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THIAGO FERNANDES ILKIV AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA DE IDOSOS DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DA MELHOR IDADE DO MUNICÍPIO DE MONTE ALTO Dissertação apresentada à Universidade de Franca, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Promoção de Saúde. Orientadora: Profa. Dra. Olga Maimoni Aguillar. FRANCA 2005

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THIAGO FERNANDES ILKIV

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA DE IDOSOS DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DA MELHOR IDADE DO MUNICÍPIO DE

MONTE ALTO

Dissertação apresentada à Universidade de Franca, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Promoção de Saúde. Orientadora: Profa. Dra. Olga Maimoni Aguillar.

FRANCA 2005

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THIAGO FERNANDES ILKIV

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA DE IDOSOS DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DA MELHOR IDADE DO MUNICÍPIO DE MONTE ALTO

Presidente: _________________________________________________ Nome: Profa. Dra. Olga Maimoni Aguillar Instituição: Titular 1: _________________________________________________ Nome: Instituição: Titular 2: _________________________________________________ Nome: Instituição:

Franca,______/______/______

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DEDICO este estudo aos meus pais, Eugênio e Estela, pelo amor, pelo carinho e por todos os ensinamentos que muito me auxiliaram ajudando-me a vencer;

às minhas irmãs Juliana e Tatiana, pela amizade e pelo apoio;

à minha namorada Paula pela paciência e compreensão nesta etapa de minha vida;

e em especial a todos aqueles ligados à área da Saúde que tenham em mente a preocupação e a vontade de cada dia refletir e melhorar sua condição profissional e humana diante do contexto de suas relações.

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AGRADEÇO a Deus que me deu necessária coragem para atingir meu objetivo;

aos meus familiares e à minha namorada pelo apoio ao longo do caminho percorrido;

e à minha orientadora Profa. Dra. Olga Maimoni Aguillar por ter mostrado o caminho a percorrer.

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RESUMO

ILKIV, Thiago Fernandes. Avaliação da aptidão física de idosos do Centro de Convivência da Melhor Idade do Município de monte Alto. 2005. 60 f. Dissertação (Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade de Franca, Franca. Em virtude do evidente aumento da população idosa mundial, tornou-se preocupação das várias áreas do conhecimento, identificar as condições que permitem envelhecer com qualidade. Um dos elementos que determinam a expectativa de vida ativa ou saudável é a independência para a realização de suas atividades básicas diárias. Alguns dados de pesquisas mostram que 25% da população idosa mundial é dependente de outros para realizar suas tarefas cotidianas e que a grande maioria, apesar de ser independente, apresenta algum tipo de dificuldade na realização dessas atividades. O objetivo desse estudo é analisar quantitativamente o desempenho de idosos em uma avaliação de aptidão física. Participaram da pesquisa 40 idosos, sendo 22 do sexo feminino e 18 do sexo masculino, com idade igual ou superior a 60 anos, integrantes de um programa de atividades físicas regulares do Centro de Convivência da melhor Idade do município de monte Alto, no Estado de São Paulo. Para cumprir com o objetivo da pesquisa, os idosos foram acompanhados por um período de 12 meses, durante o qual foram realizadas seis avaliações referentes a: índice de massa corporal (IMC), relação cintura/quadril, força dos membros superiores, força dos membros inferiores, equilíbrio, variáveis metabólicas. Pôde-se concluir que um programa de atividades físicas regular durante um período de 12 meses, é capaz de proporcionar aos idosos um desempenho considerado por vários autores como satisfatório em avaliações de aptidão física. Palavras-chave: aptidão física; idosos; atividade física.

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ABSTRACT

ILKIV, Thiago Fernandes. Avaliação da aptidão física de idosos do Centro de Convivência da Melhor Idade do Município de monte Alto. 2005. 60 f. Dissertação (Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade de Franca, Franca. Due to the evident increase of the world elderly population, it has become concern of several areas of knowledge identify the conditions that allow getting old with quality. One of the elements that determine the expectation of active or healthy life is the independence to perform daily basic activities. Some research data show that 25% of the world elderly population is dependent on the others to fulfill their everyday tasks and the majority, besides being independent, has some kind of difficultly to fulfill these activities. The goal of this study is to analyse quantitatively the elderly performance in a physical ability evaluation. 40 elderly people took part in the research, that is, 22 women and 18 men, aged equal or superior 60 who are participants of a program of regular physical activities of the Centro de Convivência da Melhor Idade do Município de Monte Alto, Estado de São Paulo. In order to analyse the physical ability of elderly people who take part in a program of regular physical activities during a period of 12 months, 6 evaluations were done: Indexo f Bod Mass (IBM), waist/hip relation, strength of superior members, strength of inferior members, balance, metabolic variables. It might be concluded that a program of regular physical activities during a period of 12 months, is able to fulfill a performance to elderly people that is considered by several authors as satisfactory in physical ability evaluation.

Key words: physical ability; elderly people; physical activity.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... 9

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11

OBJETIVOS .......................................................................................................................... 13

1 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................. 14

1.1 ENVELHECIMENTO HUMANO.............................................................................. 14

1.1.1 Características psicossociais do envelhecimento humano........................................... 14

1.1.2 Características fisiológicas do envelhecimento humano ............................................. 17

1.1.3 Atividade física e envelhecimento saudável................................................................ 20

1.2 EFEITO DAS ATIVIDADES FÍSICAS REGULARES NA APTIDÃO FÍSICA...... 20

1.2.1 Na força muscular........................................................................................................ 21

1.2.2 Na capacidade aeróbia ................................................................................................. 22

1.2.3 Na flexibilidade ........................................................................................................... 24

1.2.4 Nas capacidades motoras............................................................................................. 24

1.2.5 Na saúde psicológica ................................................................................................... 26

1.2.6 Na atividade da vida diária em idosos ......................................................................... 28

2 METODOLOGIA...................................................................................................... 31

2.1 DELIMITAÇÃO DA UNIDADE-CASO.................................................................... 31

2.1.1 Critérios de inclusão na população .............................................................................. 31

2.2 LOCAL ONDE FOI REALIZADO O ESTUDO........................................................ 32

2.3 COLETA DE DADOS ................................................................................................ 32

2.4 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................ 32

2.4.1 Antropometria.............................................................................................................. 33

2.4.1.1 Peso.............................................................................................................................. 33

2.4.1.2 Estatura total ................................................................................................................ 33

2.4.2 Índice de massa corporal ............................................................................................. 34

2.4.3 Circunferência de cintura e quadril.............................................................................. 35

2.4.4 Relação cintura/quadril ................................................................................................ 35

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2.4.5 Funções neuromotoras ................................................................................................. 36

2.4.5.1 Força muscular dos membros superiores..................................................................... 36

2.4.5.2 Força muscular dos membros inferiores...................................................................... 37

2.4.6 Equilíbrio ..................................................................................................................... 38

2.4.7 Variáveis metabólicas.................................................................................................. 39

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................... 41

CONCLUSÃO........................................................................................................................ 44

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................ 46

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 47

ANEXOS ................................................................................................................................ 54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 –– Classificação do índice de massa corporal

34

Tabela 2 –– Classificação da relação cintura/quadril

36

Tabela 3 –– Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI; JONES, 1999) em média e desvio padrão, do teste de flexão do braço, de acordo com o sexo e a idade cronológica

37

Tabela 4 –– Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI; JONES, 1999) em média e desvio padrão, do teste de levantar da cadeira em 30 segundos, de acordo com o sexo e a idade cronológica

38

Tabela 5 –– Valores padrões de referência, em média e desvio padrão, do equilíbrio estático (em segundos) de acordo com a idade cronológica, de mulheres fisicamente independentes de São Caetano do Sul

39

Tabela 6 –– Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI; JONES, 1999) em média e desvio padrão, do teste de marcha estacionária em 2 minutos, de acordo com o sexo e a idade cronológica

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Tabela 7 –– Distribuição do índice de massa corporal (IMC) segundo sexo e faixa etária em idosos do grupo estudado

41

Tabela 8 –– Distribuição do IMC segundo o sexo do grupo estudado

41

Tabela 9 –– Distribuição da Relação Cintura/Quadril, segundo o sexo e faixa etária em idosos do grupo estudado

41

Tabela 10 –– Distribuição dos valores do teste de flexão de cotovelo (força de membros superiores), segundo o sexo e faixa etária em idosos do grupo

42

Tabela 11 –– Distribuição dos valores do teste de levantar da cadeira em 30 segundos (força de membros inferiores), segundo o sexo e faixa etária

42

Tabela 12 –– Distribuição dos valores do teste de equilíbrio (em segundos), segundo o sexo e a faixa etária

43

Figura 13 –– Distribuição dos valores do teste de marcha estacionária de 2 minutos, segundo o sexo e a faixa etária

43

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RESUMO

ILKIV, Thiago Fernandes. Avaliação da aptidão física de idosos do Centro de Convivência da Melhor Idade do Município de monte Alto. 2005. 59 f. Dissertação (Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade de Franca, Franca. Em virtude do evidente aumento da população idosa mundial, tornou-se preocupação das várias áreas do conhecimento, identificar as condições que permitem envelhecer com qualidade. Um dos elementos que determinam a expectativa de vida ativa ou saudável é a independência para a realização de suas atividades básicas diárias. Alguns dados de pesquisas mostram que 25% da população idosa mundial é dependente de outros para realizar suas tarefas cotidianas e que a grande maioria, apesar de ser independente, apresenta algum tipo de dificuldade na realização dessas atividades. O objetivo desse estudo é analisar quantitativamente o desempenho de idosos em uma avaliação de aptidão física. Participaram da pesquisa 40 idosos, sendo 22 do sexo feminino e 18 do sexo masculino, com idade igual ou superior a 60 anos, integrantes de um programa de atividades físicas regulares do Centro de Convivência da melhor Idade do município de monte Alto, no Estado de São Paulo. Para cumprir com o objetivo da pesquisa, os idosos foram acompanhados por um período de 12 meses, durante o qual foram realizadas seis avaliações referentes a: índice de massa corporal (IMC), relação cintura/quadril, força dos membros superiores, força dos membros inferiores, equilíbrio, variáveis metabólicas. Pôde-se concluir que um programa de atividades físicas regular durante um período de 12 meses, é capaz de proporcionar aos idosos um desempenho considerado por vários autores como satisfatório em avaliações de aptidão física. Palavras-chave: aptidão física; idosos; atividade física.

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INTRODUÇÃO

Os esforços da ciência no sentido de prolongar o limite da vida do ser humano

parecem ser paradoxais diante das atitudes sociais com relação aos idosos. Estes são afastados

da sociedade através de atitudes hostis e preconceituosas. Além disso, o próprio idoso parece

marginalizar-se quando assume uma postura negligente consigo mesmo, isolando-se e

descuidando-se de sua aparência.

