AVALIAÇÃO DOS DADOS DE PRECIPITAÇÃO GERADOS PELOS...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA FLORESTAL CÂMPUS DOIS VIZINHOS LUÍSA CAROLINA SILVA LELIS AVALIAÇÃO DOS DADOS DE PRECIPITAÇÃO GERADOS PELOS SATÉLITES GPM E TRMM TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II DOIS VIZINHOS 2016

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA FLORESTAL

CÂMPUS DOIS VIZINHOS

LUÍSA CAROLINA SILVA LELIS

AVALIAÇÃO DOS DADOS DE PRECIPITAÇÃO GERADOS PELOS

SATÉLITES GPM E TRMM

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

DOIS VIZINHOS

2016

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LUÍSA CAROLINA SILVA LELIS

AVALIAÇÃO DOS DADOS DE PRECIPITAÇÃO GERADOS PELOS

SATÉLITES GPM E TRMM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso Superior de Engenharia Florestal da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheira Florestal. Orientador: Prof. Dr. Raoni Wainer Duarte Bosquilia

DOIS VIZINHOS

2016

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Ficha catalográfica elaborada por Rosana Oliveira da Silva CRB:

9/1745 Biblioteca da UTFPR-Dois Vizinhos

L541a Lelis, Luísa Carolina Silva. Avaliação dos dados de precipitação gerados pelo

satélite GPM e TRMM – Dois Vizinhos: [s.n], 2016. 57f.:il.

Orientador: Raoni Wainer Duarte Bosquilia Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) -

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curso de

1.Chuvas 2.Satélites meteorológicos 3. Pesquisa meteorológica I. Bosquilia, Raoni Wainer Duarte, orient. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Dois Vizinhos. III. Título

CDD: 634 9

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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Câmpus Dois Vizinhos Curso de Engenharia Florestal

TERMO DE APROVAÇÃO

Título Avaliação Dos Dados De Precipitação Gerados Pelos Satélites GPM e TRMM

por

Luísa Carolina Silva Lelis

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado em 07 de dezembro de 2016 como

requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal. O(a)

candidato(a) foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo

assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

__________________________________ Prof. Dr. Raoni Wainer Duarte Bosquilia

Orientador

___________________________________ Prof. Dr. Jairo Calderari de Oliveira Junior

Membro titular (UTFPR)

___________________________________ Profª. Drª. Maria Madalena Santos da Silva

Membro titular (UTFPR)

___________________________________ Prof. Dr. Maurício Martello Membro titular (UTFPR)

- O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso -

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Aos meus pais Camilo e Elci, e às minhas irmãs Flávia e Isabela,

dedico.

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RESUMO

LELIS, Luísa C. S. Avaliação Dos Dados De Precipitação Gerados Pelos Satélites GPM e TRMM. 2016. 57p. Trabalho de Conclusão de Curso II (Graduação em Engenharia Florestal) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Dois Vizinhos, 2016. O objetivo deste estudo foi verificar o desempenho das informações produzidas pela missão GPM (Global Precipitation Measurement) e TRMM (Tropical Rainfall Measurement Mission) sobre a região leste do estado de São Paulo, tendo como base de comparação estações pluviométricas do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo). A conferência foi através da comparação de informação agregada espacialmente, tanto proveniente do TRMM e GPM quanto dos pluviômetros. A fim de se analisar os erros quantitativos de chuva, foram utilizadas as medidas de desempenho: (1) Diferença Relativa, (2) BIAS e (3) Raiz do Erro Médio Quadrático (REMQ). Obteve-se como resultado que as diferenças relativas situaram-se normalmente na faixa de -20% a 20% para ambas as missões. Na análise de BIAS para ambos os satélites observou-se que 68% das aferições foram superestimadas. A maior concordância foi obtida para a mesorregião de Campinas e a menor para a mesorregião de Araraquara. Para o TRMM constatou-se os menores valores de REMQ na mesorregião de Araraquara e os maiores na mesorregião de Piracicaba. Com o satélite GPM os valores mais próximos da precipitação pluviométrica foram observados na mesorregião de Piracicaba, enquanto os valores mais distantes foram identificados na mesorregião de Araraquara. Todas as análises deste trabalho demonstraram similaridade entre os erros gerados por ambos os satélites. Novos estudos de comparação são necessários a fim de se conhecer as possíveis falhas de cada um destes produtos. Palavras-chave: Precipitação; GPM; TRMM; Chuva estimada por satélite.

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ABSTRACT

LELIS, Luísa C. S. Assessment of precipitation data generated by the GPM e TRMM satellite. 2016. 57p. Trabalho de Conclusão de Curso II (Undergraduate degree in Forest Engineering) - Federal Technology University of Parana. DoisVizinhos, 2016.

The aim of this study is to verify the performance of the information produced by the GPM mission (Global Precipitation Measurement) and TRMM (Tropical Rainfall Measurement Mission) over the east region of São Paulo state, having ground gauges as true observations. The comparison was performed between spatially aggregated information from pluviometers and the satellites. In order to assess the quantitative rain errors, the following analyses were realized: (1) Relative Error, (2) BIAS and (3) Root Mean Square Error (RSME). For both missions, it was found that the relative differences were usually in the range of -20% to 20%; according to BIAS analyses, 68% of the satellites measurements were overestimated and the highest estimative agreement was obtained for the mesoregion of Campinas and the lowest for the Araraquara mesoregion. For the TRMM, the lowest RMSE values were found in the Araraquara mesoregion and the highest in the Piracicaba mesoregion. With the GPM satellite the closest values of rainfall were observed in the Piracicaba mesoregion, while the most distant values were identified in the Araraquara mesoregion. All analyzes made in this research demonstrated similarity between the errors generated by both satellites. Further comparative studies are necessary in order to determine possible strengths and weaknesses of each of these products. Palavras-chave: Precipitation; GPM; TRMM; Satellite rainfall estimates.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 10

2 OBJETIVO ................................................................................................................................ 12

2.1 Objetivo geral.......................................................................................................................... 12

2.2 Objetivos específicos .............................................................................................................. 12

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................. 13

3.1 Estimativas de chuva em superfície ........................................................................................ 13

3.2 Estimativa de chuva por satélite ............................................................................................. 14

