devem se apresentar nas seis primeiras semanas do pós-
parto e não satisfazer critérios específicos de outros transtornos. Trata-se, portanto,
de um diagnóstico feito por exclusão (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE,
1993).
O histórico de depressão entre a população aumenta consideravelmente a cada ano,
sendo um dado preocupante para a saúde pública. A Organização Mundial da
Saúde indica que, nas próximas décadas, haverá uma mudança nas necessidades
de saúde da população mundial devido ao fato de as doenças, como a depressão,
estarem substituindo os tradicionais problemas das doenças infecciosas e de má
nutrição. Em 2020, a depressão só perderá para doenças cardíacas isquêmicas
(BAHLS, 2003).
A depressão pós-parto é um importante problema de saúde pública, afetando tanto a
saúde da mãe quanto o desenvolvimento de seu filho. A manifestação desse quadro
acontece, na maioria dos casos, a partir das primeiras quatro semanas após o parto,
alcançando habitualmente sua intensidade máxima nos seis primeiros meses. Os
sintomas mais comuns são desânimo persistente, sentimentos de culpa, alterações
do sono, ideias suicidas, temor de machucar o filho, diminuição do apetite e da
libido, diminuição do nível de funcionamento mental e presença de ideias obsessivas
ou supervalorizadas (ABOU-SALEH, 1997).
Segundo Cantilino (2008) a depressão pós-parto é o transtorno afetivo mais
frequente no puerpério, acometendo cerca de 10% das mulheres nesse período. Em
estudos realizados no Brasil, observa-se uma taxa de prevalência que pode variar
entre 12 e 37,1%. O quadro clínico se apresenta com humor deprimido, desânimo,
perda de prazer, cansaço, falta de concentração, alterações de sono e apetite, com
início, em geral, em torno de 2 a 3 semanas após o parto.
11
2 JUSTIFICATIVA
No período pós-parto, a sintomatologia depressiva não difere qualitativamente da
que ocorre em outras fases da vida, podendo ser diagnosticada e tratada
adequadamente em nível primário de atenção à saúde. Contudo, menos de 25% das
puérperas acometidas têm acesso ao tratamento, e somente 50% dos casos de
depressão pós-parto são diagnosticados na clínica diária. Trabalhos nacionais
relatam prevalência de depressão pós-parto variando entre 12 e 19%. Esses dados
são compatíveis com a literatura internacional, que a refere como 10 a 20%.
(RUSCHI et al, 2007).
A depressão pós-parto pode ser vista de forma distorcida por muitos que
desconhecem ou até mesmo ignoram os sintomas.
Diante de tal constatação o trabalho apresenta a seguinte questão norteadora, qual
será o nível de depressão pós-parto apresentado em puérperas em uma
maternidade filantrópica do município de Vitória?
12
3 HIPÓTESES
H0 - As puérperas não apresentam características depressivas no puerpério.
H1 - Puérperas atendidas na maternidade apresentam níveis diferentes de
depressão considerando a escala de BECK.
13
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVOS GERAIS
Avaliar nível de depressão pós-parto em puérperas atendidas em uma maternidade
filantrópica do município de Vitória.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar a prevalência de gestantes que apresentaram teste positivo para
depressão pós-parto;
Identificar quais os sintomas depressivos (pontuação da escala de Becker)
apresentados pelas puérperas;
Analisar o nível de depressão pós-parto em puérperas.
14
5 MÉTODO
5.1 TIPO DE ESTUDO
É um estudo transversal de natureza quantitativa, a fim de verificar o nível de
depressão em puérperas.
5.2 CENÁRIO DE ESTUDO
O estudo foi realizado na Maternidade filantrópica do município de Vitória-ES, na
parte SUS e tem como objetivo identificar depressão pós-parto em puérperas que
realizaram o parto na maternidade no período de 48h. A maternidade atende
gestantes de médio e baixo risco, possui 81 leitos na parte SUS e realiza uma média
de 400 partos por mês, com cerca de 20 pacientes/dia. Cada puérpera permanece
no mínimo 48hs em observação pós-parto.
