Avaliação técnico-econômica da produção de monômeros...

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA MATHEUS GOMES REIS Avaliação técnico-econômica da produção de monômeros furânicos a partir de biomassa empregando simulação de processo Lorena 2015

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

MATHEUS GOMES REIS

Avaliação técnico-econômica da produção de

monômeros furânicos a partir de biomassa

empregando simulação de processo

Lorena

2015

MATHEUS GOMES REIS

Avaliação técnico-econômica da produção de

monômeros furânicos a partir de biomassa

empregando simulação de processo

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Escola de Engenharia de Lorena - Universidade

de São Paulo como requisito parcial para

conclusão da Graduação do curso de Engenharia

Química.

Orientadora: Profa. Drª Rita de Cássia Lacerda

Brambilla Rodrigues.

Lorena

2015

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA

FINS DE ESTUDO DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizado da Escola de Engenharia de

Lorena, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Gomes Reis, Matheus

Avaliação técnico-econômica da produção de monômeros furânicos a partir

de biomassa empregando simulação de processo Matheus Gomes Reis. -

Lorena, 201. 49 f.

Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão do Curso de

Graduação de Engenharia Química - Escola de Engenharia de Lorena da

Universidade de São Paulo. 2015

Orientadora: Rita de Cássia Lacerda Brambilla Rodrigues.

1. Polímeros furânicos. 2. Biopolímero. 3. Modelagem de processo. 4.

avaliação técnico econômica. I.Rodrigues, Rita de Cássia Lacerda

Brambilla, Orient.

Dedicatória

Dedico essa monografia à todos que me apoiaram, em especial a Dr.Shaibal Roy e a

Doutora Rita de Cássia. Não posso deixar de agradecer aos meus amigos que sempre

estiveram comigo me animando e me dando apoio para realizar meus sonhos fazendo com

que uma jornada longa e maçante se tornasse uma aventura cheia de conhecimento.

Gostaria de dedicar a todos os professores da EEL por me tornarem um engenheiro, é de

bons professores que precisamos e tenho prazer de falar que conheci muitos que se

preocuparam muito em ensinar.

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer pelo apoio de todos os membros DuPont – Estados Unidos que me

ajudaram a desenvolver um projeto de alto nível logo na minha primeira missão como

estagiário. Quanto mais acreditavam em mim, mais empolgado e instigado a desenvolver

eu continuava.

Agradecimentos especiais ao Dr. Shaibal Roy por sempre ter calma e me instruir no

desenvolvimento do projeto nos Estados Unidos e também à Doutora Rita de Cássia que

sempre esteve disponível para atender minhas dúvidas, sua orientação fez com que eu

buscasse sempre mais o rumo à nota máxima por mais difícil que seja consegui-la.

RESUMO

REIS, M.G; Avaliação técnico-econômica da produção de monômeros furânicos a

partir de biomassa empregando simulação de processo. 2015. 49 f. Trabalho de

conclusão de curso – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena,

2015

Com a preocupação em preservar o meio ambiente de forma a garantir o seu

desenvolvimento através de ações mais sustentáveis e cientes de que as reservas de

petróleos são limitadas, os países são impulsionados a desenvolverem novas tecnologias

que utilizem matérias primas renováveis competitivas. Muitos produtos finais e

intermediários químicos de grande interesse para a humanidade, hoje originários do

petróleo, podem também ser produzidos a partir de matérias primas renováveis, em

particular da biomassa vegetal. Entre estes, encontra-se os polímeros derivados de

monômeros furânicos. Estes monômeros são obtidos pela desidratação catalisada por

ácidos de açúcares tais como glicose, frutose e xilose que são compostos derivados da

biomassa vegetal. Especialmente os furânicos 5-hidroximethilfurfural (HMF) e furfural são

reconhecidos como potenciais precursores renováveis para a produção de biocombustíveis

e vários plásticos de alto valor agregado. Especificamente alguns derivados destes

monômeros furânicos podem substituir os monômeros obtidos a partir do petróleo na

obtenção do polietileno tereftalato (PET) que é um produto empregado amplamente no

setor de embalagens alimentícias e que acarreta grande problema ambiental em função de

seu longo tempo para sua decomposição. Este trabalho visou à avaliação técnica

econômica da produção de polímeros furânicos a partir de biomassa vegetal empregando

modelagem de processo em uma planta industrial. Inicialmente, foi estudado as unidades

da produção do polímero furânico através da implementação e simulação das condições

operacionais e equipamentos para otimização dessas unidades pelo software de processos

ASPEN Plus® 8.4. De forma a obter condições ótimas de operação das unidades de

produção em função de configurações de processos específicas, possibilitando a avaliação

do rendimento da planta e redução de custos. A seguir, foi avaliado o custo dos

equipamentos envolvidos no processo otimizado pela simulação inicial pelo software

Aspen In-Plant Cost Estimator (Aspen Tech). A avaliação global do custo para

investimento neste processo foi obtida a partir do uso do software DOME (não comercial),

desenvolvido pela empresa DuPont. O desenvolvimento deste projeto apresenta resultados

obtidos no período de intercâmbio acadêmico “Ciências Sem Fronteiras” na empresa

DuPont localizada na cidade de Wilmington-DE, USA. A proposta da empresa foi obter o

“bio-PET” e para isso houve a necessidade da obtenção de um monômero furânico

especifico e analise do seu custo de produção. Assim, foi possível buscar alterações para

que o processo fosse viável tecnicamente e economicamente para a empresa.

Palavras-chave: Polímeros furânicos, biopolímero, modelagem de processo, avaliação

técnico econômica.

LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1 - Especificações para trocadores de calor...........................................................26

Tabela 5.2 - Especificações detalhadas para trocadores de calor.........................................26

Tabela 5.3 – Especificações das colunas de destilação.......................................................27

Tabela 5.4 - Especificações de bombas................................................................................28

Tabela 5.5 - Especificações dos fluxos modelados..............................................................28

Tabela 5.6 - Exemplo de planilha de custos dos equipamentos..........................................31

Tabela 5.7 - Análise Total de Custos ..................................................................................36

Tabela 5.8 - Custos dos equipamentos para o novo modelamento......................................40

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1 - Produtos de degradação de materiais lignocelulósicos.....................................15

Figura 3.2 - O funcionamento da modelagem em um diagrama..........................................16

Figura 3.3 - Exemplificação de uma modelagem diagramática...........................................17

Figura 3.4 - A Modelagem econômica integrada com a simulação de processos................18

Figura 5.1- Fluxograma do processo de produção do DMT................................................21

Figura 5.2 - A Modelagem do Processo de EDF..................................................................23

Figura 5.3 - Exemplo utilizando Aspen In-Plant Cost Estimator........................................30

Figura 5.4 - DOME: Tela Inicial..........................................................................................33

Figura 5.5 - DOME: Custo dos equipamentos.....................................................................33

Figura 5.6 - DOME : Dados Adicionais...............................................................................34

Figura 5.7 - DOME: Estimativa do tempo...........................................................................35

Figura 5.8 - Novo modelamento do novo processo..............................................................39

Figura 5.9 - Análise em torno do investimento inicial.........................................................42

Figura 5.10 - Análise DOME em torno dos diferentes cenários..........................................43

Figura 5.11 - Análise em torno do custo dos rejeitos por cenário........................................44

Figura 5.12 - Análise da quantidade de vapor de água necessário para cada cenário..........45

Figura 5.13 - Análise do custo de vapor de água em diferentes cenários............................46

