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Descubra a Pedagogia Waldorf: Avaliao Sem Provas16 de Maro de 2009

AutoraEugene Schwartz

ResumoNo Child Left Behind* solidificou a categoria que acredita que teste de alto padro a nica maneira de avanar a educao. Examinamos a inovadora abordagem de avaliao Waldorf em que os resultados da aprendizagem so julgados de inmeras formas todas elas amigas da criana, e todas elas eficazes.

* O No Child Left Behind de 2001(NCLB) uma Lei do Congresso dos Estados Unidos que uma reautorizao das Leis do Ensino Bsico e Secundrio, que incluiu o Ttulo I, o programa auxiliar carro-chefe do governo para alunos desfavorecidos. O NCLB apoia a reforma da educao baseada em padres com base na premissa de que o estabelecimento de padres elevados e metas mensurveis podem melhorar os resultados individuais em educao.

Razes ou Folhas?

Os professores Waldorf gostam de caracterizar seu mtodo de avaliao relatando uma histria sobre um rei e seu mordomo de confiana, ainda que um pouco estpido. Um dia, o rei, tendo que deixar seu palcio e se aventurar em uma viagem com durao de vrios meses, pediu a seu mordomo para cuidar de seu amado jardim de rosas. No familiarizadocom as flores e seus cuidados, o mordomo perguntou qual seria sua tarefa mais importante.

"Acima de tudo", respondeu o rei, "Certifique-se que as razes das roseiras recebam gua suficiente."

Para grande surpresa do rei, ele retornou alguns meses depoispara um jardim de rosas no qual no permanecia uma planta viva.

"Minhas instrues no poderiam ser mais simples!", Ele gritou para o mordomo envergonhado, "O que voc fez?"

"Exatamente como voc ordenou," foi a resposta do mordomo. "Todos os dias nspuxamos para cima as roseiras e examinamos suas razes. Se as razes estivessem secas ns as regamos bem e devolvemos as plantas para o solo."

Como o rei bem sabia, h outras maneiras de determinar se as razes esto recebendo gua suficiente! Folhassecas, botes desidratados ou flores murchas teriam sido indicadores adequados de que era necessrio regar. E, acima de tudo, utilizando estes indicadores se eliminaria a necessidade de destruir a planta a fim de conhec-la. Educadores ativos no movimentodas escolas Waldorf esto convencidos de que a maioria dos mtodos contemporneos de avaliao de crianas do Jardim de Infncia at o Oitavo Ano usa a abordagem de puxar as razes. Com o zelo do mordomo, eles minam as mesmas capacidades que procuram avaliar.

O mtodo Waldorf de avaliao pode ser caracterizado como a abordagem "Olhe para asfolhas". Para facilitar este mtodo de avaliao indireta e qualitativa, vrios elementos importantes devem entrar em jogo:

O Professor de Classe: No sistema Waldorf, este um indivduo que permanece com o mesmo grupo de crianas do Primeiro ao Oitavo Ano. Um relacionamento , desse modo, cultivado de forma que o professor passe a conhecer as crianas, seus "estilos de aprendizagem" e as suas necessidades de desenvolvimento de forma abrangente.

O Pai Paciente: Somos uma cultura dedicada "gratificao instantnea" e orientada para resultados de curto prazo. Assim como o professor da turma compromete-se com o desenvolvimento da criana a longo prazo, os pais devemestar dispostos a colocar de lado uma srie de ansiedades culturalmente determinadas e aceitar um mtodo de ensino que permite que as capacidades da criana a se revelem de forma gradual. Ao invs de agir como consumidor passivo de julgamentos avaliativosfeitos pela escola, o pai Waldorf convidado a ser parte ativa do processo de avaliao.

Uma Comunidade de Avaliadores coesa: Ao fazer sua avaliao da criana, o professor de classe tem que trabalhar com um grupo de professores de temas especficos, que podem falar sobre o progresso da criana e assim contribuir para a imagem total da criana. Outros professores de classe so, por sua vez, ativos na orientao e avaliao dos julgamentos do professor de classe.

Uma variedade de instrumentos e mtodos de avaliao: Evitando o exame graduado ou o teste padronizado como os nicos mtodos "objetivos", a comunidade escolar deve estar disposta a trabalhar com uma abordagem no estilo portflio que inclui os desenhos da criana, pinturas, tric, facilidade demovimento, habilidades musicais, expressividade oral, dentre outros, como fatores no menos importantes do que as competncias de cognio e memria verbal mais facilmente determinadas.

