AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA DA DISPONIBILIDADE ÓSSEA … · Por estar sempre pronto a me ouvir,...
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Londrina 2013
ANTONIO CARLOS PEDRALLI CARIANI
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA
AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA DA DISPONIBILIDADE ÓSSEA PARA INSTALAÇÃO DE MINI-IMPLANTES NA
REGIÃO ANTERIOR DE MAXILA E MANDÍBULA
Londrina 2013
AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA DA DISPONIBILIDADE ÓSSEA PARA INSTALAÇÃO DE MINI-IMPLANTES NA
REGIÃO ANTERIOR DE MAXILA E MANDÍBULA
Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de Concentração: Ortodontia. Orientador: Prof. Dr. Ricardo de Lima Navarro
ANTONIO CARLOS PEDRALLI CARIANI
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE
ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Dados Internacionais de catalogação-na-publicação Universidade Norte do Paraná
Biblioteca Central Setor de Tratamento da Informação
Cariani, Antonio Carlos P. Cariani. C275a Avaliação tomográfica da disponibilidade óssea para instalação de
mini-implate na região anterior de maxila e mandíbula / Antonio Carlos P. Cariani Londrina : [s.n], 2013.
vi; 61.p. Dissertação (Mestrado). Odontologia. Ortodontia. Universidade Norte
do Paraná. Orientador: Profº. PhD. Ricardo de Lima Navarro 1- Odontologia - dissertação de mestrado - UNOPAR 2-
Ortodontia 3- Ancoragem esquelética temporária 4- Implante ortodôntico 5- Tomografia computadorizada – feixe cônico 6- Mini-implante I- Navarro, Ricardo de Lima, orient. II- Universidade Norte do Paraná.
CDU 616.314-089.23
Dedico este trabalho a meus pais, grandes
incentivadores, que depositam em mim toda
credibilidade confiando e me apoiando em
todas minhas ações; a Michelle minha esposa
amiga e companheira de lutas e vitorias; aos
meus filhos Giovanni e Beatriz, que
comemoram minhas conquistas como sendo
suas.
Mais do que um trabalho individual, esta
dissertação é o resultado da colaboração e
contributos de várias pessoas um processo que
foi tudo, menos solitário.
AGRADECIMENTOS
A DEUS
Que me fortaleceu quando faltaram forças que, como pai zeloso,
carregou-me em seus braços nos momentos de desmaio, de desânimo e que nos
momentos desesperadores colocou-me no colo, não permitindo que eu me afastasse
de meu propósito.
Agradeço a Deus, porque é a luz, fortaleza, proteção e sabedoria
que dá sentido à minha vida
À FAMÍLIA
Agradeço, a meus pais, Cariani e Juildes, e meus irmãos, Grace e
João Paulo, pelo apoio e pela compreensão do pouco tempo de convívio, muitas
vezes sacrificado para a realização deste trabalho.
Agradeço especialmente à minha esposa Michelle e meus filhos
Giovanni e Beatriz que são o maior presente que Deus poderia ter me dado nesta
vida. Por toda felicidade, carinho, compreensão, apoio, incentivo, dedicação
encontrada na minha querida família que sempre farão parte de cada vitória.
Ao meu Orientador
Professor Dr. Ricardo de Lima Navarro
Agradeço ao meu orientador, Professor Dr. Ricardo de Lima Navarro
que, com carinho, aceitou a tarefa de me orientar. Sem a sua paciência de me
escutar, enxugar minhas lágrimas e ouvir minhas inquietações, certamente não teria
conseguido ordenar as ideias que borbulhavam na minha cabeça. Sabe que é muito
mais que um orientador, que além de sabedoria e competência, possui uma grande
determinação, dinamismo e carisma, que o tornam uma pessoa muito especial.
Ao professor Dr. Renato Rodrigues de Almeida
Agradeço também, e de modo muito especial ao professor Dr.
Renato Rodrigues de Almeida, porque a ele devo não apenas incontáveis estórias
de vida que me ensinaram a valorizar cada momento da minha vida, mas, sobretudo,
o fato de ter sempre sido um incansável e atencioso mestre. Como mestre, que
entende do ofício de pesquisador, de educador e de pai e que tem paixão pelo
conhecimento e que, permanentemente, acompanha os passos de seus aprendizes.
Foi o grande incentivador de minha vontade de pesquisar e de aprender. Gostaria de
agradecer a atenção generosa em dividir comigo seu tempo, suas experiências de
vida. Minha gratidão eterna.
Ao professor Dr. Márcio Rodrigues de Almeida
Pela confiança, oportunidade de trabalhar ao seu lado e por ser um
grande incentivador na superação dos meus limites. Por estar sempre pronto a me
ouvir, esclarecer minhas dúvidas neste meu caminhar. Pela sua objetividade e
modelo de clareza em dividir com todos nós seu conhecimento, pela visão impar e
colaboração inestimável, meu obrigado.
À professora Dra. Ana Cláudia de Castro Ferreira Conti
É um privilégio poder ter estado ao seu lado neste período tão
importante da minha vida. Pela sua simpatia, gentileza e carinho com que nos
ensinava fazendo-nos encontrar sempre uma resposta para nossos problemas e
inquietações. Muito obrigado pela sua colaboração na minha formação.
À professora Dra. Paula Oltramari-Navarro
Professora Paula, que considero grande amiga e tive o imenso
prazer em conhecer. A sua objetividade e perspicácia, aliadas à sua bondade,
sabedoria e paciência em ouvir, falar e em orientar deram-me coragem e confiança
para concluir esta etapa da minha vida. Muito obrigado pela gentileza de me
conduzir na conquista de um sonho.
À professora Dra. Thais Maria Freire Fernandes
Pela infinita disponibilidade em ajudar e orientar, por todos os
ensinamentos e impecável conduta, acima de tudo, profissional e amiga. Verdadeira
companheira de pesquisa, sempre gentil, alegre e presente. Sem a sua ajuda não
conseguiria finalizar este trabalho. Muito obrigado.
À professora Dra. Karen Barros Parron Fernandes
Pela simplicidade em nos ensinar, paciência e muita sensibilidade
mostrada na forma carinhosa de nos acolher. Fica a lembrança de uma amiga que
está sempre pronta a ajudar.
Ao professor Adilson Luiz Ramos
Agradeço por ter aceitado participar deste momento tão importante
da minha vida. Por acreditar que ensinar vai além da sala de aula, é um investimento
contínuo no ser humano. Por ter acreditado neste projeto e por ter me proporcionado
a oportunidade do conhecimento. Saiba que você representa muito mais que um
colega, considero-o um profissional que admiro e estimo muito. Que esbanja
sabedoria e competência, que possui uma grande determinação, dinamismo e
carisma. Meu agradecimento e gratidão.
Aos amigos do curso de mestrado
Aos meus amigos, Laís, Natália, Joceli, Luzevandro e Ricardo, que
me ofereceram além da sua amizade, todo carinho e apoio durante este período em
que ficamos juntos. Por fazerem parte da minha vida e por permitirem ter vivido
momentos importantes ao lado de todos, tornando-os inesquecíveis, minha eterna
gratidão e amizade sincera.
À UNOPAR e seus funcionários
Por toda a ajuda e pela participação direta ou indireta de todos os
colaboradores desta instituição para a concretização deste mestrado, muito
obrigado. Tenham a certeza de que levo comigo a lembrança de todos com os quais
me relacionei e tenho muita satisfação e muito me honra ter sido aluno da UNOPAR.
Aos pacientes
Pela delicadeza e sensibilidade no compartilhamento deste meu
aprendizado.
CARIANI, Antonio Carlos Pedralli. Avaliação tomográfica da disponibilidade óssea para instalação de mini-implantes, na região anterior de maxila e mandíbula. 2013. 61 f. Dissertação (Mestrado em (Ortodontia) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2013.
RESUMO
O objetivo deste estudo foi acrescentar informações sobre as áreas elegíveis na região anterior de maxila e mandíbula para a instalação de mini-implantes, por meio de analises tridimensionais das distâncias interradiculares, propiciando melhor conhecimento anatômico e tomográfico das regiões avaliadas. A amostra foi composta por 82 tomografias de pacientes da clínica da Unopar distribuídos em duas faixas etárias distintas: Faixa etária 1 (N=47 até 19 anos - adolescentes) e Faixa etária 2 (N=35, a partir de 20 anos), 82 indivíduos (média de idade 17,1 anos, ±6,4). A amostra ainda foi subdividida quanto ao tipo de má oclusão (Classificação de Angle): Classe I (n=45), Classe II (n=37), além de comparados quanto ao gênero: Masculino (n=36) 43,9% e Feminino (n=46) 55,1% sem tratamento ortodôntico prévio, com presença de todos os dentes irrompidos, com exceção de terceiros molares nas diferentes faixas etárias sendo portadores de má oclusão tipo 1 ou tipo 2. Tomografias volumétricas foram analisadas com programa de análises tridimensionais Dolphin imaging 11.5®, por meio das ferramentas que forneciam reconstruções panorâmicas (ortopantomográficas) e secções transversais. A distância entre as raízes de dentes anteriores da maxila e mandíbula (de canino do lado esquerdo ao canino do lado direito, superior e inferior) foi determinada a 7 mm da junção amelocementária, assim como a disponibilidade óssea em profundidade em diferentes ângulos de inserção (90o, 60 o, 45o). A influência das diferentes angulações, idade e má oclusão sobre a disponibilidade óssea foi avaliada pela análise de variância (ANOVA), seguida do pós-teste de Bonferroni. Na maxila, foi observada maior disponibilidade óssea entre as regiões dos incisivos centrais e dos incisivos laterais e caninos. Na mandíbula, foi observada maior disponibilidade óssea na região do incisivo lateral e canino, seguido pela região dos incisivos centrais e, por último, na região dos incisivos centrais e laterais. Foi observada influência da angulação sobre a disponibilidade óssea em profundidade nas diferentes regiões anteriores tanto da maxila quanto da mandíbula, apresentando maior disponibilidade óssea com a angulação de 45º em ambos os arcos dentários. Tanto na mandíbula como na maxila foi observada maior disponibilidade de espaço em pacientes portadores de má oclusão Classe II em regiões específicas. Desta forma espero contribuir para elaboração de planos de tratamento e determinação de áreas de escolha para instalação de mini-implantes com segurança.
Palavras-chave: Ortodontia. Ancoragem esquelética temporária. Implante ortodôntico. Tomografia computadorizada de feixe cônico. Mini-implante.
CARIANI, Antonio Carlos Pedralli. Tomographic assessment of bone availability for mini-implant placement in the anterior region of the maxilla and mandible. 2013. 61 f. Dissertation (Masters in Orthodontics) – Biological Sciences and Health Center, University of North of Paraná, Londrina, 2013.
ABSTRACT
The objective of this study was contribute with new information on electable areas in the anterior region of the maxilla and mandible for the installation of mini-implants through the use of tridimensional analyses of inter-radicular distances, in order to obtain better anatomic and tomographic understanding of these regions. The sample was composed by 82 tomographic scans obtained from Unopar Dental Clinic patients allocated in two different age groups: Age Group 1 (N = 47, ≤19 years - teenagers) and Age Group 2 (N = 35, > 20 years), mean age among the 82 patients was 17.1 years ± 6.4. Besides 43.9% of the participants were male (n = 36) and 55.1% female (n = 46), with no previous orthodontic treatment and all teeth erupted, except for third molars in the different age groups. The sample was further subdivided according to malocclusion type (Angle’s classification): Class I (n = 45), Class II (n = 37). Volumetric tomographic scans were analyzed with a tridimensional analysis program (Dolphin imaging 11.5®), using tools that provided panoramic reconstructions (orthopantomographs) and transversal sections. The distance between the roots of the anterior maxillary and mandibular teeth (from the canine on the left side to the canine on the right side) at 7 mm from the dentin enamel junction, as well as bone availability in depth in different insertion angles (90o, 60o, 45o) were determined. The influence of different angles, age and malocclusion on bone availability was assessed through the analysis of variance (ANOVA), followed by Bonferroni post-hoc test. In the maxilla, it was observed increased bone availability between the regions between central incisors and lateral incisors and canines. In the mandible, increased bone availability was observed in the region between the lateral incisors and canines, followed by the region of the central incisors and, in the region between the central and lateral incisors. The influence of the angles on bone availability was observed in depth in the different anterior regions in both the maxilla and the mandible, presenting increased availability with the angle at 45º in both dental arches. Both in the mandible and the maxilla was observed increased availability of space in patients with malocclusion Class II in specific regions. Thus, it is hoped that this study may contribute in the elaboration of treatment plans and in the determination of areas of choice for the safe placement of mini-implants.
