AVALIAÇÃO SENSORIAL DE BEBIDA LÁCTEA A BASE DE SORO Prontooo.esse é o da jornaada, o maior!

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III JORNADA Científica e

Tecnológica do OESTE BAIANO

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 19 a 22 de outubro de 2010, Barreiras - Bahia

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE BEBIDA LÁCTEA A BASE DE SORO

DE LEITE ADICIONADO DE POLPA E MESOCARPO DO MARACUJÁ.

Eliane Souza da Silva ¹, Indianara dos Santos Andrade ¹, Lauany Karine Santos Santana ¹,

Yury Barbosa Barros ¹. Orientadora: Juliana de Oliveira Carneiro ² .

¹ Discentes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia. Campus-

Barreiras. ² Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia

Campus-Barreiras.

[email protected]

Síntese do referencial teórico

O maracujá amarelo (Passiflora edulis) é originário da América tropical e bastante cultivado no

Brasil. É um fruto rico em nutrientes tanto em sua polpa como na sua casca, no entanto, essas

cascas de maracujá ainda são descartadas em grande quantidade. O albedo do maracujá (parte

branca do fruto) é rico em pectina, vitaminas e minerais, além de possuir quantidades

significativas de fibras, nutrientes, esses, fundamentais para manutenção do equilíbrio do

organismo. Bebida láctea é o produto resultante do leite e soro de leite, onde a base láctea

representa pelo menos 51% (cinqüenta e um por cento) massa/massa (m/m) do total de

ingredientes do produto. Unindo esses produtos, obteve-se, a bebida láctea de maracujá, que foi

submetida à análise sensorial, sendo bem aceita pelos provadores. Assim, o produto obtido é

sustentável e economicamente viável.

1. Introdução

A preocupação com o desenvolvimento sustentável no século XXI vem mudando a forma de

alimentação das pessoas. Para isso, tecnologia, ciência e medicina, juntas, procuram introduzir

maior valor nutricional na alimentação de forma a não atingir bruscamente o meio ambiente,

como nas últimas décadas. Na tentativa de se poder melhorar a alimentação das pessoas,

nutricionalmente e economicamente, vem se desenvolvendo vários produtos de forma sustentável,

como por exemplo a bebida láctea, que se utiliza o soro do leite.

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Entende-se por soro de leite o líquido residual obtido a partir da coagulação do leite destinado à

fabricação de queijos ou de caseína (BRASIL, 2005). O soro do leite representa de 85-90% do

volume de leite utilizado na fabricação de queijos, retendo ao redor de 55% dos nutrientes do

leite. Estima-se que 50% da produção mundial de soro é tratada e transformada em vários

produtos alimentares, sendo que deste total quase a metade é usada diretamente na forma líquida

(SISO apud ALMEIDA et. al., 2001)

A utilização de soro de queijo na elaboração de bebidas lácteas constitui-se numa forma racional

de aproveitamento deste produto secundário que apresenta excelente valor nutritivo. O consumo

dessas bebidas tem aumentado de maneira notável, estas se caracterizam por apresentar baixa

viscosidade. (TAMIME e TAMIME & ROBINSON apud ALMEIDA et. al. 2001).

Segundo a Instrução Normativa nº 16 de 23/08/2005, do Ministério da Agricultura, Bebida Láctea

é o produto obtido a partir de leite ou leite reconstituído e/ou derivados de leite, reconstituídos ou

não, fermentado ou não, com ou sem adição de outros ingredientes, onde a base láctea represente

pelo menos 51% (cinqüenta e um por cento) massa/massa (m/m) do total de ingredientes do

produto. Essas bebidas apresentam consistência líquida, de diferentes graus de viscosidade, de

acordo com a sua composição. (BRASIL, 2005).

O soro de leite bovino é excelente exemplo da possibilidade de aplicação de proteínas como

ingredientes funcionais. No Brasil, por exemplo, o soro resultante da indústria queijeira é, na

maioria das vezes, simplesmente descartado nos esgotos ou mananciais, ou utilizado

esporadicamente como alimento animal. Além de representar um problema em termos de poluição

ambiental, deixa-se de empregar um produto nobre em aplicações que lhe agregariam maior valor

comercial (ANTUNES, 2003).

Embora os produtos protéicos do soro possam ser usados apenas em razão de seus valores

nutricionais, suas aplicações como ingredientes funcionais são cada vez mais importantes para a

indústria. Nos últimos quarenta anos tem sido enorme o esforço dos pesquisadores em encontrar

novas aplicações para os produtos de soro, e para isso é

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fundamental que entendamos os mecanismos através dos quais diversas propriedades funcionais

se manifestam (ANTUNES,2003).

O maracujá (Passiflora edulis) é originário da América Tropical, apresentando grande aceitação

pelos consumidores principalmente na forma de suco concentrado (ITI TROPICALS, 2007 apud

HENRIQUE, 2009). A fruta além de ser rica em vitaminas e minerais possui um preço bastante

acessível para todos e é encontrado em todo o Brasil devido à extensão de área, clima

privilegiado, relevo pouco acidentado e inúmeras outras características favoráveis ao

desenvolvimento da cultura. (MAARA, 1996 apud PENA et. al. 2008). A casca do maracujá é

composta pelo flavedo (parte com coloração) e albedo (parte branca), sendo este rico em pectina,

uma espécie de fibra solúvel. (CORDOVA, 2005; CAMARGO, et al, 2008 apud BENEVIDES e

DUARTE, s.d.).

