Avaliação filosofia 1o_bimestre_2oano_2012

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COLÉGIO PORTINARI Av. Maria Thereza Silveira de Barros Camargo, 698 – Jd. Aquárius – Limeira/SP Tel: 19 3443.2053 | www.colegioportinari.com.br Nome: Turma: | Data: Filosofia – Professor Rafael – 2º ano EM QUESTÕES PONTUAÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 OFERECIDA: 400 E A E D C C B A A B D A OBTIDA: ______ Avaliação de Filosofia – 1º Bimestre 2012 1. (Ifsp) Reconhecido por muitos como fundador do pensamento político moderno, Maquiavel chocou a sociedade de seu tempo ao propor, em O Príncipe, que a) a soberania do Estado é ilimitada e que o monarca, embora submetido às leis divinas, pode interpretá-las de forma autônoma, sem a necessidade de recorrer ao Papa. b) a autoridade do monarca é sagrada, ilimitada e incontestável, pois o príncipe recebe seu poder diretamente de Deus. c) o Estado é personificado pelo monarca, que encarna a soberania e cujo poder não conhece outros limites que não aqueles ditados pela moral. d) a autoridade do príncipe deriva do consentimento dos governados, pois a função do Estado é promover e assegurar a felicidade dos seus súditos. e) a política é autonormativa, justificando seus meios em prol de um bem maior, que é a estabilidade do Estado. 2. (Ufu) A Itália do tempo de Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) não era um Estado unificado como hoje, mas fragmentada em reinos e repúblicas. Na obra O Príncipe, declara seu sonho de ver a península unificada. Para tanto, entre outros conceitos, forjou as concepções de virtú e de fortuna. A primeira representa a capacidade de governar, agir para conquistar e manter o poder; a segunda é relativa aos “acasos da sorte” aos quais todos estão submetidos, inclusive os governantes. Afinal, como registrado na famosa ópera de Carl Orff: Fortuna imperatrix mundi (A Fortuna governa o mundo). Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir. MAQUIAVEL, N. “O príncipe”. Coleção os Pensadores. São Paulo: Abril Cultura, 1973, p. 79 - 80. Com base nas informações acima, assinale a alternativa que melhor interpreta o pensamento de Maquiavel. a) Trata-se da fortuna, quando Maquiavel diz que “as causas que o determinaram cessem de existir”; e de virtú, quando Maquiavel diz que o príncipe deve ser “prudente”. b) Trata-se da virtú, quando Maquiavel diz que as “causas mudaram”; e de fortuna quando se refere ao príncipe prudente, pois um príncipe com tal qualidade saberia acumular grande quantidade de riquezas. c) Apesar de ser uma frase de Maquiavel, conforme o texto introdutório, ela não guarda qualquer relação com as noções de virtú e fortuna. d) O fragmento de Maquiavel expressa bem a noção de virtú, ao dizer que o príncipe deve ser prudente, mas não se relaciona com a noção de fortuna, pois em nenhum momento afirma que as “circunstâncias” podem mudar. 3. (Unesp) Analise o texto político, que apresenta uma visão muito próxima de importantes reflexões do filósofo italiano Maquiavel, um dos primeiros a apontar que os domínios da ética e da política são práticas distintas. “A política arruína o caráter”, disse Otto von Bismarck (1815-1898), o “chanceler de ferro” da Alemanha, para quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram colocados e mantidos no poder por nações que se enxergam como faróis da democracia e dos direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável? Os ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao petróleo árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações terroristas islâmicas. Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinário diplomata americano do século passado, George Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As sociedades não vivem para conduzir sua política externa: seria mais exato dizer que elas conduzem sua política externa para viver”. (Veja, 02.03.2011. Adaptado.)