Key words: Orthodontics. Temporary skeletal anchorage. Orthodontic implant. Cone beam computed tomography. Mini-implant.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DAE Dispositivos de Ancoragem Esquelética.
DAT Dispositivo de Ancoragem Temporária.
CEP Comitê de Ética em Pesquisa.
JAC Junção Amelo Cementária.
TCFC Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico.
UNOPAR Universidade Norte do Paraná.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 13
3 ARTIGO ................................................................................................................. 23
3.1 AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA DA DISPONIBILIDADE ÓSSEA PARA
INSTALAÇÃO DE MINI-IMPLANTES NA REGIÃO ANTERIOR DE MAXILA E
MANDÍBULA ............................................................................................................. 23
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 52
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53
ANEXOS ................................................................................................................... 57
Anexo 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .......................................... 58
Anexo 2 – Parecer Consubstanciado do CEP ........................................................... 60
11
1 INTRODUÇÃO
A ancoragem como resistência ao deslocamento indesejado de um
ou mais elementos dentários sempre foi um desafio para a ortodontia. Pesquisas
com este tema vêm aumentando com a própria evolução da ortodontia e na busca
da perfeição em sua prática1,2.
Uma terapia ortodôntica bem sucedida, na grande maioria das
vezes, depende de planejamento criterioso da ancoragem, não sendo exagero
afirmar que este fator é um dos determinantes quanto ao sucesso ou insucesso de
muitos tratamentos. A utilização dos implantes e mini-implantes introduziu um novo
conceito de ancoragem em Ortodontia, denominado ancoragem esquelética, a qual
não permite a movimentação da unidade de reação, preservando outras estruturas
bucais às quais tradicionalmente seriam aplicadas estas forças2,3.
A determinação de um dispositivo ideal que assegurasse a
movimentação da unidade dentária ativa e o estado de equilíbrio de forças incidindo
sobre as unidades de ancoragem ou reativa, foi fundamental na evolução das
mecânicas de ancoragem esqueléticas no planejamento do tratamento
ortodôntico1,4.
O uso da ancoragem convencional muitas vezes oferece riscos
inerentes às reações causadas pelas forças ortodônticas ou ainda, não estão de
acordo com as expectativas estéticas do paciente. Outro importante fator é a
dependência da colaboração do paciente em alguns modelos de ancoragem, como
os aparelhos extrabucais ou o uso de elásticos intermaxilares4,5.
Com o desenvolvimento dos mini-implantes como dispositivos
utilizados para controlar a ancoragem, eles se tornaram um método confiável na
prática ortodôntica como dispositivos de ancoragem temporários. Há um grande
número de vantagens nesta abordagem, que inclui a inserção fácil, diminui o
desconforto do paciente, o baixo preço, a carga imediata, diâmetro reduzido,
versatilidade das forças a serem utilizadas6,7.
Os mini-implantes foram desenvolvidos a partir da modificação de
parafusos de fixação de titânio utilizados em tratamento de fraturas faciais no final da
década de 1990. Apesar do o titânio ser descrito por Branemark et al. em 1969,
como o melhor material para esta finalidade, o uso clínico desta modalidade de
ancoragem já havia sido descrita por Creekmore e Eklund, em 1983, com parafusos
12
de vitalium (uma liga de aço modificada para fins cirúrgicos) utilizados para tratar um
paciente com sobremordida8.
Implantes de titânio osseointegráveis foram usados com sucesso
para substituir elementos dentários perdidos, mas sua utilização como ancoragem
ortodôntica é muito limitada. Além de exigirem um procedimento cirúrgico invasivo
causando um desconforto inicial. Por sua vez, os mini-implantes por suas dimensões
mínimas, exigem uma área de instalação pequena, podendo ser instalados em
qualquer área do osso alveolar, exigem um procedimento cirúrgico simples e são de
fácil remoção9.
A evolução da ancoragem fixa temporária (ou ancoragem
esquelética) e o aumento de sua área de abrangência no tratamento ortodôntico têm
ocorrido devido a sua praticidade. A enorme abertura comercial que este tipo de
produto vem alcançando, desde a sua introdução na década de 19903, incentivou o
presente estudo.
Os primeiros relatos quanto a possibilidade do uso de implantes com
a finalidade de auxiliar na ancoragem ortodôntica ocorreram em 19454. Pouco foi
descrito entre 1945 e 1970 devido à falta de biocompatibilidade dos materiais
empregados na confecção dos implantes. A descrição da osseointegração por
Branemark10 despertou a possibilidade de utilizar implantes de titânio com finalidade
de reabilitação protética e, posteriormente, despertou em outros pesquisadores a
sua utilização como dispositivos de ancoragem esquelética auxiliares no tratamento
ortodôntico11,12,13. Estabeleceu-se o ponto de partida para a utilização dos mini-
implantes nos tratamentos ortodônticos como dispositivos de ancoragem11.
Com o avanço tecnológico, tomografias computadorizadas,
programas com ferramentas que permitem mapear de forma precisa e segura, foi
criado um meio de se executar de forma segura e correta a utilização deste tipo de
ancoragem, minimizando danos às estruturas adjacentes e fonecendo conforto ao
paciente3.
Os Ortodontistas, visando a um tratamento mais funcional e estético,
vêm cada vez mais utilizando os mini-implantes como dispositivos de ancoragem
esquelética (DAE) temporária. Portanto, o objetivo deste estudo é avaliar os locais
disponíveis para a instalação dos mini-implantes, em áreas previamente
determinadas, na região anterior da maxila e mandíbula, variando o ângulo de
inserção e analisando diferentes faixas etárias e más oclusões.
13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A ancoragem como resistência ao deslocamento indesejado de um
ou mais elementos dentários sempre foi um desafio para a ortodontia. A pesquisa
envolvendo este fator vem crescendo com a própria evolução da ortodontia e na
busca da perfeição em sua prática1. Uma terapia ortodôntica bem sucedida, na
grande maioria das vezes, depende de planejamento criterioso da ancoragem, não
sendo exagero afirmar que este fator é um dos determinantes quanto ao sucesso ou
insucesso de muitos tratamentos. Com a utilização dos implantes, surge um novo
conceito de ancoragem em Ortodontia, denominado ancoragem esquelética, a qual
não permite a movimentação da unidade de reação2,3,14, preservando outras
estruturas bucais às quais tradicionalmente seriam aplicadas estas forças.
Desde 1945, a Literatura evidencia o uso de implantes com a
finalidade de auxiliar na ancoragem ortodôntica em diversas metodologias4. Pouco
foi descrito entre 1945 e 1970 devido à falta de biocompatibilidade dos materiais
empregados na confecção dos implantes. A descrição da osseointegração por
Branemark10 despertou a possibilidade de utilizar implantes de titânio com finalidade
de reabilitação protética e, posteriormente, despertou em outros pesquisadores a
sua utilização como dispositivos de ancoragem esquelética auxiliares no tratamento
ortodôntico11,12,13. Estabeleceu-se o ponto de partida para a utilização dos mini-
implantes nos tratamentos ortodônticos como dispositivos de ancoragem11.
Implantes de titânio osseointegrados foram usados com sucesso
para substituir elementos dentários perdidos, mas sua utilização como ancoragem
ortodôntica tem sido muito limitada. Além de exigirem um procedimento cirúrgico
invasivo causando um desconforto inicial. Por sua vez, os mini-implantes por suas
dimensões minímas, exigem uma área de instalação pequena, podendo ser
instalado em qualquer área do osso alveolar, e com um procedimento cirúrgico
simples, sendo de fácil remoção9.
A utilização de miniparafusos de titânio para fornecer ancoragem
ortodôntica se tornou cada vez mais popular. Uma pesquisa de 2008 com mais de
9000 ortodontistas e residentes ortodônticos, constatou que 80% dos 564
entrevistados tinham pelo menos um paciente ativo, envolvendo mini-implantes15.
Outro importante resultado deste estudo foi a de que miniparafusos com maiores
valores de torque de colocação (5 a 10 Ncm) apresentaram maior resistência média
14
ao movimento do que os com valores menores de torque de colocação15.
A determinação de um dispositivo ideal que assegurasse a
movimentação da unidade dentária ativa e o estado de equilíbrio de forças incidindo
sobre as unidades de ancoragem ou reativa foi fundamental na evolução das
mecânicas de ancoragem esqueléticas no planejamento do tratamento ortodôntico4.
O uso de mini-implantes como dispositivos de ancoragem
esquelética (DAE) temporária está cada vez mais frequente, facilitando o tratamento
ortodôntico e ampliando as possibilidades clinicamente viáveis. Suas principais
vantagens relacionam-se ao tamanho reduzido, o que aumenta as áreas disponíveis
para sua instalação, baixo custo, fácil instalação e remoção, e o fato de não
dependerem da colaboração dos pacientes16,17.
Os mini-implantes foram desenvolvidos a partir da modificação de
parafusos de fixação de titânio utilizados em tratamento de fraturas faciais no final da
década de 1990. Apesar do titânio descrito por Branemark et al. em 1969 ser o
melhor material para esta finalidade, o uso clínico desta modalidade de ancoragem
já havia sido descrita por Creekmore e Eklund, em 1983, com parafusos de vitalium
(uma liga de aço modificada para fins cirúrgicos) utilizados para tratar um paciente
com sobremordida8.
A evolução dos dispositivos de ancoragem fixa temporária (DAE) e
sua grande área de abrangência no tratamento ortodôntico têm ocorrido devido sua
praticidade. Com o avanço tecnológico, tomografias computadorizadas permitem
mapear de forma precisa, criando um meio de se executar de forma segura e
correta, a utilização deste tipo de ancoragem, minimizando danos às estruturas
adjacentes e fornecendo conforto ao paciente3.
As radiografias panorâmicas e periapicais podem ser utilizadas
antes e depois do tratamento ortodôntico para avaliar o alinhamento das raízes,
evidenciar reabsorções radiculares e possíveis patologias. No entanto, distorções
verticais e horizontais são inerentes a estas radiografias, trazendo limitações para o
estudo e trabalhos com mini-implantes17.
Ortodontistas dão importância às alterações de crescimento, além
das correções das más oclusões dentárias. O sucesso ortodôntico e dos
planejamentos cirúrgicos exige precisão e imagens confiáveis do complexo crânio
facial. Foi desenvolvida na década de 1990, como um processo evolutivo, a procura
de informações em 3D, obtidas por tomografias computadorizadas convencionais.
15
Reconstruções craniofaciais, a partir de Tomografia
Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC), começaram a aparecer no mercado e
várias aplicações nas regiões de face e dentes vêm sendo estabelecidas. A precisão
e a confiabilidade das medidas TCFC não são afetadas pela mudança de orientação
do crânio18.
A tecnologia tridimensional proporcionada pelas Tomografias
Computadorizadas de Feixe Cônico (TCFC) permite uma melhor visualização dos
efeitos dos mini-implantes, nas áreas circundantes dentoalveolares, após sua
instalação8.
