AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE MISTURAS ASFÁLTICAS COM...
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AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE MISTURAS ASFÁLTICAS
COM A INSERÇÃO DE POLIETILENO TEREFTALATO (PET)
PERFORMANCE EVALUATION OF ASPHALTIC MIXTURES
WITH THE INSERTION OF POLYETHYLENE TEREPHALATE
(PET)
MOURA, Raísa Rossi Nicoli de1
BINOTI, Daniel Henrique Breda2 AZEVEDO, Otoniel de Aquino³
RESUMO Este trabalho tem como objetivo avaliar a influência da adição de Politereftalato de Etileno a partir de garrafas (PET) em misturas asfálticas, sobre as propriedades físicas e mecânicas do pavimento asfáltico. Para isso será realizado um experimento em delineamento inteiramente casualizado com três repetições, e três tratamentos, demonstrado a seguir: T1: mistura CBUQ convencional, com adição de PET triturado nas percentagens de 1, 2 e 5% respectivamente. Os corpos de prova foram feitos no laboratório de asfalto na Minerasul Indústria e Comércio de Agregados LTDA e na IES São Camilo/ES. Os corpos de prova serão avaliados quanto a parâmetros volumétricos, como o Vv (volume de vazios) e RBV (relação betume vazios) e ensaio mecânico de Resistência à Compressão. Com esse trabalho espera-se demonstrar o potencial da utilização de PET em pavimentos asfálticos, melhorando a resistência mecânica e a durabilidade dos pavimentos asfálticos, bem como determinar o percentual ideal de PET na mistura asfáltica. Palavras Chave: Pavimento Asfáltico; Reciclagem; Garrafas Pet ABSTRACT This work aims to evaluate the influence of the addition of Ethylene Polyerephthalate from bottles (PET) in asphalt mixtures, on the physical and mechanical properties of asphalt pavement. For this will be conducted a completely randomized design with three replications and three treatments, shown below: T1: conventional CBUQ mixture, with addition of crushed PET in the percentages of 1, 2 and 5% respectively. The specimens were made in the asphalt laboratory at Minerasul Indústria e Comércio de Agregados LTDA and at IES São Camilo / ES. The specimens will be evaluated for volumetric parameters, such as Vv(void volume) and RBV (void bitumen ratio) and mechanical test of Compression Resistance. With this work we hope to demonstrate the potential of using PET in asphalt pavements, improving the mechanical strength and
1 Graduanda do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário São Camilo-ES –
[email protected]. 2 Professor orientador. Doutor. Centro Universitário São Camilo-ES – [email protected].
³ Professor orientador. Mestre. Centro Universitário São Camilo-ES – [email protected].
durability of asphalt pavements, as well as determining the ideal percentage of PET in the asphalt mix. Keywords: Asphalt Pavement; Recycling; Pet bottles INTRODUÇÃO
As embalagens plásticas estão muito presentes no nosso dia-a-dia e seu
consumo tem crescido por todo o mundo. Os impactos ambientais oriundos da
destinação incorreta dessas embalagens têm gerado preocupação em diversos
setores da sociedade.
As embalagens de bebidas mais comuns são compostas de Polietileno
Tereftalato (PET). Segundo a Associação Brasileira da Industria do PET
(ABIPET), o Brasil apresenta um crescimento constante de PET de cerca de 2
% anuais e em 2016 atingiu a marca de aproximadamente 840 Kton de PET.
A reciclagem dos resíduos de PET reduz o consumo de matéria-prima e
minimiza os impactos ambientais causados pela destinação inadequada desses
resíduos. Em função disso, diversas cidades e organizações civis tem gerado
medidas e planos para o gerenciamento adequado desses resíduos visando a o
menor impacto ambiental possível. Dentre esses planos destaca-se a
incorporação de resíduos sólidos nos processos de pavimentação.
A construção de rodovias causa diversos impactos ambientais como
revolvimento e compactação do solo, supressão da vegetação e alteração do
habitat nas áreas de influência dessas obras.