Lista de Abreviaturas e Siglas

ACDF Ácido Carboxílico Derivado do Furano

BIO-PET Material advindo de base biológica

DMT Dimetil Tereftalato

EDF Éster Derivativo do Furano

FIPECAFI Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras

HMF 5-Hidroximethilfurfural

LMTD Logarithmic Mean Temperature Difference

PET Polietileno Tereftalato

ROI Rate of Interest

SAR Stock Appreciation Right

TPA Ácido Tereftálico

Tabela de Conversões

1 Pound = 1 Libra = 0,453592 kg

1 Fahrenheit = 1,8 Celsius + 32

1L = 0,001 m3

1 ft.lbf/s = 0,001818182 hp = 3,7661609675872⋅10-7 kWh

1 psia = 6894,757 Pa

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ............................................................. 11

2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 13

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 14

3.1. Materiais lignocelulósicos ................................................................................... 14

3.2. Produtos de degradação de materiais lignocelúlósicos ........................................ 15

3.3. Modelagem de Processos ..................................................................................... 16

4. METODOLOGIA ............................................................................................. 19

5. RESULTADO E DISCUSSÃO ........................................................................ 20

5.1. Simulação das unidades de processo de produção do polímero furânico através

do software de uso comercial ASPEN Plus 8.4 da ASPEN TECH®.................. 20

5.1.1. O processo de modelagem ........................................................................... 20

5.1.2. Modelagem de processo para a produção de EDF ....................................... 23

5.2. Avaliação do custo dos equipamentos envolvidos no processo otimizado

empregando o software Aspen In-Plant Cost Estimator (Aspen Tech). ............. 29

5.3. Avaliação global do custo de investimento para construção da planta química de

produção do polímero furânico proveniente da biomassa vegetal pelo uso do

software DOME desenvolvido pela empresa DuPont (não disponível

comercialmente). ................................................................................................. 31

5.4. Comparação dos custos (fixos e variáveis) envolvidos nas etapas anteriores

através da utilização de planilhas do EXCEL ..................................................... 35

5.4.1. Análise total de custos ................................................................................. 36

5.5. Alterações para que o processo de produção de polímeros furânicos a partir de

biomassa vegetal seja mais viável tecnicamente e economicamente para a

empresa. ............................................................................................................... 37

5.5.1. Sugestão Modificações do processo ............................................................ 38

5.5.2. Análise de cenários ...................................................................................... 41

6. CONCLUSÃO ................................................................................................... 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 48

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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Atualmente, a utilização da biomassa vegetal como fonte de energia e produtos de base

para a indústria química, é considerada uma boa alternativa para substituir o petróleo,

diminuindo uma parcela da poluição ambiental. Um melhor uso dessa biomassa disponível

como “resíduos” nas agroindústrias resulta benefícios para a terra, gerando mais produto, e

diminuindo a área necessária a ser plantada. Com a preocupação em preservar o meio

ambiente de forma a garantir o seu desenvolvimento através de ações mais sustentáveis e

cientes de que as reservas de petróleos são limitadas os países são impulsionados a

desenvolverem novas tecnologias que utilizem matérias primas renováveis competitivas.

Em regras gerais, a biomassa é composta de 40-50% de celulose, 25-30% de hemicelulose

e 15-20% lignina.

Muitos produtos finais e intermediários químicos de grande interesse para a

humanidade, hoje originários do petróleo, podem também ser produzidos a partir de

matérias primas renováveis, em particular da biomassa vegetal. Entre estes, encontram-se

os polímeros derivados de monômeros furânicos. Estes monômeros são obtidos pela

desidratação catalisada por ácidos de açúcares tais como glicose, frutose e xilose que são

compostos derivados das frações celulósicas e hemicelulósicas da biomassa vegetal.

Especialmente os furânicos 5-hidroximethilfurfural (HMF) (proveniente da degradação de

açúcares de 6 carbonos das frações celulósicas e hemicelulósicas) e furfural (proveniente

da degradação de açucares de 5 carbonos da fração hemicelulósica). Estes monômeros são

reconhecidos como potenciais precursores renováveis para a produção de biocombustíveis

e vários plásticos de alto valor agregado.

Neste contexto, este trabalho visa à avaliação técnico-econômica da produção de

monômeros furânicos a partir de biomassa vegetal empregando modelagem de processo

em uma planta industrial. Especificamente alguns derivados destes monômeros furânicos

podem substituir os monômeros furânicos provenientes do petróleo utilizados atualmente

na produção do polietileno tereftalato (PET) que é um produto empregado amplamente no

setor de embalagens alimentícias e que acarreta grande problema ambiental em função de

seu longo tempo para sua decomposição, além de sua contribuição na redução da

biodiversidade, devido ao fato de seus fragmentos poderem ser digeridos por animais os

levando a morte. Assim, a utilização de monômeros furânicos para a obtenção de

12

biopolímeros que possam substituir o PET é de grande importância para o

desenvolvimento sustentável em nosso planeta.

O desenvolvimento deste projeto apresenta resultados obtidos no período de

intercâmbio acadêmico ciências sem fronteiras na empresa DuPont localizada na cidade de

Wilmington-DE, USA. A proposta da empresa foi obter o “bio-PET” e para isso houve a

necessidade da obtenção de um monômero furânico especifico e analise do seu custo de

produção. Foi solicitado sigilo pela empresa sobre a descrição do nome específico dos

intermediários químicos para esta produção.

O trabalho está apresentado em quatro etapas: inicialmente, foi estudado as unidades da

produção do polímero furânico através da implementação e simulação das condições

operacionais e equipamentos para otimização dessas unidades pelo software de processos

ASPEN Plus® 8.4. De forma a obter condições ótimas de operação das unidades de

produção em função de configurações de processos específicas, possibilitando a avaliação

do rendimento da planta e redução de custos. A seguir, foi avaliado o custo dos

equipamentos envolvidos no processo otimizado pela simulação inicial pelo software

Aspen In-Plant Cost Estimator (ASPEN Tech). O ASPEN proporciona um ambiente

integrado de auxílio à modelagem, validação, verificação e implementação de sistemas que

pode ser executado sobre diversos sistemas operacionais apresentando-se muito útil no

desenvolvimento de processos químicos. A avaliação global do custo para investimento

neste processo foi obtida a partir do uso do software DOME (não comercial), desenvolvido

pela empresa DuPont. Assim, foi possível buscar alterações para que o processo fosse

viável tecnicamente e economicamente para a empresa.

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2. OBJETIVOS

Geral: Contribuir para o desenvolvimento de uma tecnologia de produção de polímeros

furânicos a partir de biomassa vegetal.

Específicos:

Avaliação técnica econômica da produção de polímeros furânicos a partir de

biomassa vegetal empregando modelagem de processo em uma planta industrial.

Estudar as unidades de produção do polímero furânico baseado no processo

químico convencional utilizando matéria-prima da indústria petroquímica.

Modelar as unidades de produção do polímero furânico proveniente da biomassa

com base dos estudos preliminares do polímero obtido pela indústria petroquímica

através da implementação e simulação das condições operacionais e equipamentos

para otimização dessas unidades pelo software de processos Aspen Plus® 8.4.

Obter condições ótimas de operação das unidades de produção em função de

configurações de processos específicas, possibilitando a avaliação do rendimento

da planta.

Avaliação do custo dos equipamentos envolvidos no processo otimizado pelo

software Aspen In-Plant Cost Estimator (Aspen Tech) com base na simulação

inicial.

Avaliação global do custo para investimento neste processo a partir do uso do

software DOME (não comercial), desenvolvido pela empresa DuPont.