Segundo Silveira e Bento (1982) a velhice pode ser definida como um

conjunto de modificações que se observam no ser humano por volta dos 60 anos em diante.

Essas modificações referem-se aos aspectos morfológicos, fisiológicos, bioquímicos e

psicológicos.

No Brasil, estima-se que hoje a população de idoso corresponda a 7% da

população, mas a projeção para 2020 é de que esta porcentagem deva triplicar, colocando o

país em sexto lugar com relação ao número de idosos em âmbito mundial (PASSARELLI,

1997). A tendência em nosso país é o crescimento da população idosa que, embora destinada

a viver cerca de 20 anos a mais, encontra-se funcionalmente incapacitada e com uma saúde

precária (RAMOS, 1993).

O indivíduo idoso passa por um declínio funcional devido à diminuição de sua

reserva fisiológica. A partir de então, o risco de quedas, fraturas e dependência funcional são

aumentados (CARTER; O’DRICOLL, 2000; CHANDLER et al., 1998).

Segundo Pate (1983) a aptidão física é a habilidade de executar atividades

físicas com energia e vigor sem excesso de fadiga, e o aumento da aptidão física conduz ao

menor risco de desenvolvimento de doenças hipocinéticas.

A avaliação de componentes antropométricos, metabólicos e neuromusculares

da aptidão física, é fundamental na determinação dos efeitos do envelhecimento no

desempenho físico e na avaliação dos efeitos dos programas de atividade física, exercício e

treinamento (MATSUDO, 2000)

Atualmente, os idosos vivem os últimos anos de suas vidas em situações de

dependência, ou seja, com necessidade de importante ajuda para a realização das atividades de

vida diária. É muito importante não só buscar as causas das enfermidades crônicas como

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também o próprio processo de envelhecimento e suas incapacidades originadas (GUERRA;

GUTIERREZ; LUCENA, 1998).

A atividade física tem sido comprovada como eficaz em minimizar tal declínio

e, portanto, em manter o condicionamento cardiorespiratório, o desempenho e independência

funcional dos idosos (CARTER; O’DRICOLL, 2000; CHANDLER et al., 1998; LUUKINEN

et al., 1995). Além disso, a prática controlada de exercícios físicos também pode reduzir

quedas, fraturas e acidentes (CARTER; O’DRICOLL, 2000).

Os benefícios da atividade física se refletem na melhora da saúde do indivíduo

idoso e, conseqüentemente, na diminuição de gastos com os problemas de saúde das

sociedades envelhecidas (CARTER; O’DRICOLL, 2000; BEISSNER; COLLINS; HOLMES,

2000; SHEPHARD, 1997).

Portanto, torna-se promissora a implantação de programas de atividades físicas

visando à manutenção de uma população idosa funcionalmente saudável e com melhor

qualidade de vida. Diante disto, o objetivo deste trabalho é avaliar o desempenho de um

programa interdisciplinar de condicionamento físico na melhora da aptidão física dos idosos

do Centro de Convivência da Melhor Idade do município de Monte Alto, Estado de São

Paulo.

Para cumprir com esse objetivo será realizado um acompanhamento desses

idosos por um período de 12 meses.

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OBJETIVOS

O objetivo deste estudo é analisar quantitativamente o desempenho de idosos,

que participam de um programa regular de atividades físicas, através de avaliação de aptidão

física, compostas pelos seguintes indicadores.

1) Avaliação antropométrica – Índice de Massa Corporal (IMC);

2) Relação cintura/quadril;

3) Força de membros superiores;

4) Força de membros inferiores;

5) Equilíbrio;

6) Variáveis metabólicas.

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1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 ENVELHECIMENTO HUMANO

1.1.1 Características psico-sociais do envelhecimento humano

Segundo Neri (1995), o envelhecimento deve ser considerado como uma das

fases de desenvolvimento do ser humano, a qual compreende processos de transformação do

organismo que implicam na diminuição gradual da probabilidade de sobrevivência do ser

humano.

Entretanto, envelhecer não significa apenas passar por um processo

progressivo e irreversível de alterações, que levam o indivíduo o declínio nos vários aspectos

biológicos, mas também significa entrar em contato com uma série de questões psicológicas,

sociais e culturais (BEAUVIOR, 1990; NERI, 1995; SALGADO, 1980 apud ANDREOTTI,

1999; SANTOS, 1993). Nesse sentido, Neri (1995) caracteriza o processo de envelhecimento

a partir de três fatores:

a) a senescência, relativa ao aumento da probabilidade da morte, com

avanço da idade;

b) a maturidade social, correspondente a aquisição de papéis sociais e de

comportamentos apropriados aos diversos grupos de idade;

c) o envelhecimento em si, correspondente ao processo de auto-regulação da

personalidade.

Do ponto de vista cultural, Salgado (1980 apud ANDREOTTI, 1999) relata

que a velhice, ao longo do tempo foi encarada de maneira bastante antagônica. Nas

sociedades tradicionais (sejam as tribais, escravistas, feudais, agrícolas, pastoris, caçadoras,

pesqueiras ou tradicionais), a velhice era rara, e por isso, ao idoso eram atribuídos papéis e

padrões comportamentais apoiados no valor da respeitabilidade, às funções de conselheiros,

sábios e feiticeiros, associavam-se, igualmente, o respeito pela experiência acumulada. Já na

sociedade contemporânea, industrial e pós-industrial, a velhice é numerosa e sua experiência

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de vida não conta decisivamente para o equilíbrio e a organização social. Com a chegada da

idade, ocorre a aposentadoria, a qual considera que o indivíduo, depois de determinada idade,

deve abandonar as atividades economicamente produtivas e ser mantido financeiramente pelo

sistema social. Ocorre que a perda do trabalho, em sociedades como a nossa, representa para o

idoso a perda de um papel social e, na medida em que isso ocorre, o velho muitas vezes é

visto como um indivíduo inativo, sem valor e estagnado (NERI, 1991).

Com relação ao aspecto social, Carstensen (1995) comenta que o declínio das

taxas de inter-relações sociais é o fator mais marcante do envelhecimento social, ou seja, na

velhice, as pessoas interagem bem menos com os outros do que na juventude. Apesar da

relação com os familiares tornar-se, nessa época, mais estável e satisfatória, os contatos mais

periféricos diminuem bruscamente. Um estudo de Baltes, Wahl e Schimid-Furstoss (1990)

evidenciou que os idosos passam a maior parte do tempo atendendo as atividades pessoais

básicas (como comer, vestir e cuidar da casa) e cuidando de assuntos financeiros ou legais, e

que em média, suas atividades socializadas tomam apenas 9% do dia. Existem várias teorias

que explicam a redução de contatos sociais na velhice, as quais são apresentadas por Gallahue

(1995):

a) a proximidade da morte levaria a um desligamento dos laços emocionais;

b) o preconceito social seria o responsável pelas mudanças de relação do

idoso com as demais pessoas;

c) as perdas biológicas e psicológicas relacionadas à idade ameaçariam a

reciprocidade dos relacionamentos.

Os contatos sociais significativos (com filhos, irmãos, amigos) não sofrem

alterações (CARSTENSEN, 1995). Segundo o modelo teórico baseado na perspectiva do

curso de vida, a natureza e o padrão de mudança dos contatos sociais sugerem que as pessoas

desempenham um papel voluntário nessa redução. Se nas fases anteriores da vida (infância,

adolescência, fase adulta) o contato social foi primordialmente motivado pela aquisição de

informações e desenvolvimento e manutenção do auto-conceito, na velhice, a regulação da

emoção assume capital importância na busca de interação social. Assim a diminuição das

taxas de contatos reflete uma reorganização da hierarquia de metas que embasam a motivação

e levam a uma maior seletividade para o contato social (CARSTENSEN, 1995).

No domínio psicológico, Bee e Mitchel (1984) destacam que as principais

tarefas evolutivas da velhice são ajustamento à aposentadoria e à perda de papéis sociais, ao

aumento dos problemas de saúde, e das incapacidades físicas, e a admissão da própria

finitude. Há uma crescente importância assumida pela luta por autonomia pessoal, necessárias

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para o manejo das demandas da velhice (NERI, 1995). Em contraste com as tarefas orientadas

aos outros, típicas da meia idade, os idosos absorvem a maior parte do seu tempo em

execução de tarefas orientadas ao próprio eu (NERI, 1995). É uma fase do desenvolvimento

do ego em que o indivíduo faz uma retrospectiva de sua história de vida, e dependendo da

avaliação que faz de suas realizações, pode sentir integridade ou desespero (GALLAHUE,

1995).

O self, que pode ser definido como uma estrutura dinâmica e multifacetada que

compreende uma gama de auto-representações, mostra grande estabilidade e até mesmo

crescimento na velhice (STAUDINGER; MARSISKE; BALTES, 1995). A mudança no

conteúdo e na ordenação das metas e prioridades de vida, o ajustamento dos níveis de

aspiração por meio de comparações sociais, a personalidade, o manejo das emoções e as

formas de enfrentar, face aos assuntos da vida, são processos de auto-regulação que podem

proteger o self na medida que se envelhece. Em comparação com os adultos e os jovens, os

idosos parecem mais capazes de integrar o auto-conhecimento, construindo com isso, auto

conceitos mais realísticos. Com o avanço da idade, os selves ideais são ajustados de modo a se

aproximarem mais dos selves reais. Com a redução do tempo de realizações e diminuição dos

graus de liberdade para a escolha, o aumento do realismo parece ser um mecanismo protetor

de grande valor para o self na medida em que se envelhece (STAUDINGER; MARSISKE;

BALTES, 1995).

Ainda com relação aos aspectos psicológicos, o declínio das funções cognitivas

é uma outra conseqüência do processo de envelhecimento do organismo e deve ser visto

como um fenômeno universal. A atrofia de corpos celulares, a diminuição da trama dentrítica

e as diversas mudanças bioquímicas e eletrofisiológicas que ocorrem no cérebro humano

afetam diretamente o processo de aprendizagem, memória e outras atividades superiores

(GOLDMAN; CÔTÉ, 1991; MATTOS, 1993; PERLMUTTER; HALL, 1985; TRELLES,

1986; ZILENOVSKI, 1989).