Conversas: Como os critrios acima devem deixar claro, o mtodo de avaliao Waldorf , por natureza, intensivo em tempo e trabalho. Ele no pode funcionar sem inmeras reunies e conversas entre professor e professor, e professor e pais. As avaliaes finais escritas, descritas abaixo, so apenas a etapa final de um processo que se passa incessantemente ao longo do ano escolar.

O Professor de Classe

Se aceitamos a premissa de que a criana um ser que se manifesta suas capacidades ao longo do tempo, ento entendemos que as notaes mais vlidas que podem ser feitas sobre o desenvolvimento de uma criana so aquelas que so compiladas no decorrer de longos perodos de tempo. Tambm til se os dinmicos estgios de desenvolvimento da criana puderem ser supervisionados e acompanhados pela conscincia estabilizadora de umadulto. Este o papel assumido pelo professor de classe.

Com demasiada frequncia, os professores se sentem como trabalhadores de uma linha de montagem, especializando-se em apenas um ano de vida da criana, apenas vagamente ciente das experincias vividas pela criana em um nvel anterior e pouco capaz de controlar o tipo de experincias que a criana ter em sries que ainda esto por vir. Tal conscincia e tal responsabilidade so a marca registrada do trabalho do professor de classe. Aquilo que ele percebe ser um problema para uma determinada criana no encerramento do primeiro grau no sero simplesmente anotadas e passadas para uma nova professora da segunda srie; pelo contrrio, a criana e problema vo continuar com o professor da turma! Assim, as avaliaes do professor classe sobre as crianas no vo apenas delinear problemas, mas tambm descrever as medidas que o professor ir tomar no ano, ou anos que viro para remediar o problema.

No menos significativo o potencial que essa relaode longo prazo prov para o envolvimento de um professor com a criana como um todo. Por "todo" quero dizer no s a criana como um ser de corpo, alma e esprito, mas em sua conexo com famlia, comunidade e ambiente. O professor de classe se beneficia das oportunidades para visitar a criana em casa e vem a conhecer os pais, avs e/ou padrastos da criana. Ele leva a criana em caminhadas desafiadoras, acompanha-o em passeios de canoa ou convive com ele e seus colegas por dias em acampamentos. Ela observasua resposta de mudana e amadurecimento ao longo dos anos de alegrias e tragdias que acompanham todo o crescimento.

Ele sabe bem como ele se comporta sob presso, e se ele tende a se contentar em mordiscar rapidamente o conhecimento ou se prefere sabore-lo de forma lenta e particular. Em suma, o professor de classe tem a possibilidade nica de desenvolver um relacionamento de longo prazo, envolvente e, sim, amoroso com todos os alunos de sua classe.

O interessante que no h lugar para o "amor" na metodologia quantitativa que subjaz a maioria dos testes padronizados. Na verdade, o amor que um professor carrega por uma criana percebido como um obstculo para a avaliao "objetiva" fornecida por um exame. Embora o um amor muito fortemente tingidocom sentimentalismo pode cegar algum para as falhas de outro, o amor que o professor de classe se esfora para cultivar pode despertar algum para o maior potencial nele. Ao medir o desempenho de uma criana em relao a tal esfera de possibilidades, o professor reconhece que o nico "padro" vlido em testes o do indivduo nico.

Colegas e Pais

Embora possa ser aceito que o relacionamento de longo prazo da criana com o professor da turma pode ser produtivo, ainda pode-se argumentar que ter professor e avaliador misturados em uma mesma pessoa, especialmente quando grande parte do trabalho de natureza qualitativa, em vez de quantitativa poderia representar um desafio moral. O que que evita que o professor de classe distora suas avaliaes, ainda que levemente, de modo que sempre saliente as melhoras das crianas, para parecer bom?

A ttulo de responder a esta pergunta, vou colocar uma outra: "Por que os testes padronizados surgem para comear?". No se pode dizer que os mtodos padronizados deavaliao surgiram quando faculdades j no tinham um relacionamento acadmico com as escolas secundrias frequentadas por seus candidatos, ou quando superintendentes de escolas j no conheciam e confiavam em seus diretores, que por sua vez j no tinhamrelaes provadas pelo tempo com os seus professores? Quando a comunidade de colegas desaparece, o "exame objetivo" nasce.