Buscar alterações para que o processo de produção de polímeros furânicos a partir

de biomassa vegetal seja mais viável tecnicamente e economicamente para a

empresa.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Materiais lignocelulósicos

A utilização de biomassa como uma fonte de energia e também como produtos de

base para a indústria química, é considerada uma boa alternativa para substituir o petróleo,

diminuindo assim uma parcela da poluição ambiental. (PRIMOYUFERA et al., 1995)

Esses materiais lignocelulósicos são a maior fonte de biomassa disponível e não são

utilizadas de uma maneira que dê para aproveitar todo seu potencial. Um melhor uso dessa

biomassa disponível como “resíduos” nas agroindústrias resulta benefícios para a terra,

gerando mais produto, e diminuindo a área necessária a ser plantada. Em regras gerais, a

biomassa é composta de 40-50% de celulose, 25-30% de hemicelulose e 15-20% lignina.

(KNAUF et al., 2004).

A celulose é um polissacarídeo com cadeia linear formada apenas de monômeros de

celobiose unidos através de ligações β(14) (ARANTES et al., 2010). A celobiose é um

dímero de glicose que, quando ligado em uma longa cadeia, apresenta uma conformação

linear, e pode chegar à um grau de polimerização de 1000 a 50000 moléculas de glicose.

(KUHAD; SING, 1993).

A hemicelulose é um polissacarídeo com cadeia não linear formada de monômeros

de D-xilose, L-arabinose, D-manose, D-glicose, D-galactose e D-ácido glucurônico

(ARANTES et al., 2010). Esta cadeia não linear apresenta ramificações, dificultando seu

empacotamento, fazendo com que a hidrólise de sua cadeia seja mais facilmente executada,

uma vez que o empacotamento é menor (KNAUF; MONIRUZZAMAN, 2004).

A lignina é um composto polimérico fenólico amorfo, composto de três monômeros

distintos, o álcool cumarílico, álcool coniferílico e álcool sinapílico (ARANTES et al.,

2010). Esta macromolécula está associada à hemicelulose e à celulose, fazendo com que a

biomassa seja mais resistente a ataques de microrganismos, impedindo a penetração de

enzimas em seu interior, conferindo rigidez as fibras dos vegetais e diminuindo sua

degradação (KNAUF; MONIRUZZAMAN, 2004).

15

3.2. Produtos de degradação de materiais lignocelúlósicos

O principal inconveniente de qualquer processo químico para a hidrólise de

lignocelulósicos é que não é possível, nem tecnicamente ou em escala de laboratório,

separar estes três componentes: celulose, hemicelulose e lignina, na forma pura sem mudar

suas estruturas químicas (NIMZ e CASTEN 1986). Em processos que visam a obtenção de

hidrolisados hemicelulósicos ricos em açucares pode deve ser considerado a presença,

também, de compostos provenientes do próprio processo de hidrólise. Dentre estes, os sub-

produtos de hidrólise mais importantes são furanos, ácidos carboxílicos e compostos

fenólicos (PALMQVIST, HAHN-HÄGERDAL, 2000). Furfural e 5-hidroximetilfurfural

(HMF) são os furanos mais importantes. Eles são formados pela decomposição de pentoses

e hexoses, respectivamente (SJÖSTRÖM, 1993). As reações de formação de HMF a partir

de glicose e furfural a partir de xilose estão demonstradas na Figura 3.1. Os ácidos

levulinico e fórmico são geralmente produtos de degradação de HMF (SJÖSTRÖM, 1993).

Entretanto, o ácido fórmico pode também ser formado a partir de grupos metoxil da

hemicelulose. O ácido acético é formado a partir da hidrolise de grupos acetil da

hemicelulose, como consequência da diacetilação de pentosanas acetiladas (LAWFORD;

ROUSSEAU, 1993). Uma importante diferença entre hidrolisados de madeira dura e mole

é a concentração de ácido acético que é muito maior no hidrolisado proveniente de

madeiras duras do que de madeiras moles (LEWIN, 1991).

Figura 3.1 - Produtos de degradação de materiais lignocelulósicos

Fonte : PALMQVIST; HAHN-HÄGERDAL, 2000

16

3.3. Modelagem de Processos

Técnicas para modelagem de processos como o fluxograma, diagrama de blocos

funcionais de fluxo, diagrama de fluxo de controle, gráfico de Gantt, PERT diagrama, e

IDEF surgiram no início do século 20 (UNISUL , 2014). A simulação de modelos permite

ao analista realizar estudos sobre os correspondentes sistemas para responder suposições

com a possibilidade de estudar sistemas que ainda não existem (FREITAS, 2008).

A modelagem pode ser utilizada para otimização de processos, bem como

ferramenta para sua documentação. Devido a sua grande importância, existem áreas

específicas dentro das empresas para a realização da etapa de modelagem com a utilização

de softwares especiais (ASPEN TECH, 2014), como o ASPEN (ASPEN TECH, 2014). De

forma a facilitar o processo de modelagem, este software apresenta em seu banco de dados

propriedades físico-químicas de diversos produtos químicos, como temperatura de

ebulição, fusão, miscibilidade, densidade dentre outras. Devido a isto, atualmente este

software é o mais utilizado e confiável mundialmente para o desenvolvimento da

modelagem de processos químicos pelas grandes empresas (ASPEN TECH, 2014).

A Figura a seguir mostra as etapas envolvidas na modelagem dentro das empresas:

Figura 3.2 - O funcionamento da modelagem em um diagrama

Fonte: SOFTEXPERT , 2014

17

As etapas seguem uma sequência lógica de melhoramento contínuo muito utilizado

em algumas metodologias de Lean e qualidade. Esse sistema de modelagem começa pela

descoberta do processo , aonde temos a parte de pesquisa sobre processos similares ou o

desenvolvimento de processos novos. A partir de dados históricos pode-se modelar o

processo através de algum software - no caso o ASPEN- . Em seguida fazemos a simulação

desse processo utilizando o ASPEN para ver se o processo é mesmo viável ou não. A parte

de implementação é a mais difícil pois o que for implementado experimentalmente têm de

ser similar com o que estava descrito na modelagem e simulação. Por fim temos a etapa de

otimização; Não há processo tão bom que não possa ser otimizado e por isso é uma parte

crucial para o processo.

Softwares como MATLAB, SCILAB, ARENA baseiam-se nos mesmos princípios

do ASPEN Plus, porém para cada tipo de modelagem deve-se ter o software apropriado.

Diversos tipos de modelagens foram criados de acordo com a necessidade. A modelagem

tem vasta aplicabilidade podendo ser para negócios, para sistemas elétricos, mecânicos,

físicos e químicos. Nos diferentes tipos de modelagens empregam-se softwares com

métodos específicos como: design gráfico, diagramas, modelos matemáticos ou icônicos.

Seguem um exemplo de modelagem diagramática de um processo de ondas de rádio.

Figura 3.3 - Exemplificação de uma modelagem diagramática

Fonte: LEGRAZIE , R

18

A modelagem econômica vem logo em seguida para analisar se o trabalho é ou não

viável considerando aspectos econômicos do projeto. Hoje em dia essa é uma área muito

lucrativa em que companhias e faculdades ministram cursos sobre a análise da viabilidade

econômica e financeira de projetos, como por exemplo, a FIPECAFI (Fundação Instituto

de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) e DuPont. A modelagem econômica

envolve a abordagem de ciclos de um projeto, questões financeiras ligadas a um projeto e

métodos de avaliação de investimentos (FIPECAFI – 2014).

O Planejamento econômico-financeiro integrado envolve o planejamento baseado

na modelagem desde os custos e despesas com receitas de investimentos até a apuração e

projeção do resultado econômico emitindo no final um balanço final sobre a viabilidade do

processo do ponto de vista econômico (SYSPRICE, 2014). A Figura a seguir segue a

mesma sequência da modelagem passada, entretanto focada para o aspecto econômico.