Os benefícios da Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico
(TCFC) são suas imagens tridimensionais e a sua baixa dose de radiação quando
comparadas a outras imagens tridimensionais. Desta maneira, este exame vem
ganhando popularidade nos diagnósticos e tratamentos ortodônticos19-21. Entretanto,
devido ao seu elevado custo e doses de radiação elevadas em relação à
documentação ortodôntica convencional, sua utilização tem sido limitada na
odontologia22.
Imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), ou
também denominadas de tomografias volumétricas, têm sido utilizadas na
odontologia desde 1998. Estas imagens tridimencionais não apresentam a distorção
vista em fotos, filmes, radiografias periapicais e panorâmicas23.
Durante a escolha do mini-implante, o profissional deverá levar em
consideração o seu comprimento. É muito importante avaliar a ancoragem e o risco
de complicações, assim como o de danos para os tecidos adjacentes. Mini-implantes
mais longos permitem uma maior ancoragem porém estão associados a um risco
maior de danos às estruturas vizinhas. A profundidade de inserção e a densidade do
osso no local e instalação do mini-implante são os melhores indicadores de
estabilidade primária24.
A estabilidade primária dos mini-implantes está diretamente
relacionada à mecânica de travamento, sendo seu sucesso relacionado a um
número de variáveis, incluindo diâmetro do parafuso, ângulo de inserção, fixação
monocortical ou bicortical, relação com os tecidos moles, presença ou ausência de
um furo piloto, inflamação peri-implantar e torque máximo15, 24.
Favero et al., usando análise de elementos finitos, relatou que o
diâmetro dos mini-implantes, comprimento da cabeça e o tamanho da rosca bem
16
como o módulo de elásticidade do osso esponjoso afetam as tensões na camada do
osso cortical ao redor do mini-implante e podem, portanto, afetar a sua
estabilidade25.
Os mini-implantes bicorticais (fixados na cortical vestibular e lingual),
fornecem ao ortodontista força de ancoragem superior, stress do osso cortical
reduzido e estabilidade superior, comparado com os mini-implantes monocorticais7.
Em seu trabalho de 280 mini-implantes de titânio, utilizando mini-
implantes autoperfura, cilíndricosntes e mini-implantes instalados com uma
perfuração inicial, inseridos em vários locais da maxila e mandíbula de pacientes em
tratamentos ortodônticos, Suzuki E. Y. e Suzuki B. constataram que os valores de
torque de instalação foram significantemente maiores para os dispositivos
autoperfurantes em todos os locais selecioandos. E, para as duas categorias de
mini-implantes os maiores valores de torque inicial encontravam-se na sutura
palatina mediana, seguido pelos ossos dentoalveolares da mandíbula e da maxila
respectivamente. Em contrapartida, os torques de remoção foram significativamente
maiores para os mini-implantes com perfuração inicial. Portanto, esse resultado
sugere que torque inicial com valores mais baixos eram mais favoráveis à
osseointegração de que valores mais elevados26.
Os mini-implantes, como ancoragem ortodôntica, demosntraram
serem eficientes. No entanto, sua aplicação clínica não garante o successo do
tratamento e sua estabilidade é essencial para que se possam ter bons resultados. É
importante assegurar a estabilidade inicial dos mini-implantes, já que a maioria das
falhas acontece durante esta fase. A maioria dos mini-implantes ortodônticos tem na
retenção mecânica a sua principal fonte de estabilidade20. A estabilidade dos mini-
implantes pode ser afetada pelo seu formato (design), procedimentos de instalação,
quantidade (espessura) e qualidade (densidade) do osso alveolar.27 20.
As características inovadoras destes dispositivos estão
transformando o planejamento do tratamento ortodôntico e sua biomecânica. Os
mini-implantes fornecem ancoragem absoluta com apenas um procedimento
cirúrgico simples. Estão disponíveis em uma variedade de formas e tamanhos,
podendo ser colocados em muitos locais da cavidade bucal, raramente trazendo
complicações para os pacientes24.
Apesar do uso frequente dos mini-implantes, há ainda um
conhecimento insuficiente sobre o padrão de posicionamento ideal, segurança e
17
características de ancoragem em relação ao osso no qual eles foram colocados.
Clinicamente, as informações sobre a espessura e densidade do osso podem
fornecer o mais forte indicador de estabilidade do mini-implante em qualquer local24.
Há uma correlação entre força inicial de fixação mecânica e
densidade óssea, espessura do osso e comprimento do mini-implante. A distância
entre o mini-implante e a raiz diminui com o aumento no diâmetro do mini-implante.
O aumento na profundidade de inserção dos mini-implantes mais longos está
associada a um risco maior de danos à raiz e estruturas adjacentes. Os fatores mais
importantes na determinação da máxima ancoragem mecânica foram encontrados
na correlação entre a profundidade de inserção combinada ao comprimento do mini-
implante, além de uma maior densidade óssea no local de inserção24.
O diâmetro do mini-implante tem um grande impacto no torque de
inserção e, portanto, na estabilidade primária dos mini-implantes ortodônticos. Para
conseguir um torque maior de inserção, um ângulo de inserção variando de 60º a
70º é aconselhável. Se o espaço disponível entre as duas raízes adjacentes for
pequeno, recomenda-se uma direção oblíqua para a colocação do mini-implante
para minimizar o risco de contato com a raiz28.
Segundo Motoyoshi et al. a profundidade de instalação, a densidade
óssea no local de eleição para colocação do mini-implante são os melhores
preditores da estabilidade primária, a espessura do osso cortical é diretamente
proporcional à taxa de sucesso dos mini-implantes24.
Já Wilmes (estudo em cadáveres) e Woodall (estudo em seguimento
de osso ilíaco de porcos) mostraram que o ângulo de inserção dos mini-implantes
tinha um impacto significativo sobre a estabilidade primária. Mostraram que a
resistência oferecida pela ancoragem para os mini-implantes colocados em 90º com
o osso alveolar foi, em média, maior do que a resistência de ancoragem dos mini-
implantes inseridos em 60º ou 30º. No entanto, as diferenças não foram
estatisticamente significantes28, 29.
Conseguir uma alta taxa de sucesso na colocação dos mini-
implantes é fundamental para a integração destes dispositivos de ancoragem
ortodôntica no tratamento clínico. Alguns fatores podem desempenhar papel
fundamental no sucesso do uso dos mini-implantes, tais como o tipo e a direção da
força aplicada, o período de espera antes da aplicação da carga, a qualidade e a
quantidade de osso no local de inserção2.
18
Recomenda-se que em áreas de dentes apinhados, devemos ter
uma distância de segurança de pelo menos 2 mm entre o dispositivo e a raiz para
evitar injúrias às raízes e ao periodonto30.
O comprimento do mini-implante é um fator fundamental na
estabilidade mecânica, quanto maior o comprimento do dispositivo maior será a
estabilidade mecânica31. Há uma correlação entre a força de ancoragem máxima e o
comprimento do mini-implante, quanto maior o seu comprimento maior será sua
força de ancoragem16.
A espessura da cortical óssea é diretamente proporcional à taxa de
sucesso dos protocolos de mini-implantes32.
Por outro lado, a saúde dos tecidos adjacentes à área de instalação
é um fator de relevante importância para o sucesso dos mini-implantes. O insucesso
pode estar relacionado, entre outros fatores, a falhas na interface entre implante e
tecidos moles, que poderá ocorrer em razão do acúmulo de placa bacteriana ao
redor do mini-implante e irritações mecânicas. Estes eventos poderiam gerar uma
situação de inflamação ou até infecção peri-implantar, comprometendo a saúde das
estruturas anatômicas adjacentes31, 33.
Pesquisando áreas seguras para instalação de mini-implantes,
observou-se que, na maxila a maior quantidade de osso mesiodistal está do lado
palatino entre o primeiro molar e o segundo pré-molar e a menor quantidade de osso
está na tuberosidade, podendo ser explicado pela presença do seio maxilar ou
presença dos terceiros molares, que evidencia a quantidade limitada de osso nesta
área. No lado vestibular, a quantidade maior de osso está entre o primeiro e o
segundo pré-molares, entre o primeiro pré-molar e o canino. No espaço inter-
radicular entre o primeiro molar superior e o segundo pré-molar, a maior quantidade
de osso mesiodistal foi a 5mm a partir da cirsta alveolar. O espaço mesiodistal entre
o primeiro e os segundos molares superiores, do lado vestibular, é o mais estreito do
arco. Portanto, há menos espaço mesiodistal disponível do lado vestibular do que no
palatino. Isto indica que mais locais estão disponíveis para uma inserção de mini-
implantes com segurança do lado palatino2.
Na dimensão vestibulopalatina, a maior quantidade de espaço é
entre os primeiros e segundos molares, 5mm a partir da crista alveolar. Na maxila, a
uma profundidade de 11mm, tanto as dimensões vestibulopalatinas como
mesiodistais são pequenas, devido à frequente presença do seio maxilar. Mas este
19
resultado tem uma aplicação fundamental na clínica, mostrando que as áreas entre o
dentes superiores posteriores, a mais de 8,0mm a partir da crista alveolar, estão fora
dos limites para qualquer tipo de mini-implantes2.
Na mandíbula, na dimensão vestibulolingual, a maior quantidade de
osso foi entre os primeiros e os segundos molares. Tanto na maxila como na
mandíbula as medições inter-radiculares mesiodistais são menores que as
vestibulolinguais. Portanto, essa informação representa um parâmetro importante
para definir um espaço inerradicular adequado para inserção dos mini-implantes2.
Na maxila a distância média inter-radicular varia de 1,6 a 3,3mm. O
espaço inter-radicular tende a tornar-se maior a partir da junção amelocementária
(JAC) para o ápice. O espaço inter-radicular entre os primeiros e segundos molares,
por vestibular, foi o menor, ao passo que entre o segundo pré-molar e primeiro molar
são maiores, 2,4 a 3,3mm. Entre os primeiros e segundos molares, houve maior
espaço inter-radicular disponível do lado palatino que do lado vestibular14.
Na mandíbula, as distâncias médias inter-radiculares foram de 2 a
4mm, aumentando a partir da JAC para o ápice. Em geral, os espaços inter-
radiculares na mandíbula são miores do que na maxila, exceto para as áreas entre o
canino e o primeiro pré-molar. O espaço inter-radicular entre o primeiro e o segundo
molares foram os maiores14.
A distância entre as raízes de dentes em movimentação ortodôntica
é um fator importante quando da instalação de um mini-implante com diâmetro entre
1,2 a 2 mm, uma folga de no mínimo 2 mm é necessária entre o dispositivo e a raíz
do dente 30.
A proximidade da raiz por si só não pode ser considerado um fator
de risco para a estabilidade do mini-implante. A maioria dos profissionais, em geral,
instalam mini-implantes sem guia cirúrgico utilizando apenas radiografias
panorâmicas ou periapicais para planejamento pré-cirúrgico estimando espaços
inter-radiculares 34.
A taxa de sucesso para instalação de mini-implantes de diferentes
marcas comerciais, de forma geral, foi de 91,6%, para um período médio de
aplicação de forças de 15 meses. Portanto, não houve diferenças significativas nas
taxas de sucesso entre os tipos de mini-implantes. Fatores relacionados ao paciente,
não mostraram diferenças significativas de acordo com a idade e sexo. Entretanto,
osteoporose, diabetes não controladas, tabagismo, hábitos parafuncionais
20
contribuem para o insucesso16.
Crismani et al. por meio de estudos em ensaios clínicos de 14
artigos avaliados, afirmou que as taxas de sucesso variaram de 59,4% a 100% com
uma média de 83,6% (com variação de 10,2%). Em razão do número de implantes e
cada artigo analisado, a taxa de sucesso foi de 83,8% (com variação de 7,4%)35.