3.3 The Tropical Rainfall Measurement Mission - TRMM .......................................................... 15

3.4 Global Precipitation Measurement - GPM ............................................................................. 19

4 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................................... 21

4.1 Caracterização da área de estudo ............................................................................................ 21

4.2 Aquisição dos dados ............................................................................................................... 22

4.2.1 Aquisição dos dados dos satélites ........................................................................................ 22

4.2.2 Aquisição dos dados para comparação ................................................................................ 23

4.3 Processamento dos dados ........................................................................................................ 24

4.4 Comparação de dados ............................................................................................................. 26

4.5 Análises de desempenho ......................................................................................................... 27

4.5.1 Análise integrada no tempo - Diferença relativa ................................................................. 28

4.5.2 Análise integrada no espaço................................................................................................. 28

4.5.2.1 BIAS ................................................................................................................................. 28

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................... 30

5.1 Interpolação dos dados pluviométricos ................................................................................... 30

5.2 Análises de desempenho ......................................................................................................... 31

5.2.1 Análise integrada no tempo ................................................................................................. 31

5.2.2 Análise integrada no espaço................................................................................................. 35

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................... 42

APÊNDICE 1 – INTERPOLAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA MARÇO DE

2014 A FEVEREIRO DE 2015 .................................................................................................... 47

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APÊNDICE 2 – DIFERENÇA RELATIVA ENTRE A PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA E

A MEDIDA PELOS SATÉLITES................................................................................................ 53

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1 INTRODUÇÃO

A precipitação, e consequentemente a disponibilidade hídrica, são os indicadores mais

importantes no que tange a determinação das condições de tempo e clima de uma região. É de

extrema utilidade ter conhecimento sobre a informação quantitativa de chuva e sua distribuição

no tempo, uma vez que estes são fatores fundamentais para a realização de um zoneamento

climático e de aptidão agrícola/florestal de uma determinada área. Além disso, seu conhecimento

é importante para identificar a necessidade de irrigação suplementar de diversas culturas, o

dimensionamento de barragens, redes de água e esgoto, entre outros (MASSAGLI, VICTORIA e

ANDRADE, 2011).

Apesar das necessidades e importância do fenômeno precipitação sobre o meio ambiente

e sobre a vida social, é notório que a precisão da medida de sua variação espaço-temporal no

planeta Terra ainda é um problema de difícil solução, caracterizado por questões metodológicas,

técnicas e geográficas (NASA, 2016).

De acordo com Fensterseifer (2013), a técnica tradicional de medição da chuva é feita

com pluviômetros ou pluviógrafos; contudo, estas possuem deficiências na representação

quantitativa espacial da chuva em áreas mais extensas devido ao fato de serem equipamentos

pontuais que cobrem uma área de cerca de 10-1 m². Desta forma, é necessária uma grande

densidade desses pluviômetros ou pluviógrafos para corretamente representar o comportamento

pluviométrico de uma região, o que, para países em desenvolvimento e com grandes extensões

territoriais, como o Brasil, torna-se inviável pelos custos elevados do monitoramento diário de

pluviômetros ou pluviógrafos.

Em contrapartida, uma grande variedade de produtos de sensoriamento remoto em

estimativa de chuva estão disponíveis em resoluções espaciais e temporais cada vez mais

detalhadas. Desta forma, Santos (2014) afirma que o sensoriamento remoto pode contribuir na

representação da distribuição contínua dos eventos chuvosos.

O satélite TRMM (Tropical Rainfall Measurement Mission) é um exemplo de

instrumento remoto de aferição da chuva, o mesmo foi lançado em 1997 e teve sua operação

finalizada em abril de 2015. Os trabalhos de Hiroshima (1999), Kummerow et al. (2000) e

Flaming (2004) evidenciam a qualidade dos resultados obtidos pela missão.

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Em função deste sucesso uma outra geração de satélite em precipitação foi projetada, o

satélite GPM (Global Precipitation Measurement) foi lançado em fevereiro de 2014 com a

promessa de dados em precipitação mais refinados tanto no quesito tempo quanto no quesito

espaço, devido aos sensores mais modernos acoplados ao satélite (NASA, 2011). Contudo, ainda

existem poucos estudos que avaliem os dados gerados por esta missão, desta forma este trabalho

analisa a as informações produzidas pela missão GPM e missão antecessora, o TRMM, sobre a

região Leste do estado de São Paulo.

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2 OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

Verificar o desempenho das informações produzidas pela missões GPM e TRMM sobre a

região Leste do estado de São Paulo.

2.2 Objetivos específicos

O presente estudo teve por objetivos específicos:

a) Diagnosticar as diferenças entre as estimativas de chuva pelos satélites e as

medidas em postos pluviométricos;

b) Comparar os erros provenientes de ambos os satélites;

c) Analisar a natureza dos erros dos produtos TRMM-3B43 e GPM-IMERG, sob a

relação espaço-tempo.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 Estimativas de chuva em superfície

As medições de superfície são aquelas realizadas por equipamentos alocadas sobre a

superfície terrestre e que se valem de distintas formas de uso, para a captação das informações da

pluviometria referentes a uma certa área. Entre os equipamentos usados nessas medições

destacam-se os pluviógrafos e pluviômetros, que trazem informações referentes à valores que

representam as mensurações de chuva obtidas de forma direta sobre seus dispositivos de suporte

a leitura pluviométrica (SANTOS, 2014).

Segundo Fensterseifer (2013) estações pluviométricas devem medir com uma frequência

mínima diária além de precipitação diária, observações sobre a neve, profundidade da neve sobre

o solo e, ainda, registrar as condições climáticas. De acordo com o INMET (INSTITUTO

NACIONAL DE METEOROLOGIA), as estações meteorológicas de superfície são divididas em

dois tipos:

1. Estação Meteorológica de Observação de Superfície Automática: é composta de uma

unidade de memória central ("data logger"), ligada a vários sensores dos parâmetros

meteorológicos (pressão atmosférica, temperatura e umidade relativa do ar, precipitação,

radiação solar, direção e velocidade do vento, etc), que integra os valores observados

minuto a minuto e os disponibiliza automaticamente a cada hora.