Nenhum mtodo de avaliao , em si, prova da fragilidade humana. significativo que os prprios testes padronizados muitas vezesesto sujeitos a incidentes de fraude em grande escala por parte dos alunos e, de vez em quando, educadores sob presso so descobertos adulterando resultados. Por esta razo, entre outras, a comunidade de professores dentro da escola Waldorf assume grande importncia em nosso processo de avaliao.

Em qualquer escola Waldorf, os professores encontram-se frequentemente um com o outro. O treinamento de um professor Waldorf nunca acaba simplesmente, para ser complementado de vez em quando com crditos contnuos. Ao invs disso, a reunio semanal do corpo docente uma chave no processo de auto-educao de cada professor, onde colegas discutem pedagogia, compartilham novas compreenses sobre as crianas e aprimoram suas habilidades de ensino uns com os outros como indivduos.

Professores mais novos geralmente so orientados pelos membros mais velhos e experientes do corpo docente. Todos os colegas so incentivados a visitar as aulas uns dos outros e para criticar as abordagens e resultados de cada um. Por este senso de comunidade e coleguismo, o corpo docente capaz de supervisionar e "avaliar o avaliador", ajudando-o a manter a objetividade em relao s conquistas de sua classe. Enquanto o programa de estudos convencional, dirigido pelo teste padronizado,obriga os professores a trabalharem separados um do outro, cada um lutando para melhorar a pontuao de seu grupo particular, o currculo Waldorf pede uma comunidade de pares, num verdadeiro coleguismo.

O papel do pai no processo de avaliao em cursotambm um fator essencial. Na maioria das escolas Waldorf, os pais so esperados (ou mesmo exigidos) para comparecer a trs ou quatro reunies de pais por ano, ao longo das quais o professor da turma, muitas vezes com a ajuda de professores de assuntos especficos, partilha a sua imagem da classe como um todo. O professor ir, muitas vezes, envolver os pais nos tipos de atividades artsticas/pedaggicas feitas pelas crianas daquela srie, discutir aspectos do desenvolvimento infantil e compartilhar sua abordagem ao assunto a ser estudado naquele momento. Enquanto estas reunies acontecem, o trabalho realizado por todas as crianas est em exibio, para que os pais no s vejam o trabalho de seu prprio filho, mas vejam-no no contexto de toda a classe. Aoinvs de ter o trabalho de seu filho julgado contra um "padro" abstrato que calculado estatisticamente, os pais podem julgar por si mesmos onde a realizao de seu filho est em relao a um grupo de pares muito real e visvel.

Como professores em umsistema independente de escolarizao em que as escolas individuais so administrados pelo corpo docente, os educadores Waldorf devem responder no aos decretos de conselhos escolares e legisladores, mas somente para aqueles a que servem os pais e seus filhos. Estamos cientes do fato de que nossos mtodos "suaves" de avaliao, e nosso mtodo de ensino mais lento, orientado ao processo, nada contra a corrente de muito do que est na moda na educao moderna. Isto, sem dvida, coloca um fardo sobre nossospais, a maioria dos quais so, eles prprios, os produtos de sistemas de ensino que usavam apenas mtodos de avaliao "duros" e, geralmente, "orientados ao teste". Os pais tambm so bombardeados com um fluxo incessante de "pesquisa" gerada pelos serviosde teste e suas afiliadas defendendo a necessidade de cada vez mais testes no estado e at mesmo a nvel nacional. Com isto em mente, as escolas Waldorf organizam regularmente "Workshops de Educao para Pais", nos quais noites ou fins-de-semana so dedicados para partilhar aspectos da Pedagogia Waldorf que abranjam vrias sries especficas. Em conjunto com exposies de trabalhos dos alunos das classes de um a oito ou maiores, tais reunies do aos pais uma viso sobre a forma com que nossos mtodos de avaliao, como a nossa prpria educao, se desdobra ao longo do tempo.

Obviamente, um mtodo de avaliao qualitativa depende da confiana e apoio dos pais. Quanto mais esses pais sabem sobre a base lgica para tal abordagem de avaliao, mais a sua confiana e apoio sero justificados. O mtodo Waldorf depende da pacinciados pais e trabalha duro para ajudar o "pai paciente" a reconhecer que, pelo menos na escola Waldorf, a pacincia a sua prpria recompensa. Da mesma forma que avaliao qualitativarequer uma comunidade de professores, tambm exige uma comunidade de professores e pais, que , afinal, um componente bem reconhecido de qualquer mtodo educacional verdadeiramente eficaz.