A pavimentação de vias com polímeros reutilizados, como pneus
triturados, já é utilizada por empresas e órgãos como medidas para
reaproveitamento de resíduos sólidos e minimização dos impactos ambientais.
A adição de PET na mistura asfáltica vem se mostrando uma alternativa viável,
contudo os estudos sobre a formulação ideal ainda necessitam ser realizados.
Em função disso essa pesquisa visa estudar a viabilidade técnica da
utilização do resíduo de PET em misturas asfálticas, visando minimizar os
impactos ambientais do descarte de resíduos sólidos e aumentar a resistência e
durabilidade do pavimento.
METODOLOGIA
Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas,
construída sobre a superfície final de terraplenagem, destinada técnica e
economicamente a resistir aos esforços oriundos do tráfego de veículos e do
clima, e a propiciar aos usuários melhoria nas condições de rolamento, com
conforto, economia e segurança. O pavimento rodoviário é classificado
tradicionalmente em dois tipos básicos: rígidos e flexíveis (Figura 1). A
pavimentação rígida consiste em um revestimento superficial feito de uma placa
de cimento Portland. Já a pavimentação flexível é composta geralmente por uma
estrutura composta por uma estrutura formada por quatro camadas principais:
revestimento asfáltico, base, sub-base e subleito.
O revestimento asfáltico é a camada superior destinada a resistir
diretamente às ações do tráfego e transmiti-las de forma atenuada às camadas
inferiores, impermeabilizar o pavimento, além de melhorar as condições de
rolamento. O revestimento é composto pela junção de agregados e ligantes
asfálticos. O asfalto utilizado em revestimentos asfálticos é um ligante
betuminoso proveniente da destilação do petróleo e possui a propriedade de ser
um adesivo termoviscoplástico, impermeável à água e pouco reativo. No Brasil,
é utilizada a nomenclatura CAP (cimento asfáltico de petróleo) para designar
este produto (Bernucci et al., 2008). Na pavimentação os agregados (termo
genérico para areias, pedregulhos e rochas em seu estado natural ou britadas
em seu estado processado) mais utilizados são materiais rochosos provenientes
de pedreiras. Para tal, é necessário avaliar suas propriedades uma vez que estes
devem suportar as tensões impostas na superfície do pavimento. Nesta pesquisa
trabalha apenas com a pavimentação flexível.
Concreto-cimento (corte longitudinal) Asfáltico (corte transversal)
Figura 1 – Demonstração dos tipos de pavimentos Concreto-cimento (corte
longitudinal) – Pavimentação rígida e Asfáltico (corte transversal) –
Pavimentação flexível. Fonte: Bernucci (2008)
WHITEOAK (1990) considera que o principal fator responsável pelo
endurecimento do ligante asfáltico em serviço é o teor de vazios da mistura
asfáltica. Outro fator importante é a condição ambiental da região do pavimento,
altas temperaturas geralmente estão associadas ao aumento das taxas de
oxidação. No tocante ao teor de vazios, sua importância decorre de que quanto
maior o teor da mistura no campo, mais rápida será a velocidade de
envelhecimento do ligante asfáltico que consequentemente, enrijecerá também
a mistura. Para tanto, este artigo estudou o volume dos vazios de um traço
padrão utilizado para faixa C do DNIT onde a adição de PET na mistura, além
de funcionar como ligante junto ao CAP, por ser um material de alta resistência
agregar propriedades as misturas asfálticas.
Para a determinação e avaliação da dosagem e efeitos da adição do PET
nas misturas asfálticas, diversos estudos devem ser realizados, o primeiro deles
é o estudo de vazios. Para esse estudo, foi utilizado 1000g de amostra sendo
460g de pó de pedra, 350g de brita 0, 130g de brita 1 e 10g de filler. Após
pesados, os agregados foram misturados rapidamente no moinho de bolas e
inseridos em uma bureta graduada com 1000ml (Figura 2). Em seguida com uma
pipeta graduada de 50ml foi adicionado até que se os agregados estivesses
cobertos um volume de querosene, que por ser um material orgânico apolar, tem
menor interação molecular, o que proporciona menor presença de bolhas que
proporcionaria maior erro nos estudos dos vazios, fato observado quando
utilizado água ao invés deste.