2. Estação Meteorológica de Observação de Superfície Convencional: é composta de vários

sensores isolados que registram continuamente os parâmetros meteorológicos (pressão

atmosférica, temperatura e umidade relativa do ar, precipitação, radiação solar, direção e

velocidade do vento, etc), que são lidos e anotados por um observador a cada intervalo e

este os envia a um centro coletor por um meio de comunicação qualquer.

De acordo com a WMO (1993), rede mínima de postos hidroclimáticos é uma rede que

irá fornecer o quadro de expansão para atender às necessidades de informação para a gestão do

uso da água.

Via de regra, os erros aumentam com a evolução da intensidade da precipitação. De

forma inversa, os mesmos diminuem com um aumento da densidade da rede pluviométrica,

duração da tempestade, e a área da bacia (PONCE, 1989).

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3.2 Estimativa de chuva por satélite

A medição da chuva, de modo usual, é feita por meio de pluviômetros e pluviógrafos.

Contudo, sabendo das limitações desses pluviômetros na representação espacial da chuva em

grande escala, estão sendo feitos cada vez mais esforços para estimar a precipitação a partir de

sensores a bordo de satélites espaciais (ARAUJO, 2006).

As estimativas remotas de precipitação através de satélites surgiram nos anos 1980 como

uma alternativa para aferir chuvas, devido a baixa densidade de pluviômetro no planeta Terra.

Porém, as primeiras estimativas de precipitação por satélite não possuíam resolução espaço-

temporal compatíveis com os trabalhos em hidrologia, e, apenas nos últimos anos, tais

estimativas alcançaram níveis de precisão admissíveis (FENSTERSEIFER, 2013).

Tanto as medições feitas em pluviômetros quanto as geradas por satélites, estão expostas

a erros, uma vez que, pluviômetros registram adequadamente o volume precipitado, por outro

lado, possuem baixa representatividade espacial. Os problemas de representatividade espacial

são maiores sob condições de chuvas de origem convectivas e isoladas, pois a precipitação pode

ocorrer em áreas pequenas e com forte intensidade, podendo não ser registrada pelo equipamento

pluviométrico (CALVETTI et al., 2003). Contudo, de acordo com Ebert (2003), a precipitação

aferida por um pluviômetro é uma medida direta e considerada como verdadeira quando se

compara com outras fontes de estimativas.

Para Jensen (2009), diferente das informações medidas pontualmente (como é o caso das

estações meteorológicas), os dados provenientes de sensoriamento remoto podem ser coletados

sistematicamente para grandes extensões de área. Florezano (2002), defende que as informações

de satélite proporcionam uma visão de conjunto e multitemporal, o que estimula o uso destas

para estudos de cunho ambiental.

Em 1997 foi lançado o satélite Tropical Rainfall Measurement Misson (TRMM), este até

o lançamento do Global Precipitation Measurement (GPM) em 2014 era, segundo Barrera

(2005), o satélite mais bem equipado em termos de instrumentos para estimativa de precipitação,

fornecendo dados mais precisos do que técnicas indiretas, baseadas em imagens de outros

satélites.

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3.3 The Tropical Rainfall Measurement Mission - TRMM O Tropical Rainfall Measurement Mission (TRMM) foi um satélite lançado em 27 de

novembro de 1997, consócio entre a National Aeronautics and Space Administration (NASA),

agência espacial americana, e a Japan Exploration Aerospace Agency (JAXA), agência espacial

japonesa. O mesmo foi lançado com o objetivo de monitorar, verificar e subsidiar os estudos

quanto à influência da precipitação nos trópicos e sobre o clima global (BERG; KUMMEROW;

MORALES, 2002). A missão saiu de órbita em 08 de abril de 2015.

O TRMM possuia órbita polar com uma inclinação de 35° e com altitude de 403 km (a

partir de 2001) com um período de 92,5 minutos (gira ao redor do globo aproximadamente 16

vezes por dia) (NASA, 2007) (Figura 1).

Figura 1 - Recobrimento da órbita do TRMM.

Fonte: NASA (2016).

De acordo com Santos (2014), os sensores a bordo (Figura 2) do TRMM relacionados

com a estimativa da precipitação eram: TRMM imageador de micro-ondas (TMI), radar de

precipitação (PR), o escâner de infravermelho e visível (VIRS), o sensor de energia radiante da

Terra e das nuvens (CERES) e o sensor para imageamento de relâmpagos (LIS).

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Figura 2 - Sensores a bordo do TRMM e suas localizações. Fonte: NASA e JAXA, 2012 (apud SANTOS, 2014, p. 39).

O TRMM imageador de micro-ondas (TMI) foi um sensor de microondas passivo

planejado para prover informação quantitativa da precipitação em uma largura de varredura de

780 km na superfície. Através da medição da quantidade de energia micro-ondas emitidas pelo

planeta Terra na atmosfera, o TMI era capaz de quantificar o vapor de água, a água precipitável,

e a intensidade da chuva na atmosfera. Foi um instrumento relativamente pequeno que consome

pouca energia. Isto, combinado com a boa largura de varredura, fez do TMI um dos mais

eficientes instrumentos de medição de chuva do satélite (TRMM, 2004).

Já o Radar de precipitação (PR), fabricado pela JAXA, foi o primeiro radar a bordo de um

satélite. As principais informações obtidas eram: a intensidade e distribuição da chuva, a sua

classificação (convectiva ou estratiforme), e a altura pluviométrica. Sua resolução horizontal na

superfície é da ordem de 4 km, com largura de varredura de 220 km. Uma das características

mais importantes do PR era a sua eficiência na determinação de perfis verticais da chuva e neve

acima da superfície, em uma altura média de 20 km (TRMM, 2004).

Por fim, o Escâner de infravermelho e visível (VIRS) era um instrumento primário do

TRMM, uma vez que se trata de um indicador indireto de chuva. Outras medidas que eram

feitas diariamente em outros satélites meteorológicos, eram utilizadas em conjunto com o VIRS.

Ele media a radiação vindo da Terra em cinco regiões espectrais, alcançando do visível até o

infravermelho. São dois os motivos que destacam a inclusão do VIRS no pacote de instrumento

primários: o primeiro, porque era capaz de delimitar a chuva, e o segundo, mais importante, é

que servia como referência para outras medidas feitas utilizando outros satélites meteorológicos

(TRMM, 2004).

