AvaliaçãodaMaturidadeFetal

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AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETAL - O estabelecimento da IG baseia-se na data da última menstruação (DUM), na altura do útero (AU), no início dos MF ativos, na insinuação e na biometria fetal pelos US. - A duração da gestação é de 280 dias, ou seja, de 40 semanas, sendo calculada pela regra de Naegele somando- se á DUM 7 dias e subtraindo-se 3 meses sendo: DUM 10 / 02 / 2005 +7 / -3 /2005 17 / 11 /2005 vai nascer - O feto que tem seus órgãos internos com capacidade funcional semelhante aos RN temos, possuem maturidade fetal. - O aspecto mais importante é a maturidade pulmonar, pois 40% das mortes neonatais ocorrem por membrana hialina, com dificuldade para respirar fora do útero. * Avaliação clínica: - DUM: idade gestacional acima de 37 semanas sugere maturidade fetal - Altura uterina: acima de 28 cm. A partir do 4ºmês o útero cresce 4 cm ao mês e nas 2 últimas semanas, nas primíparas pode ocorrer queda do ventre e insinuação do pólo cefálico (alívio respiratório para a gestante). - MF: não são percebidos pela gestante em geral á partir do 4º mês. * Exames complementares: 1) RX: com avaliação dos núcleos de ossificação com 37-38 semanas. Observa-se o núcleo de BECLARD ( epífise distal do fêmur) 2) Amnioscopia: é uma endoscopia cervical, com o objetivo de visualizar o líquido amniótico e a apresentação. É constituído de um tubo oco e metálico ou compacto de

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AVALIAÇÃO DA MATURIDADE FETAL

- O estabelecimento da IG baseia-se na data da última menstruação (DUM), na altura do útero (AU), no início dos MF ativos, na insinuação e na biometria fetal pelos US.

- A duração da gestação é de 280 dias, ou seja, de 40 semanas, sendo calculada pela regra de Naegele somando-se á DUM 7 dias e subtraindo-se 3 meses sendo:

DUM 10 / 02 / 2005 +7 / -3 /2005

17 / 11 /2005 vai nascer- O feto que tem seus órgãos internos com capacidade funcional semelhante aos RN

temos, possuem maturidade fetal.- O aspecto mais importante é a maturidade pulmonar, pois 40% das mortes neonatais

ocorrem por membrana hialina, com dificuldade para respirar fora do útero.

* Avaliação clínica:

- DUM: idade gestacional acima de 37 semanas sugere maturidade fetal- Altura uterina: acima de 28 cm. A partir do 4ºmês o útero cresce 4 cm ao mês e nas

2 últimas semanas, nas primíparas pode ocorrer queda do ventre e insinuação do pólo cefálico (alívio respiratório para a gestante).

- MF: não são percebidos pela gestante em geral á partir do 4º mês.

* Exames complementares:

1) RX: com avaliação dos núcleos de ossificação com 37-38 semanas. Observa-se o núcleo de BECLARD ( epífise distal do fêmur)

2) Amnioscopia: é uma endoscopia cervical, com o objetivo de visualizar o líquido amniótico e a apresentação. É constituído de um tubo oco e metálico ou compacto de acrílico,introduzido no colo cervical,tendo pelo menos 1,5 cm de luz cervicidilatação.

Seus ricos são pouco freqüentes como ruptura das membranas ovulares, pequenas hemorragias, traumas e infecções.Avaliam-se: a cor, transparência do LA e presença de grumos.- cor clara: boa vitalidade- claro com grumos: boa vitalidade e boa maturidade- meconial: sofrimento fetal recente- vermelho: hemorragia- amarelo: presença de bilirrubina (isoimunização do RN)- achocolatado: sofrimento antigo ou óbito fetalO resultado é confiável em 90% dos casos com falso-positivos e falso-negativos em 10%.São contra-indicações:- placenta prévia: descolamento de placenta- Processo infeccioso cérvico-vaginal

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3) US: é o ideal, sendo feita no 1º trimestre de gestação (antes da 20ª semana) para pesquisar o CCN (comprimento cabeça-nádega).