Os mini-implantes colocados na maxila mostraram uma taxa de
sucesso significativamente maior do que os colocados na mandíbula. O lado
esquerdo teve significativamente maior sucesso do que o lado direito. Mini-implantes
instalados em áreas com inflamações mostraram menos sucesso. Técnicas
cirúrgicas inadequadas, falta de estabilidade inicial, superaquecimento durante a
colocação do mini-implante contribuem para o fracasso16.
Embora a utilização de mini-implantes de titânio, como ancoragem
esquelética temporária, tornou-se cada vez mais popular, de forma geral não há um
protocolo para colocação do parafuso. As variáveis incluem a presença ou ausência
de uma instrumentação piloto (quando é realizada uma perfuração inicial), a
instalação através do tecido mole, e do ângulo de inserção. A estabilidade primária
dos mini-implantes foi descrita como resultado de um travamento mecânico a ser
determinado por fatores como a qualidade da cortical, quantidade e saúde do tecido
mole, técnica de instalação e diâmetro do mini-implante29.
Como um sinal de estabilidade primária in vitro, Wilmes et al. em
pesquisa mediram a estabilidade de mini-implantes instalados com ângulos de 30º,
40º, 50º, 60º,70º, 80º, 90º. Além desses parâmetros, foram avaliados diferentes
diâmetros, de 1,6 e 2,0mm e comprimentos de 8,0 e 10,0 mm. Os dispositivos foram
instalados em segmento de osso ilíaco de porcos e concluiu-se que, para alcançar a
melhor estabilidade primária é aconselhável a inserção variando o ângulo de 60º a
70º. A associação que apresentou melhores resultados de inserção foram os
implantes de diâmetro 2,0 mm e comprimento de 10,0 mm. Ainda, os mini-implantes
com inserções mais oblíquas (30º) apresentaram baixa estabilidade, com diferenças
estatisticamente significativas28.
O diâmetro do mini-implante tem um grande impacto no torque de
inserção e, portanto, influencia diretamente na estabilidade primária dos mini-
implantes ortodônticos. Os torques muito altos de inserção podem levar a uma maior
taxa de falhas, causados por compressão óssea excessiva. A relação apropriada
entre o diâmetro do mini-implante e da perfuração inicial é crucial28. Mini-implantes
21
mais curtos e de menor diâmetro apresentaram taxas de sucesso menores que os
de maior diâmetro e maiores comprimento35.
Há a recomendação de colocação de mini-implantes na mucosa
gengival em uma angulação e 30º para 45º. Utilizando tomografia computadorizada
de feixe cônico para medir a espessura cortical, concluiu-se que a inserção do mini-
implante em angulação de 30º ao longo do eixo do dente aumenta o contato com a
cortical óssea em 50% comparado com a angulação de 90º. Além disso, esta
angulação aumentaria o contato ósseo e torque de inserção, propiciando um efeito
positivo sobre a estabilidade dos mini-implantes36.
Os mini-implantes com diâmetros de 2 mm e 10 mm de comprimento
apresentam um torque de inserção significativamente maior que os de 1,6 mm de
diâmetro e 0,8 mm de comprimento. O ângulo de inserção dos mini-implantes tem
um impacto significativo sobre a estabilidade primária destes dispositivos. Os
maiores valores de torque foram medidos em ângulos de 60º e 70º. Ângulos de
inserção muito oblíqua, 30º, reduziram a estabilidade primária28.
Estruturalmente a maxila apresenta uma cortical mais fina do que a
cortical da mandíbula, desta forma características anatômicas tais como a espessura
do osso cortical podem diferenciar a maxila da mandíbula. Pela angulação do mini-
implante, a espessura do osso cortical aumenta o contato com o mini-implante36.
As distâncias interradiculares são maiores na região dos molares do
que na região dos incisivos. A cortical mandibular, do lado lingual, apresenta maior
espessura que as da maxila (vestibular e palatina) e do que a mandíbula, lado
vestibular. A espessura da cortical vestibular maxilar é menor que a cortical da
mandíbula, do mesmo lado, na área dos molares. As distâncias interradiculares
maiores foram encontradas nos molares e as menores na região dos incisivos
inferiores37.
A quantidade de osso e a qualidade do osso circundante ao mini-
implante também podem ter um impacto na estabilidade do mini-implante. A partir da
espessura da cortical óssea, o melhor local disponível para instalação de mini-
implante é mesial ou distal do primeiro molar e a melhor angulação é de 30º a partir
do eixo longitudinal do dente, com mini-implantes de 6mm de comprimento e 1,3 mm
de diâmetro36.
Segundo Woodall et al., mini-implantes angulados podem criar um
problema, independente do ângulo de colocação. Um mini-implante deve ser
22
colocado com a cabeça posicionada perpendicular à superfície do osso, acima do
tecidos moles para permitir engajamento de força. Portanto, quando um mini-
implante é colocado em outro ângulo que não o de 90º, cria-se potencialmente um
braço mais longo para aplicação de forças, que poderá negativar qualquer efeito
positivo conferido pela angulação de colocação do mini-implante29.
Muitos estudos têm avaliado a espessura do osso cortical e a
densidade óssea para a instalação de mini-implantes, estando diretamente
relacionados com a estabilidade primária do mini-implante. Em relação ao osso
cortical, não houve diferenças estatisticamente significativas entre maxila e
mandíbula na região anterior, no entanto, há diferença significativa na região
posterior38.
Nas áreas cervicais superiores e inferiores, a distância inter-
radiculares dos molares é significativamente maior do que às dos incisivos. As
distâncias inter-radiculares na região apical são estatisticamente maiores do que a
cervical na região anterior37.
Com base nos resultados in vitro, é recomendada a colocação de
mini-implante, quando possível, com angulação de 90º, por oferecerem resistência
de ancoragem ligeiramente maior que os colocados com angulação de 30º e 60º.
Entretanto, análise de elementos finitos mostrou que o estresse ósseo realmente
aumentou dramaticamente com os mini-implantes colocados em 90º ao processo
osso alveolar29.
Uma estratégia comprovada para aumentar a taxa de sucesso é
acelerar a osseointegração e cicatrização. Segundo Buser e Thomas, modificações
na superfície dos mini-implantes de titânio e melhorias na sua topografia têm se
mostrado como fatores importantes para aumentar a osseointegração39.
23
3 ARTIGO
3.1 AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA DA DISPONIBILIDADE ÓSSEA PARA
INSTALAÇÃO DE MINI-IMPLANTES NA REGIÃO ANTERIOR DE MAXILA E
MANDÍBULA
RESUMO
O objetivo deste estudo foi acrescentar informações sobre as áreas elegíveis na região anterior de maxila e mandíbula para instalação de mini-implante, por meio de analises tridimensionais das distâncias interradiculares, variando o ângulo de inserção e verificando se existe diferenças na disponibilidade óssea quando analisamos diferentes faixas etárias, más oclusões e gênero. A amostra foi composta por 82 tomografias de pacientes da clínica da Unopar distribuídos em duas faixas etárias distintas: Faixa etária 1 (N=47 até 19 anos de idade – adolescentes) e Faixa etária 2 (=35 a partir de 20 anos – adultos) com média de idade 17,1 anos, ±6,4 anos. A amostra ainda foi subdividida quanto ao tipo de má oclusão (Classificação de Angle): Classe I (n=45) e Classe II (n=37), além de comparados quanto ao gênero: Masculino (n=36) 43,9% e Feminino (n=46) 55,1% sem tratamento ortodôntico prévio, com presença de todos os dentes irrompidos, com exceção de terceiros molares, na sdiferentes faixas etárias e portadores de má oclusão tipo 1 ou tipo 2. Tomografias volumétricas foram analisadas por meio de programa de análises tridimensionais Dolphin imaging 11.5®. Através das ferramentas deste programa foram obtidas as reconstruções panorâmicas (ortopantomográficas) e as secções transversais. A distância entre as raízes de dentes anteriores da maxila e mandíbula (de canino do lado esquerdo ao canino do lado direito, superior e inferior) foi determinada a 7 mm da junção amelocementária (JAC), assim como a disponibilidade óssea em profundidade em diferentes ângulos de inserção (90o, 60 o, 45o). A influência das diferentes angulações, idade e má oclusão sobre a disponibilidade óssea foi avaliada pela análise de variância (ANOVA), seguida do pós-teste de Bonferroni. Na maxila, foi observada maior disponibilidade óssea na região dos incisivos centrais e dos incisivos laterais e caninos. Na mandíbula, foi observada maior disponibilidade óssea na região do incisivo lateral e canino, seguido pela região dos incisivos centrais e, por último, na região dos incisivos centrais e laterais. Foi observada influência da angulação sobre a disponibilidade óssea em profundidade nas diferentes regiões anteriores tanto da maxila quanto da mandíbula, apresentando maior disponibilidade óssea com a angulação de 45º em ambos os arcos dentários. Não foi observada associação entre gênero e disponibilidade óssea na região anterior tanto da maxila quanto da mandíbula. Tanto na maxila como na mandíbula foi observada maior disponibilidade de espaço para os pacientes portadores de má oclusão Classe II em regiões específicas. Desta forma, esperamos contribuir para a elaboração de planos de tratamento e determinação de áreas de escolha para a instalação de mini-implantes com segurança.
Palavras-chave: Ortodontia. Ancoragem Esquelética Temporária, Implante Ortodôntico, Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico, Mini-implante.
24
INTRODUÇÃO
A ancoragem como fator de resistência ao deslocamento indesejado de uma
ou mais unidades dentárias sempre foi uma preocupação constante dos
ortodontistas, um grande desafio para a Ortodontia. A utilização de ancoragens
convencionais tem sido um obstáculo para o sucesso dos tratamentos ortodônticos,
sobretudo por requerer uma colaboração por parte do paciente1, 2. Muitas tentativas
têm sido realizadas com o objetivo de desenvolver uma ancoragem adequada para
os tratamentos ortodônticos, no entanto, nenhum dos dispositivos intrabucais
fornecia ancoragem suficiente3.
A crescente demanda por uma ancoragem com melhor resultado clínico e
efeitos curativos máximos fez com que os dispositivos de ancoragem esqueléticos
(DAE) se tornassem uma excelente alternativa comparada à ancoragem ortodôntica
convencional. Implantes endósseos serviam, com êxito, como estruturas de fixação
para aparelhos ortodônticos4.
Desde 1945, a Literatura evidencia o uso de implantes com a finalidade de
auxiliar na ancoragem ortodôntica em diversas metodologias1. Pouco foi descrito
entre 1945 e 1970 devido à falta de biocompatibilidade dos materiais empregados na
confecção dos implantes. A descrição da osseointegração por Branemark5 criou a
possibilidade de utilizar implantes de titânio com finalidade de reabilitação protética
e, posteriormente, estimulou a sua utilização como dispositivos de ancoragem
esquelética auxiliares no tratamento ortodôntico6,7. Estabeleceu-se o ponto de
partida para a utilização dos mini-implantes nos tratamentos ortodônticos como
dispositivos de ancoragem6.
Implantes ortodônticos se tornaram um método confiável na prática
ortodôntica, como dispositivos de ancoragem temporários. Surgiram os mini-
implantes como dispositivos utilizados para controlar a ancoragem. Há um grande
número de vantagens nesta abordagem, que inclui a inserção fácil, diminui o
desconforto do paciente,o baixo preço, carga imediata, diâmetro reduzido,
versatilidade das forças a serem utilizadas8.
O uso de mini-implantes como dispositivos de ancoragem esquelética (DAE)
temporária está cada vez mais frequente, facilitando o tratamento ortodôntico e
ampliando as possibilidades clinicamente viáveis. Suas principais vantagens
relacionam-se ao tamanho reduzido, o que aumenta as áreas disponíveis para sua
25
instalação, custo acessível, fácil instalação e remoção, e o fato de não dependerem
da colaboração do paciente9-11.