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Os dados destes sensores são utilizados em distintas combinações, estas permitem a

melhor compreensão dos processos atmosféricos ligados a chuva, a partir da possibilidade de

permear a elaboração de melhores algoritmos quanto às estimativas de precipitação (HUFFMAN

e BOLVIN, 2014). Desta forma, segundo Santos (2014), cada aferição gerada pelo TRMM -

através dos algoritmos - busca ajustar os valores captados por cada instrumento (sensor), com o

objetivo de elaborar melhores descrições do parâmetro, conforme a abordagem temporal e as

potencialidades dos sensores envolvidos. Existe uma série de produtos desenvolvidos para cada

um destes ajustes, tais como as séries: 1B0_; 1B1_; 2A1_; 2A2_; 2B3_; 3A1_; 3A2_; 3B3_; e

3B4_.

3.3.1 Os produtos TRMM

A missão TRMM teve como resultado diversos produtos (Quadro 1) ligados a estimativa

da precipitação, estes eram processados pelo TRMM Science Data and Information System

(TSDIS) e são disponibilizados pelo TRMM Goddard Distribuited Active Archive System

(DAAC) (KUMMEROW et al., 1998).

Quadro 1 – Produtos resultantes de cada um dos principais sensores a bordo do satélite TRMM

Sensor Processing Level Product

PR 1B21 Calibrated Received Power

1C21 Radar Reflectivity

2A21 Normalized Radar Surface Cross Section

2A23 PR Qualitative

2A25 Rain Profile

3A25 Monthly Statistics of Rain Parameter

3A26 Monthly Rain Rate using a Statistical Method

TMI 1B11 Brightness Temperature

2A12 Rain Profile

3A11 Monthly Oceanic Rainfall

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VIRS 1B01 Radiance

COMB 2B31 Rain Profile

3B31 Monthly Rainfall

3B42 TRMM & IR Daily Rainfall

3B43 TRMM & Other Sources Monthly Rainfall Fonte: Fensterseifer (2013) adaptado. Os produtos 3B42 e 3B43 (Figura 3) produzem as estimativas de precipitação sendo

fornecidas com resolução espacial de 0,25° (aproximadamente 25 Km), sobre a banda de latitude

50°N-S, com resolução temporal das mais variadas: de 3 horas até resoluções mensais. Esses

produtos utilizam combinações de diferentes fontes com a finalidade de obter estimativas mais

precisas de chuva.

Figura 3 - Exemplo do produto 3B43 de estimativa de chuva do TRMM.

Fonte: Adaptado de NCAR (2010).

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3.4 Global Precipitation Measurement - GPM O Global Precipitation Measurement GPM é uma missão projetada especificamente para

unificar e avançar estimativas de precipitação a partir de uma constelação de pesquisa e também

a partir de sensores de microondas. O satélite GPM foi construído com base no TRMM, descrito

nas seções anteriores, o mesmo foi lançado pela NASA, agência espacial americana, e a JAXA,

agência espacial japonesa, em 28 de fevereiro de 2014. O objetivo da missão foi fornecer uma

nova geração de observações remotas de chuva e neve, a fim de melhorar a nossa compreensão

da água da Terra e também o ciclo de energia (HOU et al., 2014).

Segundo Hou et al. (2014), os principais sensores presentes neste satélite são o DPR

(Radar de precipitação de dupla frequência) e o GMI (Imageador de micro-ondas de múltipla

frequência) (Figura 4). Ambos os sensores são extensões dos instrumentos presentes na missão

TRMM, os quais focavam na estimativa de chuvas moderadas a fortes sobre a faixa tropical do

globo. Os sensores do GPM irão estender o faixa de medição atingido pelo TRMM a fim de

incluir precipitação de baixa intensidade (isto é, <0.5 mm/h).

Figura 4 - Localização dos principais sensores presentes no GPM.

Fonte: NASA (2012). Os produtos gerados por esta missão possuem resoluções temporais e espaciais mais

detalhadas quando comparadas ao satélite TRMM (NASA, 2016). O produto IMERG (Figura 5),

por exemplo, trata-se de uma coleção de dados de chuva acumulada em milímetros por mês e

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resolução espacial de 0,10° (aproximadamente 10Km). Os dados deste produto podem ser

acessados para qualquer região do planeta Terra.

Figura 5 - Exemplo do produto GPM_3IMERGHH de estimativa de chuva do GPM.

Fonte: NASA (2016).

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4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Caracterização da área de estudo O presente trabalho foi aplicado na região Leste do estado de São Paulo contemplando

inteiramente as mesorregiões de Piracicaba, Campinas e Araraquara, assim como partes das

mesorregiões de Bauru e Ribeirão Preto (Figura 6).

Figura 6 – Mapa da área de estudo divido por mesorregiões.

Fonte: O autor (2016). O clima da região Leste de São Paulo é definido por Köppen como Cwa – mesotérmico

superficial – clima subtropical de inverno seco (com temperaturas inferiores a 18ºC) e verão

quente (com temperaturas superiores a 22ºC) (EMBRAPA, 2016). As chuvas concentram-se nos

meses de outubro a março, apresentando precipitação média anual de 1250mm e o período seco

de abril a setembro (OLIVEIRA, 2012).

Segundo o levantamento pedológico realizado por Oliveira et al. (1999), os principais

solos encontrados na região são o Latossolo e o Argissolo. A vegetação original da área de

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estudo é do tipo Floresta Estacional Semidecidual (INSTITUTO FLORESTAL, 2009). Contudo,

esta é praticamente inexistente nos dias de hoje, como pode-se observar na Figura 7.

Figura 7 – Uso e ocupação do solo da área de estudo.

Fonte: O autor (2016).

4.2 Aquisição dos dados 4.2.1 Aquisição dos dados dos satélites A fim de se avaliar a evolução dos dados gerados pelo satélite GPM em relação ao seu

antecessor, o TRMM, foi realizado o download de produtos de precipitação de ambos os

instrumentos durante o mesmo intervalo de tempo: de março de 2014 até fevereiro de 2015.