5.3 SUJEITO DA AMOSTRA E CÁLCULO AMOSTRAL
Foi aplicado um formulário sobre depressão validado no Brasil, serão convidadas
mulheres que estão no alojamento conjunto da parte SUS de uma maternidade
filantrópica do município de Vitória e que preenchem os critérios de inclusão da
pesquisa.
Diante do quantitativo médio de 400 partos/mês realizados na maternidade, foram
realizadas 200 entrevistas, com um número de 09 entrevistas sendo recusadas.
Com isso obteve-se um total de 191 entrevistas realizadas. Com um nível de
confiança de 95% e margem de 5% para mais ou para menos. Havendo 0,05% de
margem de erro.
15
5.4 INSTRUMENTOS DE COLETA
O Inventário de Depressão da escala de Becker foi utilizado para a coleta de dados.
A escala original consiste de 21 itens, incluindo sintomas e atitudes, cuja intensidade
varia de 0 a 3. Os itens referem-se à tristeza, pessimismo, sensação de fracasso,
falta de satisfação, sensação de culpa, sensação de punição, autodepreciarão,
autoacusações, ideias suicidas, crises de choro, irritabilidade, retração social,
indecisão, distorção da imagem corporal, inibição para o trabalho, distúrbio do sono,
fadiga, perda de apetite, perda de peso, preocupação somática, e diminuição de
libido. O ponto de corte para distinguir os níveis de depressão foi o recomendado
pelo Center for Cognitive Therapy (BECKER, WARD & GASBIN, citado por
GORESTEIN & ANDRADE, 1998).
Abaixo de 10 = Sem depressão ou depressão leve;
Entre 10 e 18 = Depressão leve ou moderada;
Entre 19 e 29 = Depressão moderada à grave;
Entre 30 e 63 = Depressão grave.
5.5 COLETAS DE DADOS
Os dados foram coletados pela própria pesquisadora após a aprovação do Comitê
de Ética e Pesquisa da EMESCAM, através da escala de BECKER, que é composta
de diversos itens relacionados aos sintomas de depressão. O questionário foi
entregue às puérperas participantes, para que possa ser respondido de forma
individual e sigilosa.
Foi explicada a forma de preenchimento do questionário, pois a escala está
relacionada aos sentimos das duas últimas semanas até o momento da resposta,
podendo levar a uma possível duplicidade de respostas. As puérperas foram
orientadas a marcar somente a alternativa que melhor represente o seu sentimento.
16
5.6 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Critérios de Inclusão para aplicação das escalas e entrevistas diagnósticas (etapa 1)
Maiores de 18 anos;
Tempo de internação de no mínimo 48hs pós-parto, critério de inclusão para a
utilização da escala de Beck (etapa 2);
Ter participado da primeira etapa da pesquisa (entrevistas diagnósticas);
Diagnóstico de Depressão Maior a partir da entrevista clínica e escore maior
ou igual a 10 no (BDI);
Critérios de Exclusão
Apresentar déficit cognitivo que inviabilize a compreensão do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e da proposta do tratamento;
Apresentar condição de crise que exija intervenção emergencial (p.ex.:
quadros psicóticos ou risco de suicídio);
Puérpera que recebeu alta;
Ter tido bebê natimorto ou neomorto na gestação;
5.7 COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA
Para acatar aos princípios éticos em pesquisa, foram observados os critérios de
ética em pesquisa com seres humanos, conforme Resolução nº 466/2012 do
Conselho Nacional de Saúde. Sendo assim, foi solicitada autorização para a
realização do estudo ao responsável técnico pela instituição onde o mesmo foi
realizado. Com a aprovação do responsável técnico o projeto de pesquisa foi
encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da EMESCAM por meio da
Plataforma Brasil, para análise e aprovação. Após a aprovação do comitê, foi
iniciada a coleta de dados, garantindo o anonimato dos sujeitos deste estudo todos
os instrumentos de pesquisa (questionários) ficarão guardados sob-responsabilidade
da pesquisadora por um período de 5 (cinco) anos. A presente pesquisa foi
17
aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da EMESCAM, de acordo com o parecer
nº 2.403.947.