Por conta das vantagens e possibilidades oferecidas pela tomografia
computadorizada de feixe cônico (TCFC), muitos ortodontístas estão utilizando este
método para avaliação dos seus pacientes. Imagens tridimensionais são
provavelmente desnecessárias para todos os pacientes ortodônticos, deve-se
abordar o valor clínico de diagnóstico da imagem tridimencional para avaliar a
relação risco-benefício no uso de TCFC rotineiramente para pacientes
ortodônticos12.
Com o desenvolvimento da Tomografia Computadorizada de Feixe
Cônico(TCFC), e a maior eficiência das ferramentas oferecidas pelo programas
específicos para análises destes exames, ficaram mais seguros os procedimentos
para instalação dos mini-implantes. Ficou mais preciso mensurar a espessura das
corticais, a distância entre elas, medir o espaço inter-radicular9, 13.
O comprimento do mini-implante é um fator fundamental na estabilidade
mecânica, quanto maior o comprimento do dispositivo maior será a estabilidade
mecânica14. Há uma correlação entre a força de ancoragem máxima e o
comprimento do mini-implante, quanto maior o seu comprimento maior será a força
de ancoragem9.
O diâmetro do mini-implante tem um grande impacto sobre o torque de
inserção e a estabilidade do dispositivo. Se o espaço disponível entre as duas raízes
adjacentes for reduzido, pode ser recomendada uma direcção oblíqua de inserção,
sendo mais favorável com a finalidade de minimizar os riscos de contato com a
raiz15.
A espessura da cortical óssea é diretamente proporcional à taxa de sucesso
dos protocolos de mini-implantes16.
Levando em conta a necessidade de estudos tridimensionais em relação às
distâncias interradiculares, o objetivo deste estudo é propiciar um melhor
conhecimento anatômico e tomográfico da região anterior da maxila e mandíbula,
por meio de TCFC. Tais conhecimentos podem auxiliar nas áreas de escolha para
instalação dos DAEs com menores riscos e maior eficiência acerca da
disponibilidade óssea para a instalação dos mini-implantes, variando o ângulo de
inserção destes dispositivos.
26
MATERIAL E MÉTODOS
O protocolo deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) (P.P. n. 73750-20/08/12).
Inicialmente foi executado um período de treinamento finalizado com o teste
de calibração. Seguiu-se com a fase de coleta de dados e posterior conferência do
erro do método (intra-examinador).
Amostra
Foram analisadas 82 TCFC provenientes de um Centro de Radiologia, de
pacientes não submetidos a tratamento ortodôntico prévio. As imagens tomográficas
foram geradas utilizando um tomógrafo i-Cat (Imaging Sciences, Kavo), Protocolo:
22x16 cm fov, 40 sec, 0,4 voxel, 120 KVP e 36 mA). As imagens geradas foram
exportadas para o progama Dolphin Imaging 11.5® em formato DICOM. Os
indivíduos foram divididos em subgrupos, 1) Faixa etária: adolescentes até 19 anos
(n=47) e a partir de 20 anos (n=35) ; 2) Tipo de má Oclusão (classificação de Angle):
Classe I (n=45), Classe II (n=37) e 3) Gênero: masculino (n=36) 43,9% e feminino
(n=46) 55,1%.
Os critérios de inclusão foram: presença de todos os dentes permanentes
(exceto terceiros molares), ausência de tratamento ortodôntico prévio, ausência de
lesões periapicais e indicação de tratamento ortodôntico. Os voluntários foram
informados dos objetivos do estudo, como também de todos os procedimentos de
avaliação clínica, por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
devidamente explicados pela equipe participante do estudo (Anexo1).
Método
Por meio de programa de visualização e análises tridimensionais Dolphin
imaging 11.5TM (Patherson, Chatsworth, California, E.U.A.) foram realizadas as
análises utilizando-se a reconstrução panorâmica e a do plano perpendicular ao
rebordo alveolar (Figura 1).
27
As imagens foram obtidas com a ferramenta de reconstrução seccional do
rebordo alveolar com as quatro visualizações disponíveis neste recurso (Figuras 2 e
3)
Inicialmente utilizou-se o crânio em norma lateral para seleção dos limites a
serem reconstruídos (linhas brancas) e delimitação da posição do plano axial (linha
vermelha). A visão axial foi utilizada para delimitação da linha de referência de
reconstrução panorâmica bem como os parâmetros para definição das imagens
reconstruídas (espessura da panorâmica, espessura das reconstruções,
espaçamento entre as reconstruções, largura das reconstruções e quantidade de
imagens reconstruídas). Com estas definições foram obtidas as reconstruções
panorâmicas (ortopantomográficas) das áreas entre raízes dos dentes anteriores da
maxila e mandíbula. As áreas interradiculares, anterior da maxila e mandíbula,
foram determinadas a uma distância inicial de 7 mm da Junção Amelocementária
(JAC). Por se tratar da região anterior dos maxilares, é fato que se trata de uma área
onde há pouco espaço entre raízes. Baseado nos artigos que relatam distância de
5mm da JAC para inserção dos DAEs17, 18 para região interradicular para as áreas
posteriores por conta de ser uma região de maior espaço interradicular. Como
referências para executar as medidas nas regiões anterior da maxila e mandíbula,
serão usadas a Junção Amelocementária (JAC) e crista óssea, por se tratar de
referências de fácil identificação e visualização nas tomografias. No entanto, ficou
convencionado, para a regiões interradiculares anterior de maxila e mandíbula, que
esta distância seria de 7 mm da JAC, visando uma inserção dos mini-implantes mais
apical, sendo uma área mais segura. Foi realizada uma medida entre a crista óssea
até a JAC, obtendo um valor. À distância de 7 mm foi subtraído o valor obtido entre a
crista óssea e a JAC, resultando no valor efetivo usado a partir da crista óssea em
direção apical, correspondendo ao ponto de inserção do mini-implante.
A partir deste ponto, foram realizadas as medidas entre as raízes, no sentido
mesio-distal e vestíbulo-lingual, variando os ângulos de inserção dos mini-implantes.
Foram realizadas aproximadamente quatro mil medidas.
28
Figura 1 - Esquema de imagem tomográfica com desenho simulando o plano de reconstrução panorâmico (verde) e o plano perpendicular ao rebordo alveolar (azul). Fonte: Arquivo UNOPAR
Figura 2 - Posicionamento para medidas realizadas na mandíbula-região incisivos. Imagem obtida do programa Dophin imaging 11.5
® com a ferramenta de reconstrução
seccional do rebordo alveolar com as 4 visualizações (quadros) disponíveis neste recurso: 1º quadro superior esquerdo – crânio em norma lateral para seleção dos limites a serem reconstruídos (linhas brancas) e delimitação da posição do plano axial (linha vermelha); 2º quadro inferior esquerdo– visão axial para delimitação da linha de referência de reconstrução panorâmica e abaixo dele os parâmetros para definição das imagens reconstruídas (espessura da panorâmica, espessura das reconstruções, espaçamento entre as reconstruções, largura das reconstruções e quantidade de imagens reconstruídas); 3º quadro superior direito– imagem panorâmica reconstruída; 4º quadro inferior direito – imagem de reconstrução perpendicular ao rebordo alveolar com 0,5 mm de espessura. Fonte: Arquivo UNOPAR
29
Figura 3 - Posicionamento para medidas realizadas na maxila - região dos incisivos. Imagem obtida do Programa Dophin imaging 11.5
® com a ferramenta de reconstrução
seccional do rebordo alveolar com as 4 visualizações (quadros) disponíveis neste recurso: 1º quadro superior esquerdo – crânio em norma lateral para seleção dos limites a serem reconstruídos (linhas brancas) e delimitação da posição do plano axial (linha vermelha); 2º quadro inferior esquerdo– visão axial para delimitação da linha de referência de reconstrução panorâmica e abaixo dele os parâmetros para definição das imagens reconstruídas (espessura da panorâmica, espessura das reconstruções, espaçamento entre as reconstruções, largura das reconstruções e quantidade de imagens reconstruídas); 3º quadro superior direito– imagem panorâmica reconstruída; 4º quadro inferior direito – imagem de reconstrução perpendicular ao rebordo alveolar com 0,5 mm de espessura. Fonte: Arquivo UNOPAR
Os arquivos de cada paciente foram padronizados quanto ao
posicionamento da cabeça para ser obtido um maior índice de confiabilidade (Figura
4 A e B). As áreas inter-radiculares foram quantificadas em milímetros, assim como
a profundidade disponível para seleção do comprimento do mini-implante a ser
instalado. Além disso, foram realizadas as simulações de inclinação para instalação
dos mini-implantes, com subsequente análise da disponibilidade espacial em
profundidade.
30
A B Figura 4 – A - Ferramenta para posicionamento da cabeça com a orientação nos planos Axial e Sagital; B - Ferramenta para posicionamento da cabeça com a orientação nos planos Axial e Coronal Fonte: Arquivo UNOPAR
A B Figura 5 - A - Posição lateral da cabeça, com o segmento de linha unindo os pontos Pório e Orbital para reposicionar a cabeça de acordo com o plano de Frankfurt aproximado; e, B –Posição lateral da cabeça, orientada de acordo com o plano de Frankfurt Fonte: Arquivo UNOPAR
Após estabelecer o posicionamento da cabeça, foi realizado o registro das
medidas inter-radiculares anteriores da maxila (Figuras 6, 7 A, B, C) e da mandíbula
(Figuras 8, 9 A, B, C) Estas posições obtidas foram salvas para que todas as
posições sejam mantidas registradas sendo sempre as mesmas para a conferência
das medidas.
31
Figura 6 - Posicionamento para as medidas da maxila, usando o longo eixo dos incisivos superiores. Fonte: Arquivo UNOPAR
Figura 7 - Posicionamento para as medidas da maxila A – Visão frontal oblíqua, para medirmos os espaços entre as raízes do incisivo lateral e canino do lado direito superior; B – Visão frontal, para medirmos os espaços entre as raízes dos incisivos superiores; e, C – Visão frontal oblíqua, para medirmos os espaços entre as raízes do incisivo lateral e canino do lado esquerdo superior. Fonte: Arquivo UNOPAR
7A 7B 7C
32
Figura 8 – Posicionamento para as medidas da mandíbula, usando o longo eixo dos incisivos inferiores. Fonte: Arquivo UNOPAR
Figura 9 - Posicionamento para as medidas da mandibular. A – Visão frontal oblíqua, para medirmos os espaços entre as raízes do incisivo lateral e canino do lado direito inferior; 9B – Visão frontal para medirmos os espaços entre as raízes dos incisivos inferiores; e, 9C – Visão frontal oblíqua, para medirmos os espaços entre as raízes do incisivo lateral e canino do lado esquerdo inferior. Fonte: Arquivo UNOPAR
Nesta etapa foram realizadas as reconstruções panorâmicas, a partir da
tomografia de cada paciente (Figura 10, A, B).
9A 9B 9C
33
Figura 10 – Reconstrução panorâmica 10A – Definição dos limites superior e inferior a serem usados para maxila e mandíbula (linha branca) e escolha do plano axial próximo à região cervical dos dentes anteriores (linha vermelha); 10B – Imagem axial escolhida pelo posicionamento da linha vermelha da figura “10A”.
Fonte: Arquivo UNOPAR
Como referências para executar as medidas foram usadas a JAC e a crista
óssea, por se tratar de uma referência de fácil identificação e visualização (Figura
11).
Figura 11 – Visão interradicular e posicionamento para obtermos as medidas em profundidade e medidas angulares (sentido vestíbulo/lingual). Fonte: Arquivo UNOPAR
Como forma de aplicação clínica dos dados obtidos, foram realizadas as
medida a partir de estruturas de fácil identificação clínica e radiográfica: da JAC até
a crista óssea, obtendo-se um valor expresso em milímetros. Este valor foi diminuído
de 7mm (medida média definida como segura para instalação dos DAEs), obtendo a
distância a partir da crista óssea em sentido apical, onde provavelmente poderá ser
instalado o mini-implante (Figura 12). Realizou-se então as medidas inter-
10A 10B
34
radiculares, além das medidas em profundidade variando as angulações escolhidas
para simulação de instalação dos mini-implantes.