Quanto à memória, demonstrou-se que a capacidade de reter e evocar

informações imediatamente após sua apresentação (memória de curto prazo ou primária) e de

recordar eventos remotos (memória terciária) não sofrem alterações com o processo de

envelhecimento. No entanto, a memória secundária encontra-se comumente prejudicada na

idade avançada, tanto na capacidade de armazenamento de informações, quanto de evocação

das mesmas. Com relação à aprendizagem, a capacidade de se adaptar às novas situações e

solucionar problemas inéditos também se torna diminuídas (ARDILA, 1982; MATTOS,

1993). Porém apesar de haver uma perda no processamento básico de informações, Baltes e

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Smith (1995) afirmam que, na velhice, podem ocorrem avanços na inteligência pragmática, a

qual será relacionada ao conhecimento relativo a fatos e procedimentos. Nesse contexto, a

sabedoria é considerada um exemplo privilegiado, prototípico, do crescimento da pragmática

cognitiva na velhice. Sugere-se que o indivíduo, ao longo do curso de vida, adquire um

sistema de conhecimento especializado em um domínio selecionado, a pragmática

fundamental da vida que o possibilita a ter insights sobre o desenvolvimento humano e os

assuntos da vida e julgamento, aconselhamentos e comentários excepcionalmente bons sobre

esses elementos. Assim se por um lado existem perdas no mecanismo básico de

processamento de informações, por outro, os anos de vida proporcionam a possibilidade de

formulação de um sistema de conhecimento especializado, que inclui planejamento, manejo e

revisão de vida.

1.1.2 Características fisiológicas do envelhecimento humano

O envelhecimento é entendido por um processo múltiplo e complexo de

continuidades e mudanças ao longo da vida, com incremento, reduções e reorganização

estrutural e funcional (GOLDBERG; HAGBERG, 1990; RAUCHBACH, 1990). O pico de

desenvolvimento fisiológico no ser humano ocorre ao redor de 25 anos, paralelamente ao

desempenho motor máximo (WEINECK, 1991). Com o avanço da idade, entretanto, há uma

tendência a diminuição progressiva da eficiência motora (GABBARD, 1996).

Após os 60 anos, observa-se uma redução no peso corporal total (McARDLE;

KATCH; KATCH, 1985; RAUCHBACH, 1990). A quantidade de massa muscular é

reduzida, enquanto a porcentagem de gordura aumenta. Com relação ao tecido ósseo, a perda

nos homens é de cerca de 10% após os 65 anos, e cerca de 20% após os 80 anos. Nas

mulheres, a perda média é de 20% aos 65 anos, e de 30% por volta dos 80 anos de idade

(BLAIR, 1994).

McArdle, Katch e Katch (1985) e Jacob Filho e Souza (1994) comentam que,

com o passar dos anos, observa-se um declínio progressivo na força muscular. Por volta dos

65 anos, a maioria dos grupos musculares mostra uma perda de 18 a 20% de sua força

máxima (SHEPHARD, 1994). Pesquisas mostram que a força contrátil manual de mulheres

de até 30 anos é, aproximadamente, 16% maior que a de mulheres entre 30 e 60 anos

(ECKERT, 1993). A diminuição da força na idade avançada parece estar associada a diversos

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fatores, entre eles: diminuição do número e diâmetro de fibras musculares, diminuição de

sincronização e recrutamento de unidades motoras, bem como da coordenação da contração

muscular, eficiência diminuída do movimento, decréscimo da atividade habitual (ECKERT,

1993; JACOB FILHO; SOUZA, 1994; PEREIRA, 1986; SHEPHARD, 1994).

Quanto à capacidade flexibilidade, estudos mostram que há um decréscimo de

aproximadamente 20% na amplitude de movimento entre as idades de 25 e 65 anos, a taxa de

deterioração acelera-se a partir dos 65 anos (SHEPHARD, 1994). A diminuição de colágenos

nos tendões (SHEPHARD, 1994), as alterações no tecido conjuntivo da cápsula articular, a

perda de elasticidade muscular, bem como o aumento do armazenamento intersticial de

gordura no tecido muscular (RAUCHBACH, 1990) parecem ser as causas principais da

diminuição de tal capacidade no idoso.

Segundo Rauchbach (1990), a capacidade cardiorespiratória também sofre

alterações com o processo de envelhecimento. Com relação à função cardiovascular, há um

declínio de, aproximadamente, 30% do desempenho cardíaco, e com relação a função

pulmonar, há diminuição de 40 a 50% da capacidade vital e aumento de 30 a 50% do volume

residual respiratório (SMITH; GILLIGAM, 1984). A redução de desempenho funcional do

sistema cardiorespiratório está associada a fatores como: declínio progressivo na captação

máxima de oxigênio, diminuição da freqüência cardíaca máxima, do débito cardíaco, e do

volume de ejeção sistólica, diminuição da vascularização e do fluxo sangüíneo para os

músculos (ECKERT, 1993; McARDLE; KATCH; KATCH, 1985; SHEPHARD, 1994).

Meinel e Schnabel (1984) citam que o controle motor diminuído é outra

característica presente no idoso. Tarefas que envolvam agilidade, coordenação, equilíbrio,

velocidade, geralmente, apresentam menos qualidade na idade avançada. Além das mudanças

que ocorrem nos sistemas muscular e articular, essa alteração de desempenho está associada a

mudanças no sistema nervoso central e periférico: diminuição do número de neurônios,

diminuição da trama dendrítica, diminuição da interação sináptica, acúmulo de substância de

diversas naturezas no corpo de neurônio, diminuição da produção e captação de

neurotransmissores, com conseqüente diminuição da capacidade do mecanismo de

processamento de informações (GOLDMAN; CÔTÉ, 1991; MATTOS, 1993;

PERLMUTTER; HALL, 1985; TRELLES, 1986; ZILENOVSK, 1989;).

De acordo com Gabbard (1996), as alterações em componentes neurológicos e

musculares são responsáveis pela maior lentidão na execução de ações motoras em idosos,

fato elucidado em tarefas que requerem tempo de reação e tempo de movimento. Em geral, a

lentidão maior, tanto no tempo de reação como na velocidade do movimento, tende a ocorrer

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nas partes inferiores do corpo e ser mínima nos áreas de uso freqüente, como por exemplo, os

dedos (ECKERT, 1993). Entretanto um estudo realizado por Willians (1990 apud

GABBARD, 1996, p. 343) mostrou que, entre as idades de 50 e 90 anos, na realização de

tarefas manuais, o tempo de reação simples sofreu um aumento de 32%, e o tempo de reação

complexo, aumentou 65%.

O declínio em tarefas que solicitam equilíbrio, com o avançar da idade, é

exemplificado por reversões em padrões motores básicos. Indivíduos mais velhos tendem a

demonstrar uma base de apoio mais ampla na posição em pé, quando comparados aos jovens.

Uma reversão similar tem sido notada no ato de subir escadas, no qual há uma tendência de

abandonar a prática de subir e descer com um padrão alterado dos pés, sem ajuda ou auxílio,

para um mesmo padrão com ajuda ou auxílio de um corrimão, ou para um padrão com

marcação de tempo (ECKERT, 1993). Uma série de fatores pode estar envolvida na

diminuição do equilíbrio. Entre eles, Gallahue (1995) e Gabbard (1996) citam limitações na

amplitude articular, enfraquecimento da musculatura, déficits de integração sensorial e

perceptiva, deficiências na programação motora e no controle motor.

Poucas pesquisas têm sido realizadas no sentido de entender os efeitos do

envelhecimento sobre as habilidades motoras e a coordenação do movimento. Apesar disso

Spirduso (1995) cita que é possível fazer algumas generalizações sobre as mudanças que

ocorrem com o avançar da idade. Nos movimentos discretos, os programas motores utilizados

parecem ser os mesmos para jovens e idosos, com a diferença de que os idosos os executam

mais lentamente. Nos movimentos contínuos, cujo objetivo é manter contato com um alvo,

indivíduos idosos são tão precisos quanto os jovens, desde que os movimentos sejam

realizados em uma velocidade relativamente lenta. Atividades manuais, como escrever, copiar

símbolos e números são realizadas mais lentamente pelos idosos. Tarefas nas quais ambas as

mãos são coordenadas simultaneamente são particularmente difíceis, porque requerem maior

integração e utilização de informações por parte do sistema nervoso central.

A partir disto, a velhice deve ser vista como uma fase de reorganização, tanto

no nível biológico como psicológico e social. Segundo Neri (1995) ao longo da vida, a

proporcionalidade entre ganhos e perdas sofre alterações, e pode-se dizer que na velhice, as

perdas são preponderantes. As alterações decorrentes do processo de envelhecimento,

associadas à interação de vários fatores genéticos e ambientais, às circunstâncias sócio-

culturais e à incidência de diferentes patologias durante o envelhecimento podem afetar

bruscamente a qualidade de vida do idoso.

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1.1.3 Atividade física e envelhecimento saudável

Programas de atividades físicas são meios efetivos na compressão da

morbidade, na diminuição e prevenção de doenças, na melhoria das capacidades físicas e

motoras (HOMBERGH et al., 1995; PESCATELLO; DI PIETRO, 1993; SPIRDUSO, 1989).

Segundo SHEPHARD (1994), a atividade física regular para idosos tem papel fundamental,

na medida em que prolonga e aumenta a capacidade de trabalho do indivíduo, otimiza a

realização de atividade da vida diária e previne a incapacidade e a dependência nos últimos

anos de vida. Os efeitos de um programa de atividade física possibilita uma redução

equivalente a 20 anos na idade biológica do indivíduo, reduz o risco de aparecimento de

doenças como aterosclerose, o diabetes, a osteoporose, e outras doenças crônicas, e dessa

forma prolonga o curso de vida em um ou dois anos (SHEPHARD, 1994).

Os declínios nas atividades da vida diária têm múltiplas influências: involução

motora, aparecimento de disfunções e doenças, como a artrose, artrite, osteoporose e as

coronariopatias, e a interferência de variáveis psicológicas, como a diminuição da auto-estima

e da auto-eficácia.

1.2 EFEITO DAS ATIVIDADES FÍSICAS REGULARES NA APTIDÃO FÍSICA

Os componentes da aptidão física (força, resistência muscular, flexibilidade e a

capacidade cardiorespiratória) sofrem modificações com o avançar da idade. Segundo Astrand

(1992), as milhares de células, tecidos e órgãos do nosso corpo, em qualquer idade, quando

submetidos a estímulos, sofrem um processo de adaptação. Isso significa que a atividade

física regular pode funcionar como um componente essencial para a manutenção ou melhoria

de algumas funções do organismo. Berger (1989) relata que a atividade física, associada a

fatores como hereditariedade, alimentação e hábitos de vida saudáveis constituem os

componentes principais para a melhoria da qualidade de vida na velhice.