Os Instrumentos de Avaliao

No so apenas as provas com notasque no existem nas sries iniciais da escola Waldorf; livros didticos tambm so raramente encontrados. Para muitas crianas no ensino regular, "aprendizagem" um processo de vacilao entre texto e teste; ingerindo rapidamente o contedo do livro (toparecido comfast food) eles rapidamente regurgitam esses contedos ao comando do testador. Qualquer sentido de um processo digestivo, de levar o assunto para dentro e realmente torn-lo seu, est fora deste processo.

Na escola Waldorf, o "Caderno de Lio Principal" serve tanto como texto e teste; ele executa as finalidades aparentemente contraditrias de transmisso de conhecimentos e habilidades e avaliao do grau em que a criana domina-os. Assim, ele capaz de servir como a pedra angular* do processo de avaliao Waldorf.

*O termo se refere a uma pedra em formato de uma cunha trapezoidal que colocada no centro de um arco com a funo de balancear as foras concorrentes apostas de atuam em um arco. Por essa razo de mediao e equilbrio, a expresso "pedra angular" usada, de modo similar expresso "alicerce", com o sentido de designar um algo que seja fundamental, central, em um tema qualquer. [Wikipedia]

Um caderno de lio principal pode ser uma coleo de folhas soltas que so encadernadas depois da criana ter trabalhado em cima delas ou, em sua forma mais comum, um caderno com capa flexvel (softbound) contendo de 24 a 60 pginas em branco. As crianas mais novas trabalham com cadernos com pginas grandes, 12'' por 12'' ou at mesmo 12'' por 18''; cadernos de classes maiores tm pginas medindo 9'' por 12''. O caderno de lio principal um texto criado pelo professor e aluno juntos, o que representa a quintessncia* de tudo o que a criana aprendeu em uma poca de Lio Principal (o termo dado a unidades Waldorf que duram, geralmente, de duas a quatro semanas) no decurso da qual um assunto particular estudado intensivamente.

Nas classes mais baixas, um caderno de lio principal para um assunto como "Fbulas" consistiria em releituras de uma srie de histrias, acompanhadas de ilustraes. Grande parte do contedo do caderno das crianas mais novas seriam copiados com giz de cera de abelha a partir de desenhos e escritas feitos pelo professor no quadro-negro. Enquanto as crianas escrevem, o professor se movimenta pela sala, comentando sobre o trabalho das crianas, dando conselhos e assistncia e fazendo anotaes mentais sobre as lutas e triunfos dos estudantes. A criana est lendo o que est no quadro com compreenso, ou simplesmente copiando uma sucesso de palavras? A criana est impregnando seu desenho ao pressionar firmemente o giz de cera e preenchendo a pgina com cor, ou ele est tendendo a criar um efeito pastel ou claro?

Nos anos mdios, cadernos de lio principal para assuntos to diversos como Construo de Casas ou Botnica ou Histria Antiga progressivamente contm composies da prpria criana (rascunhos so primeiro corrigidos pelo professor e, em seguida, entram no caderno), alm de desenhos e diagramasque ela mesma desenvolveu. Na stima e oitava sries os cadernos de lio principal so quasecompletamente criados pelos prprios jovens, com composies notavelmente originais e desenhos por toda parte. Cadernos de matemtica tero pginas descrevendo onovo conceito ou operao aprendida, bem como sees com problemas prticos e pode ser complementado com pastas contendo a lio de casa de matemtica do ano. Cadernos de lio principal de cincias so repletos de descries de demonstraes laboratoriais, bem como ensaios sobre os princpios cientficos gerais que tm sido explorados.

* A prpria essncia de alguma coisa; o mais alto grau.O que existe de melhor. [Aulete Digital]

Pgina de um caderno de lio principal do Primeiro Ano: um conto defadas

Pgina de um caderno de lio principal de Histria do 5 Ano

Pgina de um caderno de lio principal de Qumica do 8 Ano

Todos esses cadernos so recolhidos no final de uma poca erevisados e avaliados pelo professor da turma. Quando eles so devolvidos ao aluno, esses cadernos tornam-se catalisadores para conversas entre os alunos e seus pais sobre o que foi aprendido em uma poca (ou ano letivo). O autor tem visto indivduos que foram alunos da primeira escola Waldorf orgulhosamente mostrando seus cadernos de lio principal a seus netos. Seria possvel imaginar algum fazendo isso com um velho livro didtico?