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Nome: Turma: | Data:

Filosofia – Professor Rafael – 2º ano EM

QUESTÕES PONTUAÇÃO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 OFERECIDA: 400

E A E D C C B A A B D A OBTIDA: ______

Avaliação de Filosofia – 1º Bimestre 2012

1. (Ifsp) Reconhecido por muitos como fundador do pensamento político moderno, Maquiavel chocou a sociedade de seu tempo ao propor, em O Príncipe, que a) a soberania do Estado é ilimitada e que o monarca, embora submetido às leis divinas, pode interpretá-las de

forma autônoma, sem a necessidade de recorrer ao Papa. b) a autoridade do monarca é sagrada, ilimitada e incontestável, pois o príncipe recebe seu poder diretamente de

Deus. c) o Estado é personificado pelo monarca, que encarna a soberania e cujo poder não conhece outros limites que

não aqueles ditados pela moral. d) a autoridade do príncipe deriva do consentimento dos governados, pois a função do Estado é promover e

assegurar a felicidade dos seus súditos. e) a política é autonormativa, justificando seus meios em prol de um bem maior, que é a estabilidade do Estado.

2. (Ufu) A Itália do tempo de Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) não era um Estado unificado como hoje, mas

fragmentada em reinos e repúblicas. Na obra O Príncipe, declara seu sonho de ver a península unificada. Para tanto, entre outros conceitos, forjou as concepções de virtú e de fortuna. A primeira representa a capacidade de governar, agir para conquistar e manter o poder; a segunda é relativa aos “acasos da sorte” aos quais todos estão submetidos, inclusive os governantes. Afinal, como registrado na famosa ópera de Carl Orff: Fortuna imperatrix mundi (A Fortuna governa o mundo).

Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir.

MAQUIAVEL, N. “O príncipe”. Coleção os Pensadores. São Paulo: Abril Cultura, 1973, p. 79 - 80. Com base nas informações acima, assinale a alternativa que melhor interpreta o pensamento de Maquiavel.

a) Trata-se da fortuna, quando Maquiavel diz que “as causas que o determinaram cessem de existir”; e de virtú, quando Maquiavel diz que o príncipe deve ser “prudente”.

b) Trata-se da virtú, quando Maquiavel diz que as “causas mudaram”; e de fortuna quando se refere ao príncipe prudente, pois um príncipe com tal qualidade saberia acumular grande quantidade de riquezas.

c) Apesar de ser uma frase de Maquiavel, conforme o texto introdutório, ela não guarda qualquer relação com as noções de virtú e fortuna.

d) O fragmento de Maquiavel expressa bem a noção de virtú, ao dizer que o príncipe deve ser prudente, mas não se relaciona com a noção de fortuna, pois em nenhum momento afirma que as “circunstâncias” podem mudar.

3. (Unesp) Analise o texto político, que apresenta uma visão muito próxima de importantes reflexões do filósofo

italiano Maquiavel, um dos primeiros a apontar que os domínios da ética e da política são práticas distintas.

“A política arruína o caráter”, disse Otto von Bismarck (1815-1898), o “chanceler de ferro” da Alemanha, para quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram colocados e mantidos no poder por nações que se enxergam como faróis da democracia e dos direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável?

Os ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao petróleo árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações terroristas islâmicas. Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinário diplomata americano do século passado, George Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As sociedades não vivem para conduzir sua política externa: seria mais exato dizer que elas conduzem sua política externa para viver”.

(Veja, 02.03.2011. Adaptado.)

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A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser feita, pois o filósofo: a) considerava a ditadura o modelo mais apropriado de governo, sendo simpático à repressão militar sobre

populações civis. b) foi um dos teóricos da democracia liberal, demonstrando-se avesso a qualquer tipo de manifestação de

autoritarismo por parte dos governantes. c) foi um dos teóricos do socialismo científico, respaldando as ideias de Marx e Engels. d) foi um pensador escolástico que preconizou a moralidade cristã como base da vida política. e) refletiu sobre a política através de aspectos prioritariamente pragmáticos.

4. (Unicentro) “A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto

é, o Universo). Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas. Sem estes meios, é impossível entender humanamente as palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto.”

(GALILEU. Apud. COTRIM. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 16ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2006 - p.133.)