(A) (B) (C) Figura 12 – Medida para a instalação do mini-implante a partir da JAC até a crista óssea, mandíbula região de incisivos Neste exemplo é de 1,1mm. Inserir 12ªA-medida da crista ássea até o ponto onde será obtido a distância entre as raízes. B-medida da distância entre as raízes.é ponto de inserção do mini-implante, descontado o valor da medida realizada anteriormente C medida da distância inter-radicular. Fonte: Arquivo UNOPAR
Figura 13 - Imagem de reconstrução perpendicular ao rebordo alveolar 13A – Transferência da medida de 7,0mm a partir da JAC (descontada a distância medida até a crista, neste exemplo de 1,0mm), com ângulo de 90º ; 13B – Medida realizada a 6mm da crista óssea com ângulo de 60º em relação ao longo eixo do incisivo; 13C – Medida realizada a 6mm da crista óssea com ângulo de 45º em relação ao longo eixo do incisivo; 13D – Todas as medidas juntas realizada a 6mm da crista óssea com ângulos de 90º, 60º e 45º em relação ao longo eixo do incisivo inferior. Fonte: Arquivo UNOPAR
13A 13B 13C 13D
35
A B C Figura 14 – Medida para a instalação do mini-implante a partir da JAC até a crista óssea, maxila região de incisivos. A - Inserir 13ªA-medida da JAC a crista ássea B-medida da crista óssea até ponto de inserção do mini-implante, descontado o valor da medida realizada anteriormente C medida da distância inter-radicular. Fonte: Arquivo UNOPAR
Figura 15 - Imagem de reconstrução perpendicular ao rebordo alveolar Figuras 15A – Transferência da medida de 7,0mm a partir da JAC (descontada a distância medida até a crista, neste exemplo de 1,1mm), com ângulo de 90º ; 15B – Medida realizada a 5,9mm da crista óssea com ângulo de 60º em relação ao longo eixo do incisivo; 15C – Medida realizada a 5,9mm da crista óssea com ângulo de 45º em relação ao longo eixo do incisivo; 15D – Todas as medidas juntas realizada a 5,9mm da crista óssea com ângulos de 90º, 60º e 45º em relação ao longo eixo do incisivo inferior. Fonte: Arquivo UNOPAR
Treinamento e Calibração
As avaliações desta pesquisa foram realizadas por um único examinador
(A.C.P.C.). O processo de calibração foi conduzido por um examinador padrão,
sendo as atividades de treinamento, teórico-práticas e de calibração. Na primeira
etapa de treinamento foram ministradas três aulas teórico-práticas com duração de
15B 15A 15C 15D
36
quatro horas, com a padronização inicial quanto aos aspectos examinados. Na
próxima etapa, foram desenvolvidos exercícios práticos, avaliando e discutindo o
programa utilizado (Dolphin Imaging 11.5®
). Durante a terceira etapa deu-se a
calibração final, onde 15 tomografias foram examinadas.
Após os registros dos dados, foi realizada uma discussão, certificando-se
que o examinador encontrava-se familiarizado com os parâmetros do estudo.
Coleta de Dados
Os procedimentos referentes às coletas de dados foram realizados de
acordo com a descrição abaixo:
- Ambiente controlado com iluminação reduzida e computador com monitor
Panorâmico LED Samsung série SA300 21,5’’, formato 16:9, com resolução de
1920x1080 e contraste dinâmico;
- Após cada período de coleta (máximo de três horas), os dados eram
inseridos em planilha própria para estudos estatísticos;
- Ao se completarem as análises de 87 pacientes, exames de 15 pacientes
foram reavaliados para conferência da concordância intra-examinador.
Todas as TCFC utilizadas nesta pesquisa foram realizadas no mesmo centro
de radiologia, por um único radiologista, utilizando o mesmo tomógrafo i-Cat
(Imaging Sciences International, Hatfield, Pennsylvania, E.U.A.). Protocolo: 22x16
cm fov, 40 sec, 0,4 voxel, 120 KVP e 36 mA).
As imagens geradas foram exportadas para o progama Dolphin Imaging
11.5®
(Patterson Dental Supply Inc, Chatsworth, California, E.U.A.) em formato
DICOM.
Análise Estatística
A análise estatística foi realizada utilizando-se os programas GraphPad
Prism 5.0, Bioestat 5.0 e G Power 3.0. Adotou-se um intervalo de confiança de 95%
e nível de significância de 5% (p<0,05) para todos os testes aplicados.
Para evitar o erro inter-examinador, todas as medidas foram realizadas por
um único investigador previamente calibrado. Para avaliar o erro intra-examinador,
37
foram repetidas as medidas de 15 pacientes, selecionados aleatoriamente, com
intervalo médio de 30 dias para avaliação do erro sistemático e casual. Para verificar
o erro sistemático intra-examinador foi utilizado o teste “t” pareado. Na determinação
do erro casual, utilizou-se o cálculo de erro proposto por Dahlberg.
Após teste de normalidade de Shapiro-Wilk, os dados foram descritos pelos
parâmetros de média e desvio padrão. Inicialmente, comparou-se a disponibilidade
óssea em diferentes regiões da maxila do lado direito e esquerdo, pelo teste t
pareado.
Com o objetivo de comparar a influência de diferentes angulações sobre a
disponibilidade óssea, foi utilizada análise de variância a um critério (one way
ANOVA de medidas repetidas), seguida de pós-teste de Bonferroni. Adicionalmente,
utilizou-se procedimento similar (one way ANOVA) para avaliar a influência da idade
e tipo de má oclusão sobre a disponibilidade óssea. Objetivando avaliar possível
efeito da interação destes fatores na disponibilidade óssea, utilizou-se análise de
variância a dois critérios (two way ANOVA).
RESULTADOS
Erro do Método
Em relação ao erro sistemático, avaliado pelo teste “t” pareado, não foi
observada diferença entre as duas medições. Além disso, na avaliação do erro
casual, não houve valor representativo quando aplicada a fórmula de Dahlberg. Os
resultados das avaliações do erro sistemático e do erro casual indicaram,
respectivamente, que não houve diferença estatisticamente significante entre as
duas medições, confirmando uma boa calibração do examinador para avaliação dos
dados. Os dados referentes à descrição das médias, diferenças e erro casual são
apresentados na tabela 1.
38
Tabela 1 – Distribuição da disponibilidade óssea na região anterior da maxila e mandíbula (média ± desvio-padrão) e valor do p referente ao erro sistemático (teste t pareado) e erro casual (erro de Dahlberg).
Disponibilidade óssea (mm) 1ª. Medida 2ª. Medida Diferença p
Erro de Dahlberg
12-13 2,34 ± 0,68 2,38 ± 0,75 0,04 0,06 n.s. 0,22
22-23 2,17 ± 0,69 2,15 ± 0,71 - 0,03 0,10 n.s. 0,04
11-12 1,29 ± 0,43 1,24 ± 0,42 - 0,02 0,19 n.s. 0,04
21-22 1,43 ± 0,73 1,41± 0,75 - 0,02 0,27 n.s. 0,05
11-21 2,47 ± 0,84 2,45 ± 0,87 - 0,02 0,19 n.s. 0,04
31-32 41-42
0,96 ± 0,28 1,13 ± 0,44
0,91 ± 0,29 1,11 ± 0,47
- 0,05 0,10 n.s. 0,09
- 0,02 0,42 n.s. 0,07
32-33 42-43
1,74 ± 0,57 1,88 ± 0,67
1,74 ± 0,61 1,81 ± 0,67
- 0,02 0,27 n.s. 0,05
- 0,07 0,05 n.s. 0,08
31-41 1,91 ± 1,47 1,88 ± 1,46 - 0,03 0,21 n.s. 0,07
n.s. – diferença estatisticamente não significativa Fonte: Do autor
Comparação da disponibilidade óssea nas diferentes regiões anteriores da
maxila e mandíbula
Não foram observadas diferenças quanto à disponibilidade óssea em relação
ao lado direito e esquerdo da maxila ou mandíbula (Teste t de Student não pareado,
p>0,05). Desta forma, os dados foram agrupados para facilitar a análise.
Foram observadas diferenças na disponibilidade óssea nas diferentes
regiões anteriores tanto da maxila quanto da mandíbula, segundo teste one-way
ANOVA de medidas repetidas (p=0,0001). Na maxila, foi observada maior
disponibilidade óssea entre os incisivos centrais (2,36 mm) e dos incisivos laterais e
caninos (2,29 mm). Na mandíbula, foi observada maior disponibilidade óssea na
região do incisivo lateral e canino (1,73 mm), seguido pela região dos incisivos
centrais e, por último, na região dos incisivos centrais e laterais. Os dados referentes
à disponibilidade óssea nas diferentes regiões anteriores estão apresentados na
tabela 2.
39
Tabela 2 - Avaliação da disponibilidade óssea (média ± DP), espaços Inter radiculares na região anterior da maxila e mandíbula.
Disponibilidade óssea Média ± DP p
Poder do Teste
Maxila
12-13/ 22-23 2,29 ± 0,89a
0,0001* 1,00 11-12 / 21-22 1,35 ± 0,52b
11-21 2,36 ± 0,88a
Mandíbula
32-33 / 42- 43 1,73 ± 0,62a
0,0001* 0,99 31-32/41- 42 1,14 ± 0,39b
31-41 1,39 ± 0,77c
* Estatisticamente significante, one-way ANOVA de medidas repetidas. Letras diferentes indicam que os grupos são diferentes estatisticamente (Pós-teste: Bonferroni). Fonte: Do autor
Influência da angulação sobre a disponibilidade óssea nas diferentes regiões
anteriores da maxila e mandíbula
Foi observada influência da angulação sobre a disponibilidade óssea nas
diferentes regiões anteriores tanto da maxila quanto da mandíbula, apresentando
maior disponibilidade óssea com a angulação de 45º, seguida pela angulação de 60º
e por último 90º em ambos os arcos dentários (one-way ANOVA de medidas
repetidas, p=0,0001). Os dados referentes à disponibilidade óssea nas diferentes
regiões anteriores estão apresentados na tabela 3 e Gráfico 1.
Tabela 3 – Avaliação em profundidade da disponibilidade óssea (média ± DP) em diferentes regiões e com diferentes angulações.
Região 45º 60º 90º p
Poder do teste
12-13/ 22-23
12,18 ± 3,32a 9,44 ± 1,83b 7,55 ± 1,15c 0,0001* 1,00
11-12 / 21-22
13,45 ± 3,61a 9,67 ± 1,82b 7,18 ± 0,99c 0,0001* 1,00
11-21 10,49 ± 3,20a 8,15 ± 1,71b 6,54 ± 1,04c 0,0001* 1,00
32-33 / 42- 43
9,44 ± 2,15a 7,97 ± 1,56b 6,83 ± 1,10c 0,0001* 1,00
31-32/ 41- 42
9,28 ± 1,66a 7,43 ± 1,28b 6,22 ± 0,91c 0,0001* 1,00
31-41 8,82 ± 1,83a 6,97 ± 1,32b 5,79 ± 1,07c 0,0001* 1,00
* Estatisticamente significante, ANOVA de medidas repetidas (Pós- teste: Bonferroni). Letras diferentes indicam que os grupos são diferentes estatisticamente. Fonte: Do autor
40
Gráfico 1 - Avaliação em profundidade da disponibilidade óssea (média ± DP) em diferentes regiões e com diferentes angulações. Fonte: Do autor
Influência da idade sobre a disponibilidade óssea
Não foi observada influência da idade sobre a disponibilidade óssea, exceto
para a região entre os incisivos centrais e laterais no arco inferior, estando estes
dados apresentados na tabela 4.