5.8 RISCOS E BENEFÍCIOS DA PESQUISA
5.8.1 Riscos
Esta pesquisa compreende riscos que serão minimizados pelo cuidado no que tange
à autonomia e à privacidade das informações colhidas. Também pelo cuidado nas
ações, de acordo com as normas da instituição para minimizar riscos, já que o intuito
do trabalho é identificar e favorecer a puérpera e contribuir com informações
valiosas para nosso conhecimento e da própria instituição a ser trabalhada.
5.8.2 Benefícios
A pesquisa trará benefícios indiretos para o sujeito participante, visto que poderá
contribuir para uma melhor observação dos casos de depressão em puérperas e
desta forma possibilitar a instituição pensar estratégias de intervenção.
5.9 ANÁLISES DE DADOS
Para auxílio da análise de dados foi necessário primeiramente tabular os resultados
da somatória do formulário aplicado no Microsoft Excel e posteriormente foi utilizado
o pacote estatístico SPSS versão 23, os dados foram analisados por medida de
organização (valor da somatória da escala de Becker).
18
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo estão apresentados os resultados dessa pesquisa que teve como
objetivo avaliar o nível de depressão pós-parto em puérperas de uma maternidade
filantrópica do município de Vitória-ES. Foram convidadas 200 puérperas, porém
apenas 191 aceitaram participar da entrevista. Sendo que 09 recusas foram por
questão de não querer abordar o determinado assunto. As idades das entrevistadas
foram acima de 18 anos. Essa análise se deu através da somatória (pontuação) das
respostas marcadas no Inventário de Depressão da escala de Becker pelas
participantes.
Os sintomas de depressão leve são identificados através de associações com pesar
normal, com por exemplo, raiva, negação de sentimentos, ansiedade, culpa,
impotência, desespero, inquietação, agitação, insônia, cefaleia e dores nas costas
(TOWNSEND, 2002).
A depressão moderada constitui um distúrbio mais problemático, uma vez que
permanece subdiagnosticada muitas vezes. Tem como principais sintomas
associados: sentimento de tristeza, desânimo, desesperança, desespero,
movimentos físicos mais lentos, postura largada, fala mais lenta e os processos de
pensamento retardados (TOWNSEND, 2002).
A depressão grave de caracteriza por intensificações dos sintomas descritos para a
depressão moderada. Os exemplos de pressão grave incluem o distúrbio depressivo
maior e a depressão bipolar (TOWNSEND, 2002).
Segundo Ruschi (2007) a depressão, no Brasil, é considerada um problema sério de
saúde pública, atingindo 2 a 5% da população em geral, com predomínio no sexo
feminino, muitas vezes precedida por eventos vitais marcantes, como agestação, o
parto e o período pós-parto. O estado clínico da depressão causa alterações
afetivas, onde o humor comum de tristeza é diferente do que é sentido no dia-a-dia,
a intensidade e duração são mais marcantes.
19
Tabela 1 - Resultado da Avaliação da Escala Becker entre as participantes do estudo.
Escala de Becker Nº de entrevistas %
Abaixo de 10 = Sem depressão ou depressão leve 82 42,9 Entre 10 e 18 = Depressão leve ou moderada 64 33,5 Entre 19 e 29 = Depressão moderada à grave 41 21,5 Entre 30 e 63 = Depressão grave 4 2,1
Total 191 100,0 Fonte: Entrevistas realizadas
O nível de depressão pode ser avaliado de várias formas podendo ser através de
escalas aplicadas para diagnóstico de depressão ou simplesmente através do
comportamento do individuo em suas atividades que sejam consideradas comuns.