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1.2.1 Na força muscular

Com relação à força muscular, estudos recentes têm mostrado que na sétima

década de vida, tanto homens quanto mulheres, quando submetidos a um programa de

atividade física regular, podem aumentar sua força em 30 a 40 % (FIATARONE et al., 1990)

FLECK (1993) aponta estudos que evidenciaram melhora da força muscular em indivíduos

nonagenários. Um desempenho de 15 a 28% melhor foi encontrado nesses indivíduos, após

um treinamento de força, com duração de 10 a 12 semanas. De acordo com Fleck (1993), a

atividade física moderada, como a caminhada e outras atividades recreacionais, pode resultar

em uma melhoria de 10 a 20% no ganho de força, para indivíduos de 30 a 70 anos. Alguns

atletas que, por um longo período de tempo realizaram um treinamento de força, mantém

valores elevados de força muscular até a sexta década de vida. Para o autor, essa informação

leva à conclusão de que o decréscimo real da força muscular está associado não só ao

processo de envelhecimento, mas em grande parte à inatividade física.

Durante muitos anos acreditou-se que os ganhos ou perdas na força muscular

simplesmente refletiam as alterações volumétricas dos músculos. Na medida em que

aumentassem ou sofressem hipertrofia, ocorria um aumento da força, e quando sofressem uma

atrofia, observar-se-ia uma redução na força muscular. No entanto, atualmente, reconhece-se

que as alterações na força muscular não são tão facilmente explicáveis. Além dos

componentes relacionados à hipertrofia muscular, os ganhos na força podem também ser

atribuídos às mudanças no nível neural e, portanto, pode-se dizer que o grau de força

produzido pelo músculo é fruto de uma integração neuromuscular, envolvendo a capacidade

do músculo produzir tensão e a habilidade do sistema nervoso em ativá-lo (POLLOCK;

WILMORE, 1993). A hipertrofia muscular representa uma resposta normal aos treinamentos

físicos, sendo caracterizada por um aumento no tamanho das fibras, bem como por um

aumento no número de fibras musculares. Fiatarone et al (1990) concluiram que a hipertrofia

é resultante tanto de um processo de síntese protéica, quanto da redução do catabolismo de

proteínas. Quantos aos fatores neurais, Pollock e Wilmore (1993) relatam que, após poucas

sessões de treinamento, observam-se níveis significativamente maiores de sincronização de

unidades motoras, na velocidade de condução axônica, na resistência à fadiga, no limiar de

recrutamento, nos valores e padrões de estímulos, fatores que em última instância, produzem

aumento da força muscular. Uma pesquisa realizada por Thompson (1994) revelou que um

treinamento de força em idosos realizado durante 12 semanas, com estímulos progressivo de 4

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a 6 séries e intensidade de 65 a 75% de uma repetição máxima, aumentou a área de fibras

musculares do tipo IIb (fibras de contração rápida) em 20% bem como o número de capilares

por fibra muscular, bem como melhorou o tempo de resposta neuromuscular.

Puggaard (1994) comparou os efeitos de cinco meses de programas de

atividade físicas em idosos, entre elas, ginástica, dança e natação, na melhora de várias

capacidades físicas e motoras, entre elas a força máxima. Os resultados obtidos permitiram

concluir que os três tipos de programa proporcionaram ganhos de força muscular, não

havendo diferenças significativas entre os tipos de atividades praticadas.

Os efeitos de um programa de exercícios de baixa intensidade sobre a força,

flexibilidade, equilíbrio, velocidade e resistência muscular, em idosos com idade entre 60 a 71

anos, foram estudados por Brown e Holloszy (1991). Os sujeitos foram submetidos a um

treinamento de uma hora diária, durante três meses. Além da melhoria do equilíbrio e

flexibilidade, evidenciou-se também um aumento significativo na força máxima isométrica e

isotônica dos membros inferiores. Os resultados sugeriram que, para a população idosa

sedentária, o treinamento de leve a moderado, resulta em inúmeros benefícios no tocante à

condição física dos sujeitos.

Braith (1989) realizaram um estudo cujo objetivo foi comparar a efetividade de

programas de treinamento de força muscular em idosos, com duas sessões semanais ou três

sessões semanais, durante 10 semanas. Para ambos os grupos foi realizado um treinamento de

resistência com sobrecarga para os músculos extensores do joelho, com sete a dez repetições.

Os resultados mostraram que o grupo que treinou três vezes semanais aumentou 21,2% sua

força, enquanto o outro grupo aumentou 13,5%. Esses dados indicam que o treinamento de

força é eficiente em ambos os casos, mas que aqueles que treinam duas vezes por semana

adquirem 20% a menos de força muscular que aqueles que treinam três vezes semanais.

1.2.2 Na capacidade aeróbia

Segundo Green e Crouse (1993) a melhoria da capacidade aeróbia está

associada às adaptações fisiológicas e estruturais e aos efeitos do transporte de oxigênio na

circulação. Com relação às adaptações fisiológicas, verificam-se o declínio na duração de

contração do miocárdio, o aumento ventricular, o aumento de densidade capilar dos músculos

exercitados, o desenvolvimento da vascularização colateral e a redução de lesões

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ateroscleróticas. Com relação ao segundo componente associado à melhora da capacidade

aeróbia, destacam-se a diminuição da freqüência cardíaca de esforço, na qual se observa uma

redução de até 10 bpm em indivíduos de 70 a 80 anos treinados, quando comparados a não

treinados; diminuição da freqüência cardíaca de repouso, aumento do volume sistólico, tanto

em repouso, como em esforço. O aumento da diferença artério-venosa de oxigênio

(capacidade total da extração de oxigênio pelo corpo) é também, uma resposta normal ao

treinamento aeróbio sistemático. Sagiv (1994) e Blair (1994) atribuem a melhor condução e

utilização do oxigênio ao aumento dos números de hemoglobina e de mitocôndrias, ao

aumento da atividade de enzimas aeróbias e do volume sanguíneo total. Com relação ao

consumo máximo de oxigênio, Blair (1994) apontam estudos que indicam um aumento de 8%

a 38% de consumo máximo de oxigênio em indivíduos de 50 a 84 anos, quando submetidos a

um programa de treinamento aeróbio sistemático. Oliveira, Pereira e Matsudo (1988)

realizaram um estudo cujo objetivo foi determinar o consumo máximo de oxigênio em

mulheres idosas, praticantes e não-praticantes de atividade física. Cinqüenta mulheres,

divididas em dois grupos (ativas e sedentárias) foram submetidas a um teste submáximo, em

bicicleta ergométrica. Os resultados apresentados permitiram concluir que a atividade física

de um modo geral, influenciou positivamente as mulheres idosas ativas, já que demonstrou

um impacto positivo na capacidade cardiorespiratória .

Brown e Hollosky (1991) investigaram os efeitos de um programa de

caminhada, corrida e ciclismo, de intensidade moderada, na capacidade aeróbia de idosos com

idade entre 60 e 72 anos. Os sujeitos treinaram em média quatro dias por semana, com

quarenta e cinco minutos cada sessão, durante um ano. Foi evidenciado um aumento de 24%

no consumo máximo de oxigênio dos homens e 21% no das mulheres.

De acordo com Pollock e Wilmore (1993), a melhora da aptidão

cardiorespiratória é decorrente de múltiplos fatores. Geralmente, desde que um limiar mínimo

de intensidade seja atingido a magnitude dessa melhora depende do trabalho total ou do custo

energético do programa de exercício proposto. A efetividade de um programa de atividade

física sobre o sistema cardiorespiratório dependerá da freqüência, intensidade e duração do

programa de exercício, bem como das condições de saúde do praticante, do seu nível de

aptidão inicial, do tipo de atividade praticada (caminhada, corrida, natação, ciclismo) e da

faixa etária do praticante.

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1.2.3 Na flexibilidade

A flexibilidade, definida por Pollock e Wilmore (1993) como a capacidade de

movimento da articulação com a maior amplitude possível, também sofrem influências

positivas da atividade física. Segundo Phillips e Haskell (1995), o grau de flexibilidade de

uma articulação é fundamentalmente limitado por estruturas ósseas, pela massa muscular

adjacente e seus envoltórios, pelo tecido conjuntivo, com tendões, ligamentos, e cápsulas

articulares e a pele. Na velhice as limitações na amplitude do movimento se devem ao

aumento na proporção do tecido conectivo na massa muscular, à desidratação da articulação e

à mudança na composição de colágeno e elastina. Phillips e Haskell (1995) e Puggard (1994)

ressaltam que efeitos positivos têm sido encontrados em idosos, quando submetidos a

programas de atividades físicas referentes a alongamento ou a outras atividades. Para Gladwin

(1996) a flexibilidade e a amplitude de movimento em idosos podem melhorar através de um

programa progressivo de alongamento e flexibilidade para todas as partes do corpo.

Voorrips et al. (1991) pesquisaram a relação entre nível de aptidão física e

nível de atividade física praticada habitualmente, em 50 idosas, com idade média de 71,5

anos. Dentre os vários componentes da aptidão física, a flexibilidade dos ombros, dos joelhos

e da coluna foi testada. Constatou-se que quanto mais fisicamente ativas eram as mulheres,

melhores resultados na amplitude articular eram obtidos.

1.2.4 Nas capacidades motoras

De acordo com Andreotti (1999) as capacidades motoras sofrem declínio com

o avanço da idade. O equilíbrio por exemplo, capacidade dependente da integração de uma

série de sistemas do corpo, sofre alterações que resultam em implicações diretas nas várias

formas de locomoção e no controle postural. Da mesma forma, o tempo de reação e o tempo

de movimento sofrem modificações, levando os idosos a apresentarem maior lentidão na

execução de tarefas motoras. Spirduso (1995) relata que essas alterações afetam diretamente

as tarefas da vida diária, aumentam o risco de acidentes, a discriminação, e diminuem a

probabilidade das pessoas se inserirem em tarefas profissionais ou de lazer.

De acordo com uma revisão da literatura realizada por Spirduso (1995), a

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prática da atividade física promove o aumento do número e do tamanho dos neurônios,

mudanças nas estruturas das células nervosas, aumento das ramificações dendríticas e maior

plasticidade neural.

Lord, Caplan e Ward (1993) realizaram uma pesquisa com 21 idosas, com

idade entre 57 e 75 anos, participantes de um programa de atividade física por um período de

12 meses. Após o término do programa, foram avaliadas quanto à força muscular, tempo de

reação, propriocepção e controle postural e comparadas com 21 idosas da mesma faixa etária,

sedentárias. As mulheres ativas demonstraram resultados significativamente melhores nos

teste de força, tempo de reação e controle postural. Esse estudo sugere que o exercício pode

trazer melhoras ao sistema sensório-motor, o que contribui para o melhor desempenho das

capacidades motoras citadas.