Figura 2 - Separação e determinação dos vazios dos agregados.
Para a determinação do volume de vazios os componentes da mistura
asfáltica foram separados em três traços, conforme tabela 1.
Tabela 1 - Estudo de Vazios - Traços
Traço 1
Material % Massa (g)
Pó de Pedra 46 460
Brita 0 35 350
Brita 1 12 120
Filler 1 10
Traço 2
Material % Massa (g)
Pó de Pedra 46 460
Brita 0 35 350
Brita 1 12 120
Traço 3
Material % Massa (g)
Brita 0 35 350
Brita 1 12 120
Fonte: O autor (2019)
Conhecendo-se os vazios médios apresentados, a densidade do PET e do
CAP, estudou-se a massa da dispersão constituída de PET e betume que
deveria ser adicionada ao corpo de prova, sob temperatura e movimentos com
velocidade circular, proposto por método padrão de desenvolvimento de massa
asfáltica, segundo NBRs, para dispersão e confecção dos corpos de prova, para
os ensaios físicos segundo NBRs.
A dosagem das misturas asfálticas são o produto da combinação do ligante
ao agregado em proporções definidas por métodos empíricos através de um teor
ótimo de ligante a partir de uma faixa granulométrica pré-definida. O teor de
ligante varia de acordo com o método de dosagem. O método de dosagem
utilizado é o de Marshall para misturas asfálticas (DNER-ME-043/95). Este
método realiza a compactação da mistura por impacto, onde a recomendação é
que a compactação seja feita por 75 golpes para uma pressão de 7 kgf/cm² a 14
kgf/cm².
Segundo Bernucci et al. (2008), os procedimentos para a determinação dos
parâmetros gerados para a dosagem Marshall do CBUQ são:
I) Determinação das massas específicas reais do cimento asfáltico de
petróleo (CAP) e dos agregados;
A determinação das massas específicas dos agregados foi realizada
utilizando a metodologia NBR 9776/87.
II) Seleção da faixa granulométrica a ser utilizada na mistura (faixas A, B
e C, segundo o DNIT);
Nesse estudo utilizou-se a faixa C segundo norma do DNIT.
III) Escolha da composição dos agregados para que enquadrem na faixa
granulométrica escolhida;
Todos os agregados foram cedidos pela empresa Minerasul. O CAP
utilizado neste trabalho foi fornecido pela Greca Asfaltos, onde suas
especificações são definidas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) e
encontram-se na tabela 2.
Tabela 2 - Especificações Técnicas CAP - Classificação por penetração. Fonte: ANP (2005)
IV) Escolha das temperaturas de mistura e de compactação, a partir da
curva viscosidade-temperatura do ligante escolhido.
Os agregados após pesados foram aquecidos por meio de uma estufa
conforme determina a norma técnica e foi adicionado o ligante. Nesta etapa foi
realizada a adição do polietileno tereftalato (PET), em que o aquecimento da
mistura foi realizado com a utilização de um fogareiro para mistura dos
agregados com o ligante (CAP) e o PET realizada na Minerasul. Nesta
metodologia o PET não atingiu seu ponto de fusão, em que o CAP tem ponto de
fusão em torno de 150-170ºC e o PET possui ponto de fusão entre 250-260ºC
onde pode-se ver o PET triturado junto a mistura.
O polietileno tereftalato (PET) utilizado para o estudo foi cedido pela
empresa de gerenciamento de resíduos sólidos Marca Ambiental LTDA, em que
o material já estava triturado (Figura 3).
Figura 3 – Polietileno tereftalato (PET) triturado.
V) Adoção de teores de asfalto para os diferentes grupos de Corpos de
Prova (CPs) a serem moldados.
Foram testadas três diferentes concentrações de PET na mistura asfálticas:
i) 1; ii) 2; e iii) 5%. Foram geradas três repetições (CPs) para cada % de PET
adicionada na mistura asfáltica (Tabela 3), além do CP sem adição de Pet
utilizado como testemunha.