Neste trabalho foi utilizado o Inventário de Depressão da escala de Becker, onde
neste questionário será avaliado o nível de depressão de acordo com os
sentimentos das duas últimas semanas da puérpera (BECKER, WARD & GASBIN,
citado por GORESTEIN & ANDRADE, 1998).
A literatura médica descreve as manifestações psíquicas mais comuns no pós-parto,
como: blues ou tristeza materna, depressão e psicose pós-parto. A relação e
potencial sobreposição entre esses quadros não estão claramente definidas
(THURTLE, 1995). No estudo em questão foi possível perceber que mais de 50%
das puérperas entrevistadas apresentou depressão, variando de leve à grave,
entretanto 4 (2,1%) apresentaram grave dentro da escala de Becker.
A depressão pós-parto é caracterizada com um tema de bastante complexidade, ao
demonstrar diversidade de fatores de riscos envolvidos no seu processo etiológico.
Visto que a atenção à mulher principalmente durante a gestação e o puerpério
influenciam positivamente a interação mãe e filho, podendo interferir na qualidade
dos laços emocionais futuros (LOPES DE ARAÚJO, et al., 2016).
Diante disso, as equipes de saúde devem estar preparadas para identificar e cuidar
de uma gestante com predisposição a evoluir para depressão pós-parto, prevenindo
possíveis consequências, que podem ser fatais e gerar sofrimento para a mãe, o
bebê e toda a família. Assim, é necessário a preparação da enfermeira que assiste a
gestante para identificação precoce dos riscos e encaminhamento da paciente para
terapia, na perspectiva de bloquear esse distúrbio psíquico (MIGUEL et al, 2017).
A depressão pós-parto pode ser tratada facilmente quando identificada na fase
inicial, ou seja, o profissional de saúde que está em contato direto com a paciente
20
quando ciente da existência deste distúrbio, observa alguns sinais de
desenvolvimento de depressão pós-parto. Com isso com auxilio de uma equipe
multidisciplinar auxiliará essa puérpera em suas dificuldades se medos, através de
conversas ou até mesmo tratamento medicamentoso.
Quando identificado os sintomas da depressão pós-parto ainda na maternidade, a
paciente em questão poderá ser encaminhada para atendimento ambulatorial. Este
atendimento é essencial para saber como anda o nível de depressão desta
puérpera, isso auxilia no vinculo mãe-bebê e no desenvolvimento da criança, já que
por muitas vezes a DPP causa uma recusa do bebê por parte da mãe, prejudicando
o aleitamento materno exclusivo e o contato físico mãe-filho.
Conforme a Tabela 1, 82 (42,9%) das puérperas entrevistadas apresentaram a
ausência da depressão pós-parto. Porém 57,1% (109) das participantes
apresentaram características positivas para algum nível de depressão seja leve,
moderada ou até mesmo o nível mais grave. Com isso observou-se que a maioria
das puérperas entrevistadas possuía algumas característicaspositivas para
depressão pós-parto nos diferentes níveis.
No estudo de Alvarado et. al. (2000), a prevalência da depressão pós-parto está
entre 10 e 20% de acordo com a maioria dos estudos, no entanto, ao resultado
obtido nesta pesquisa apresenta resultado acima do esperado, quando se trata do
nível mais alto de depressão pós-parto, já que se obteve um resultado de 4 (2,1%)
participantes com nível de depressão grave. Porém para Ruschi (2007), citado
acima, está dentro da normalidade esperada, pois esperado é de 2 a 5% de casas
graves.
Com isso se confirma a hipótese propostas por essa pesquisa, onde as puérperas
entrevistadas apresentamdepressão pós-parto em diferentes níveis. Apesar de sua
elevada prevalência, frequentemente a depressão pós-parto não é diagnosticada e
consequentemente permanece sem tratamento. Mesmos casos diagnosticados
despertam numerosos dilemas para o profissional de atenção à saúde (LUGO;
MAGRADÓN, 2006).