De acordo com o texto acima, e com seus conhecimentos sobre a ciência da natureza em Galileu, assinale a alternativa correta.

a) De acordo com os princípios de sua ciência, Galileu depositava grande crédito no método indutivo, pois este possuiria melhor alcance nos resultados da investigação da natureza.

b) O passo decisivo da física galileana concentrava-se na realização de experimentos para comprovar uma tese, sem a necessidade de recorrer às elaborações do raciocínio matemático.

c) Quanto ao “movimento”, Galileu seguiu as teorias de Aristóteles que distinguia o movimento qualitativo do movimento quantitativo, para considerar toda mudança apenas do ponto de vista qualitativo (corpos pesados ou leves).

d) Um dos aspectos centrais da ciência da natureza em Galileu está na realização de experimentos com o auxílio indispensável da matemática, pois, para ele, a matemática é o meio instrumental capaz de enunciar e traduzir as regularidades observadas nos fenômenos naturais.

e) O que dá validade científica aos processos intelectuais de Galileu é que os resultados de suas pesquisas jamais precisariam ser submetidos à comprovação empírica, bastando, apenas, se localizarem no campo da abstração.

5. (Uel) A ONU declarou 2009 o Ano Internacional da Astronomia pelos 400 anos do uso do telescópio nas

investigações astronômicas por Galileu Galilei. Essas investigações desencadearam descobertas e, por sua vez, uma nova maneira de compreender os fenômenos naturais. Além de suas descobertas, Galileu também contribuiu para a posteridade ao desenvolver o método experimental e a concepção de uma nova ciência física.

Com base nas contribuições metodológicas de Galileu Galilei, é correto afirmar: a) A experiência espontânea e imediata da percepção dos sentidos desempenha, a partir de Galileu, um papel

metodológico, preponderante na nova ciência. b) A observação, a experimentação e a explicação dos fenômenos físicos da natureza desenvolvidos por Galileu

aprimoram o método lógico-dedutivo da filosofia aristotélica. c) A observação controlada dos fenômenos na forma de experimentação, segundo o método galileano, consiste em

interrogar metodicamente a natureza na linguagem matemática. d) A verificação metodológica da verdade das leis científicas pelos experimentos aleatórios, defendida por Galileu,

fundamenta-se na concepção finalista do Universo. e) O método galileano reafirma o princípio de autoridade das interpretações teológico-bíblicas na definição do

método para alcançar a verdade física. 6. (Unioeste) “Um governante virtuoso procurará criar instituições que ‘facilitem’ o domínio. Consequentemente, sem

virtù, sem boas leis, geradoras de boas instituições, e sem boas armas um poder rival poderá impor-se. [...] A força explica o fundamento do poder, porém é a posse da virtù a chave por excelência do sucesso do príncipe. Sucesso este que tem uma medida política: a manutenção do poder. O governante tem que se mostrar capaz de resistir aos inimigos e aos golpes da sorte, ‘construindo diques para que o rio não inunde a planície, arrasando tudo o que encontra no caminho’. O homem de virtù deve atrair os favores da cornucópia, conseguindo, assim, a fama, a honra e a glória para si e a segurança para seus governados. [...] Um príncipe sábio deve guiar-se pela necessidade – 'aprender os meios de não ser bom e de fazer uso ou não deles, conforme as necessidades’. Assim, a qualidade exigida do príncipe que deseja se manter no poder é, sobretudo, a sabedoria de agir conforme as circunstâncias. Devendo, contudo, aparentar possuir as qualidades valorizadas pelos governados […]. A virtù política exige também os vícios, assim como exige o reenquadramento da força. O agir virtuoso é um agir como homem e como animal. Resulta de uma astuciosa combinação da virilidade e da natureza animal. Quer como homem, quer como leão (para

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amedrontar os lobos), quer como raposa (para conhecer os lobos), o que conta é 'o triunfo das dificuldades e a manutenção do Estado. Os meios para isso nunca deixarão de ser julgados honrosos, e todos os aplaudirão'” (Weffort).

A partir deste texto, seguem as seguintes proposições a respeito da filosofia política de Maquiavel:

I. Um governante virtuoso mantém o seu domínio, com boas leis e boas instituições, sem necessidade de recorrer ao uso da força armada e sem se guiar pela necessidade, mas, com sabedoria, agir em conformidade com as circunstâncias.