Tabela 3 – Proporções de PET utilizadas na mistura.
Massa CBUQ (agregados + CAP)
% PET Massa PET (g) Massa total da
mistura (g)
1188 1% 12 1200
1176 2% 24 1200
1140 5% 60 1200
1200 0% - 1200
VI) Medição dos corpos de prova
Após o resfriamento e desmoldagem dos CPs, obtêm-se as suas dimensões.
Determinam-se para cada CP a sua massa seca, massa submersa e massa
úmida para o cálculo do Gmb (massa específica aparente), e, usualmente,
compara-se com a Densidade Máxima Teórica (DMT).
VII) Determinação da Estabilidade e Fluência
A Estabilidade é a carga máxima que o CP resiste antes da ruptura. A
Fluência é o deslocamento na vertical apresentado pelo CP correspondente à
aplicação de carga máxima. Para a determinação da Estabilidade e Fluência os
CPs foram mergulhados em banho maria a 60ºC durante 40 minutos e levados
submetidos a carga de ruptura pela prensa Marsall.
Nessa etapa utilizou-se a Prensa Marshall com sensor de carga (anel
dinamométrico ou célula de carga) e sensor de deformação (extensômetro
analógico ou digital com sensibilidade de 0,001mm) permitindo o registro
completo e permanente durante a fase do ensaio. O acionamento mecânico é
através de motor elétrico, que caracteriza e assegura uma velocidade constante
da deformação conforme preconiza o ensaio. O retorno do pistão é por inversão
de acionamento elétrico com parada através de interruptor de fim de curso. A
capacidade do equipamento é de 4.000 kgf.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 4 consta o estudo de vazios, utilizado para se conhecer as
massas de PET a ser dispersa no betume e adicionada aos agregados sólidos.
Foram realizados estudos em três repetições nos traços dos corpos de prova,
podendo ser determinados as média de vazios, para formulação, com vistas a
determinar o porcentual de vazios para cada traço, para que fosse estudado e
discutido o quanto de PET, funcionará como ligante junto ao CAP, da mistura
asfáltica para se ter as propriedades desejadas.
Tabela 4 - Estudo de Vazios
Traço 1
Amostra Volume agregados Querosene (Vazios) Média Vazios
1 530 133,5
144,67 2 550 151
3 530 149,5
Traço 2
4 550 151,5
150,17 5 550 150
6 560 149
Traço 3
7 360 155
151,83 8 340 149,5
9 340 151
Na tabela 4 são apresentados os resultados dos estudos das massas
específicas dos componentes utilizados para a construção dos traços.
Tabela 4 – Densidade real dos componentes do CBUQ
Pó de pedra Brita 1 Brita 0 CAP
2,697 2,674 2,671 1,007
Na tabela 5 são apresentados os resultados os estudos de granulometria.
Na figura é apresentado a curva granulométrica.
Tabela 5 – Estudo da granulometria
Análise Granulométrica da Mistura DNER-ME 035/95
Peso da Amostra (g) 1007,8 Especificações
Descrição (Pol) (mm) Retido (g) % Retido % Acum. % Pass. Faixa "C" -
DNIT
0 100 100
0 100 100
PENEIRA 3/4'' 19,1 0 100 100
PENEIRA 1/2'' 12,7 62,7 6,22 6,22 93,78 80 100
PENEIRA 3/8" 9,52 127,8 12,68 18,90 81,10 70 90
PENEIRA Nº 4 4,76 253,4 25,14 44,05 55,95 44 72
PENEIRA Nº 10 2 141,7 14,06 58,11 41,89 22 50
PENEIRA Nº 40 0,42 212,2 21,06 79,16 20,84 8 26
PENEIRA Nº 80 0,177 117,8 11,69 90,85 9,15 4 16
PENEIRA Nº 200 0,074 54,2 5,38 96,23 3,77 2 10
FUNDO 38 3,77 100
Figura 4 – Análise granulométrica.