Tabela 4 - Avaliação da distribuição da faixa etária sobre a disponibilidade óssea (média ± DP) interradicular na região anterior da maxila e mandíbula.
Disponibilidade óssea Faixa Etária I Faixa Etária II p
Maxila
12-13/ 22-23 2,37 ± 0,86 2,10 ± 0,93 0,06
11-12 / 21-22 1,32 ± 0,50 1,41 ± 0,58 0,32
11-21 2,35 ± 0,88 2, 39 ± 0,94 0,84
Mandíbula
32-33 / 42- 43 1,77 ± 0,58 1,65 ± 0,72 0,27
31-32/41- 42 1,12 ± 0,39 1,18 ± 0,40 0,001*
31-41 1,42 ± 0,87 1,31 ± 0,46 0,53
* Estatisticamente significante, Teste t não pareado, p< 0,05. Fonte: Do autor
Foi avaliada a influência das diferentes faixas etárias na disponibilidade
óssea na região anterior de maxila e mandíbula, levando-se em conta as diferentes
angulações. Foram observadas diferenças entre os grupos em relação à angulação
(p=0,0001) e faixa etária (p=0,0001) tanto no arco superior quanto inferior. Além
41
disso, foi também observada significância na associação destes fatores (p=0,0001)
tabela 5.
Tabela 5 – Avaliação em profundidade da disponibilidade óssea (média ± DP) em diferentes regiões e com diferentes angulações nas diferentes faixas etárias.
Faixa etária 90º 60º 45º
12/13
Até 19 anos 7,65 ± 1,13 9,44 ± 1,80 12,13 ± 3,21
≥ 19 anos 7,34 ± 1,20 9,44 ± 1,92 12,30 ± 3,57
11/12
Até 19 anos 7,27 ± 0,99 9,75 ± 1,90 13,53 ± 3,82
≥ 19 anos 6,95 ± 0,96 9,46 ± 1,63 13,26 ± 3,09
11/21
Até 19 anos 6,67 ±1,08 8,35 ± 1,82 10,97 ± 3,50
≥ 19 anos 6,23 ± 0,90 7,69 ± 1,35 9,38 ± 2,07
32/33
Até 19 anos 6,98 ± 1,13 8,16 ± 1,64 9,68 ± 2,35
≥ 19 anos 6,46 ± 0,91 7,52 ± 1,27 8,90 ± 1,50
31/32
Até 19 anos 6,35 ± 0,92 7,59 ± 1,28 9,44 ± 1,67
≥ 19 anos 5,91 ± 0,83 7,06 ± 1,21 8,90 ± 1,58
31/41
Até 19 anos 5,87 ± 1,07 7,13 ± 1,34 9,03 ± 1,79
≥ 19 anos 5,60 ± 1,08 6,63 ± 1,26 8,34 ± 1,88
* Estatisticamente significante, Two-way ANOVA, seguido de pós-teste de Bonferroni. Fonte: Do autor
Influência do gênero sobre a disponibilidade óssea nas diferentes regiões
anteriores da maxila e mandíbula
Não foi observada associação entre gênero e disponibilidade óssea na
região anterior tanto da maxila quanto da mandíbula (Teste t de Student não
pareado, p>0,05), estando estes dados apresentados na tabela 6 .
Foi relacionado à disponibilidade óssea em profundidade na região anterior
da maxila e mandíbula, nos diferentes ângulos de inserção (90º , 60º, 45º), em
relação ao gênero tabela 7.
42
Tabela 6 - Avaliação da distribuição do gênero sobre a disponibilidade óssea (média ± DP) na região anterior da maxila e mandíbula.
Disponibilidade óssea Feminino Masculino p
Maxila
12-13/ 22-23 2,28 ± 0,79 2,29 ± 0,99 0,96 n.s.
11-12 / 21-22 1,41 ± 0,50 1,27 ± 0,54 0,09 n.s.
11-21 2,41 ± 0,85 2,30 ± 0,92 0,44 n.s.
Mandíbula
32-33 / 42- 43 1,71 ± 0,54 1,75 ± 0,72 0,69 n.s.
31-32/41- 42 1,18 ± 0,33 1,09 ± 0,45 0,14 n.s.
31-41 1,45 ± 0,92 1,31 ± 0,51 0,24 n.s.
* Estatisticamente significante, Teste t não pareado, p< 0,05. Fonte: Do autor
Foram observadas diferenças entre os grupos em relação à angulação
(p=0,0001) e em relação ao gênero (p=0,0001) tanto no arco superior quanto
inferior. Contudo, não foi observada associação entre gênero e angulação (p=0,06).
Tabela 7 - Avaliação da disponibilidade óssea (média ± DP) em diferentes regiões e com diferentes angulações nos diferentes gêneros.
Gênero 90º 60º 45º
12/13
Feminino 7,38 ± 1,15a 9,20 ± 1,60b 11,80 ± 2,68c Masculino 7,77 ± 1,13a 9,73 ± 2,04b 12,66 ± 3,92c
11/12
Feminino 6,87 ± 0,85a 9,17 ± 1,45b 13,01 ± 3,24c Masculino 7,56 ± 1,03a 10,28 ±2,04b 13,98 ± 3,98c
11/21
Feminino 6,45 ± 0,98a 8,08 ± 1,76b 10,69 ± 3,49c Masculino 6,65 ± 1,20a 8,24 ± 1,68b 10,25 ± 2,85c
32/33
Feminino 6,78 ± 1,11a 7,93 ± 1,60b 9,38 ± 2,27c Masculino 6,89 ± 1,08a 8,01 ± 1,52b 9,53 ± 2,01c
31/32
Feminino 6,09 ± 0,89a 7,32 ± 1,30b 9,21 ± 1,69c Masculino 6,37 ± 0,93a 7,57 ± 1,25b 9,36 ± 1,63c
31/41
Feminino 5,65 ± 1,04a 6,94 ± 1,40b 8,78 ± 1,93c Masculino 5,96 ± 1,10a 7,03 ± 1,26b 8,87 ± 1,73c
Letras diferentes indicam que os grupos são diferentes (Two-way ANOVA, Pós-teste: Bonferroni, p<0,05). Fonte: Do autor
43
Influência do tipo de má oclusão sobre a disponibilidade óssea nas diferentes
regiões anteriores da maxila e mandíbula
Não foi verificada influência do tipo de má oclusão (Classe I e Classe II)
sobre a disponibilidade óssea, exceto para as regiões dos dentes 12/13-22/23
(p=0,003), 31/32-41/42 (p=0,01) e 31/41 (p=0,005). Na maxila na região entre os
incisivos laterais e caninos, foi observada maior disponibilidade para os pacientes
portadores de má oclusão Classe II. E na mandíbula houve maior disponibilidade em
pacientes portadores de má oclusão tipo Classe II. Os dados referentes à
distribuição da disponibilidade óssea nos diferentes tipos de má oclusão são
apresentados na tabela 8.
Tabela 8 - Avaliação da distribuição do tipo de má oclusão sobre a disponibilidade óssea (média ± DP) na região anterior da maxila e mandíbula.
Disponibilidade óssea Classe I Classe II p
Maxila
12-13/ 22-23 2,14 ± 0,83 2,55 ± 0,92 0,003*
11-12 / 21-22 1,35 ± 0,53 1,34 ± 0,52 0,88
11-21 2,31± 0,92 2,40 ± 0,79 0,49
Mandíbula
32-33 / 42- 43 1,70 ± 0,67 1,70 ± 0,67 0,47
31-32/41- 42 1,06 ± 0,34 1,20 ± 0,39 0,01*
31-41 1,25 ± 0,47 1,59 ± 1,04 0,005*
* Estatisticamente significante, Teste t não pareado, p< 0,05. Fonte: Do autor
Influência do tipo de má oclusão sobre a disponibilidade óssea nas diferentes
regiões anteriores da maxila e mandíbula com diferentes angulações
Foi analisada a disponibilidade óssea em diferentes regiões da maxila e
mandíbula, com diferentes angulações de inserção, considerando o tipo de má
oclusão, conforme tabela 9.
Foram observadas diferenças entre os grupos em relação à angulação
(p=0,0001) tanto para maxila como para a mandíbula. Entretanto não foram
observadas diferenças entre os grupos em relação ao tipo de má oclusão (p=0.64) e
interação entre os fatores (p=0.46).
44
Tabela 9 - Avaliação da disponibilidade óssea (média ± DP) em diferentes regiões e com diferentes angulações nos diferentes tipos de má oclusão.
Má oclusão 90º 60º 45º
12/13
I 7,63 ± 1,14a 9,55 ± 1,96b 12,36 ± 3,55c II 7,32 ± 1,13a 9,23 ± 1,67b 11,96 ± 3,12c
11/12
I 7,16 ± 1,06a 9,62 ± 1,98b 13,39 ± 3,72c II 7,12 ± 0,82a 9,61 ± 1,51b 13,56 ± 3,54c
11/21
I 6,50 ± 1,08a 8,12 ± 1,65b 10,34 ± 2,79c II 6,5 ± 1,02a 8,15 ± 1,83b 10,71 ± 3,80c
32/33
I 6,75 ± 1,14a 7,88 ± 1,63b 9,28 ± 2,12c II 6,95 ± 1,03a 8,07 ± 1,50b 9,63 ± 2,29c
31/32
I 6,27 ± 0,86a 7,49 ± 1,21b 9,40 ± 1,58c II 6,15 ± 0,94a 7,33 ± 1,30b 9,11 ± 1,66c
31/41
I 5,88 ± 1,02a 7,06 ± 1,24b 8,93 ± 1,70c II 5,61 ± 1,04a 6,83 ± 1,30b 8,70 ± 1,84c
Letras diferentes indicam que os grupos são diferentes (Two-way ANOVA, Pós-teste: Bonferroni, p<0,05). Fonte: Do autor
DISCUSSÃO
A ancoragem em ortodontia é definida como a resistência ao movimento
indesejado de um ou mais elementos dentários. O controle de ancoragem é
essencial para o sucesso na obtenção de resultados na prática ortodôntica. Os mini-
implantes têm crescido em popularidade como uma ferramenta importante para
facilitar a máxima ancoragem, sem a utilização de aparelhos extra-orais que
dependem da cooperação dos pacientes. Por suas dimensões, os mini-implantes
podem ser instalados em muitas regiões da cavidade oral, minimizando assim os
riscos de por em perigo as estruturas anatômicas adjacentes à área de inserção
durante a sua instalação e remoção4, 19
Apesar do uso frequente dos mini-implantes, há ainda um conhecimento
insuficiente sobre o padrão de posicionamento ideal, segurança e características de
ancoragem em relação ao osso no qual eles foram colocados. Clinicamente, as
informações sobre a espessura e densidade do osso podem fornecer o mais forte
45
preditor de estabilidade do mini-implante em qualquer local20.
Algumas complicações podem ocorrer durante a instalação dos mini-
implantes incluindo danos às raízes adjacentes, nervos, vasos sanguíneos, seios
maxilares, fratura do mini-implante, inflamação dos tecidos moles e infecções 21, 22.
Estimulados pela dificuldade de encontrar espaços adequados entre as
raízes para inserção dos mini-implantes, muitos pesquisadores começaram a
explorar diferentes áreas interradiculares que seriam mais ricas na disponibilidade
de espaço para receberem este dispositivo23.
Um planejamento cirúrgico seguro, considerando os espaços disponíveis
para inserção dos mini-implantes, regiões anatômicas adjacentes, é sem dúvida um
fator para o sucesso da utilização destes dispositivos. A análise de imagens
tridimensionais, o uso de programas modernos que nos ofereçam ferramentas
importantes para estudo, diagnóstico e planejamento da disponibilidade óssea para
instalação dos mini-implantes são elementos imprescendíveis. Estas imagens
tridimencionais não apresentam a distorção vista em fotos ou filmes e radiografias
periapicais e panorâmicas24-26.