Ansarah (1991) realizou um estudo cujo objetivo foi analisar a influência de

um programa de atividades físicas gerais (ginástica, dança, jogos, expressão corporal) sobre a

aptidão funcional de idosos, na qual as capacidades motoras, equilíbrio, coordenação e

agilidade estão incluídas. Dezesseis sujeitos, com idade média de 53,6 anos, participaram do

programa de atividade física por três meses, com três sessões semanais, e foram avaliados no

inicio e no final do programa, através da bateria de teste de aptidão funcional da AAHPERD

(CLARCK, 1989). Constatou-se melhoras significantes na agilidade e no equilíbrio dinâmico

dos sujeitos, não ocorrendo o mesmo com a coordenação viso-motora. Os resultados

apontaram que, enquanto para as duas primeiras capacidades motoras citadas uns programas

de atividades físicas generalizadas parecem promover ganhos, para a melhora da coordenação

motora é necessário um treinamento mais específico.

Rikli e Edwards (1991) avaliaram os efeitos de um programa de três anos de

atividade física sobre o desempenho motor e a velocidade de processamento cognitivo, em

mulheres idosas, inicialmente sedentárias, com idade entre 57 e 85 anos. As variáveis

estudadas foram tempo de reação simples e de escolha, equilíbrio, flexibilidade e força. Com

relação as capacidades motoras tempo de reação e equilíbrio, os resultados mostraram

melhora, após três anos de treinamento, enquanto o grupo controle declinou. A melhora no

tempo de reação indicou que a atividade física é efetiva na reversão ou pelo menos na

diminuição da velocidade de progressão dos declínios relacionados ao sistema nervoso e ao

mecanismo de processamento de informação.

Uma pesquisa de Mcauley, Mihalko e Rosengren (1997) examinaram a relação

entre padrões de atividade física, auto-eficácia, equilíbrio e medo/receio de quedas em idosos.

Dos 58 sujeitos participantes da pesquisa (idades entre 52 e 85 anos) aqueles fisicamente

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ativos demonstraram menos receio em sofrer quedas, melhor equilíbrio e percepções mais

positivas de auto-eficácia.

Pelo exposto até aqui se pode constatar que, de uma forma geral, a atividade

física promove ganhos no desempenho das capacidades motoras equilíbrio, tempo de reação,

tempo de movimento e agilidade. Tais capacidades parecem sofrer influências positivas de

programas de atividades físicas generalizados, não necessitando de um treinamento específico

para seu desenvolvimento.

1.2.5 Na saúde psicológica

A saúde psicológica, de acordo com Mcauley e Rudolph (1995), comporta

componentes mentais negativos e positivos. Os componentes positivos da saúde psicológica

(saúde emocional afetiva) constituem-se de elementos como a função cognitiva, auto-estima,

auto-eficácia, afeto positivo (excitamento, interesse, orgulho, prazer), auto-conceito, enquanto

os componentes negativos da saúde psicológica (saúde mental), englobam constructos como

ansiedade, depressão, estresses, raiva, hostilidade e outras emoções associadas.

Segundo Berger e Mcinmam (1993), a relação entre atividade física e bem

estar psicológico é extremamente complexa. Uma série de características relacionadas à

atividade física tanto individual ou grupal, crônica ou aguda, recreativa ou calistênica,

aeróbica ou anaeróbica, com ênfase na aprendizagem de habilidades motoras ou no

condicionamento físico bem como as características individuais do praticante, como sexo,

idade e traços de personalidade, podem interferir nessa relação. Apesar disso, é possível

generalizar que a atividade física esta associada ao bem-estar psicológico (BERGER;

McINMAM, 1993; MATSUDO; MATSUDO, 1992; McAULEY; RUDOLPH, 1995).

Berger e Mcinmam (1993) realizaram uma extensa revisão de literatura, na

qual estudaram a relação entre bem-estar psicológico e exercício. Concluíram que atividades

aeróbias, não-competitivas, com intensidade moderada e duração de 20 a 30 minutos parecem

estar associadas à diminuição da tensão, ansiedade, depressão, raiva e confusão, e ao aumento

do vigor. McAuley e Rudolph (1995) analisaram 38 estudos que também tinham como

objetivo averiguar a influência da atividade física no bem-estar psicológico do idoso. A

grande maioria reportou efeitos positivos e mostrou que programas com maior duração foram

mais eficazes na obtenção de bem-estar psicológico.

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Okuma (1997) realizou uma pesquisa cujo objetivo foi compreender o

significado da experiência da atividade física para o idoso, a partir de um enfoque

fenomenológico. A pesquisa se desenvolveu ao longo de 18 meses e abarcou um programa

que tinha como objetivo ensinar o idoso a fazer atividade física visando seu auto-cuidado. Por

meio de entrevistas, pode-se constatar que a atividade física serviu como suporte para lidar

com eventos de vida estressantes, possibilidade de convívio social, meio de auto-valorização,

meio para melhora da auto-eficácia, meio de abertura para transformações existenciais

(relações consigo, com o outro e com o mundo).

Também, o auto-conceito, definido por Shavelson, Hubner e Stanton (1976)

como a percepção que o indivíduo tem de si mesmo nos vários domínios do comportamento,

como atributos físicos, atitudes, habilidades, papéis socias e emoções, e auto-estima

(mecanismo cognitivo através do qual o indivíduo faz um julgamento a respeito de si e de

suas características) parecem receberem influência positiva da atividade física (BERGER;

McINMAN, 1993; MATSUDO; MATSUDO, 1992). Alguns pesquisadores têm investigado a

relação entre auto-conceito e atividade física através de estudos transversais; os resultados

sugerem que os praticantes de atividade física, comparados aos sedentários, mostram auto-

conceito e auto-estima mais altos. A força muscular e a porcentagem de gordura corporal são

duas características físicas que sofrem alterações com a prática de atividade física e exercem

influência na melhora do auto-conceito (BERGER; McINMAN, 1993).

Os efeitos de um programa de força sobre o auto-conceito de adultos jovens e

adulto de meia-idade foram estudados por Brown e Harrison (1986). Ambos os grupos

apresentaram melhoras significativas nas variáveis auto-conceito, auto-satisfação e auto-

estilo. Com relação a indivíduos idosos, Shepard e Sidney (1976) investigaram vários

aspectos da qualidade de vida (auto-conceito, auto-imagem, ansiedade, percepção de vida,

satisfação de vida) e sua relação com a atividade física. Para realizar a mensuração da auto-

imagem foi utilizada a Kenyon’s Body Image Scale. Após 14 semanas de treinamento de

resistência aeróbia os resultados mostraram que pessoas submetidas a um treinamento de

baixa intensidade não demonstraram melhoras significativas em sua auto-imagem. Aquelas

submetidas a treinamentos mais intensos, porém, mostraram aumentos nos escores dessa

medida, o que significava melhora da variável, auto-imagem.

Brown, Morrow e Livingston (1982) sugerem que a duração de um programa

de atividade física com vistas á melhora do auto-conceito e da auto-estima devem ser de, pelo

menos, 6 meses. Isso porque, em um programa de longa duração, há possibilidade de

ocorrerem mudanças fisiológicas mais intensas, o que em última instância, acarretará na

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melhora do auto-conceito.

Boutcher (1993) comenta que os indivíduos, geralmente sentem bem-estar

após a prática da atividade física, e isso pode estar relacionado a fatores como a melhora da

imagem corporal, resultante do aumento da massa muscular e/ou perda de peso bem como o

sentimento de auto-valorização aumentado, originado da experiência de domínio, sentida

através da satisfação por completar um esforço, uma atividade que previamente tenha sido

julgada de impossível realização.

1.2.6 Na atividade da vida diária em idosos

A evolução motora decorrente do processo de envelhecimento, bem como as

doenças e disfunções sempre foram vistas como causa de incapacidade para a realização de

atividades da vida diária (AVD) em idosos. Os modelos médicos tradicionais sugerem que

patologias podem progressivamente levar o indivíduo a um prejuízo das funções básicas, a

limitações funcionais e finalmente a incapacidade. Entretanto, evidências indicam que, nos

últimos anos de vida, um estilo de vida fisicamente inativo também pode ser causa primária

de incapacidade para realizar AVD (GRIMBY, 1995). As AVD instrumentais, como por

exemplo, fazer compras, cuidar da casa, praticar atividades recreacionais e esportivas, viajar,

solicitam indiretamente a realização de AVD básicas, como caminhar, subir escadas, sentar e

levantar-se de uma cadeira, carregar pesos, curvar-se. Essas funções, por sua vez, requerem

em maior ou menor grau vários componentes relacionados á aptidão física e ao controle

motor, como força e resistência muscular, capacidade aeróbia, flexibilidade, habilidades

motoras de locomoção, estabilidade e manipulação, coordenação, agilidade, velocidade,

tempo de reação e tempo de movimento (RIKLI; JONES, 1997). De acordo com Berger e

McInmam (1993), com o avanço da idade, as pessoas tendem a se movimentar menos, a

reduzir seus níveis de atividades físicas. Associada à involução motora natural do processo de

envelhecimento, essa diminuição nos níveis de atividades físicas habituais, levam o idoso a

apresentar declínios nas diversas capacidades físicas motoras, a aumentar sua massa adiposa e

a perder em energia física. Esses fatores associados, por sua vez, levam o indivíduo a uma

diminuição de auto-eficácia, a um decréscimo em seus níveis de atividade física e ao

surgimento de problemas de saúde o que, em última análise, acarretará menor eficiência para

a realização de AVD.

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Na medida em que a atividade física parece exercer efeitos positivos sobre os

vários componentes da aptidão física, nas capacidades motoras, na prevenção e tratamento de

doenças em alguns componentes psicológicos, espera-se também que possa otimizar

qualitativamente e quantitativamente ações motoras do cotidiano (AVD). Entretanto, a relação

entre os diferentes níveis de desempenho físico e a capacidade de realizar AVD ainda não é

clara. Apesar de existirem pesquisas que mostram a importância de manter o desempenho

físico na velhice para preservar as AVD pode-se dizer que esse número é ainda bastante

reduzido. Além disso, grande parte deles refere-se à população idosa institucionalizada e/ou

com problemas crônicos de saúde (GRIMBY, 1995). Phillips e Haskell (1995) citam que

pouco tempo atrás, as pesquisas sobre o envelhecimento e atividade física com mais ênfase,

eram relacionadas á capacidade cardiorespiratória, e sabe-se que uma série de AVD envolve a

combinação de componentes da aptidão física, como força, resistência muscular e

flexibilidade. Subir escadas, agachar, carregar pacotes são alguns exemplos de atividades do

cotidiano que solicitam tais componentes. Assim, há ainda carência de pesquisas que

completem a relação entre as várias capacidades físicas e habilidades motoras

(individualmente ou em conjunto) e a realização de AVD.