Uma vez que a depressão pós-parto é diagnosticada, existem algumas
recomendações objetivando uma assistência de qualidade à puérpera. Recomenda-
se que seja desenvolvido uma relação de confiança da mulher e de seus familiares,
explorando suas ideias, preocupações e expectativas. A sensibilidade quanto ao
estigma e vergonha quanto ao transtorno mental deve ser percebida bem como
21
discutido o papel dos familiares e cuidadores no suporte oferecido à puérpera (NICE,
2007).
Quanto maior for a conscientização e conhecimento sobre o assunto, mais
precocemente poderão ser detectados os sintomas depressivos e mais mulheres
serão beneficiadas. É de extrema importância que os profissionais que mantêm
contato direto com a mulher no ciclo puerperal estejam atentos aos sintomas
apresentados pela mulher neste período. Fica assim o grande desafio para a
assistência à saúde da mulher no período de pós-parto, onde o profissional opte por
um olhar holístico, atuando de maneira integral para o restabelecimento da saúde
física e mental da puérpera.
22
7 CONCLUSÃO
Entender a problemática da depressão pós-parto não é tarefa fácil para os
estudiosos desta temática, não sendo diferente também neste caso. Trata-se de um
assunto complexo, que apresenta variados fatores que dificultam a realização da
pesquisa, entre eles os biológicos, os sociais e os psicológicos, ensejando reações
contraditórias e ambivalentes naqueles que, direta ou indiretamente, estão
envolvidos com a situação.
Pela análise e a discussão das entrevistas, foi possível entender que o nível de
depressão pós-parto não está fora do resultado esperado, de acordo com artigos do
mesmo tema. As puérperas apresentam receio ao falar sobre depressão, pois o
assunto traz consigo medos, sendo os principais, de ser afastada do seu bebê e dos
julgamentos das pessoas ao seu redor.
Sendo essa a maior dificuldade do estudo, a aceitação em participar da pesquisa
proposta, já que o momento do puerpério supostamente será apenas de momentos
bons, e não havendo possibilidade de ocorrer algum transtorno para a mulher. O
presente estudo poderá contribuir no desenvolvimento de futuras pesquisas deste
mesmo tema de tamanha importância, considerando que gera sofrimento psíquicos
que afeta os diferentes fatores sociais, biológicos e psicológicos.
Com a realização desta pesquisa foi possível perceber o receio das mulheres em
falar de um tema tão complexo. Teve-se uma dificuldade de aceitação das
puérperas em participar da entrevista, muitas delas só aceitavam após um longo
período de conversa e explicação sobre a pesquisa, e por muitas vezes mesmo
assim se negavam a participar por medo do tema abordado.
Ficou evidenciado na pesquisa que de acordo com a somatória das respostas a
maioria das puérperas (82) entrevistadas não apresenta depressão. Porém quando
se trata da existência de algum sintoma de depressão o número de puérperas foi
maior, já que 109 participantes apresentaram algum nível de depressão pós-parto.
Os resultados apresentados confirmam a hipótese de desenvolvimento de
depressão no período puerperal, já que mais da metade das participantes
apresentaram algum nível de depressão.
23
Em casos de depressão grave o comportamento de rejeição ao bebê é comum,
prejudicando a interação mãe-bebê, porque a depressão puerperal afeta o
emocional da mulher e o desenvolvimento cognitivo da criança. E muitas vezes a
família dessa mulher não está preparada para enfrentar essa situação. A partir daí,
planos de cuidados poderão ser realizado por equipe multidisciplinar. As formas de
tratamento podem ser farmacológicas e psicoterápicas, sendo a escolha feita pela
mãe juntamente com a equipe e com o auxilio dos familiares para dar
prosseguimento ao tratamento.
Considera-se importante o comportamento dessa mulher que se encontra no
puerpério, pois é a partir dele que os profissionais de saúde, sendo conhecedores
desse transtorno, podem suspeitar a existência de uma alteração nessa puérpera.