No que se diz respeito ao TRMM foi realizado o download do produto 3B43 (TRMM

Monthly Rainfall) que se trata de uma coleção de dados de chuva acumulada em milímetros por

mês (mm.mês-1) com resolução espacial de 0,25°.

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Em relação ao GPM foi realizado o download do produto IMERG. Trata-se de uma

coleção de dados de chuva acumulada em milímetros com resolução temporal mensal e

resolução espacial de 0,10°.

Ambos os produtos podem ser baixados de forma gratuita no portal Mirador, da NASA

(National Aeronautics And Space Administration) e estão resumidamente descritos na tabela

abaixo.

Tabela 1 - Produtos de sensoriamento remoto utilizados neste trabalho

Produto Resolução espacial Cobertura espacial TRMM 3B43 0,25o 50oN - 50oS GPM IMERG 0,10o 90oN - 90oS

Fonte: O autor (2016).

4.2.2 Aquisição dos dados para comparação Tendo em vista que os dados de precipitação colhidos em terra são tidos como

verdadeiros (EBERT, 2003), a comparação dos dados estimados pelos satélites foi realizada em

relação a informações observadas por estações meteorológicas encontradas na região de estudo.

Tais dados foram obtidos por intermédio do portal do Departamento de Águas e Energia Elétrica

do Estado de São Paulo (DAEE).

O download foi realizado para o mesmo período referente aos dados remotos, de março

de 2014 até fevereiro de 2015. Ao todo foram encontradas 372 estações na área de estudo

(Figura 8).

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Figura 8– Localização das estações meteorológicas na área de estudo.

Fonte: O autor (2016). 4.3 Processamento dos dados A fim de verificar-se os dados dos satélites respeitando uma resolução espacial específica

optou-se por trabalhar na mesma resolução do satélite GPM, ou seja, 0,10° x 0,10°. Desta forma

foi necessário realizar a discretização das informações do satélite TRMM, uma vez que este

possui resolução original de 0,25° x 0,25°, por meio da técnica de downscaling (Figura 9). Esta

técnica consiste na reamostragem dos pixels originais em resoluções mais detalhadas. A mesma

foi aplicada para todos os meses entre março de 2014 e fevereiro de 2015.

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Figura 9 – Discretização por downscaling.

Fonte: Adaptado de Santos (2014).

As observações realizadas pelos pluviômetros representam a forma pontual de coleta. A

fim de que as informações de ambos os sensores se tornassem comparáveis espacialmente, fez-se

o uso da técnica de interpolação (Figura 10). Desta forma, realocaram-se os valores mensurados

pelas estações a partir dos mesmos níveis de discretização adotados sobre o TRMM.

Figura 10 – Interpolação - Discretização por upscaling.

Fonte: Adaptado de Santos (2014).

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A interpolação para os postos pluviométricos foi feita pelo método de Ordinary Kriging

(OK) ou Krigagem Ordinária (KO) (Equação 1).

𝑂𝑂𝑂𝑂 = 𝑝𝑝1𝑥𝑥1 + 𝑝𝑝2𝑥𝑥2 + 𝑝𝑝3𝑥𝑥3 + ⋯+ 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑥𝑥𝑝𝑝 (1)

Seja um ponto que se deseja estimar, sendo o valor real desconhecido representado por

OK, o valor estimado (OK*) é calculado, utilizando n amostras localizadas segundo coordenadas

conhecidas, com valores x1, x2, x3…xn (conjunto S), de forma linear, onde os pi são os pesos

atributos a cada amostra i (LANDIM, 2006).

Este interpolador foi adotado por ter sido o método o qual obteve os menores erros

calculados em análises espaciais de precipitação pluviométrica no estado de São Paulo realizadas

por Carvalho e Assad (2005) e Carvalho, Assad e Pinto (2012).

4.4 Comparação de dados O estudo da precipitação estimada por satélites possui diversas abordagens distintas na

literatura no que tange a comparação com dados observados por pluviômetros. Cada metodologia

adotada nas pesquisas, segundo Soares, Paz e Piccilli (2016), possui prós e contras em função da

enorme variabilidade espaço-temporal do fenômeno chuva. Ademais, a confrontação

normalmente é realizada entre dados pontuais de medição de chuva em estações meteorológicas,

sujeitos a especificidades e efeitos locais, com estimativas feitas pelo TRMM ou GPM em

termos de valores médios sobre a área do pixel (que é gigante em relação à área de cobertura do

pluviômetro).

Amitai et al. (2012) e Su, Hong e Lettenmaier (2008) adotaram a metodologia de

comparação dos dados baseada na interpolação de dados dos pluviômetros para os centros dos

pontos de grade do TRMM. O contrário foi realizado por Chen et al. (2013) e Uddin et al.

(2008), ou seja, que realizaram a interpolação dos dados da grade do TRMM para os locais dos

pluviômetros. No método adotado por Nicholson et al. (2003) ocorreu a comparação entre

valores de cada ponto de grade do TRMM com o valor médio dos pluviômetros localizados em

cada célula da grade.

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O presente estudo trabalhou da mesma forma que Ochoa et al. (2014) e Pereira et al.

(2013), que obtiveram resultados através da geração e comparação de informação agregada

espacialmente, tanto proveniente do TRMM e GPM quanto dos pluviômetros, para toda uma

região de maior abrangência espacial, neste caso a região Leste do estado de São Paulo e de

forma mais específicas as mesorregiões de Araraquara, Campinas e Piracicaba.

4.5 Análises de desempenho Para Brier e Allen (1950), cada método de avaliação de desempenho fornece apenas parte

da informação relativa ao erro de um determinado evento, desta forma examinou-se uma série de

avaliações, com o objetivo de se obter um quadro mais completo quanto a estimativa deste

evento.

A fim de se obter uma análise espaço-temporal (Figura 11) para a comparação

pluviômetro-satélite, primeiramente foi realizado o cálculo de diferença relativa para cada pixel

ao longo dos 12 meses de estudos, tendo como resultado uma análise integrada no tempo (item

4.5.1). Em um segundo momento uma análise integrada do espaço (item 4.5.2) foi obtida através

do cálculo de BIAS (item 4.5.2.1) e da Raiz do Erro Médio Quadrático (item 4.5.2.2) para cada

mesorregião que a área de estudo cobre inteiramente, ou seja, mesorregiões de Araraquara,

Campinas e Piracicaba.