3/4
"
1/2
"
3/8
"
nº 4
nº 1
0
nº 4
0
nº 8
0
nº 2
00
19,1
12,7
9,5
2
4,7
6
2,0
0
0,4
2
0,1
77
0,0
74
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1000
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Porc
. re
tida (
%)
Peneiras (mm)
Porc
. Pass
ando (
%)
Peneiras (pol)
Faixa "B"- DNIT
Faixa de Trabalho
Granulometria
Na tabela 6 é apresentada a composição dos agregados e do CAP
utilizados para a definição da composição dos agregados utilizados para a
confecção dos corpos de prova.
Tabela 5 – Composição dos agregados e de CAP nos corpos de prova.
Material % do traço Dens. Real * %
Traço Densidade do agregado
Pó de pedra 47,5 128,1075 254,98
Brita 0 47,5 126,8725
Brita 1 0 0 -
Filler 0 0
Teor de CAP 30-45 5,0
Na tabela 6 são apresentadas as dimensões dos CPs produzidos.
Tabela 6 – Dimensões dos corpos de prova
% PET Repetição Altura (cm) Diâmetro (cm)
1% 1 10 6,8
1% 2 10,1 6,9
1% 3 10,1 6,75
2% 1 10,1 6,9
2% 2 10,1 6,8
2% 3 10 7
5% 1 10,1 7,4
5% 2 10,1 7,5
5% 3 10,1 7,5
0% 1 10,1 7
0% 2 10 7,1
0% 3 10 6,9
Os resultados dos testes de Resistencia e Fluência são apresentados na
tabela 7, para cada proporção de PET na mistura e para o Corpo de prova sem
a adição de PET.
Tabela 7 – Resultados para inserção de 1, 2 e 5% de PET.
Percentagem de PET
Parâmetros Repetições
Média 1 2 3
1%
Densidade aparente
Peso ao ar 1.194,30 1.197,70 1.190,70
Peso imerso 667,6 669 659,9
Volume 526,7 528,7 530,8
Densidade 2,268 2,265 2,243 2,259
Densidade teórica 2,434 2,434 2,434
Vazios
% de vazios 6,8 6,9 7,8 7,2
% V.C.B. 12,4 12,4 12,3
% V.A.M. 19,2 19,3 20,1 19,5
% R.B.V. 64,4 64,1 61 63,1
Estabilidade
Leitura 1.200 1.280 1.280
Fat. anel/prensa 1,137 1,137 1,137
Estabilidade 1.364 1.455 1.455
Fat. de correção 0,96 0,96 0,96
Estab. corrigida 1.310 1.397 1.397 1.368
Fluência Leitura 5 5,5 5
Fluência 4 4,4 4 4,1
Betume Teor de betume 5 5 5
Dens. betume 1,007 1,007 1,007
Agregados Dens. Agregados 2,55 2,55 2,55
2%
Densidade aparente
Peso ao ar 1.198,00 1.195,90 1.195,70
Peso imerso 648,5 649,1 650,5
Volume 549,5 546,8 545,2
Densidade 2,18 2,187 2,193 2,187
Densidade teórica 2,434 2,434 2,434
Vazios
% de vazios 10,4 10,2 9,9 10,2
% V.C.B. 11,9 11,9 12
% V.A.M. 22,3 22,1 21,9 22,1
% R.B.V. 53,3 54,1 54,7 54
Estabilidade
Leitura 1.198 1.196 1.196
Fat. anel/prensa 1,137 1,137 1,137
Estabilidade 1.362 1.360 1.360
Fat. de correção 0,89 0,89 0,89
Estab. corrigida 1.212 1.210 1.210 1.211
Fluência Leitura
Fluência
Betume Teor de betume 5 5 5
Dens. betume 1,007 1,007 1,007
Agregados Dens. Agregados 2,55 2,55 2,55
5% Peso ao ar 1.192,30 1.193,20 1.190,60
Percentagem de PET
Parâmetros Repetições
Média 1 2 3
Densidade
aparente
Peso imerso 618,1 618,1 603
Volume 574,2 575,1 587,6
Densidade 2,076 2,075 2,026 2,059
Densidade teórica 2,434 2,434 2,434
Vazios
% de vazios 14,7 14,8 16,8 15,4
% V.C.B. 11,3 11,3 11,1
% V.A.M. 26 26,1 27,8 26,7
% R.B.V. 43,6 43,4 39,8 42,3
Estabilidade
Leitura 1.210 1.090 1.075
Fat. anel/prensa 1,137 1,137 1,137
Estabilidade 1.376 1.239 1.222