Figura 3.4 - A Modelagem econômica integrada com a simulação de processos

Fonte : SYSPRICE , 2014

19

4. METODOLOGIA

Este projeto desenvolvido no período de intercâmbio acadêmico ciências sem fronteiras

na empresa DuPont localizada na cidade de Wilmington-DE, USA utilizou em sua etapa

inicial para simulação das unidades de processo de produção do polímero furânico o

software de uso comercial ASPEN Plus 8.4 da ASPEN TECH®. Este software é uma

ferramenta de modelagem útil no desempenho da indústria química. Na segunda etapa para

avaliação do custo dos equipamentos envolvidos no processo otimizado pela simulação

inicial foi utilizado o software Aspen In-Plant Cost Estimator (Aspen Tech). Na terceira

etapa foi efetuada a avaliação global do custo de investimento para construção da planta

química de produção do polímero furânico proveniente da biomassa vegetal pelo uso do

software DOME desenvolvido pela empresa DuPont (não disponível comercialmente). A

seguir os custos envolvidos nas etapas anteriores (fixos e variáveis) foram comparados em

uma planilha Excel. As planilhas no Excel apresentam os vários cenários que foram

modelados e com isso foi possível analisar em qual cenário houve menor custo de

produção e tratamento de resíduos, bem como menor custo de água, vapor e energia para o

processo. Essa planilha permitiu a verificação das etapas do processo que precisavam ser

alteradas de forma a melhorá-lo.

20

5. RESULTADO E DISCUSSÃO

5.1. Simulação das unidades de processo de produção do polímero furânico através do

software de uso comercial ASPEN Plus 8.4 da ASPEN TECH®.

Na apresentação dos resultados deste trabalho, por questão de confidencialidade,

serão omitidos os nomes técnicos dos produtos e reagentes, bem como outras informações

relevantes ao processo. Deve-se salientar que os dados referentes à valores de monetários

referem-se a dólares.

5.1.1. O processo de modelagem

A modelagem do processo de produção do polímero furânico foi baseada em um

fluxograma já existente na empresa para a produção do DMT (Dimetil tereftalato) (Figura

5.1) a partir do ácido tereftálico (TPA). Isto foi possível, visto que esse processo de

produção é semelhante ao processo de transformação do monômero derivado do furano,

que neste trabalho será chamado de ACDF (ácido carboxílico derivado do furano). Este

será transformado em um éster derivado do furano chamado de EDF. O EDF é o reagente

necessário para produção do “Bio-pet”.

A Figura 5.1 mostra os quatro estágios do processo de produção do DMT:

Primeiro estágio : A purificação do reagente

Segundo estágio: Reação para produção do DMT.

Terceiro estágio: Refere-se à purificação e reciclo do metanol

Quarto estágio: Exclusivamente para a purificação do DMT.

Na primeira etapa o reagente é purificado passando por um misturador para

substâncias muito viscosas e em seguida é centrifugado junto com água, onde impurezas e

água saem na parte superior da centrifuga enquanto o reagente purificado fica na base da

centrifuga. Neste trabalho, as demais etapas serão explicadas detalhadamente.

21

Figura 5.1 - Fluxograma do processo de produção do DMT

Fonte : KEVIN S. , PREETI S. , ASHISH P. Terephthalate(DMT ) and Terephthalic Acid

(TPA) (695.4020) , September 2013

22

A Figura 5.2 mostra os estágios do processo de produção do EDF, sendo este o

reagente para a produção do Bio-pet”. Comparando os fluxogramas das Figuras 5.1. e 5.2,

observa-se que o primeiro estágio na produção de EDF (Figura 5.2) referente à purificação

não foi necessário, pois para este processo foi utilizado um reagente de alto grau de pureza.

Assim, a produção de EDF envolveu somente os estágios 2, 3 e 4. Inicialmente (segundo

estágio), o reagente ACDF (ácido carboxílico derivado do furano) foi misturado com

metanol no misturador MIX 2 (Figura 5.2). Essa mistura segue para o reator químico onde

se tem o reagente ACDF, impurezas e metanol. A seguir, essa mistura (ACDF, impurezas e

metanol) é encaminhada para dois processos de separação simultâneos (terceiro estágio). O

primeiro é o sistema flasher(formado por destilação tipo flash seguida por separadores e

condensadores) com a finalidade de remover o metanol do EDF e impurezas.

Na sequência, o metanol é condensado na presença de água e destilado para a

remoção de vestígios de impurezas, água e EDF. Este procedimento permite que o metanol

seja reciclado ao início do processo e misturado novamente ao EDF no misturador MIX1

(Figura 5.2). Simultaneamente (quarto estágio) à destilação do metanol, o EDF passa por

etapas que visam a remoção de vestígios ainda presentes de metanol e impurezas. Este

processo ocorre com a passagem do EDF primeiramente por uma coluna de destilação para

eliminar impurezas mais leves (menor ponto de ebulição), bem como metanol e água

residuais. A seguir, ocorre a passagem do EDF (já processado na coluna de destilação

anterior) para uma segunda coluna de destilação para eliminar impurezas pesadas (maior

ponto de ebulição). Por fim o EDF passa por um floculador (nomeado de flaker) e por um

resfriador ( nomeado de cooler). A seguir serão discutidos os cenários envolvidos na etapa

de modelagem do processo para a produção de EDF baseado no fluxograma de produção

apresentado na Figura 5.2.

23

Figura 5.2 - A Modelagem do Processo de EDF

Fonte : Arquivo Pessoal

5.1.2. Modelagem de processo para a produção de EDF

Inicialmente foi realizada uma modelagem para cada cenário proposto para a

produção do EDF (Figura 5.2). As modelagens variam no rendimento do processo e na

relação entre os reagente utilizados no começo. A metodologia empregada para a

modelagem foi a mesma para cada cenário. Assim, a seguir será descrita a modelagem

envolvendo somente um cenário que utilizou as seguintes condições iniciais: rendimento

24

de 95% do processo de conversão de matéria prima; relação Metanol/ACDF de 4:1.

Também serão descritos os equipamentos envolvidos nesta modelagem do processo.

Descrição do processo

O ACDF é um sólido insolúvel em água que, depois de misturado com metanol

forma uma “lama homogênea”. Esse material foi alimentado em um reator onde se

processou sob pressão a reação entre ACDF (1 mol) com metanol (2 mols) produzindo

EDF juntamente com impurezas. A seguir o meio reacional contendo essas impurezas

(EDF-Heavy e EDF-Light.) passou por um sistema flasher composto por dois

condensadores acoplados individualmente a um separador. Desta maneira, o metanol foi

condensado em água e destilado (processo de purificação e reciclo do metanol). Na parte

inferior da coluna de destilação recolheu-se elevada quantidade de água e na parte superior

recolheu-se o metanol (97% de pureza) com aproximadamente 3 % de água. Esse metanol

foi reciclado reagindo novamente com ACDF no misturador MIX2 (Figura 5.2)

recomeçando o ciclo produtivo de EDF. Deve-se ressaltar que o terceiro estágio por

envolver a reciclagem de metanol é um ponto crítico, visto que perdas neste procedimento

poderão acarretar na elevação do custo final de produção do EDF.