II. Um príncipe sábio, na manutenção do Estado e do poder, deve, para garantir sua honra, fama e glória, bem como para garantir a segurança de seus governados, ser sempre honesto e virtuoso, não levando em consideração as circunstâncias.

III. O príncipe que quer triunfar na manutenção do Estado e manter-se no poder deve possuir a sabedoria astuciosa de combinar sua virtù, que exige também vícios, com o uso da força, agindo, assim, quer como leão, quer como raposa, em conformidade com as circunstâncias.

IV. Tendo por fim a manutenção do Estado, um príncipe sábio, com astúcia, aparenta possuir as qualidades que seus governados valorizam, obtendo, assim, a fama, honra e glória para si e a segurança de seus governados.

V. A força explica o fundamento do poder, e é no seu uso permanente e de modo astucioso, sem nenhuma necessidade de considerar as circunstâncias nas quais ocorre a ação política, que reside a virtù, por excelência, do sucesso do príncipe para a sua manutenção no poder.

Das afirmações feitas acima a) apenas a afirmativa I está correta. b) apenas a afirmativa II está correta. c) apenas as afirmativas III e IV estão corretas. d) apenas as afirmativas IV e V estão corretas. e) todas as afirmativas estão incorretas.

7. (Unicentro) Em sua obra O Príncipe, Nicolau Maquiavel (1496-1527) assim se expressa em relação à fortuna: “Não me

é desconhecido que muitos têm tido e têm a opinião de que as coisas do mundo são governadas pela fortuna e por Deus, de sorte que a prudência dos homens não poderia corrigi-las, e mesmo não lhes traz remédio algum. (...) Às vezes, pensando nisso, me tenho inclinado a aceitá-la. Não obstante, e para que o nosso livre-arbítrio não desapareça, penso ser verdade que a fortuna seja árbitra de nossas ações, mas que, ainda assim, ela nos deixa governar a outra metade”.

(MAQUIAVEL. O Príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1973 - p.109).

Com base na leitura deste trecho e considerando outras informações presentes na obra de Maquiavel, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.

I. De acordo com Maquiavel, somente a ação da fortuna pode reduzir os prejuízos causados pela própria fortuna. II. A reflexão apresentada acima pressupõe a presença do conceito de virtú, qualidade indispensável para o bom

êxito do governo do príncipe em uma república, pois a fortuna pode, sim, oferecer ocasiões para as ações do governante, o qual terá que agir fazendo bom uso da virtú que lhe é própria.

III. A virtú humana é capaz de agir e dominar, no momento certo, o curso natural das coisas, imprimindo as mudanças necessárias em relação à realização de grandes feitos e à conservação do poder.

IV. A fortuna não depende em nada da ação humana para seguir seu curso natural.

a) Apenas I e IV estão corretas. b) Apenas II, III e IV estão corretas. c) Apenas I e II estão corretas. d) Apenas I, II e III estão corretas. e) Apenas I e III estão corretas

8. (Uel) Leia o texto de Maquiavel a seguir:

[Todo príncipe prudente deve] não só remediar o presente, mas prever os casos futuros e preveni-los com toda a

perícia, de forma que se lhes possa facilmente levar corretivo, e não deixar que se aproximem os acontecimentos, pois

deste modo o remédio não chega a tempo, tendo-se tornado incurável a moléstia. [...]

Assim se dá com o Estado: conhecendo-se os males com antecedência o que não é dado senão aos homens prudentes,

rapidamente são curados [...]

(MAQUIAVEL, N. O Príncipe: Escritos políticos. São Paulo: Nova cultural, 1991, p.12.)

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Nas ações de todos os homens, máxime dos príncipes, onde não há tribunal para recorrer, o que importa é o

êxito bom ou mau. Procure, pois, um príncipe, vencer e conservar o Estado. Os meios que empregar serão sempre

julgados honrosos e louvados por todos, porque o vulgo é levado pelas aparências e pelos resultados dos fatos

consumados.

(MAQUIAVEL, N. O Príncipe: Escritos políticos. São Paulo: Nova cultural, 1991, p.75.)