Figura 11 – Espacialização da diferença relativa em relação ao tempo e Temporização do Bias e da REMQ.

Fonte: Adaptado de Paz e Collischonn (2011) e Santos (2014).

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4.5.1 Análise integrada no tempo - Diferença relativa Mais do que analisar a estimativa do satélite a partir das comparações com os dados de

campo, pretendeu-se com este estudo espacializar as diferenças (ou erros) ao longo do tempo.

Desta forma, a partir dos processos de adequação espacial realizados sobre os dados (item 4.3)

foi possível calcular a diferença relativa em cada célula, permitindo a identificação de regiões e

estações na área de estudo onde a similaridade entre as precipitações medidas pelos diferentes

instrumentos (pluviômetro e satélite) seja maior ou menor. A diferença relativa (ou erro relativo)

foi calculada a partir da Equação 2.

𝐸𝐸𝐸𝐸 = 𝑃𝑃−𝑍𝑍

𝑃𝑃∗ 100 (2)

Onde P é a precipitação interpolada a partir dos dados pluviométricos provenientes do

DAEE e Z são os dados provenientes dos satélites. Num primeiro momento o cálculo de

diferença relativa foi executado para dados do satélite TRMM e em um segundo momento os

cálculos foram feitos para os dados do satélite GPM.

4.5.2 Análise integrada no espaço A partir da análise integrada por espaço, ou mesorregião, foi possível observar em séries

temporais o comportamento oscilatório mensal de BIAS e Raiz do erro médio quadrático para

cada uma das mesorregiões presentes neste estudo, ou seja, Araraquara, Campinas e Piracicaba.

4.5.2.1 BIAS

O BIAS, de acordo com Araujo (2006, p. 41), indica como as estimativas de chuva por

satélite (Z) se relacionam com as medições obtidas pelos pluviômetros (P). Valores de BIAS

negativos indicam que, em média, o satélite superestima a chuva obtida pelos pluviômetros, e

para valores positivos, significa que ocorreu uma subestimação (Equação 3).

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𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 = ∑(𝑃𝑃−𝑍𝑍)𝑛𝑛

(3)

Onde P representa as medições de campo, Z são as estimativas dos satélites e n é número

de pixels presente em casa mesorregião.

Esse cálculo foi realizado para cada mesorregião que a área de estudo ocupa inteiramente,

ou seja, Araraquara, Campinas e Piracicaba. Desta forma, obteve-se como resultado a média das

somas das diferenças para cada uma dessas mesorregiões.

4.5.2.2 Erro Médio Quadrático (REMQ) O erro médio quadrático (REMQ), de acordo com Araujo (2006, p. 42), avalia o erro a

partir do quadrado das diferenças entre os dados de satélite (Z) e pluviômetro (P). O mesmo

possui maior influência sobre erros de maior magnitude, sendo muito útil nos casos em que

grandes erros são indesejáveis (Equação 4).

𝐸𝐸𝐸𝐸𝑅𝑅𝑅𝑅 = �∑ (𝑃𝑃−𝑍𝑍)²𝑛𝑛𝑖𝑖=1

𝑛𝑛 (4)

Onde P representa as medições de campo, Z são as estimativas dos satélites e n é número

de pixels presente em casa mesorregião.

O quadrado dos erros necessariamente produz valores positivos. Acerca disso, as faixas

de valores variam de 0 < REMQ <= ∞, em que REMQ = 0 indica inexistência de erros (medida

perfeita) e valores REMQ > 0 apresentam erros mais elevados, entre o estimado e o observado, à

medida que as diferenças são maiores (SANTOS, 2014).

Esse cálculo foi realizado para cada mesorregião que a área de estudo ocupa inteiramente,

ou seja, Araraquara, Campinas e Piracicaba. Desta forma, obteve-se como resultado a raiz da

média das somas das diferenças elevadas ao quadrado para cada uma dessas mesorregiões.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Interpolação dos dados pluviométricos Através da técnica de Krigagem Ordinária (Equação 1) foi possível obter dados

ponderados de precipitação para toda a área de estudo (Figura 12) em função das medições

realizadas pelas 372 estações pluviométricas presentes na região.

Figura 12 – Resultado da interpolação realizada por Krigagem Ordinária.

Fonte: O autor (2016).

A interpolação detalhada de cada mês pode ser encontrada no Apêndice 1 deste trabalho.

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Durante o intervalo de estudo - março de 2014 a fevereiro de 2015 - observou-se um

acúmulo mensal de chuva variando entre 0 mm.mês-¹ até 300 mm.mês-¹. De acordo com a

interpretação da interpolação nota-se durante os meses de maio a outubro níveis de chuva abaixo

da média histórica para a região, que normalmente estão entre 80 mm e 140 mm (MARENGO et

al., 2015). Contudo, de acordo com a análise realizada pela ANA, Agência Nacional de Águas

(2015), no sudeste do Brasil as chuvas de 2014 foram especialmente anômalas. Levando em

consideração apenas estações com mais de 50 anos de dados, verificou-se que em 25% delas, a

chuva do ano de 2014 ficou entre as 3 menores já registradas. No estado de São Paulo, o número

sobe para 50% da chuva histórica, sendo que em 30% o evento foi o mais seco já registrado.

Segundo Dobrovolski e Rattis (2015), após o período de estiagem de 2014, o nível dos

reservatórios voltou a subir somente em fevereiro de 2015, devido às chuvas acima da média

registradas no mês. Tal evento está também registrado na Figura 12 para o mês de fevereiro, e

este mês, segundo Marengo (2015), historicamente, não ultrapassa um acúmulo de 210mm.

5.2 Análises de desempenho 5.2.1 Análise integrada no tempo 5.2.1.1 Diferença relativa – Satélite TRMM Nesta abordagem de análise, as estimativas remotas de precipitação realizadas pelo

satélite TRMM são comparadas pixel a pixel com os valores interpolados adquiridos a partir de

observações pluviométricas. Utilizou-se para esta comparação a análise de diferença relativa

(Equação 2).