As pesquisas mostram que a capacidade aeróbia em idosos tem sofrido efeitos

positivos decorrentes da atividade física. A diminuição da freqüência cardíaca de esforço, a

diminuição da freqüência cardíaca de repouso, o aumento do consumo máximo de oxigênio, a

diminuição na duração de contração do miocárdio, o aumento ventricular, o aumento na

densidade capilar tem sido as respostas mais encontradas em idosos, quando submetidos a

programas de atividades físicas (GREEN; CROUSE, 1993).

A relação entre a falta de mobilidade articular e incapacidade para realizar

AVD é também ilustrada por Vandervoot et al. (1992), os quais examinaram a complexa

relação entre mobilidade do tornozelo e ações como andar, controle postural e algumas

atividades da vida diária. Nesse estudo constatou-se que um maior torque de resistência

mecânica e um decréscimo na força de dorsiflexão do tornozelo pode aumentar a dificuldade

do idoso flexionar o pé durante a caminhada, resultando em um padrão motor inadequado e

podendo levar a quedas. O treinamento de flexibilidade, nesse caso, poderia aumentar a

amplitude articular e o alongamento dos músculos que se opõem a dorsiflexão.

Segundo Cavagna (1997 apud ANDREOTTI, 1999), em estudo prospectivo

realizado durante quatro anos com idosos sadios, sem incapacidades, mostrou-se que o

desenvolvimento da força muscular de membros inferiores era altamente indicativo do

desenvolvimento futuro de distúrbios da capacidade física. A massa muscular, a força e a

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resistência muscular diminuem com o passar dos anos, e em nonagenários internados em

instituições assistenciais, observou-se uma estreita correlação entre velocidade da marcha de

curto alcance, com o tamanho e a força dos músculos da perna. O treinamento de resistência

nessas populações é capaz de amenizar as perdas relacionadas ao sistema muscular e

promover melhores desempenhos na velocidade da marcha de curto alcance.

Fiatarone et al. (1990) relatam que 40% da população americana, com idade

superior a 65 anos, sofre algum tipo de queda, pelo menos uma vez por ano, as quais podem

resultar em fraturas, diminuição da mobilidade e medo. Segundo os autores, o treinamento de

força, de três a quatro vezes semanais, com intensidade alta (80% da carga máxima), com

sessões durando de 20 a 30 minutos, pode ser altamente eficiente na prevenção de quedas e

fraturas em idosos.

Poucas pesquisas têm sido realizadas no sentido de desmistificar o papel de um

programa de flexibilidade ou de um programa de atividades físicas que inclua exercícios

sistemáticos de flexibilidade, na melhora da AVD. A maioria dos estudos que relatam o fato

são originários de áreas de terapia ocupacional (Di FÁBIO, 1992). Para Campanelli (1996), a

atividade física tem efeitos positivos sobre o desempenho de tarefas da vida diária, e deve

focalizar principalmente exercícios de flexibilidade e locomoção (caminhada).

Koch et al. (1994) citam que a inclusão de exercícios de alongamento, tanto de

membros superiores como membros inferiores, em programas de atividades físicas destinados

a idosos, exercem efeitos positivos na prevenção da incapacidade; exercícios que focalizam as

articulações dos ombros, joelhos, quadril e tornozelo devem ser priorizados, já que essas

articulações são as mais solicitadas na vida diária.

Grandes números de pesquisas demonstram a relação entre a força muscular e

melhoria na eficácia para realização da AVD. Os estudos revelam que o treinamento de força,

tanto para indivíduos sadios como para indivíduos com disfunções ou doenças crônicas,

promove efeito positivo na execução de tarefas como caminhar, subir escadas, carregar

pacotes, sentar-se e levantar-se entre outras. Mihalko e McAuley (1996) focalizam a

necessidade de realização de trabalhos que enfatizem outros componentes da aptidão física,

como capacidade cardiorespiratória, flexibilidade, além das capacidades neuromotoras e

habilidades motoras. Inúmeras tarefas utilizam várias habilidades motoras simultaneamente.

Por exemplo, para calçar o sapato, o idoso necessita de um grau de flexibilidade que permita

flexionar o tronco, e também necessita possuir habilidade manual para amarrar o cadarço.

Assim, nota-se a necessidade de realização de outros estudos, que investiguem a interferência

das diferentes capacidades físicas e habilidades motoras na melhora da eficácia de AVD.

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2 METODOLOGIA

A presente pesquisa trata-se de um estudo de caso, que de acordo com Gil

(1991) pode ser definido como um conjunto de dados que descrevem uma unidade (uma

pessoa ou um grupo, um caso clínico, uma família, uma comunidade, uma nação). É uma

pesquisa de campo, de natureza descritiva e exploratória, com a intenção de analisar

qualitativamente o desempenho de aptidão física dos idosos que participam de um programa

de promoção de saúde. Segundo Gil (1991, p. 60) “o estudo de caso é altamente recomendado

para a realização de estudos exploratórios” e “caracteriza-se por grande flexibilidade [...]

sendo difícil estabelecer um roteiro rígido que determine com precisão como deverá ser

desenvolvida a pesquisa” (p. 121). Porém, é possível distinguir em estudos de caso, a

delimitação da unidade-caso, a coleta de dados e a análise e interpretação dos dados como

descritos a seguir.

2.1 DELIMITAÇÃO DA UNIDADE-CASO

Participaram do estudo 40 idosos, sendo 22 do sexo feminino e 18 do sexo

masculino, com idade acima de 60 anos. Todos eram participantes há 12 meses de um

programa de atividades físicas (vôlei, hidroginástica, bocha e recreação) do Centro de

Convivência da Melhor Idade do Município de Monte Alto-SP.

A maior parte dos idosos mora em bairro da periferia e somente através do

transporte municipal gratuito conseguem seu deslocamento até o Centro de Convivência da

Melhor Idade, caracterizando assim uma população sócio-econômica de baixa renda.

2.1.1 Critérios de inclusão na população

1. Possuir atestado médico para a avaliação da aptidão física;

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2. Termo de consentimento para participar da pesquisa assinado;

3. Possuir 60 anos ou mais;

4. Estar realizando uma das atividades oferecidas no programa do Centro de

Convivência há 12 meses.

2.2 LOCAL ONDE FOI REALIZADO O ESTUDO

O estudo foi realizado no Centro de Convivência da Melhor Idade situado na

Avenida 15 de maio, número 502, no município de Monte Alto estado de São Paulo. O Centro

está destinado às pessoas acima de 60 anos (idosos), que buscam a prática da atividade física

em prol de uma melhora na qualidade de vida. Neste estabelecimento são ministradas aulas

de: vôlei, hidroginástica, recreação e bocha. Todas essas atividades são feitas com freqüência

de 2 vezes por semana com duração de 1 hora cada aula, orientadas por um profissional de

Educação Física.

2.3 COLETA DE DADOS

Os dados foram coletados no mês de novembro de 2004, pelo pesquisador que

aplicou os testes e que teve como auxiliares neste processo, profissionais da área da educação.

2.4. ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram analisados com o programa Microsoft Excel (média e desvio

padrão) e comparados com as tabelas de Rikli e Jones (1997) para Força de Membros

Superiores, Força de Membros Inferiores e Variável Metabólica; da Organização Mundial de

Saúde (1997 apud MATSUDO, 2000) para Índice de Massa Corporal; e de Willians e Greene

(1990 apud SPIRDUSO, 1995) para Equilíbrio, descritas na metodologia.

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2.4.1 Antropometria

Para a avaliação dos dados de antropometria foram utilizados o material e os

procedimentos a seguir.

2.4.1.1. Peso

Material: balança antropométrica mecânica da marca Filizola com capacidade

para 200 quilogramas e com precisão de 100 gramas.

Procedimento: o avaliado vestindo camiseta e calça ou calção (sem calçado)

foi colocado em pé de frente para a escada da balança, com afastamento lateral dos pés ereto e

com o olhar fixo para frente.

Precauções: foi seguida a recomendação para que a balança estivesse calibrada

após a medida de cada 10 indivíduos e foi verificado o nivelamento do solo sobre o qual a

balança estava apoiada.

Resultado: foi considerado o valor que apareceu na primeira ocasião e o valor

foi anotado em quilogramas com aproximação de 0,1 quilograma.

2.4.1.2 Estatura total

Material: balança antropométrica mecânica da marca Filizola com altura

máxima de 2 metros e com precisão de 0,5 centímetro.

Procedimento: o avaliado, descalço usando camiseta e calça foi colocado na

posição ortostática com os pés unidos, procurando por em contato com o instrumento de

medida as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região

occipital. A medida foi realizada com o indivíduo em apnéia inspiratória e com a cabeça

orientada no plano de Frankfurt, paralela ao solo, com o cursor em ângulo de 90ºgraus em

relação à escala.

Precauções: o avaliador preferivelmente se posicionou à direita do avaliado,

devendo-se registrar a hora em que foi feita a medida sendo que em trabalhos longitudinais

devemos procurar efetuar as medidas em um mesmo horário ou período do dia. Os avaliados

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devem ser orientados a evitar se encolher quando o cursor tocar sua cabeça e exigir trocas de

posição entre as medidas.

Resultados: foram feitas três medidas, sendo considerada a média das mesmas,

como valor real da estatura total.

2.4.2 Índice de massa corporal

O índice de massa corporal (IMC) determina a relação do peso corporal para a

estrutura do indivíduo definindo assim se este é aceitável ou não, permitindo classificar o grau

de sobrepeso ou obesidade do indivíduo. Este índice antropométrico é amplamente

reconhecido por sua habilidade para predizer risco de doenças (HEYWARD, 1996). Ele foi

calculado com os valores obtidos do peso corporal e a estrutura corporal total dividindo o

valor do peso (em quilogramas) pelo quadrado da estrutura corporal (em metros), conforme

especificado em sua fórmula original:

22 mkg

m) em (Estruturaquilograma em PesoIMC ==

Existem alguns critérios de classificação dos quais selecionei aqui um dos mais

freqüentemente utilizados.

De acordo com o da Organização Mundial de Saúde (1997 apud MATSUDO,

2000), a classificação do IMC independentemente do sexo é:

Tabela 1 – Classificação do Índice de Massa Corporal CLASSIFICAÇÃO IMC (kg/m2)

ABAIXO DO NORMAL ≤ 18,5

NORMAL 18,5 – 24,9

SOBREPESO ≥25

PRÉ-OBESO 25 – 29,9

OBESO CLASSE I 30 – 34,9

OBESO CLASSE II 35 – 39,9

OBESO CLASSE III ≥40 Fonte: MATSUDO, 2000, p. 29.

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2.4.3 Circunferência de cintura e quadril

Material: uma trena métrica antropométrica flexível da marca sanny com

precisão de 1 milímetro.