Assim, o caderno de lio principal um livro didtico que surge daslies da vida real, em vez de um volume pr-escrito que molda as lies antecipadamente. Antes que a criana escreva ou desenhe, ou coloque diagramas, problemas de matemtica, etc em seu caderno, ela escutou isto ser plenamente discutido em sala de aula.Se uma lio ainda no est clara para ela, ela livre para fazer perguntas ao autor do livro, seu professor de classe. Quo diferente do livro convencional, que escrito por um distante comit de autoridades que interroga o estudante ao final de cadacaptulo, mas esto indisponveis para questionamento!

Outro instrumento de avaliao utilizado pelo professor Waldorf o mais antigo de todos mtodos de teste fazer perguntas aos alunos em discusses em classe. Do primeiroano em diante, uma poro de cada lio principal dedicada a "reviso", que essencialmente oral por natureza. Na primeira srie, vrias crianas so convidadas a recontar um conto de fadas ou recitar um poema. Na terceira srie, uma criana vai ficar na frente da sala com um relgio com ponteiros livres, ajustando-o com diferentes horrios e pedindo aos colegas para dizer corretamente a hora; outra criana comear um poema e jogar um saquinho de feijo para um colega que deve dizer a prxima fala e jogar o saco de novo. Na oitava srie, dois estudantes, retratando monges na poca da Reforma, se envolvem em um debate animado sobre Martin Luther e seu conflito com o Papa Julius; mais tarde naquele ano, eles convidam os pais para visitarem a sala de aula, enquanto os jovens demonstram fenmenos eltricos e magnticos.

Este "dilogo Socrtico", embora em extino em muitas esferas da educao moderna, permanece vivo e saudvel nas escolas Waldorf. Ns continuamos a acreditar que um dilogo real entre uma criana e um adulto de carnee osso uma experincia profundamente superior conversa "apontar-e-clicar que um estudante pode ter com as caixas de dilogo encontradas nos programas desoftwareeducacional. Os professores Waldorf julgam no s a "correo" da resposta da criana,mas tambm a postura da criana, a clareza do discurso, o entusiasmo da criana ou lassido em responder e uma srie de outras nuances sutis que transcendem as frmulas padronizadas.

A tpica lio principal Waldorf no envolve s o tempo na mesa, mas traz a criana ao movimento. Da primeira quinta srie, muitos assuntos so abordados atravs de jogos rtmicos, bem como atravs de discusso e trabalho no livro. Assim, um professor capaz de avaliar o jovem no s como um intelecto em desenvolvimento, mas tambm como um ser de "corao e membros". Esta situao exige que a capacidade de observao ativa seja desenvolvida por cada professor Waldorf pois, em ltima anlise, o professor o "instrumento de avaliao" definitivo. A criana , assim, considerada uma pessoa inteira envolvida em atividades que desafiam todos os componentes do ser humano em desenvolvimento.

Comunicando os Resultados da Avaliao

Os pais de crianas no movimento de escolas Waldorf aprendem sobre o progresso de seus filhos atravs de dois mtodos; a reunio de pais obrigatria com o professor da turma (mencionada acima) e o relatrio escrito que enviado para casa uma ou duas vezes por ano. Conversas com os pais costumam ocorrer imediatamente antes ou depois do relatrio escritoter sido recebido. Numa situao em que os pais e professores descobrem que discordam fortemente a respeito de um relatrio ou avaliao, novas discusses so agendadas; essencial que um consenso seja alcanado sobre as necessidades e progresso da criana.

O relatrio escrito assume diferentes formas nas escolas Waldorf ao redor do pas. Na maioria dos casos, uma descrio narrativa dos trabalhos da criana, sua atitude, integrao social, etc, apresentada sem qualquer nmero ou nota; raramente h qualquer tipo de grade usada para que o relatrio parea padronizado. Embora o relatrio do professor da turma seja o mais longo e mais descritivo, cada um dos professores de disciplinas especiais tambm obrigado a escrever pelo menos um ou dois pargrafos sobre o desempenho da criana no perodo de tempo em discusso. Os pais de um aluno da quinta srie Waldorf deve receber de trs a cinco pginas (no total) de relatrio no meio do ano, e de seis a dez pginas ao final do ano.

medida que os anospassam, as vantagens da "comunidade de professores", mencionada acima, torna-se evidente. Cada novo relatrio reforado por comparaes com o desempenho da criana nas sries anteriores, e mudanas sutis poder ser observados que poderiam se perder se a criana apenas passasse de um professor para o outro atravs dos anos. O dilogo constante entre o professor da turma e professores de disciplinas especiais tambm ajuda a trazer consistncia e clareza para as vrias "vozes" ouvidas nos relatrios.