Esta análise foi realizada para os doze meses de estudo – março de 2014 a fevereiro de

2015. Desta forma, foram geradas doze imagens (Figura 13) que representam a distribuição

espacial da diferença relativa (sob discretização de 0,1o x 0,1o) em cada um destes meses. Neste

cenário, foi possível observar uma sazonalidade nos resultados.

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Figura 13 – Diferença relativa na comparação pluviômetro-satélite TRMM.

Fonte: O autor (2016).

As diferenças relativas nas células situaram-se, em sua maioria, na faixa de -20% (o

satélite superestimou a observação de campo em 20%) e 20% (o satélite subestimou em 20%).

Este valor está de acordo com o trabalho publicado por Collischonn et al. (2006), no qual os

autores encontraram diferenças relativas que variavam entre -35% e 22% na bacia do rio

Paraguai. Em uma análise realizada pelo mesmo autor na bacia do rio São Francisco,

Collischonn (2006) obteve diferenças relativas médias entre -15% e 15% na maioria das células.

Já Araujo (2006) observou uma superestimativa média do satélite variando entre 36% e 56% na

bacia do Iguaçu.

Como pode ser observado na Figura 13, o período de seca - maio a agosto - foi o que

apresentou as maiores áreas com diferenças relativas superando os valores de 40% acima ou

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abaixo de 0, sendo esse resultado semelhante ao obtido por Soares, Paz e Piccilli (2016). Neste

trabalho, os autores perceberam que em períodos de estiagem a correlação linear entre as

observações de campo em relação às estimativas de satélite decrescem em todos os meses

estudados no estado da Paraíba.

Pereira et al. (2013), trabalhando com comparações mensais de pluviômetros e com o

produto 3B43-TRMM, obtiveram maiores concordâncias entre a chuva acumulada mensal no

período onde a precipitação pluvial foi mais abundante. A Figura 13 evidencia diferenças

relativas melhores para o intervalo entre os meses de novembro/2014 e fevereiro/2015, sendo

esse, justamente, o momento mais chuvoso do ano.

No que se diz respeito ao espaço, foi possível identificar os piores resultados de diferença

relativa na região Sudoeste da área de estudo, ou seja, na mesorregião de Bauru. Uma hipótese

para este resultado é a menor concentração de pluviômetros nesta extensão de território. Desta

forma, a interpolação realizada anteriormente pode ter influenciado negativamente neste

resultado. Esta mesma hipótese foi levantada por Collischonn (2006) para a bacia de Tapajós, a

qual possuía a menor densidade de pluviômetros por pixel dentre as bacias analisadas pelo autor,

resultando na região na qual se obteve os piores resultados na comparação campo-satélite.

5.2.1.2 Diferença relativa – Satélite GPM

Nesta abordagem de análise as estimativas remotas de precipitação realizadas pelo

satélite GPM são comparadas pixel a pixel com os valores interpolados adquiridos a partir de

observações pluviométricas. Utilizou-se para esta comparação a análise de diferença relativa

(Equação 2).

Esta análise foi realizada para os doze meses de estudo – março de 2014 a fevereiro de

2015. Desta forma, foram geradas doze imagens (Figura 14) que representam a distribuição

espacial da diferença relativa em cada um destes meses.

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Figura 14 – Diferença relativa na comparação pluviômetro-satélite GPM.

Fonte: O autor (2016).

Os resultados de diferença relativa observados para o satélite GPM (Figura 14)

demonstram uma similaridade espacial no que se refere os erros relativos provenientes do satélite

TRMM, ou seja, as diferenças relativas nas células situaram-se, em sua maioria, na faixa de -

20% (o satélite superestimou a observação de campo em 20%) e 20% (o satélite subestimou em

20%).

Outro quesito semelhante entre as duas missões é a sazonalidade nos resultados. Durante

o período de estiagem, o satélite GPM atingiu seus piores resultados na comparação com os

postos pluviométricos em questão. Este mesmo comportamento foi observado para a missão

antecessora, o satélite TRMM.

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Desta forma, é possível pontuar a existência de padrões similares de estimativa para

ambos os satélites na área de estudo deste trabalho. Ma et al. (2016), comparando os resultados

de estimativas diárias dos satélites TRMM e GPM com observações de estações meteorológicas

convencionais, também evidenciaram uma similaridade entre os resultados obtidos na

comparação das estimativas destas missões.

5.2.2 Análise integrada no espaço A partir da análise integrada por espaço, ou mesorregião, foi possível observar em séries

temporais o comportamento oscilatório mensal de BIAS e Raiz do Erro Médio Quadrático

(REMQ) para cada uma das mesorregiões presentes neste estudo, ou seja, Araraquara, Campinas

e Piracicaba. Os resultados foram apresentados de forma gráfica com o objetivo de facilitar a

percepção visual do leitor, os produtos podem ser observados nos subitens 5.2.2.1 e 5.2.2.2.

5.2.2.1 BIAS

A avaliação de BIAS (Equação 3) foi realizada para as mesorregiões de Araraquara,

Campinas e Piracicaba. Desta forma, obteve-se como resultado (Figura 15) a média das somas

das diferenças para cada uma dessas mesorregiões em cada mês que o estudo abrange, ou seja,

março de 2014 a fevereiro de 2015.

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Figura 15 – BIAS calculado para cada mesorregião.

Fonte: O autor (2016).

Tendo em vista que os valores negativos de BIAS são aqueles que superestimam as

medições de campo e valores positivos subestimam as mesmas, nota-se uma predominância de

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momentos em que ambos os satélites superestimaram as medições realizadas a campo (Figura

15). O satélite TRMM, por exemplo, nas três mesorregiões estudadas 23 amostras foram

superestimadas e 13 subestimadas para o tempo de estudo. Já o produto do satélite GPM

superestimou 26 amostras e subestimou 10. Desta forma pode-se afirmar que 68% das aferições

foram superestimadas e 32% foram subestimadas. Mais especificamente calculou-se uma

superestimativa de 75%, 71% e 58% para as mesorregiões de Araraquara, Campinas e Piracicaba

respectivamente.