Segundo SILVA (2004) apud BENEVIDES, (s.d.), vinte e seis Estados do Brasil produzem

maracujá e dez desses detêm mais de 40% do volume da produção brasileira. O uso do maracujá

em produtos lácteos ainda é muito incipiente, criar novas alternativas para o enriquecimento

funcional desta linha alimentícia proporciona benefícios econômicos, nutricionais e ambientais.

Segundo PINHEIRO (2007) apud TIBURTINO-SILVA, (2008), cerca de 90% das cascas e

sementes de maracujá das indústrias de sucos e polpas são descartadas embora apresentem grande

quantidade de fibras, pectina e óleo. A pectina quando ingerida forma um gel, dificultando a

absorção de carboidratos e da glicose produzida no processo digestivo e também nas gorduras,

auxilia ainda a redução de glicemia e na taxa de colesterol. (SZEGÖ, 2007 apud

BENEVIDES,s.d.).

O mesocarpo do maracujá é constituído, basicamente, por carboidratos, proteínas e pectina,

substância esta que pesquisas vêm demonstrando possuir a capacidade de reduzir o chamado

“mau colesterol” (LDL) e aumentar o “bom colesterol” (HDL) (NISHINA & FREEDLAND,

1990; SHUTLER & LOW, 1988; ANDERSON, 1987 apud CARVALHO et. al., 2005).

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O objetivo do presente trabalho foi elaborar bebida láctea utilizando soro de leite, que

normalmente é descartado por lacticínios, agregada à polpa e à entrecasca do maracujá, onde há

quantidade considerável pectina e avaliação da sua aceitabilidade pelo consumidor.

2. Metodologia

Os maracujás foram adquiridos no comércio local, em quantidade suficiente para os ensaios no

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Campus-Barreiras, em 04 de

outubro de 2010.

2.1. Preparo da polpa de maracujá

Utilizou-se 2 kg de maracujás, que foram submetidos à lavagem em 10L de água clorada a

200ppm, logo após foram cortados ao meio com faca inox para o despolpamento e remoção das

sementes. As sementes foram trituradas em liquidificador para extração da polpa.

2.3. Extração da pectina

Em um tacho colocou-se as cascas com 3L de água potável, que foram submetidas a um

cozimento em fogo médio durante 40 minutos. Em seguida, a entrecasca, onde se encontra a

pectina, foi extraída da casca.

2.4. Preparação da Bebida Láctea

Para a preparação da bebida láctea, utilizou-se a seguinte proporção dos ingredientes 20% de

polpa de maracujá, 61% de soro de leite, 10% de açúcar, 9% de leite em pó integral e alguns

mesocarpos do maracujá (pectinas). Os ingredientes foram homogeneizados utilizando-se

liquidificador em velocidade alta durante 2 minutos.

Em seguida, a bebida foi submetida a tratamento térmico, durante 4 a 5 minutos, em temperatura

próxima dos 90ºC. Logo após, o produto obtido foi acondicionado em uma jarra plástica e

refrigerado durante 8 horas, para posterior Análise Sensorial.

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2.5. Análise Sensorial

A análise sensorial, da Bebida Láctea de maracujá, foi realizada no Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia da Bahia, Campus-Barreiras, no dia seguinte ao preparo da bebida, no

período vespertino. Foram utilizados 44 (quarenta e quatro) provadores não treinados, que

avaliaram sensorialmente o produto, cada um recebeu uma amostra de aproximadamente 50mL. O

teste utilizado foi o Teste de Aceitação, com Escala hedônica, numerada de 7 a 1, sendo 7, gostei

muitíssimo, e 1 desgostei muitíssimo. Foram analisados os seguintes aspectos: impressão global,

cor, aroma, sabor e textura. A ficha utilizada é apresentada na Figura 1.

Figura 1: Ficha utilizada para o teste de aceitação.

3. Resultados e Discussão

A realização do teste de análise sensorial obteve percentual de aceitabilidade satisfatório, como é

demonstrado na Figura 2.

Observa-se que o produto foi bem aceito em todos os aspectos, obtendo 75% de aceitabilidade no

quesito impressão global, quando se avalia o produto com um todo. A cor e o aroma apresentaram

aceitabilidade de 95% e 88%, respectivamente. No quesito sabor, a aceitação de 61%, indica que

o sabor pode ser melhorado, e a textura foi o quesito menos aceito, apresentando 36% de rejeição,

isso se deve a sensação de arenosidade percebida quando se degusta o produto, provocada

provavelmente, pela pectina. Testes futuros poderão retirar esse característica do produto.

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Figura 2: Resultado em forma percentual e ilustrativa da análise sensorial da bebida láctea a

base de soro de leite adicionado de polpa e mesocarpo do maracujá.

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5. Considerações Finais

O objetivo de aproveitar cascas do maracujá para retirada da pectina e o subproduto da produção

queijeira (soro de leite) para elaboração de um produto sustentável foi alcançado. Com os

resultados obtidos na análise sensorial é perceptível a boa aceitabilidade do produto final, com

algumas perspectivas de melhoria para trabalhos futuros.

Conclui-se que, a entrecasca e o soro do leite, utilizados na produção da bebida láctea, podem

trazer benefícios ao corpo humano (por possuir proteínas, vitaminas entre outros) e ao meio

ambiente (já que são considerados resíduos), além da inserção de um produto novo e sustentável

no mercado brasileiro.

6. Referências Bibliográficas

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