Procedimento seguido nesse estudo: padronização referida por Heyward

(1996).

a) Circunferência da cintura: mensurada considerando dois padrões citados por

Heyward (1996): a parte mais estreita do tronco ou, em caso de não poder

ser visualizada, considerando as recomendações da Organização Mundial de

Saúde (1998) de medir o ponto médio entre a borda inferior da última

costela e a crista ilíaca. Para realizar a medida o avaliado estava em roupas

íntimas ou no caso de não ter um local isolado pode levantar a camiseta na

altura da borda inferior dos seios.

b) Circunferência do quadril: medida considerando o maior volume dos

glúteos estando o avaliado em posição lateral direita em relação ao

avaliador e com a calça abaixo dos glúteos. A medida é realizada

eventualmente sobre a roupa íntima.

Precauções: as duas medidas foram realizadas com o avaliado em pé, com

roupas íntimas, de frente para o avaliador, com as pernas ligeiramente afastadas.

Resultados: foi realizada apenas uma medida de cada uma das circunferências

e o valor expresso em centímetros.

2.4.4 Relação cintura/quadril

A relação cintura/quadril (C/Q) é fortemente associada com a gordura visceral

e parece ser um índice aceitável de gordura intra-abdominal, embora alguns autores

considerem que a circunferência da cintura parece ser um melhor preditor de depósito de

gordura visceral do que a relação C/Q. Por outro lado, a circunferência do quadril é

influenciada somente pelo depósito de gordura subcutânea e a relação C/Q pode mudar

dependendo do padrão de menopausa da mulher (HEYWARD, 1996).

A relação cintura/quadril (C/Q) foi calculada dividindo o valor da cintura (em

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centímetros) pelo valor da circunferência do quadril (em centímetros), desta forma:

(cm) quadril do nciacircunferê(cm) cintura da nciacircunferê C/Q =

Alguns valores sugeridos na literatura como critérios de risco alto e muito alto

para os dois sexos em indivíduos acima de 50 anos de idade foram apresentados por Heyward

(1996):

Tabela 2 – Classificação da relação cintura/quadril

IDADE RISCO ALTO

RISCO MUITO ALTO

HOMEM 50 – 59 60 – 69

0,97 – 1,02 0,99 – 1,03

> 1,02 > 1,03

MULHER 50 – 59 60 – 69

0,82 – 0,88 0,84 – 0,90

> 0,88 > 0,90

Fonte: MATSUDO, 2000, p. 34.

2.4.5 Funções neuromotoras

2.4.5.1 Força muscular dos membros superiores

Flexão de cotovelo: é um teste alternativo descrito por Rikli e Jones (1999)

para mensurar indiretamente a força dos membros superiores quando não se tem a disposição

o dinamômetro manual.

Material: cronômetro com precisão de segundos, cadeira com encosto reto

(sem braços), peso de mão ou halteres de 2,27kg para mulheres e 3,63kg para homens. Devido

a dificuldade de encontrar pesos com esta padronização foram utilizados halteres de 2kg e

4kg, respectivamente.

Procedimento: o avaliado permaneceu sentado em uma cadeira, com as costas

retas no encosto e pés totalmente apoiados no chão, com o lado dominante do corpo perto da

extremidade lateral da cadeira. O peso é segurado de lado com a mão dominante fechada. O

teste começou com o braço estendido para baixo ao lado da cadeira, perpendicularmente ao

chão. Ao sinal “Atenção! Já” o avaliado virava a palma da mão para cima enquanto

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flexionava o braço, completando totalmente o ângulo de movimento, voltando depois à

posição inicial com o cotovelo totalmente estendido. Ao retornar à posição, o participante

mantinha o peso segurado com a mão fechada.

Precauções: o avaliador ficava ajoelhado (ou sentado em uma cadeira)

próximo ao avaliado, do lado do braço dominante, colocando os dedos no meio da região

bicipital do idoso para impedir que seu braço se movesse, assegurando a realização do

movimento completo de flexão (o antebraço do avaliado apertava os dedos do avaliador). Era

importante que a parte superior do braço do avaliado permanecesse estabilizada durante a

realização do teste. O avaliador também poderia precisar colocar a outra mão atrás do

cotovelo do avaliado, de forma que o mesmo soubesse quando a extensão completa havia sido

alcançada, e também prevenindo que o braço do idoso realize movimentos oscilando para trás.

O avaliado era encorajado a executar o maior número possível de movimentos de flexão

dentro do prazo de 30 segundos. Depois de uma demonstração realizada pelo avaliador, era

realizada uma tentativa de uma ou duas repetições para conferir a maneira adequada de

realizar, seguidas por uma segundo tentativa de 30 segundos.

Os resultados foram analisados segundo os valores padrões (referência

população idosa americana) propostos por Rikli e Jones (1999).

Tabela 3 – Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI; JONES, 1999) em média e desvio padrão, do teste de flexão do braço, de acordo com o sexo e a idade cronológica.

Idade 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 Mulher Média 16,1 15,2 14,5 14 13 13 10,9

Desvio Padrão 4,6 4,3 4,4 4,4 4,1 4,1 3,8 Homem Média 19 18,4 17,4 16,2 16 16 12

Desvio Padrão 4,7 5,3 5 4,6 4,3 4,3 3,5 Fonte: MATSUDO, 2000, p. 41.

2.4.5.2 Força muscular dos membros inferiores

Teste de levantar da cadeira em 30 segundos: este teste tem sido recomendado

como uma alternativa prática para medir indiretamente a força dos membros inferiores devido

a correlação moderadamente alta do teste de 1RM no “leg press” em homens (0,78) e

mulheres (0,71) (RIKLI; JONES, 1999).

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Material: cronômetro, cadeira com encosto reto (sem braços) com altura de

aproximadamente 43 cm. Por razões de segurança, a cadeira foi apoiada à parede ou

estabilizada de forma a impedir que se movesse durante o teste.

Procedimentos: o teste começava com o avaliado sentado no meio da cadeira,

com as costas retas e os pés apoiados no chão. Os braços ficavam cruzados contra o tórax. Ao

sinal “Atenção! Já!” o avaliado levantava, ficando totalmente em pé e, então, retornava a uma

posição completamente sentada. O avaliado era encorajado a sentar-se completamente o

maior número de vezes em 30 segundos.

Precauções: depois de uma demonstração realizada pelo avaliador, era

realizada uma tentativa com uma a três repetições para conferir a maneira de realizar o teste e

após era realizada a tentativa final do teste em 30 segundos.

Resultados: foi avaliado o número total de movimentos completos de se sentar,

executados corretamente em 30 segundos. Caso o avaliado próximo de finalizar os 30

segundos, estivesse com mais de metade dos movimentos já executados, conta-se como um

movimento completo.

Tabela 4 – Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI; JONES, 1999) em média e desvio padrão, do teste de levantar da cadeira em 30 segundos, de acordo com o sexo e a idade cronológica. Idade 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 Mulher Média 14,5 13,5 12,9 12,5 11,3 10,3 8 Desvio Padrão 4 3,5 3,6 3,8 4,2 4 5,1 Homem Média 16,4 15,2 14,5 14 12,4 11,1 9,7 Desvio Padrão 4,3 4,5 4,2 4,3 3,9 4,6 3,8 Fonte: MATSUDO, 2000, p. 44.

2.4.6 Equilíbrio

Teste de equilíbrio estático com controle visual segundo a padronização da

bateria de Williams e Greene (1990 apud SPIRDUSO, 1995).

Material: cronômetro.

Procedimentos: o avaliado ficava em pé com as mãos na cintura e com as

palavras de “Atenção! Já!” era orientado a olhar para um ponto fixo (a uma distância de,

aproximadamente, dois metros) e a flexionar na altura do joelho uma das pernas, escolhida a

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vontade pelo próprio avaliado. Ele deveria tentar manter-se nessa posição por, pelo menos, 30

segundos. O avaliador permanecia do lado do idoso acionando o cronômetro no momento das

palavras de comando e parando no primeiro contato do pé do participante com o chão, mesmo

antes do término dos 30 segundos. Quando o avaliado conseguia se manter na posição por 30

segundos, o cronômetro era parado ao término deste e era permitido o descanso do

participante.

Precauções: a tentativa era desconsiderada quando o sujeito não conseguia

manter a posição inicial. Podiam ser permitidas tentativas iniciais até que o avaliado

conseguisse manter a posição estabelecida.

Resultado: eram executadas três tentativas e calculadas as médias em

segundos.

Tabela 5 – Valores padrões de referência, em média e desvio padrão, do equilíbrio estático (em segundos) de acordo com a idade cronológica, de mulheres fisicamente independentes de São Caetano do Sul

50-59 60-69 70-79

Média 21,6 16,9 9

Desvio Padrão 9,9 9,5 7,3 Fonte: MATSUDO, 2000, p. 55.

2.4.7 Variáveis metabólicas

Teste de marcha estacionária de 2 minutos: é um teste alternativo para medir

endurance aeróbica, descrito por Rikli e Jones (1999).

Material: cronômetro, fita métrica e fita crepe.

Procedimento: a altura mínima adequada do joelho para realizar a marcha de

cada participante é em nível do ponto médio entre a patela e a crista ilíaca. Para monitorar a

altura correta foi utilizado com referência um guia com duas hastes de madeira, fixadas em

uma base de madeira, que seguram uma corda que pode ser facilmente ajustada à altura

estipulada para o avaliado.

Ao sinal de “Atenção! Já!” o participante iniciava a flexão dos joelhos,

simulando o movimento de marcha (sem correr), sem sair do lugar, começando com a perna

direita, completando a maior quantidade possível de passadas dentro do período de tempo de

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2 minutos. O avaliador somente conta o número de vezes que o joelho direito alcança a altura

determinada.

Precauções: o avaliador permanecia ajoelhado na frente do avaliado e

contando o número de repetições. O profissional também servia como apoio no caso de perda

de equilíbrio e garantia que o participante mantivesse a altura determinada do joelho. Quando

o joelho não alcançava a altura determinada, o avaliador solicitava ao avaliado para que

parasse o teste ou parasse e descansasse até conseguir realizar de forma correta. As passadas

podiam ser reassumidas se o período de tempo de 2 minutos não tivesse terminado. Se fosse

necessário o avaliado podia colocar uma das mãos sobre a mesa ou cadeira para ajudar a

manter o equilíbrio. Ao final do teste o avaliado devia caminhar lentamente durante 1 minuto

como forma de resfriamento. Para ajudar a velocidade do passo os avaliados eram avisados

quando atingiam 1 minuto e quando faltavam 30 segundos para o final.