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da polaridade entre virtú e

fortuna na ação política e suas implicações na moralidade pública, considere as afirmativas a seguir:

I. A virtú refere-se à capacidade do príncipe de agir com astúcia e força em meio à fortuna, isto é, à contingência e

ao acaso nas quais a política está imersa, com a finalidade de alcançar êxito em seus objetivos.

II. A fortuna manifesta o destino inexorável dos homens e o caráter imutável de todas as coisas, de modo que a

virtú do príncipe consiste em agir consoante a finalidade do Estado ideal: a felicidade dos súditos.

III. A virtú implica a adesão sincera do governante a um conjunto de valores morais elevados, como a piedade cristã

e a humildade, para que tenha êxito na sua ação política diante da fortuna.

IV. O exercício da virtú diante da fortuna constitui a lógica da ação política orientada para a conquista e a

manutenção do poder e manifesta a autonomia dos fins políticos em relação à moral preestabelecida.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e IV são corretas. b) Somente as afirmativas II e III são corretas. c) Somente as afirmativas II e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.

9. (Uenp) “Eu, Galileu, filho do falecido Vincenzo Galilei, florentino, de setenta anos de idade, intimado pessoalmente à

presença deste tribunal e ajoelhado diante de vós, Eminentíssimos e Reverendíssimos Senhores Cardeais Inquisidores-Gerais contra a gravidade herética em toda a comunidade cristã, tendo diante dos olhos e tocando com as mãos os Santos Evangelhos, juro que sempre acreditei, que acredito, e, mercê de Deus, acreditarei no futuro, em tudo quanto é defendido, pregado e ensinado pela Santa Igreja Católica e Apostólica. Mas, considerando que [....] escrevi e imprimi um livro no qual discuto a nova doutrina (o heliocentrismo) já condenada e aduzo argumentos de grande força em seu favor, sem apresentar nenhuma solução para eles, fui, pelo Santo Oficio, acusado de veementemente suspeito de heresia, isto é, de haver sustentado e acreditado que o Sol está no centro do mundo e imóvel, e que a Terra não está no centro, mas se move; desejando eliminar do espírito de Vossas Eminências e de todos os cristãos fiéis essa veemente suspeita concebida mui justamente contra mim, com sinceridade e fé verdadeira, abjuro, amaldiçoo e detesto os citados erros e heresias, e em geral qualquer outro erro, heresia e seita contrários à Santa Igreja, e juro que no futuro nunca mais direi nem afirmarei, verbalmente nem por escrito, nada que proporcione motivo para tal suspeita a meu respeito.”

Analisando o texto, o momento e as circunstâncias em que foi escrito, julgue as proposições: I. As ideias racionalistas, que decorrem da teologia racional do final da Idade Média, tiveram amplo apoio da

aristocracia rural, que as usou como argumentação para combater o poder do clero. II. As ideias de Galileu, segundo o ofício, foram aceitas pela Igreja, mas condenadas pelo Tribunal do Santo Ofício;

Galileu, por essa razão, teve de retratar-se. III. Bacon, Spinoza, Newton, assim como Galileu, entre outros, enfrentaram as ideias tradicionais então vigentes,

criando as bases do racionalismo e do pensamento científico, que deram a tônica do pensamento moderno. IV. Trata-se da retratação de Galileu Galilei, que em seus estudos de astronomia negou a concepção geocentrista

aceita, até então, por grande parte dos astrônomos e defendeu que o Sol, e não a Terra, seria o centro do Universo. O geocentrismo era fundamentado basicamente em passagens bíblicas e na cosmologia aristotélica.

V. Galileu é um dos vultos do Renascimento. O Renascimento vai marcar uma mudança de mentalidade e a afirmação de novos valores, entre outros, o individualismo, o humanismo e o antropocentrismo.

Assinale a alternativa correta:

a) são falsas apenas I e II. b) são verdadeiras apenas I, II e III. c) todas são falsas. d) todas são verdadeiras. e) são verdadeiras apenas III e V.