Muito pode ser feito para prevenir que se estabeleça a depressão pós-parto. Uma
forma de prevenção seria orientar as famílias quando os primeiros sintomas de uma
possível evolução para a depressão pós-parto aparecem.
Esses sintomas podem aparecer antes mesmo do parto, o Inventário de Depressão
da escala de Becker na forma de entrevista, avaliado por pontuação e analisando os
sentimentos das duas (2) últimas semanas da puérpera, pode ser usado por
profissionais da saúde para monitorar e auxiliar no desenvolvimento da depressão
puerperal.
.
24
8 REFERÊNCIAS
ABOU-SALEH, MT, GHUBASH, R. A prevalência da morbidade psiquiátrica no
pós-parto precoce em Dubai: uma perspectiva transcultural. Acta
PsychiatrScand 1997: 95 (5): 428-32. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000061&pid=S0034-
8910200600010001100001&lng=en. Acesso em: 29/05/17 às 16h30min.
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10h.
27
9 APÊNDICE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O Sr. (a) está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE DEPRESSÃO EM PUÉRPERAS ATENDIDAS EM
UMA MATERNIDADE FILANTRÓPICA DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA. Neste estudo
pretendemos Avaliar nível de depressão pós-parto em puérperas atendidas em uma
maternidade filantrópica do município de Vitória.
O motivo que nos leva a estudar é que os resultados desta pesquisa irão
contribuirparaa fim de verificar o nível de depressão em puérperas.
O tipo de procedimento apresenta um risco mínimo, mas que será reduzido
mediante orientações e avisos da total proteção à confidencialidade, com particular
ênfase na garantia do sigilo de informações confidenciais e sigilosas, obtidas na
pesquisa, através do anonimato dos participantes. Nos casos em que o participante
demonstrar interesse em parar a entrevista por qualquer motivo, os pesquisadores
serão responsáveis para informar ao entrevistado que ele tem o direito de retirar-se
da pesquisa a qualquer momento, não havendo qualquer tipo de constrangimento
entre as partes. Caso a puérpera precise amamentar, o momento será respeitado,
deixando-a vontade com seu bebê, retornando para continuar a entrevista assim que
a amamentação acabar, assim a entrevista continuará assim que este estiver
disponível.
Os benefícios esperados com o estudo são relacionadosa uma melhor observação
dos casos de depressão em puérperas e desta forma possibilitar a instituição pensar
estratégias de intervenção.
Para participar deste estudo você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer
vantagem financeira. Você será esclarecido (a) sobre o estudo em qualquer aspecto
que desejar e estará livre para participar ou recusar-se a participar. Poderá retirar
seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A sua
participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer
penalidade ou modificação na forma em que é atendido pelo pesquisador
28
O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo.Os
resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o
material que indique sua participação não será liberado sem a sua permissão.
O (A) Sr (a) não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar deste
estudo.
Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma
via será arquivada pelo pesquisador responsável, na Escola Superior de Ciências da
Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM e a outra será fornecida a você.
Caso haja danos decorrentes dos riscos previstos, o pesquisador assumirá a
responsabilidade pelos mesmos.
Eu, ___________________________________________, portador (a) do
documento de Identidade ____________________ fui informado (a) dos objetivos do
estudo “AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE DEPRESSÃO EM PUÉRPERAS ATENDIDAS
EM UMA MATERNIDADE FILANTRÓPICA DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA”, de
maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento
poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim
o desejar.
Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de
consentimento livre e esclarecido e me foi dada à oportunidade de ler e esclarecer
as minhas dúvidas.
Vitória, _________ de __________________________ de 2018.
____________________________
Participante
____________________________
Pesquisador
____________________________
Testemunha
29
Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá
consultar Comitê de Ética em Pesquisa da EMESCAM ou a pesquisadora
responsável.