Resultado: foi o número total de vezes que o joelho direito alcançou a altura

mínima estipulada. Esse resultado seguiu a classificação de Rikli e Jones (1999).

Tabela 6 – Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI; JONES, 1999) em média e desvio padrão, do teste de marcha estacionária em 2 minutos, de acordo com o sexo e a idade cronológica Idade 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 Mulher Média 91 90 84 84 75 70 58 Desvio Padrão 24 26 25 24 23 22 21 Homem Média 101 101 95 91 87 75 69 Desvio Padrão 21 23 23 27 24 24 26 Fonte: MATSUDO, 2000, p. 38.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 7 – Distribuição do índice de massa corporal (IMC) segundo sexo e faixa etária em idosos do grupo estudado IDADE 60-64 65-69 70-74

Média 28,2 26,7 29,7 MULHER Desvio Padrão 3,6 4,4 4,7 Média 24,6 26,3 23,9 HOMEM Desvio Padrão 4,0 3,2 3,6

De acordo com a Organização Mundial de Saúde os IMC encontrados para

ambos os sexo tornam-se preocupantes, pois a maioria dos grupos avaliados encontra-se

classificados como PRÉ-OBESOS. Quando analisados individualmente, percebemos que

todos os grupos do sexo femininos avaliados estão acima do IMC normal, sendo classificado

como PRÉ-OBESO. Já nos grupos do sexo masculino encontramos três classificações

diferentes, o grupo de 60-64 anos está classificado como SOBREPESO, o grupo de 65-59

anos como PRÉ-OBESO e o grupo de 70-74 anos como NORMAL.

Tabela 8 – Distribuição do IMC segundo o sexo do grupo estudado MULHER HOMEMMédia 28,3 24,7 Desvio Padrão 4,0 3,5

Analisando o IMC levando em consideração somente o sexo, observamos que

o grupo do sexo masculino esta classificado como NORMAL, enquanto o grupo do sexo

feminino está classificado como PRÉ-OBESO.

Tabela 9 – Distribuição da Relação Cintura/Quadril, segundo o sexo e faixa etária em idosos do grupo estudado

IDADE 60-64 65-69 70-74 Média 0,92 0,91 0,92 MULHER Desvio Padrão 0,07 0,08 0,05 Média 0,88 0,99 0,95 HOMEM Desvio Padrão 0,05 0,07 0,09

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Classificando os resultados obtidos no Centro de Convivência da Melhor Idade

através dos resultados de indivíduos acima de 50 anos propostos por Heyward (1996), entre os

grupos de homens, somente o grupo de 65-69 foi classificado como RISCO ALTO, pois os

dois outros grupos não tiveram média igual ou acima de 0,99, não tornando-se assim um

grupo de risco. Enquanto que todos os grupos de mulheres tiveram classificações. O grupo de

60-64 anos ficou classificado como RISCO ALTO, os grupos de 65-69 anos e o grupo de 70-

74 anos ficaram classificados como RISCO MUITO ALTO.

Tabela 10 – Distribuição dos valores do teste de flexão de cotovelo (força de membros superiores), segundo o sexo e faixa etária em idosos do grupo

IDADE 60-64 65-69 70-74 Média 17,3 18,4 21,7 MULHER Desvio Padrão 2,0 3,8 4,5 Média 18,7 17,5 18,6 HOMEM Desvio Padrão 4,7 2,6 3,2

Comparando os resultados acima, com os valores padrões de referência para a

população americana proposto por Rikli e Jones (1999), observamos que todos os grupos de

mulheres estudados tiveram um desempenho melhor mantendo-se dentro da média proposta,

enquanto que entre os grupos de homens somente o grupo de 70-74 anos teve um desempenho

superior ao proposto por Rikli e Jones (1999), mas não deixando de se enquadrarem dentro da

média dos padrões de referência.

Tabela 11 – Distribuição dos valores do teste de levantar da cadeira em 30 segundos (força de membros inferiores), segundo o sexo e faixa etária

IDADE 60-64 65-69 70-74 Média 14,6 14,9 15,9 MULHER Desvio Padrão 3,5 2,9 4,6 Média 17,0 14,5 14,1 HOMEM Desvio Padrão 1,7 1,0 2,8

O resultado do teste de levantar da cadeira em 30 segundos, teve como

destaque o resultado do grupo de 70-74 anos do sexo feminino, pois a média dos valores de

referência de Rikli e Jones para essa faixa etária é de 12,9 repetições por 30 segundos,

enquanto que a população estudada teve uma média de 15,9 repetições por 30 segundos.

Quanto aos outros grupos não houve nenhuma discrepância nos valores médios que fossem

relevantes.

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Tabela 12 – Distribuição dos valores do teste de equilíbrio (em segundos), segundo o sexo e a faixa etária

IDADE 60-69 70-79Média 22,8 18,1 MULHER Desvio Padrão 9,7 8,4 Média 26,5 25,4 HOMEM Desvio Padrão 4,5 8,1

Em relação aos resultados do teste de equilíbrio acima destacado, somente

encontramos valores padrões de referência para os grupos de mulheres. Os valores

encontrados foram de um grupo de mulheres fisicamente independentes de São Caetano do

Sul. Comparando estes resultados com os obtidos no município de Monte Alto encontramos

valores bem diferentes, tendo o grupo de estudo de Monte Alto uma performance melhor que

o grupo das mulheres de São Caetano do Sul, ficando o grupo de mulheres entre 70 e 79 anos

acima do desvio padrão encontrado na literatura.

Tabela 13 - Distribuição dos valores do teste de marcha estacionária de 2 minutos, segundo o sexo e a faixa etária IDADE 60-64 65-69 70-74

Média 75,7 78,0 85,0 MULHER Desvio Padrão 13,2 16,6 17,3 Média 92,0 86,0 78,0 HOMEM Desvio Padrão 6,2 5,6 21,4

O último teste aplicado na população de idosos do Centro de Convivência da

Melhor Idade do Município de Monte Alto, foi o teste de marcha estacionária de 2 minutos.

Analisando e comparando este teste com os valores padrões de referência (repetições) para a

população americana proposto por Rikli e Jones, (1999), observamos que para as mulheres

entre 60 e 69 anos, os valores obtidos foram menores na nova amostra. Já as idosas com mais

de 70 tiveram uma média semelhante a das americanas.

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CONCLUSÃO

Após análise de todos os testes investigados, chegou-se a seguinte conclusão

nos grupos de mulheres:

- na avaliação do índice de massa corporal, todos os grupos ficaram

classificados como PRÉ-OBESOS apesar da prática da atividade física

regular.

- a avaliação da relação cintura/quadril, os resultados também não foram bons,

pois todos os grupos estudados estão acima da média aceitável, encontrando-

se dentro de um parâmetro de risco.

- em relação às avaliações de força de membros superiores, força de membros

inferiores, equilíbrio e variáveis metabólicas, ou seja, avaliações que

exigiram agilidade, força, equilíbrio e capacidade cariorespiratória, os

resultados estiveram dentro dos valores padrões de referência classificados

pelos autores estudados.

Quando analisado os testes dos grupos de homens investigados, chegou-se a

seguinte conclusão.

- ao contrário do índice de massa corporal encontrado nos grupos de mulheres,

apenas um grupo foi classificado como PRÉ-OBESO, os outros dois grupos

investigados tiveram classificação de SOBREPESO e NORMAL,

apresentando assim um quadro menos grave que os grupos de mulheres

estudados.

- as avaliações da relação cintura/quadril do grupo de homens, também tiveram

bons resultados, tendo apenas um grupo classificado como RISCO ALTO, os

outros dois grupos não tiveram classificação, encontrando-se assim em

padrões normais.

- em relação às avaliações de força de membros superiores, força de membros

inferiores, equilíbrio e variáveis metabólicas, ou seja, avaliações que

exigiram agilidade, força, equilíbrio e capacidade cariorespiratória, os

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resultados foram iguais aos dos grupos de mulheres, estiveram todos dentro

dos valores padrões de referência classificados pelos autores estudados.

De maneira geral, nas avaliações antropométricas e relação cintura/quadril para

o grupo de mulheres os resultados não foram bons, porém a atividade física regular

proporcionou uma melhoria nas habilidades físicas, que facilitam o dia a dia do idoso, isto é,

facilitam o desempenho de suas atividades básicas diárias. Quanto ao grupo dos homens, a

atividade física regular acarretou em uma performance muito boa em todas as avaliações

realizadas.

Sendo assim, as atividades físicas regulares, ao longo de 12 meses, foram

capazes de promover uma qualidade na aptidão física igualmente comparada as outras

populações estudadas, ou seja, a pratica de uma atividade física regular durante 12 meses é

capaz de proporcionar uma aptidão física excelente para realização de suas atividades básicas

diária.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar esse trabalho, reforçou-se que a velhice, de uma forma geral, ainda

é entendida por grande parte das pessoas como uma fase de degradação e perda. As alterações

decorrentes do processo de envelhecimento não são vistas como mudanças adaptativas,

normais ao processo de desenvolvimento do ser humano, mas como acontecimento que

levarão o indivíduo a uma condição de incapacidade. Com base nos resultados obtidos nessa

pesquisa foi possível reforçar que, grande parte da população idosa é independente na

realização das atividades da vida diária, e tem condição de continuar desenvolvendo os mais

diversos papeis da sociedade, desde que pratique uma atividade física regular para a

manutenção e melhoria da sua aptidão física.

Outro ponto interessante deste trabalho foi à performance que tiveram os

idosos de maior idade, ou seja, os resultados foram aumentando, à medida que as idades eram

maiores, ponto esse que não conseguido em nenhum trabalho para efeitos de comparação, ou

algum resultado que pudesse justificar esse desempenho. Entretanto, durante a pesquisa e a

experiência adquirida neste período, pude perceber que com o passar da idade vai havendo

uma aceitação sobre suas condições e limitações proporcionadas pelo fator funcional. Com

isso, quando o idoso começa a perceber que isso pode ser um processo retrogrado, ou pelo

menos se pode estacionar essa situação, começa a encarar a vida de uma maneira diferente e

perceber que ainda está “vivo”.

Com base nas reflexões que surgiram no decorrer dessa pesquisa, sugere-se que

trabalhos sobre os efeitos de programa de atividades físicas regulares sobre a qualidade de

vida de idosos sejam realizados, no sentido de melhor entender a relação entre os diferentes

tipos de treinamentos e seu impacto sobre a qualidade de vida de idosos. Sobretudo, é

importante que estudos com abordagens qualitativas sejam realizados, visto que entender a

percepção que idosos atribuem a si mesmo e à qualidade do seu viver é fundamental para que

proposta de programas de atividades físicas para essa população possam atingir cada vez mais

uma perspectiva positiva de envelhecer.

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ANEXOS