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10. (Unioeste) A superfície da Lua é “na maior parte desigual, devido às muitas elevações e depressões que nela se percebem graças ao telescópio: elevações das quais existem muitas em tudo e por tudo similares às nossas mais ásperas e escarpadas montanhas, e percebem-se algumas que se prolongam por centenas de milhas; outras estão reunidas em grupos mais próximos, e existem também muitos cumes agudos e solitários, muito altos e escarpados [...]”. (Galileu)

Tendo em conta o texto acima, é incorreto afirmar que

a) a constatação de que a Lua tem superfície irregular e de que ela e o Sol possuem manchas serviu de argumento para Galileu criticar a distinção entre a perfeição do céu e as irregularidades da Terra, feita pelos defensores do sistema geocêntrico.

b) Galileu considerou suas observações astronômicas questionáveis, já que poderiam ser resultantes de ilusões criadas pelas lentes de seu telescópio.

c) o telescópio é um exemplo bem-sucedido de introdução de instrumentos que aumentam nossa capacidade de conhecer e de integração entre ciências distintas.

d) o conhecimento científico, para Galileu, deveria ser construído por meio da experimentação guiada pela razão, e não pela autoridade dos sábios antigos e da Igreja.

e) a matemática, para Galileu, podia ser aplicada também aos corpos terrestres, e não apenas aos celestes, como admitiam seus adversários, já que ambos tinham a mesma natureza.

11. (Uel) [...] como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessarem, pareceu-me mais conveniente

procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que delas se possa imaginar. E muita gente imaginou repúblicas e principados que nunca se viram nem jamais foram reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre o como se vive e o modo por que se deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do que o modo de se preservar; e um homem que quiser fazer profissão de bondade é natural que se arruíne entre tantos que são maus. Assim, é necessário a um príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade.

(MAQUIAVEL, N. O Príncipe cap. XV. “Coleção Os pensadores”. São Paulo: Abril Cultural 1973. p. 69.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da relação entre poder e moral, é correto afirmar.

a) Maquiavel se preocupa em analisar a ação política considerando tão somente as qualidades morais do Príncipe que determinam a ordem objetiva do Estado.

b) O sentido da ação política, segundo Maquiavel, tem por fundamento originário e, portanto, anterior, a ordem divina, refletida na harmonia da Cidade.

c) Para Maquiavel, a busca da ordem e da harmonia, em face do desequilíbrio e do caos, só se realiza com a conquista da justiça e do bem comum.

d) Na reflexão política de Maquiavel, o fim que deve orientar as ações de um Príncipe é a ordem e a manutenção do poder.

e) A análise de Maquiavel, com base nos valores espirituais superiores aos políticos, repudia como ilegítimo o emprego da força coercitiva do Estado.

12. (Ufu) Analise a seguinte afirmação de Maquiavel.

“Eu sei que cada qual reconhecerá que seria muito de louvar que um príncipe possuísse, entre todas as qualidades referidas, as que são tidas como boas; mas a condição humana é tal, que não consente a posse completa de todas elas, nem ao menos a sua prática consistente; é necessário que o príncipe seja tão prudente que saiba evitar os defeitos que lhe arrebatariam o governo e praticar qualidades próprias para lhe assegurar a posse deste, se lhe é possível; mas, não podendo, com menor preocupação, pode-se deixar que as coisas sigam seu curso natural.”

MAQUIAVEL, N. O príncipe. Trad. de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 64. Assinale a alternativa correta.

a) O príncipe é um homem de virtú, que deve voltar o seu ânimo para a direção que a fortuna o impelir, pois a conquista e a conservação do Estado podem implicar ações más.

b) O príncipe é um estadista sem princípios, cujas ações são destituídas de qualquer valor de conduta, dando vazão às suas paixões sem levar em conta o bem-estar do povo.

c) O príncipe pode fazer aquilo que bem entender, pois a maior virtude do governante é a capacidade de provocar o ódio dos súditos, que são violentamente reprimidos pela força das armas.

d) O príncipe não precisa praticar a piedade, a fidelidade, a humanidade, pode até desprezar a devoção religiosa, não precisando nem mesmo aparentá-las em suas ações.