Endereço:
Prédio da Farmácia - 3º andar, Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória – EMESCAM, Av. N. S. da Penha, 2190, Santa Luiza - Vitória
- ES - 29045-402
Pesquisador Responsável: Rubens José Loureiro
Endereço: Elziravivaccqua, 594
CEP: 29090350 – Vitória – ES
Fone: (27) 99761-5699
E-mail: [email protected]
30
10 ANEXOS
ANEXO 1
Escolha apenas UMA alternativa que representa como você mais se sentiu nas
duas últimas semanas, incluindo hoje:
A - TRISTEZA
0 - Não me sinto triste.
1 - Sinto-me melancólico(a) ou triste.
2a - Estou triste e melancólico(a) o tempo todo e não consigo sair disso.
2b - Estou tão triste e infeliz que isso é extremamente doloroso.
3 - Estou tão triste e infeliz que não consigo suportar.
B - PESSIMISMO
0 - Não estou particularmente triste ou desencorajado(a) em relação ao futuro.
1 - Sinto-me desencorajado(a) em relação ao futuro.
2a - Sinto que não tenho nada para alcançar.
2b - Sinto que nunca superarei meus problemas.
3 - Sinto que o futuro é sem esperança e que as coisas não podem melhorar.
C - SENSO DE FRACASSO
0 - Não me sinto um fracassado(a).
1 - Sinto que tenho fracassado(a) mais que uma pessoa comum.
2a - Sinto que tenho realizado muito pouca coisa que valha.
2b - Quando olho para trás, na minha vida, tudo o que posso ver é um monte de
fracassos.
3 - Sinto que sou um completo fracasso como pessoa (pai, marido, mulher...).
D - INSATISFAÇÃO
0 - Não estou particularmente insatisfeito (a).
1a - Sinto-me entediado (a) a maior parte do tempo.
1b - Não tenho gosto pelas coisas como costumava ter.
31
2 - Não consigo ter satisfação por nada atualmente.
3 - Estou insatisfeito (a) com tudo.
E - CULPA
0 - Não me sinto particularmente culpado(a).
1 - Sinto-me mal ou indigno(a) uma boa parte do tempo.
2a - Sinto-me bastante culpado (a).
2b - Sinto-me mal ou indigno (a), praticamente o tempo todo, agora.
3 - Sinto-me como se estivesse bem ruim e sem valor.
F - EXPECTATIVA DE PUNIÇÃO
0 - Não sinto que esteja sendo punido(a).
1 - Tenho um pressentimento de que alguma coisa ruim possa acontecer comigo.
2 - Sinto que estou sendo punido(a) ou que irei ser punido.
3a - Sinto que mereço ser punido(a).
3b - Quero ser punido(a).
G - AUTODESGOSTO
0 - Não me sinto desapontado(a) comigo mesmo.
1a - Estou desapontado(a) comigo mesmo.
1b - Não gosto de mim.
2 - Estou aborrecido(a) comigo mesmo.
3 - Eu me odeio.
H - AUTOACUSAÇÕES
0 - Não sinto que eu seja algo pior do que qualquer outra pessoa.
1 - Critico-me por minhas fraquezas ou erros.
2 - Acuso a mim mesmo(a) por minhas falhas.
3 - Acuso a mim mesmo(a) por tudo de ruim que acontece.
I - IDÉIAS SUICÍDAS
0 - Não tenho quaisquer pensamentos sobre prejudicar a mim mesmo (a).
32
1 - Tenho pensamentos sobre prejudicar a mim mesmo (a), mas eu não os colocaria
em prática.
2a - Sinto que estaria em melhor situação morto (a).
2b - Sinto que minha família estaria em melhor situação se eu estivesse morto(a).
3 - Eu me mataria se pudesse.
J - CHORO
0 - Não choro mais do que o comum.
1 - Choro mais do que costumava.
2 - Choro o tempo todo, agora; eu não consigo parar com isso.
3 - Eu costumava ser capaz de chorar, mas agora não consigo chorar de maneira
alguma, muito embora eu queira.
K - IRRITABILIDADE
0 - Eu não estou mais irritado(a) agora do que costumo estar.