No quarto estágio foi obtido o EDF com pureza de 99.9%. Para isso, foi necessário

incluir na modelagem do processo duas colunas de destilação. A primeira coluna de

destilação removeu o metanol e as impurezas leves do EDF. Na segunda coluna de

destilação foram removidas as impurezas pesadas do EDF. Os rejeitos da etapa de

destilação foram incinerados. O produto EDF com 99.9% foi obtido na forma líquida e

através de sua passagem no floculador (Flaker) foi transformado em pellets (termo para

designar pequenas esferas). A seguir, o material foi resfriado a 100 graus Fahrenheit

através de sua passagem pelo resfriador.

Nesta modelagem foi especificado que a planta de produção de EDF estava

operando à 90% do tempo efetivo de trabalho da planta correspondendo à 7884 horas por

ano.

25

Especificações dos equipamentos escolhidos para compor a modelagem do processo :

No geral, os equipamentos utilizados com meio líquido e sob pressão foram

construídos com aço inoxidável 316. Os silos de armazenagem de metanol e ACDF foram

construídos com aço inoxidável 304. O floculador foi constituído de um tubo de Titânio

TI50A com fundo de níquel. O fundo do reator foi de aço inoxidável 316 com jaqueta de

aquecimento apenas de aço carbono. A seguir especificações detalhadas dos equipamentos

modelados.

Misturadores:

Foram utilizados na modelagem dois misturadores a 149 graus Fahrenheit e 15 psia.

Os fluxos de ACDF, metanol e água no primeiro misturador foram de 11319,7 lb/h,

43881 lb/hr e 1357,15 lb/hr, respectivamente. O primeiro misturador que mistura o

metanol reciclado com o não reciclado é estático ,enquanto o segundo é um tanque agitado

fechado com potência de 10 HP.

Reator :

As condições de operação do reator de alta pressão foram com temperatura de 446

graus fahrenheit e pressão de 2000 psia. É um reator CSTR. O tempo de residência foi

estimado em 15 minutos com descarregamento de EDF (12881,1 lb/hr), EDF-Pesado

(479lb/hr) , EDF-Leve (951lb/hr), metanol (38965lb/hr), e os catalisadores pó de zinco

(14,8lb/hr) e óxido de antimônio (14,8 lb/hr). Na modelagem foram considerados dois

reatores sendo que cada um operava com metade de sua capacidade. A potência de cada

reator foi de 15 HP.

Destilação Flash :

As condições estabelecidas no flasher foi temperatura de 550F e pressão de

250 psia com utilização de vapor.

Trocadores de Calor :

Para a análise de um trocador de calor com fluxo e propriedades térmicas do fluido

constantes foi utilizado o método conhecido como LMTD (diferença de temperatura média

logarítmica) para determinar a força que conduz as temperaturas para a transferência de

calor. O LMTD é uma média logarítimica da diferença de temperatura entre as correntes

26

quentes e frias em cada extremidade do trocador. Esse cálculo foi realizado empregando o

software Aspen Plus.

Tabela 5.1 - Especificações para trocadores de calor

Nome Temperatura (ºFahrenheit) Pressão (Psia)

Condensador 1 400 250

Condensador 2 250 250

Condensador 3 152 20

Floculador 250 14,69

Resfriador 100 14,69

Condensador 4 140 14,69

Fonte : Arquivo Pessoal

A tabela 5.2 a seguir mostrará detalhes do cálculo de um trocador de calor.

Tabela 5.2 - Especificações detalhadas para trocadores de calor

Fonte : Arquivo Pessoal

CODE COND1 COND2 COND3 COND4 COOLER CON-FLAK Flasher heater

Pressure (Psia) 400 300 14.69 14.69 14.69 14.69 600

Temperature(f) 400 250 152 140 100 250 550

Heat Duty (btu/hr) -15,550,000.00 -26,010,000.00 -24,610,000.00 240,000.00 -717,000.00 -695,000.00 40,904,000.00

T1 600 400 346 148.1 250 381 610

T2 400 250 152 140 100 250 610

t1 90 90 90 90 90 90 550

t2 110 110 110 110 110 110 446

dta - dtb 180 130 174 -11.9 130 111 104

Ln (dta/dtb) 0.457833094 0.594707108 1.33669742 -0.27180872 2.63905733 0.526945006 1.005521866

LMTD 393.16 218.59 130.17 43.78 49.26 210.65 103.43

Area(sqft) -1,130.05 -3,399.63 -7,562.33 219.27 -582.22 -131.97 7,909.59

Coefficient = Btu/hr-sqft-f 35 35 25 25 25 25 50

Cost USD 52,000.00 136,800.00 202,100.00 21,700.00 92,200.00 212,700.00 568,000.00

 Condition

Gas at high pressure

inside and liquid

outside tubes

Gas at high

pressure inside and

liquid outside tubes

Liquid Inside

and outside

tubes

Liquid Inside and

outside tubes

Liquid Inside and

outside tubes

Liquid Inside and

outside tubes

Steam outside and high-

viscous liquid inside

tubes, natural

circulation

27

*Esses dados do método DTML são necessárias para que obtenhamos maior precisão na modelagem de cada

trocador de calor separado.

Colunas de Destilação :

As colunas de destilação foram modeladas utilizando o método RADFRAC

(Método rigoroso para destilação em etapas nominadas no ASPEN , que utiliza as frações

molares), com um caldeiras do tipo Kettle e convergência padrão sem refluxo livre de água

, possuindo bandejas do tipo Bubble Cap ou seja, com borbulhadores e espaço entre as

bandejas de 2 pés. O líquido é inserido no estágio do meio da coluna.

Tabela 5.3 - Especificação das colunas de destilação

Nome

Número de

Estágios

Relação de

Refluxo

Relação de

Fervura

Pressão do

condensador

Coluna Destilação

1 30 3 27 14.69 psia

Coluna Destilação

2 40 13 2.9 300 mmHg

Coluna Destilação

3 50 0.6 23 60 mmHg

Fonte : Arquivo Pessoal

Bombas :

Dez bombas com pressão de 60 libra força foram modeladas e uma bomba com

pressão de 2000 libra força mais uma bomba de 200 libra força substituta foram

modeladas.

A seguir na tabela 5.4 teremos informaçoes sobre as bombas.

28

Tabela 5.4 - Especificações de bombas

Nome Localização Potência HP KW

P1 Condensador 3 ou Tanque para dist1 10 7.46

P2 DIST 1 para reciclo 10 7.46

P3 DIST2 para DIST 3 2 1.49

P4 Mixer 2 para reator 300 223.71

P5 Armazenamento de metanol para mix1 10 7.46

P6 Bomba para eliminação de resíduos 1 0.33 0.25

P7 Bomba para eliminação de resíduos 2 0.25 0.19

P8 Bomba após Coluna de destilação 2 2 1.49

P9 Bomba para eliminação de resíduos 3 0.125 0.09

P10 Bomba após Coluna de destilação 3 2 1.49

P11 Armazenamento de ACDF para misturador 2 0.75 0.56

PD1 Bomba para coluna de destilação 1 5 3.73

PD2 Bomba para coluna de destilação 2 2 1.49

PD3 Bomba para coluna de destilação 3 1.5 1.12

Fonte : Arquivo Pessoal

Fluxos :

Para preservar a confidencialidade do projeto apenas alguns fluxos poderão ser

apresentados, como segue na tabela 5.5.

Tabela 5.5 - Especificações dos fluxos modelados

Saída

Fluxo

de

ACDF

( lb/hr)

Fluxo de

metanol

(lb/hr)

Fluxo de

EDF

(lb/hr)

Fluxo

impureza

leve (lb/hr)

Fluxo

impureza

pesada(lb/hr)

Água(lb

/hr)

Condensador 3 0 38000 16 0.2 0.05 4000

Flasher 1

fluxo da base 0 550 12800 95 480 86

Destilação 3 0 0 12555 0.5 10 0

Fonte : Arquivo Pessoal

29

5.2. Avaliação do custo dos equipamentos envolvidos no processo otimizado

empregando o software Aspen In-Plant Cost Estimator (Aspen Tech).