Em relação à idade, um de cinco estudos com pacientes com mais de 30
anos de idade mostrou uma diferença significativa na taxa de sucesso27. A amostra
foi dividida em duas faixas etárias que avaliou a influência da idade sobre a
disponibilidade óssea nas regiões avaliadas, constatando-se uma diminuição óssea
com o aumento da idade28.
Os benefícios da Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) a
sua baixa dose de radiação e suas imagens tridimensionais, ganham popularidade
nos diagnósticos e tratamentos ortodônticos12, 13, 29. Entretanto há alguns fatores que
contribuem para que os profissionais deixem de usar as tomografias como recurso
para seus planejamentos de tratamento, o custo elevado e a falta de acesso à
TCFC, fazendo com que os trabalhos realizados nesta área tenham carência de
amostras25, 26, 30.
Nas áreas cervicais superiores e inferiores, a distância inter-radiculares dos
molares é significativamente maior do que às dos incisivos. As distâncias inter-
radiculares na região apical são estatisticamente maiores do que a cervical na região
anterior31.
Na maxila, foi observada maior disponibilidade óssea na região dos incisivos
centrais e dos incisivos laterais e caninos. Na mandíbula, foi observada maior
46
disponibilidade óssea na região do incisivo lateral e canino, seguido pela região dos
incisivos centrais e, por último, na região dos incisivos centrais e laterais. Os dados
referentes à disponibilidade óssea nas diferentes regiões anteriores estão
apresentados na tabela 2.
Não houve diferença estatisticamente significante na disponibilidade óssea
entre as raízes quando comparados os lados direito e esquerdo do mesmo paciente
nas regiões estudadas, corroborando com Kim et al28. Desta forma, os dados foram
agrupados em relação à região dos grupos dentários para facilitar a análise dos
dados, conforme demonstrado na Tabela 1 32.
Os resultados das avaliações do erro sistemático e do erro casual indicaram,
respectivamente, que não houve diferença estatisticamente significante entre as
duas medições, confirmando uma boa calibração do examinador para avaliação dos
dados. Os dados referentes à descrição das médias, diferenças, erro sistemático e
erro casual são apresentados na tabela 1.
Como referências para executar as medidas nas regiões anterior da maxila e
mandíbula, foram usadas a Junção Amelocementária (JAC) e crista óssea, por se
tratar de referências de fácil identificação e visualização nas tomografias. No
entanto, ficou convencionado, para a regiões interradiculares anterior de maxila e
mandíbula, que esta distância seria de 7mm da JAC, visando uma inserção dos mini-
implantes mais apical, sendo uma área mais segura, devido a própria convexidade
óssea característica da região anterior da maxila e mandíbula. Quanto mais apical
maior será a disponibilidade óssea interradicular.
Com base nos resultados in vitro, é recomendada a colocação de mini-
implante, quando possível, com angulação de 90º, por oferecerem resistência de
ancoragem ligeiramente maior que os colocados com angulação de 30º e
60º.Entretanto análise de elementos finitos mostrou que o estresse ósseo realmente
aumentou dramaticamente com os mini-implantes colocados em 90º ao processo
osso alveolar, apresentando resistência à fixação 33.
Com o objetivo de procurar manter a segurança das raízes, tecidos
adjacentes, garantindo a inserção dos mini-implantes em mucosa ceratinizada, pode
ser feita uma variação no ângulo de inserção deste dispositivo, mais oblíquo, mais
apical, assegurando sucesso desta indicação10,32.
Foi observada influência da angulação sobre a disponibilidade óssea nas
diferentes regiões anterior tanto da maxila quanto da mandíbula, apresentando
47
maior disponibilidade óssea com a angulação de 45º, seguida pela angulação de 60º
e por ultimo 90º em ambos os arcos dentários (one-way ANOVA de medidas
repetidas, p=0,0001), apresentadas na tabela 3 e no gráfico 1.
Há a recomendação de colocação de mini-implantes na mucosa gengival em
uma angulação de 30º para 45º para a maxila e mandíbula. Utilizando tomografia
computadorizada de feixe cônico para medir a espessura cortical, concluiu-se que a
inserção do mini-implante em angulação de 30º ao longo do eixo do dente aumenta
o contato com a cortical óssea em 50% comparado com a angulação de 90º. Além
disso, esta angulação aumentaria o contato ósseo e torque de inserção, propiciando
um efeito positivo sobre a estabilidade dos mini-implantes34.
Em estudos realizados em tomografias de pacientes dentados e
desdentados, constatou-se que tanto na maxila como na mandíbula a relação do
osso trabecular foi maior em homens do que em mulheres. Entretanto com
diferenças estatisticamente significantes apenas na região do canino. A relação do
osso trabecular é mais reduzida com o aumento da idade no grupo dentado do que
no grupo de desdentados, na região de incisivos. No grupo de desdentados a
relação do osso trabecular diminui com o aumento da idade apenas na região dos
molares e primeiros pré-molares28.
Não foi observada associação entre gênero e disponibilidade óssea na
região anterior tanto da maxila quanto da mandíbula (Teste t de Student não
pareado, p>0,05), estando estes dados apresentados na tabela 6. Foram
observadas diferenças entre os grupos em relação à angulação (p=0,0001) e em
relação ao gênero (p=0,0001) tanto no arco superior quanto inferior. Contudo, não foi
observada associação entre o gênero e angulação (p=0,06) tabela 7.
Na maxila na região entre os incisivos laterais e caninos, foi observada maior
disponibilidade para os pacientes portadores de má oclusão Classe II. Além disso,
foi também observada na região da mandíbula, maior disponibilidade em pacientes
portadores de má oclusão tipo Classe II. Os dados referentes à distribuição da
disponibilidade óssea nos diferentes tipos de má oclusão são apresentados na
tabelas 8 e 9.
CONCLUSÃO
Baseando-se em um ponto de inserção do mini-implante a 7 mm da junção
48
amelocementária (JAC), pode ser concluído:
Na maxila, foi observada maior disponibilidade óssea na região entre os
incisivos centrais e na região entre os incisivos laterais e caninos.
Na mandíbula, foi observada maior disponibilidade óssea na região entre o
incisivo lateral e canino, seguido pela região entre os incisivos centrais e, por último,
na região entre os incisivos centrais e laterais.
Foi observada influência da angulação sobre a disponibilidade óssea nas
diferentes regiões anteriores tanto da maxila quanto da mandíbula, apresentando
maior disponibilidade óssea com a angulação de 45º em ambos os arcos dentários.
Não foi observada associação entre gênero e disponibilidade óssea na
região anterior tanto da maxila quanto da mandíbula.
Similarmente, também não foi verificada influência do tipo de má oclusão
(Classe I e Classe II), exceto para as regiões dos dentes 12/13-22/23. Na maxila na
região entre os incisivos laterais e caninos, foi observada maior disponibilidade para
os pacientes portadores de má oclusão Classe II. Além disso, foi ainda observada na
região da mandíbula, maior disponibilidade em pacientes portadores de má oclusão
tipo Classe II.
Há disponibilidade em profundidade para todos os ângulos avaliados (90o,
60 o, 45o),, considerando um comprimento médio de 6 mm de um mini-implante. Mas
a 45o houve maior disponibilidade óssea em profundidade. Não houve espaço
interradicular para uma distância de 7 mm da JAC suficiente para um mini-implante
de medida de 1,5 mm de diâmetro.
Portanto, seria razoável sugerir que para a altura de 7 mm da JAC (que
permite, em geral, a inserção na mucosa inserida) utilizando-se 45o, para que
possamos encontrar mais espaço interradicular. Porém, mais trabalhos são
necessários para avaliar este espaço com maior precisão.
REFERÊNCIAS
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52
4 CONCLUSÃO
Baseando-se em um ponto de inserção do mini-implante a 7 mm da
junção amelocementária (JAC), pode ser concluído:
Na maxila, foi observada maior disponibilidade óssea na região entre
os incisivos centrais e na entre os incisivos laterais e caninos.
Na mandíbula, foi observada maior disponibilidade óssea na região
entre o incisivo lateral e canino, seguido pela região entre os incisivos centrais e, por
último, na região entre os incisivos centrais e laterais.
Foi observada influência da angulação sobre a disponibilidade óssea
nas diferentes regiões anteriores tanto da maxila quanto da mandíbula,
apresentando maior disponibilidade óssea com a angulação de 45º em ambos os
arcos dentários.
Não foi observada associação entre gênero e disponibilidade óssea
na região anterior tanto da maxila quanto da mandíbula.
Similarmente, também não foi verificada influência do tipo de má
oclusão (Classe I e Classe II), exceto para as regiões dos dentes 12/13-22/23. Na
maxila na região entre os incisivos laterais e caninos, foi observada maior
disponibilidade para os pacientes portadores de má oclusão Classe II. Além disso,
foi também observada na região da mandíbula, maior disponibilidade em pacientes
portadores de má oclusão tipo Classe II.
Com o desenvolvimento da Tomografia Computadorizada de Feixe
Cônico(TCFC), da eficiência das ferramentas oferecidas pelo programas
específicos, Dolphin imaging 11.5®, para análises destes exames com as
avaliações tridimencionais (3D) ficaram mais seguros os procedimentos para
instalação dos mini-implantes.
53
REFERÊNCIAS
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57
ANEXOS
58
Anexo 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de consentimento livre e esclarecido para participação na
pesquisa intititulada: “Avaliação tridimensional de espaços para a instalação de
dispositivos de ancoragem esquelética temporários, na região anterior de maxila e
mandíbula” (de acordo com a Resolução 196 de 10/10/1996 do Conselho Nacional
de Saúde).
Eu,____________________________________________________
____________, RG nº___________________, livremente, consinto em participar da
pesquisa “Avaliação tridimensional de espaços disponíveis para ancoragem
esquelética temporária na maxila” sob responsabilidade do professor Ricardo de
Lima Navarro, docente da Universidade do Paraná, localizada à Av. Paris, 675,
Jardim Piza, Londrina/PR.
Objetivo da pesquisa:
Este estudo pretende avaliar áreas disponíveis para instalação de dispositivos
auxilares para tratamento ortodôntico, por meio de exames de tomografia
computadorizada.
Procedimentos que serão necessários:
A pesquisa será conduzida por meio de avaliações odontológicas das
documentações ortodônticas obtidas em clínica radiológica. Estes procedimentos
não causam nenhum dano físico e nem mental.
Privacidade:
Os dados individualizados serão confidenciais. Os resultados coletivos serão
divulgados apenas em eventos e revistas científicos e não é possível a sua
identificação.
Benefícios:
As informações obtidas nesta pesquisa poderão ser úteis cientificamente e de ajuda
para todos, porém não será oferecida nenhuma compensação financeira pela
participação no estudo.
Riscos:
Não haverá nenhum risco para a integridade física, mental ou moral em função da
participação neste estudo.
59
Desistência:
Será possível desistir a qualquer momento deste estudo, sem qualquer
conseqüência. O(a) senhor(a) tem o direito de pedir outros esclarecimentos sobre a
pesquisa que considerar necessário e de se recusar a participar ou interromper a
sua participação a qualquer momento, sem que isso lhe traga qualquer prejuízo.
Contato com os pesquisadores:
Caso haja necessidade de esclarecimento de dúvidas ou reclamações ligue para o
Centro de Pesquisa em Saúde da UNOPAR, (43) 3371-7991, nos seguintes
horários: 8h às 12h, e 14h às 17h.
Declaro estar ciente das informações deste termo de consentimento livre e
esclarecido e concordo em participar desta pesquisa.
Londrina, _____ de ______________ de ________.
________________________________ Assinatura do entrevistado
60
Anexo 2 – Parecer Consubstanciado do CEP
61