Observa-se na Figura 15 que a mesorregião de Araraquara foi aquela à qual obteve os

valores mais discrepantes de BIAS, estes variaram entre -50mm.mês-¹ e 10mm.mês-¹. Nesta

região também foi possível constatar, principalmente nos meses de inverno do hemisfério sul,

uma menor similaridade entre as estimativas dos satélites TRMM e GPM, quando comparadas a

média das estimativas realizadas para as demais regiões em estudo.

De acordo com estudo publicado por Liu (2016), as diferenças entre as medições de

ambos os satélites realizadas sobre continentes são muito pequenas quando comparadas a

diferenças encontradas em estudos realizados sobre o oceano, contudo o mesmo autor observou

maiores discrepâncias entre as medições realizadas sobre terra durante o inverno austral para

alguns países, tais como África do Sul, Austrália e Brasil.

A partir da interpretação da Figura 15, é possível notar uma similaridade entre os

resultados de BIAS para ambos os satélites no que se diz respeito à comparação com resultados

de observação de precipitação. De modo geral, para as mesorregiões de Campinas e Piracicaba

existe um BIAS médio com uma diferença máxima de 20mm.mês-¹ entre os satélites, sugerindo

que os dois produtos são semelhantes, devido, segundo Huffman, Bolvin e Nelkin (2015), ao

mesmo ajuste padrão para correção de BIAS aplicado a ambos os satélites em seus respectivos

algoritmos.

A mesorregião de Campinas obteve os valores de BIAS mais próximos a zero durante

todo o ano de estudo. Desta forma, esta área foi a que obteve os melhores resultados das

estimativas para ambos os satélites.

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5.2.2.2 Raiz do Erro Médio Quadrático (REMQ)

O cálculo de REMQ (Equação 4) foi realizado apenas para as mesorregiões em que a área

de estudo ocupou inteiramente cada mesorregião (Araraquara, Campinas e Piracicaba). Desta

forma, obteve-se como resultado a Raiz do Erro Médio Quadrático para cada uma dessas

mesorregiões em cada mês que o estudo abrange, ou seja, março de 2014 a fevereiro de 2015

(Figura 16).

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Figura 16 – REMQ calculado para cada mesorregião.

Fonte: O autor (2016).

Avaliando-se o satélite TRMM, constatou-se o menor valor de REMQ na mesorregião de

Araraquara, com variação de 6 a 31 mm.mês-¹, ou seja, ocorreu a menor diferença entre

estimativas do TRMM e medidas pluviométricas segundo tal métrica. A mesorregião de

Campinas apresentou valores de REMQ de 7 a 33 mm.mês-¹ e Piracicaba de 6 a 39 mm.mês-¹.

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No trabalho de Soares, Paz e Piccili (2016) foi obtido um REMQ variando entre 32 e 92

mm.mês-¹ para o estado da Paraíba, onde os maiores valores foram observados mais ao Leste do

estado e os menores mais a Oeste (sertão). No trabalho de Pereira et al. (2013), realizado no

nordeste brasileiro, foi obtido REMQ que variou de 4 mm no mês de agosto a 24 mm no mês de

março. Tem-se, portanto, que os valores obtidos nesta pesquisa são distintos dos obtidos por

estes autores e tal realidade deve-se ao fato destes trabalhos terem aplicado metodologias de

comparação diferentes e também pela dinâmica pluviométrica dissemelhante entre as regiões de

estudo.

Em relação ao satélite GPM, verificou-se menor valor de REMQ na mesorregião de

Piracicaba, com variação de 4 a 38 mm.mês-¹, ou seja, ocorreu uma menor diferença entre

estimativas do GPM e medidas pluviométricas segundo tal métrica. A mesorregião de Campinas

apresentou valores de REMQ de 6 a 38 mm.mês-¹ e Araraquara 3 a 60 mm.mês-¹.

Mais uma vez foi possível notar uma similaridade entre os erros de ambos os satélites no

que se diz respeito à comparação com resultados de observação de precipitação, sugerindo que

os dois produtos são semelhantes, devido, segundo Huffman, Bolvin e Nelkin (2015), ao mesmo

ajuste padrão para correção de BIAS aplicado a ambos os satélites em seus respectivos

algoritmos.

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6 CONCLUSÃO A partir dos resultados obtidos por esta pesquisa, obteve-se que as estimativas de chuva

provenientes do TRMM produto 3B43 e GPM produto IMERG reproduziram de modo geral o

padrão espaço-temporal do regime de chuvas da região leste do estado de São Paulo. As

diferenças relativas situaram-se normalmente na faixa de -20% a 20% para ambas as missões

quando comparadas a precipitações pluviométricas. Os maiores erros relativos foram observados

durante os meses de estiagem no ano de 2014 tanto para o produto 3B43 quanto para o produto

IMERG.

Através da análise de BIAS para ambos os satélites observou-se que 68% das aferições

foram superestimadas e 32% foram subestimadas. Nesta métrica, a maior concordância entre

estimativas dos satélites e medições pluviométricas foi obtida para a mesorregião de Campinas,

enquanto a menor concordância foi identificada para a mesorregião de Araraquara.

Avaliando-se o satélite TRMM, constatou-se os menores valores de REMQ na

mesorregião de Araraquara e os maiores na mesorregião de Piracicaba. Já para o satélite GPM,

os valores mais próximos da precipitação pluviométrica foram observados na mesorregião de

Piracicaba, enquanto os valores mais distantes foram identificados na mesorregião de

Araraquara.

Todas as análises deste trabalho demonstraram similaridade entre os erros gerados por

ambos os satélites sugerindo que os dois produtos são semelhantes devido ao mesmo ajuste

padrão para correção de BIAS aplicado a ambos em seus respectivos algoritmos.

Por enquanto, não é possível afirmar que a similaridade entre os erros do satélite irá se

repetir nos próximos anos, uma vez que os dados da missão GPM abrangem apenas o período de

de março 2014 até outubro de 2016. Tal fato sugere a necessidade de novos estudos, os quais

podem abrir novos horizontes no planejamento hidrológico em partes remotas do mundo.

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APÊNDICE 1 – INTERPOLAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA MARÇO DE 2014 A FEVEREIRO DE 2015

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APÊNDICE 2 – DIFERENÇA RELATIVA ENTRE A PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA E A MEDIDA PELOS SATÉLITES

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DEZEMBRO 2014

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