Fat. de correção FALSO FALSO FALSO
Estab. corrigida
Fluência Leitura 5 5,5 5
Fluência 4 4,4 4 4,1
Betume Teor de betume 5 5 5
Dens. Betume 1,007 1,007 1,007
Agregados Dens. Agregados 2,55 2,55 2,55
Sem PET
Densidade aparente
Peso ao ar 1.182,20 1.178,70 1.185,90
Peso imerso 674,7 673,6 681
Volume 507,5 505,1 504,9
Densidade 2,329 2,334 2,349 2,337
Densidade teórica 2,434 2,434 2,434
Vazios
% de vazios 4,3 4,1 3,5 4
% V.C.B. 12,7 12,7 12,8
% V.A.M. 17 16,9 16,3 16,7
% R.B.V. 74,7 75,5 78,5 76,3
Estabilidade
Leitura 1.100 750 810
Fat. anel/prensa 1,137 1,137 1,137
Estabilidade 1.200 1.100 1.100
Fat. de correção 1,04 1,04 1,04
Estab. corrigida 1.248 1.144 1.144 1.179
Fluência Leitura 5 5,5 5
Fluência 4 4,4 4 4,1
Betume Teor de betume 5 5 5
Dens. Betume 1,007 1,007 1,007
Agregados Dens. Agregados 2,681 2,681 2,681
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa objetivou avaliar o comportamento mecânico de misturas
asfálticas do tipo CBUQ com a adição de PET preto triturado. Baseado nos
resultados dos ensaios apresentados e analisados, pode-se concluir que:
• Nos ensaios de estabilidade, observou-se que todas as misturas com a
adição de 1, 2 e 5% de PET se mostraram satisfatórias com relação a
resistência mecânica, atendendo as especificações contidas nas normas;
• Em relação aos parâmetros volumétricos, todas as misturas
demonstraram ser insatisfatórias com a norma vigente, uma vez que em
todas as adições a % de vazios e a % R.B.V apresentaram valores
inferiores aos estabelecidos.
Desta forma, alguns assuntos podem ser melhor estudados para melhorar
o entendimento do material, e sanar os gargalos apresentados nos
parâmetros volumétricos visando estabelecer uma melhor destinação a este
material (PET). Para tal, fica como sugestões para trabalhos futuros:
• A realização de uma análise reológica do PET para melhor compreensão
do seu comportamento após o aquecimento junto ao ligante asfáltico, uma
vez que eles possuem grande diferença em seus pontos de fusão – onde
a metodologia a ser executada deveria ser mais assertiva;
• Aplicação da metodologia Superpave para a dosagem da mistura e
compactação dos corpos de prova, afim de obter resultados mais
satisfatórios;
• Utilização de outros teores de PET.
REFERÊNCIAS
ARAO, Mieka. Avaliação do Comportamento Mecânico de Misturas Asfálticas com a Inserção de Polietileno Tereftalato (PET) Triturado. Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, ago. 2016. BERNUCCI, L. B.; MOTTA, L. M. G.; CERATTI, J. A. P. Pavimentação Asfáltica: Formação Básica para Engenheiros, 1ª Edição PETROBRAS/ABEDA, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2008.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. ME-043/1995 – Misturas betuminosas a quente – Ensaio Marshall. WHITEOAK, D., 1990, SHELL Bitumen Handbook. SHELL, Inglaterra. UNIÃO SOCIAL CAMILIANA. Manual de orientações para trabalhos acadêmicos. 3. ed. rev. amp. São Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2012.