1 - Fico aborrecido(a) ou irritado(a) mais facilmente do que costumava ficar.
2 - Sinto-me irritado(a) o tempo todo.
3 - Eu não fico irritado(a) de maneira alguma com as coisas que costumavam irritar-
me.
L - INTERAÇÃO SOCIAL
0 - Eu não perdi o interesse por outras pessoas.
1 - Estou menos interessado(a) nas pessoas, agora, do que costumava estar.
2 - Perdi a maior parte do meu interesse por outras pessoas e tenho pouco
sentimento por elas.
3 - Perdi todo o meu interesse por outras pessoas e não me importo com elas de
maneira alguma.
M - INDECISÃO
0 - Tomo decisões tão bem quanto sempre tomei.
1 - Tento adiar as tomadas de decisão.
2 - Tenho grande dificuldade em tomar decisões.
3 - Não consigo tomar quaisquer decisões atualmente.
33
N - MUDANÇA DA IMAGEM CORPORAL
0 - Eu não sinto que pareça algo pior do que costumava ser.
1 - Eu estou preocupado(a) que esteja parecendo velho(a) ou sem atrativos.
2 - Sinto que há mudanças permanentes em minha aparência e elas me fazem
parece sem atrativos.
3 - Sinto que estou com uma aparência feia ou repulsiva.
O –RETORNO PARA O TRABALHO
0 - Posso trabalhar tanto quanto antes.
1a - É necessário um esforço extra para conseguir começar a fazer alguma coisa.
1b - Não trabalho tão bem quanto costumava.
2 - Tenho de me esforçar demasiadamente para fazer qualquer coisa.
3 - Não consigo fazer nenhum trabalho de maneira alguma.
P - INSÔNIA
0 - Posso dormir tão satisfatoriamente quanto o de costume.
1 - Acordo mais cansado(a) de manhã do que costumava.
2 - Acordo uma ou duas horas mais cedo do que é comum e encontro dificuldade
para voltar a dormir.
3 - Acordo cedo todo dia e não posso conciliar mais do que cinco horas de sono.
Q - SUSCETIBILIDADE À FADIGA
0 - Não fico mais cansado(a) do que o comum.
1 - Fico cansado(a) mais facilmente do que costumava.
2 - Fico cansado(a) ao fazer qualquer coisa.
3 - Fico cansado(a) demais para fazer alguma coisa.
R - ANOREXIA (perda de apetite)
0 - Meu apetite não está pior do que o comum.
1 - Meu apetite não está tão bom quanto costumava estar.
2 - Meu apetite está bem pior agora.
3 - Não tenho apetite de maneira alguma.
34
S - PERDA DE PESO
0 - Não tenho perdido muito peso, se é que perdi algum, ultimamente.
1 - Perdi mais do que 2 quilos.
2 - Perdi mais do que 4 quilos e meio.
3 - Perdi mais do que 7 quilos.
T - PREOCUPAÇÃO SOMÁTICA (preocupação com o organismo; em adoecer)
0 - Não me preocupo com minha saúde mais que o comum.
1 - Estou preocupado (a) com dores ou sofrimentos, desarranjo estomacal ou prisão
de ventre.
2 - Estamos tão preocupados (a) em como eu me sinto ou com o que sinto, que é
difícil pensar em muitas outras coisas.
3 - Estou completamente absorto(a) com relação ao que sinto.
U - PERDA DO INTERESSE SEXUAL
0 - Não tenho notado mudança alguma recente no meu interesse por sexo.
1 - Estou menos interessado por sexo que costumava estar.
2 - Estou muito menos interessado por sexo, agora.
3 - Perdi completamente o interesse por sexo.
PONTUAÇÃO:
Some a quantidade de pontos referente à sua resposta (exemplo, 2a = 2 pontos)
Abaixo de 10 = Sem depressão ou depressão leve;
Entre 10 e 18 = Depressão leve a moderada;
Entre 19 e 29 = Depressão moderada a grave;
Entre 30 e 63 = Depressão grave.