5.2.1. Análise de custos

A modelagem de processo de vários cenários envolvendo os fluxos de reagentes e

produtos, tamanhos e materiais de construção dos equipamentos que foi exemplificada

anteriormente foi importante para a otimização do processo em termos econômicos. A

seguir, será apresentado o procedimento para a realização de análise de custos. Este foi o

foco de maior interesse para a empresa onde este trabalho foi realizado. O software

utilizado para estimar o custo dos equipamentos foi o Aspen In-Plant Cost estimator,

também conhecido como ICARUS. Para o funcionamento correto do software é necessário

colocar alguns dados do material modelado, sendo que quanto mais dados o operador

inserir, maior será a precisão do resultado, como pode ser visto na Figura 5.3

É importante mencionar que para o software gerar o custo do equipamento

selecionado foi necessário incluir alguns dados mínimos que o software identifica com a

cor vermelha (Figura 5.3); os fatores importantes destacados em amarelo referem-se aos de

maior precisão, enquanto os fatores em verde são utilizados apenas quando a precisão

desejada é muito alta. Essas cores, de acordo com a importância, são dadas pelo próprio

software a cada equipamento.

30

Figura 5.3 – Exemplo para a análise de custo para o reator encaminhado e fechado

empregando o software Aspen In-Plant Cost Estimator.

Fonte : Arquivo Pessoal

O uso do software Aspen In-Plant Cost Estimator foi muito útil na determinação

do custo individual dos equipamentos e na elaboração de uma planilha contendo os custos

de todos os equipamentos desejados no projeto inicial (Figura 5.6)

31

Tabela 5.6 –Planilha contendo os custos de todos os equipamentos empregados no projeto

inicial.

Fonte : Arquivo Pessoal

5.3. Avaliação global do custo de investimento para construção da planta química de

produção do polímero furânico proveniente da biomassa vegetal pelo uso do software

DOME desenvolvido pela empresa DuPont (não disponível comercialmente).

5.3.1 Investimento inicial

O investimento inicial depende de muitos fatores para ser calculado, como a

qualidade do material e a quantidade do material necessário para a instalação de uma nova

planta. No entanto, para o cálculo do investimento inicial foi utilizado um software interno

da companhia chamado DOME. Este Software baseia-se em custos de projetos antigos

realizados pela empresa sob certas condições e calcula o investimento inicial do novo

projeto proposto que foi modelado. Para isso foi necessário a inclusão de algumas

condições importantes do projeto novo na planilha deste software, como por exemplo, tipo

de planta, localização entre outros, apresentados a seguir.

USD

P1 13,900$

P2 13,900$

P3 12,400$

P4 704,700$

P5 14,100$

P6 10,200$

P7 11,500$

P8 12,400$

P9 11,000$

P10 12,200$

P11 10,800$

PD1 11,700$

PD2 11,800$

PD3 11,800$

DIST1 806,900$

DIST2 399,500$

32

Neste trabalho assumiram-se as seguintes condições:

Tipo de Planta : Continua com reator de alta pressão

Local: Costa do Golfo Americano

Tipo de região: Brown Field (campo sem infraestrutura porém sem vegetação ao

redor )

Contingência do projeto : 25%

Data de Autorização: Primeiro bimestre de 2015 ( Data aonde o projeto terá início)

Ponto médio de projeto: Terceiro bimestre de 2017 (Data do ponto médio do

projeto)

Além dessas condições, foi considerada a estrutura da instalação com canos e

revestimentos de aço inoxidável com inserção de linhas de resfriamento, bem como novas

unidades de energia e de controle.

Após processamentos dos dados obteve-se o custo inicial do projeto em

U$ 76 Milhões, sendo que o custo com equipamentos correspondeu a U$7.9 Milhões.

33

A descrição de uso do software DOME está apresentada a seguir.

Figura 5.4 – DOME : Tela Inicial

Fonte : Arquivo Pessoal

Deve-se inserir na tela inicial do software fatores como: tipo de projeto, localização

e tamanho do projeto. Esses dados são necessários para que o software obtenha relações de

projetos efetuados que tenham condições parecidas.

Figura 5.5 - DOME : Custo dos Equipamentos

Fonte : Arquivo Pessoal

Nessa etapa faz-se o somatório dos custos dos equipamentos obtidos anteriormente

com o custo de cada equipamento no Aspen In-Plant Cost Estimator, para nosso caso

estudado o valor seria de U$7.9 Milhões.

34

Assim, obtêm-se novas informações sobre contrato, dados fiscais e materiais de

equipamento. Muitas delas já foram pré-determinadas pelo próprio software através de

outras condições utilizadas no software. Os engenheiros devem introduzir no software

informações referentes ao tipo de material que utilizado, no caso foi o aço inoxidável, ao

isolamento nos tubos e a necessidade de novos serviços na planta, como base de energia

nova, central de controle e até restaurante (Figura 5.6).

Figura 5.6 : DOME : Dados Adicionais

Fonte : Arquivo Pessoal

35

No final, após a inserção de todas essas informações importantes pode-se inserir

informações referentes à programação do projeto. Na figura 5.7, tem-se um exemplo de

cálculo de tempo. Neste caso específico, a ideia inicial seria iniciar o funcionamento da

planta no início de 2017, porém o software , baseado em dados históricos, menciona que a

melhor período para iniciar o funcionamento da planta deve ser no terceiro bimestre de

2017.

Figura 5.7 : DOME: Estimativa do tempo

Fonte : Arquivo Pessoal

Como já mencionado anteriormente, o software baseia-se em fatores e incertezas

decorrentes de projetos anteriores. Assim, o resultado de U$76 Milhões apresenta incerteza

variando entre -50% até +100%. Geralmente obtêm-se um maior valor final do preço dos

equipamentos indicado pelo software . Este fato se deve a falta de conhecimento sobre

informação sobre a planta. Neste caso, o software automaticamente irá basear os cálculos

em casos que envolvam situações mais críticas para a planta.

A seguir será apresentada a comparação dos custos (fixos e variáveis) envolvidos

nas etapas anteriores através da utilização de planilhas do EXCEL

36

5.3.2. Análise total de custos

A análise total dos custos (fixos e variáveis) ficou simplificada com a aquisição de

todos os dados necessários como investimento inicial, gasto com energia e material, lucro

por quilo de produto produzido. Todos esses dados foram colocados em uma planilha do

EXCELL (Figura 5.7). Porém, devido à confidencialidade do projeto dados referentes ao

custo dos reagentes foram omitidos da planilha.

Tabela 5.7 - Análise Total de Custos

Fonte : Arquivo Pessoal.

*Depreciação, manutenção, taxas, SAR e ROI são preços já fixados pela empresa

dependendo do mercado.

Basis 150.00 MMlb/yr EDF

Capital 76,000,000$

Cost Source $ / unit Amount / yr Cost / yr $ / lb FDME $ / tonn FDME

cCADF (lb) Variable 89,000,000 #VALUE! #VALUE! #VALUE!