Com avaliação do DBP (diâmetro bi-parietal) sendo na 2ª metade de gestação. O comprimento do fêmur e maturidade placentária ( cotilédocos e calcificações são visualizados) também são usados.

4 ) Amniocentese: é a punção para coleta do líquido amniótico via abdominal, orientada pela US, podendo ser feita em ambulatório. Usa-se agulha de raquianestesia retirando de 10-20 ml de LA.Existe 2 tipos de amniocentese:- Precoce: realizada entre 12-14ª semana tendo indicações como cariótipo fetal para

afastar a trissomia do 21 (Síndrome de Down) e determinação do sexo fetal. Co risco de infecção e abortamento.

- Tardia: após a 28ª semana com indicações para estudo da vitalidade e maturidade fetal e infecção fetal. Com risco de lesão fetal anexial, trabalho de parto prematuro e amniorrexe (rotura de bolsa).

* Exames laboratoriais: é o exame do LA obtido pela amniocentese

- Macroscopia: coloca-se o LA no tubo de ensaio e observa-se contar um fundo branco, vendo sua cor e transparência ( grumos são maduros). O LA normal é claro e transparente (água de rocha) e após 36 semanas podem haver grumos (vérnix caseoso). Outros aspectos é patológico.

- Microscopia: vários elementos são observados no LA onde 85-90% são lipídeos. Sua citologia:

- Sulfato de azul de Nilo a 1% (Brosens & Gordon): as células das glândulas sebáceas do feto coram-se de alaranjados, sendo cels. Orangiófilas. Quanto mais céls. Coradas maior sua maturidade

- Lugol: as céls. Imaturas são ricas em glicogênio. Quanto menor for à quantidade de lugol + maior é a IG onde menor que 4% indica maturidade fetal.

- Creatinina: é indicada a maturidade Reno- muscular fetal se for maior ou igual a 1,8 mg/100 ml.Casos de falso + em diabetes, toxemia, HÁ, uso de diuréticos e insuf. Placentária e , se falso – em casos de incompatibilidade RH, polidrâmnio e RcIV.

- Diferença de densidade ópitica a 650 a : são valores da densidade óptica do LA com leitura a 650a podendo ser indicativo de maturidade fetal.

- Surfactante fosfolipídeos : são subst. Tensoativas dos alvéolos (evitam a atelectasia), produzidos no pulmão pelos pneumócitos tipo II que impedem o colabamento dos alvéolos.Os principais são fosfatidilcolina (lecitina que aumenta conforme evolui a gravidez), fosfatidilglicerol, inositol, serina, etanolamina e esfingomielina (decresce conforme o decorrer da gravidez)

A relação Lecitina/Esfingomielina é importante para a maturação fetal:o relação L/E menor que 1.5 significa imaturidade fetalo relação L/E entre 1.5 e 1.9 significa imaturidade duvidosao relação L/E superior a 2.0 significa maturidade fetal

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OBS.: em RN de mães diabéticas com L/E superior a 2.0 podem apresentar membrana hialina, então nestes casos pesquisar o fosfatidilglicerol para verificar maturidade fetal . Na relação L/E maior que 2 há alterações como:diabetes sendo falso maduro, punção contaminada com sangue e mecônio no LA, no caso de contaminação por bilirrubina não altera a relação L/E.- Teste de Clements : baseia-se na formação e estabilidade de espuma no LA que é

duradoura pela quantidade de fosfolipídios após agitação vigorosa.Seu falso + é quando há contaminação com sangue ou mecônio.

- Fosfatidilglicerol : só é presente com 37 semanas ou mais, sendo produzido somente pelo pulmão. Não se altera com a presença de sangue ou mecônio sendo ideal para pacientes diabéticas.