Muitosprofessores Waldorf acompanhar esse relatrio "dirigido aos pais" de um relatrio escrito diretamente para o aluno. Este pode ser simplesmente uma carta criana, que recapitula o que foi escrito para os pais em termos mais simples. Mais frequentemente, ser um esforo criativo por parte do professor capturar a natureza essencial da criana em uma histria, poema, ou mesmo um desenho ou pintura. Embora reconheamos que os pais precisam de "fatos" para avaliar o progresso da sua criana, reconhecemos que acriana precisa de uma imagem, ou melhor ainda, uma "imaginao", em que a prpria natureza da criana visionada nos termos do mundo exterior.

Aqui est um exemplo de um trecho de um relatrio escrito para os pais de uma aluna da quinta srie:

...a reao inicial de Susan para qualquer novo trabalho em matemtica a de gritar: "Eu no entendo!" e se convencer de que ela nunca vai conseguir. Aps este perodo inicial de incerteza, no entanto, ela se acalma, faz o esforo exigido, e gradualmente dominao trabalho junto com seus colegas de classe. Susan seguiu resistindo nossa transio de fraes para decimais, ainda que a professora tenha insistido que ela acharia os decimais muito mais fceis de manipular.

Trabalhar com nmeros decimais em abstrato ou em relao s fraes no fez a cabea de Susan, mas assim que olhamos para o sistema decimal que est por trs dos sistemas monetrios do mundo, ela estava completamente envolvida! Seu caderno de lio ir deixar claro a vocs como seus mtodos limpos eclaros de trabalhar com nmeros torna muito fcil para Susan rastrear todos os erros que ela tenha cometido, e iro notar que depois de trs lies sobre casas decimais, seus erros foram poucos e distantes entre si. Susan mostra compreenso plena de adio, subtrao e multiplicao de decimais. Ela bem capaz de dividir nmeros inteiros em nmeros decimais, mas ainda mostra alguma hesitao em dividir decimais em decimais. Estaremos revendo esta ltima desafiadora operao no incio do sexto ano, antesde abordarmos porcentagem, e eu acredito que a persistncia habitual de Susan vai lev-la para a maestria tambm nesta rea...

A prpria Susan recebeu um poema de seu professor, com base no estudo de Alexandre o Grande que a classe havia empreendido no final do quinto ano. Bucfalo era um cavalo espirituoso que no poderia ser domado pelos generais mais ferrenhos do Prncipe Philip:

Bucfalo permanecia selvagem e livre,Suas narinas fogosas e ardentes;Ele parecia relinchar e rinchar a todos,"Venha me domar, se voc se atreve!"Assim, muitos foram jogados enquanto montavam-noDe modo que todos ficaram cheios de temor."Eu vou domar este corcel!", disse Alexander,Correndo para onde os generais temeram pisar.Ao redor o cavalo foi gentilmente conduzido,Longe da sombra que causou tal pavor,E agora para o sol ele galopava em seu lugar.

Embora possa ser tentador pensar em adicionar algumas linhas fornecendo uma moral para o conto, o professor escolheu deixar a menina fazer suas prprias conexes. Durante overo, os pais dela iriam ajud-la a decorar o seu "relatrio potico" e, durante o prximo ano letivo, ela e seus colegas recitariam seus versos para a classe de forma regular.

Para o professor, a possibilidade de comunicar a mesma avaliao de umamaneira para os pais e de outra forma para a criana um desafio e energizante. A oportunidade de respeitar as diferenas profundas na conscincia do adulto e da criana um dos potenciais proporcionadas pelo mtodo Waldorf de avaliao. No momento nossanao questiona a lgica de avaliaes padronizadas e quantitativas cada vez mais profundamente, de se esperar que a experincia que os educadores Waldorf tiveram com seus modos inovadores de avaliao ao longo de sete dcadas sirva como um exemplo paratodos os que esto preocupados com o desenvolvimento adequado da criana.

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