Methanol (lb) 0.22 43,000,000 $9,460,000 $0.06 $139

Methanol Recycle 0.11 (35,000,000) ($3,850,000) ($0.03) ($57)

Zinc Dust(lb) 0.67 180,000 $120,600 $0.00 $2

Antimone Oxide(lb) 4.00 180,000 $720,000 $0.00 $11

Electricity (kWh) 0.08 2,000,000 $168,000 $0.00 $2

Steam (Mlbs) 7.07 1,000,000 $7,070,000 $0.05 $104

Cooling Water (Mlb) 0.01 59,000,000 $590,000 $0.00 $9

Process water (Mlb) 4.92 0 $0 $0.00 $0

WW-Water-methan.(lb) 0.02 20,200,000 $444,400 $0.00 $7

Waste treatment (Inci.) (lb) 0.48 12,600,000 $6,048,000 $0.04032 $89

#VALUE! #VALUE! #VALUE!

Direct Labor (#/shift) 4.00

Labor Rate ($/hr) 25.00

Field labor 876,000

Supervision (% labor) 20.0% 175,200

Operating Supplies (% OL) 15.0% 157,680

Benefits (%of OL) 45.0% 473,040

Total labor $1,681,920 $0.011 $25

Plant Overhead (% TL) 60.0% $1,009,152 $0.007 $15

Depreciation (% of Capital)) 10.0% $7,600,000 $0.05 $112

Maintenance (% of Capital) 4% $3,040,000 $0.02 $45

1.5% $1,140,000 $0.01 $17

$14,471,072 $0.10 $213

#VALUE! #VALUE! #VALUE!

#VALUE! #VALUE! #VALUE!

20% $15,200,000 $0.10 $223

3.0% #VALUE! #VALUE! #VALUE!

#VALUE! #VALUE! #VALUE!

#VALUE! #VALUE! #VALUE!

Cash Cost of Manufacturing

Raw Materials

Utilities

Variable Cost

Taxes, Insurance (% of Capital)

Fixed Cost

Cost of Manufacturing

ROI

SAR (% of cash cost)

Cash Cost of sale

Sell price

37

5.4. Busca de alterações para que o processo de produção de polímeros furânicos a

partir de biomassa vegetal seja mais viável tecnicamente e economicamente para a

empresa.

Um estudo minucioso do processo de produção de polímeros furânicos foi realizado

e alguns pontos foram apontados como importantes para a redução de custo. A seguir,

encontra-se uma discussão envolvendo esses pontos críticos no processo e sugestões de

mudança.

Relação metanol/reagente: Essa relação altera significativamente o custo do

processo aumentando-se o número de equipamentos necessários no processo e assim o

custo.

Custo dos rejeitos: Uma quantidade elevada de metanol foi descartada pelo sistema

flasher-condensador-separador localizado logo após o reator. Este sistema não conseguiu

separar eficientemente o metanol da mistura de produtos. Como o custo de incineração dos

rejeitos é muito alto ocorre elevação do custo total. Além desse aspecto, o reciclo do

metanol proporcionou redução nos custos totais.

Alta pressão do reator: A possibilidade de substituir o reator de elevada pressão por

outro de menor pressão reduziria custos de operação. Pois, essa opção exigiria bombas

menores. Para isto, serão necessários mais estudos laboratoriais.

Investimento Inicial: Ao modelarmos na planilha do Excel custos de investimentos

fictícios em valores dobrados (cerca de 150 Milhões de dólares) ou com valores pela

metade (cerca de 35 milhões de dólares) dos valores inicialmente obtidos (76 Milhões de

dólares) observou-se uma alteração de custo final de ±3 centavos. Esse fato, mostrou que o

investimento inicial não alterou os resultados em longo prazo. No entanto, o importante

para o processo será produzir com menor custo associado com menor perda de reagentes

devido aos custos variáveis serem muito mais importantes que o preço do investimento

inicial.

Utilidades: Muito vapor de água e água de resfriamento foram gastos pelo sistema

flasher-condensador-separador isso fez com que o custo das utilidades subisse

significantemente.

38

5.4.1. Modificações do processo

Através da análise de custo do processo foi possível verificar que o sistema flasher-

condensador-separador aumentava muito os custos por ser um sistema altamente

ineficiente. Assim, foi necessário buscar uma alternativa economicamente viável para esse

sistema. Após verificação cautelosa concluiu-se que uma coluna de destilação em torre

poderia ser uma solução viável mesmo que ela não tenha sido utilizada na versão teste

deste modelamento. Este fato foi observado através de uma nova modelagem através do

software Aspen Plus. A Figura 5.8 está representando este novo modelamento.

39

Figura 5.8 - Novo modelamento do novo processo

Fonte : Arquivo Pessoal

40

O novo modelamento incluindo uma coluna de destilação em torre chamada de

“DIST-FLA” contem 40 estágios com uma relação de refluxo(do topo) 1 e com uma

relação de fervura de 2 para 1 (referente ao reciclo da base). A pressão do condensador

dessa coluna foi de 300 psia e o modelo utilizado possuia uma caldeira tipo Kettle. O

cálculo utilizado usa o método RadFrac.

Neste novo modelo proposto foi possível reciclar praticamente 100 % do metanol

utilizado no processo de produção do polímero furânico. Desta forma, ocorreu redução nos

custos finais principalmente com relação aos equipamentos.

Neste caso, assumindo-se condições que mais se aproximam da realidade da planta

como a relação de metanol/reagente de 3:1 e um rendimento final de produção do polímero

furânico de 95% foi possível calcular o novo custo em equipamentos (Tabela 5.8)

Nesta nova simulação foram mantidas as condições previamente estabelecidas como

o material de construção dos equipamentos etc.

Tabela 5.8 - Custos dos equipamentos para o novo modelamento

Fonte: Arquivo Pessoal

USD

P1 13,500$

P2 13,300$

P3 12,400$

P4 686,300$

P5 13,400$

P6 10,200$

P7 11,400$

P8 12,400$

P9 11,000$

P10 12,200$

P11 10,800$

PD1 11,300$

PD2 11,800$

PD3 11,800$

PD4-FLA 7,400$

DIST1 792,300$

DIST2 413,400$

DIST3 571,400$

DIST4 - FLA 177,300$

REACTOR1 1,011,000$

MIX 1 3,300$

MIX 2 105,800$

COND4 21,500$

COOLER 92,400$

CON-FLAK 215,100$

CADF Storage Tank 1,028,100$

Methanol Storage tank 31,400$

Belt Conveyour 42,200$

Pneumatic Conveyour 32,400$

Total Cost 5,386,800$

41

Como resultado foi possível observar que no novo modelamento ocorreu 67 % de

redução nos custos de equipamentos em relação ao sistema anteriormente modelado. Além

de apresentar redução de 9% com relação ao custo total e 26% em relação ao custo de

conversão de matéria prima. É importante salientar que esta nova alternativa também

reduziu perdas em água e metanol concomitantemente com redução de 43% no custo de

tratamento de rejeitos. Desta forma, a seguir será apresentado uma nova análise

comparativa entre as principais modelagens do processo através de uma nova análise de

cenários.

5.4.2. Análise de cenários

A abordagem de diferentes cenários fez com que fosse atingido um cenário satisfatório

em termos de processo e de custo. Desta forma, foram realizadas análises ao redor de

dados referentes ao investimento inicial, rejeitos, utilidades etc. O novo processo está

representado pela expressão “with dist” ou também pela expressão “ new process”. Foi

observada uma diferença significativa entre os resultados apresentados na primeira análise

(sistema primeiramente modelado) e a segunda análise (sistema com novo modelamento).

A seguir será feita uma breve comparação entre esses cenários.

A primeira análise que foi feita foi ao redor do investimento inical. Sem utilizar o

DOME nem Aspen In-Plant Cost estimator foram colocados investimentos iniciais

(Capital Cost) aleatórios, para saber como o custo do produto variaria. No caso podemos

perceber, como já mencionado, que o custo varia muito pouco no caso de termos grandes

alterações do capital inicial fixo (Figura 5.9). Veja a seguir:

42

Figura 5.9 - Análise em torno do investimento inicial

Fonte : Arquivo pessoal

A diferença de custo processo mais caro para o mais barato é cerca de 20%, e que

uma diferença de 50 milhões de investimento inicial alterará o custo do produto de 2 a

3 centavos americanos por libra, o que é considerado muito baixo.

A segunda análise a ser feita foi utilizando o Aspen ICARUS seguido do software

DOME (Figura 5.10). Apesar do investimento inicial não afetar a longo prazo é

importante que esse investimento seja o menor possível a curto prazo pois

proporcionará maior chance do projeto ser realmente aprovado.

$1,30

$1,35

$1,40

$1,45

$1,50

$1,55

$1,60

$1,65

$1,70

$1,75

$1,80

0 20 40 60 80

Co

st o

f ED

F $

/ lb

Investimento Inicial

Análise em torno do investimento inicial

95% 3-1 Ratio new process

95% 3-1 Ratio

95% 4-1 Ratio

90% 4-1 Ratio

97% 4-1 Ratio

97% 6-1 Ratio

43

Figura 5.10 - Análise DOME em torno dos diferentes cenários

Fonte : Arquivo pessoal

Na Figura 5.10 observa-se que a relação metanol/reagente é importantíssima para a

redução dos custos de equipamento e consequentemente do investimento inicial.

Quanto menor a relação metanol/reagente, menor deverá ser o número de

equipamentos a serem utilizados para o mesmo volume de produção.

Consequentemente, o investimento será menor na construção da planta química.

Anteriormente, foram mencionados outros fatores preocupantes como: o custo total

dos rejeitos e o custo das utilidades. Nestes casos, o vapor de água é a utilidade que

mais preocupa em termos econômicos. Assim, também foram realizadas análises em

torno desse fator.

A análise em torno dos rejeitos (Figura 5.11) mostra que o fator mais importante foi

o rendimento do processo. Esse resultado já era esperado, pois quanto menor o

rendimento maior deverá ser a quantidade de subprodutos não aproveitados e

incinerados. Apesar da modelagem de processo indicar alguns cenários com

0

20

40

60

80

100

120

3-1 WithDist at95%

3 -1 Ratioat 95%

4-1 Ratioat 95%

4-1 Ratioat 97%

4-1 Ratioat 90%

6-1 Ratioat 97%

Cap

ital

In

vest

me

nt

Especificações

Análise de capital em diferentes cenários

3-1 With Dist at 95%

3 -1 Ratio at 95%

4-1 Ratio at 95%

4-1 Ratio at 97%

4-1 Ratio at 90%

6-1 Ratio at 97%

44

rendimento de 97%, não se acredita na possibilidade de rendimentos acima de 95%.

Entretanto a nova modelagem apresentou-se competitiva mesmo em comparação ao

processo antigo modelado com rendimento de 97%.

Figura 5.11 - Análise em torno do custo dos rejeitos por cenário

Fonte : Arquivo pessoal

A próxima análise relacionou-se ao preço do vapor. Nessa análise temos o custo

extremamente relacionado à relação metanol/reagente (Figura 5.12).

$-

$0,02

$0,04

$0,06

$0,08

$0,10

$0,12

$0,14

$0,16

$0,18

3-1 WithDist at 95%

3 -1 Ratioat 95%

4-1 Ratio at95%

4-1 Ratio at90%

4-1 Ratio at97%

Custo dos rejeitos por libra de EDF

3-1 With Dist at 95%

3 -1 Ratio at 95%

4-1 Ratio at 95%

4-1 Ratio at 90%

4-1 Ratio at 97%

45

Figura 5.12 - Análise da quantidade de vapor de água necessário para cada cenário

Fonte : Arquivo Pessoal

Na relação de 6 para 1 (Figura 5.12) pode-se observar um extraordinário aumento

na necessidade de vapor para aquecer todo o sistema. Nesse caso, como fatores

secundários tem-se o rendimento e também a implementação da nova modelagem que

possibilita a redução do uso de vapor no sistema.

Na comparação com a modelagem de processo que apresentou menor eficiência

observou-se que a quantidade de vapor foi reduzida à metade e reduzida cerca de 20 % sob

as mesmas condições se comparada ao modelamento no sistema flasher. Quanto menor o

vapor utilizado menor o custo visto que o custo do vapor é altíssimo se comparado a outras

utilidades.O preço do vapor é de U$7,07 / lb. Veja a seguir a mesma análise, porém agora

utilizando os valores em dólares na figura 5.13.

-

50.0.00

100.0.00

150.0.00

200.0.00

250.0.00

300.0.00

350.0.00

400.0.00

3-1 With Distat 95%

3 -1 Ratio at95%

4-1 Ratio at95%

4-1 Ratio at90%

4-1 Ratio at97%

6-1 Ratio at97%

Vapor (lb/hr)

46

A Figura 5.13 mostra a diferença do custo do vapor para cada cenário.

Figura 5.13 - Análise do custo de vapor de água em diferentes cenários

Fonte : Arquivo Pessoal

6. CONCLUSÃO

O estudo das unidades de produção do polímero furânico baseado no processo

químico convencional que utiliza matéria-prima da indústria petroquímica foi possível

através da implementação e simulação das condições operacionais e equipamentos para

otimização dessas unidades pelo software de processos Aspen Plus® 8.4. No entanto,

várias tentativas envolvendo novas condições experimentais foram realizadas para

obtenção da modelagem final do processo.

Visando redução de custos para a produção do polímero furânico foi proposto a

substituição do sistema flasher por uma torre de destilação, essa alteração somada à outras

condições do processo como temperatura de condensadores, colunas de destilação,

rendimento de processo nos possibilitaram uma análise de custo mais eficaz e real do

processo. Com esse estudo meticuloso sobre o processo foi possível aprender bastante

sobre ele obtendo as condições ótimas de operação das unidades de produção em função de

configurações específicas, possibilitando a avaliação de custo da planta.

O modelamento final indicou que o investimento inicial não possuía tanta influência no

custo do produto final e que a relação metanol/reagente, perdas do sistema e gastos com

utilidades eram fatores determinantes na redução de custo. Com a alteração da modelagem,

$-

$0,05

$0,10

$0,15

$0,20

$0,25

3-1 WithDist at 95%

3 -1 Ratio at95%

4-1 Ratio at95%

4-1 Ratio at90%

4-1 Ratio at97%

6-1 Ratio at97%

Custos do vapor ($ / lb EDF)

Steam Cost

47

tivemos um processo diferente o qual foi muito mais eficaz do aspecto econômico para a

empresa que proporcionou como resultado redução nos custos de equipamentos em

relação ao sistema anteriormente modelado , além de de redução em relação ao custo de

conversão de matéria prima.

É importante salientar que esta nova alternativa também reduziu perdas em água e

metanol concomitantemente com redução no custo de tratamento de rejeitos. Desta forma,

conclui-se que os resultados deste trabalho foram satisfatórios permitindo a continuidade

do projeto pela empresa. Os softwares utilizados neste trabalho foram eficientes. No

entanto, recomenda-se a realização de uma análise mais profunda em outros parâmetros,

que não foram abordados, como buscar usos alternativos para os subprodutos do processo

afim de diminuir a geração de rejeitos. Este novo estudo poderá aumentar ainda mais o

rendimento da planta. Para que os resultados deste trabalho possam ser certificados de sua

possibilidade de implementação sugeriu-se que o modelo proposto fosse realizado em uma

planta piloto.

48

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